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TEMA 01-Introdução à contabilidade e à legislação tributárias

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19/04/2022 08:44 Introdução à contabilidade e à legislação tributárias
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/03386/index.html# 1/57
Introdução à contabilidade e à legislação tributárias
Prof.ª Marcília Oliveira
Descrição
Considerações iniciais sobre a contabilidade e a legislação tributárias: conceitos, procedimentos próprios,
principais regras e princípios.
Propósito
Compreender o significado e a relevância da contabilidade tributária a partir do estudo de conceitos e
procedimentos relacionados com esse segmento da Contabilidade, bem como da legislação tributária
aplicável, é fundamental para o trabalho do profissional da contabilidade.
Objetivos
Módulo 1
Contabilidade e legislação tributárias
Definir conceitos e procedimentos básicos relacionados à contabilidade tributária, à escrituração, à
legislação tributária e ao planejamento tributário e contábil.
Módulo 2
19/04/2022 08:44 Introdução à contabilidade e à legislação tributárias
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Sistema Tributário Nacional
Definir os elementos introdutórios relacionados ao Sistema Tributário Nacional – em especial, regras e
princípios tributários.
Módulo 3
Operações �scais e tributárias
Identificar as operações fiscais e tributárias.
O presente material pretende apresentar a você os primeiros passos no caminho da compreensão de
nosso conteúdo e a abrangência da contabilidade tributária. Para tanto, apresentaremos aspectos
tanto teóricos (doutrina e legislação) quanto práticos, explicando as principais regras, princípios e
procedimentos de forma sistematizada, especialmente a partir de exemplos.
A contabilidade tributária é a disciplina ou o ramo da Contabilidade que se dedica ao estudo de
princípios, conceitos, técnicas, métodos e procedimentos aplicáveis à apuração dos tributos devidos
pelas pessoas naturais e jurídicas, à busca e à análise de alternativas para a redução da carga
tributária e ao cumprimento das obrigações principais e acessórias estabelecidas pelo Sistema
Tributário Nacional.
Sua importância para a formação do profissional de contabilidade é inquestionável. Visto por muitos
anteriormente somente como o responsável pela guarda de livros e pela emissão de “boletos”,
atualmente o contador está cada vez mais presente do processo decisório nas médias e grandes
empresas, já que ele é capaz de ter uma visão geral da organização ou do grupo empresarial graças
às ferramentas que lhe são próprias.
Nesse contexto, o profissional que trabalha ou pretende trabalhar em tal área deve desenvolver um
perfil multidisciplinar, partindo de uma formação contábil sólida para associá-la ao domínio de regras
e princípios inerentes ao direito tributário (abordado neste material). Por essas razões, o estudo da
contabilidade tributária é indispensável para a formação do contador.
Introdução
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1 - Contabilidade e legislação tributárias
Ao �nal deste módulo, esperamos que você de�na conceitos e procedimentos básicos
relacionados à contabilidade tributária, à escrituração, à legislação tributária e ao
planejamento tributário e contábil.
Contabilidade tributária, escrituração e legislação
tributária
Conceito de contabilidade tributária
Todos pagamos tributos – e é bem possível que ninguém goste de pagá-los. Afinal, podemos identificá-los
em quase tudo à nossa volta, como em:
Energia elétrica Roupas Alimentos
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Eles, portanto, existem em praticamente tudo que se possa comprar, vender, possuir ou consumir. Faz parte
do dever de cidadão pagar tributos.
Importante fonte de financiamento do país, os tributos são uma das “receitas” que sustentam toda a
estrutura pública, gerando recursos para, entre outros exemplos, financiar hospitais e escolas ou construir
estradas.
Essa complexa relação dos tributos (quem paga, quando paga e como paga) impacta de forma significativa
os recursos financeiros de todas as pessoas naturais ou jurídicas. A contabilidade tributária, portanto,
existe para facilitar a organização dessa relação tão complexa.
Também conhecida como contabilidade fiscal, a contabilidade tributária é a
disciplina ou o ramo da Contabilidade que se dedica a estudar e aplicar conceitos,
princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária de forma
simultânea e acertada.
O controle dos tributos incidentes sobre as atividades é essencial para qualquer organização. A gestão dos
tributos representa uma tarefa complexa, o que justifica a grande importância da contabilidade, pois ela
proporciona:

