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SISTEMA DE ENSINO
CONSTITUIÇÃO DO 
ESTADO DO RIO 
DE JANEIRO
Poder Legislativo
Livro Eletrônico
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Diogo Surdi
Poder Legislativo
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Poder Legislativo ...........................................................................................................5
1. Definições Preliminares ...............................................................................................5
1.1. Estrutura do Poder Legislativo .................................................................................6
1.2. Legislatura e Deliberações .......................................................................................9
1.3. Autonomia do Poder Legislativo ............................................................................. 11
2. Atribuições da Assembleia Legislativa ...................................................................... 13
2.1. Convocações e Pedidos de Informações ................................................................. 16
3. Deputados .................................................................................................................17
3.1. Imunidades..............................................................................................................17
3.2. Prerrogativas ........................................................................................................23
3.3. Impedimentos .......................................................................................................24
3.4. Perda do Mandato .................................................................................................24
4. Reuniões ...................................................................................................................26
5. Comissões ................................................................................................................27
5.1. As Comissões Parlamentares de Inquérito ............................................................ 28
6. Processo Legislativo ............................................................................................... 30
6.1. Emenda à Constituição ........................................................................................... 31
6.2. Leis .......................................................................................................................32
7. Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária .....................................................39
7.1. Competências atribuídas aos Tribunais de Contas................................................... 41
7.2. Estrutura do TCE-RJ ..............................................................................................46
7.3. Controle Interno .................................................................................................... 51
Questões de Concurso ..................................................................................................54
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Poder Legislativo
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Gabarito ...................................................................................................................... 60
Gabarito Comentado ..................................................................................................... 61
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Poder Legislativo
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Olá, aluno(a), tudo bem? Espero que sim!
Continuamos com o estudo do Direito Constitucional Estadual. Na aula de hoje, estudare-
mos todas as disposições relacionadas com o Poder Legislativo do Estado do Rio de Janeiro.
Para treinarmos tudo aquilo que foi estudado, e considerando que não contamos com 
muitas questões anteriores neste ponto da matéria, faremos uso de questões adaptadas ao 
estilo da prova e, de forma complementar, de questões inéditas.
Grande abraço e boa aula!
Diogo
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Poder Legislativo
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PODER LEGISLATIVO
1. Definições Preliminares
Para compreendermos o Poder Legislativo, necessitamos, em um primeiro momento, fa-
zer menção a diversos conceitos importantes relacionados com a divisão dos poderes e com 
o sistema de freios e contrapesos, assuntos típicos do direito constitucional.
Basicamente, o nosso Estado democrático é formado por três Poderes, sendo eles o 
Executivo, o Legislativo e o Judiciário. E essa divisão foi proposta de forma que cada poder 
pudesse exercer as suas atribuições de maneira autônoma, dando origem a um dos mais 
importantes postulados do nosso ordenamento, que é o princípio da separação dos poderes.
Podemos verificar tal divisão se analisarmos o texto da Constituição Federal, mais 
precisamente em seu artigo 2º, que assim dispõe:
São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Do mencionado artigo constitucional é que tiramos a base para todo o controle que é 
exercido na atividade administrativa. Importante frisar que duas são as características dos 
Poderes estabelecidos pela Constituição Federal: independência e harmonia.
Assim, consegue-se interpretar que a ideia do constituinte foi justamente estabelecer um 
sistema onde, ainda que cada Poder tivesse autonomia para tomar todas as decisões que 
fossem necessárias, esta liberdade não poderia implicar em condutas que contrariassem a 
própria finalidade para os quais os Poderes foram instituídos.
Em outras palavras, a Constituição estabelece atividades típicas para cada um dos poderes, 
mas deixa claro que é competência dos demais o controle e a fiscalização de tais atividades.
Desta forma, temos que a atividade típica do Poder Judiciário é a de julgar, a do Poder 
Legislativo é a de legislar e fiscalizar e a do Poder Executivo a de administrar.
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No entanto, ainda que a regra seja a de que cada poder desempenha as suas atividades 
típicas, temos que todos os poderes desempenham, de forma atípica, as atividades origina-
riamente atribuídas aos demais poderes.
No âmbito do Poder Legislativo, temos como atividades típicas as de legislar e de fiscalizar.
Nada impede, no entanto, que o Poder Legislativo, no exercício de suas funções atípicas, rea-
lize concurso público (função administrativa) ou julgue, nos casos estabelecidos em lei, o 
Governador e o Vice pelos crimes de responsabilidade (função judiciária).
Sendo assim, devemos memorizar, para fins de prova, que o PoderLegislativo desem-
penha as funções típicas de legislar e de fiscalizar. Atipicamente, o Poder Legislativo pode 
desempenhar as funções de administrar e de julgar.
1.1. estrutura Do PoDer legislativo
Em nosso ordenamento jurídico, contamos com o Poder Legislativo em todos os entes 
federativos. Assim, o Poder Legislativo Federal é exercido pelo Congresso Nacional, que, por 
sua vez, é composto de duas diferentes Casas Legislativas: o Senado Federal e a Câmara dos 
Deputados.
Sendo assim, é correto afirmar que vigora o bicameralismo federativo, ou seja, a estrutura 
composta por duas Casas Legislativas.
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O bicameralismo, por sinal, teve origem nos Estados Unidos. Na época, quando ocorreu a 
independência do Reino Unido, as colônias restantes se tornaram autônomas. Como forma de 
preservar a independência, resolveram se unir e formaram, com esta união, os Estados Unidos 
da América.
Neste momento, surgiu uma grande questão sobre a forma como as colônias seriam 
representadas. Considerando que havia, na época, uma grande diferença econômica entre 
boa partes das colônias, caso estas fossem representadas de forma proporcional ao número 
da população, as colônias maiores teriam uma enorme vantagem, sendo que as menores 
sequer seriam ouvidas.
Em sentido contrário, caso a representação fosse igualitária, as colônias menores, em 
maiores número, teriam um maior “poder de decisão” do que as colônias maiores.
A solução encontrada para o impasse foi a adoção do bicameralismo. Com isso, todas as 
medidas deveriam, obrigatoriamente, ser aprovadas em duas Casas Legislativas.
Outra informação que merece atenção é que as regras relacionadas com o bicameralismo 
apenas estão presentes na esfera federal. Nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, 
em sentido oposto, vigora o unicameralismo, sendo o Poder Legislativo exercido por apenas 
um Casa Legislativa (que será, respectivamente, a Assembleia Legislativa, a Câmara Legisla-
tiva e a Câmara de Vereadores).
Ente Federativo Poder Legislativo
União
Congresso Nacional
(formado pelo Senado Federal e pela Câmara de Deputados)
Estados Assembleia Legislativa
Distrito Federal Câmara Legislativa
Municípios Câmara de Vereadores
No Rio de Janeiro, o Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, que, por sua 
vez, é composta de Deputados Estaduais, representantes eleitos para mandatos de 4 anos.
Art. 94. O Poder Legislativo é exercido pela Assembleia Legislativa, composta de Deputados, repre-
sentantes do povo, eleitos entre cidadãos brasileiros, maiores de 21 anos, no exercício dos direitos 
políticos, por voto direto e secreto, na forma da legislação federal.
