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ContabilidadePública2013CursoDSC

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CURSO DSC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE 
 
CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
 
 
 
 
 
ÁREA 5 BACEN 
 
 
 
 
 
Prof. José Antônio Felgueiras 
 
e_mail: jose@crcrj.org.br 
telefone: 2524-2330 
 
 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
2
1 CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
1.1 CONCEITO 
 
A Contabilidade Aplicada à Administração Pública nas áreas Federal, Estadual, Municipal 
ou no Distrito Federal, tem, como base, a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas 
gerais de direito financeiro para a elaboração e o controle dos orçamentos e balanços da União, dos 
Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
Pode-se dizer que a Lei 4.320/64 está para a Contabilidade Aplicada à Administração 
Pública assim como a Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404/76, está para a Contabilidade 
aplicada à atividade empresarial. 
Com base nos dispositivos da Lei 4.320/64, podemos então definir a Contabilidade Pública 
como sendo o ramo da contabilidade que coleta, registra e controla os atos e fatos da Fazenda 
Pública, mostra o Patrimônio Público e suas variações, bem como acompanha e demonstra a 
execução do orçamento. 
 
1.2 OBJETO 
 
O objeto de qualquer contabilidade é o Patrimônio. O da Contabilidade Pública é o 
Patrimônio Público, exceto os bens de domínio público ou de uso comum do povo, como: lagoas, 
rios, praças, estradas, ruas, etc... 
A principal característica para se identificar os bens de domínio público, ou de uso comum 
do povo é observar o uso direto e imediato desses bens pela sociedade. Entende-se por uso direto 
aquele que se faz pessoalmente; e o imediato, aquele que se faz sem intermediário. 
 
Importante : 
Alguns examinadores consideram o Orçamento como objeto da contabilidade, tendo em vista que 
na contabilidade pública quase tudo se origina nele. 
 
1.3 OBJETIVO 
 
O objetivo da Contabilidade Aplicada à Administração Pública é fornecer informações 
atualizadas e exatas à Administração para subsidiar as tomadas de decisões e, aos Órgãos de 
Controle Interno e Externo para o cumprimento das normas legais, bem como às instituições 
governamentais e particulares informações estatísticas e outras de interesse dessas instituições. 
 
1.4 EXERCÍCIO FINANCEIRO 
 
 O Exercício Financeiro corresponde ao período de doze meses (um ano) no qual o 
orçamento será executado. No Brasil, segundo o art. 34 da Lei n.º 4.320/64, o exercício financeiro 
coincidirá com o ano civil, iniciando-se em 1º de janeiro e findando em 31 de dezembro. 
 
1.5 REGIME CONTÁBIL 
 
A Lei 4.320/64, em seu artigo 35, determina o seguinte: 
 “Pertencem ao exercício financeiro: 
 I - as receitas nele arrecadadas; 
 II- as despesas nele, legalmente, empenhadas”. 
Este artigo da lei consagrou, sob o aspecto orçamentário, o regime contábil misto para a 
Contabilidade Aplicada à Administração Pública, no Brasil, ou seja, de caixa, para as receitas (as 
receitas nele arrecadadas pelo ingresso dos recursos financeiros) e o de competência, para as 
despesas (legalmente empenhadas). 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
3
 
1.6 CONTABILIDADE PÚBLICA X CONTABILIDADE GERAL 
 
 Na tabela 3 evidenciamos as principais diferenças entre a Contabilidade Pública e a 
Contabilidade Geral. Verifica-se nesta tabela pontos importantes no exercício profissional. 
Aspectos Contabilidade Publica Contabilidade Geral 
Legislação Lei 4320/64 Lei 6.404/76 
Princípios PFC e Princípios Orçamentários PFC 
Registro Atos e Fatos Administrativos Fatos Administrativos 
Regime de 
Escrituração 
Regime Misto, ou seja, de Caixa para as 
Receitas e de Competência para as Despesas 
Regime de Competência 
Resultado Superávit ou déficit de gestão Lucro ou prejuízo do Exercício 
Demonstrações 
Financeiras 
Balanço Orçamentário, Financeiro, 
Patrimonial e Demonstração das Variações 
Patrimoniais. 
Balanço Patrimonial, DRE, 
DFC, DLPA, DMPL e DVA 
Sistemas de 
Escrituração 
Orçamentário, Financeiro, Patrimonial e 
Compensação. 
Contas Financeiras e 
Patrimoniais registradas em 
um só sistema 
 
1.7 EXERCÍCIOS 
 
1 – (Contador/TRF 4ª região) No Brasil, pertencem ao exercício financeiro as: 
(A) Receitas nele lançadas 
(B) Despesas nele fixadas e processadas 
(C) Despesas nele empenhadas e liquidadas 
(D) Despesas que nele tenham sido pagas 
(E) Receitas nele arrecadadas 
 
2 – (Analista Judiciário/TRE-PA) Os tipos de entes a que se aplica a contabilidade pública: 
(A) Organizações da sociedade civil de interesse público. 
(B) Empresas Públicas dependentes. 
(C) Sociedades de Economia Mista. 
(D) Associações beneficentes que tenham contrato com o poder público. 
(E) Fundações privadas de utilidade pública. 
 
3 – (Técnico de Promotoria/Ciências Contábeis/MPE-PB) A Contabilidade Pública tem como 
objeto: 
(A) Relatórios exatos e precisos, para subsidiar a administração na tomada de decisões. 
(B) O Patrimônio Público e o controle orçamentário. 
(C) Os órgãos de controle interno e externo. 
(D) O Patrimônio e os bens de domínio público. 
(E) Todas as instituições governamentais e particulares. 
 
4 – (Contador/Eletronorte) Sobre a Contabilidade Pública, de acordo com a Lei n.º 4.320/64, é 
correto afirmar que: 
(A) Evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e industrial 
(B) O registro contábil da receita e despesa pública obedecerá ao regime de competência 
(C) O registro contábil da receita e despesa far-se-á de acordo com as especificações do decreto-
lei 200/67 
(D) A contabilidade manterá registros sintéticos das dívidas flutuante e fundada 
(E) A depreciação dos bens públicos registrada em contas redutoras da conta patrimonial 
 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
4
5 – (Advocacia Geral da União/2006) Considere as opções a seguir: 
I. despesas relativas a X0, pagas em X1 – R$ 90.000; 
II. despesas relativas a X1, pagas em X0 – R$ 45.000; 
III. despesas relativas a X0, pagas em X0 – R$ 60.000; 
IV. receitas relativas a X0, recebidas em X1 – R$ 120.000; 
V. receitas relativas a X1, recebidas em X0 – R$ 70.000; 
VI. receitas relativas a X0, recebidas em X0 – R$ 65.000. 
 
Sabendo-se que foi apurado um lucro de R$ 35.000, o regime de contabilização adotado (receitas e 
despesas) foi: 
(A) Regime de Caixa para Receitas e Despesas 
(B) Regime de Caixa para Receitas e Regime de Competência para Despesas 
(C) Regime de Competência para Receitas e Despesas 
(D) Regime de Competência para Receitas e Regime de Caixa para Despesas 
(E) Regime Complexo 
 
6 – (Analista Legislativo Contador/Assembléia Legislativa do Espírito Santo) São características da 
Contabilidade Pública: 
(A) Regime contábil misto, apuração de lucro ou prejuízo e controle orçamentário rígido 
(B) Resultados de acordo com a natureza das despesas, apuração de superávit ou déficit e controle 
orçamentário flexível 
(C) Regime contábil de competência, apuração de superávit ou déficit e controle orçamentário 
rígido 
(D) Regime contábil misto, apuração de superávit ou déficit e controle orçamentário rígido 
(E) Regime contábil de competência, apuração de superávit ou déficit e resultados de acordo com 
a natureza das despesas 
 
7 – (Contador/Câmara Municipal de Vassouras) Os regimes contábeis utilizados pela contabilidade 
pública para os registros da despesa e da receita são, respectivamente: 
(A) Caixa e Competência 
(B) Competência e Caixa 
(C) Misto e Caixa 
(D) Competência e Misto 
 
8 – (Analista de Finanças e Controle) O campo de aplicação da contabilidade pública vem-se 
expandindo nos últimos anos, sobretudo por determinação da legislação federal. Assinale a opção 
que indica os entes incluídos no seu campo de aplicação, em razão da Lei Complementar n.º 
101/2000 – LRF: 
(A) Autarquias federais 
(B) Empresas estatais dependentes 
(C) Fundações privadas pertencentes aos Municípios 
(D) Empresas controladas pelas instituições financeiras públicas 
(E) Empresas públicas financeiras 
 
9 – (Analista de Finanças e Controle/CGU) Sobrea Contabilidade Pública no Brasil, NÃO 
podemos afirmar que: 
(A) É instrumento de registro e controle da execução do orçamento aprovado pelo Poder 
legislativo 
(B) Registra a fixação da receita e a previsão da despesa 
(C) Não contabiliza praças e arruamentos 
(D) Adota, para apuração de resultados, o regime contábil misto, isto é, regime de caixa para a 
receitas e de competência para despesas 
(E) Adota o sistema de partidas dobradas 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
5
 
10 – (Analista Judiciário/TRT) O regime orçamentário da receita é estabelecido: 
(A) Pela sua previsão 
(B) Pela sua arrecadação 
(C) Pela sua inscrição como dívida ativa 
(D) Pelo seu recolhimento 
(E) Pelo seu lançamento 
 
11 – (Analista Judiciário/TRT) O exercício financeiro compreende: 
(A) 12 meses consecutivo quaisquer 
(B) 12 meses coincidindo com o ano-calendário 
(C) 18 meses consecutivos 
(D) 18 meses coincidindo com o ano civil 
(E) 24 meses consecutivo 
 
