Buscar

03 - RESUMO ATOS ADMINISTRATIVOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 46 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Administrativo: Atos Administrativos 
Atos Administrativos
Conceito e classificação dos atos administrativos
Ato jurídico é toda manifestação unilateral de vontade que tem por consequência adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos. O ato administrativo é uma espécie de ato jurídico, cuja principal diferença é possuir finalidade pública. 
Ato administrativo e fato administrativo: ato administrativo não se confunde com fato administrativo. Os fatos administrativos são fatos concretos que produzem efeito no direito administrativo, como a reforma de um prédio, a construção de uma ponte ou morte de um servidor, enquanto os atos administrativos decorrem da manifestação de vontade da Administração, razão pela qual os atos podem ser revogados ou anulados, enquanto os fatos administrativos não admitem invalidação. 
Não confunda Atos da Administração com Atos Administrativos:
Atos da Administração: são todos os atos emanados pela Administração Pública e dentro dos atos da administração estão os atos administrativos.
Ato administrativo é todo ato praticado pela Administração Pública ou por que a substitua, sob regime do direito público, sempre na execução da função administrativa, sendo instrumento da manifestação da vontade do Estado
 
O ato administrativo para que possa produzir seus efeitos deve vencer algumas etapas (fases) essenciais a sua formação e aplicação concreta. Vamos relembrar cada uma delas:
A perfeição - aqui o ato já cumpriu todos os trâmites legais para formação do ato, ou seja, concluiu seu ciclo de formação. Isso ocorre em razão do processo administrativo anterior ao ato administrativo.
A validade - Diz-se que um ato administrativo é válido se há compatibilidade com a lei. Todavia, a validade só poderá ser aferida se o ato existir, ou seja, um ato perfeito. Trata-se, portanto, de uma segunda fase de análise do ato administrativo
A Eficácia - Trata-se da capacidade para produção de efeitos jurídicos concedida ao ato administrativos.
 
Por fim, após, a formação do ato é possível verificar sua exequibilidade, ou seja, se o ato está apto a ser executado de pronto, de imediato.
Em regra, os atos administrativos deverão observar a forma escrita, admitindo-se excepcionalmente atos gestuais, verbais ou expedidos por equipamentos eletrônicos (a exemplo dos semáforos). 
Segundo Di Pietro, a obediência à forma não significa, no entanto, que a Administração esteja sujeita a formas rígidas. A rigor, é exigida a forma escrita, pois constitui garantia jurídica tanto para o administrado quanto para a própria Administração; “é pelo respeito à forma que se possibilita o controle do ato administrativo, quer pelos seus destinatários, quer pela própria Administração, quer pelos demais Poderes do Estado", diz a autora. (art. 2º, §ú, IX e art. 22, §1º, Lei 9.784/99).
Atos Vinculados
São atos para os quais a lei estabelece requisitos e condições de sua realização e impõem à Administração o dever de motivá-los.
São os que a administração pratica sem margem alguma de liberdade de decisão, pois a lei previamente determinou o único comportamento possível a ser obrigatoriamente adotado sempre que se configure a situação objetiva descrita na lei. Não cabe ao agente público apreciar oportunidade ou conveniência administrativas quanto à edição do ato; uma vez atendidas as condições legais, o ato tem que ser praticado, invariavelmente.
Destaque-se que mesmo os atos discricionários possuem elementos vinculados pela lei em que não há margem da liberdade. Assim, a competência, a forma e a finalidade são elementos vinculados mesmo nos atos discricionários. Há uma margem de liberdade do gestor público com relação ao motivo e ao objeto que constituem o chamado mérito do ato administrativo.
Atos vinculados não podem ser revogados porque não possuem mérito, que é o juízo de conveniência e oportunidade relacionado à prática do ato. Entretanto, podem ser anulados por vício de legalidade. (Mazza).
A licença urbanística, como espécie de licença administrativa, é ato administrativo vinculado, uma vez que não resta opção ao administrador público senão concedê-la, caso os pressupostos legais previstos para a sua obtenção encontrem-se preenchidos. Desse modo, o administrador não possui a faculdade de impor outros requisitos além dos dispostos em lei. 
Atos Discricionário
Meirelles diz que “discricionaridade é a liberdade de ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei”. 
São aqueles que a administração pode praticar com certa liberdade de escolha, nos termos e limites da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, sua oportunidade e sua conveniência administrativas.
Assim, enquanto o agente público está rigidamente adstrito à lei quanto a todos os elementos de um ato vinculado (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), ao praticar um ato discricionário possui ele certa liberdade (dentro dos limites da lei) quanto à valoração dos motivos e à escolha do objeto (conteúdo), segundo os seus privativos critérios de oportunidade e conveniência administrativas.
Em se tratando de pessoa que se passa por funcionário público, é de se concluir que esta pessoa não foi investida no exercício de função pública. Trata-se, portanto, da figura do usurpador de função, que difere do denominado funcionário de fato. Este último é aquele que foi investido em função pública, mas existe alguma invalidade em seu procedimento de investidura. Os atos daí derivados são considerados válidos em relação a terceiros de boa-fé.
No caso narrado pela Banca, todavia, está-se diante do usurpador de função, cujos atos não são imputáveis à Administração, porquanto são considerados inexistentes. A figura do usurpador de função pública, dada a gravidade, é tipificada, inclusive, penalmente, na forma do art. 328 do CP.
Mérito ou merecimento dos atos administrativos é a margem de liberdade que os atos discricionários recebem da lei para permitir aos agentes públicos escolher, diante da situação concreta, qual a melhor maneira de atender ao interesse público. Trata-se de um juízo de conveniência e oportunidade que constitui o núcleo da função típica do Poder Executivo, razão pela qual é vedado ao Poder Judiciário controlar o mérito do ato administrativo.
A prova da Magistratura Federal/2002 elaborada pela Esaf considerou “O mérito é aspecto do ato administrativo que, particularmente, diz respeito à conveniência de sua prática”.
A prova de Analista Judiciário do TRT/SP elaborada pelo Cespe considerou CORRETA a afirmação: “O juízo de conveniência e oportunidade, presente no ato discricionário, compreende o mérito administrativo, mas não afasta a necessidade de submissão do agente público ao princípio da legalidade e ao atendimento do interesse público”.
Pode-se conceituar a discricionariedade administrativa como sendo o dever de o Administrador Público, optar pela solução, razoável, proporcional e dentro dos limites da norma, que mais se compatibilize com o interesse público, ou seja, com a eficiente realização do objetivo colimado, tudo ditado pela Constituição Federal, pelas normas de inferior hierarquia e pelos valores dominantes ao tempo da consecução do ato.
Sem maiores pretensões, o conceito busca realçar a ideia de um "DEVER" discricionário.
Compromete-se com a necessidade de o Administrador estar sempre vinculado à legalidade, enquanto conceito amplo, hoje integrado também por outras fontes de Direito distintas da lei "stricto sensu".
Ressalte-se, ainda, a indiscutível sobrevaclência do interesse público sobre todas as condutas administrativas.
Exigibilidade
A exigibilidade é a qualidade, ou seja, é o atributo do ato administrativo que impele o destinatário à obediência das obrigações por ele impostas, sem necessidade de qualquer apoio judicial.
A exigibilidade traduz a noção de que o particular é obrigado a cumprir a obrigação.
Autorização
Autorização é ato unilateral e precário, e pode ter 3 objetos:
1) faculta ao particular o desempenho de atividade;
2) uso privativo de bem público a títuloprecário;
3) exploração de serviço público. 
Na verdade, a doutrina é bem tranquila em afirmar o caráter discricionário da autorização, uma vez que pode ou não ser concedida, à luz de critérios de conveniência e oportunidade administrativas. Dito de outra forma, inexiste direito subjetivo do particular a receber a autorização requerida. É este traço, inclusive, que a diferencia da licença, esta sim vinculada.
São atos da administração
a) atos de direito privado: A locação de um imóvel para a instalação de um órgão público. (doação, permuta, compra e venda, locação, etc).
c) atos políticos: O voto de um Vereador durante a sessão legislativa. (veto ou sanção de projeto de lei).
d) atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor: A expedição de um parecer da Assessoria Jurídica parlamentar. (não expressam a vontade da Adm. Pública e não produzem efeitos jurídicos imediatos).
e) atos materiais: A execução de uma apreensão de mercadoria irregular pela Prefeitura. (os atos materiais não contêm manifestação de vontade, apenas execução).
b) atos administrativos: A concessão de férias a um servidor público da Câmara Municipal.
Atos administrativos são a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com a observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
Fonte: Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
Atos Administrativos em Espécie
Quanto aos efeitos: constitutivo (é o que cria, modifica ou extingue algum direito do administrado), declaratório (apenas reconhece um direito que há existia antes) e enunciativo (alguns doutrinadores não consideram tais atos como atos administrativos, como meros atos administrativos. Eles apenas reconhecem ou atestam determinada situação: certidões, atestados, pareceres...).