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Os Deputados Estaduais serão escolhidos pelos eleitores do Rio de Janeiro em eleições 
diretas e periódicas. Neste sentido, deve ser ressaltado que a escolha de tais representantes 
ocorrerá de acordo com as regras do sistema eleitoral proporcional.
Obs.: � O Sistema Proporcional adota uma sistemática completamente diferente daquela 
adotada nas eleições majoritárias, de forma que nem sempre o candidato de maior 
votação será o eleito para o cargo em disputa. Tal sistema tem por objetivo fazer com 
que os pequenos partidos políticos consigam eleger seus candidatos, em plena con-
sonância com o fundamento constitucional do Pluralismo Político.
 � A lógica é bem simples de entender: Se todas as eleições fossem realizadas pelo Sis-
tema Majoritário, certos partidos ou coligações (normalmente os de maior poder eco-
nômico) poderiam eleger seus candidatos para todas as cadeiras em disputa.
Vamos exemplificar os passos adotados para que seja possível a determinação dos 
eleitos nas eleições que adotam o Sistema Proporcional.
• 1º Passo: Determinação dos Votos Válidos
Chegamos aos Votos Válidos de uma eleição deduzindo-se, do total de votos apurados, 
os Votos em Branco e os Votos Nulos.
• 2º Passo: Determinação do Quociente Eleitoral
Para chegarmos ao quociente eleitoral, devemos dividir o total de votos válidos pelo 
número de lugares em disputa. Como raramente a divisão será exata, temos que a parte 
restante da mesma será desprezada quando igual ou inferior a meio (0,5) ou arredon-
dada para 1 quando superior a tal percentual.
• 3º Passo: Determinação do Quociente Partidário
De posse do quociente eleitoral, temos agora que estabelecer o quociente partidário, 
momento este em que começamos a verificar as cadeiras que vão sendo preenchidas 
por cada Partido ou Coligação.
Para isso, temos que dividir o total de votos atribuídos a cada Partido ou Coligação pelo 
quociente eleitoral, com a ressalva de que nesta divisão, ao contrário do que ocorre quando 
da apuração do quociente eleitoral, a fração sempre será desprezada.
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De acordo com a Constituição Estadual, o número de Deputados Estaduais corresponde 
ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de 36, 
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12.
Art. 94, Parágrafo único. O número de deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo 
da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será 
acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de doze.
Vamos entender tais regras?
De acordo com a proporção estabelecida na Constituição Federal, são reservadas para o 
estado do Rio de Janeiro um total de 46 vagas para Deputados Federais.
Como este número excede a 36, devemos calcular a quantidade de parlamentares que 
excede a 12. Como resultado, temos 34 (46-12).
Somando este número (34) ao anterior (36), chegamos ao total de Deputados Estaduais 
do Rio de Janeiro, que é, atualmente, de 70 parlamentares.
1.2. legislatura e Deliberações
De acordo com a Constituição, cada legislatura terá a duração de quatro anos.
Art. 95. Cada legislatura terá a duração de quatro anos, iniciando-se com a posse dos eleitos.
A legislatura pode ser definida como o período de tempo em que a Assembleia Legislativa 
desempenha as suas atividades. Assim, se considerarmos o período de duração do mandato 
de cada um dos representantes, é correto afirmar que os Deputados desempenham suas ati-
vidades durante 1 legislatura.
Não podemos confundir o conceito de legislatura, no entanto, com os de sessão legisla-
tiva e períodos legislativos.
A sessão legislativa possui duração anual, sendo, em linhas gerais, o período de tempo 
em que, no curso do corrente ano, os Deputados se reúnem para deliberar sobre as matérias 
de suas competências.
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A sessão legislativa, de acordo com a Constituição Estadual, ocorre no período de tempo 
compreendido entre 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 31 de dezembro.
Art. 107. A Assembleia Legislativa reunir-se-á anualmente, na Capital do Estado, de 1º de fevereiro 
a 30 de junho e de 1º de agosto a 31 de dezembro.
Você observou que há um intervalo de tempo no curso da sessão legislativa (mais preci-
samente entre os dias 1 a 31 de julho)?
Isso ocorre na medida em que cada um das sessões legislativas é dividida em dois perío-
dos legislativos. E ambos os períodos são divididos pelo recesso parlamentar.
Logo, o período legislativo pode ser definido como a divisão de cada uma das sessões 
legislativas. Consequentemente, as sessões legislativas sempre terão 2 períodos legislativos, 
da mesma forma que a legislatura terá, sempre, 4 sessões legislativas.
Legislatura
Período em que são desenvolvidas, por meio da Assembleia Legisla-
tiva, as atividades parlamentares.
Duração de 
4 anos
Sessão Legislativa
Período de tempo anual de exercício das atividades.
A legislatura, desta forma, é dividida em 4 sessões legislativas.
Duração de 
1 ano
Período Legislativo
Período de tempo semestral de exercício das atividades.
Assim, teremos 2 períodos legislativos no curso de uma sessão legis-
lativa e 8 períodos legislativos durante a legislatura como um todo.
Duração de 
6 meses
Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembleia Legislativa 
e de suas Comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de 
seus membros. Neste sentido é a previsão do artigo 96:
Art. 96. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações da Assembleia Legisla-
tiva e de suas Comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de 
seus membros.
Parágrafo único. As deliberações, a que se refere o caput deste artigo, serão sempre tomadas por 
voto aberto.
Assim, sempre que a Constituição Estadual não estabelecer um quórum diferenciado 
para a aprovação das matérias, o total exigido será o da maioria dos votos (maioria simples), 
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devendo, para a votação, a Casa Legislativa contar com a presença da maioria absoluta dos 
respectivos membros.
A maioria absoluta é alcançada pela presença de mais da metade dos membros da Casa 
Legislativa. No cálculo da maioria absoluta, são levados em conta todos os membros.
A maioria simples, por sua vez, trata-se da maioria dos votos dos representantes presen-
tes na sessão. Logo, é levado em conta, para fins de maioria simples, apenas os Deputados 
que estiverem presentes, e não, tal como ocorre com a maioria absoluta, o total de membros 
da Assembleia Legislativa.
De acordo com a previsão constitucional, o primeiro quórum a ser observado é o da aber-
tura da sessão. Neste momento, deveremos ter, obrigatoriamente, a maioria absoluta dos 
membros, ou seja, 50% + 1 dos Deputados Estaduais.
Atingido o quórum de abertura, as matérias serão aprovadas, como regra geral, pela maio-
ria simples, ou seja, pela maioria dos votos dos Deputados presentes.
1.3. autonomia Do PoDer legislativo
De acordo com as disposições do artigo 97, o Poder Legislativo goza de autonomia fun-
cional, administrativa e financeira.
Art. 97. Ao Poder Legislativo fica assegurada autonomia funcional, administrativa e financeira.
Quando falamos em autonomia, temos que compreender que a palavra em questão deriva 
do grego autós (por si) + nomos (lei). Logo, a autonomia está relacionada com a capacidade 
de autogestão interna que um órgão, uma entidade ou uma instituição possui para adotar as 
decisões e medidas que entender mais adequadas.
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Não podemos confundir a autonomia com a soberania. Enquanto a autonomia está rela-
cionada com a liberdade interna de atuação, a soberania trata-se de fundamento que apenas 
a República Federativa do Brasil possui, implicando na supremacia que o Estado possui tanto 
internamente quanto externamente.