12 – (Analista de Finanças e Controle) Pertencem necessariamente ao exercício financeiro as 
despesas nele: 
(A) Previstas 
(B) Empenhadas 
(C) Liquidadas 
(D) Liquidadas e pagas 
(E) Empenhadas e não-liquidadas 
 
13 – (Contador/UERJ) São considerados bens de uso comum do povo: 
(A) Mares, estradas, ruas e praças 
(B) Ruas, praças, edifícios e escolas 
(C) Edifícios; praças, hospitais e ruas 
(D) Terrenos, praças, mares e estradas 
(E) Estradas, edifícios, mares e hospitais 
 
14 – (Analista de Finanças e Controle) Não integram o patrimônio das entidades públicas: 
(A) Os bens de uso comum, generalizado e indiscriminado, tais como praças, estradas, ruas e etc 
(B) Os bens recebidos por doações 
(C) Os bens intangíveis 
(D) Os bens oriundos de produção própria 
(E) Os bens em construção 
 
15 – (Inspetor de Controle Externo/TCE-RN) A Contabilidade Pública, no Brasil, tem algumas 
peculiaridades em relação à Contabilidade Empresarial. Entre as características mencionadas a 
seguir, uma delas, apenas, é comum à Contabilidade Pública e à Empresarial. Assinale a opção 
correspondente: 
(A) O reconhecimento dos encargos de depreciação 
(B) A apropriação da receita quando a mesma é auferida 
(C) O provisionamento das obrigações a pagar 
(D) A adoção do regime de competência para a despesa 
(E) A classificação como permanente do material com vida útil superior a um ano 
 
 
 
 
 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
6
2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
2.1 CONCEITO 
 
É todo aparelhamento do ente público, ordenado para gerir serviços públicos, visando à 
satisfação das necessidades da sociedade. 
Por meio da administração pública, cabe aos administradores públicos gerenciar os 
programas governamentais, a fim de cumprir os objetivos e metas estabelecidas no plano de 
governo quanto aos aspectos da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade. 
 
2.2 ESTRUTURAÇÃO 
 
O campo de atuação da Administração Pública compreende os órgãos da Administração 
Direta e os da Administração Indireta. 
 
2.2.1 Administração Direta 
 
Abrange a estrutura administrativa dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 
 
No Poder Executivo, a nível Federal, é constituído da Presidência da República e dos Ministérios, a 
nível Estadual, da Governadoria e Secretarias de Estado, a nível Municipal, Prefeitura e Secretarias. 
No Poder Legislativo, a nível Federal, é constituído do Senado Federal, Câmara dos Deputados e 
Tribunal de Contas da União, a nível Estadual, Assembléia Legislativa, Tribunal de Contas do 
Estado e Conselho de Contas, a nível Municipal, Câmara dos Vereadores e Tribunal de Contas do 
Estado ou Município (somente as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo possuem Tribunal de 
Contas do Município). 
No Poder Judiciário, a nível Federal, é constituído do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal 
de Justiça, Tribunais Regionais Federais, Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal Superior 
Eleitoral e Superior Tribunal Militar, a nível Estadual, Tribunal de Justiça e Tribunais de Alçada. 
 
2.2.2 Administração Indireta 
 
Atividade administrativa descentralizada exercida por entidades com personalidade jurídica 
de direito público ou privado, vinculadas a um órgão da administração direta, criadas ou autorizadas 
por lei específica, com a função de prestar serviço público ou de interesse público, para satisfação 
do Estado e das necessidades coletivas. 
A legislação existente que dispõe sobre a administração indireta (Decreto-Lei Federal nº 
200/67, alterado pelo Decreto-lei nº 900/69), contempla uma série de entidades, quer de direito 
público (autarquias) quer de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e 
fundações), através das quais o Estado pode descentralizar os serviços públicos ou de interesse 
público. 
 
2.2.2.1 Entidades que Compõem a Administração Indireta 
 
O Estado pode utilizar-se de instituições com personalidade jurídica de direito público ou 
de direito privado, dependendo dos serviços que pretende transferir, quer por força de contingência 
ou de conveniência administrativa. A tabela 5 mostra essas entidades: 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
Autarquias, incluindo as Agências Reguladoras. 
Empresas Públicas 
Fundações 
Sociedades de Economia Mista 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
7
Importante: 
As organizações sociais não fazem parte da administração indireta. Essas entidades quando 
preencherem os requisitos legais poderão celebrar contratos com a administração pública para 
formação de parceria e execução de determinadas atividades. 
 
2.2.2.2 Autarquias 
 
É uma entidade criada por lei, com personalidade de direito público, com patrimônio e 
receitas próprias, para executar atividades típicas da administração pública, ou seja, atribuições 
estatais específicas. 
À autarquia geralmente, são indicados serviços que requeiram maior especialização e, 
conseqüentemente, organização adequada, autonomia de gestão e pessoal técnico especializado. 
 
Exemplos de Autarquias: 
Autarquias Profissionais Autarquias Especiais 
Conselho Federal de Contabilidade Banco Central do Brasil 
Conselho Federal de Medicina Comissão de Valores Mobiliários 
Conselho Federal de Administração INSS 
 
2.2.2.3 Entidades Paraestatais 
 
São pessoas jurídicas de direito privado, cuja criação é autorizada por lei, com patrimônio 
público ou misto, para a realização de atividades, obras ou serviços de interesse coletivo, sob 
normas e controle público. 
Ressalta-se que, do ponto de vista de enquadramento no entendimento de administração indireta ou 
descentralizada, existem algumas formas de constituição de entidades paraestatais, como tais 
configuradas, quais sejam: 
 
• Empresas Públicas 
• Fundações 
• Sociedades de Economia Mista 
 
2.2.2.4 Empresas Públicas 
 
Entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e 
capital exclusivamente governamental, criação autorizada por lei, para exploração de atividade 
econômica ou industrial, que o governo seja levado a exercer por força de contingência ou 
conveniência administrativa. 
 
Exemplos de Empresas Públicas: 
Casa da Moeda do Brasil, Caixa econômica Federal, Imprensa Oficial, entre outras. 
 
2.2.2.5 Fundações 
 
Entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, 
criação autorizada por lei, escritura pública e estatuto registrado e inscrito no Registro Civil de 
Pessoas Jurídicas, com objetivos de interesse coletivo, geralmente de educação, ensino, pesquisa, 
assistência social, com personificação de bens públicos, sob amparo e controle permanente do 
Estado. 
 
Exemplos de Fundações: 
Fundação Nacional do Índio, Fundação Osvaldo Cruz, Fundação Padre Anchieta, entre outras. 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
8
 
2.2.2.6 Sociedades de Economia Mista 
 
Entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio, criação 
autorizada por lei para a exploração de atividadeeconômica ou serviço, com participação do poder 
público e de particulares no seu capital e na sua administração. 
Exemplos de Sociedades de Economia Mista: 
Petrobrás S.A., Banco do Brasil S.A. 
 
2.3 SERVIÇO PÚBLICO 
 
É o conjunto de atividades e bens que são exercidos ou colocados à disposição da coletividade, 
visando abranger e proporcionar o maior grau possível de bem-estar social ou de prosperidade 
pública. 
O Estado (organização do poder político da comunidade), é organizado com a finalidade de 
harmonizar sua atividade em função destes objetivos. 
Os serviços públicos cuja finalidade é prover às necessidades coletivas por meio do 
provimento dos chamados bens públicos podem ser considerados como: 
 
a) Gerais ou Universais: O Estado identifica a necessidade coletiva e, sem que ninguém lhe 
peça, cria e executa o serviço. A necessidade dos serviços não é de todos, mas todos devem 
pagá-lo. Este pagamento será exigido pelo Estado na forma de IMPOSTO. 
b) Particulares, Especiais ou Específicos: Os cidadãos pedem espontaneamente ou são 
obrigados a pedi-los, tendo por conseqüência a possibilidade de se utilizar deles 
individualmente. Esses serviços são chamados de indivisíveis e seu pagamento será feito 
na forma de TAXA. 
 
Os SERVIÇOS PÚBLICOS são todos aqueles: 
 I. Prestados exclusivamente pelo Estado, 
 II. Delegados por Concessão ou por Permissão ou, 
 III. Utilidade Mista. 
 
São prestados sob condições impostas e fixadas pelo Estado, visando à satisfação de 
necessidades da comunidade. Não se justifica a existência do Estado senão como entidade prestadora 
de serviços e utilidades aos indivíduos que o compõem. 
O serviço público deve ser geral, uniforme, regular e contínuo, e deve tutelar o direito e o bem-
estar geral. 
A tabela 4 mostra que os serviços públicos podem abranger atividades que competem 
exclusivamente ao Estado e por ele são exercidos diretamente, e também por atividades exercidas 
por delegações do Poder Público, visando atender sempre aos interesses da sociedade. 
 
Tabela 4 – Serviços Públicos 
SERVIÇOS PRIVATIVOS 
DO ESTADO 
competem exclusivamente ao Estado 
 
SERVIÇOS DE UTILIDADE 
PÚBLICA 
 
serviços prestados por delegação 
 
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
MISTA 
 
prestado pelo Estado como seu dever, ou por pessoa física ou 
jurídica de caráter privado, independente de delegação para 
tanto 
 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
9
2.3.1 Serviços Privativos do Estado 
 
São as atividades exercidas diretamente pelo Estado, que pela sua natureza exigem 
centralização e exclusividade, pois satisfazem necessidades de subsistência da coletividade. 
São aqueles que se relacionam intimamente ao bem-estar coletivo e por isso mesmo só podem 
ser executados diretamente pelo Poder Público, sem delegações a particulares. Cabe ao Estado a 
promoção dos serviços que proporcionam à sociedade bens que não possam ser alcançados pela 
atividade de particulares. 
Exemplos: relações diplomáticas e consulares; defesa e segurança do território nacional; 
emissão de moeda; poder de polícia e segurança públicas; e outras que exigem medidas compulsórias 
em relação aos indivíduos, impostas através de preceitos constitucionais e por isso incontestáveis. 
 
