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Filosofia II

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Filosofia 
Cáp. 2 Pré-socráticos 
Os Pré-Socráticos foram os primeiros Filósofos gregos que viveram entre os séculos VII a 
V a.C. Habitaram a cidade de Atenas antes dos sofistas e nomeadamente antes de 
Sócrates. Há semelhança de Sócrates conhecem-se apenas notícias e fragmentos das 
suas obras, que só chegaram até nós porque foram citados ou copiados em obras de 
Filósofos posteriores. Esta página retrata, duma forma geral, os Filósofos pré-Socráticos 
e as ideias que defendiam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os primeiros filósofos gregos dedicaram-se ao problema de determinar qual era o 
princípio material de que era constituída a natureza ordem. Foram chamados de 
naturalistas, pois procuravam responder a questões do tipo: O que é a natureza ou qual 
o fundamento último das coisas? 
 Foram considerados como pessoas desprendidas das preocupações materiais do dia 
a dia e que se dedicavam apaixonadamente à contemplação da natureza. Tinham então 
como principal objetivo viverem para contemplarem a natureza. Foram simultaneamente 
poetas e profetas, quer se trate de Anaximandro, de Parménides, de Heráclito ou de 
Empédocles. Para estes Filósofos a aparência era manifestação do ser, que o aparecer 
era o desabrochar em plena luz do ser que se mostrava, e era por isso que ser e aparecer 
estavam tão intimamente ligados, pois o aparecer nunca tinha cortado a sua ligação com 
o ser. Se estes Filósofos tinham então como preocupação fundamental a natureza, 
Sócrates por seu lado interessava-se mais pelos problemas do ser humano e da 
sociedade, pois considerava que explicar a origem e a verdade das coisas através de 
objetos materiais era absurdo. Sócrates passou uma vida a ridicularizar aqueles que 
pensavam saber qualquer coisa que não fosse de natureza espiritual. 
 
 
ALGUMAS OBERVAÇÕES ACERCA DE ALGUNS PRÉ-SOCRÁTICOS: 
• O primeiro Filósofo grego conhecido foi Tales de Mileto que viveu por volta do ano 
600 a.C. Tales na companhia de Anaximandro e Anaxímenes defendia que a água, o 
indefinido, e o ar eram o princípio ou origem de todas as coisas. Preocupavam-se em 
encontrar a unidade por detrás da multiplicidade dos objetos do universo, e o 
princípio de explicação da natureza a partir da própria natureza. 
 
• Anaximandro, para esse filósofo, o princípio primordial deveria ser algo que 
transcende os limites da observação, ou seja, não podia ser uma realidade ao alcance 
dos sentidos, como a água. Por isso, denominou o apeíron, termo grego que significa 
“o indeterminado”, “o infinito” no tempo. 
Ele achava que nosso mundo era apenas um dos muitos mundos que surgem de 
alguma coisa e se dissolvem nesta alguma coisa que ele chamava de infinito 
(apeíron). O infinito para Anaximandro é aquilo a partir do qual tudo surge e é 
completamente diferente do que é criado. 
 
• Anaxímenes defendia que o ar ou o sopro de ar era a substância básica de todas as 
coisas. Para ele, a água era o ar condensado (de menos volume). Podemos observar 
que quando chove, o ar se comprime até virar água. Acreditava ainda que se a água 
fosse mais comprimida ela se transformaria em terra. 
 
• Anaxágoras foi o primeiro filósofo registrado pela história a ter afirmado a existência 
de um princípio inteligente como causa da ordem do mundo. Para ele o espírito é 
que ordenava tudo e daí tudo era causa. 
 