A autonomia funcional consiste na possibilidade do Poder Legislativo tomar suas deci-
sões sem qualquer tipo de intervenção dos demais Poderes ou órgãos do Estado. Consiste, 
desta forma, na garantia de que a atividade-fim deve obediência, apenas, à lei e ao ordena-
mento jurídico. Estando de acordo com estes dois pilares (as leis e o ordenamento como 
um todo), não poderá a atividade-fim do Poder Legislativo sofrer qualquer tipo de influência 
externa.
Devemos distinguir a autonomia funcional da independência funcional assegurada aos 
membros do Poder Legislativo. Enquanto a autonomia diz respeito à atividade-fim da insti-
tuição (que não pode, como já afirmado, ser objeto de influência externa), a independência 
funcional assegura que as decisões de cada um dos membros do Poder Legislativo são inde-
pendentes, sem subordinação hierárquica a outros membro da instituição.
A autonomia administrativa, como o próprio nome sugere, confere ao Poder Legislativo 
a possibilidade de praticar todos os atos administrativos necessários para que a atividade 
administrativa interna (atividade-meio) transcorra de forma correta.
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A autonomia administrativa está relacionada com a organização interna da instituição, 
com a aquisição de materiais, com a realização de licitações, com a organização de concur-
sos públicos para a admissão de pessoal e, dentre tantas outras atividades, com a estrutura-
ção dos cargos e funções.
Consequentemente, não precisa o Poder Legislativo, por exemplo, de autorização do Po-
der Executivo para a realização de concurso público, ou então para a realização de licitação 
com o objetivo de adquirir materiais ou contratar serviços.
Já a autonomia financeira consiste na possibilidade do Poder Legislativo elaborar sua 
própria proposta orçamentária (desde que observados os limites legais) e aplicar e gerir 
tais recursos.
2. atribuições Da assembleia legislativa
No que se refere às competências e atribuições da Assembleia Legislativa, precisamos 
diferenciar aquelas que exigem a sanção do Governador daquelas que não exigem a mencio-
nada sanção. Para isso, faremos uso dos dispositivos presentes nos artigos 98 e 99 da norma 
estadual, de seguinte redação:
Art. 98. Cabe à Assembleia Legislativa com a sanção do Governador do Estado, não exigida esta 
para o especificado nos artigos 99 e 100, legislar sobre todas as matériasde competência do 
Estado, entre as quais:
I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
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II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito e dívida pública;
III – planos e programas estaduais de desenvolvimento, em conformidade com os planos e pro-
gramas nacionais;
IV – normas gerais sobre exploração ou concessão dos serviços públicos, bem como encampação 
e reversão destes, ou a expropriação dos bens de concessionárias ou permissionárias e autorizar 
cada um dos atos de retomada ou intervenção;
V – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que 
estabelece o art. 145, caput, VI, da Constituição;
VI – normas gerais sobre alienação, cessão, permuta, arrendamento ou aquisição de bens públicos;
VII – transferência temporária da sede do Governo;
VIII – organização e fixação dos efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar, obser-
vadas as diretrizes fixadas na legislação federal;
IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público, da Procuradoria Geral do Estado, 
da Defensoria Pública e do Tribunal de Contas do Estado;
X – criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios;
XI – exploração direta ou mediante concessão a empresa estatal em que o Poder Público estadual 
detenha a maioria do capital com direito a voto, com exclusividade de distribuição de serviços de 
gás canalizado;
XII – instituição de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;
XIII – criação, estruturação e atribuições das Secretarias de Estado e entidades da administração 
pública indireta.
XIV – fixar, por lei de sua iniciativa, os subsídios dos Deputados Estaduais, consoante § 2º do artigo 
27 da Constituição Federal;
XV – fixar, por lei de sua iniciativa, os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretá-
rios de Estado, consoante § 2º do artigo 28 da Constituição Federal;
XVI – tombamentos para fins de proteção de áreas ambientais e ecossistemas e conservação de 
patrimônio histórico e cultural.
Aqui, conforme mencionado, estamos diante de competências que, para serem exercidas, 
dependem da sanção do Governador do Estado.
Vejamos agora as competências privativas...
Art. 99. Compete privativamente à Assembleia Legislativa:
I – dispor sobre seu Regimento Interno, polícia e serviço administrativo de sua Secretaria, bem 
como criar, prover, transformar e extinguir os respectivos cargos, fixar sua remuneração, observa-
dos os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;
II – eleger os membros da Mesa Diretora, com mandato de dois anos, permitida a reeleição;
III – autorizar o Governador a ausentar-se do Estado por mais de quinze dias consecutivos;
IV – autorizar o Governador e Vice-Governador a se ausentarem do País;
V – estabelecer e mudar temporariamente sua sede, a de suas reuniões, bem como o local de reu-
nião de suas comissões permanentes;
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VI – dar posse ao Governador e ao Vice-Governador, bem como receber os respectivos compro-
missos ou renúncias;
VII – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos 
limites de delegação legislativa;
VIII – julgar anualmente as contas do Governador, apreciar os relatórios sobre a execução dos pla-
nos de Governo e proceder à tomada de contas, quando não apresentadas dentro de sessenta dias, 
após a abertura da Sessão Legislativa;
X – fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, inclusive os da administração indireta;
XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos 
outros Poderes;
XII – autorizar, por dois terços dos seus membros, a instauração de processo contra o Governador, 
o Vice Governador e os Secretários de Estado;
XIII – processar e julgar o Governador e o Vice-Governador nos crimes de responsabilidade e os 
Secretários de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
XIV – processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o Defensor 
Público Geral do Estado nos crimes de responsabilidade;
XV – aprovar previamente, por escrutínio aberto, após arguição pública, a escolha de Conselheiros 
do Tribunal de Contas do Estado, indicados pelo Governador;
XVI – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei ou de ato normativo estadual ou municipal 
declarado inconstitucional por decisão definitiva do Tribunal de Justiça;
XVII – destituir, por deliberação da maioria absoluta, o Procurador-Geral da Justiça antes do térmi-
no de seu mandato, na forma da lei complementar respectiva;
XVIII – apreciar, anualmente, as contas do Tribunal de Contas do Estado;
XIX – pedir intervenção federal, se necessário, para assegurar o livre exercício de suas funções;
XXI – autorizar referendo e convocar plebiscito;
XXII – autorizar previamente alienação, a título oneroso, de bens do Estado, na conformidade desta 
Constituição;
XXIII – receber renúncia de mandato de Deputado;
XXIV – emendar a Constituição, promulgar leis no caso do silêncio do Governador, expedir decretos 
legislativos e resoluções;
XXV – declarar a perda de mandato de Deputado, por maioria absoluta de seus membros;
XXVI – autorizar previamente operações financeiras externas de interesse do Estado.
XXVII – apreciar decretos de intervenção nos Municípios;
XXVIII – ordenar a sustação de contrato impugnado pelo Tribunal de Contas;
XXIX – apreciar vetos;
XXXII – autorizar previamente, por maioria absoluta dos Deputados, proposta de empréstimo ex-
terno a ser apresentada pelo Governador ao Senado Federal;
XXXIV – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas do Estado.