2.3.2 Serviços de Utilidade Pública 
 
São os serviços públicos prestados por delegação do Poder Público, sob condições fixadas por 
ele, onde prevalece o princípio da boa-fé e lealdade para com os administradores em toda a atividade 
administrativa. Eles facilitam a existência do indivíduo na sociedade (comodidade, conforto e bem-
estar). 
Eles se subordinam às exigências da comunidade, às conveniências do todo social e mantêm-se 
na conformidade de satisfação das necessidades do indivíduo na coletividade. 
Assiste ao usuário não só o direito de obtenção e fruição do serviço, mas também da sua regular 
e permanente prestação. 
 
Os serviços de Utilidade Pública podem ser prestados das seguintes formas: 
 
2.3.2.1 Por Concessão 
 
É a delegação contratual ou legal da execução de um serviço público. Procedimento pelo qual 
uma pessoa de direito público (autoridade concedente), confia mediante delegação contratual a uma 
pessoa jurídica (concessionário), o encargo de explorar um serviço público. 
A concessão é um ato que deve ser amparado por autorização legislativa, conforme o edital de 
Licitação na modalidade Concorrência. O contrato de concessão não transfere propriedade ao 
concessionário, sendo-lhe somente delegada a prática da atividade pública. 
A fiscalização e regulamentação dos serviços são reservadas ao Poder Público, fixando 
unilateralmente o funcionamento, a organização e a forma da prestação de serviço. 
As atribuições podem ser modificadas pelo Estado, sempre que o interesse público o exigir, 
bem como pode também revogar a concessão, caso não se cumpra eficientemente à delegação 
concedida. 
Ao Concessionário é concedido o direito de remuneração através de cobrança de tarifas aos 
usuários, dando-lhe assim a garantia de um equilíbrio econômico-financeiro. O equilíbrio financeiro 
é condição essencial de legalidade na concessão de serviço público. 
Sempre que o Estado modificar unilateralmente os encargos do Concessionário, é obrigado a 
compensar o abalo da parte econômica da concessão, por meio da revisão de tarifas. 
Por se tratar de serviços que devem ser obrigatoriamente oferecidos ininterrupta e 
permanentemente, cabe também ao usuário o direito de fiscalizar e exigir do Concessionário o 
correto fornecimento do serviço. O usuário que se sentir prejudicado pode exigir judicialmente o 
cumprimento da prestação do serviço. 
 
Exemplos: fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água, comunicações 
telefônicas, radiodifusão, os serviços de transporte coletivo, exploração de jazidas e fontes minerais, 
entre outros. 
 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
10
2.3.2.2 Por Permissão 
 
É aquele pelo qual o Poder Público (autoridade permitente), concede, em caráter precário a 
uma pessoa de direito privado (permissionário), a título gratuito ou oneroso, a exploração de um 
serviço público. 
A precariedade existe em função de não ser imposto ao permissionário a necessidade de dispor 
de grandes importâncias para exercer a atividade, porém a permissão pode ser revogada a qualquer 
momento sem direito a indenização. 
A permissão de serviço ou de uso de bens públicos serão outorgados por decreto, após edital 
de licitação para escolha do melhor prestador de serviço. 
 
Exemplos: colocação de bancas para venda de jornais na via pública, os serviços de transporte 
coletivos, quando não forem outorgados pelo ato convencional de concessão, entre outros. 
 
2.3.3 Prestação de Serviço Mista 
 
São as atividades prestadas pela Administração, por seu dever de Estado, que também podem 
ser executadas por pessoa jurídica de caráter privado, independente de delegação para tanto. 
Em função de existirem alguns mandamentos constitucionais que atribuem certos direitos aos 
cidadãos e outros que atribuem certas obrigações ao Estado, sem, entretanto, vedar a execução de 
tais serviços a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. 
 
Exemplos: Secretaria de Educação e entidades de ensino particulares; Previdência Pública e 
Privada; Hospitais Públicos e Privados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Contabilidade Pública – Prof. José Antônio Felgueiras 
 
11
2.4 EXERCÍCIOS 
 
16 – (Auditor-Fiscal/Prefeitura de São Paulo) Uma agência reguladora e uma organização social, 
respectivamente: 
(A) Integra a Administração Direta e integra a Administração Indireta 
(B) Integra a Administração Indireta e integra a Administração Indireta 
(C) Integra a Administração Indireta e não integra a Administração Pública 
(D) Não integra a Administração Pública e integra a Administração Indireta 
(E) Não integra a Administração Pública e não integra a Administração Pública 
 
17 – (Auditor-Fiscal/Prefeitura de São Paulo) Aorganização administrativa brasileira tem como 
característica a: 
(A) Não previsão de estruturas descentralizadas 
(B) Personificação de entes integrantes da Administração Indireta 
(C) Ausência de relações de hierarquia 
(D) Ausência de mecanismos de coordenação e de controle finalístico 
(E) Inexistência de entidades submetidas a certas regras de direito privado 
 
18 – (Auxiliar de Controle Externo/TCE-MG) São Empresas Públicas: 
(A) As Autarquias. 
(B) As Agências Reguladoras. 
(C) As Fundações Públicas. 
(D) Aquelas constituídas por Lei, com patrimônio do Estado e da iniciativa privada. 
(E) Aquelas constituídas por Lei, com patrimônio exclusivo do Estado. 
 
19 - (Auditor/INSS) De acordo com as normas legais vigentes, as chamadas fundações públicas, na 
área federal, são: 
(A) Equiparadas às empresas públicas 
(B) Entidades privadas fora da Administração 
(C) Entidades da Administração Indireta 
(D) Regidas por disposições do Código Civil 
(E) Órgãos da Administração Direta 
 
20 – (Auditor/INSS) As autarquias federais, pela sua natureza, são consideradas pessoas: 
(A) Políticas; 
(B) Administrativas, com personalidade jurídica de direito privado; 
(C) Jurídicas de direito privado; 
(D) Administrativas, sem personalidade jurídica própria; 
(E) Jurídicas de direito público 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 ORÇAMENTO PÚBLICO 
 
3.1 CONCEITO 
 
É o instrumento de que dispõe o Poder Público, em qualquer de suas esferas, para expressar, 
em determinado período de tempo, o seu programa de atuação, discriminando a origem e o 
montante dos recursos a serem obtidos, bem como os dispêndios a serem efetuados. É a 
materialização da ação planejada do Estado na manutenção de suas atividades e na execução de 
seus projetos. 
 Lei de iniciativa do Poder Executivo que estima a receita e fixa a despesa da administração 
pública. É elaborada em um exercício e, após aprovada pelo Poder Legislativo, vigora no exercício 
seguinte. 
 
 
3.2 TIPOS DE ORÇAMENTO 
 
 Corresponde à característica que determina a maneira pela qual o orçamento é elaborado, 
segundo o regime político vigente, variando de acordo com a forma de Governo. O Brasil já 
vivenciou três tipos de orçamento, que são: 
 
• Legislativo 
É o tipo utilizado em países parlamentaristas, no qual a elaboração, a votação e a aprovação 
do orçamento são de competência do poder Legislativo, cabendo ao Executivo a sua 
execução; 
 
• Executivo 
É o tipo em países onde impera o poder absoluto, no qual a elaboração, a aprovação, a 
execução e o controle do orçamento são da competência do Poder Executivo; 
 
• Misto 
Este tipo é utilizado nos países cujas funções legislativas são exercidas pelo Congresso ou 
Parlamento, sendo sancionado pelo Chefe do Poder Executivo. Sua elaboração e execução é 
competência do Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua votação e seu controle. 
Este é o tipo utilizado atualmente no Brasil, previsto na Constituição Federal de 1988. 
 
3.3 CICLO ORÇAMENTÁRIO 
 
 O ciclo orçamentário ou processo orçamentário pode ser definido como um processo 
contínuo, dinâmico e flexível, através do qual se elabora, aprova, executa, controla e avalia os 
programas do setor público. 
 Preliminarmente é conveniente ressaltar que o ciclo orçamentário não se confunde com o 
exercício financeiro. Este, na realidade, é o período durante o qual se executa o orçamento, 
correspondendo, portanto, a uma das fases do ciclo orçamentário. 
 
 Identificam-se, basicamente, quatro etapas no ciclo ou processo orçamentário: 
 
I. Elaboração da proposta orçamentária: a elaboração do orçamento, em conformidade com 
o disposto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, compreende a fixação de objetivos concretos 
para o período considerado, bem como o cálculo dos recursos humanos, materiais e 
financeiros, necessários à sua materialização e concretização. 
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II. Estudo/Discussão e Aprovação da Lei do Orçamento: esta fase compete ao Poder 
Legislativo e basea-se na necessidade de que o povo, através de seus representantes, 
intervenha na decisão de suas próprias aspirações, bem como na maneira de alcança-las. 
III. Execução orçamentária e financeira: a execução do orçamento constitui a concretização 
anual dos objetivos, diretrizes e metas determinadas para o setor público, no processo de 
planejamento integrado, e implica a mobilização de recursos humanos, materiais e 
financeiros. 
IV. Avaliação ou Controle: refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar 
o nível dos objetivos fixados no orçamento e as modificações nele ocorridas durante a 
execução, além de referir-se à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais 
fins e o grau de racionalidade na utilização dos recursos correspondentes. 
 