• Empédocles, foi o criador da teoria dos quatro elementos que vigoraria até a era 
moderna: terra, água, ar e fogo, seriam os componentes últimos das coisas, ora 
reunidos sob a atracção do amor, ora separados pela força da discórdia (ou do ódio). 
Esses elementos seriam movidos e misturados de diferentes maneiras em função de 
dois princípios universais opostos: 
Amor: responsável pela força de atração e união e pelos movimentos de crescente 
harmonização das coisas; 
Ódio: responsável pela força de repulsão e desagregação e pelo movimento de 
decadência, dissolução e separação das coisas. 
 
• Demócrito afirmou que todas as coisas eram constituídas por uma infinidade de 
pedrinhas minúsculas, invisíveis, cada uma delas sendo eterna e imutável. A estas 
unidades mínimas Demócrito Deu o nome de átomos. A palavra átomo significa 
“indivisível” 
 
 
 
Exercício 
1. (UEL) “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência 
de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que 
esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima… podendo com boa dose de razão 
ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar 
civilização ocidental.” 
(REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 
1990. p. 29.) 
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados 
pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal 
problema por eles investigado. 
a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano. 
b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte. 
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos. 
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo. 
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação. 
 
 2. (Uncisal) O período pré-socrático é o ponto inicial das reflexões filosóficas. Suas 
discussões se prendem a Cosmologia, sendo a determinação da physis (princípio eterno e 
imutável que se encontra na origem da natureza e de suas transformações) ponto crucial 
de toda formulação filosófica. Em tal contexto, Demócrito afirma ser a realidade percebida 
pelos sentidos ilusória. Ele defende que os sentidos apenas capturam uma realidade 
superficial, mutável e transitória que acreditamos ser verdadeira. Mesmo que os sentidos 
apreendam “as mutações das coisas, no fundo, os elementos primordiais que constituem 
essa realidade jamais se alteram.” Assim, a realidade é uma coisa e o real outra. 
Para Demócrito a physis é composta: 
a) pelas quatro raízes: o úmido, o seco, o 
quente e o frio. 
b) pela água. 
c) pelo fogo. 
d) pelo ilimitado. 
e) pelos átomos. 
 
3. (Uff 2010) Como uma onda 
“Nada do que foi será/ De novo do jeito que já foi um dia/ Tudo passa/ Tudo sempre 
passará/ 
A vida vem em ondas/ Como um mar/ Num indo e vindo infinito 
Tudo que se vê não é/ Igual ao que a gente/ Viu há um segundo/ Tudo muda o tempo todo/ 
No mundo 
Não adianta fugir/ Nem mentir/ Pra si mesmo agora/ Há tanta vida lá fora/ Aqui dentro 
sempre/ Como uma onda no mar/ Como uma onda no mar/ Como uma onda no mar” 
(Lulu Santos e Nelson Motta) 
A letra dessa canção de Lulu Santos lembra ideias do filósofo grego Heráclito, que viveu 
no século VI a.C. e que usava uma linguagem poética para exprimir seu pensamento. Ele 
é o autor de uma frase famosa: “Não se entra duas vezes no mesmo rio”. 
Dentre as sentenças de Heráclito a seguir citadas, marque aquela em que o sentido da 
canção de Lulu Santos mais se aproxima 
 
a) Morte é tudo que vemos despertos, e tudo que vemos dormindo é sono. 
b) O homem tolo gosta de se empolgar a cada palavra. 
c) Ao se entrar num mesmo rio, as águas que fluem são outras. 
d) Muita instrução não ensina a ter inteligência. 
e) O povo deve lutar pela lei como defende as muralhas da sua cidade. 
 