Atos administrativos gerais ou individuais 
Na classificação quanto aos destinatários, os atos administrativos podem ser gerais ou individuais. Os atos gerais referem-se a uma quantidade indeterminada de pessoas, com caráter abstrato e impessoal, atingindo todas as pessoas que se encontram em uma mesma situação (exemplos:  regulamentos, portarias, resoluções, circulares). Por sua vez, nos atos individuais há discriminação específica de quais agentes ou particulares se submetem às disposições da conduta (exemplos: nomeação, demissão, licença, autorização).
Após essas breves considerações sobre os atos gerais e individuais, vamos conceituar cada um dos atos administrativos indicados nas alternativas:
Resolução: Ato normativo dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes Legislativo e Judiciário, altas autoridades do Executivo bem como pela agências reguladoras com a finalidade de disciplinar matéria de sua competência específica.
Portaria: Ato administrativo ordinatório individual que estipula ordens e determinações internas e estabelece normas que geram direitos e obrigações internas a indivíduos específicos. Sob a forma de ordens escritas, de caráter uniforme, expedidas a determinados funcionários ou agentes administrativos incumbidos de certo serviço. Vale lembrar que, diferentemente das circulares e instruções, é direcionada a indivíduos especificados no próprio ato administrativo.
Decreto: Ato privativo do Chefe do Executivo (art. 84, IV, CF).
Circular: Utilizada para a edição de normas uniformes a todos os servidores, subordinados a um determinado órgão.  Internos pelos quais os chefes de órgãos, repartições ou serviços expedem determinações gerais ou especiais a seus subordinados.
Parecer: Opinião de órgão consultivo do Poder Público, sobre assunto de sua competência.
Alvará: Na verdade não é um ato administrativo, é o instrumento pelo qual a Administração confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado.
Regulamento: postos em vigência por decreto, para especificar os mandamentos da lei ou prover situações ainda não disciplinadas por lei. Vale lembrar que regulamento é ato normativo privativo do Chefe do Poder Executivo, conforme o disposto no artigo 84, IV da CF.
Deliberação: normativos ou decisórios emanados de órgãos colegiados.
 
Atos de gestão
Expedidos pela Administração em posição de igualdade perante o particular, sem usar de sua supremacia e regidos pelo direito privado. Exemplos: locação de imóvel, alienação de bens públicos.
Segundo Mazza, a locação de um imóvel pelo Poder Público é exemplo de ato de gestão ou ato regido pelo Direito Privado. Quando o Poder Público pratica tais atos ingressa em relação jurídica submetida ao direito privado, ocupando posição de igualdade perante o particular.
Normativos
São atos gerais e abstratos. Atos abstratos aplicam a uma situação hipotética. Possui destinatários indeterminados.
Ex: regulamento, regimento, resolução, deliberação, instrução normativa, portaria e decreto.
São os atos que possuem comandos gerais e abstratos para viabilizar o cumprimento da lei. Exemplo: decretos e deliberações.
Atos abstratos ou normativos
Aqueles que se aplicam a uma quantidade indeterminável de situações concretas, não se esgotando após a primeira aplicação. Têm sempre aplicação continuada. A competência para expedição de atos normativos é indelegável (art. 13, I, da Lei n. 9.784/99).
Ordinatórios
São atos internos, destinados a estabelecer normas de conduta para os agentes públicos, sem causar efeitos externos.
Ex: portaria interna, circular, ordem de serviço, despacho, ofício, memorando, aviso os provimentos e os despachos.
Os atos ordinatórios são aqueles que a Administração edita em ordem a disciplinar sua estrutura interna, os quais têm por base o poder hierárquico. Não é o caso, evidentemente, de um ato que terá por destinatários os particulares, pessoas alheias à estrutura interna administrativa.
Matheus Carvalho define que os atos ordinatórios são atos de ordenação e organização interna que decorrem do poder hierárquico. Organizam a prestação do serviço, por meio de normas que se aplicam internamente aos órgãos pertencentes à estrutura administrativa, ensejando a manifestação do Poder Hierárquico da Administração, não atingindo terceiros, alheios à estrutura do Estado. 
Também são atos ordinatórios as portarias, avisos, ofícios, circulares, ordens de serviço, despachos e memorandos.
Negociais 
Manifestação da vontade da Administração coincide com determinado interesse público. Não são imperativos, coercitivos, auto executórios.
Ex: Homologação, concessão, autorização, permissão, admissão, licença e aprovação.
O prefeito de um município gostaria de implementar espaços de coworking (compartilhamento de espaço e recursos de escritório) nas bibliotecas públicas em parceria com a sociedade civil e empresas. Para celebrar esse tipo de projeto, o prefeito deverá utilizar a seguinte espécie de ato administrativo:
Realmente, os atos negociais caracterizam-se pela coincidência de interesses acima mencionada. Apesar de serem declarações unilaterais, vêm a atender pedidos dos particulares, no sentido de viabilizar o exercício de atividades ou a utilização de bens públicos. É exatamente este o caso descrito pela Banca no enunciado da questão.
Ademais, as características/atributos dos atos administrativos são presunção de legitimidade. autoexecutoriedade, tipicidade e imperatividade.
Os atos administrativos decorrem da função administrativa do Estado, sujeitos ao controle interno, exercido pelo próprio órgão do qual emanou o ato; e controle externo, exercido por poder diverso daquele que editou o ato ou pelos próprios administrados.
Os atos administrativos são passíveis de controle pela própria Administração, no exercício da autotutela, ocasião em que se analisa a conveniência e oportunidade do ato; bem como de controle externo pelo Judiciário, o qual analisa a legalidade do ato.
A intervenção do Estado na economia ocorre mediante o poder de polícia, que não é exercido por entidades paraestatais.
 Trata-se de acordos firmados entre a Administração e o particular, exemplo de ato negocial:Art. 33, §7º, Lei 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos): Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.
A propósito dos atos negociais ou de consentimento, Rafael Oliveira assim escreveu:
"Os atos administrativos de consentimento são aqueles editados a pedido do particular, viabilizando o exercício de determinada atividade e a utilização de bens públicos. Alguns autores denominam os atos de consentimento estatal de atos receptícios ou atos negociais, uma vez que a vontade de Administração é coincidente com a pretensão do particular. Inserem-se na categoria de atos de consentimento as licenças, permissões, autorizações e admissões."
Estudo de caso: A administração municipal houve por bem, sem antes responder pedido de alvará para funcionamento de Bar e Restaurante Ltda., fechá-lo sob o fundamento de que o comércio explorado fere a lei de zoneamento respectiva.
R: O Alvará de Funcionamento é uma LICENÇA (uma das 3 espécies de Atos Negociais: Licença, Autorização e Permissão). Nesse caso, por se tratar de uma Licença, é um ato administrativo VINCULADO, ou seja, uma vez atendidas as exigências legais e regulamentares pelo interessado, deve a administração concedê-la. Logo, o item I é VERDADEIRO, uma vez que não pode a administração fechar o estabelecimento caso não tenha respondido que o Bar não atende aos requisitos para a a Licença (Alvará), pois se o estabelecimento atender os requisitos a Administração é OBRIGADA a fornecer a licença e só no caso de o estabelecimento não atender é que pode a administração fechá-lo por falta da licença. O Item III também é verdadeiro, pois caso se preencha os requisitos para a Licença não se prende ao alvedrio da Administração a concessão da licença, pois é um Ato Vinculado;
Enunciativos
Administração declara um fato ou profere uma opinião, sem que produza consequências jurídicas.
Ex: certidão, atestado, parecer técnico, parecer normativo e apostila.
Os atos enunciativos emitem opiniões e conclusões do ente estatal. Exemplos: parecer, atestado, certidão e averbação.
Atestam determinados fatos ou direitos, bem como envolvem, eventualmente, juízos de valor (ex.: certidão que atesta o tempo de serviço do servidor; pareceres que retratam juízos de valor dos agentes públicos). Os atos declaratórios e enunciativos guardam profundas semelhanças, razão pela qual parcela da doutrina, ao tratar da presente classificação, menciona apenas os atos constitutivos e declaratórios.
Punitivos
Impõe sanção. Manifestação dos poderes disciplinar e de polícia.
Ex: Multa, interdição de atividades, advertência a servidor público, destruição de coisa etc.
Imperativo
Praticados pela Administração em posição de superioridade diante do particular. Exemplos: desapropriação, multa, interdição de atividade;
Atos dotados de poder de império são aqueles se impõem perante terceiros, coercitivamente, instituindo obrigações que devem ser cumpridas, sob pena de sanções. Na espécie, o ato em tela seria editado mediante consentimento dos particulares, havendo uma coincidência de interesses. 
A imperatividade, realmente, implica a possibilidade de a Administração constituir os particulares em obrigações, unilateralmente, sem a necessidade de sua anuência. Este mecanismo de coerção é tido como indireto, porquanto visa a induzir o particular a não voltar a violar a lei. Trata-se, de fato, de exigibilidade.
Imperatividade, ante a inevitabilidade de sua execução, porquanto reúne sempre poder de coercibilidade para aqueles a que se destina, havendo a possibilidade de ser revogado pela própria Administração quando sua manutenção deixar de ser conveniente e oportuna. 