 
3.4 INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO 
 
A Constituição Federal de 1988 no artigo 165 estabeleceu como instrumentos do processo 
de planejamento (processo racional para definir objetivos e determinar os meios para alcançá-los) as 
seguintes leis: 
 
3.4.1 PLANO PLURIANUAL (PPA) 
 
 É um plano de médio prazo, através do qual procura-se ordenar as ações do governo que 
levem ao atingimento dos objetivos e metas fixados para um período de quatro anos, situados entre 
o segundo ano do mandato do responsável pela sua elaboração e o primeiro ano do mandato 
subseqüente. 
 É um Instrumento constitucional utilizado para o planejamento estratégico, estabelecendo, 
de forma regionalizada, diretrizes, objetivos e metas da administração pública para: 
a) despesas de capital e os correspondentes custos de operação e manutenção; 
b) programas de duração continuada (cuja duração ocorra por mais de um exercício). 
 
Importante: A disciplina sobre o Plano Plurianual – PPA, ainda se restringe às regras previstas na 
Constituição Federal, em decorrência do veto imposto ao art. 3º da Lei Complementar n.º 101/2000 
(Lei de Responsabilidade Fiscal). 
 
3.4.2 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) 
 
 Esta Lei tem a finalidade de nortear a elaboração dos orçamentos anuais, compreendidos 
aqui o orçamento fiscal, o orçamento de investimento das empresas e o orçamento da seguridade 
social, de forma a adequá-los às diretrizes, objetivos e metas da administração pública. 
 Compreende as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de 
capital para o exercício financeiro subseqüente, tendo como objetivos fundamentais: 
a) orientar a elaboração da lei orçamentária anual, bem como sua execução; 
b) dispor sobre as alterações na legislação tributária; 
c) estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
 
 
3.4.3 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) 
 
 Para viabilizar a concretização das situações planejadas no Plano Plurianual e, obviamente, 
transformá-las em realidade, obedecida a Lei de Diretrizes Orçamentárias, elabora-se o Orçamento 
Anual, onde são programadas as ações a serem executadas, visando alcançar os objetivos propostos. 
Esta Lei define as prioridades contidas no PPA e as metas que deverão ser atingidas naquele ano. 
Estima as receitas e autoriza as despesas de acordo com a previsão de arrecadação que compreende: 
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a) O ORÇAMENTO FISCAL - Demonstra a ação governamental dos Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta 
e indireta, excluídos: 
os investimentos das empresas; 
os órgãos, fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade social. 
 
b) O ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO DAS EMPRESAS - Aquelas em que a 
administração pública detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com 
direito a voto. Detalha as fontes de recursos e a programação de seus investimentos, 
discriminando as receitas e despesas operacionais a fim de evidenciar o déficit ou superávit 
resultante. 
 
c) O ORÇAMENTO DA SEGURIDADESOCIAL - Compreende as ações integradas 
dos poderes públicos e destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e 
assistência social. 
 
Importante : No Brasil, a Lei do Plano Plurianual, a Lei das Diretrizes Orçamentárias e a Lei do 
Orçamento Anual são de iniciativa do Poder Executivo, que deverá fazer o encaminhamento das 
propostas em prazo determinado na Constituição ou em Lei Complementar. 
 
A tabela 6 mostra um resumo da vigência e encaminhamento dos projetos dos Instrumentos 
de Planejamento: 
 Encaminhamento do Projeto 
 
Instrumento 
 
Vigência 
Proposta do 
Executivo ao 
Legislativo 
Devolução ao 
Executivo p/ sanção 
Plano Plurianual 
 
PPA 
Quadrienal 
do 2º ano do 
mandato até o 1º 
ano do mandato 
subsequente 
4 meses antes do 
término do 1º 
exercício financeiro 
do mandato 
(31 de agosto) 
até o encerramento 
da sessão legislativa 
em que for 
encaminhado 
(22 de dezembro) 
Lei de Diretrizes 
Orçamentárias 
 
LDO 
Anual 
da sua publicação 
até o término do 
exercício que 
orienta 
8 meses e meio antes 
do término do 
exercício financeiro 
(15 de abril) 
até o encerramento 
do 1º período da 
sessão legislativa 
(17 de julho) 
Lei Orçamentária Anual 
 
LOA 
Anual 
No exercício 
financeiro ao qual 
se refere 
4 meses antes do 
término do exercício 
financeiro 
(31 de agosto) 
até o encerramento 
da sessão legislativa 
(22 de dezembro) 
Tabela 6 – Vigência e Encaminhamento do PPA, LDO e LOA. 
 
Importante : O não envio da proposta orçamentária no prazo estabelecido e a falta de votação do 
orçamento acarreta: 
I. Caso o Legislativo não receba a proposta orçamentária no prazo, fica automaticamente 
considerada a proposta (Lei) anterior; 
II. Caso o Legislativo não aprove a proposta antes do início do exercício, o Poder Executivo 
realizará suas despesas com base nos duodécimos do valor estimado; e 
III. O Congresso deverá ser convocado extraordinariamente por se tratar de matéria cuja 
votação deve ser efetuada antes do início do exercício financeiro. 
 
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3.5 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 
 
 Os Princípios Orçamentários são aquelas regras mais fundamentais e que funcionam como 
norteadoras da prática orçamentária. São um conjunto de premissas que devem ser observadas 
durante cada etapa da elaboração do orçamento. 
 Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle do 
orçamento, que estão definidas na Constituição de 1988, na Lei 4.320 de 1964, no Plano Plurianual 
e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
 O art. 2º da Lei 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência orçamentária: 
 “A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a 
política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da 
unidade, universalidade e anualidade”. 
 
 A tabela abaixo mostra os aspectos gerais e específicos dos Princípios Orçamentários: 
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 
GERAIS (Receita e Despesa) ESPECÍFICOS 
Substanciais Formais Receita 
Anualidade Especificação Não-Afetação da Receita 
Unidade Programação Legalidade da Tributação 
Universalidade Publicidade 
Equilíbrio Clareza Despesa 
Exclusividade Uniformidade Precedência 
 
• ANUALIDADE - O orçamento deve ser elaborado e autorizado para execução em um 
período determinado de tempo (exercício financeiro). Segundo a legislação brasileira, o 
exercício financeiro coincide com o ano civil (01/01 a 31/12). A Lei de Responsabilidade 
Fiscal vem reforçar este princípio ao estabelecer que as obrigações assumidas no exercício 
sejam compatíveis com os recursos financeiros obtidos no mesmo exercício. 
 
• UNIDADE - O orçamento deve ser uno: a lei orçamentária anual compreenderá o 
orçamento fiscal referente aos poderes públicos, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações, e ainda o orçamento de investimentos 
das empresas e o orçamento da seguridade social. 
 
• UNIVERSALIDADE - O orçamento deve compreender as receitas e os gastos necessários 
para a manutenção dos serviços públicos pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções. 
Este Princípio é também denominado princípio do orçamento bruto. 
 
• EQUILÍBRIO - Neste princípio fica evidente que os valores autorizados para a realização 
das despesas no exercício deverão ser compatíveis com os valores previstos para a 
arrecadação das receitas. 
 Receita Prevista = Despesa Fixada, observando-se: 
 a) equilíbrio: Receitas Próprias X Despesas Ordinárias; 
 b) operações de crédito limitadas às despesas de capital. 
 
• EXCLUSIVIDADE - A lei orçamentária não poderá conter dispositivo estranho à fixação 
das despesas e previsão das receitas. 
 
Exceções: 
a) autorização para abertura de créditos suplementares; 
b) contratação de operações de crédito; 
c) autorização p/ destinação do superávit ou cobertura do déficit. 
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• ESPECIFICAÇÃO - São vedadas as autorizações globais, tanto para arrecadar tributos 
como para aplicar os recursos financeiros. 
O plano de cobrança dos tributos e o programa de custeios e investimentos deverão ser 
expostos pormenorizadamente. 
 
• PUBLICIDADE - Este princípio diz respeito à garantia da transparência e pleno acesso a 
qualquer cidadão às informações sobre a utilização dos recursos arrecadados dos 
contribuintes. 
O orçamento deve ser objeto de publicidade: em sua preparação, em sua discussão 
legislativa, em sua execução e em seu controle subseqüente. 
 
• PROGRAMAÇÃO – O orçamento deve ter o conteúdo e a forma de programação. Os 
programas de trabalho de cada um dos órgãos governamentais visa à concretização dos 
objetivos, diretrizes e metas definidos no Plano Plurianual – PPA. 
 
• CLAREZA - O orçamento deve ser claro e compreensível para qualquer indivíduo, sem, 
no entanto, descuidar das exigências da técnica orçamentária, especialmente em matéria de 
classificação das receitas e despesas. 
 
• UNIFORMIDADE - O orçamento deve conservar estrutura uniforme através dos distintos 
exercícios, permitindo uma comparação ao longo do tempo. 
 
• NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA - Todos os recursos devem ser recolhidos a uma caixa 
única do Tesouro, sem discriminação quanto à sua destinação. 
A Constituição de 1988 só consagrou este princípio para as receitas provenientes de 
impostos, vedando a sua vinculação a determinado órgão, fundo ou despesa. 
 
• LEGALIDADE DA TRIBUTAÇÃO - Limitações que o Estado possui quanto ao seu 
poder de tributar. São vedados: 
a) exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
b) instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente; 
c) cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que 
os houver instituído ou aumentado; 
d) cobrar tributos no mesmo exercício em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou 
aumentou: 
Exceções: 
� imposto sobre a importação de produtos estrangeiros; 
� imposto sobre a exportação de produtos nacionais ou nacionalizados; 
� imposto sobre Produtos Industrializados; 
� do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativos a títulos e 
valores mobiliários; 
� extraordinários, na eminência ou no caso de guerra externa. 
e) utilizar tributo, com efeito, de confisco; 
f) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais: 
Exceção: 
� Cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. 
 
• PRECEDÊNCIA - A autorização prévia das despesas constitui um ato obrigatório 
para o Poder Legislativo. 
 