4- Em seu pensamento, defendia que o Universo (em grego, Kósmos) era regido por 
princípios matemáticos, sendo o número o fundamento de todas as coisas. 
Estamos falando sobre o pensamento de: 
a) Heráclito 
b) Filolau de Crotona 
c) Tales de Mileto 
d) Pitágoras de Samos 
e) Sócrates 
 
5 – (Ufsj) Sobre o princípio básico da filosofia pré-socrática, é CORRETO afirmar que 
a) Tales de Mileto, ao buscar um princípio unificador de todos os seres, concluiu que a 
água era a substância primordial, a origem única de todas as coisas. 
b) Anaximandro, após observar sistematicamente o mundo natural, propôsque não 
apenas a água poderia ser considerada arché desse mundo em si e, por isso mesmo, 
incluiu mais um elemento: o fogo. 
c) Anaxímenes fez a união entre os pensamentos que o antecederam e concluiu que o 
princípio de todas as coisas não pode ser afirmado, já que tal princípio não está ao alcance 
dos sentidos. 
d) Heráclito de Éfeso afirmou o movimento e negou terminantemente a luta dos 
contrários como gênese e unidade do mundo, como o quis Catão, o antigo. 
 
 
 
 
GABARITO 
1. E. Tales de Mileto foi o primeiro filósofo. Ele surgiu em uma fase em que a questão 
central era a origem do mundo. Com a emergência da filosofia, os pré-socráticos 
passaram a analisar esse objeto não como cosmogonia, mas cosmologia, ou seja, uma 
análise racional acerca da origem do mundo. Apenas a partir de Sócrates a filosofia 
adquiriu temas pertinentes ao homem e à forma de conhecimento humano. 
2. E 
a) O pré-socrático que defendeu as quatro raízes como sendo a physis foi Empédocles. 
b) O pensador que afirmou ser a água a physis foi Tales. 
c) O pensador que defendeu o fogo como sendo símbolo da mudança e do devir e por 
tanto physis foi Heráclito. 
d) O pensador que afirmou que a physis era o ilimitado foi Anaximandro. 
e) Demócrito afirmou que a physis era os átomos que se uniam de diversas formas para 
originar tudo que existe. 
3. C. Essa música é uma clara menção ao fragmento supracitado na alternativa “C”. No 
pensamento de Heráclito, o mundo está em constante mudança. Nesse caso, ele afirma 
não ser possível entrar duas vezes no mesmo rio, porque a cada segundo tudo o que 
existe se transforma, de modo que nada possa permanecer o mesmo. Isso se aplica às 
pessoas e a todas as coisas. 
4 –D 
5 – A 
 
 
 
 
Heráclito de Éfeso 
(cerca de 540-470 a.C.) 
O Universo é um devir eterno 
Heráclito é conhecido como o filósofo do devir eterno, ou seja, da mudança e da 
mutação permanente de todas as coisas. Nada permanece, “tudo flui”. 
Exs:. 
• O Sol nasce, atinge seu ápice, vai morrendo, e depois renasce. 
• A criança se torna jovem, entra na maturidade, dá seus passos até a velhice e, 
quando idoso, volta a fazer coisas de criança. 
“Nos mesmos rios, entramos e não entramos. Somos e não somos”. 
“O obscuro” quer dizer que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio porque, 
do momento em que estamos à margem ao instante que o tocamos, suas águas já 
não serão as mesmas. O ser humano não é o mesmo. O tempo passou; aquilo que 
era há segundos já não existe mais. 
 
A luta dos contrários 
“Tudo é um”. De fato, nosso universo é composto de opostos. A vida e a morte. A guerra 
e a paz. O quente e o frio. O alto e o baixo. O belo e o bizarro. Mas os opostos não 
revelam desarmonia, é por meio da guerra entre esses pares aparentemente 
contraditórios que a harmonia se realiza no mundo. O fluxo é a única coisa que 
permanece, ou, dizendo em termos filósofos, a unidade do mundo é sua multiplicidade. 
O “um” está em “tudo”, e o “tudo” está no “um”. 
 
O múltiplo, a unidade e o mundo 
A afirmação “tudo é um” quer dizer que a unidade primordial é múltipla, contraditória; 
por exemplo, podemos compreender o que é uma guerra, tensão ou luta porque 
compreendermos o que é paz. Essas duas partes não se excluem, mas formam apenas 
uma ideia, uma coisa, um ser. 
“Este mundo, o mesmo e comum para todos, nenhum dos deuses e nenhum homem o 
fez; mas era, e será um fogo sempre vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a 
medida”. 
 