A alternativa descreve corretamente o que a doutrina entende por imperatividade. Por todos, vejamos a doutrina de José dos Santos Carvalho Filho: “Imperatividade, ou coercibilidade, significa que os atos administrativos são cogentes, obrigando a todos quantos se encontrem em seu círculo de incidência (ainda que o objetivo a ser por ele alcançado contrarie interesses privados (...) O princípio da supremacia do interesse público justifica a coercibilidade dos atos administrativos. 
Decorre da imperatividade o poder que tem a Administração de exigir o cumprimento do ato. Não pode, portanto, o administrado recusar-se a cumprir ordem contida em ato administrativo quando emanada em conformidade com a lei. A exigibilidade, assim, deflui da própria peculiaridade de ser o ato imperativo". Além disso, de fato, a administração também possui autotutela de seus próprios atos, revogando aqueles considerados inoportunos e anulando aqueles eivados de vício de ilegalidade. 
Sobre o princípio da autotutela, leciona Carvalho Filho: “Não se trata apenas de uma faculdade, mas também de um dever, pois que não se pode admitir que, diante de situações irregulares, permaneça inerte e desinteressada. Na verdade, só restaurando a situação de regularidade é que a Administração observa o princípio da legalidade, do qual a autotutela é um dos mais importantes corolários. (...) Registre-se, ainda, que a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação administrativa: aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, procede à revisão de atos ilegais; e aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento. 
A capacidade de autotutela está hoje consagrada, sendo, inclusive, objeto de firme orientação do Supremo Tribunal Federal, que a ela faz referência nas clássicas Súmulas 346 e 473". 
Matheus Carvalho menciona que "Todo ato administrativo que cria obrigação ao particular (os chamados atos restritivos) encerra um poder dado à administração pública de, unilateralmente, estabelecer uma obrigação aos particulares - desde de que, obviamente, dentro dos limites da lei. Essa imposição de obrigações, independentemente da vontade do particular, configura o atributo da imperatividade".
Logo, nos atos administrativos restritivos, as determinações impostas pelo poder público têm de ser cumpridas, sendo este atributo da imperatividade designado como poder extroverso por alguns doutrinadores.
Ressalte-se que a característica da imperatividade está presente somente nos atos administrativos que dispõem acerca de obrigações e deveres aos particulares, ao passo que os atos que definem direitos e vantagens não são imperativos.
Sobre o tema, Maria Sylvia Di Pietro assim se manifesta:
"Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância.
Decorre da prerrogativa que tem o Poder Público de, por meio de atos unilaterais, impor obrigações a terceiros;"
A doutrina ainda adverte que a imperatividade não está presente em todos os atos administrativos. Atos negociais, ampliativos de direitos, ou que não impliquem, por si só, a instituição de obrigações aos particulares, não são dotados de imperatividade.
Segundo a doutrina, no entanto, o atributo da imperatividade não é encontrado em todos os atos administrativos. É o que ocorre, por exemplo, com os atos negociais (permissões, licenças e autorizações) e com os atos enunciativos (pareceres, certidões etc.).
Na realidade, a imperatividade, como ensina Maria Sylvia Di Pietro, "é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância."
Por sua vez, a característica de impelir, isto é, de obrigar, de valer-se de meior coercitivos, diretos ou indiretos, para obrigar os particulares ao cumprimento do ato está afeta a outro atributo, qual seja, a autoexecutoriedade, que, conforme a mesma doutrina acima indicada,desdobra-se em exigibilidade (quando a Administração se vale de mecanismos indiretos de coerção, como a multa) e a executoriedade (quando a Administração faz uso da força pública para impor os comportamentos desejados, como no caso de dispersar manifestação que descambe para danos contra o patrimônio público e/ou privado).
Autoexecutoriedade
A autoexecutoriedade é admitida pela doutrina em duas situações: a uma, quando houver expressa base legal; a duas, em situações de urgência, nas quais a inércia administrativa possa resultar em danos ainda maiores ao interesse público, exatamente como seria o caso narrado na presente questão, acaso o veículo não fosse removido do local para permitir que as ambulâncias voltassem a circular livremente.
Exoneração
Alonso (servidor público ocupante de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração) foi nomeado pelo seu superior para o cargo. O superior ficou descontente com o desempenho de Alonso e resolveu dispensá-lo de suas funções sem processo administrativo disciplinar - PAD, fez constar que a exoneração aconteceu por motivos de improbidade administrativa. 
A exoneração não poderá ser considerada legal, uma vez que o motivo não foi aquele que constou do ato de exoneração. Conforme indicado no enunciado, o superior de Alonso ficou descontente com o desempenho dele e resolveu dispensá-lo. Contudo, fez constar que a exoneração ocorreu por motivos de improbidade administrativa. 
A exoneração não é tida como punição. A demissão, por sua vez, que possui caráter punitivo e é aplicada ao servidor em virtude do cometimento de falta grave. Destaca-se que antes de aplicar as penalidades administrativas, deve ser realizado o processo administrativo disciplinar, com a observância do contraditório e da ampla defesa. 
Alonso é servidor ocupante de cargo em comissão de livre nomeação e exoneração e pode ser exonerado pela Administração Pública. Trata-se um ato discricionário e o Judiciário tem o dever de intervir nos casos em que o motivo não for verdadeiro e por isso, não for válido. 
A exoneração não poderá ser considerada legal, já que o motivo não foi aquele que constou do ato de exoneração. Salienta-se que embora o ato de exoneração não exija motivação, quando o mesmo for motivado, a validade do ato estará vinculada aos motivos citados, com base na teoria dos motivos determinantes. Dessa forma, o ato apenas será válido se os motivos forem verdadeiros. 
 
A exoneração e a demissão de servidor em estágio probatório não dependem de PAD. 
Portaria 
É o instrumento pelo qual o Ministro de Estado ou, em virtude de competência regimental ou delegada, outras autoridades estabelecem instruções e procedimentos de caráter geral necessários à execução de leis, decretos e regulamentos, e praticam outros atos de sua competência. Os efeitos de uma portaria podem se estender para além do próprio Ministério.
Resolução
É o ato normativo expedido por colegiado com competência deliberativa estabelecida em ato legal ou infralegal. A depender das atribuições definidas no ato de constituição do colegiado, o alcance desse tipo de uma Resolução pode se estender a atores externos ao Ministério. Resoluções são tipicamente assinadas pela sua instância máxima (por exemplo, o presidente de um conselho).
Instrução Normativa
Consiste em ato normativo expedido por uma autoridade a seus subordinados, com base em competência estabelecida ou delegada, no sentido de disciplinar a execução de lei, decreto ou regulamento, sem, no entanto, transpor ou inovar em relação à norma que complementa. A Instrução Normativa tipicamente visa a orientar setoriais, seccionais ou unidades descentralizadas.
Norma de Serviço
É o instrumento pelo qual dirigentes estabelecem regras operacionais necessárias para detalhar procedimentos e situações peculiares do próprio órgão ou entidade. A Norma de Serviço é aprovada mediante Portaria, conforme exemplo acima.
Regimento
Por fim, cabe mencionar que o regimento configura-se ato normativo para definição de normas internas, estabelecendo as regras a serem obedecidas para o regular funcionamento de órgãos colegiados, não estendendo seus efeitos aos particulares não vinculados à estrutura organizacional da entidade responsável por sua edição (CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 6. ed. Salvador: Editora JusPODIVM, 2019. p 297).
Atos simples
São editados a partir da vontade de um único órgão público (ex.: ato administrativo que concede férias ao servidor).
Atos compostos
Os atos COMPOSTOS se referem aqueles "atos que são praticados por um único órgão, mas dependem da verificação, visto, aprovação, anuência, homologação ou 'de acordo' por parte de outro, como condição de exequibilidade" (MAZZA, 2013). 
São formados pela manifestação de dois órgãos: um que define o conteúdo do ato e o outro que verifica a sua legitimidade. Enquanto a vontade do primeiro órgão é a responsável pela elaboração do ato, a manifestação do segundo órgão possui caráter instrumental ou complementar (ex.: parecer elaborado por agente público que depende do visto da autoridade superior para produzir efeitos).
Por oportuno, cabe diferenciar o ato administrativo composto do ato complexo, ponto muito cobrado em questões objetivas de concursos públicos. Ato administrativo composto é o ato que resulta da "vontade de um órgão, mas depende da verificação por parte de outro, para se tornar exeqüível. (...) O ato composto distingue-se do complexo porque este só se forma com a conjugação de vontades de órgãos diversos, ao passo que aquele é formado pela manifestação de vontade de um único órgão, sendo apenas ratificado por outra autoridade"
Atos complexos
Os atos COMPLEXOS são aqueles "formados pela conjugação de vontades de MAIS DE UM órgão ou agente" (MAZZA, 2013).
São elaborados pela manifestação autônoma de órgãos diversos. Nesse caso, os órgãos concorrem para a formação de um único ato (ex.: nomeação de Ministros do STF, que depende da indicação do chefe do Executivo e da aprovação do Senado, na forma do art. 101, parágrafo único, da CRFB e aposentadoria do servidor público, que depende da manifestação da entidade administrativa e do respectivo Tribunal de Contas).