O desenvolvimento de técnicas de apuração de tributos

O planejamento tributário

A análise do impacto que os tributos causam nas decisões dos
contribuintes
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contribuintes
A contabilidade tributária tem como um dos principais objetos a apuração correta do resultado econômico
das pessoas naturais e jurídicas e, com isso, a definição da base de cálculo de tributos determinados pelo
Sistema Tributário Nacional. O profissional da contabilidade com atuação na área tributária tem um perfil
multidisciplinar, integrando conhecimentos avançados e sólidos de contabilidade, gestão e direito
tributário.
Listaremos seis exemplos de responsabilidades – embora haja outras, é bom frisar – desses profissionais.
Entre outros desafios, eles, afinal, precisam lidar com questões relacionadas à ou ao:
Análise das atividades e operações realizadas pela empresa cliente com o objetivo de
identificar os tributos aplicáveis.
Identificação da obrigação principal e das obrigações acessórias relacionadas aos tributos
devidos e instrução sobre como cumpri-las.
Acompanhamento, de forma ágil, das alterações normativas aplicáveis à atividade de seus
clientes com o objetivo de ajustar o seu trabalho.
Orientação dos departamentos financeiro e de pessoal das empresas clientes de acordo com
a legislação tributária aplicável.
Estabelecimento de rotinas com as empresas clientes com o objetivo de cumprir as
obrigações principal e acessórias determinadas pela legislação.
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Escrituração contábil
Para que a contabilidade tributária consiga determinar corretamente a base de cálculo para a apuração dos
tributos, é necessário que as entidades tenham registro de todos os atos e fatos administrativos e
econômicos ocorridos nas organizações.
Esse processo é de responsabilidade da escrituração contábil, que consiste em
técnicas de controle patrimonial que garantem o registro de todos os fatos
contábeis que ocorrem nas organizações.
A escrituração contábil é a primeira e uma das mais importantes técnicas contábeis. Sua função é o
registro ou a anotação de todos os fatos contábeis que acontecem nas organizações.
Todas as compras, vendas, empréstimos ou recebimentos de clientes são apontados. É justamente com
base nos registros desses lançamentos que é realizada a gestão patrimonial.
A obrigatoriedade da escrituração contábil está descrita na legislação brasileira (vide os artigos 1.179 a
1.195 do Novo Código Civil Brasileiro). Com base em tais normas, essa escrituração é obrigatória para
todas as pessoas jurídicas do Brasil, dispensando apenas o pequeno empresário. Ela ainda deve fornecer
as informações para a elaboração dos principais relatórios contábeis, como:

O balanço patrimonial

Identificação de alternativas lícitas que permitam a redução da carga tributária das empresas
clientes.
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
A demonstração de resultados

