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02 - RESUMO REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

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Direito Administrativo: Regime Jurídico Administrativo 
Regime jurídico administrativo
Conceito de Administração Pública
Inexiste a alegada confusão entre Administração Pública e Poder Executivo, visto que os demais Poderes da República também podem agir como Administração Pública, no exercício atípico de função administrativa.
Em seu sentido formal, trata-se do conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa. Ademais, inexistem equívocos no conceito de função administrativa aqui ofertado, vale dizer, atividade consistente na defesa concreta do interesse público.
Ao Poder Judiciário também é permitido o exercício atípico de função administrativa. Ex: realizar licitações e concursos públicos, aplicação de penalidade disciplinar a seus servidores, concessão de licenças e férias a seus magistrados e servidores, dentre outros.
A Administração Pública, em sentido material, não se confunde com a função de governo, aqui entendida a atividade estatal de fixação de políticas públicas essenciais à condução do País. A Administração Pública, por sua vez, envolve a execução de políticas públicas, e não a sua fixação.
Em sentido amplo, o conceito de Administração Pública abarca o exercício da função política, que consiste basicamente na fixação das políticas públicas, e da função administrativa, encarregada de executar tais diretrizes fundamentais. E, nesta acepção, o enfoque é objetivo, porquanto leva-se em conta a atividade, e não quem a está executando.
Critério subjetivo, orgânico ou formal: pode-se definir Administração Pública, em sentido subjetivo, como o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado, ou seja, são os entes (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos) que exercem a função administrativa. Consiste na própria estrutura da Administração Pública.
Critério objetivo, funcional ou material: em sentido objetivo, a Administração Pública abrange as atividades exercidas pelas pessoas jurídicas, órgãos e agentes incumbidos de atender concretamente às necessidades coletivas; corresponde à função administrativa, atribuída preferencialmente aos órgãos do Poder Executivo, em outras palavras, é a própria função administrativa, é a atividade administrativa que será exercida pelos entes públicos.
(Di Pietro, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo – 33. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2020. fls. 193/202)
Princípios fundamentais, norteadores da Administração Pública e das atividades desenvolvidas por esta ordem política
Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência são, para os Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, os princípios constitucionais da Administração Pública, direta e indireta.
Para memorizar os princípios da Administração Pública explícitos na Constituição Federal é muito utilizado o Mnemônico "LIMPE".
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência.
 Princípio da legalidade
O princípio da legalidade contrapõe-se, portanto, e visceralmente, a
quaisquer tendências de exacerbação personalista dos governantes.
Opõe-se a todas as formas de poder autoritário, desde o absolutista,
contra o qual irrompeu, até as manifestações caudilhescas ou messiânicas
típicas dos países subdesenvolvidos. O princípio da legalidade é o
antídoto natural do poder monocrático ou oligárquico, pois tem como raiz
a ideia de soberania popular, de exaltação da cidadania.
O Administrador Público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, e dele não pode se afastar ou se desviar, sob pena de praticar ato inválido e se expor à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso.
 É a base do Estado Democrático de Direito e garante que todos os conflitos sejam resolvidos pela lei. Para Celso Antônio Bandeira de Mello, 43, enquanto o princípio da supremacia do interesse público e da sua indisponibilidade é da essência de qualquer Estado, de qualquer sociedade juridicamente organizada, “o da legalidade é específico do Estado de Direito, é justamente aquele que o qualifica e que lhe dá identidade própria, por isso, considerado princípio basilar do regime jurídico-administrativo”. Essa regra poderá ser identificada em diversos dispositivos constitucionais, resultado do valor dado à legalidade pela Constituição. Trata-se da expressão máxima do Estado Democrático de Direito, característica maior do Estado brasileiro.
Deve se ter em mente que o Princípio da legalidade para o gestor público significa o atendimento as leis, que lhe confere quando e como atuar.
Tal gestor deve se sujeitar aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum, podendo ter os seus atos e efeitos anulados caso se constate qualquer irregularidade. Define mais amplamente o conceito do princípio da legalidade, a necessidade do gestor de atender as leis vai além de somente respeitar o edital.
Como leciona Hely Lopes Meirelles: “a legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público está, em toda sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei, e às exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso”.
 Princípio da legalidade:
- Esfera pública (subordinação à lei):
Conforme indicado por Matheus Carvalho (2015) o administrador público apenas pode atuar de acordo com a determinação da lei. "A atuação administrativa se limita à vontade legal = vontade do povo, manifestada por meio de seus representantes".
- Esfera privada (autonomia privada):
Segundo Matheus Carvalho (2015) na esfera privada vige a autonomia privada, ou seja, não se exige previsão legal como requisito para atuação dos cidadãos em geral. Assim, "no que tange à atuação do direito privado, aos particulares, tudo que não está proibido, está juridicamente permitido". O princípio indicado é o da não contradição a lei. 
Princípios orçamentários (Artigo TCM/SP)
Para TCM/SP (2019) o princípio orçamentário da legalidade apresenta o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à administração pública. Cabe ao Poder Público fazer ou deixar de fazer apenas aquilo que a lei expressamente autorizar - se subordina à lei. No art. 37 da CF/88 é indicado o princípio da legalidade e no art. 165 da CF/88 é estabelecida a necessidade de formalização legal de leis orçamentárias.
CF/88: art. 165 Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. 
Ação popular: é voltada a anulação de ato lesivo:
a) À moralidade administrativa;
b) A o patrimônio público ou de entidade de que o estado participe;
c) Ao meio ambiente;
d) Ao patrimônio histórico cultural
Obs.: Por permitir que o cidadão defenda diretamente os interesses do povo, pode se considerar uma forma direta do exercício da cidadania.
Obs.: A ação popular deverá ter por objeto um ato administrativo. não é cabível essa ação contra uma decisão judicial.
Obs.: Não existe foro por prerrogativa na ação popular. assim, ainda que a ação seja ajuizada contra o presidente da república, não será julgada no STF.
Legitimidade ativa: Só podem ajuizar ações populares cidadãos, ou seja, aqueles que possuem direitos políticos. portanto, ficam excluídas as pessoas físicas e as pessoas que não estejam no pleno gozo dos direitos políticos. 
Legitimidade passiva: Contra a autoridade pública autora do ato impugnado.
Gratuidade: Será gratuita, mas sua gratuidade é condicionada à boa-fé. Se a ação for ajuizada com má fé, o autor será condenado ao pagamento das custas.
Princípio da impessoalidade 
A impessoalidade da atuação administrativa impede, portanto, que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente ou de terceiros, devendo ater-se à vontade da lei, comando geral. e: abstrato em essência. Dessa forma, impede perseguições ou favorecimentos, discriminações benéficasou prejudiciais aos administrados. Qualquer ato praticado com objetivo diverso da satisfação do interesse público será nulo por desvio de finalidade. O administrador é um mero executor do ato, que serve de veículo de manifestação da vontade estatal e, portanto, as realizações administrativo-governamentais não são do agente político, mas da entidade pública em nome da qual atuou.
Estabelece que a atuação do agente público deve basear-se na ausência de subjetividade, ficando esse impedido de considerar quaisquer inclinações e interesses pessoais, próprios ou de terceiros. A impessoalidade objetiva a igualdade de tratamento que a Administração deve aplicar aos administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica, representando, nesse aspecto, uma faceta do princípio da isonomia.
Neste sentido, tem-se a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello:  
"O princípio da impessoalidade traduz a ideia de que a Administração tem de tratar todos os administrados sem discriminações, benéficas ou detrimentosas. Nem favoritismo, nem perseguições são toleráveis. Simpatias ou animosidades pessoais, políticas ou ideológicas não podem interferir na atuação administrativa".