 
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3.6 EXERCÍCIOS 
 
21 – (Contador/BNDES) A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas e prioridades da 
administração, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente. 
A Lei OrçamentáriaAnual obedecerá à orientação da Lei de Diretrizes Orçamentárias e 
compreenderá: Orçamento Fiscal; Orçamento de Investimento das Empresas Estatais; Orçamento da 
Seguridade Social. 
O Orçamento Fiscal demonstrará a ação governamental referente à (aos): 
(A) Identificação das necessidades de curto prazo das entidades de economia mista e autarquias 
vinculadas ao sistema financeiro nacional, bem como aos órgãos de seguridade social 
(B) União, aos Estados e aos Municípios, seus fundos, órgãos e entidades da administração 
direta e indireta, aos investimentos das empresas e aos órgãos, fundos e entidades 
vinculados ao sistema de seguridade social. 
(C) Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, excluídos os investimentos das empresas e os órgãos, 
fundos e entidades vinculados ao sistema de seguridade social. 
(D) Órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as 
metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, assegurada a cada 
área a gestão de seus recursos. 
(E) Órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, seus fundos, órgãos 
e entidades da administração direta e indireta, excluídos os investimentos das empresas e as 
aplicações financeiras de curto prazo. 
 
22 – (Analista Orçamento/MPU) Analise as afirmações a seguir, relativas à elaboração, 
acompanhamento e fiscalização do orçamento público no Brasil. 
I. O projeto de lei orçamentária anual deverá ser encaminhado pelo Chefe do Poder Executivo 
ao Poder Legislativo até 31 de agosto do exercício financeiro corrente; 
 
II. Os parlamentares poderão apresentar emendas ao projeto de lei orçamentária anual, desde 
que sejam compatíveis com o plano plurianual e a lei de diretrizes orçamentárias; 
 
III. O Presidente da República deverá sancionar o projeto de lei orçamentária aprovado pelo 
Congresso Nacional, estando impedido de vetá-lo, no todo ou em parte; 
 
IV. O controle externo das contas públicas da União está a cargo do Congresso Nacional e será 
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União. 
 
É correto o que consta APENAS em: 
(A) I e II 
(B) I e III 
(C) II e III 
(D) III e IV 
(E) I, II e IV 
 
23 – (Analista Orçamento/MPU) A vigência do Plano Plurianual de Investimentos é de ..I.. anos, 
iniciando-se no ..II.. exercício financeiro do mandato do Chefe do Poder Executivo e terminando no 
..III.. exercício financeiro do mandato subseqüente. 
Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III : 
(A) Três, Primeiro, Segundo. 
(B) Quatro, Primeiro, Segundo. 
(C) Quatro, Segundo, Primeiro. 
(D) Cinco, Primeiro, Segundo. 
(E) Cinco, Segundo, Primeiro. 
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24 – (Analista Orçamento/MPU) O princípio orçamentário da não afetação das receitas implica no 
fato de que: 
(A) Todas as receitas devem estar previstas no orçamento. 
(B) As receitas devem estar equilibradas com as despesas. 
(C) As receitas devem constar do orçamento pelos seus valores brutos. 
(D) As receitas de capital devem ser superiores, em valor absoluto, às despesas de capital. 
(E) As despesas não podem estar vinculadas às receitas, salvo exceções previstas em lei. 
 
25 – (Contador/TRF) O art. 165, parágrafo 3º da Constituição federal de 1988 diz que: “o Executivo 
publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução 
orçamentária”. Este artigo corresponde ao princípio orçamentário da: 
(A) Exclusividade. (B) Periodicidade. (C) Publicidade 
(D) Discriminação (E) Universalidade. 
 
26 – (Analista Judiciário/TRE-MS) O Princípio Orçamentário que está relacionado com a 
afirmação: É vedada a vinculação de impostos a órgãos e despesas, é o: 
(A) Universalidade. (B) Unidade. (C) Singularidade. 
(D) Exclusividade. (E) Não Afetação da Receita. 
 
27 – (Técnico de Promotoria/Ciências Contábeis/MPE-PB) A Constituição Federal de 1988, em seu 
artigo 165, postula que as leis de iniciativa do poder executivo estabelecerão: 
(A) O Plano Plurianual (PPA), o Orçamento Fiscal e o orçamento de Investimentos. 
(B) O Plano Plurianual (PPA), as Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Orçamentos Anuais (LOA). 
(C) O Orçamento Fiscal, o Orçamento de Investimentos e o Orçamento da Seguridade Social. 
(D) O Orçamento de Metas Fiscais e da Seguridade Social e o Orçamento de Investimentos. 
(E) O Anexo de Metas Fiscais, as Reservas de Contingência e o Demonstrativo de Impacto 
Orçamentário-Financeiro. 
 
 
28 – (Técnico de Controle Externo/TCE-MG) A lei que contém as metas e prioridades da 
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro 
subseqüente, orienta a elaboração da lei orçamentária anual, dispõe sobre as alterações na legislação 
tributária e estabelece política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento denomina-
se: 
(A) Plano Plurianual. 
(B) Lei Orçamentária Anual. 
(C) Lei de Diretrizes Orçamentárias. 
(D) Orçamento Fiscal. 
(E) Orçamento de Investimentos das Empresas Estatais. 
 
29 – (Técnico de Controle Externo/TCE-RO) A Constituição de 1988 trouxe diversas mudanças na 
formulação do orçamento público. Em relação às novas leis que surgiram para definir planejamento 
e execução do orçamento público, é correto afirmar que o(a): 
(A) Plano Plurianual contém as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para 
as despesas de capital e outras delas decorrentes. 
(B) Lei Orçamentária Anual determina que as despesas de juros da dívida pública não devem 
ultrapassar 5% das despesas correntes. 
(C) Lei de Diretrizes Orçamentárias surgiu em 1988 para substituir a Lei Orçamentária na 
execução e planejamento do Orçamento Plurianual. 
(D) Lei de diretrizes Orçamentárias tem o papel de determinar o percentual de impostos a serem 
cobrados de empresas estrangeiras no exercício atual. 
(E) Comissão Mista de Orçamentos e Planos é responsável pela redação do orçamento que é, 
então, encaminhado para o veto do Ministro da Fazenda. 
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30 – (Técnico em Gestão Pública/Auditoria Geral do Estado do Pará) O princípio orçamentário que 
estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar da lei orçamentária por seus 
totais, vedadas quaisquer decisões, denomina-se: 
(A) Especificação. (B) Universalidade. (C) Unidade. 
(D) Exclusividade. (E) Uniformidade. 
 
31 – (Técnico em Gestão Pública/Auditoria Geral do Estado do Pará) O Orçamento no Brasil tem 
como características ser do tipo: 
(A) Executivo, pois sua elaboração, aprovação, execução e controle cabem ao Poder Executivo. 
(B) Executivo, pois sua elaboração, aprovação e execução cabem ao Poder Executivo, e o 
controle ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público, órgãos subordinados ao Poder 
Executivo. 
(C) Democrático, pois sua elaboração e execução cabem ao Poder Executivo, a aprovação ao 
Legislativo e o controle ao tribunal de Contas e ao Ministério Público. 
(D) Misto, pois é elaborado e executado pelo Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua 
votação e controle. 
(E) Misto, pois é elaborado e executado pelo Poder Executivo, cabendo ao Poder Legislativo sua 
votação e ao Poder Judiciário seu controle. 
 
32 – (Técnico em Gestão Pública/Auditoria Geral do Estado do Pará) O Orçamento do Estado do 
Pará planeja arrecadar R$ 2.000.000,00 de ICMS, cabendo desta receita R$ 500.000,00 aos 
municípios paraenses em razão dos direito aos municípios da cota-parte de 25% sobre o total do 
ICMS arrecadado. A forma correta de evidenciação no Orçamento do Estado é registrar a receita de 
ICMS prevista na seguinte forma: 
(A) R$ 1.500.000,00 seguindo o princípio da Unidade. 
(B) R$ 1.500.000,00 seguindo o princípio da Universalidade. 
(C) R$ 2.000.000,00 seguindo o princípio da Universalidade. 
(D) R$ 2.000.000,00 seguindo o princípio da Unidade. 
(E) R$ 2.000.000,00 seguindoo princípio da Anuidade. 
 
33 – (Auditor de Finanças e Controle/Auditoria Geral do Estado do Pará) O princípio orçamentário 
que estabelece que o orçamento público deve conter apenas matéria orçamentária é denominado: 
(A) Exclusividade. (B) Unidade. (C) Universalidade. 
(D) Especificação. (E) Orçamento Bruto. 
 
34 - (Contador/ANTT) Um regime político e as formas de relações entre os poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário interferem na forma de elaboração de um orçamento que, usualmente, pode 
ser classificado em legislativo, executivo ou misto. Um orçamento: 
(A) Legislativo é o executado pelo Poder Legislativo, após elaboração e aprovação do Poder 
Executivo. 
(B) Legislativo é o votado e controlado pelo Poder Legislativo, mas elaborado pelo Poder 
Executivo. 
(C) Executivo é o executado pelo Poder Executivo, após elaboração e aprovação do Poder 
Legislativo. 
(D) Misto é elaborado e executado pelo Poder Executivo, mas votado e controlado pelo Poder 
Legislativo. 
(E) Misto é o elaborado pelo Poder Judiciário, votado pelo Poder Legislativo e executado pelo 
Poder Executivo. 
 
 
 
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35 - (Contador/INPI) O prazo limite para o encaminhamento da proposta orçamentária ao 
Congresso nacional é: 
(A) 15 de abril. (B) 30 de junho. (C) 31 de agosto. 
(D) 15 de dezembro. (E) 31 de dezembro. 
 