O �uxo de caixa
Uma escrituração contábil feita da forma correta e com qualidade constitui uma importante fonte de
informação para auxiliar no processo de tomada de decisão. Decisões sobre endividamentos, resultados e
até planejamento tributário são facilitadas por meio da escrituração contábil eficiente.
Para atender aos seus objetivos, a escrituração contábil segue os princípios da oportunidade e do registro
pelo valor original; por isso, ela deve ser realizada de imediato e corretamente – e sempre pelo valor
original.
A metodologia utilizada para tal é o famoso método das partidas dobradas.
Vamos ver do que se trata esse método?
Desenvolvido pelo frade Luca Pacioli em 1494, esse método determina que todo lançamento tem
uma origem e um destino, ou seja, para todo débito, há um crédito de mesmo valor, ou vice-versa.
A escrituração contábil já pode ser realizada de forma digital. A Receita Federal fornece um sistema
específico para o preenchimento dela: o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). O objetivo da
criação desse portal é digitalizar e simplificar os processos de envios de informações contábeis e fiscais à
Receita Federal.
Método das partidas dobradas 
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O SPED é um instrumento que integra as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação
de livros e de documentos que integram a escrituração dos empresários e das pessoas jurídicas. No SPED,
existe a divisão de dois módulos:
Escrituração contábil digital (ECD)
Na ECD, há o preenchimento e o compartilhamento destes documentos: livro diário e seus auxiliares; livro-
razão e seus auxiliares; e livro balancetes diários, balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos
assentamentos neles transcritos.
Escrituração contábil �scal (ECF)
Trata-se de um documento de preenchimento anual criado em substituição da Declaração de
Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). Na ECF, existe a descrição de todos os dados
econômicos e fiscais do ano-base apurado.
Escrituração contábil
Neste vídeo, faremos uma explicação introdutória dos sistemas digitais de escrituração contábil com a
apresentação dos objetivos dos módulos do SPED de escrituração contábil digital e escrituração contábil
fiscal.
Legislação tributária
A legislação tributária é entendida como um conjunto de normas que envolve assuntos tributários.
Segundo conceito dado pelo Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966) em seu artigo 96, “a expressão

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‘legislação tributária’ compreende as leis, os tratados e convenções internacionais, os decretos e as normas
complementares que tratam em seu todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes”.
Dessa forma, temos como exemplos:
A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes.
Comentário
No próximo módulo, quando estudarmos o Sistema Tributário Nacional, a compreensão de legislação
tributária ficará mais clara. Tal sistema é composto pelo conjunto das normas da legislação tributária em
expressão bem ampliada, contendo disposições constitucionais, leis, decretos, portarias e instruções
normativas – em resumo, tudo aquilo que possa dizer respeito a exigências fiscais.
Planejamento tributário, planejamento contábil e
controle
Constituição Federal
Especialmente a partir do artigo 145 e dos artigos seguintes.
Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966
Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, aos estados e aos municípios.
Decreto-Lei nº 82, de 26 de dezembro de 1966
Regula o sistema tributário do Distrito Federal e dá outras providências.