Art. 37/ CF:
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos."
Em casos de licitação, Segundo Amorim (2017) a impessoalidade faz referência ao dever do administrador de conferir o mesmo tratamento a todos os interessados em contratar com a Administração Pública. Ressalta-se que todos os interessados devem competir em igualdade de condições.
"O princípio da impessoalidade, consagrado expressamente no art. 37 da CRFB, possui duas acepções possíveis:
a) igualdade (isonomia): (...)
b) proibição de promoção pessoal: as realizações públicas não são feitos pessoais dos seus respectivos agentes, mas, sim, da respectiva entidade administrativa, razão pela qual a publicidade dos atos do Poder Público deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, 'dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos".
Lei estadual que vede a realização de processo seletivo para o recrutamento de estagiários pelos órgãos e pelas entidades do poder público estadual fere o princípio da
O processo seletivo para estagiários nos órgãos públicos é realizado com a finalidade de garantir a isonomia do certame, de forma a evitar que as nomeações ocorram seguindo critérios pessoais e de parentesco.
A lei fere, portanto, o princípio da impessoalidade, que obriga a Administração a tratar todos os administrados sem discriminações, sendo que a proibição ao processo seletivo viola este tratamento isonômico.
O Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora pela aplicação do princípio da impessoalidade, a Administração não possa ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial, o sistema de cotas, em que se prevê reserva de vagas pelo critério étnico-social para ingresso em instituições de nível superior, é constitucional e compatível com o princípio da impessoalidade, já que ambos têm por matriz comum o princípio constitucional da igualdade.
Uma característica desse princípio é a que prevê que os atos não serão imputados a quem os pratica, mas, sim, à entidade à qual está vinculado. Trata-se da vertente do Princípio da Impessoalidade ligado ao Princípio da Imputação volitiva.
Princípio da imputação volitiva: os atos praticados por agentes públicos são imputados à pessoa jurídica em nome da qual atua.
Daí enseja-se a ação regressiva pelo dano de um agente público do Estado a um particular.
Aos agentes irregularmente investidos em função pública, são presumidos válidos os seus atos sob o fundamento de que foram praticados pela pessoa jurídica e com o propósito de proteger a boa-fé dos administrados.
o princípio da impessoalidade norteia toda a atividade pública, de modo que os processos administrativos disciplinares jamais poderiam ficar de fora. Exige-se, através deste princípio, que a Administração paute sua conduta sempre pela busca do atendimento do interesse público, ou, por outras palavras, da finalidade pública prevista em lei. Afinal, se assim agir, estará o Poder Público invariavelmente atuando de maneira impessoal. Excluir, portanto, os processos administrativos disciplinares deste contexto significaria, por exemplo, admitir que superiores hierárquicos pudessem instaurar PAD’s, contra seus subordinados, por mera perseguição pessoal, ao sabor de seus humores de momento, o que constitui rematado absurdo, sob todas as luzes.
Princípio da Imparcialidade
O controle dos gastos públicos se orienta por uma série de princípios, delineados em diferentes dispositivos da Constituição Federal, de acordo com as disposições que o instituem e o regem. O princípio que garante que as ações de controle devam ser implementadas sem que se permita a intromissão de questões de ordem política no desenvolvimento de suas atividades é o princípio da IMPARCIALIDADE.
Princípio da Moralidade 
Expresso no art. 37, caput, da Constituição Federal. Alexandre Mazza destaca que a moralidade administrativa difere da moral comum. O princípio jurídico da moralidade administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum vigente na sociedade, mas exige respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela prática diária ao conceito de boa administração.
Este princípio impõe à Administração Pública a agir com lealdade, boa-fé e ética. Não se refere apenas à violação das leis, como preceitua o princípio da legalidade, vai além, abarcando outras as condutas imorais que prejudicam o interesse público. 
CF, Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte.
Decreto 1.171, Art. 3° III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo. 
O princípio da moralidade, estabelece a obrigatoriedade de observância a padrões éticos de conduta, para que se assegure o exercício da função pública de forma a atender as necessidades coletivas.
A lei n. 8.112/1990 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, seus direitos, vantagens, deveres e proibições. Ressalte-se que cada ente deve legislar sobre o regime jurídico de seus servidores.
Art. 116 da lei n. 8.112: "São deveres do servidor:
(...)
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa".
A moralidade consagra o dever de atuação do servidor de acordo com os preceitos éticos da sociedade, com honestidade, com correção de atitudes, com decência, com justiça. O decoro, probidade e a lealdade devem ser os padrões de comportamento dos servidores.
De fato, moral administrativa e moral comum não se confundem, não é verdade asseverar que o princípio da moralidade administrativa seja sinônimo de improbidade administrativa. Isto porque a violação à moralidade administrativa constitui apenas uma das diferentes maneiras de se incidir em improbidade administrativa, havendo, inclusive, condutas culposas (logo, a priori, que não poderiam ser tidas por imorais) sujeitas a enquadramento como atos ímprobos (art. 10, Lei 8.429/92). Sobre o tema, Maria Sylvia Di Pietro destina passagem específica em seu livro. Confira-se: “No entanto, quando se fala em improbidade como ato ilícito, como infração sancionada pelo ordenamento jurídico, deixa de haver sinonímia entre as expressões improbidade e imoralidade, porque aquela tem um sentido muito maisamplo e muito mais preciso, que abrange não só atos desonestos ou imorais, mas também e principalmente atos ilegais. Na lei de improbidade (Lei nº 8.429, de 2-6-92), a lesão à moralidade administrativa é apenas uma das inúmeras hipóteses de atos de improbidade previstos em lei.” (Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 887).
O artigo 37, caput, da Constituição Federal, dentre outros, estabelece como princípio da Administração Pública a moralidade. Com lastro em tal princípio, é possível o reconhecimento da invalidade de um ato formalmente aperfeiçoado de acordo com a lei, mas comprovadamente ofensivo à moralidade administrativa. “A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade e ética. “(LENZA, 2013, p. 1375). O raciocínio exposto pela questão está totalmente correto pois o Princípio da Moralidade deve estar centrado na ação do administrador e não na norma que autoriza o ato. A ele não basta somente cumprir formalmente a lei, é preciso seguir os princípios mais amplos que instruem a Administração Pública.
Moralidade
É previsto quando impede que o notário pratique atos visando os seus interesses e dos seus parentes citados.
Diz:
respeito à atuação do agente que deve se pautar na ética e na moral administrativa, que difere da moral comum.
Enquanto a moral comum vincula o indivíduo em sua conduta externa, preocupando-se em diferenciar o bem do mal, a moral administrativa está associada à disciplina interna da Administração.
O princípio da moralidade também se aplica ao particular que se relaciona com a administração pública.
Exemplo do ato com vício na moralidade é o Nepotismo (Súmula vinculante 13).
Os artigos 25 e 27 da Lei n.º 8.935/94 tratam de incompatibilidades e impedimentos dos serviços notariais e de registro. Especificamente o art. 25 dispõe: “O exercício da atividade notarial e de registro é incompatível com o da advocacia, o da intermediação de seus serviços ou o de qualquer cargo, emprego ou função públicos, ainda que em comissão”, e o art. 27: “No serviço de que é titular, o notário e o registrador não poderão praticar, pessoalmente, qualquer ato de seu interesse, ou de interesse de seu cônjuge ou de parentes, na linha reta, ou na colateral, consanguíneos ou afins, até o terceiro grau”.
Os Arts. 25 e 27 refletem, primordialmente, os princípios da impessoalidade e da moralidade administrativa.