Atos modificativos
Os atos MODIFICATIVOS são aqueles que "alteram situações preexistentes" (MAZZA, 2013).
Atos constitutivos 
São aqueles que criam, modificam ou extinguem direitos (ex.: revogação de ato administrativo; aplicação de sanção ao servidor). 
A autorização é ato constitutivo.
atos declaratórios 
Declaram a existência de situações jurídicas preexistentes ou reconhecem direitos (ex.: edição de atos vinculados, tais como a licença para construir e a licença profissional).
A licença é ato declaratório de direito preexistente.
 Atos concretos 
Regulam apenas um caso, esgotando-se após a primeira aplicação. Exemplo: ordem de demolição de um imóvel com risco de desabar. 
Atos de expediente
Dão andamento a processos administrativos. São atos de rotina interna praticados por agentes subalternos sem competência decisória. Exemplo: numeração dos autos do processo. 
Atos punitivos
São aqueles que aplicam sanções a particulares ou servidores que praticam condutas irregulares. Exemplos: multas e interdições. 
Acerca dos institutos da CONCESSÃO, PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO para a prestação de serviços públicos, é bom ir para a prova sabendo bem essas características:
Concessão
Natureza: contrato administrativo;
Licitação: sempre exigida (concorrência);
Prazo: sempre determinado;
Vínculo: definitividade;
Partes envolvidas: PJs ou consórcios de empresas.
Permissão 
Natureza: contrato de adesão;
Licitação: sempre exigida (ñ necessariamente na modalidade concorrência!);
Prazo: sempre determinado;
Vínculo: precariedade e revogabilidade;
Partes envolvidas: PJs ou PFs;
É ato administrativo discricionário e precário pelo qual a Administração consente que ao particular utilize privativamente bem público. Com o advento da Lei 8.987/95 (art. 40), o instituto da permissão como ato administrativo está restringido ao usode bens públicos, porquanto a permissão de serviços públicos passou a ter natureza jurídica de contrato administrativo bilateral, de adesão, e resultante de atividade vinculada do administrador em virtude da exigência normal de licitação para a escolha do contratado.
Autorização 
Natureza: ato administrativo unilateral;
Licitação: dispensada, mas pode ser adotada discricionariamente pela entidade delegante;
Prazo: determinado ou indeterminado;
Vínculo: precariedade e revogabilidade;
Partes envolvidas: PJs ou PFs;
É adequada para suprir interesses coletivos instáveis ou emergência transitória.
 Licença 
É o ato unilateral e vinculado pelo qual a Administração consente ao particular o exercício de uma atividade. Exemplo: licença para edificar que depende do alvará. Por ser ato vinculado, desde que cumpridas as exigências legais a Administração não pode negá-la.
Aprovação 
É o ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração faculta a prática de ato jurídico (aprovação prévia) ou manifesta sua concordância com ato jurídico já praticado (aprovação a posteriori).
Expedição de licença municipal para construir
Trata-se de ato administrativo propriamente dito, por se tratar de manifestação de vontade cujo fim imediato seja a produção de efeitos jurídicos, regida pelo direito público.
Edição de uma medida provisória pelo Chefe do Executivo
Enquadra-se na categoria de "atos da administração pública em sentido amplo". Trata-se de ato político ou de governo, que não está sujeito à teoria geral dos atos administrativos.
Celebração de um contrato de locação de imóvel pelo poder público como locatário
Trata-se de ato privado praticado pela Administração Pública. Nessa situação a administração pública age sem revestir a qualidade de poder público, ou seja, despida de suas prerrogativas de direito público. Nesse caso, submete-se a administração às regras do direito privado que regulam tais atos jurídicos.
Veto a um projeto de lei
Assim como na letra "b", aqui também se trata de ato político ou de governo. Dica: para saber se o ato é político ou de governo, basta verificar que ele decorre diretamente da Constituição, e não da lei.
Ordem rotineira de Secretário Municipal para varrição das ruas do Município
Está classificado como "atos materiais", que são atos praticados pela administração pública de mera execução de determinações administrativas, portanto, não têm como conteúdo uma manifestação de vontade. Outros exemplos: dissolução de uma passeata, pavimentação de uma estrada, demolição de um prédio que esteja ameaçado a ruir.
Elementos/ requisitos dos atos administrativos
Um ato administrativo que passou por todas as etapas do seu processo de formação, mas sujeito à condição ou termo, segundo a doutrina do direito administrativo, é considerado um ato perfeito e pendente.
Em se tratando de ato que completou o seu ciclo de formação, a hipótese corresponde ao conceito de ato perfeito, segundo tranquilo magistério doutrinário.
Sem embargo, acaso o ato, a despeito de ter completado seu ciclo de formação, esteja submetido a condição ou termo, a doutrina o denomina como ato pendente.
Neste sentido, por exemplo, a doutrina de Rafael Oliveira:
Atos perfeitos: são os ato que completaram o seu ciclo de formação e estão aptos para produção de efeitos jurídicos, o que ocorre efetivamente com a sua publicação (ex.: publicação do ato de exoneração do servidor).
Eficaz: é o ato que apto a produzir todos os seus efeitos
Válido: está em conformidade com o ordenamento jurídico
Não se deve confundir o ato perfeito com o ato válido. A perfeição diz respeito às fases que o ato deve completar para gerar seus efeitos. A validade, entretanto, relaciona-se a sua adequação a lei.
A lição de Maria Sylvia Di Pietro:
"Ato perfeito é aquele que está em condições de produzir efeitos jurídicos, porque já completou todo o seu ciclo de formação."
Atos pendentes: são os atos perfeitos que se encontram sujeitos a condição ou termo para produção de efeitos jurídicos (ex.: exoneração do servidor a partir de data futura. Apesar de publicado o efeito da exoneração somente será implementado a partir da data indicada);"
Em rigor, constitui atributo dos atos administrativos a denominada tipicidade (e não a atipicidade), que significa, em síntese, que, para cada providência administrativa a ser adotada, deve corresponder uma determinada figura jurídica prevista em lei.
Na realidade, dentre as características do elemento competência, encontra-se o seu caráter improrrogável (ou intransferível), em vista do qual, por derivar diretamente de lei, a competência não se modifica por ter sido eventualmente exercida por outro órgão ou agente, que não aquele definido em lei, tampouco opera-se sua transferência em razão da não utilização por quem de direito.
Embora não haja absoluto consenso doutrinário, existe forte corrente no sentido de que a forma deve ser tida como elemento vinculado dos atos administrativos. De seu turno, o motivo, realmente, admite discricionariedade, a depender de definição legal neste sentido. É a lei, portanto, que deverá deixar um espaço de apreciação para o agente competente avaliar, no caso concreto, à luz de critérios de conveniência e oportunidade, se o motivo encontra-se presente.
Na verdade, em razão do atributo denominado presunção de legitimidade, os atos administrativos presumem-se praticados em conformidade com o ordenamento jurídico. De tal maneira, cabe àquele que alega eventual invalidade demonstrar o contrário, de maneira que o ônus dessa prova não pertence à Administração, mas sim ao particular.
A rigor, a decisão de recursos administrativos é prevista em lei dentre as matéria que não admitem delegação de competência, consoante art. 13, II, da Lei 9.784/99:
"Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade."
Conforme indicado por Marinela (2018), a maioria dos doutrinadores elenca cinco elementos ou requisitos do ato administrativo: sujeito competente ou competência, forma, motivo, objeto e finalidade. 
A competência, a finalidade e a forma são SEMPRE elementos vinculados. Assim, não cabe ao agente público margem para escolha. Já o motivo e o objeto são elementos discricionários, de modo que pode o administrador público fazer juízo de oportunidade e conveniência.
A doutrina majoritária apontada, como requisitos ou elementos dos atos administrativos: i) competência; ii) finalidade; iii) forma; iv) motivo; e v) objeto.
Como base legal, costuma-se apontar a Lei da Ação Popular, a qual, ao esmiuçar os casos de invalidade dos atos do Poder Público, acaba por consagrar os referidos elementos ou requisitos.
No ponto, confira-se o disposto no art. 2º da Lei 4.717/65:
"Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade."
Competência
Tem como características:
a) é de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos;
b) é irrenunciável;
c) é intransferível;
d) é imodificável pela vontade do agente;
e) é imprescritível.
Defeito quanto ao sujeito que o emana: COMPETÊNCIA
Segundo Marinela (2018), "os atos administrativos não podem ser praticados por qualquer pessoa. O sujeito competente deve ser necessariamente um agente público, que é o conceito mais amplo encontrado na doutrina, consistindo em qualquer pessoa que exerça de forma temporária ou permanente, com ou sem remuneração, uma função pública, devendo estar, de alguma forma, ligada à Administração Pública". 
- Lei nº 9.784 de 1999:
Art. 11 A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
A questão exige conhecimento dos elementos do ato administrativo, que são definidos a partir do disposto no art. 2ºda Lei 4.717/65 (Lei de Ação Popular). São cinco os elementos do ato administrativo: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. A lei atribui competência para a prática do ato.