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Para alcançar os seus objetivos, a contabilidade tributária vale-se de três metodologias:
Planejamento tributário
A Contabilidade, entre seus objetivos, serve como mecanismo de controle do patrimônio das pessoas
naturais e jurídicas. Uma importante função nesse controle é a gestão da carga tributária à qual tais
pessoas estão sujeitas.
Os tributos podem afetar de maneira significativa o patrimônio das pessoas naturais e jurídicas.
Quantas vezes já ouvimos como é elevada a carga tributária no Brasil?
Nesse aspecto, o planejamento tributário pode contribuir para uma gestão eficaz dos gastos com os
tributos.
O planejamento tributário é o método baseado em amplo estudo da legislação tributária vigente com a
finalidade de ajustar e, dentro do possível, reduzir os tributos pagos por contribuintes e responsáveis legais,
observada, a todo momento, a legislação aplicável.
Esse planejamento é uma ação preventiva que, antes da realização do fato administrativo, define
alternativas legais menos onerosas. Essa atuação antecipada não fere nenhuma regulamentação e garante
a sua licitude.
Algumas ações recorrentes de um plano de redução de tributos incluem, por exemplo, a adoção de medidas
como adiar o pagamento de tributos sem a incidência de multas e até mesmo evitar a incidência do fato
gerador previsto na própria legislação.
Vejamos a seguir um exemplo de planejamento tributário que muitas pessoas fazem anualmente:
Exemplo
A escolha entre os modelos “simplificado” e “completo” na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda
de Pessoa Física. O contribuinte poderá optar pelo modelo que lhe for mais econômico de acordo com as
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características particulares de sua renda.
O planejamento para a economia de gastos tributários atua em lacunas e brechas existentes na própria lei
ou seguindo determinações do próprio dispositivo legal que permitem ou até mesmo induzem a economia
de tributos.
Os incentivos fiscais são exemplos de determinações legais que dão aos seus destinatários alguns
benefícios. É o caso, por exemplo, dos incentivos à inovação tecnológica (Lei nº 11.196/2005).
Já a decisão de cidade de localização da sede de uma empresa de serviços com o objetivo de ter uma
alíquota mais baixa do Imposto sobre Serviço (ISS) é o aproveitamento de uma brecha. A lei não proíbe a
escolha do lugar onde as empresas devem atuar.
Dois termos muito utilizados no tratamento do tema do planejamento tributário são “elisão fiscal” ou
“economia legal”. Todos referem-se a operações lícitas. O risco está nas atuações após a ocorrência do
fato gerador, evento conhecido como evasão fiscal ou crime de sonegação fiscal.
A sonegação fiscal é definida pelo artigo 71 da Lei nº 4.502/1964 como toda ação ou omissão dolosa que
impede ou retarda, total ou parcialmente, o conhecimento da ocorrência do fato gerador, de sua natureza ou
de suas circunstâncias materiais (BRASIL, 1964).
Atenção!
Tenha cuidado, portanto, para não confundir os termos “evasão” e “elisão” fiscal.
Planejamento contábil
Todos já sabemos que a contabilidade é responsável por investigar o patrimônio, por meio da classificação
de seus elementos segundo sua natureza e finalidade, para evidenciar e fazer uma análise dos fenômenos
patrimoniais, explicando, desse modo, suas causas e seus efeitos.
Entre os objetivos da contabilidade, pode-se destacar a sua característica de instrumento gerencial no
processo decisório das organizações e das pessoas. Ela, afinal, emite diversos relatórios com as
informações necessárias para facilitar as decisões.
Esses relatórios devem ser:

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
Simples

Objetivos

E�cientes
Além disso, precisam seguir a legislação contábil. Para atingir essas características, é necessário um
planejamento sério e consequente da contabilidade da organização.
A eficiência e a assertividade dos registros contábeis são essenciais para que a
organização planeje suas ações e consiga produzir informações de qualidade.
O planejamento contábil é um processo contínuo de tomada de decisões que considera os objetivos
organizacionais e a relação da organização no ambiente interno e externo. Com o planejamento contábil, é
possível manter o foco no objetivo da empresa.
Controle
A definição de um correto planejamento não é suficiente na gestão. É preciso acompanhar e monitorar a
execução.
O controle é uma ferramenta de medição ou aferição que visa a garantir o foco nos objetivos definidos no
planejamento. Ele permite comparar o planejado com o que foi realizado, sendo possível, assim, adequar os
próximos planejamentos ou alterar as ações quando os resultados não forem satisfatórios.
O controle permite, dessa forma, compreender o desempenho alcançado e a
proximidade disso com o resultado esperado, assim como redirecionar, enfatizar ou
ajustar as ações para atingir os objetivos planejados.
A apuração correta e o registro de fatos contábeis dependem fortemente de mecanismos de controle
eficientes. Cada receita recebida e cada gasto dispendido devem ter o seu registro adequado.
O controle tem como objetivos:
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Eis alguns exemplos de mecanismos de controles contábeis:
Exemplo
Sistemas de conferência, aprovação e autorização; segregação de funções; controles de ativos;
padronização de formulários; descrição de procedimentos; conciliações bancárias; e inventários.
Os mecanismos de controles devem ser adequados à realidade e à complexidade da organização. Eles têm
limitações relacionadas principalmente ao julgamento e às falhas humanas.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Planejamento tributário
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Controle
Proteger ativos.
Agir em conformidade com leis e regulamentos.
Obter confiabilidade e transparência dos demonstrativos financeiros e eficiência e eficácia
das operações.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Analise as afirmações abaixo.
I. Adesão a incentivos fiscais que reduzem alíquotas de tributos.
II. Adoção de regras de programas de isenção fiscal.
III. Adoção de ações após o fato gerador para impedir o conhecimento sobre ele.
IV. Simular os enquadramentos possíveis, analisando fatores, como faturamento e atividade, em função de
cada regime tributário disponível.
São exemplos de ações do planejamento tributário as ações descritas em:
A I e II.
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B II e III.
C I, II e III.
D I, II e IV.
E I e IV.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O planejamento tributário é o método baseado em amplo estudo da legislação tributária vigente
com a finalidade de ajustar e, dentro do possível, reduzir os tributos pagos pelos contribuintes e
responsáveis legais, sendo observada, a todo momento, a legislação aplicável.
Questão 2
O planejamento tributário é uma ação preventiva que tem como objetivo reduzir os custos fiscais com a
busca de sistemas legais para reduzir o impacto da tributação. Esse planejamento é definido na legislação
como:
A Evasão fiscal
B Elisão fiscal
C Incentivo fiscal
D Simulação fiscal
E Sonegação fiscal
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2 - Sistema Tributário Nacional
Ao �nal deste módulo, esperamos que você de�na os elementos introdutórios relacionados ao
Sistema Tributário Nacional – em especial, regras e princípios tributários.
Sistema Tributário Nacional, conceito de tributo e
espécies de tributos, elementos fundamentais do
tributo, incidência e fato gerador
O papel do tributo ao Estado
Parabéns! A alternativa B está correta.
A elisão fiscal é a execução de procedimentos antes do fato gerador; legítimos e éticos, eles têm
o objetivo de reduzir, eliminar ou postergar a tipificação da obrigação tributária, caracterizando,
assim, a legitimidade do planejamento tributário.