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessora- mento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”. Este é o teor da Súmula Vinculante n.° 13, do Supremo Tribunal Federal, editada com base no entendimento de que não é necessária a edição de lei formal para que seja vedado o nepotismo, pois este decorre diretamente de princípios constitucionais, sobretudo do princípio da MORALIDADE.
Princípio da Publicidade 
O princípio da publicidade, ou dever de transparência, decorre do regime republicano, pois o Brasil define-se juridicamente como uma república federativa, o que significa dizer que todo aquele que exerce função pública deve prestar contas de suas atividades à sociedade.
Matheus Carvalho aponta que a publicidade consiste na premissa que proíbe a edição de atos secretos pelo poder público, definindo a ideia de que a Administração deve atuar de forma plena e transparente.
A publicidade só alcança, em regra, os atos administrativos que tenham seu ciclo de formação encerrado.
É proibida a edição de atos secretos pelo Poder Público. Exceções à publicidade: a segurança nacional e o relevante interesse coletivo. 
Em caso de licitação, a publicidade é condição de eficácia da licitação e do contrato. Dessa forma, "além da necessária publicação dos avisos de licitação e extratos de contrato na imprensa oficial, é facultado a qualquer cidadão (e não apenas aos participantes da licitação) o amplo acesso aos autos do procedimento licitatório" (AMORIM, 2017).
Com base no art. 37, §1º, da CF/88. "Art.37 A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos". 
No Estado Democrático de Direito, a regra é a publicidade dos atos estatais; o sigilo é exceção. Nesse sentido é o art. 5º, LX:
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
Percebe-se que mesmo quando criadas por lei, qualquer limitação à publicidade dos atos do Poder Público, deverá restringir -se a essas situações excepcionais.
No plano infraconstitucional a Lei de Acesso à Informação permite restrições à publicidade, apenas, em duas hipóteses:
a) informações classificadas como sigilosas, consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado (art. 23) e
b) informações pessoais relacionadas à intimidade, vida privada, honra e a imagem.
Concursos Públicos: O princípio da publicidade defende que a administração pública deve divulgar por todos os meios possíveis a realização de seleções e concursos públicos, atentando também para a transparência de todas as etapas do processo seletivo. Esse é o princípio fundamental que rege um edital, pois parte da prerrogativa de que em uma democracia deve haver a possibilidade do exercício do controle da administração pública por parte dos cidadãos, fato que depende da transparência e divulgação de informações que tratem da chamada desses cidadãos aos cargos públicos. Além disso, uma ampla publicidade do edital é necessária para o conhecimento e participação do maior número possível de interessados, o que gera uma maior concorrência e, consequentemente, maior economia para a administração.
O edital tem que chegar nos interessados em concorrer, para que se tenha o maior número de concorrentes e a melhor proposta, e para a população em geral para que acompanhem o trabalho do poder público. E como se chega nessas pessoas? Através de uma boa publicidade (jornais, sites, mural do órgão etc). 
Nos termos do art. 11, VI, da lei 8.429/92, "Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente, deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo. O art. 12, III, da mesma lei estabelece que, na hipótese de ato de improbidade que atenta contra os princípios da administração pública, está o responsável pelo ato sujeito ao ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
A Lei 12.527/2011 é expressa em seu art. 2º, ao abarcar também as entidades privadas, sem finalidade lucrativa, que vierem a receber recursos públicos, como abaixo se percebe de sua leitura:
"Art. 2o  Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de ações de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos congêneres.
Parágrafoúnico.  A publicidade a que estão submetidas as entidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmente obrigadas."
A atuação da administração pública deve ser dotada de publicidade, de modo que seus atos cheguem ao conhecimento de seus destinatários, permitindo-se, ainda, a sua fiscalização.
Então, pode-se afirmar que a publicidade é um princípio-meio, já que de sua efetivação objetiva-se a realização dos demais princípios aplicáveis à Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência – além de outros, como, por exemplo, a motivação).
A ausência da necessária publicidade do ato levará à sua ineficácia, já que ela não constitui requisito de validade do ato administrativo, mas sim condição de eficácia.
Princípio da Eficiência
Estabelece que a Administração Pública deve atender aos mandamentos legais e buscar alcançar resultados positivos com o menor gasto possível. Tal princípio se relaciona à economicidade, sendo está a atuação que alcance uma melhor relação custo/benefício da atividade administrativa ao atender ao interesse público.
Neste sentido, confira-se este esclarecedor trecho da obra de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:
"Esse modelo de Administração Pública, em que se privilegia a aferição de resultados, com ampliação de autonomia dos entes federativos e redução dos controles de atividades-meio, identifica-se com a noção de administração gerencial, e tem como postulado central exatamente o princípio da eficiência."
Ao se preconizar a "razoável duração do processo e o emprego de meios que assegurem a celeridade na sua tramitação", o princípio aí encarecido, sem dúvida, é o da eficiência. Afinal, uma tramitação lenta, morosa, é, por conseguinte, um serviço ineficiente, mal prestado.
Neste sentido, a doutrina de Rafael Oliveira:
"A ideia de eficiência está intimamente relacionada com a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no ordenamento jurídico. Ex.: duração razoável do processo judicial e administrativo (art. 5º, LXXVIII, da CRFB, inserido pela EC 45/2004)"
De outro lado, a referência "a todos", por evidente, tem em mira o princípio da isonomia, no sentido de que a coletividade, indistintamente, tem direito a uma tramitação eficiente, célere, de suas demandas, sem favorecimentos ou perseguições indevidas.
O princípio da eficiência autoriza que a Administração Pública possa exonerar o servidor público estável em razão de insuficiência de desempenho.
Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa
Direito conferido ao particular de saber o que ocorre no processo e o direito de se defender e de se manifestar na relação processual. 
Os princípios do contraditório e ampla defesa estão expressos no art. 5o, LV, da Constituição Federal: "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". Trata-se do direito do particular ter conhecimento do processo administrativo ou judicial de seu interesse, bem como o direito de se manifestar nesses processos. Portanto, embora não expressamente previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal, é indiscutível que tais princípios são aplicáveis no âmbito da Administração Pública.
Princípio da Continuidade
Prestação ininterrupta da atividade administrativa, já que muitas necessidades da sociedade são inadiáveis, não comportam falhas ou interrupções, como o fornecimento de água e de energia elétrica à população. 
Princípio da Autotutela
Se refere ao poder que a Administração Pública possui de ter o controle dos seus atos em suas mãos. A Administração Pública pode anular os atos ilegais ou revogar os atos quando inconvenientes ou inoportunos, sem que seja necessária a interferência do Poder Judiciário.
O poder administrativo em vista do qual é dado à Administração proceder à revisão de seus atos corresponde à autotutela, a partir da qual é possível haver a revogação, a anulação e a convalidação de atos administrativos.
A revogação não é aplicável, por se tratar de mecanismo de controle de mérito, sendo que sua premissa essencial reside na inexistência de vícios no ato a ser revogado. Em outras palavras, a revogação somente pode recair sobre atos válidos.
A autotutela administrativa tem sede legal no art. 53 da Lei 9.784/99, que assim estabelece:
"Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos."
A Administração Pública pode anular seus atos de ofício ou mediante provocação, em virtude do princípio da autotutela.
Por sua vez, a convalidação tem previsão na norma do art. 55 da Lei 9.784/99, que assim preconiza:
"Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração."
Em sentido bastante semelhante, ainda, o teor da Súmula 473 do STF:
"Súmula 473 STF. A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial."
"Súmula 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos."
