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Filosofia pré socrática- lista de exercícios Heráclito e Parmênides

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Filosofia Pré-socrática: perguntas sobre o pensamento de Heráclito e Parmênides
1. Parmênides busca, através da imagem da deusa Justiça, justificar seu pensamento,
que separa o caminho da verdade e o da aparência. Por que Parmênides distingue
entre estas duas vias? Como essa distinção se relaciona no poema com a diferença
entre o ser e o não ser?
2. Parmênides diz: "Necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada
não é; isto eu te mando considerar" (fragmento 6). Comente o trecho, ressaltando os
principais atributos do ser que são elencados.
3. Que relação podemos estabelecer entre os fragmentos 1 e 8 de Heráclito? Por que
os seres humanos têm tanta dificuldade para compreender o logos?
4. Seria válido dizer que o fragmento 30 permite tanto aproximar como distanciar
Heráclito de Parmênides? Por quê? Quais as principais semelhanças e diferenças
que vocês apontariam entre esses dois pensadores?
1. A Justiça, representando e exercendo rigor, nesse excerto, é apresentada
como quem ajudará o homem a enxergar a verdade, verdade essa que é
demasiadamente difícil para nossa própria compreensão, pois está em um
caminho que é maior do que nossas concepções de meros mortais, o que
remonta à conexão do justo, verdadeiro e o belo, por isto notamos e
podemos dizer que é esse um dos possíveis motivos para a mística que
engloba de certa forma a era dos mitos, como nas leituras de obras clássicas
como ilíadas e a odisseia. As deusas seriam responsáveis por guiar o
indivíduo e "ajudá-lo" nessa trajetória. Parmênides ainda trabalha com a ideia
de "terreno dos imortais", como se a verdade fosse algo muito distante dos
humanos e eles, sozinhos, não conseguiriam obtê-la (uma contextualização
com o mundo dos mitos). Ele define o "ser" como aquilo que é. Em suas
próprias palavras, "pensar e ser é o mesmo". Além disso, ele diz "questionar
conduz à verdade". Nesse sentido, a determinação do "ser" seria por meio do
esclarecimento. Já o "não ser", aquilo que, de fato, não é é não pode ser
expresso. O pensamento seria a "materialização" da ideia e, se a pessoa
entra em contradição, ela erra. Portanto, o caminho trilhado por Parmênides
se pressupõe além da sensibilidade, pois o que é aparente não representa a
verdade, o que é a verdade seria a essência, o espírito, logo se uma parede
é branca e com o tempo vai ficando suja, então significa que ela é
essencialmente branca, mas a sua aparência trai os olhos e contradiz o que
ela é em sua essência. Por isto é essencial indagar, pois das falsas
aparências só pode ser vista a verdade se pelo caminho cíclico do
pensamento se consiga ver a essência que sempre foi e sempre será.
2. Nesse contexto, o “ente” é aquilo que vemos, as manifestações pelas quais
temos contato. Já o “ser” está implícito nos “entes”, envolvendo-os. Aquilo
que é, é e não deixará de ser. Em contrapartida, aquilo que não é, nunca
chegou a ser, por conseguinte nunca será. Para Parmênides o ser pode ser
concebido na visão do próprio mundo, pois nada o antecede, ele sempre
existiu e sempre existirá, enquanto os entes podem se modificar nas
aparências, mas sempre serão o que são. Diante de uma análise possível do
texto, logo podemos dizer que o ser nunca foi gerado e jamais perecerá, mas
em relação aos entes é uma situação que com os poucos escritos deixam
mesmo "a considerar".
3. Nos fragmentos de 1 a 8 estabelecemos uma relação dos vários contrários
que se fazem presente na forma de vida humana. A dificuldade de
compreender o LOGOS vem da vontade humana de se adaptar a sua própria
realidade e fugir do comum, vivendo cada um com seu entendimento próprio,
fugindo do LOGOS, as leis imutáveis que regem todo o universo. Ele traz a
ciência como um motor primordial para o verdadeiro saber, que está acima
das opiniões, ou seja, o homem deve agir de forma racional, com a finalidade
de compreender o LOGOS, se o homem se deixar levar pelos pressupostos
da irracionalidade, será difícil encontrar a razão para os atos que regem as
ações e as regras da natureza.
4. Sim, pois o fragmento aproxima Heráclito de Parmênides no trecho “sempre
foi, é e será” remetendo a uma ideia fixa,imóvel, Parmênides enxerga o ser
como nunca gerado e jamais perecerá, Heraclito pensa o mesmo, pois o ser
sempre foi, mas para ele o ser é mutável, no trecho seguinte “acendendo-se
e extinguindo-se” distancia ambos pensadores, ao exprimir que esse fogo,
mesmo sempre existindo e “sendo” não manteria sua forma a todo momento,
exprimindo uma ideia de mutabilidade, enquanto para Parmênides o ser é
uma esfera perfeita, na qual não há arestas, isto é, sempre estagnado em
seu espírito. Um elemento comum entre os dois, e aos pré-socráticos em
geral, seria a ideia de que existe algo, um princípio, governando as coisas,
podendo-se nomear esse princípio como logos. Entre as diferenças, nota-se
que enquanto para Parmênides os contrário são uma relação negativa,
entendendo-se a partir das duas vias, na qual uma é a da verdade e a outra
a da não verdade, essa sendo o caminho errado, Heráclito acredita que o
contraste é algo positivo, uma vez que a harmonia é resultado desse jogo de
forças. Além disso, uma diferença marcante entre os dois é a concepção de
mudança, uma vez que para Parmênides tudo se mantém da mesma
maneira, forma, para Heráclito nada permanece o mesmo, visto que uma vez
que entrarmos no mesmo rio diversas vezes, cada vez significaria como se
estivesse se banhando em um rio diferente visto que a água, em constante
movimento, nunca será a mesma.
Um ponto de semelhança que aproxima os dois autores é a ideia do cosmo.
Assim como Parmênides fala do "uno" como sendo incriado ( ou seja, não
existe a noção de que o mundo foi criado a partir do nada, ele sempre
existiu), no fragmento 30 o Heráclito também traz essa ideia ao dizer que "
este cosmo , igual para todos, não o fez nenhum deus, nem nenhum dos
homens, sempre foi é e será..." firmando essa concepção dos dois
pensadores de que esse todo, o cosmo, não possui uma marcação temporal
de início, ele sempre existiu. Dentro desse mesmo pensamento também tem
uma diferença que vai distanciar os dois, ao passo de que para Parmênides
o fato do cosmo existir implica uma identidade que permanece sempre
imutável, para Heráclito essa identidade está sempre em transição, passando
por constante mudanças.

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