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Todas as pessoas naturais ou jurídicas, de forma direta ou indireta, em maiores ou menores proporções (e
com algumas exceções), pagam tributos ao Estado a fim de que ele seja capaz de funcionar e prestar os
serviços previstos na Constituição Federal (CF) de 1988, como:
Saúde
Segurança
Educação
Assistência social
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Em razão dos serviços públicos prestados de forma comum ou individualizada, os tributos incidem, entre
outros casos, sobre:
transferência de mercadorias e serviços;
rendimentos;
propriedades.
No Brasil, a carga tributária bruta chegou a 32,43% em 2017, alcançando, de acordo com o Ministério da
Fazenda, o patamar de R$2.127,37 bilhões arrecadados. Segundo a Comissão de Assuntos Econômicos,
trata-se de um percentual um pouco abaixo da média dos países membros da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mas é mais elevado que a média dos países
emergentes.
Carga tributária bruta
Definida como a razão entre a arrecadação de tributos e o PIB a preços de mercado, ambos considerados
em termos nominais.
Mas por que se paga tanto tributo?
É a partir deles – em especial, dos impostos – que as pessoas naturais e jurídicas são chamadas
para contribuir para o financiamento das despesas coletivas.
Justamente pela importância desses recursos, a legislação brasileira fixou uma série de regras que se
relacionam com:
Resposta 
Quem deve recolher.
O valor a ser recolhido.
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O Sistema Tributário Nacional
O Sistema Tributário Nacional compreende o conjunto das regras destinadas a regular a instituição, a
cobrança, a arrecadação e a partilha de tributos. Tais regras encontram-se espalhadas entre disposições
constitucionais (CF/1988), leis, decretos, portarias, instruções normativas etc.
Observe que a expressão “sistema” implica a observância de uma estrutura e uma organização interna
nesse conjunto de regras a serem editadas por:
Todos os entes federados
União, estados, Distrito Federal e municípios.
Todos os Poderes
Legislativo: leis e emendas à Constituição e Tribunal de Contas; 
Executivo: decretos, portarias e resoluções; e Judiciário: julgados e resoluções.
Dessa maneira, podemos dizer que as regras tributárias se encontram dispostas de acordo com a
competência de edição (qual ente federado, Poder, órgão ou entidade pode emitir) e a hierarquia normativa.
Exemplo
Enquanto as regras gerais relacionadas ao recolhimento de tributos são editadas pela União a partir da
competência que a Constituição Federal lhe outorgou, compete ao estados (por meio do Legislativo e do
Executivo) editar leis e decretos relacionados especificamente ao recolhimento do ICMS.
Observe que, por se tratar de um sistema, as normas devem manteruma coerência entre si, evitando a
duplicidade de comandos ou – pior ainda – contradições. Dessa forma, um decreto editado por um
Como fazer isso.
Quais são as medidas e consequências caso haja inadimplência com o Fisco.
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governador com o objetivo de regulamentar determinada lei não pode contrapor as regras já previstas nessa
lei nem inovar além dos limites que ela fixou. Ele, na verdade, tem de observar a hierarquia normativa e se
ater à criação de regulamentos que explicam como aplicar a lei aos casos concretos.
A CF regula a matéria, por exemplo, no Capítulo I (“Do Sistema Tributário Nacional”) do Título VI (“Da
tributação e do orçamento”), que está contida no artigo 145 e nos artigos seguintes.
Dão concretude ao que está previsto na CF/1988:
O que agrega todos esses atos normativos e os reúne em um mesmo “sistema” é a noção de tributo.
Falaremos no tópico seguinte.
Conceito de tributo e espécies de tributos
Conceito de tributo
A legislação tributária indica ao menos três características indispensáveis para que se possa considerar
certa obrigação na noção de tributo:
Código Tributário Nacional (CTN).
Leis complementares responsáveis por fixar normas gerais em matéria de Direito Tributário
aplicáveis a todos os níveis da Federação.
Resoluções do Senado Federal e do Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ).
Leis que instituem e disciplinam a cobrança de cada um dos tributos nos diferentes entes
federativos, assim como os decretos que as regulamentam.
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
A compulsoriedade