Em sede doutrinária, refira-se ser bastante comum encontrar a autotutela sendo tratada como um princípio administrativo, como é o caso da obra de Rafael Oliveira, que assim se manifesta sobre o tema:
Verificada a ilegalidade da ato, a Administração deve realizar a anulação, que opera efeitos ex tunc (retroage à data de origem do ato, retirando todos os efeitos produzidos) ressalvados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé. Ressalte-se que a anulação de atos ilegais pelo Poder Públicos não se configura como uma faculdade do administrador, mas sim um poder-dever, não sendo lícito que deixe de efetivar a retirada do ato em desconformidade com o ordenamento jurídico, conforme previsão contida nas Súmulas 346 e 473 do STF, bem como no art. 53 da Lei 9.784/1999.
 A anulação configura ato administrativo constitutivo, com o poder de aniquilar os efeitos de ato anterior, em virtude dos vícios de ilegalidade apontados e, em razão desta natureza, a nulidade da conduta deve ser feita mediante a realização de processo administrativo prévio, em que se respeite o contraditório e ampla defesa, sempre que puder interferir na esfera individual dos particulares. Nesse sentido já se posicionou o STF: "Embora a Administração esteja autorizada a anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais (Súmula 473 do STF), não prescinde do processo administrativo, com obediência aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório (STF, AI 710085/SP)".
O ordenamento jurídico brasileiro adotou o sistema de jurisdição única, estampado no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, que dispõe acerca do princípio da inafastabilidade de jurisdição. Assim, a anulação do ato administrativo ilegal pela própria
Administração não está imune ao controle jurisdicional.
Mesmo após a impugnação jurisdicional de um ato administrativo, nada impede que a Administração Pública, com apoio em seu poder de autotutela, reveja seu ato, convencendo-se dos fundamentos expostos pelo particular, no bojo da demanda. Note-se que o que deseja o particular, em última análise, é a anulação do ato administrativo que afetou sua esfera jurídica. Logo, se isso (anulação) for feito pela Administração, diretamente, o administrado terá alcançado seu objetivo.
A consequência, a meu sentir, residiria na extinção do processo, sem resolução do mérito, por ausência superveniente de interesse processual (perda de objeto), com condenação do ente público nas despesas sucumbenciais, à luz do princípioda causalidade, por ter dado causa ao início do processo.
Princípio Razoabilidade
Nossa doutrina sustenta que o princípio da razoabilidade, aplicado ao Direito Administrativo, tem sua principal incidência no âmbito do controle dos atos discricionários. E, nesse tocante, sustenta-se que o administrador público deve basear suas escolhas de acordo com o princípio da finalidade pública, isto é, de modo a optar, sempre, pela alternativa que melhor atenda ao interesse da coletividade, sem levar em conta seus próprios critérios pessoais, e sim parâmetros cuja admissibilidade e aceitação possam ser considerados gerais. Confira-se, a propósito, esclarecedora passagem da lavra de Lúcia Valle Figueiredo, citada por Maria Sylvia Di Pietro:
Também se refere a esse princípio Lúcia Valle Figueiredo (...). Para ela, 'discricionariedade é a competência-dever de o administrador, no caso concreto, após interpretação, valorar, dentro de um critério de razoabilidade, e afastado de seus próprios Standards ou ideologias, portanto, dentro do critério da razoabilidade geral, qual a melhor maneira de concretizar a utilidade pública postulada pela norma'". (Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 81)
O princípio da razoabilidade tem como objetivo impedir uma atuação desarrazoada do administrador público. Para José dos santos Carvalho Filho, "razoabilidade é a qualidade do que é razoável, ou seja, aquilo que se situa dentro de limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que provocaram a conduta possam dispor-se de forma um pouco diversa". Trata-se de um princípio constitucional implícito, mas que está previsto de forma expressa no art. 2o da Lei 9.784/99: "A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência".
Representa certo limite para a discricionariedade do administrador. A razoabilidade está relacionada com o que é razoável e aceitável.
Conforme delimitado por Mazza (2013), "o princípio da razoabilidade impõe a obrigação de os agentes públicos realizarem as suas funções com equilíbrio, coerência e bom senso". 
O princípio da razoabilidade não está explícito na CF, é um princípio constitucionais, mas implícito. Por este princípio, as leis devem ser aplicadas de forma proporcional e adequada a cada situação jurídica apresentada.
Neste sentido, a doutrina de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo:
"(...)a razoabilidade exige, entre outros aspectos, que haja proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador público e os fins que ele pretende alcançar. Se o ato não guarda uma proporção adequada entre os meios empregados e o fim almejado, será um ato desproporcional, excessivo em relação a essa finalidade visada."
Cargos Comissionados: O STJ, no julgamento do Recurso Especial nº 1041210, fixou o seguinte entendimento e critérios para criação dos cargos em comissão:
A criação de cargos em comissão é exceção à regra de ingresso no serviço público mediante concurso público de provas ou provas e títulos e somente se justifica quando presentes os pressupostos constitucionais para sua instituição.
São requisitos a sua instituição:
a) que os cargos se destinem ao exercício de funções de direção, chefia ou assessoramento, não se prestando ao desempenho de atividades burocráticas, técnicas ou operacionais;
b) necessária relação de confiança entre a autoridade nomeante e o servidor nomeado;
c) que o número de cargos comissionados criados guarde proporcionalidade com a necessidade que eles visam suprir e com o número de servidores ocupantes de cargos efetivos no ente federativo que os institui;
d) que as atribuições dos cargos em comissão estejam descritas de forma clara e objetiva na própria lei que os cria.
A relação entre o número de servidores efetivos deve ser tomado como um dos indicadores no momento de fixação dos quantitativos de cargos comissionados pelos entes federativos. Claramente, tal relação de proporcionalidade entre os quantitativos deverão atender a mínima razoabilidade a fim de atingir o interesse público.
Princípio da Proporcionalidade
A atuação proporcional do agente público se refere a um equilíbrio entre os motivos que ensejaram a prática do ato e a consequência jurídica da conduta. 
Princípio da Motivação
Se refere ao dever imposto ao ente estatal de apontar os pressupostos de fato e de direito que determinaram a prática do ato administrativo. 
Segundo Di Pietro, a obrigatoriedade de motivação se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos.
A motivação dos atos administrativos opera como um mecanismo de controle sobre a legalidade e legitimidade das decisões da Administração Pública. Quando for essencial à formação do ato e estiver ausente, levará à nulidade do mesmo. O silêncio administrativo não configura, em regra, consentimento. Somente, de forma excepcional, poderá representar manifestação de vontade administrativa, quando houver previsão legal expressa nesse sentido.
A motivação não se confunde com o motivo do ato administrativo. A
motivação faz parte da forma do ato administrativo, tendo em vista
que consiste na declaração escrita do motivo. O motivo, por sua
vez, é um elemento do ato administrativo, consistente nas razões de
fato e de direto que fundamentam uma decisão.
Princípio da isonomia
Significa tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual, na medida de suas desigualdades, justifica o estabelecimento de garantias especiais a determinados grupos socialmente prejudicados, com o intuito de diminuir as desigualdades em relação ao restante da sociedade.
Princípio da Finalidade 
Há divergência doutrinária. Conforme indicado por Matheus Carvalho (2015) a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo agente do Estado, da maneira que garanta a realização do fim público. 
Toda a atuação Administração deve estar voltada para o atendimento do interesse público, da finalidade pública. É inconcebível, portanto, que o Poder Público direcione suas ações para a satisfação de interesses estritamente particulares, do que resultarão privilégios ou perseguições indevidas a pessoas determinadas. Os atos administrativos que assim sejam praticados estarão maculados pelo vício denominado como desvio de finalidade, sendo, por conseguinte, passíveis de anulação.
Cuida-se de princípio extraído de outro postulado, este expresso no texto constitucional (CRFB/88, art. 37, caput), qual seja, o princípio da impessoalidade, sendo tratado como um dos aspectos deste último. A ideia básica consiste em que, atuando de maneira impessoal, sem privilégios ou perseguições, a Administração estará, por conseguinte, dando atendimento à finalidade pública, observando, assim, o interesse público.