36 - (Contador/INPI) A aprovação da Lei do Orçamento, já com emendas propostas pelo Poder 
Legislativo, deve ocorrer até: 
(A) 15 de abril. (B) 30 de junho. (C) 31 de agosto. 
(D) 22 de dezembro. (E) 31 de dezembro. 
 
37 – (Analista Judiciário/TRF) A inclusão de dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação 
da despesa na Lei Orçamentária Anual fere o Princípio Orçamentário da(o): 
(A) Publicidade. 
(B) Unidade. 
(C) Anualidade. 
(D) Exclusividade. 
(E) Orçamento Bruto. 
 
38 – (Analista/CVM) Acerca do Plano Plurianual, é correto afirmar tratar-se de uma lei de 
periodicidade: 
(A) Quadrienal, sendo suas macro orientações de caráter indicativo para o setor público e 
mandatório para o setor privado. 
(B) Anual, sendo suas macro orientações de caráter indicativo para os setores público e privado. 
(C) Quadrienal, sendo suas macro orientações de caráter indicativo para o setores público e 
privado. 
(D) Anual, sendo suas macro orientações de caráter mandatório para o setor público e indicativo 
para o setor privado. 
(E) Quadrienal, sendo suas macro orientações de caráter mandatório para o setor público e 
indicativo para o setor privado. 
 
39 - (Analista Previdenciário/INSS) Dependendo da forma de governo existente, os orçamentos 
podem ser classificados em três tipos: 
(A) Geral, Específico e Especial. 
(B) Presidencialista, Parlamentarista e Judicialista. 
(C) Legislativo, Executivo e Misto. 
(D) Plurianual, Qüinqüenal e Anual. 
(E) De Investimentos, Corrente e Complementar. 
 
40– (Contador/TRF 4ª Região) O orçamento elaborado no Brasil é do tipo: 
(A) misto 
(B) executivo 
(C) legislativo 
(D) judiciário 
(E) parlamentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 CRÉDITOS ADICIONAIS 
 
4.1 CONCEITO 
 
São créditos adicionais às autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente 
dotadas na Lei de Orçamento. (art. 40 da Lei n° 4.320/64) 
O Orçamento é um Instrumento de planejamento das atividades a serem desenvolvidas 
pelos órgãos da Administração Pública para a satisfação das suas necessidades e principalmente das 
necessidades coletivas. 
Nesse planejamento são definidas (autorizadas) a execução dos programas de trabalho a 
cargo de cada um dos órgãos. Essa autorização dada na lei orçamentária leva o nome de crédito 
orçamentário ou inicial. 
No transcorrer do exercício financeiro, ocorrem fatos novos que provocam o surgimento de 
novas necessidades e reduzem ou ampliam as existentes, ou seja, há necessidade de se 
redimensionar o planejamento anterior, definindo novas autorizações para a execução dos 
programas de trabalho. Para o atendimento a situações como estas, a lei dispõe da figura dos 
créditos adicionais. 
 
4.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS 
 
Os Créditos Adicionais podem ser de três tipos: (art. 41 da Lei nº 4.320/64) 
 
I. Créditos Suplementares - destinados a reforço de dotação orçamentária; 
 
II. Créditos Especiais - destinados a atender despesas (programas) não existentes na Lei 
Orçamentária (não tenha dotação orçamentária específica); e 
 
III. Créditos Extraordinários - destinados a despesas urgentes e imprevisíveis (em casos 
de guerra, comoção interna ou calamidade pública). 
 
4.3 CARACTERÍSTICAS DOS CRÉDITOS ADICIONAIS 
 
 A tabela abaixomostra um resumo das principais características dos créditos adicionais: 
 
Características 
 
SUPLEMENTARES 
 
 
ESPECIAIS EXTRAORDINÁRIOS 
AUTORIZAÇÃO 
LEGISLATIVA 
Prévia, em Lei especial 
ou incluída na LOA. 
Prévia em Lei 
especial 
Independe de Lei 
 
ABERTURA 
Decreto do Executivo Decreto do 
Executivo 
Decreto do Executivo 
(Estados e Municípios) 
Medida Provisória (União) 
 
 
VIGÊNCIA 
No Exercício No Exercício, se 
aberto nos últimos 
quatro meses 
poderá ser 
prorrogado para o 
exercício seguinte. 
No Exercício, se aberto 
nos últimos quatro meses 
poderá ser prorrogado para 
o exercício seguinte. 
FONTE DE 
RECURSOS 
Requer Requer Independe 
 
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22
Importante: No art. 167,§ 2° da Constituição Federal de 1988, diz que os créditos especiais e 
extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato da 
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos no 
limite de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. 
 
4.4 FONTES DE ABERTURA DE CRÉDITO ADICIONAL 
 
 O art. 43 da Lei n.º 4.320/64 dispõe que a abertura dos créditos adicionais suplementares e 
especiais depende da existência de recursos disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de 
exposição justificada. 
 O § 1º do artigo supracitado menciona que são considerados recursos para abertura de 
créditos adicionais, desde que não comprometidos, os seguintes fontes de recursos: 
 
1. SUPERÁVIT FINANCEIRO apurado em balanço patrimonial do exercício anterior, entendido 
como a diferença positiva entre o ativo e o passivo financeiro, conjugando-se os saldos dos 
créditos adicionais transferidos (especiais e extraordinários) e as operações de crédito a eles 
vinculadas; 
2. os provenientes de EXCESSO DE ARRECADAÇÃO, entendido como o saldo positivo das 
diferenças, acumuladas mês a mês, entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se a 
tendência do exercício, devendo ser deduzidos os créditos extraordinários abertos no exercício; 
3. os resultantes de ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES orçamentárias ou 
créditos adicionais; 
4. produto de OPERAÇÕES DE CRÉDITO autorizadas, em forma que juridicamente possibilite 
ao Poder Executivo realizá-las; 
5. a dotação global não especificamente destinada a órgão, unidade orçamentária, programa ou 
categoria econômica, denominada de RESERVA DE CONTINGÊNCIA ; e os recursos que, em 
decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de Lei Orçamentária Anual, ficarem sem 
despesas correspondentes. 
 
 
4.5 EXERCÍCIOS 
 
41 - (Contador/TRF 4ª Região) Em relação aos créditos adicionais, é correto afirmar que: 
(A) Os créditos adicionais são classificados em três tipos: complementares, especiais e 
extraordinários. 
(B) Os créditos extraordinários podem já estar previstos na lei orçamentária através de reserva de 
contingência. 
(C) Os créditos complementares destinam-se ao reforço de categoria de programação 
orçamentária já existente. 
(D) Os créditos extraordinários destinam-se às despesas para as quais não haja categoria de 
programação orçamentária específica, visando atender objetivo não previsto no orçamento. 
(E)É vedada a abertura de crédito especial ou suplementar sem prévia autorização legislativa e 
 
 
42 - (Analista Orçamento/MPU) Os Créditos Adicionais Especiais têm por característica: 
(A) Independerem de autorização legislativa. 
(B) Dependerem da existência de recursos para financiá-los. 
(C) Destinarem-se ao reforço de dotação orçamentária insuficiente. 
(D) Serem previstos na Lei Orçamentária Anual. 
(E) Atenderem a despesas de caráter urgente e imprevisto. 
 
 
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43 - (Técnico de Controle Externo/TCE-MG) Sobre os Créditos Adicionais, é correto afirmar: 
(A) O ato que abrir crédito adicional não precisa indicar a classificação da despesa e a 
importância correspondente. 
(B) A abertura dos créditos suplementares e especiais é autorizada por decreto executivo. 
(C) Os créditos suplementares são os destinados a despesas para as quais não haja dotação 
orçamentária específica. 
(D) Os créditos extraordinários são os destinados a reforço de dotação orçamentária. 
(E) Os créditos suplementares terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem 
abertos. 
 
44 - (Analista de Controle Externo/TCU) De acordo com os tipos de créditos orçamentários, 
assinale a única opção falsa: 
(A) O crédito especial destina-se à despesa para o qual não haja dotação orçamentária específica. 
(B) O crédito extraordinário é autorizado por lei e aberto por decreto do Poder Executivo. 
(C) O crédito suplementar é destinado ao reforço de dotação já existente no orçamento. 
(D) Os créditos adicionais são autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente 
dotadas na lei de orçamento. 
(E) A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de recursos 
disponíveis para ocorrer à despesa e será precedida de exposição justificada. 
 
45 - (Agente de Fiscalização/TCM-SP) Identifique qual das alternativas constitui recursos (desde 
que não comprometidos) para a abertura de créditos suplementares e que devem ser incorporados ao 
orçamento, considerando o disposto na Lei n.º 4.320/64: 
(A) O excesso de arrecadação desde que ajustado pelo déficit financeiro apurado no balanço 
patrimonial do exercício anterior ou o produto de operações de crédito autorizadas ou a 
anulação parcial ou total de dotações orçamentárias para reforçar a dotação orçamentária 
quando do acréscimo de despesas por subestimativa da previsão. 
(B) Os créditos adicionais autorizados em lei para a cobertura de despesas urgentes e imprevistas, 
como nos casos de guerra ou calamidade pública. 
(C) O produto de operações de crédito autorizadas ou a anulação parcial ou total de dotações 
orçamentárias para a cobertura de despesas para as quais não exista dotação específica, como 
da criação de órgãos da administração pública. 
(D) O excesso de arrecadação ou o produto de operações de crédito autorizadas ou a anulação 
parcial ou total de dotações orçamentárias para a cobertura de despesas urgentes e 
imprevistas, como em caso de guerra ou calamidade pública, ou para cobrir despesas para as 
quais não exista dotação específica ou ainda para reforçar a dotação orçamentária, quando do 
acréscimo de despesas por subestimativa da previsão. 
(E) O excesso de arrecadação ou o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do 
exercício anterior ou o produto de operações de crédito autorizadas ou a anulação total ou 
parcial dotações orçamentárias para reforçar a dotação orçamentária, quando do acréscimo de 
despesas por subestimativa da previsão. 
 