Sobre o elemento “competência", importante trazer o ensinamento de Rafael Oliveira, para quem “ O ato administrativo deve ser editado por agente público competente . O sujeito é elemento de todo e qualquer ato jurídico . No caso dos atos administrativos, o sujeito é o agente público que a legislação define como competente para o exercício de determinada função administrativa . Enquanto no Direito Privado a validade do ato jurídico pressupõe a capacidade do sujeito, no Direito Administrativo exige-se ainda a competência . Vale dizer: além de capaz, o agente público deve ser competente ".
Ademais, cabe mencionar que a competência além de improrrogável, já que o agente incompetente não se transforma em competente, também é irrenunciável, pois o agente tem o dever de exercer a função pública.
Dentre os possíveis vícios no elemento competência, a doutrina elenca: excesso de poder, atos praticados pelo funcionário de fato e pelo usurpador de função.
Excesso de poder: o agente público pratica determinado ato administrativo sem possuir competência para tanto. Neste caso, o ato é inválido, contudo, é passível convalidação, a depender do caso concreto.
Atos praticados por funcionário de fato: trata-se de vício na investidura do agente público, que passa a praticar atos com aparência de legalidade. Nestes casos, em regra, os atos são tidos como válidos, em razão da boa-fé dos particulares atingidos por tais atos, que acreditavam na sua legitimidade – princípio da impessoalidade e teoria do órgão.
Atos praticados por usurpador de função: trata-se de ato praticado por aquele que não é agente público, e que não possui qualquer vínculo com a Administração Pública, ainda que viciado (como ocorre com o funcionário de fato). Nestes casos, o ato é tido por inexistente.
Não é correto aduzir que a competência seja presumida, pelo contrário, deve sempre estar prevista em lei, consoante adverte a doutrina, por exemplo, de Alexandre Mazza:
"No Direito Administrativo, é sempre a lei que define as competências conferidas a cada agente, limitando sua atuação àquela seara específica de atribuições."
É equivocado sustentar que a competência seja prorrogável. Em rigor, dentre suas características, encontra-se improrrogabilidade, no sentido de que, mesmo quando não exercida, a competência não é transferida a outro órgão ou agente público.
O exercício da competência é obrigatório no sentido de que, verificada a hipótese que justifica sua prática, o agente ou órgão dotado de atribuição não tem a possibilidade de exercê-la ou não. Trata-se de genuíno poder-dever de agir.
Já a capacidade administrativa não é abordada com frequência pela doutrina. Sobre o tema, confira-se a seguinte definição proposta por Thiago Marrara:
"Anote-se, por oportuno, que competência e capacidade são conceitos que não se confundem. A capacidade administrativa, tratada em dispositivo específico da LPA, é a possibilidade para a prática de atribuições públicas e surge apenas quando o sujeito que deseja exercer qualquer atribuição pública completa 18 anos e esteja em perfeito juízo. Ainda que semelhante à capacidade do direito civil, a capacidade administrativa não depende das normas privadas, uma vez que a LPA estabeleceu um limite etário próprio, independente, deixando de fazer qualquer remissão ao Código Civil. A capacidade é, em síntese, um pressuposto para o exercício das competências, para o desempenho de funções públicas."
Firmada esta noção conceitual, pode-se dizer que, ao completar o limite etário necessário, o sujeito passa a ostentar a capacidade administrativa, que poderá ser exercida, de fato, acaso seja investido em função pública, quando passará a deter, também, competências administrativas. Como o exercício da função pública depende, via de regra, da vontade do sujeito, aí residiria o caráter facultativo da capacidade administrativa.
Diversamente do esposado neste item da questão, as competências, em regra, são passíveis de delegação, na forma do estabelecido nos arts. 11 e 12 da Lei 9.784/99:
"Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial."
Daí se extrai que a regra geral consiste na possibilidade de delegação de competências, ressalvas as hipóteses em que a lei assim não permita, que estão elencadas no art. 13 do mesmo diploma legal.
De seu turno, a avocação também é admitida, só que não com a mesma amplitude da delegação, porquanto a lei de regência a considera excepcional. No ponto, eis o teor do art. 15 da Lei 9.784/99:
"Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior."
De todo o modo, incorreta esta assertiva, ao rejeitar, genericamente, a possibilidade de a competência ser delegada ou avocada.
Outra característica importante da competência consiste em sua irrenunciabilidade, no sentido de que o órgão ou agente ao qual houver sido atribuída não pode a ela renunciar, justamente porque competências são previstas em lei, de sorte que os sujeitos não podem, por um ato de mera vontade, contrariar aquilo que a lei impõe como necessário ao atendimento do interesse público.
Não é verdade aduzir que as competências sejam passíveis de transferência a outros órgãos ou agentes, o que deriva da característica da derrogabilidade, como adverte José dos Santos Carvalho Filho:
"A primeira é a derrogabilidade: a competência de um órgão não se transfere a outro por acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração. Fixada em norma expressa, deve a competência ser rigidamente observada por todos."
Pior ainda é a proposição em exame sustentar que tal transferência sequer seria passível de retomada, o que, na prática, implicaria alterar, via atos administrativos, competências estabelecidas por lei, o que é de todo equivocado.
A possibilidade de delegação de competências de superior para subordinado é inquestionável no âmbito da Administração Pública. Refira-se que a lei federal de regência até admite que haja delegação, mesmo na inexistência de relação de hierarquia e subordinação entre os órgãos/agentes públicos envolvidos. Mas, como a assertiva em exame não aduzir ser impositiva a existência de tal relação, não há que se considerar incorreta a afirmativa por este fundamento.
Sobre a possibilidade de retomada da competência, igualmente correto, por se tratar de providência temporária, passível de revogação, portanto.
Por fim, quanto à expressão "desde que a lei o preveja", o ponto não é unânime em doutrina, existindo posição no sentido de que a possibilidade de delegação é a regra, de modo que apenas as vedações é que precisam estar expressas.
Sem embargo, também existe corrente a sustentar a necessidade de previsão legal, tal como consta da presente assertiva, como é o caso, novamente, de José dos Santos Carvalho Filho, litteris:
"Em algumas circunstâncias, pode a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. É o fenômeno da delegação de competência. Para que ocorra, é mister que haja norma expressa autorizadora, normalmente de lei."
Seguindo-se esta corrente doutrinária, não há como discordar da postura adotada pela Banca, de sorte que o item pode ser tido como correto, como de fato o foi.
Em sendo estabelecidas, sempre, por meio de lei, as competências nãosão passíveis de modificação por atos administrativos, ainda que praticados por superiores hierárquicos, ressalvadas apenas as hipóteses de delegação e de avocação.
Embora inexiste consenso absoluto entre os doutrinadores, são apontadas como características da competência, em geral, as seguintes: i) exercício obrigatório; ii) irrenunciável; iii) inderrogável; iv) imprescritível; v) improrrogável; vi) ser passível de delegação e avocação.
Esclareça-se que a inderrogabilidade significa que a competência não pode ser modificada pela vontade das partes ou da própria Administração, uma vez que foi fixada por lei. Logo, somente a própria lei pode alterar aquilo que ela mesma estabeleceu.
Já a improrrogabilidade corresponde à ideia segundo a qual a competência não é alterada, de um órgão para outro, apenas pelo fato de o órgão incompetente a haver exercido, ainda que por expressivo lapso de tempo. No ponto, como ensinam Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “o fato de um órgão ou agente incompetente praticar um ato não faz com que ele passe a ser considerado competente, salvo disposição legal expressa que assim estabeleça.” (Direito Administrativo Descomplicado, 20ª edição, 2012, p. 455).
O ato praticado por agente incompetente pode ser convalidado por aquele
que tem a competência legal. Nesse caso, a convalidação é chamada de
ratificação e somente não é possível no caso de competência exclusiva,
ou seja, indelegável. 
A legislação prevê expressamente que as matérias de competência exclusiva não são passíveis de delegação.  Apesar de não haver previsão no que diz respeito à avocação, tal poder se sujeita às mesmas vedações da delegação, de modo que a avocação de competência exclusiva configura excesso de poder. 
Objeto
Pode ser chamado também de "conteúdo" por alguns autores. O objeto é a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo pretende que ocorra. Ou seja, é a vontade imediata exteriorizada pelo ato, a proposta a qual se destina. O efeito jurídico aqui é imediato.
O vício quanto ao OBJETO ocorre quando o ato importa violação à lei, regulamento ou outro ato normativo. Há, dentre outras situações, quando o objeto é diverso do previsto na lei para o caso sobre o qual incide; exemplo:  Pena de suspensão quando cabível de repreensão.
Forma
Ofensa aos requisitos de existência e validade: FORMA.
É o meio pelo qual o ato administrativo irá se perfazer no mundo jurídico, ou seja, o modo como será feita a exteriorização de vontade da Administração Pública.
Estudo de caso: Ao negar pedido de um cidadão para ter acesso aos dados estatísticos sobre os crimes violentos cometidos no âmbito estadual no último ano, a autoridade administrativa não indicou qualquer fato ou fundamento jurídico para embasar sua decisão, embora a lei exigisse que essa indicação fosse expressa. Nesse caso, considerando que apesar da ausência de indicação os fatos e os fundamentos jurídicos para a denegação do pedido existiam e eram válidos, é correto afirmar que o ato administrativo em questão possui vício de?