Com relação às competências privativas, duas situações merecem ser destacadas, sendo 
elas as seguintes atribuições:
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a) processar e julgar o Governador e o Vice-Governador nos crimes de responsabilidade e 
os Secretários de Estado nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
b) processar e julgar o Procurador-Geral de Justiça, o Procurador-Geral do Estado e o 
Defensor Público Geral do Estado nos crimes de responsabilidade;
Nestas hipóteses, estamos diante do Poder Legislativo exercendo sua função atípica de 
julgar. Em ambas as situações, funcionará como Presidente, na sessão de julgamento, o 
Presidente do Tribunal de Justiça, limitando-se a condenação, que somente será proferida 
por 2/3 dos votos da Assembleia Legislativa, à perda do cargo, com inabilitação, por 8 anos, 
para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções cabíveis.
2.1. ConvoCações e PeDiDos De informações
A Assembleia Legislativa, por maioria simples, ou qualquer de suas Comissões, poderá 
convocar Secretários de Estado e ProcuradoresGerais para prestar, pessoalmente, informa-
ções sobre assuntos de sua pasta, previamente determinados. Em caso de ausência sem 
justificação adequada, a omissão configura crime de responsabilidade.
Além disso, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa poderá encaminhar pedidos es-
critos de informação a Secretários de Estado ou a qualquer das autoridades públicas, impor-
tando em crime de responsabilidade a recusa ou o não-atendimento no prazo de 30 dias, bem 
como a prestação de informações falsas.
Poderá o Secretário de Estado, também, comparecer à Assembleia Legislativa e a qual-
quer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimento prévio com a Mesa Dire-
tora, para fazer exposição sobre assuntos relevante de sua pasta.
Com relação à possibilidade de requerimento, merece ser destacada a previsão do artigo 
101, de seguinte teor:
Art. 101. A qualquer Deputado ou Comissão da Assembleia Legislativa é permitido formular re-
querimento de informação sobre atos do Poder Executivo e de suas entidades de administração 
indireta, até o limite de doze requerimentos por ano e por requerente, constituindo crime de res-
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ponsabilidade, nos termos da lei, o não atendimento no prazo de trinta dias, ou a prestação de 
informações falsas.
Parágrafo único. Recebidos pela Mesa Diretora, pedidos de convocação de Secretários de Estado 
ou Procuradores Gerais ou requerimentos de informação deverão ser encaminhados aos respecti-
vos destinatários dentro de, no máximo, dez dias.
3. DePutaDos
A Assembleia Legislativa é formada por representantes do povo. Desta forma, é por meio 
do voto direto, universal e secreto que o corpo eleitoral nacional escolhe os Deputados Esta-
duais que irão representar a população durante o mandato de 4 anos.
Ao contrário do que ocorre com os cargos dos Chefes do Poder Executivo (Presidente, 
Governadores e Prefeitos), que apenas podem ser reeleitos para um mandato subsequente, 
não há qualquer tipo de vedação à reeleição dos membros da Assembleia Legislativa. Logo, 
os Deputados podem perfeitamente ser reeleitos para vários mandatos subsequente, depen-
dendo apenas da votação do corpo de eleitores do respectivo Estado da federação.
Para poder tomar posse como Deputado Estadual, o candidato deve atender a uma série 
de requisitos estabelecidos no texto da Constituição Federal:
a) ter idade mínima de 21 anos;
b) estar filiado a um partido político no prazo exigido pela Justiça Eleitoral;
c) ter domicílio eleitoral no local em que irá concorrer;
d) ser brasileiro (nato ou naturalizado);
3.1. imuniDaDes
Em nosso ordenamento jurídico, as funções desempenhadas pelos Deputados são con-
sideradas imprescindíveis para a preservação do “Estado Democrático de Direito”. Neste 
sentido, aos parlamentares são asseguradas determinada imunidades, que, em linhas gerais, 
possuem o objetivo de possibilitar que as funções sejam desempenhadas da forma mais in-
dependente e livre possível.
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Assim, podemos conceituar as imunidades como as prerrogativas de ordem pública con-
feridas as parlamentares. Considerando que as prerrogativas são de ordem pública, tais ga-
rantias são irrenunciáveis pelos Deputados.
Importante destacar que as imunidades têm início no momento em que os Deputados são 
diplomados, e não a partir do momento da posse.
A diplomação trata-se da última fase do processo eleitoral, podendo ser entendida como 
o ato por meio do qual a Justiça Eleitoral, em solenidade pública, entrega aos candidatos 
eleitos (bem como aos respectivos suplentes) diploma que assegura a estes o direito de to-
marem posse e de exercerem o mandato no cargo para o qual foram eleitos.
Ainda que a diplomação seja realizada para os Deputados e para os respectivos suplen-
tes, as imunidades não são estendidas para os suplentes dos cargos eletivos, alcançando, em 
sentido diverso, apenas os titulares dos respectivos mandatos.
As imunidades de Deputados subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspen-
sas mediante o voto de 2/3 dos membros da Assembleia Legislativa, nos casos de atos pra-
ticados fora do recinto da Assembleia Legislativa, que sejam incompatíveis com a execução 
da medida.
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De acordo com a doutrina, as imunidades dos parlamentares podem ser divididas em 
material e formal.
3.1.1. Imunidade Material
A imunidade material, também conhecida como imunidade real, é a que estabelece a in-
violabilidade dos Deputados no que diz respeito às suas opiniões, palavras e votos. Tal imu-
nidade está prevista no artigo 102 da Constituição Estadual, de seguinte redação:
Art. 102 Os Deputados são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras 
e votos.
De acordo com a garantia da imunidade material, o parlamentar será inviolável por suas 
opiniões, palavras e votos. No entanto, esta espécie de imunidade pode ser de ordem absoluta 
ou relativa.
Sendo assim, sempre que as opiniões, palavras e votos forem proferidos no âmbito do 
plenário, a imunidade será absoluta, uma vez que, nesta hipótese, há completa ligação entre 
as manifestações parlamentares e o desempenho da função pública.
Em sentido oposto, quando as opiniões, palavras e votos forem proferidas fora do plená-
rio, a imunidade goza de presunção relativa. Nestas situações, deve ser analisado se o ato do 
parlamentar possui ou não conexão com as funções desempenhadas.
Em outros termos, caso as opiniões, palavras e votos tenham ligação com a função pú-
blica, o parlamentar estará abrangido pela imunidade. Caso não tenham qualquer tipo de li-
gação, não há que se falar em imunidade, cabendo assim a responsabilização civil e penal do 
parlamentar.
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3.1.2. Imunidade Formal
A imunidade formal é a que diz respeito aos aspectos relacionados com a prisão dos par-
lamentares e com o respectivo processo.
Se na imunidade material tínhamos uma diferença entre os atos praticados pelos parla-
mentares em relação à população em geral, na imunidade formal a infração cometida pelo 
parlamentar continua existindo, assim como ocorre com os demais particulares. A diferença 
está apenas nas garantias conferidas aos Deputados com relação ao trâmite do processo e 
com eventual prisão.