A natureza pecuniária

Não constituir uma punição pela prática de um ato proibido
Em outras palavras, um tributo é sempre obrigatório. Ele é pecúnia (a ser pago ao Estado), e não uma
punição por nada indevido que o contribuinte tenha feito.
Observe que, a partir da mencionada legislação, é possível estruturar duas definições legais de tributo,
como veremos a seguir:
A primeira decorre do artigo 3º do CTN, para o qual o tributo é essencialmente uma “prestação
pecuniária” (em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, como a dação em pagamento de bens
imóveis, nos termos do artigo 156 do CTN) que não constitua sanção de ato ilícito, sendo instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Os tributos, assim, devem
ser cobrados nos casos previstos em lei, no prazo determinado por ela e de quem ela determina que
se exija o tributo.
A segunda provém do artigo 9º da Lei Geral dos Orçamentos (Lei nº 4.320, de 17 de março de
1964), segundo a qual o tributo seria uma receita derivada, podendo ser vinculada ou não.
Observe que são fases diferentes de um mesmo fenômeno: enquanto o Código Tributário trata da
perspectiva de se pagar o tributo, a Lei Geral dos Orçamentos aborda o momento em que tal recurso
ingressa no patrimônio público como receita pública, visando ao custeio de serviços públicos autorizados e
Artigo 3º do CTN 
Artigo 9º da Lei Geral dos Orçamentos 
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determinados pela legislação.
Mas por que é preciso diferenciar o tributo de outras obrigações (inclusive pecuniárias)?
Resposta
Na prática, reconhecer que certa obrigação é de natureza tributária significa atribuir-lhe uma série de regras
próprias, seja quanto à forma e ao momento de se pagar, seja quanto às possibilidades de o Estado exigi-las
coercivamente dos contribuintes.
A CF/1988 determina que a cobrança de um tributo ou as alterações em tributos existentes devem
necessariamente ser instituídas por lei (artigo 150, inciso I), não podendo ser aplicada em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que as instituiu nem, em regra, no mesmo exercício
financeiro ou antes de decorridos 90 dias da data da sua publicação (artigo 150, incisos I e III, alíneas “a”,
“b” da CF/1988).
As tarifas de água e luz elétrica, por exemplo, não possuem natureza tributária, de modo que eventuais
aumentos poderão ocorrer sem a observância das restrições que se aplicam à majoração de tributos. Já
alterações em alíquotas de tributos ou mudanças na forma de pagamento precisam cumprir todas as
restrições descritas acima.
Espécies de tributos
Uma vez compreendido o conceito de tributo, agora estudaremos quais são os tipos que a legislação prevê.
Atenção!
Nem todos os tributos são “impostos”, expressões comumente tomadas como sinônimos a linguagem
popular. Na verdade, o imposto é apenas um dos tipos de tributos que integra o Sistema Tributário Nacional.
Embora haja alguns debates na doutrina a respeito, o entendimento atualmente pacificado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) distingue cinco espécies tributárias, isto é, cinco formas diferentes de o Estado exigir
compulsoriamente do cidadão uma contribuição pecuniária decorrente de um fato gerador (conduta ou
circunstância lícita):
impostos;
taxas;
contribuições de melhoria;
contribuições especiais;
empréstimo compulsório.
A distinção entre esses tipos de tributos leva três fatores em consideração:
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A distinção entre esses tipos de tributos leva três fatores em consideração:
Falaremos a seguir sobre as cinco espécies tributárias citadas:
Impostos
O imposto, primeiro tributo estudado e o mais comum, é aquele devido – caso já seja previsto em lei –
independentemente de qualquer atividade estatal em relação ao contribuinte. Ou seja, nos termos do artigo
16 do Código Tributário Nacional, ele não está vinculado a nenhuma prestação específica do poder público.
Segundo a Constituição Federal:
É exclusividade da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios instituir e
cobrar impostos (artigos 153 a 155 da CF).
Da mesma forma, a Constituição especifica quais impostos podem ser instituídos e por quais entes, de
modo que, por exemplo, a União não pode instituir em seu favor um Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), já que tal competência é do Estado.
Os impostos são cobrados em decorrência de fatos do contribuinte (fato gerador) que indiquem alguma
forma de propriedade, operação ou riqueza e sejam alheios a qualquer atividade estatal.
Listaremos alguns exemplos de fatos geradores e seus respectivos impostos:
Auferir renda acima de determinado valor
O fato do qual decorrem
essas cobranças (fato
gerador).
A destinação legal das
receitas arrecadadas que
deverá ser observada pelo
ente público.
A previsão (um dever de
devolução dos valores
arrecadados após certo
tempo).
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Enseja a cobrança pela União do Imposto de Renda (IR).
Praticar uma operação relativa à circulação de mercadoria
O que torna exequível a cobrança do ICMS pelo Estado.
Ser proprietário de imóvel urbano
O que permite ao município cobrar Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