A verdadeira sabedoria 
Para Heráclito, procurar sabedoria é procurar a razão das coisas que se esconde numa 
harmonia invisível. 
“A natureza ama esconder-se”. (A sabedoria é decifrar os sinais que ela nos manda a 
cada momento em que está mudando) 
Como dito, para compreender a harmonia do mundo é preciso compreender o logos. De 
fato, qualquer conhecimento humano é pífio se não se conhece essa ideia primordial. 
Não temos de dar ouvidos ao que os homens dizem, nem exatamente ao que Heráclito 
disse, mas sim ao logos, que fala por meio dele. 
Que diz esse logos? Segundo Heráclito, diz que a guerra é rei e pai de todas as coisas, 
que há uma harmonia invisível na tensão entre os opostos e que a unidade está na 
multiplicidade. 
 
Exercício 
1 – O que significa dizer, na filosofia de Heráclito, que “tudo é um”? 
2 – O que Heráclito quis dizer com “tudo flui”? 
3 – Explique como dois princípios, aparentemente contrários, como “tudo flui” e “tudo 
é um” convivem na filosofia de Heráclito. 
4 – Como explicar a expressão “a guerra é o pai de todas as coisas”? 
5 – O que é sabedoria para Heráclito? 
6 – O que significa dizer, na filosofia de Heráclito, que devemos ouvir o logos? 
7 – (UFU)Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático, compreendia que 
I- o ser é vir-a-ser. 
II- o vir-a-ser é a luta entre os contrários. 
III- a luta entre os contrários é o princípio de todas as coisas. 
IV- da luta entre os contrários origina-se o não-ser. 
 
 
Assinale 
A) se apenas I, II e III estiverem corretas. 
B) se apenas I, III e IV estiverem corretas. 
C) se apenas II, III e IV estiverem corretas. 
D) se apenas I, II e IV estiverem corretas. 
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
8 – (UFU) “Ao Logos, razão e palavra do que sempre é, os homens são incapazes de 
compreendê-lo, tanto antes de ouvi-lo quanto depois de tê-lo ouvido pela primeira 
vez, porque todas as coisas nascem e morrem segundo este Logos. Os homens são 
inexperientes, mesmo quando eles experimentam palavras ou atos tais quais eu 
corretamente os explico segundo a natureza, separando cada coisa e explicando como 
cada uma se comporta. Enquanto isso os outros homens esquecem tudo o que eles 
fazem despertos assim como eles esquecem, dormindo, tudo o que eles veem.” 
Adaptado de HERÁCLITO. Pré-Socráticos. Coleção “Os Pensadores”. São Paulo: Abril 
Cultural ,1978. p. 79. 
A partir do aforisma de Heráclito, responda às questões propostas: 
A) Heráclito pode corretamente ser caracterizado como um filósofo empirista, cuja 
fonte de conhecimento se encontra nas sensações? 
B) Qual é o fundamento permanente de todo conhecimento e quem, segundo o texto, 
corretamente o conhece e o enuncia? 
Justifique as duas respostas com trechos do texto apresentado de Heráclito. 
 
9 – (UFU) Do arco o nome é vida e a obra é morte. 
(HERÁCLITO. Sobre a natureza. Trad. de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 
1989, p. 56. Coleção .Os Pensadores..) 
Este fragmento ilustra bem o pensamento de Heráclito, que acreditou ser o mundo o 
eterno fluir, comparado a um rio no qual entramos e não entramos. Assinale a 
alternativa que explica o fragmento mencionado acima. 
 