Podemos dividir a imunidadeformal em três grandes categorias de prerrogativas: quanto 
à prisão, quanto ao foro privilegiado e quanto ao processo.
a) imunidade relacionada com a prisão
Com relação à prisão, a imunidade conferida aos Deputados está expressa no artigo 102, 
§ 2º, de seguinte redação:
Art. 102, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros da Assembleia Legislativa não poderão 
ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro 
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de vinte e quatro horas à Assembleia Legislativa, para que, pelo voto da maioria de seus membros, 
resolva sobre a prisão.
Sendo assim, desde o momento em que ocorrer a diplomação, não poderão os membros 
da Assembleia Legislativa, como regra geral, ser presos. A vedação à prisão alcança até mes-
mo a do Deputado que seja devedor de prestação alimentícia, que é uma das exceções à regra 
da impossibilidade de prisão por dívida em nosso ordenamento jurídico.
Art. 5º, LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento vo-
luntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
Em caráter de exceção, temos a hipótese de flagrante pelo cometimento de crime inafian-
çável, oportunidade em que o parlamentar, ainda que abrangido pela imunidade formal, pode-
rá ser preso. Na situação de cometimento de crime inafiançável, os autos do processo serão 
remetidos, dentro de 24 horas, à Casa Legislativa respectiva, para que, pelo voto da maioria de 
seus membros, resolva sobre a prisão.
Importante salientar que, de acordo com o entendimento dos tribunais superiores, a imu-
nidade formal não alcança a prisão do parlamentar que sofrer condenação criminal mediante 
sentença que tenha transitado em julgado, ou seja, que não possa mais ser objeto de recurso.
Sendo assim, é correto afirmar que a imunidade parlamentar formal alcança apenas a 
impossibilidade de prisão do Deputado que esteja respondendo a um processo criminal. Em 
caso de condenação que tenha transitado em julgado, a prisão poderá perfeitamente ocorrer.
b) imunidade relacionada com o foro privilegiado
Basicamente, o foro por prerrogativa de função (ou foro privilegiado) trata-se de uma prer-
rogativa concedida a certas autoridades detentoras de poder, tais como os Parlamentares, os 
Magistrados e os Chefes do Poder Executivo.
Estas autoridades possuem o direito (prerrogativa) de serem processadas e julgadas, no 
âmbito das ações de natureza penal, por tribunais e juízes especializados, escapando assim 
do julgamento da justiça comum.
Com relação aos parlamentares, a imunidade relacionada como o foro privilegiado está 
prevista no artigo 102, § 1º, da Constituição Federal, de seguinte redação:
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Art. 102, § 1º Os Deputados, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento peran-
te o Tribunal de Justiça.
Sendo assim, após a diplomação, os parlamentares passam a ter a prorrogativa de serem 
julgados pelo TJ. No entanto, deve ser salientado que a imunidade alcança apenas as ações 
de natureza penal, ou seja, os crimes cometidos. No âmbito das ações de natureza cível, em 
sentido contrário, não há que se falar em imunidade.
De igual forma, o foro por prerrogativa de função abrange até mesmo as ações decorren-
tes de infrações eventualmente cometidas antes da diplomação. Assim, caso um candidato 
tenha cometido um crime e seja, posteriormente, eleito, passará ele, após a diplomação, a ter 
a garantia da imunidade formal, apenas podendo ser julgado pelo Tribunal de Justiça.
Contrariamente, deve ser mencionado que o término do mandato implica, igualmente, no 
fim do foro por prerrogativa de função. Logo, um Deputado que esteja respondendo a pro-
cesso perante o TJ terá, com o término do mandato, o fim da prerrogativa, devendo os autos 
processuais ser remetidos para a Justiça Comum.
c) imunidade relacionada com o processo
Basicamente, a imunidade formal relacionada com o processo consiste na possibilidade 
de sustação da tramitação pela Assembleia Legislativa.
Art. 102, § 3º Recebida a denúncia contra o Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o 
Tribunal de Justiça dará ciência à Assembleia Legislativa, que, por iniciativa de partido político 
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Assembleia Legislativa no prazo improrrogável de 
quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.
Desta forma, tendo sido recebida a denúncia contra parlamentar por um crime cometido 
após a diplomação, o TJ dará início ao processo de julgamento, não havendo necessidade de 
qualquer tipo de autorização por parte da Casa Legislativa.
Iniciado o processo, o Tribunal de Justiça dará ciência à Casa Legislativa da tramitação 
do processo contra o parlamentar. Após a ciência, poderá a Casa Legislativa, desde que por 
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iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria dos seus membros, 
sustar, até a decisão final, o andamento da ação.
Deve ser salientado que, de acordo com a previsão constitucional, o pedido de sustação 
deverá ser apreciado pela Casa Legislativa no prazo improrrogável de 45 dias, prazo este que 
terá início a partir do recebimento pela Mesa Diretora.
Como não poderia deixar de ser, a sustação, quando realizada pela Casa Legislativa, im-
plica também na suspensão da prescrição com relação à infração cometida pelo parlamentar.
3.2. Prerrogativas
Além das imunidades, a Constituição Estadual elenca duas outras prerrogativas aos De-
putados. Neste ponto da matéria, deve ser ressaltado que, ainda que parte da doutrina enten-
da que estas prerrogativas estejam dentro do campo da imunidade, o mais correto é tratá-las 
de forma separada, uma vez que ambas não possuem relação com os aspectos material ou 
formal das demais imunidades.
Sendo assim, podemos estabelecer que são prerrogativas conferidas aos parlamentares 
as presentes nos § § 6º e 7º do artigo 102:
Art. 102, § 6º Os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou 
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles 
receberam informações.
§ 7º A incorporação de Deputados às Forças Armadas, embora militares e ainda que em tempo de 
guerra, dependerá de prévia licença da Assembleia Legislativa.
Logo, os Deputados não serão obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou 
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que prestaram a eles 
ou deles receberam tais informações. A ideiadesta prerrogativa é conferir uma espécie de 
garantia para que o parlamentar possa fazer uso de todas as informações que cheguem ao 
seu conhecimento, inclusive quando relacionadas com algum tipo de irregularidade que exija 
uma eventual apuração.
No caso de incorporação às Forças Armadas, os Deputados dependem, ainda que mili-
tares e embora em tempo de guerra, de prévia licença da Casa Legislativa à qual pertençam.
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3.3. imPeDimentos
Em seu artigo 103, a Constituição Estadual elenca uma série de impedimentos e vedações 
que devem ser observadas pelos Deputados desde o momento da diplomação e desde o mo-
mento da posse.
Como já ressaltado, a diplomação ocorre em momento anterior à posse, tratando-se de 
um ato declaratório da Justiça Eleitoral. A posse, que ocorre posteriormente, é o ato por meio 
do qual o parlamentar efetivamente é investido no cargo eletivo para o qual foi eleito.
Neste ponto da matéria, temos que memorizar e diferenciar as vedações que devem ser 
observadas desde a diplomação daquelas que apenas precisam ser observadas pelo parla-
mentar a partir da posse.