Desvio de finalidade:
Vício, o denominado desvio de finalidade, ocorre toda vez que aquele que exerce a função pública afasta- -se de suas competências, isto é, do que lhe é definido como dever a ser cumprido conforme o princípio da legalidade, o que se afere objetivamente e pode se constatar em qualquer função pública (legislativa, judicial, administrativa e política). de plano, é de se reconhecer que a redação utilizada nesta opção, realmente, sugere que a Banca estaria se referindo ao excesso de poder, e não ao desvio de poder. Isto porque fez uso da fórmula “afasta-se de suas competências”, o que, numa primeira leitura, parece indicar que o agente público estaria atuando fora dos limites de sua competência, caso em que, de fato, estar-se-ia diante de hipótese de excesso de poder, vício que recai sobre o elemento competência, o que resultaria na incorreção da afirmativa. Todavia, logo em seguida, a própria Banca explicou-se. E o fez, nos seguintes termos: “(...)isto é, do que lhe é definido como dever a ser cumprido conforme o princípio da legalidade”. A ideia, em suma, é a de que o agente faz um mau uso desua competência, divorciando-se, assim, da finalidade pública desejada, implícita ou explicitamente, pela lei. Aliás, a Lei 4.717/65, ao definir o vício “desvio de finalidade”, afirmou que este se verifica “quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência” (art. 2º, parágrafo único, “e”). Celso Antônio Bandeira de Mello também associa a ocorrência do desvio de finalidade a uma incorreta utilização das competências atribuídas ao agente público. No ponto, é ler: “Ocorre desvio de poder, e, portanto, invalidade, quando o agente se serve de um ato para satisfazer finalidade alheia à natureza do ato utilizado. Há, em consequência, um mau uso da competência que o agente possui para praticar atos administrativos, traduzido na busca de uma finalidade que simplesmente não pode ser buscada ou, quando possa, não pode sê-lo através do ato utilizado(...)” (Ob. cit. p. 410). No mais, segundo, outra vez, o renomado doutrinador, o desvio de finalidade deve mesmo ser analisado objetivamente (no sentido de que a intenção, o móvel do agente não é essencial para sua configuração).
Não é verdade que o desvio de finalidade só possa ser detectado no exercício de função administrativa. Especificamente acerca deste ponto, confira-se a seguinte passagem da obra acima indicada: “O desvio de poder não é mácula jurídica privativa dos atos administrativos. Pode se apresentar, igualmente, por ocasião do exercício de atividade legislativa ou jurisdicional. Ou seja: leis e decisões judiciais são igualmente suscetíveis de incorrer no aludido vício, porquanto umas e outras são, também, emanações das competências públicas, as quais impõem fidelidade às finalidades que as presidem.” (Ob. cit. p. 411).
Os titulares de serviços notariais e de registro exercem função pública, mediante delegação, e, como tal, o simples fato de se estar tratando do exercício de função estatal, embora cometida a particulares, pressupõe que os agentes competentes atuem observando os estritos limites e finalidades previstas em lei. Nesse particular, permito-me uma vez mais lançar mão da doutrina de Celso Antônio Bandeira de Mello: “De igual modo, os titulares de serviços notariais e de registro, conquanto conservem sua qualidade de particulares (art. 236 da Constituição), estranhos, pois, ao conceito de funcionário ou de servidor público, podem ser sujeitos passivos de mandados de segurança, posto que agem como delegados de função pública.” (Ob. cit. p. 250). Desse modo, é evidente que há, sim, plena incidência do princípio da finalidade no âmbito dos serviços notariais e de registro.
Quanto ao aspecto eminentemente objetivo do desvio de finalidade, eis a lição do renomado doutrinador: “No desvio de poder, ao contrário do que habitualmente se afirma e do que nós mesmos vínhamos sustentando, nem sempre há um móvel, isto é, uma intenção inadequada. Com efeito, o agente pode, equivocadamente, supor que uma dada competência era prestante, de direito, para a busca de um dado resultado e por isto haver praticado o ato almejando alcança-lo pela via utilizada. Neste caso não haverá intenção viciada.” (Ob. cit. p. 411).
Princípio da continuidade dos serviços públicos
Está umbilicalmente ligado à prestação de serviços públicos, cuja prestação gera comodidades materiais para as pessoas e não pode ser interrompida, tendo em vista a necessidade permanente de satisfação dos direitos fundamentais.
Como consequência da necessidade de continuidade do serviço público, exige-se a regularidade na sua prestação. O prestador do serviço, seja o Estado, seja o delegatário, deve prestar o serviço adequadamente, em conformidade com as normas vigentes e, no caso dos concessionários, com respeito às condições do contrato de concessão. Em suma: a continuidade pressupõe a regularidade, pois seria inadequado exigir que o prestador continuasse a prestar um serviço irregular.
Uma das hipóteses legalmente estabelecidas como autorizadoras da interrupção da prestação de serviços públicos, inclusive do fornecimento de energia, consiste, precisamente, no inadimplemento do usuário, a teor do art. 6º, §3º, II, da Lei 8.987/95, in verbis:
"Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade."
Os institutos da suplência, da delegação e da substituição têm apoio direto no princípio da continuidade dos serviços públicos. No ponto, confira-se:
"Por esse princípio entende-se que o serviço público, sendo a forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias à coletividade, não pode parar. Dele decorrem consequências importantes:
(...)
2. necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher as funções públicas temporariamente vagas;"
Princípio Especialidade 
Com o objetivo de alcançar a eficiência da atividade administrativa, em certas situações, os entes estatais transferem a terceiros especializados a execução de alguns serviços públicos. 
Segurança Jurídica
O referido princípio visa garantir que os cidadãos não sejam surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica determinada. 
Interesse Público Primário 
O interesse público primário tem em mira o efetivo atendimento das necessidades coletivas, o interesse do todo, do próprio conjunto social. Ou, como ensina Celso Antônio Bandeira de Mello, trata-se da dimensão pública dos interesses individuais.
Interesse Público Secundário 
Já o interesse público secundário identifica-se com os interesses do próprio Estado, enquanto pessoa jurídica autônoma que ele é, notadamente os interesses de índole patrimonial, os quais somente poderão ser defendidos e almejados desde que coincidam com os interesses primários, sob pena de se configurar atuação ilegítima do Poder Público.
O sobredito doutrinador, citando Renato Alessi, assim se expressa sobre o tema, ao exemplificar casos de interesse público secundário:
"O autor exemplifica anotando que, enquanto mera subjetivação de interesses, à moda de qualquer sujeito, o Estado poderia ter interesse em tributar desmesuradamente os administrados, que assim enriqueceria o Erário, conquanto empobrecesse a Sociedade; (...)sem embargo, tais interesses não são interesses públicos, pois estes, que lhe assiste prover, são os de favorecer o bem-estar da Sociedade e de retribuir condignamente os que lhe prestam serviços."
Presunção de legitimidade e de veracidade das condutas estatais
Os atos praticados pela Administração Pública presumem-se válidos até que se prove o contrário. Esse efeito é uma decorrência lógica do princípio da legalidade, pois, se o administrador só pode fazer o que a lei permite, quando ele age, presume-se que o fez de acordo com a legalidade.
Desde já, faz-se imprescindível esclarecer que essa presunção é meramente relativa (juris tantum), uma vez que poderá o interessado contestar a atuação estatal.
Outra característica desse princípio é trazer maior celeridade à atuação do Poder Público. Isso ocorre em virtude de a possibilidade dos atos administrativos poderem ser imediatamente executados, em virtude da presunção de validade/legitimidade, constituindo até mesmo os particulares em obrigações, independentemente da vontade destes.