A) Todas as coisas estão em oposição umas com as outras, o que explica o caráter 
mutável da realidade. A unidade do mundo, sua razão universal resulta da tensão entre 
as coisas, daí o emprego frequente, por parte de Heráclito, da palavra guerra para 
indicar o conflito como fundamento do eterno fluxo. 
B) A harmonia que anima o mundo é aberta aos sentidos, sendo possível ser conhecida 
na multiplicidade daquilo que é manifesto, uma vez que a realidade nada mais é que o 
eterno fluxo da multiplicidade do Logos heraclitídeo. 
C) A unidade dos contrários, a vida e a morte, é imóvel, podendo ser melhor 
representada para o entendimento humano por intermédio da imagem do fogo, que 
permanece sempre o mesmo, imutável e continuamente inerte, e não se oculta aos 
olhos humanos. 
D) O arco, instrumento de guerra, indica que a ideia de eterno fluxo, das transformações 
que compõem o fluxo universal, é o fundamento da teoria do caos, pois o fogo se 
expande sem medida, tornado a realidade sem nenhuma harmonia ou ordem. 
 
10- (UFU) Heráclito nasceu na cidade de Éfeso, região da Jônia, e viveu aproximadamente 
entre 540 e 480 a.C. Ficou conhecido como “o obscuro”, porque seus escritos eram, em geral, 
aforismos, isto é, frases enigmáticas que condensama ideia transmitida. Dentre suas ideias 
mais destacadas está a do “eterno devir”. 
A partir dessas informações, marque a alternativa que descreve corretamente o significado de 
“eterno devir”. 
A) O princípio de que tudo é água ou o elemento úmido. 
B) A permanência do ser. 
C) Transformação incessante das coisas. 
D) O Mundo das Ideias. 
 
 
Gabarito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 – C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cáp. 3 – Filosofia 
Pré-socráticos – Parmênides de Eleia 
(cerca de 530 –460 a.C.) 
 
Lógica, linguagem e mundo 
Parmênides discordava das ideias de Heráclito, que dizia que o ser é a própria mudança. 
Assim, Parmênides faz a oposição a Heráclito, afirmando que o ser nunca muda. Para o 
filosofo de Eleia, a mudança que conseguimos perceber por meio dos sentidos não nos 
revela como o ser realmente é, mas devemos, sim, usar da razão para compreender 
como é o verdadeiro mundo. 
Como Parmênides chegou a essa conclusão? 
Se para ele era preciso usar da razão para compreender o mundo, então ele só se 
permitia usar os recursos da própria razão para afirmar suas ideias. Para isso, fez uso de 
uma ferramenta aparentemente conhecida: a lógica. Foi o primeiro filósofo a usar a 
lógica de maneira mais consciente e decisiva. 
“O ser é e não pode não ser; o não-ser é e não pode ser de modo algum”. 
Quer dizer que o ser é e deve ser afirmado dessa maneira. É, logicamente impossível 
afirmar que o ser, que é, deixe de ser ou simplesmente não seja, pois ele simplesmente 
é. O não ser é e não pode ser, isto é, existir de qualquer modo. É impossível afirmar a 
existência do não ser porque simplesmente o não ser não é. 
“Pensar e ser são a mesma coisa”. 
Qualquer coisa que dizemos e pensamos deve, necessariamente, falar e pensar sobre o 
ser, simplesmente porque é impossível dizer e pensar algo que não é. 
Os homens baseiam-se muito mais em seus sentidos para conhecer o mundo, por meio 
deles percebem a mudança, o nascimento e a morte, portanto, o não ser. Entretanto, 
ressalta que só o pensamento pode compreender as coisas como elas realmente são. 
Características do ser: Imóvel; Uno; Pleno; Indivisível; e Eterno. 
 