R: O candidato deve perceber que, ao final da narrativa, tem-se que os fatos e fundamentos jurídicos para a denegação do pedido existiam e eram válidos, portanto não houve vício no motivo. O que faltou, na verdade, foi a motivação, que é a exteriorização, a justificativa por escrito dos motivos que levaram à negação do pedido do cidadão. Quando falta a motivação, o vício está na forma do ato.
Finalidade
É o elemento para o qual o ato administrativo é dirigido, ou seja, a satisfação do interesse público. Aqui se tem um efeito mediato.
A finalidade dos atos administrativos só pode visar o interesse público, amplamente, ou visar a aplicação da lei, restritivamente.
Desvio de procedimento: FINALIDADE.
Motivo
São as razões de fato e de direito que impulsionaram a realização do ato. Pode ser conceituado como a razão de fato ou de direito que gera a vontade do agente de praticar o ato administrativo.
Para responder corretamente a questão, o candidato deve ter conhecimento de que motivo e motivação não se confundem. Sobre o tema, Maria Sylvia Zanella di Pitero esclarece:
Motivação
"Motivação é a exposição dos motivos, ou seja, é a demonstração, por escrito, de que os pressupostos de fato realmente existiram. Para punir, a Administração deve demonstrar a prática da infração. A motivação fiz respeito às formalidades do ato, que integram o próprio ato, vindo sob a forma de 'considerada'; outras vezes, está contida em parecer, laudo, relatório, emitido pelo próprio órgão expedidor do ato ou por outro órgão, técnico ou jurídico, hipótese em que o ato faz remissão a esses atos precedentes".
No mesmo sentido é o entendimento de Matheus Carvalho:
"Não se deve confundir motivo, enquanto elemento formativo dos atos administrativos, com a motivação. Esta é somente a exposição dos motivos do ato, ou seja, a fundamentação do ato administrativo, estabelecendo a correlação lógica entre a situação descrita em lei e os fatos efetivamente ocorridos. Representa uma justificativa à sociedade, estabelecendo a razão
de prática daquela conduta.
A explicitação dos motivos integra a 'formalização do ato' e é feita pela autoridade administrativa, competente para sua prática. Sendo assim, pode-se estabelecer que o ato praticado sem a motivação devida contém um vício no elemento forma".
 
Portanto, a motivação integra o conceito do elemento forma e a sua ausência impede a verificação de legitimidade do ato.
A motivação dos atos administrativos tem em mira, em última análise, possibilitar que se exerça um controle sobre sua legalidade. Para tanto, é necessário conhecer as razões que levaram a Administração a agir num dado sentido. De tal forma, o uso de expressões genéricas não se presta a satisfazer a exigência legal de motivação, porquanto, a partir delas, não se consegue depreender, efetivamente, os fundamentos que conduziram à prática do ato. É preciso conhecer por qual razão, naquele específico caso concreto, o Poder Público adotou uma dada providência, e não outras que, em tese, também seriam viáveis. Ora, com base em fundamentos amplos e genéricos, é impossível alcançar tal conhecimento, prejudicando-se, pois, a possibilidade de controle da juridicidade do ato.
Somente nos cargos de livre nomeação e exoneração não é necessária a motivação.
Atributos do ato administrativo
Os atributos dos atos administrativos são: presunção de legitimidade, autoexecutoriedade, tipicidade e imperatividade.
MACETE BATIDO MAS AJUDA: QUAL É O "ATRIBUTO" DAQUELA MULHER? QUE MULHER. A PATI.
P= PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE
A= AUTOEXECUTORIEDADE 
T = TIPICIDADE 
I= IMPERATIVIDADE 
Segundo Matheus Carvalho (2015), o ato administrativo "é aquele ato editado no exercício da função administrativa, sob o regime de direito público e traduzindo uma manifestação de vontade do Estado. É regido pelo direito público e difere-se dos demais atos da Administração Pública".
São cinco os atributos do administrativo:
Presunção de legitimidade
Desde que se prove o contrário, presume-se que o ato seja verdadeiro.
O atributo da presunção de legalidade ou legitimidade significa que, até que se prove o contrário o ato administrativo é considerado válido para o Direito. Portanto, diz-se que a presunção é relativa, cabendo a quem alegar o vício, o ônus de comprová-lo.
Em virtude do princípio da presunção de legitimidade, os atos, ainda que sejam nulos, produzem todos os efeitos até que a própria administração o anule ou seja decretada pelo poder judiciário, nesses casos, os efeitos são retroativos, salvo terceiros de boa-fé.
Segue a jurisprudência:
APELAÇÃO. AÇÃO ANULATÓRIA DE AUTO DE INFRAÇÃO NO TRÂNSITO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGITIMIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO NÃO ELIDIDA PELA PROVA. PLACAS CLONADAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. Os atos administrativos em geral nascem com a presunção de legitimidade e veracidade, pelo que importa na transferência do ônus da prova de invalidade para quem o invoca. No caso, não há como conceder a anulação dos autos de infração, pela ausênciade prova da clonagem alegada. Apelo desprovido. Unânime. (Apelação Cível Nº 70051119857, Vigésima Primeira Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Genaro José Baroni Borges, Julgado em 04/09/2013)
(TJ-RS - AC: 70051119857 RS , Relator: Genaro José Baroni Borges, Data de Julgamento: 04/09/2013, Vigésima Primeira Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 10/09/2013).
A presunção de legitimidade consiste na presunção de que, até prova em contrário, o ato foi editado em conformidade com a lei e com o ordenamento jurídico. Trata-se de prerrogativa presente em todos os atos administrativos.
Imperatividade 
A Administração pode impor os seus atos, independentemente da vontade do particular. Presente apenas nos atos que imponham obrigações aos administrados.
O ato é imposto pela Administração, a exemplo dos atos normativos. Nem todo ato administrativo possui imperatividade, como os atos negociais.
O ato administrativo deve ser emanado por um agente público, ou seja, alguém que pode atuar em nome da Administração. Nesse contexto, agente público deve ser considerado de forma ampla, o que inclui particulares no exercício da função administrativa. Ainda sobre o tema abordado na assertiva, é importante mencionar que a imperatividade é um dos atributos do ato administrativo e encerra um poder dado à Administração de unilateralmente estabelecer uma obrigação aos particulares.
Autoexecutoriedade
O ato pode ser executado pela própria Administração, sem necessidade de prévia autorização judicial.
O atributo da autoexecutoriedade permite, em determinados casos, que o ente público execute diretamente o ato em razão do descumprimento pelo particular, sem a necessidade de participação deste e sem que haja auxílio do Poder Judiciário. Assim, a autoexecutoriedade afasta o controle judicial prévio do ato, restando a possibilidade de posterior exame pelo Poder Judiciário.
No Direito Administrativo a autoexecutoriedade não está presente em todos os atos administrativos, mas apenas quando:
Quando expressamente prevista em lei;
Quando se trata de medida urgente, que, caso não adotada de imediato, haverá prejuízo ao interesse público, como a demolição de um prédio em ruínas, a internação de uma pessoa com doença contagiosa; a dissolução de reunião que exponha em risco a vida de várias pessoas.
A Administração Pública tem a prerrogativa de executar seus atos e decisões diretamente sobre o particular, sem a intervenção do Poder Judiciário. 
Tipicidade
É vedado à Administração agir de forma totalmente discricionária, tendo que respeitar o que for estabelecido em lei. Está presente em todos os atos administrativos.
CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR ELEMENTOS /REQUISITOS com ATRIBUTOS/ QUALIDADES
 
ELEMENTOS/REQUISITOS          x             ATRIBUTOS/QUALIDADES
- COMPETÊNCIA                                          - PRESUNÇÃO DE LEGIMITIDADE
- FORMA                                                        - AUTOEXECUTORIEDADE
- FINALIDADE                                                - IMPERATIVIDADE
- MOTIVO                                                      - TIPICIDADE (Doutrina)
- OBJETO
Completando as informações acima no tocante aos elementos, estes são os elementos essenciais, contudo existem os elementos acidentais, estes podem ou não estar presentes no ato. São eles: 
- ENCARGO/MODO: tem estreita ligação com as tarefas a serem realizadas, ex.: União doa terreno para o município X para construção de uma escola. Caso o terreno seja utilizado para outra finalidade a União poderá cancelar o ato.
- CONDIÇÃO - Fato FUTURO e INCERTO, ex.: decretos municipais que só tem efeitos quando da ocorrência de calamidade pública.
- TERMO - FATO FUTURO e CERTO, ex.: decreto entra em vigo daqui a 30 dias.
Teoria das nulidades
Extinção dos atos administrativos
Ao Poder Judiciário não é dado revogar atos administrativos, mas sim, tão somente, anulá-los quando eivados de vícios. O controle exercido pelo Judiciário é apenas de legitimidade, mas não de mérito. A revogação é de competência privativa da Administração. Refira-se que o Judiciário pode apenas revogar seus próprios atos, quando agir no exercício de função administrativa.