Na verdade, presunção que se relaciona aos fatos alegados pela Administração, para a prática de um dado ato administrativo, é a presunção de veracidade, e não a presunção de legitimidade, porquanto esta última, na realidade, diz respeito à conformidade do ato em relação ao ordenamento jurídico como um todo. Aqui, uma vez mais, Maria Sylvia Di Pietro oferece lição precisa: “Embora se fale em presunção de legitimidade ou de veracidade como se fossem expressões com o mesmo significado,as duas podem ser desdobradas, por abrangerem situações diferentes. A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei; em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei. A presunção de veracidade diz respeito aos fatos; em decorrência desse atributo, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela Administração.” (Ob. cit. p. 205/206).
 Princípio da supremacia do interesse público 
A supremacia do interesse público, que orienta o regime jurídico administrativo, cuida-se de princípio basilar, porém implícito. Não está escrito, expressamente, no texto da Constituição, mas dele decorre logicamente. Exemplo: art. 5º, XXIV e XXV, CF/88.    
Maria Sylvia Zanella di Pietro destaca que dão a esse princípio "uma generalização que jamais existiu, pois é evidente a impossibilidade de, em qualquer situação de conflito entre o público e o privado, fazer prevalecer o primeiro; se assim fosse, realmente não haveria como garantir direitos individuais". 
Supremacia determina privilégios jurídicos e um patamar de superioridade do interesse público sobre o particular. Em razão desse interesse público, a Administração terá posição privilegiada em face dos administrados, além de prerrogativas e obrigações que não são extensíveis aos particulares."
Segundo Matheus Carvalho (2015), "o interesse público é supremo sobre o interesse particular, e todas as condutas estatais têm como finalidade a satisfação das necessidades coletivas". 
O princípio da supremacia do interesse público estabelece que os interesses da coletividade devem prevalecer diante das necessidades específicas dos indivíduos. Todavia, tal princípio não autoriza ato atentatório a direito fundamental. 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que não se considera quebra na continuidade do serviço público a sua interrupção em situação emergencial ou após aviso prévio quando motivada pelo inadimplemento do usuário.
A nota marcante das prerrogativas instituídas em favor da Administração consiste justamente em não serem reproduzidas na esfera privada. Derivam, tais prerrogativas, do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. Exemplo disto são as cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos, que recebem esta nomenclatura por extrapolarem (exorbitarem) os limites do âmbito privado.
Princípio da indisponibilidade do interesse público
pelo princípio da indisponibilidade do interesse público, a Administração Pública não pode dispor do interesse geral nem renunciar ao poder que a lei lhe deu para tal tutela, uma vez que o titular de tal interesse é o Estado.
Embora não expresso na Constituição Federal, o princípio da indisponibilidade do interesse público é um dos pilares do denominado regime jurídico-administrativo (o outro é o princípio da supremacia do interesse público).
Os interesses públicos primários são os interesses diretos do povo, os interesses gerais imediatos. Já os interesses públicos secundários são os interesses imediatos do Estado na qualidade de pessoa jurídica, titular de direitos e obrigações. Em qualquer hipótese, o interesse público secundário só é legítimo quando não é contrário ao interesse público primário.
o princípio da indisponibilidade do interesse público é um dos pilares do denominado regime jurídico-administrativo. Dele derivam todas as restrições especiais impostas à atividade administrativa em virtude do fato de não ser a administração pública "dona" da coisa publica, e sim mera gestora de bens e interesses públicos.
 O STF já firmou entendimento sobre a possibilidade de a Administração fazer acordos ou transações, relativizando, assim, a aplicação do princípio da indisponibilidade do interesse público (e também da legalidade), sobremaneira quando o acordo seja a maneira mais eficaz de se beneficiar a coletividade (RE 253.885/MG).
O interesse público é indisponível, na prática, significa dizer que a administração, quando age, deve SEMPRE se balizar por aquilo que mais interessa à coletividade (interesse público).
Contudo, em alguns casos, como nos atos negociais, nos quais a administração negocia em situação de igualdade com o particular, ela pode relativizar esse princípio.
A realização de acordos e transações trazem ínsitas a ideia da existência de concessões recíprocas entre as partes que chegam a um dado ajuste. Pode-se trabalhar com a ideia da identificação de um denominador comum, um meio termo, um ponto de equilíbrio situado entre as pretensões iniciais de cada qual.
Firmada esta premissa, quando é a Administração Pública que entabula um dado acordo, é legítimo supor que também tenha aberto mão de uma determinada parcela de sua pretensão originária, daquilo que, em tese, lhe seria devido. Ora, via de regra, o princípio em vista do qual os entes públicos não têm livre disposição sobre bens e interesses públicos vem a ser o princípio da indisponibilidade do interesse público. É este o postulado, portanto, que se mostra relativizado quando a Administração transaciona com um dado particular.
Pelo princípio da indisponibilidade, “os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, está sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos. O princípio da indisponibilidade enfatiza tal situação. A Administração não tem a livre disposição dos bens e interesses públicos, porque atua em nome de terceiros. Por essa razão é que os bens públicos só podem ser alienados na forma em que a lei dispuser. Da mesma forma, os contratos administrativos reclamam, como regra, que se realize licitação para encontrar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso para a Administração. O princípio parte, afinal, da premissa de que todos os cuidados exigidos para os bens e interesses públicos trazem benefícios para a própria coletividade" (José dos Santos Carvalho Filho).
A Lei 13.129/15 alterou a lei de arbitragem (Lei 9.307/96), que passou a prever expressamente a possibilidade de utilização da arbitragem por entidades da Administração Pública Direta e Indireta para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
O velho Decreto - Lei nº 200/67, em seu artigo 6º estabeleceu: 
Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I – Planejamento: introduz para a Administração o dever de elaborar planos e programas, visando promover o desenvolvimento econômico-social do país, assegurando aos cidadãos o direito à prosperidade (Art. 7º).
II – Coordenação: visa harmonizar as ações administrativas, mantendo-se nos limites do planejamento, objetivando evitar duplicidade de atuação, soluções divergentes e desperdício de recursos financeiros (Art. 8º e 9º).
III – Descentralização: consiste em atribuir à pessoa distinta daquela do Estado poderes suficientes para que, atuando por sua conta e risco, mas sob ordenamento e controle estatal, desempenhe atividade pública ou de utilidade pública (Art. 10).
IV - Delegação de Competência: subentende a transmissão de poderes decisórios atribuídos originalmente à autoridade superior para a autoridade subordinada, caracterizando-se pelo caráter transitório e facultativo, processando-se segundo o ordenamento jurídico e mediante ato próprio (Art. 11 e 12).
V - Controle: exige o acompanhamento sistemático da execução dos planos e programas governamentais pelos órgãos e chefias competentes, balizando-se pela observância do ordenamento legal de regência (arts. 13 e 14). Baseia-se especialmente na relação de hierarquia presente na Administração Pública.
Regime jurídico administrativo
O regime jurídico administrativo é amparado por dois princípios basilares, a supremacia do interesse público e a indisponibilidade do interesse público.
Dois princípios conferem sustentação ao regime jurídico-administrativo. O princípio da supremacia do interesse público, do qual emanam as prerrogativaspostas à disposição do Poder Público para a consecução dos fins desejados pelas leis e pela Constituição. E, na outra face da moeda, o princípio da indisponibilidade do interesse público, do qual derivam as restrições impostas aos órgãos e entidades públicas (exemplos: dever de transparência, dever de prestar contas, dever de probidade, poder-dever de agir, etc.)