Obs:. Contribuição de Parmênides na Filosofia: a diferença entre a verdade e a opinião. 
Ou melhor, ele começa a estabelecer as noções do que a verdade deve ter para ser 
compreendida como tal, e coloca a opinião como oposto da verdade. A opinião é aquilo 
sem fundamento, de constância, de firmeza e de plenitude. É aquilo que parece ser, mas 
não é. “Em outras palavras, se a aparência é o que alguma coisa nos parece ser, mas 
pode não ser tal como aparece, então é o não ente, o não ser”. (Marilena Chauí) 
Exercício 
1 – O que Parmênides quer dizer com a “Via da Verdade”? 
2 – Qual o sentido, na filosofia de Parmênides, da expressão “Via da Opinião”? 
3 – Qual era a ideia principal que Parmênides pretendia determinar com sua Filosofia? 
4 – Explique o que é a “Via da Verdade” e a “Via da Opinião” e como essas duas se 
relacionam. 
5 – O que significa dizer, na Filosofia de Parmênides, que “pensar e ser” são a mesma 
coisa? 
6 – Comente a contribuição da Filosofia de Parmênides no que se refere aos critérios 
do ser. 
7 – Qual foi a grande questão que Parmênides deixou quando estabeleceu a diferença 
entre ser e o não ser? 
8 – “Só resta o mito de uma via, a do ser; e sobre esta existem indícios de que sendo 
não gerado é também imperecível, pois é todo inteiro, inabalável e sem fim; nem 
jamais era nem será, pois é agora todo junto, uno, contínuo (…)” 
A partir deste trecho do poema de Parmênides, é possível afirmar que 
a) a continuidade, a geração e o imobilismo estão presentes na via do ser. 
b) o ser, por não poder não ser, não é gerado nem deixa de ser, não tendo princípio 
nem fim. 
c) a via do ser é aquela percebida pelos nossos sentidos. 
d) o ser, para o autor, de certo modo não é, pois nunca foi no passado nem será no 
futuro. 
9 – (UFU) “Só é possível pensar e dizer que o ente é, pois o ser é, mas o nada não é; 
sobre isso, eu te peço, reflita, pois esta via de inquérito é a primeira de que te afasto; 
depois afasta-te daquela outra, aquela em que erram os mortais desprovidos de saber 
e com dupla cabeça, pois, no peito, a hesitação dirige um pensamento errante: eles se 
deixam levar surdos e cegos, perplexos, multidão inepta, para quem ser e não ser é 
considerado o mesmo e não o mesmo, para quem todo o caminho volta sobre si 
mesmo”. 
Parmênides, Sobre a Natureza, 6, 1-9. 
 
Sobre este trecho do poema de Parmênides, é correto afirmar que 
I - só se pode pensar e dizer que o ser é. 
II - para os mortais o ser é considerado diferente do não ser. 
III - é possível dizer o não ser, embora não se possa pensá-lo. 
IV - duas vias de inquérito devem ser afastadas: a do não ser e a dos mortais. 
 
Assinale a alternativa que contém todas as afirmações corretas. 
A) II e III 
B) II e IV 
C) I e III 
D) I e IV 
 
10 – (UFU)"Para os que entram nos mesmos rios, correm outras e novas águas. (...) 
Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio". 
(Heráclito. Pré-socráticos, Col. Os Pensadores, Abril Cultural, 1978) 
"Necessário é dizer e pensar que só o ser é, e o nada, ao contrário, nada é: afirmação 
que bem deves considerar". 
(Parmênides. Pré-socráticos. Col. Os Pensadores, Abril Cultural, 1978) 
A partir dos fragmentos acima, estabeleça as principais diferenças entre as concepções 
do ser de Heráclito e de Parmênides. 
11- Sobre os filósofos pré-socráticos, é correto afirmar: 
a. ( ) São conhecidos como filósofos da natureza. 
b. ( ) Inspiravam-se nos mitos para produzir ciência. 
c. ( ) Consideravam a natureza caótica e o universo sem sentido. 
d. ( ) Identificam na inspiração divina a única fonte do conhecimento. 
e. ( ) São caracterizados como poetas ou pensadores românticos. 
Gabarito 
11-A

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