Vedações a partir da Diplomação Vedações a partir da Posse
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica 
de direito público, autarquia, empresa pública, 
sociedade de economia mista ou empresa con-
cessionária de serviço público, salvo quando o 
contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego 
remunerado, inclusive os de confiança, nas enti-
dades constantes da alínea anterior;
a) ser proprietários, controladores ou diretores de 
empresa que goze de favor decorrente de contrato 
com pessoa jurídica de direito público, ou nela 
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demis-
síveis ad nutum em pessoa jurídica de direito 
público, autarquia, empresa pública, sociedade de 
economia mista ou empresa concessionária de 
serviço público;
c) patrocinar causa em que seja interessada 
pessoa jurídica de direito público, autarquia, 
empresa pública, sociedade de economia mista 
ou empresa concessionária de serviço público;
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato 
público eletivo.
3.4. PerDa Do manDato
Nos artigos 104 e 105 da Constituição, encontramos situações em que o Deputado Esta-
dual perderá ou não o mandato para o qual foi eleito.
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Nas situações de perda do mandato, a depender da hipótese ensejadora, poderemos ter 
a declaração da Mesa Legislativa (de ofício ou por provocação) ou então a decisão da Casa 
Legislativa respectiva.
Perda do Mandato declarada pela Mesa
(de ofício ou por provocação)
Perda do Mandato decidida pela Casa Legislativa
a) parlamentar que deixar de comparecer, em 
cada sessão legislativa, à terça parte das ses-
sões ordinárias, salvo licença ou missão por esta 
autorizada pela Assembleia Legislativa;
b) parlamentar que perder ou tiver suspensos os 
direitos políticos;
c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos 
casos previstos na Constituição Federal;
a) parlamentar que infringir qualquer das veda-
ções constitucionais (desde a diplomação e desde 
a posse)
b) parlamentar cujo procedimento for declarado 
incompatível com o decoro parlamentar;
c) parlamentar que sofrer condenação criminal em 
sentença transitada em julgado.
Neste sentido é o texto da Constituição Estadual, conforme observa-se da análise do 
artigo 104:
Art. 104. Perderá o mandato o Deputado:
I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias, 
salvo licença ou missão autorizada pela Assembleia Legislativa;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos na Constituição da República;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no Regimento Interno, 
o abuso das prerrogativas asseguradas a membro da Assembleia Legislativa ou a percepção de 
vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos do incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Assembleia Legislativa, 
por voto aberto e maioria absoluta, mediante provocação da Mesa Diretora ou de partido político 
com representação na Casa, assegurada ampla defesa § 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, 
a perda será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, 
ou de partido político representado na Assembleia Legislativa, assegurada plena defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato, 
nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que tratam os 
§ § 2º e 3º.
Devemos conhecer, também, as situações que, ainda que o parlamentar esteja ausente 
das funções, não acarretam a perda do mandato eletivo. Desta forma, não perderá o mandato 
o Deputado ou Senador:
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a) investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Es-
tado, do Distrito Federal, de Território, Secretário Municipal de Prefeitura de Capital 
e de Município com no mínimo 300.000 eleitores, ou de Chefe de missão diplomática 
temporária;
b) licenciado por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse parti-
cular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legis-
lativa.
Obs.: � O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções públicas 
ou de licença superior a 120 dias. Ocorrendo vaga e não havendo suplente, será reali-
zada eleição para preencher a vaga caso faltem mais de 15 meses para o término do 
mandato.
4. reuniões
As sessões legislativas podem ser definidas como o período de tempo de um ano de tra-
balho da Assembleia Legislativa. Tais sessões podem ser tanto ordinárias quanto extraordi-
nárias.
As sessões ordinárias são aquelas realizadas no período “normal” de tempo da sessão le-
gislativa, ou seja, de 1º de fevereiro a 30 de junho e de 1º de agosto a 31 de dezembro. Quando 
tais datas caírem em sábados, domingos ou feriados, serão transferidas para o primeiro dia 
útil subsequente.
Art. 107. A Assembleia Legislativa reunir-se-á anualmente, na Capital do Estado, de 1º de fevereiro 
a 30 de junho e de 1º de agosto a 31 de dezembro.
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil subsequen-
te, quando recaírem em sábados, domingos e feriados.
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes 
orçamentárias.
§ 3ºA Assembleia Legislativa reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, 
no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros; no primeiro e no terceiro ano, para 
eleição da Mesa Diretora.
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Já as sessões extraordinárias ocorrem quando estivermos diante de situações específi-
cas. A depender da hipótese, diferentes serão as autoridades responsáveis pela convocação 
extraordinária, conforme previsão do § § 4º a 7º do artigo 107:
Art. 107, § 4º A convocação extraordinária da Assembleia Legislativa será feita:
I – pelo seu Presidente, em caso de intervenção em Município, bem como para receber o compro-
misso e dar posse ao Governador e ao Vice-Governador do Estado;
II – pela Mesa Diretora ou a requerimento de um terço dos Deputados que compõem a Assem-
bleia Legislativa para apreciação de ato do Governador do Estado que importe em crime de 
responsabilidade;
III – pelo Governador do Estado, pelo Presidente da Assembleia Legislativa ou a requerimento da 
maioria dos seus membros, em caso de urgência ou interesse público relevante.
§ 5º Na sessão legislativa extraordinária, a Assembleia Legislativa somente deliberará sobre a ma-
téria para a qual tiver sido convocada.
§ 6º Quando houver convocação extraordinária, os Deputados não farão jus a qualquer tipo de 
remuneração adicional.
§ 7º A Assembleia Legislativa poderá reunir-se de forma itinerante, conforme calendário previa-
mente determinado, em Municípios Polos das Regiões do Estado.
5. Comissões
A Assembleia Legislativa terá comissões permanentes e temporárias, constituídas na for-
ma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua 
criação.
No momento da constituição das Mesas Legislativas e de cada uma das Comissões, é 
assegurada, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos 
parlamentares que participam da Assembleia Legislativa.
Tanto é que, durante o recesso, haverá uma comissão representativa da Assembleia Le-
gislativa, com atribuições definidas no Regimento Interno, cuja composição reproduzirá, tan-
to quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária, eleita na última sessão 
ordinária de cada período legislativo.
De acordo com a Constituição Estadual, às comissões, em razão da matéria de sua com-
petência, cabe o desempenho das seguintes competências:
• Discutir e votar projeto de lei que dispensar na forma do Regimento, a deliberação do 
plenário, salvo recurso de um décimo dos membros da Assembleia Legislativa;
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• Realizar audiências públicas com entidades representativas da sociedade civil;
• Convocar Secretário de Estado ou Procurador-Geral para prestar informações sobre 
assuntos inerentes a atribuições de sua pasta;
• Receber petições, reclamações, representações ou queixas contra atos ou omissões 
das autoridades ou entidades públicas;
• Solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;
• Apreciar programas de obras, planos estaduais, regionais e setoriais de desenvolvi-
mento e sobre eles emitir parecer.
5.1. as Comissões Parlamentares De inquérito
Uma atenção especial deve ser dada às comissões parlamentares de inquérito (CPI), uma 
vez que tais comissões, ainda que constituídas em caráter temporário e com a finalidade de 
apurar um fato certo, possuem, de acordo com a Constituição, poderes de investigação pró-
prios das autoridades judiciais.