Conforme indicado por Meirelles (2016) o interesse público primário se refere à "meta, o objetivo, a ser atingido pela Administração no atendimento das necessidades sociais". O interesse público secundário "é instrumental, ou seja, é a utilização de meios capazes de permitir a consecução do primeiro". 
De acordo com Matheus Carvalho (2015) no que se refere ao princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, pode-se dizer que o interesse público prevalecer sobre o interesse particular. Em virtude da busca do interesse público, a Administração se encontra em situação privilegiada quando relacionada com particulares. 
"A expressão regime jurídica da Administração Pública é utilizada para designar, em sentido amplo, os regimes de direito público e de direito privado a que pode submeter-se a Administração Pública. Já a expressão regime administrativa é reservada tão somente para abranger o conjunto de traços, de conotações, que tipificam o Direito Administrativo, colocando a Administração Pública numa posição privilegiada, vertical, na relação jurídico-administrativa. Basicamente, pode-se dizer que o regime administrativo se resume a duas palavras apenas: prerrogativas e sujeições.
O Direito Administrativo nasceu e desenvolveu-se baseado em duas ideias opostas: de um lado, a proteção aos direitos individuais frente ao Estado, que serve de fundamento ao princípio da legalidade, um dos esteios do Estado de Direito; de outro lado, a de necessidade de satisfação dos interesses coletivos, que conduz à outorga de prerrogativas e privilégios para a Administração Pública, quer para limitar o exercício dos direitos individuais em benefício do bem-estar coletivo (poder de polícia), quer para a prestação de serviços públicos. Daí a bipolaridade do Direito Administrativo: liberdade do indivíduo e autoridade da e prerrogativa.
Para assegurar-se a liberdade, sujeita-se a Administração Pública à observância da lei e do direito (incluindo princípios e valores previstos explícita ou implicitamente na Constituição); é a aplicação, ao direito público, do princípio da legalidade. Para assegurar-se a autoridade da Administração Pública, necessária à consecução de seus fins, são-lhe outorgados prerrogativas e privilégios que lhe permitem assegurar a supremacia do interesse público sobre o particular.
Isto significa que a Administração Pública possui prerrogativas ou privilégios, desconhecidos na esfera do direito privado, tais como a autoexecutoriedade, a autotutela, o poder de expropriar, o de requisitar bens e serviços, o de ocupar temporariamente o imóvel alheio, o de instituir servidão, o de aplicar sanções administrativas, o de alterar e rescindir unilateralmente os contratos, o de impor medidas de polícia. Goza, ainda, de determinados privilégios como a imunidade tributária, prazos dilatados em juízo, juízo privativo, processo especial de execução, presunção de veracidade de seus atos.
Segundo Di Pietro, a expressão “contratos da Administração" é utilizada, em sentido amplo, para abranger todos os contratos celebrados pela Administração Pública, seja sob regime de direito público, seja sob regime de direito privado. Já o termo “contrato administrativo" é reservado para designar tão somente os ajustes que a Administração, nessa qualidade, celebra com pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, para a consecução de fins públicos, segundo regime jurídico de direito público. Logo, é plenamente possível ao Estado também firmar contratos sob o regime de direito privado.
O contrato administrativo pode ser extinto pela conclusão do objeto, advento do termo do contrato, anulação decorrente de irregularidade ou rescisão (unilateral, judicial, bilateral ou de pleno direito). Assim, verifica-se que as hipóteses descritas na assertiva não são as únicas que ensejam a extinção do contrato administrativo.
O art. 58, § 1o, da Lei 8.666/93 estabelece que "As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado".
A Administração Pública pode anular seus próprios atos em virtude do poder de autotutela, consagrado na Súmula 473 do Supremo Tribunal Federal (A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial).
Para Di Pietro, o regime jurídico administrativo caracteriza-se por prerrogativas e sujeições; as primeiras conferem poderes à Administração, que a colocam em posição de supremacia sobre o particular; as sujeições são impostas como limites à atuação administrativa, necessários para garantir o respeito às finalidades públicas e aos direitos dos cidadãos. Justifica-se pela supremacia do interesse público.
Não se pode confundir interesse público (justiça, segurança, bem-estar - interesse público primário) com interesse da Administração Pública (interesse público secundário). Apenas, o interesse público primário pode ser considerado como objetivo finalístico da atuação administrativa.
Segundo Rafael Oliveira, a evolução da responsabilidade civil do Estado é marcada pela busca crescente da proteção do indivíduo e da limitação da atuação estatal.
A Teoria do Fisco sustentava que o Estado possuía dupla personalidade: no primeiro caso (atos de império), o Estado em posição de supremacia em relação ao particular, em razão de sua soberania, não seria responsabilizado por eventuais danos (ex.: poder de polícia). No segundo caso (atos de gestão), o Estado despido de seu poder de autoridade atua em igualdade com o particular (ex.: contratos), abrindo caminho para sua responsabilidade com fundamento no Direito Civil, ou seja, dependente de análise da culpa do agente (teoria subjetiva)
Embora a Teoria do Fisco tenha implicado em grande avanço em relação ao período anterior, a dificuldade da vítima em comprovar judicialmente a ocorrência de culpa ou dolo do agente público prejudicava a aplicabilidade e o funcionamento prático da teoria subjetiva.
A lei é pressuposto porquanto, à luz do princípio da legalidade, em sua visão clássica, a Administração somente pode fazer aquilo que a lei lhe permite. Logo, sem lei, não pode haver atividade administrativa.
Por conseguinte, a lei também passa a ser o fundamento da atividade administrativa. É a lei que serve de suporte jurídico para os atos administrativos. Insere-se no elemento motivo (de direito) da prática de cada ato. Exemplo: para aplicar uma sanção disciplinar a um dado servidor, a autoridade competente terá de apontar em qual dispositivo legal encontra-se prevista a vedação da conduta praticada pelo agente infrator.
Por fim, a lei também é limite da atividade administrativa, na medida em que é ela que estabelece até onde o administrador pode agir. Nos atos vinculados, esta limitação é máxima, objetiva, sem margem a qualquer juízo de discricionariedade. Mas, mesmos nos atos discricionários, existem balizas a serem observadas pelo agente público. Por exemplo, se a lei diz que uma multa pode ser imposta de mil até cinco mil reais, não pode o agente aplicar sanção de dez mil. Eis aí um limite a ser seguido.
Não é verdade que a Administração esteja impedida de limitar o exercício de direitos individuais, em prol do interesse coletivo. É esta, inclusive, a essência do exercício do poder de polícia, conforme definição legal vazada no art. 78 do CTN, abaixo transcrito:
"Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regulaa prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos."
Uma das características das competências consiste na irrenunciabilidade. E isto se deve ao fato de que, em sendo instituídas por lei, que vem a ser instrumento de manifestação da vontade do povo, por meio de seus representantes, não pode o administrador público, ao sabor de suas vontades pessoais, renunciar àquilo que lhe foi imposto por lei. Daí o exercício de competências constituir um dever-poder.
A propósito, eis o teor do art. 11 da Lei 9.784/99:
"Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos."
O art. 28 da Lei n.º 8.935/94 prescreve: “Os notários e oficiais de registro gozam de independência no exercício de suas atribuições, têm direito à percepção dos emolumentos integrais pelos atos praticados na serventia e só perderão a delegação nas hipóteses previstas em lei”. Deve ser integralmente compatibilizada com o regime jurídico administrativo, pois se trata de delegação de serviço público, o que significa dizer que deve observar o princípio da legalidade, dentre outros princípios jurídicos do Direito Administrativo; por isso, as práticas cartorárias dos notários e dos registradores, e igualmente a sua remuneração, estão sujeitas ao conhecimento da sociedade civil.