A ilegalidade, na verdade, conduz à anulação do ato. A revogação, por sua vez, pressupõe a prática de atos válidos, sem vícios, porém que tenham deixado de atender ao interesse público, sob critérios de conveniência e oportunidade.
Considerando que a revogação recai sobre atos válidos, é de se concluir que geram, sim, direitos adquiridos durante o período de sua vigência. A revogação, portanto, deve respeitar os direitos adquiridos. Neste sentido, por sinal, a norma do art. 53 da Lei 9.784/99:
"Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos." 
Os efeitos da revogação, na verdade, são ex nunc, isto é, não retroagem. Afinal, se a revogação incide sobre atos válidos, é de se concluir que os efeitos daí decorrentes também foram gerados validamente. Logo, não haveria razão para desconstituí-los. 
De fato, como já dito, a revogação é de competência privativa da Administração (ressalvada a atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário na condição de Administração Pública). Acertado, ainda, aduzir que a revogação opera efeitos ex nunc.
Segundo entendimento jurisprudencial assente, cabe ao Poder Judiciário realizar o controle de legalidade dos atos administrativos. Assim, sob pena de violar a independência entre os poderes, não cabe ao Judiciário fazer o controle de mérito dos atos administrativos. A administração pública, por sua vez, possui o poder-dever de realizar tanto o controle de legalidade, como o controle de mérito de seus próprios atos. 
Assim, conclui-se que:
Poder Judiciário: somente realiza controle de legalidade dos atos administrativos;
Administração Pública: realiza tanto o controle de legalidade como o de mérito de seus próprios atos;
Súmula 346 STF: "A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos."
Segundo Carvalho Filho (2020) a extinção dos atos administrativos pode ocorrer de forma natural, subjetiva, objetiva, por caducidade e por desfazimento volitivo. 
- Extinção de forma natural: é aquela que acontece em razão do cumprimento normal dos efeitos do ato.
- Extinção subjetiva: acontece com o desaparecimento do sujeito que se beneficiou do ato.
- Extinção objetiva: quando o ato é praticado e ocorre o desaparecimento do objeto. 
- Desfazimento volitivo: a invalidação ou anulação; a revogação e a cassação. 
Caducidade
Ocorre quando uma norma jurídica torna inviável a permanência do ato. Por exemplo, a administração concede um porte de arma de fogo, mas uma lei posterior veda a concessão de porte para aquele tipo de armamento.
Cassação
A modalidade de extinção, de caráter punitivo, que deriva do desatendimento de condições legais, pelo particular, as quais deveriam permanecer observadas ao longo de todo o tempo de duração do ato, vem a ser a cassação.
Neste sentido, por exemplo, a doutrina de Rafael Oliveira:
"A cassação é a extinção do ato administrativo por descumprimento das condições fixadas pela Administração ou ilegalidade superveniente imputada ao beneficiário do ato (...)".
 Por exemplo, um motorista extrapola o limite de pontos de sua carteira de motorista e a licença para dirigir é cassada.
Convalidação
No ponto, confira-se a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello:
"A Administração não pode convalidar um ato viciado se este já foi impugnado, administrativa ou judicialmente. Se pudesse fazê-lo, seria inútil a arguição do vício, pois a extinção dos efeitos ilegítimos dependeria da vontade da Administração, e não do dever de obediência à ordem jurídica."
Objetiva confirmar o ato originário, no todo ou em parte, com efeitos retroativos.
Ao contrário do aduzido neste item, a convalidação retroage à origem do ato viciado, preservando-se todos os efeitos por ele gerados. É correto sustentar,portanto, que a convalidação produz efeitos ex tunc, e não meramente prospectivos.
Realmente, o elemento forma insere-se dentre os que admitem convalidação, como regra geral, contando que não seja diante de formalidade essencial à validade do ato, nos termos da lei. Sobre a possibilidade, em regra, de convalidação do vício de forma, aí incluído o vício em procedimento administrativo, eis a lição esposada por Rafael Oliveira:
"Os vícios sanáveis, que admitem convalidação, são os relacionados à competência, à forma (inclusive vícios formais no procedimento administrativo) e ao objeto, quando este último for plúrimo (quando o ato possuir mais um de um objeto)."
Diante da existência de vício em um dado ato administrativo, só existem dois caminhos possíveis à Administração. A invalidação do ato ou a sua convalidação. De tal forma, se o ato não for convalidado, deve ser, necessariamente, anulado.
A finalidade é tida, de modo tranquilo pela doutrina, como elemento que, quando apresenta vício, torna o ato não passível de convalidação. Cuida-se, pois, de vício insanável, de maneira que a única providência a ser adotada pela Administração consiste na anulação do ato. 
Com relação ao elemento objeto, o raciocínio é idêntico ao acima desenvolvido, desde que não se trate de objeto plúrimo, quando, aí sim, seria possível convalidar o ato. Como a Banca não esclareceu se tratar de objeto plúrimo, é de se partir da premissa de que o objeto é único, razão pela qual o vício nele existente não seria passível de convalidação.
A existência de má-fé por parte do beneficiário do ato constitui, sim, óbice à sua convalidação. Neste sentido, partindo-se da premissa de que a decadência administrativa é uma forma de convalidação derivada do decurso do tempo, e considerando, ainda, que a má-fé do beneficiário do ato impede que a decadência ocorra, na forma do art. 54 da Lei 9.784/99, então, é possível afirmar que, realmente, a má-fé obstaculiza a convalidação.
A propósito, eis o teor do citado art. 54:
"Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé."
No particular, eis a lição ofertada por Rafael Oliveira:
"Por fim, a má-fé do particular impede a convalidação do ato administrativo. Nos termos do art. 54 da Lei 9.784/1999, não se opera a decadência administrativa do dever de anulação de atos ilegais nos casos de 'comprovada má-fé'".
A questão trata do ato administrativo, que é a declaração unilateral de vontade da Administração Pública, de conteúdo de direito público, com objetivo de adquirir, modificar, extinguir e declarar direitos ou obrigações aos administrados ou a si própria.
A resolução depende do conhecimento da lei n. 9.784/99, norma geral de processo administrativo para o âmbito federal. Tal normativa exerce influência sobre diversos procedimentos administrativos regulados no Brasil, inclusive específicos.
Art. 55: “Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração”.
Embora sanáveis, os atos que causem prejuízo a terceiros não podem ser convalidados.
Art. 53: “A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”.
A alegação de direito adquirido pode impedir a revogação de um ato administrativo.
Os atos administrativos vinculados são aqueles em que o administrador não tem liberdade, devendo seguir o único comando determinado pela lei. O Poder Judiciário pode realizar o controle desses atos, pois é controle de legalidade, ou seja, de verificação da conformação do ato com as normas legais.
Os atos administrativos discricionários, por sua vez, são aqueles em que a lei permite maior liberdade de atuação do administrador, o qual realiza um juízo de valor acerca da conveniência e da oportunidade para o interesse público. Em regra, o controle judicial desses atos administrativos é mais restrito, pois deve se limitar ao controle da legalidade, em respeito ao princípio da separação dos poderes. Em relação ao mérito, ou seja, à conveniência e à oportunidade do ato, a discricionariedade do administrador, o Poder Judiciário deve adotar uma postura de deferência, ou seja, não pode intervir. O excesso de poder é uma ilegalidade, pois ultrapassa os limites da lei, razão pela qual o Poder Judiciário pode intervir.
Segundo Mazza (2018) "convalidação, sanatória, aperfeiçoamento, convalescimento sanação, terapêutica, depuração ou aproveitamento é uma forma de suprir defeitos leves do ato para preservar sua eficácia". 
Salienta-se que são passíveis de convalidação os atos com defeito na competência e na forma. 
Art. 55 da Lei nº 9.784 de 1999 citado acima.
Espécies de Convalidação:
- Ratificação: que é o ato administrativo pelo qual o órgão competente decide sanar um ato inválido anteriormente praticado, SUPRIMINDO a ilegalidade que o vicia. A ratificação se aplica aos atos com vício de competência e forma.
sua parte válida. Exemplo: ato concedida férias e licença, caso o servidor não possua direito à licença, pratica-se novo ato retirando essa parte do ato anterior e aproveitando a parte relativa às férias. 
A conversão se assemelha à reforma, por intermédio dela a Administração retira a parte inválida do ato anterior, processa a sua substituição por uma nova parte, assim o novo ato passa a conter a nova parte e a parte anterior válida. Exemplo: A e B foram promovidos por antiguidade e merecimento, contudo, verificou-se que C que deveria ter sido promovido e não B; pratica-se assim novo ato, mantendo a promoção de A, excluindo B e inserindo C. 
 
- Confirmação: realizada por outra autoridade;
- Saneamento: nos casos em que o particular promove a sanatória do ato. 
Estudo de caso: Suponha que a concessão de uma determinada permissão de instalação de empreendimento em um imóvel dependa, conforme determinado em lei, da assinatura da autoridade administrativa em dois formulários distintos e que, em determinado caso específico, em que pese o processo administrativo ter sido adequadamente instruído, a autoridade competente firmou apenas um dos formulários, ordenando a publicação da autorização, apesar do vício, o qual era desconhecido no momento da publicação. Identificado o vício após dois meses da publicação, a autoridade administrativa deverá?