Art. 109, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação pró-
prios das autoridades judiciais, além de outros previstos no Regimento Interno da Casa, serão 
criadas a requerimento de um terço dos membros da Assembleia Legislativa, para apuração de fato 
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério 
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
Inicialmente, precisamos saber que dois são os requisitos que devem ser observados para 
que as CPIs possam ser criadas:
a) requerimento de, pelo menos, 1/3 dos membros da respectiva Casa Legislativa;
a) ter a finalidade de apurar um fato determinado e por prazo certo, o que implica em 
afirmar que as comissões parlamentares de inquérito são consideradas comissões 
temporárias, e não comissões definitivas;
Após a constituição, uma série de prerrogativas são conferidas às CPIs para que estas 
possam melhor desempenhar suas atividades.
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O STF, por exemplo, já entendeu que tais comissões podem determinar a quebra do sigilo 
bancário, fiscal e de dados, conforme se verifica no teor do Mandado de Segurança 23.452/
RJ:
O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre os dados/
registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações 
telefônicas) - ainda que representem projeções específicas do direito à intimidade, fun-
dado no art. 5º, X, da Carta Política - não se revelam oponíveis, em nosso sistema jurí-
dico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra 
traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela própria 
Constituição da República, aos órgãos de investigação parlamentar.
Para que tais atividades sejam exercidas, no entanto, devem as CPIs demonstrar que o 
acesso a tais informações se revela essencial ao correto deslinde dos fatos.
Da mesma forma, as comissões parlamentares de inquérito não possuem poderem ilimi-
tados, não podendo, ainda de acordo com o entendimento do STF, determinar a realização de 
diligências de busca e apreensão domiciliar ou a decretação da indisponibilidade dos bens 
(atividades típicas do Poder Judiciário).
Também não podem as CPIs determinar a interceptação telefônica daqueles que estão 
sendo investigados pela comissão. Um cuidado maior merece ser dado a este ponto, uma vez 
que a distinção entre a interceptação telefônica e a quebra do sigilo dos registros telefônicos 
é fundamental para a compreensão das prerrogativas atribuídas às CPIs.
A quebra dos registros telefônicos diz respeito aos dados já produzidos pelas partes antes 
da determinação da comissão. Por se tratar de informações pretéritas, já produzidas, podem 
ser acessados pelas CPIs sem a necessidade de autorização do Poder Judiciário.
A interceptação telefônica, no entanto, refere-se aos dados que ainda serão produzidos a 
partir da dada da adoção da medida. Como tratam-se de dados inéditos, ainda não produzi-
dos, estão assegurados pela proteção constitucional da inviolabilidade do acesso às comu-
nicações, conforme previsão do artigo 5º, XII, da Constituição Federal:
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Art. 5º, XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e 
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
A interceptação telefônica, desta forma, não pode ser determinada pelas comissões par-
lamentares de inquérito, mas sim apenas pelo Poder Judiciário.
Como forma de facilitar o entendimento, relaciona-se a seguir as prerrogativas que po-
dem ou não ser adotadas pelas comissões parlamentares de inquérito:
As CPIs podem As CPIs não podem
Determinar a quebra do sigilo fiscal, bancário e de 
dados (informações pretéritas, já produzidas)
Determinar a interceptação telefônica (informações iné-
ditas, ainda não produzidas)
Determinar a quebra do sigilo bancário Determinar busca e apreensão domiciliar
Determinar a quebra de dados telefônicos (infor-
mações pretéritas, já produzidas)
Determinar a ordem de prisão
Realizar a prisão em flagrante Determinar a indisponibilidade dos bens (bloqueio)
Realizar todas as diligências que entender necessárias Determinar a prisão preventiva
Convocar autoridades e testemunhas para prestar 
depoimentos
Investigar fatos decorrentes de outros entes federativos
6. ProCesso legislativo
O processo legislativo pode ser conceituado como o conjunto de atos e de procedimentos 
necessários para que um ato normativo primário seja aprovado.
Os atos normativos primários são aqueles que, em linhas gerais, inovam no ordenamento 
jurídico, podendo instituir obrigações e deveres para todos os particulares atingidos pelas 
disposições da norma editada. Exemplo clássico de ato normativo primário são as leis e as 
medidas provisórias.
Tais espécies normativas se diferenciam, por exemplo, dos atos normativos secundários, 
que, em sentido contrário, não inovam no ordenamento jurídico, sendo editados, apenas, com 
o objetivo de regulamentar e detalhar as normas primárias. Como exemplo de atos secundá-
rios, temos os Decretos, as Portarias e as Resoluções Internas.
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Neste sentido, as regras relacionadas com o processo legislativo dizem respeito às diver-
sas espécies de normas que podem ser editadas pelo Poder Legislativo Estadual. No Estado 
do Rio de Janeiro, seis são as principais hipóteses de normas que estão compreendidas no 
processo legislativo, sendo elas:
a) emendas à Constituição;
b) leis complementares à Constituição;
c) leis ordinárias;
d) leis delegadas;
e) decretos legislativos;
f) resoluções.
6.1. emenDa à Constituição
A Constituição Estadual é a principal norma a ser observada no âmbito do estado do Rio 
de Janeiro. Logo, são os seus mandamentos que devem ser observados, como regra geral, em 
todas as atuações que não ultrapassem a competência do respectivo ente federativo.
Consequentemente, a Constituição, para sua emenda, exige um processo mais dificultoso, 
por exemplo, do que aquele utilizado para a edição ou alteração de uma lei ordinária.
Neste sentido, a Constituição Estadual apenas poderá ser emendada mediante proposta 
do Governador do Estado, de um terço, no mínimo, dos membros da Assembleia Legislativa, 
de mais da metade das Câmaras Municipais do Estado, manifestando-se, cada uma delas, 
pela maioria relativa de seus membros, e mediante iniciativa popular.
Art. 111. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I – de um terço dos membros de Assembleia Legislativa;
II – do Governador do Estado;
III – de mais da metade das Câmaras Municipais do Estado, manifestando-se, cada uma delas, pela 
maioria relativa de seus membros;
IV – de iniciativa popular, subscrita por, no mínimo, um por cento do eleitorado estadual, distri-
buído, pelo menos, em um décimo dos municípios existentes no Estado, com não menos de três 
décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
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Além disso, a norma elenca situações em que a Constituição Estadual não poderá ser 
objeto de emenda. Consequentemente, quando estivermos diante de estado de sítio, de esta-
do de defesa ou, ainda, quando o Estado estiver sob intervenção federal, a Constituição não 
poderá ser emendada.
Precisamos memorizar isso? Com toda certeza...
Uma vez observadas as restrições acima, bem como os legitimados com competência 
para dar início ao processo, a emenda seguirá o seguinte rito:
a) a proposta será discutida e votada em dois turnos e considerada aprovada se obtiver, 
em ambos, três quintos dos votos dos membros da Assembleia Legislativa.
b) a emenda à Constituição, com o respectivo número de ordem, será promulgada pela 
Mesa da Assembleia.
c) a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não 
pode ser reapresentada na mesma sessão legislativa.
6.2. leis
O princípio da legalidade está relacionado com a ideia de que toda e qualquer obrigação 
apenas pode ser exigida da coletividade por meio da manifestação da população.
E isso é bem simples de entender: uma vez que se é a população quem escolhe seus re-
presentantes através do voto, presume-se que ela, a população, é quem atua, ainda que indi-
retamente, através da manifestação de seus representantes.