O princípio da boa-administração define-se pela necessidade de a Administração Pública, e ainda de todos aqueles que exercem a função administrativa por delegação ou por outorga, cumprir com a eficiência no trato da gestão pública, em particular ainda com a necessidade de desenvolverem-se mecanismos de participação da população e transparência das informações, seja por ouvir o usuário do serviço público em ouvidorias especializadas, ou disponibilizar recursos que facilitem o acesso a informações, seja em relação à revisão e ajuste de formas de atendimento de acordo com as deficiências constatadas. de fato, o princípio da boa-administração deve mesmo ser associado à ideia de eficiência na gestão pública e na prestação dos serviços públicos em geral. Neste contexto, a participação da população é, sim, essencial, porquanto constitui valioso mecanismo avaliador e fiscalizatório das atividades desenvolvidas, seja pelos entes estatais, seja por seus delegatários, o que também justifica a necessidade de manutenção de canais adequados para reclamações, como as ouvidorias, com vistas ao aperfeiçoamento de tais serviços.
Artigo 37- I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).
As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).  
A lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;
Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.                
Desapropriação
A ocupação temporária configura intervenção do Estado na propriedade privada por meio da qual o ente público utiliza determinado bem privado para satisfazer necessidades de interesse público. Umas das hipóteses de ocupação estão previstas no art. 58, V, da Lei 8.666/93. Trata-se de cláusula exorbitante e não depende de manifestação do Poder Judiciário.
O ingresso antecipado na posse do imóvel pressupõe, sim, o depósito de soma em dinheiro, conforme se vê da leitura do art.
"Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imití-lo provisoriamente na posse dos bens;
Parágrafo único. Revogado
§ 1º A imissão provisória poderá ser feita, independente da citação do réu, mediante o depósito:
a) do preço oferecido, se êste fôr superior a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao impôsto predial;
b) da quantia correspondente a 20 (vinte) vêzes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao impôsto predial e sendo menor o preço oferecido;
c) do valor cadastral do imóvel, para fins de lançamento do impôsto territorial, urbano ou rural, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal imediatamente anterior; 
d) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso c, o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista a época em que houver sido fixado originàlmente o valor cadastral e a valorização ou desvalorização posterior do imóvel."
Realmente, a alteração da destinação do imóvel, de escola para hospital, mantido o atendimento do interesse público, não caracteriza qualquer ilegalidade, o que a doutrina denomina como tredestinação lícita. Assim, correta esta opção.
Tredestinação: Ocorre quando o poder público confere destinação diversa da prevista inicialmente ao bem desapropriado.
Pode ser:
Lícita: a tredestinação continua sendo uma destinação pública;
Ilícita: a destinação é diversa e não visa o interesse público, cabendo retrocessão (direito de preferência do ex-proprietário de reaver o bem objeto de tredestinação ilícita).
Nepotismo 
Súmula Vinculante 13 
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
A decisão do STF, exposta acima, dá concretude aos princípios da moralidade e da impessoalidade.
Nesse sentido, segundo o próprio STF “Em que pesem as decisões do Tribunal excepcionando a sua incidência a cargos de natureza política, a orientação que emerge dos debates da aprovação da Súmula, assim como dos precedentes que lhe deram origem, não autoriza a interpretação segundo a qual a designação de parentes para cargo de natureza política é imune ao princípio da impessoalidade. Noutras palavras, cargos políticos também estão abrangidos pela Súmula Vinculante. Essa conclusão decorre dos próprios fundamentos pelos quais o Tribunal reconheceu na proibição de nepotismo uma zona de certeza dos princípios da moralidade, da impessoalidade e da eficiência. (...) A interpretação que excepciona da incidência da Súmula Vinculante os cargos de natureza política não encontra, portanto, amparo na Constituição. (...) Ante o exposto, julgo integralmente procedente a presente reclamação para cassar: (...)" [Rcl 26.448, rel. min. Edson Fachin, dec. monocrática, j. 12-9-2019, DJE 201 de 17-9-2019].
Isso implica em dizer que a prática do nepotismo viola os princípios da moralidade e da impessoalidade.
ADI 3094, STF: Viola os princípios da moralidade, impessoalidade e isonomia diploma legal que excepciona da vedação ao nepotismo os servidores que estivessem no exercício do cargo no momento de sua edição. 3. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.
Rcl 26418 AgR, STF: A vedação ao nepotismo, enunciada na Súmula Vinculante13, é decorrência lógica da norma insculpida do caput do artigo 37 da Constituição Federal, em obediência, notadamente, aos princípios da moralidade e da impessoalidade e se estende, de modo expresso, a cargos em comissão de natureza técnica da administração indireta.
O Nepotismo ocorre quando um agente público usa de sua posição de poder para nomear, contratar ou favorecer um ou mais parentes. O nepotismo é vedado, primeiramente, pela própria Constituição Federal, pois contraria os princípios da impessoalidade, moralidade e igualdade. Algumas legislações, de forma esparsa, como a Lei nº 8.112, de 1990 também tratam do assunto, assim como a Súmula Vinculante nº 13, do Supremo Tribunal Federal.
No âmbito do Poder Executivo Federal, o assunto foi regulamentado pelo Decreto nº 7.203, de junho de 2010.
A vedação ao nepotismo sustenta-se, essencialmente, em dois princípios informativos da Administração Pública, ambos expressamente referidos no art. 37, caput, da CRFB/88, quais sejam, a moralidade e a impessoalidade.
Sob o ângulo da moralidade, como o próprio enunciado da questão adiantou, em virtude de a nomeação de parentes para cargos públicos constituir clara demonstração de conduta antiética, sendo certo que o componente ético insere-se como um dos aspectos mais relevantes do princípio da moralidade administrativa. Em síntese, não há como dar atendimento ao citado postulado comportando-se de maneira antiética. São ideias inconciliáveis.
Já pelo prisma da impessoalidade, a vedação ao nepotismo tem por escopo prevenir que determinadas pessoas sejam alvos de privilégios odiosos. O ingresso no serviço público, como regra geral, deve se dar via concurso público, procedimento este que, por excelência, prima pela isonomia, imparcialidade e, claro, impessoalidade. Nas exceções constitucionais, por outro lado, que admitem a livre nomeação para cargos em comissão, o critério tem que se basear na meritocracia, isto é, na escolha dos indivíduos com maior preparo e capacidade técnica para o desempenho da respectiva função pública, e não em relações de parentesco. Somente assim estar-se-á atendendo à finalidade pública, que é, inclusive, um dos principais aspectos do princípio da impessoalidade.
A nomeação de primo para cargo em comissão não ofende diretamente o texto da Súmula Vinculante 13 do STF, que veda o nepotismo.
O nepotismo é vedado pela Súmula Vinculante 13 do próprio Supremo:
Contudo, na decisão de Menezes Direito (Reclamação 7590), o ministro cita outras decisões já tomadas pela Corte segundo as quais os cargos de natureza política não estão abrangidos pela súmula do STF. Por isso, podem, sim, ser ocupados por parentes diretos dos chefes do Executivo municipal, estadual ou federal.
Improbidade
No âmbito da Lei 8.429/92, que disciplina os atos de improbidade administrativa, não necessariamente, para a configuração destas condutas ímprobas, deverá estar presente o elemento dano patrimonial ao erário. É possível, por exemplo, que o ato gere enriquecimento ilícito ao seu agente, sem, todavia, causar danos ao erário. Do mesmo modo, em relação aos atos violadores de princípios da Administração Público, em vista dos quais o dano ao erário não é elemento essencial. 
Jurisprudência 
O salário-base do servidor público pode ser inferior ao salário-mínimo, o que não pode é a remuneração do servidor público ser menor do que o salário-mínimo (Súmula Vinculante 16).
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