46 - (Analista Contábil/MPE-RO) Os créditos adicionais que dependem da prévia autorização 
legislativa para sua abertura são: 
(A) Suplementares e Especiais. 
(B) Suplementares e extraordinários. 
(C) Especiais e Extraordinários. 
(D) Especiais, somente. 
(E) Extraordinários, somente. 
 
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24
 
5 RECEITA PÚBLICA 
 
5.1 CONCEITO 
 
É representada pelos ingressos ou embolsos (fontes/origens) de recursos financeiros que 
serão aplicados na aquisição de bens e serviços, visando à prestação de serviços públicos à 
coletividade. 
 
A Receita Pública efetiva provém dos serviços gerais prestados pelo Estado à sociedade, em 
troca da cobrança de impostos, taxas e contribuições. 
 
5.2 CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA PÚBLICA 
 
5.2.1 Quanto à Natureza 
 
a) Orçamentárias: como o próprio nome bem define, são aquelas receitas que foram previstas na 
Lei Orçamentária. 
 
Exemplos: Taxa, Imposto, Patrimonial, Operação de Crédito, as Alienações de Bens, 
Transferência de Capital e Corrente, etc. 
 
Importante : A sua arrecadação depende da autorização legislativa, que é a Lei Orçamentária Anual 
- LOA. 
 
A Lei n° 4.320/64, em seu art. 35: 
 
“Pertencem ao exercício financeiro: I – as receitas nele arrecadadas...”, 
 
Estabeleceu que a receita devesse ser reconhecida adotando-se o “regime de caixa”, 
referiu-se à receita orçamentária, evitando a inclusão na lei orçamentária, como receita, de outros 
ingressos que não poderão financiar os gastos públicos. 
 
 
b) Extra-Orçamentária: É aquela que não integra o orçamento público. Sua realização não se 
vincula à execução do Orçamento, nem constitui renda do Estado, que é apenas depositário desses 
valores. A sua arrecadação independe da autorização legislativa. 
 
 Exemplos: as Inscrições em Restos a Pagar, Cauções em espécie, Fianças, Depósitos de 
Terceiros etc. 
 
5.2.2 Quanto à Categoria Econômica 
 
O art.11 da Lei n° 4.320/64 classificou a receita orçamentária em duas categorias 
econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. Pelo § 4° desse mesmo artigo, a 
classificação da receita deverá obedecer ao seguinte esquema: 
 
A classificação por categoria econômica é importante para o conhecimento do impacto das 
ações de governo na conjuntura econômica do país. Por esse critério, o orçamento se divide em 
dois grandes grupos: as Contas Correntes e Contas de Capital: 
 
 
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25
5.2.2.1 São Receitas Correntes 
 
Receita Tributária: é a receita decorrente da competência tributária instituída pela Constituição 
Federal. Entende-se por tributo toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela 
se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada. 
 
Os tributos compreendem os Impostos, as Taxas e as Contribuições de Melhoria; 
 
a) Impostos: são os tributos que compreendem à contribuição monetária, que os poderes 
públicos exigem da sociedade para atendimento de serviços não específicos. É a 
modalidade de tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativamente ao contribuinte. 
 
b) Taxas: é o tributo cobrado pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, tendo como fato gerador o exercício 
regular do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviço público específico 
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
 
c) Contribuição de Melhoria: é o tributo gerado pela valorização imobiliária decorrentes 
das obras públicas realizadas, como forma de ressarcimento do dinheiro público gasto para 
execução dessas obras. Portanto, a Contribuição de Melhoria é instituída para fazer face ao 
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária. 
 
Receita de Contribuições: é destinada a arrecadar contribuições sociais e econômicas, visando à 
manutenção dos programas e serviços sociais e de interesse público, como por exemplo a 
Contribuição de Empregadores e Trabalhadores para Seguridade Social, Contribuição sobre o Lucro 
Líquido, etc. 
 
Receita Patrimonial: decorrente da utilização de bens pertencentes ao Estado, como aluguéis, 
arrendamentos, laudêmios, rendimentos de valores mobiliários, tais como títulos de rendas e 
receitas derivadas do patrimônio(juros bancários). 
 
Receita Agropecuária: são receitas decorrentes de explorações agropecuárias: agricultura (cultivo 
do solo), inclusive hortaliças e flores: pecuária (criação, recriação ou engorda do gado e de 
pequenos animais); silvicultura (ou reflorestamento) e extração de produtos vegetais; 
 
Receita Industrial: são aquelas provenientes das atividades industriais definidas como tais pela 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, como indústria extrativa mineral, 
de transformação e de construção. 
 
Receita de Serviços: são as receitas decorrentes daquelas atividades que se caracterizam pela 
prestação de serviços tais como: comércio, transporte, comunicação, serviços hospitalares, 
armazenagem, serviços recreativos e culturais. 
 
Transferências Correntes: é oriunda de recursos recebidos de outra pessoa de direito público ou 
privado, independente de contraprestaçõe direta de bens ou serviços. Podem ocorrer a nível 
intragovernamental (dentro do âmbito de um mesmo governo) e intergovernamental (entre governos 
diferentes, da União para o Estado, do Estado para os Municípios), assim como recebidos de 
Instituições Privadas, do Exterior e de Pessoas Físicas. 
 
Outras Receitas Correntes: integram essas receitas as Multas e Juros de Mora, Indenizações e 
Restituições, Receita da Dívida Ativa e Receitas Diversas. 
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5.2.2.2 São Receitas de Capital 
 
Operações de Crédito: recursos decorrentes da colocação de títulos públicos ou de empréstimos 
obtidos junto a entidades estatais ou particulares internos ou externos. No orçamento este título 
representa, como regra, o déficit orçamentário e no Balanço, os ingressos efetivos. 
 
Alienação de Bens: proveniente da alienação de bens patrimoniais móveis e imóveis. 
 
Amortização de empréstimos: provenientes da amortização de empréstimos concedidos, ou seja, a 
receita obtida com o retorno de recursos que haviam sido emprestados. 
 
Transferências de Capital: por identidade, as descrições das transferências de capital 
correspondem àquelas apresentadas em transferência correntes, salvo no que se refere à sua 
destinação, pois as receitas de capital, em sua aplicação, devem ser destinadas obrigatoriamente em 
gastos de capital: investimentos ou inversões financeiras. 
 
Outras Receitas de Capital: neste título serão classificadas as receitas de capital que não atendem 
às especificações anteriores. Deve ser empregado apenas no caso de impossibilidade de utilização 
dos demais títulos. Como exemplo podemos citar o Superávit do Orçamento Corrente. 
 
5.3 ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA 
 
A receita orçamentária passa por quatro estágios, denominados de: 
 
1º Previsão – expectativa do Estado de quanto estima arrecadar no exercício. É expressa na Lei 
Orçamentária Anual. 
 
2º Lançamento – reconhece a procedência do crédito fiscal e o contribuinte que lhe é devedor. 
 
3º Arrecadação – quando o contribuinte se dirige aos agentes arrecadadores (instituições 
financeiras) e realiza o pagamento da divida. 
 
4º Recolhimento – quando o recolhimento do produto arrecadado é repassado para os Bancos 
Oficiais (caixa único do tesouro). 
 
5.4 EXERCÍCIOS 
 
47 - (Contador/TRF 4ª Região) É uma receita de capital orçamentária: 
(A) Aluguéis de imóveis de propriedade da unidade gestora. 
(B) Juros recebidos relativos à dívida pública. 
(C) Multa de ofício sobre tributos. 
(D) Ingresso decorrente da alienação de bens móveis. 
(E) Receita industrial. 
 
48 - (Contador/TRF 4ª Região) É um exemplo de receita corrente: 
(A) Receita patrimonial. 
(B) Receita da alienação de bens. 
(C) Receita de operações de crédito. 
(D) Amortização de empréstimos concedidos. 
(E) Depósito recebido para garantia de instância. 
 
 
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27
49 – (Técnico de Controle Externo/TCE-RO) “Receita derivada que o Estado arrecada mediante o 
emprego de sua soberania, nos termos fixados em lei, sem contraprestação diretamente equivalente, 
e cujo produto se destina ao custeio das atividades gerais ou específicas que lhe são próprias”. 
Essa é a definição de: 
(A) Receita Patrimonial. 
(B) Receita de Prestação de Serviços. 
(C) Receita Tributária. 
(D) Operações de Crédito. 
(E) Transferências Correntes. 
 
50 – (Técnico de Promotoria/Ciências Contábeis/MPE-PB) De acordo com o art. 11 da Lei n.º 
4.320/64, as Receitas, por categoria econômica, são classificadas em: Receitas Correntes e Receitas 
de Capital. Analisando as receitas abaixo, podem-se considerar Receitas Correntes: 
 
I. Receita Tributária e Receita de Contribuições. 
II. Amortização de Empréstimos e Transferências de Capital. 
III. Operações de Créditos e Alienação de Bens. 
IV. Receita Patrimonial e Receita de Serviços. 
V. Receita Industrial e Receita Agropecuária. 
 
Está(ão) correta(s) apenas: 
(A) I e V. 
(B) I, III e IV. 
(C) III e IV. 
(D) I, IV e V. 
(E) III e V. 
 
51 - (Analista de Finanças e Controle/CGU) No que diz respeito à receita pública, indique a opção 
falsa: 
(A) A Lei n.º 4.320/64 classifica receita pública em orçamentária e extra-orçamentária, sendo que 
esta apresenta valores que não constam do orçamento. 
(B) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital. 
(C) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, 
agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de transferências e outras. 
(D) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão computados na 
apuração do resultado financeiro e econômico do exercício. 
(E) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de extemporaneidade 
ou de transitoriedade nos orçamentos. 
 