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E, como se sabe, toda e qualquer norma jurídica que inove o ordenamento deve ter a par-
ticipação dos representantes populares. Indiretamente, portanto, quem está editando leis e 
inovando o ordenamento pátrio é a própria população.
Nesse sentido se posiciona o autor Hely Lopes Meirelles:
As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus preceitos não podem ser des-
cumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma 
vez que contêm verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos.
O conceito da legalidade, desta forma, é o de que aos particulares é permitido fazer tudo 
aquilo que não esteja proibido em lei.
Em outros termos, os particulares podem, como regra geral, adotar os comportamentos 
que entendam ser os melhores para cada situação. Há assim uma liberdade de atuação asse-
gurada a todos os administrados.
Quando, no entanto, houver uma lei estabelecendo a vedação a determinado comporta-
mento, a eventual prática da conduta vedada implica em descumprimento da lei, ensejando a 
aplicaçãode penalidades aos responsáveis.
Importante diferenciarmos o conceito de lei em sentido lato do da lei em sentido estrito, 
também conhecida como lei formal.
A lei em sentido lato compreende todas as normas expedidas pelos Poder Público, poden-
do ou não inovar no ordenamento jurídico.
Importante mencionar que não há necessidade destas normas serem chamadas especi-
ficamente de “leis”. Como exemplo, podemos citar os decretos autônomos, que, nas estritas 
possibilidades da Constituição Federal, podem inovar no ordenamento jurídico.
A lei em sentido estrito, por outro lado, compreende apenas as normas que são dotadas 
das características da generalidade e da abstração.
A característica da generalidade afirma que tais normas alcançam um número indeter-
minado de administrados. Já de acordo com a abstração, as leis em sentido estrito não se 
aplicam exclusivamente a um caso concreto, mas a todas as hipóteses que se enquadrarem 
nas situações nela previstas.
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De acordo com a Constituição Estadual, a iniciativa das leis complementares e ordinárias 
cabe a qualquer membro ou Comissão da Assembleia Legislativa, ao Governador do Estado, 
ao Tribunal de Justiça, ao Ministério Público e aos cidadãos.
Em determinadas matérias, no entanto, as leis apenas poderão ser iniciadas pelo Gover-
nador do Estado, conforme previsão do § 1º do artigo 112:
Art. 112, § 1º São de iniciativa privativa do Governador do Estado as leis que:
I – fixem ou alterem os efetivos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar;
II – disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica do Poder 
Executivo ou aumento de sua remuneração;
b) servidores públicos do Estado, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposen-
tadoria de civis, reforma e transferência de militares para a inatividade;
c) organização do Ministério Público, sem prejuízo da faculdade contida no artigo 172 desta Cons-
tituição, da Procuradoria Geral do Estado e da Defensoria Pública;
d) criação e extinção de Secretarias de Estado e órgãos da administração pública, observado o 
disposto o art. 145, caput, VI, da Constituição;
Em caso de dúvida em relação as matérias de competência exclusiva do Governador do 
Estado, a sanção torna superado o possível vício de iniciativa. Sendo assim, ainda que uma 
matéria de competência privativa não tenha sido iniciada pelo Governador, a sanção deste faz 
com que a norma fique em sintonia com o ordenamento jurídico, não havendo que se falar em 
vício de iniciativa.
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O Governador do Estado pode solicitar urgência para apreciação de projetos de sua ini-
ciativa. Caso, após a solicitação, a Assembleia Legislativa não se manifestar sobre a propo-
sição em até 45 dias, esta deverá ser incluída na ordem do dia, sobrestando-se a deliberação 
quanto aos demais assuntos, para que se ultime a votação. Entretanto, o prazo mencionado 
não corre nos períodos de recesso da Assembleia Legislativa, nem se aplica aos projetos de 
código.
E qual o fluxo a ser observado para que uma lei seja aprovada?
Basicamente, o projeto de lei observa as seguintes etapas:
1º) Após o projeto de lei ser aprovado, será ele será enviado ao Governador do Estado, o 
qual, aquiescendo, o sancionará.
2º) Se o Governador do Estado considerar o projeto de lei, no todo ou em parte, inconsti-
tucional ou contrário ao interesse público, irá ele vetar total ou parcialmente, no prazo de 15 
dias úteis, contado da data do recebimento. O veto parcial somente abrangerá texto integral 
de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea
3º) Em caso de veto, deverá o Governador comunicar, dentro de 48 horas, os respectivos 
motivos ao Presidente da Assembleia Legislativa.
4º) Decorrido o prazo de 15 dias úteis, o silêncio do Governador importará sanção do 
projeto de lei.
5º) O veto será apreciado no prazo de 30 dias, a contar de seu recebimento, só podendo 
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos membros da Assembleia Legislativa, em es-
crutínio aberto. Esgotado, sem deliberação, o prazo de 30 dias, o veto será colocado na ordem 
do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
6º) Se o veto for rejeitado, será o projeto enviado, para promulgação, ao Governador. Se 
a lei não for promulgada dentro de 48 horas, pelo Governador, o Presidente da Assembleia 
Legislativa a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao primeiro Vice-Presi-
dente realizar a medida.
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6.2.1. Leis Complementares
Com relação às leis complementares, no entanto, precisamos memorizar que estas serão 
sempre aprovadas por maioria absoluta dos votos.
Isso não significa, contudo, que haja uma hierarquia entre as leis complementares e as 
leis ordinárias. Ambas as espécies normativas, ao contrário do que possa dar a entender, es-
tão situadas no mesmo nível hierárquico.
A lei complementar, assim como ocorre com a lei ordinária, são instrumentos de atuação, 
como regra geral, do Poder Legislativo. Por meio da edição das leis, os representantes do povo, 
dentre outros legitimados pela Constituição Federal, podem fazer valer a vontade popular.
Ambos os instrumentos (lei ordinária e lei complementar) se diferenciam, no entanto, com 
relação a dois importantes aspectos: a matéria e o quórum necessário para a aprovação.
Com relação à matéria, todos os assuntos em que a Constituição Federal exigir, ex-
pressamente, a edição de lei complementar, apenas podem ser normatizados por meio 
deste instrumento.
Neste sentido, expressões como “lei complementar estabelecerá” ou “lei complementar 
disporá” apenas podem ser objeto de lei complementar, e não de lei ordinária.
Adotando-se o critério residual, todas as demais matérias, ou seja, aquelas em que a 
Constituição não determina expressamente a necessidade de edição de uma lei complemen-
tar, podem ser objeto de lei ordinária.
Como exemplo, podemos citar diversos artigos onde a Constituição apenas menciona 
que “lei estabelecerá”. Nestas situações, a regulamentação da matéria poderá ser feita por lei 
ordinária, não sendo exigida a edição de lei complementar.
No que se refere ao quórum de aprovação, a lei complementar exige, para a sua aprovação, 
a maioria absoluta dos votos dos membros do respectivo órgão.
Assim, se estivermos diante de um órgão com, por exemplo, 81 membros, a lei comple-
mentar apenas será aprovada se pelo menos 41 membros votarem neste sentido.
A lei ordinária, em sentido oposto, exige apenas a aprovação por parte da maioria simples. 
Logo, se tomarmos como exemplo a situação do órgão anteriormente mencionado (composto 
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