R: convalidar o ato, corrigindo o defeito sanável contido no ato anterior, garantindo, assim, a estabilidade das relações já constituídas.
Para a adequada resolução da presente questão, é preciso analisar o nível de gravidade do defeito narrado no enunciado, qual seja, a ausência de assinatura da autoridade competente em um dos formulários previstos em lei como sendo necessários para o aperfeiçoamento do ato.
Não obstante tal formalidade se revele excessiva, é preciso reconhecer que se cuida de exigência com expressa previsão legal, na linha contido no enunciado da questão - "(...)dependa, conforme determinado em lei, da assinatura da autoridade administrativa em dois formulários distintos(...)".
De tal maneira, é de se concluir que a hipótese seria de vício sanável, porquanto constatado no bojo de ato anulável, a recair sobre o elemento forma, que admite convalidação. Neste sentido, a doutrina de Matheus Carvalho:
"Atos anuláveis são aqueles que possuem vícios que admitem conserto, não obstante tenham sido praticados em desacordo com a legislação aplicável. Em tais casos, por se tratar a ilegalidade presente no ato de vício sanável, ele pode ser convalidado, passando a produzir efeitos regularmente."
De início, parece-me que o mais técnico, no caso, seria mencionar o instituto da decadência, e não o da prescrição, porquanto o direito de a Administração anular seus próprios atos é de índole potestativa (a ele não corresponde um dever jurídico,mas sim um estado de sujeição), sendo certo que os direitos potestativos submetem-se a prazos decadenciais, e não a prazos prescricionais.
Nada obstante, é fato que existe renomada doutrina que se refere a este prazo como de índole "prescricional", a exemplo de José dos Santos Carvalho Filho, como se depreende do trecho abaixo transcrito de sua obra:
"Assim como sucede na invalidação, podem ocorrer limitações ao poder de convalidar, ainda quando sanáveis os vícios do ato. Constituem barreiras à convalidação: (1) a impugnação do interessado, expressamente ou por resistência quanto ao cumprimento dos efeitos; (2) o decurso do tempo, com a ocorrência da prescrição, razão idêntica, aliás, à que também impede a invalidação."
A doutrina de Rafael Oliveira:
"A convalidação dos atos administrativos ilegais configura, em regra, atuação discricionária da Administração Pública. Ao ponderar os princípios em conflito no caso concreto, a Administração pode optar, motivadamente, pela manutenção do ato ilegal no mundo jurídico."
A convalidação constitui medida privativa da Administração Pública, não sendo dado ao Judiciário, portanto, praticá-la. Uma vez mais: a este Poder da República, em se tratando de ato inválido, a única alternativa é a sua anulação.
A teoria do "funcionário de fato", também conhecida como teoria do "agente público de fato"
Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, é aquela segundo a qual, em que pese a investidura do funcionário ter sido irregular, a situação tem aparência de legalidade. Em nome do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de legalidade dos atos administrativos, reputam-se válidos os atos por ele praticados, se por outra razão não forem viciados.
Revogação
Características:
- Ato discricionário;
- Efeitos ex nunc;
- Realizado pela própria Administração Pública, não podendo ser realizada pelo Poder Judiciário;
- Não há possibilidade de revogação de atos vinculados;
A revogação é a retirada do mundo jurídico de um ato administrativo que deixou de ser conveniente e oportuno para a administração. A conveniência e a oportunidade integram o mérito administrativo e, portanto, não podem ser analisadas pelo Poder Judiciário. Não há qualquer ilegalidade no ato mencionado considerando que a revogação foi devidamente fundamentada.
A revogação é a extinção do ato administrativo válido por motivo de conveniência e oportunidade (mérito). 
O ato de revogação tem natureza desconstitutiva.
A revogação, por sua vez, somente pode ser realizada pela Administração Pública, tendo em vista que o Poder Judiciário não pode analisar o mérito dos atos administrativos.
A revogação somente pode ser realizada pela Administração Pública, que pode atuar de ofício ou mediante provocação.
Conforme exposto por Matheus Carvalho (2015) a revogação se refere à extinção do ato administrativo por motivo de conveniência e de oportunidade - razões de mérito. A revogação não retroage, impede apenas a produção de efeitos futuros de ato - ex nunc. E só cabe a ADM faze-lo.
Atos nulos são casos de REVOGAÇÃO, não cabendo convalidação; já os atos anuláveis, são possíveis de convalidação.
A Administração, ao revogar o ato, por motivo de conveniência ou oportunidade, exerce um controle de mérito.
"Pode-se, então, considerar mérito administrativo a avaliação da conveniência e da oportunidade relativas ao motivo e ao objeto, inspiradoras da prática do ato discricionário. Registre-se que não pode o agente proceder a qualquer avaliação quanto aos demais elementos do ato – a competência, a finalidade e a forma, estes vinculados em qualquer hipótese. Mas lhe é licito valorar os fatores que integram o motivo e que constituem o objeto, com a condição, é claro, de se preordenar o ato ao interesse público." (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 26 ed. São Paulo, Atlas).
Na verdade, ocorre a revogação do ato administrativo por conveniência e oportunidade. Nos casos de ato administrativo ilegal, ocorre a anulação do mesmo.
São atos insuscetíveis de revogação:
a) os atos consumados, que já exauriram seus efeitos;
b) os atos vinculados, porque não comportam juízo de oportunidade e conveniência;
c) os atos que já geraram direitos adquiridos, gravados por garantia constitucional;
d) os atos que integram um procedimento, porque, sendo o procedimento administrativo uma sucessão ordenada de atos, a cada ato praticado passa-se a uma nova etapa do procedimento, ocorrendo a preclusão administrativa relativamente à etapa anterior, ou seja, torna-se incabível uma nova apreciação do ato anterior quanto ao seu mérito.
Anulação 
É a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário.
A anulação do ato administrativo opera efeitos ex tunc - retroage à data de origem do ato, retirando todos os efeitos produzidos, ressalvados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé. Assim, como garantia do princípio da segurança jurídica, alguns efeitos do ato nulo serão mantidos, mesmo depois de declarada sua nulidade.
A anulação do ato administrativo pode ser feita pela própria Administração Pública ou pelo Poder Judiciário.
A anulação do ato administrativo é fundada na ilegalidade, podendo ser decretada pelo Poder Judiciário ou reconhecida pela própria Administração, operando efeitos retroativos.
O controle que a Administração exerce ao anular um ato é o de legalidade. O controle de mérito, conforme exposto, opera nos quesitos da conveniência e oportunidade.
Realmente, a anulação pode ser decretada tanto pela Administração, de ofício ou mediante provocação, quanto pelo Poder Judiciário, neste caso sempre por prévia provocação. Em outras palavras, o controle de legalidade (ou de juridicidade, como mais modernamente tem sido falado) é aberto a ambos os referidos Poderes da República.
Por outro lado, sobre a necessidade de observância dos direitos adquiridos e do respeito aos terceiros de boa-fé, é de se rememorar que nem mesmo a lei pode prejudicar os direitos adquiridos, os atos jurídicos perfeitos e a coisa julgada (CRFB/88, art. 5º, XXXVI). Ora, se nem mesmo a lei pode atingir direitos adquiridos, muito menos um ato administrativo (a anulação, quando proveniente da Administração, é um ato administrativo), que tem status infralegal, poderia fazê-lo.
Estudo de caso: O ato discricionário praticado por autoridade incompetente, ou realizado por forma diversa da prevista em lei é?
R: O ato discricionário praticado por autoridade incompetente, ou O realizado por forma diversa da prevista em lei é:
A primeira parte é ato ilegítimo, mas sanável; a segunda, ato nulo.
Vejam que ela não disse isto, sem a vírgula:
O ato discricionário praticado por autoridade incompetente ou realizado por forma diversa da prevista em lei é...
Estudo de caso: Rosivaldo Jackson impetrou mandado de segurança contra ato do Diretor do Departamento de Recursos Humanos da Secretaria de Administração do Município de Estrela d’Oeste, objetivando anular ato que o eliminou de concurso público para o cargo de guarda municipal, porquanto foi considerado inapto quando da investigação de sua vida pregressa, requisito previsto no edital do concurso.
R: Estando o requisito impeditivo da assunção do cargo previsto no edital, não há que se falar em anulação do ato que o considerou inapto.
O item apontado como correto diz que se o requisito estiver NO EDITAL não há falar em anulação do ato administrativo. O artigo 37, II, CF, exige expressamente que os requisitos para a investidura em cargo ou emprego público devem estar previstos em LEI e não em “edital”, como mostra a resposta da banca acima.
Ademais, como se não bastasse o texto constitucional, a jurisprudência do STF é PACÍFICA nesse sentido. Senão vejamos:
“EMENTA: Agravo Regimental no Agravo de Instrumento Administrativo. Concurso Público. Edital. IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DE REQUISITOS SEM PREVISÃO LEGAL. Precedentes. Agravo regimental ao qual se nega provimento (Ag.

Outros materiais