52 - (Agente de Fiscalização/TCM-SP) Dentre as alternativas abaixo, assinale a que contém 
somente receitas públicas da categoria econômica e do tipo receitas correntes: 
(A) Receita tributária, de contribuições e de superávit orçamentário corrente. 
(B) Receita de serviço, receita patrimonial e receita proveniente de recursos financeiros recebidos 
de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas 
correntes. 
(C) Receita de atividade industrial ou agropecuária e receita proveniente da realização de recursos 
financeiros oriundos de constituição de dívida. 
(D) Receita tributária, receita de serviços e receita proveniente da conversão, em espécie, de bens 
e direitos. 
(E) Receita de contribuições, receita patrimonial e receita proveniente de amortização de 
empréstimos anteriormente concedidos. 
 
 
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53 – (Analista Judiciário/TRT) O regime orçamentário da receita é estabelecido: 
(A) Pela sua previsão. 
(B) Pela sua arrecadação. 
(C) Pela sua inscrição como dívida ativa. 
(D) Pelo seu recolhimento. 
(E) Pelo seu lançamento. 
 
54 – (Contador/INPI) A Fazenda Pública identifica o contribuinte, o valor devido e efetua a 
inscrição fiscal do devedor. Esta ação constitui o estágio da receita denominado: 
(A) Arrecadação. 
(B) Liquidação. 
(C) Lançamento. 
(D) Recolhimento. 
(E) Remissão. 
 
6 DESPESA PÚBLICA 
 
6.1 CONCEITO 
 
São os gastos fixados pelo Estado na Lei Orçamentária, destinados a execução dos serviços 
públicos e aos aumentos patrimoniais, a realização dos compromissos com a dívida pública e a 
restituição das importâncias recebidas a título de cauções, fianças, depósitos e consignações. 
Em outras palavras, as despesas públicas formam o complexo da distribuição e emprego das 
receitas para custeio de diferentes setores da administração. 
 
6.2 CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA 
 
6.2.1 Quanto à Natureza 
 
a) Orçamentárias: são aquelas despesas autorizadas (fixadas) na Lei Orçamentária. Sua realização 
depende de autorização legislativa. 
Exemplos: Despesas Correntes e de Capital 
 
b) Extra-Orçamentária: são aquelas despesas que não integram o Orçamento Público. Seu 
pagamento está vinculadoa uma receita extra-orçamentária anteriormente recebida. O seu 
desembolso independe da autorização legislativa. 
 Exemplos: Pagamento de Restos a Pagar, restituição de Cauções e de depósitos, etc. 
 
6.2.2 Quanto à Categoria Econômica 
 
A classificação econômica possibilita analisar o impacto das ações do Governo na economia 
como um todo. Ela pode proporcionar uma indicação de contribuição governamental na formação 
bruta do capital do País. 
O artigo 12 da Lei 4.320/64 classifica a despesa pública nas seguintes categorias econômicas. 
 
a) Despesas Correntes: são despesas orçamentárias que visam manter o funcionamento dos 
serviços públicos. As despesas correntes referem-se ao conceito de consumo do Governo e não 
produzem qualquer acréscimo patrimonial. 
 
 
 
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São divididas em: 
 
DESPESAS DE CUSTEIO: são dotações para manutenção de serviços anteriormente 
criados, inclusive as destinadas a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. 
 Exemplos: Pessoal e encargos, juros e encargos da dívida, serviços de terceiros, material de 
consumo. 
 
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES: são as dotações para despesas, às quais não 
corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções 
destinadas a tender à manutenção de outras entidades de direito público ou privado. 
 Exemplos: Transferências constitucionais da repartição de receitas tributárias, decorrentes 
de convênio, 
 
b) Despesas de Capital: São os gastos realizados pela administração pública com o objetivo de 
adquirir ou criar bens de capital 
 
São divididas em: 
 
 INVESTIMENTOS : são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive 
as destinadas à aquisição de imóveis consideradas necessários à realização destas últimas, bem 
como para os programas especiais de trabalho. 
Exemplos: Aquisição de instalações, equipamentos e material permanente; constituição ou 
aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. 
 
INVERSÕES FINANCEIRAS : são as dotações destinadas a: 
I. Aquisição de imóveis, ou bens de capital já em utilização; 
II. Obtenção de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de 
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento de capital; 
III. Constituição ou aumento de capital de entidades ou empresas que visem a objetivos 
comerciais ou financeiros. 
 
TRANSFERÊNCIA DE CAPITAL : são as dotações destinadas a investimentos ou 
inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, 
independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências 
auxílios ou contribuições, segundo derivem da lei de orçamento ou lei especial anterior. 
 Exemplos: Pagamento da dívida pública (Principal), transferências para construção de 
escolas e hospitais. 
 
6.3 – ESTÁGIOS DA EXECUÇÃO DA DESPESA 
 
 A execução da despesa pública percorre quatro estágios que são: 
 Fixação, Empenho, Liquidação e Pagamento. 
 
 1º A FIXAÇÃO é o primeiro estágio percorrido pela despesa orçamentária e está 
consubstanciado em vários dispositivos constitucionais. A Constituição Federal veda, 
expressamente, a realização, por qualquer dos poderes, de despesas que excedam os créditos 
orçamentários ou adicionais. 
 
2º O EMPENHO é o segundo estágio da despesa. O empenho é conceituado conforme 
prescreve o art. 58 da lei n.º 4.320/64: “o empenho da despesa é o ato emanado da autoridade 
competente que cria para o estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento 
de condição”. 
 
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30
São Modalidades de Empenho: 
 
 Os empenhos, de acordo com a sua natureza e finalidade, têm as seguintes modalidades ou 
tipos: 
a) Empenho Ordinário – quando se tratar de despesa de valor fixo e previamente 
determinado e o seu pagamento deva ocorrer de uma só vez; 
 
b) Empenho por Estimativa – quando se tratar de despesa cujo montante não se possa 
determinar, previamente, tais como: serviços de telefone, água e energia elétrica, 
aquisição de combustíveis e lubrificantes, reprodução de documentos, etc. 
 
c) Empenho Global - quando se tratar de despesa contratual e outras de valor determinado, 
sujeitas a parcelamento, tais como: compromissos decorrentes de aluguéis de imóveis e 
de equipamentos, serviços de terceiros, vencimentos, salários, proventos e pensões, 
inclusive as obrigações patronais decorrentes. 
 
3º A LIQUIDAÇÃO é o terceiro estágio da despesa. De acordo com o artigo 63 da Lei 
4.320/64, “a liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo 
por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito”. 
 Esse estágio da despesa é a comprovação de que o credor cumpriu todas as obrigações 
constantes do empenho. 
 
 A liquidação da despesa tem por finalidade reconhecer ou apurar: 
- a origem e o objeto do que se deve pagar; 
- a importância exata a pagar; e 
- a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação. 
 Somente após a apuração do direito adquirido pelo credor, tendo por base os documentos 
comprobatórios do respectivo crédito, ou da completa habilitação da entidade beneficiada, a 
unidade gestora providenciará o pagamento da despesa. 
 
4º O PAGAMENTO é o quarto estágio da despesa. É o ato pelo qual o poder público 
satisfaz o credor, através da entrega do numerário correspondente, extinguindo a obrigação. 
 
6.4 RESTOS A PAGAR 
 
6.4.1 CONCEITO 
 
 Consideram-se restos a pagar, de acordo com o art. 36 da lei n.º4.320/64, as despesas 
legalmente empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro (até 31 de dezembro), 
distinguindo-se as processadas das não processadas. 
 
6.4..2 Classificação 
 
 Conforme a sua natureza, as despesas inscritas em “Restos a Pagar” podem ser classificadas 
em: 
 
PROCESSADAS: Despesas liquidadas, ou seja, as despesas em que o credor já cumpriu as suas 
obrigações, isto é, entregou o material, prestou os serviços ou executou a etapa da obra, dentro do 
exercício, tendo portanto direito líquido e certo, faltando apenas o pagamento. 
 
NÃO PROCESSADAS: Despesas não liquidadas, ou seja, são aquelas que dependem da prestação 
do serviço ou fornecimento do material, isto é, cujo direito do credor não foi apurado. 
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31
 
6.4.3 Inscrição 
 
É vedada a inscrição em restos a pagar do saldo de empenhos para pagamento de despesas 
com vencimentos, diárias e ajudas de custo. 
 Os empenhos não anulados, bem como os referentes a despesas já liquidadas e não pagas, 
serão inscritos em restos a pagar no encerramento do exercício, pelo valor devido, ou se este for 
desconhecido, pelo valor estimado. 
 A inscrição de empenho em restos a pagar terá validade até 31 de dezembro do ano 
subsequente, quando será automaticamente cancelado. Permanecerá em vigor, no entanto, o direito 
do credor por 5 (cinco) anos, a partir da data de inscrição. 
 É vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar. O reconhecimento de eventual direito 
do credor far-se-á através da emissão de nova nota de empenho, no exercício do reconhecimento, à 
conta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. 
 
6.4.4 Prescrição 
 
 Os Restos a Pagar prescrevem após 5(cinco) anos a partir da data de inscrição. 
 
 Os restos a pagar com prescrição interrompida assim considerada a despesa cuja inscrição em 
restos a pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor, poderão ser pagos à 
conta de despesas de exercícios anteriores, respeitada a categoria econômica própria. 
 
6.4.5 Pagamento 
 
O pagamento de despesas inscritas em restos a pagar é feito tal como ocorre com o 
pagamento de qualquer despesa, exigindo-se apenas a observância das formalidades legais, 
independente de requerimento do credor e será feito no ano seguinte ao da

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