Por fim, é preciso lembrar que a destinação de suas receitas não é e nem pode ser preestabelecida pela lei
que institui determinado valor.
É muito comum escutarmos:
“Que absurdo, pago IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para ter uma estrada
melhor, e ela está péssima!”
Contudo, não há como obrigar o estado (ou o município que recebe um percentual desse tributo) a destinar
a receita arrecada a partir do IPVA para a melhoria de vias urbanas ou estradas. Ele pode, caso queira,
empregar toda a receita decorrente de IPVA para o custeio da saúde e da educação – e nada parapavimentação.
Taxas
A taxa é um tributo que, nos temos da legislação, pressupõe uma atividade estatal específica que justifique
sua cobrança (artigo 145, II e III), a qual, por sua vez, pode consistir no exercício do poder de polícia (como a
fiscalização do corpo de bombeiros ou do Detran) ou na prestação de serviço público específico e divisível
(chamado de uti singuli).
Os serviços gerais (uti universi), por outro lado, não podem ser custeados por taxas devido à ausência da
especialidade e divisibilidade deles. Tais serviços devem ser financiados com a arrecadação de impostos.
Mas qual a diferença entre um serviço público especí�co e um divisível?
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Segundo o artigo 79 do CTN, “serviços específicos” podem ser “destacados em unidades
autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas”. Ou seja, trata-se daqueles
prestados singularmente a determinado usuário (pessoa natural ou jurídica), permitindo, assim, sua
identificação.
Já os “serviços divisíveis” são aqueles “suscetíveis de utilização separadamente por cada um de
seus usuários”. Eles, portanto, trazem benefícios individuais para os usuários destinatários – e não
de forma generalizada para a toda coletividade.
A partir da definição vista acima, observe que o serviço de iluminação pública, segundo o STF, não pode ser
remunerado mediante taxa; afinal, não é possível distinguir quais pessoas são ou não beneficiadas por eles.
Afinal, todos que passam por determinada via iluminada – independentemente de residir ali ou não – são
beneficiados.
Por outro lado, a coleta domiciliar de lixo pode ser custeada pelo poder público por meio taxa. Para o STF,
tal serviço de coleta é prestado aos proprietários dos imóveis, tornando-se simples a identificação dos
usuários de tal serviço.
Outro exemplo: as custas judiciais e os emolumentos inerentes aos serviços notariais e registrais são
considerados taxas de serviço, pois eles constituem serviços específicos e divisíveis.
Serviços notariais e registrais
Taxas cobradas em cartórios, como o reconhecimento de assinatura ou o registro de documentos.
Contribuições de melhoria
Assim como as taxas, essas contribuições pressupõem uma atividade estatal específica que justifique sua
cobrança (artigo 145, II e III). No caso, tal atividade consiste na realização de obra pública que implique a
valorização dos imóveis próximos.
Vejamos a seguir um exemplo:
Exemplo
Se determinado município resolver fazer uma obra de ampliação e alargamento de vias de uma rua,
transformando-a em uma importante e movimentada avenida, ele poderá cobrar dos proprietários dos
imóveis imediatamente beneficiados uma contribuição pecuniária em virtude da valorização desses
imóveis.
Resposta 
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Em teoria, não seria justo que determinada pessoa natural ou jurídica tivesse um acréscimo patrimonial
(valorização de um imóvel) em virtude de uma obra feita pelo poder público que busque beneficiar a todos;
nem todos, por certo, terão a mesma sorte, razão pela qual seria justificável a cobrança. O valor arrecadado
poderia ser utilizado para mais obras igualmente importantes.
No entanto, esse tributo tem sido muito pouco utilizado no Brasil. É provável que
você sequer já tenha ouvido falar a respeito dele!
Contribuições especiais
No artigo 149, a Constituição Federal dá competência exclusiva à União para instituir três tipos de
contribuições:

Sociais

De intervenção no domínio econômico

De interesse das categorias pro�ssionais ou econômicas
Essas contribuições destinam-se a custear uma atuação específica do Estado, ou seja, suas receitas têm
destino certo. A instituição de uma contribuição especial, porém, deve observar as disposições dos artigos
146, III, e 150, I e III, da CF/1988. Em geral, ela decorre de um fato do contribuinte.
Um exemplo seria as contribuições previdenciárias, destinadas ao financiamento da Previdência Social
(aposentadoria ou pensão, entre outros exemplos).
Empréstimo compulsório
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Empréstimo compulsório
O empréstimo compulsório (previsto no artigo 148 da CF/1988) distingue-se dos demais tributos por uma
peculiaridade: o dever de restituição ao contribuinte dos valores cobrados. Ele caracteriza-se como um
tributo não vinculado, uma vez que os recursos arrecadados com a sua instituição devem ser utilizados para
suprimento das despesas gerais em favor da nação.
A sua instituição é condicionada à edição de Lei Complementar Federal; assim, somente a União tem
competência para criar esse tributo. Sua criação, além disso, se dá conforme estas condições
estabelecidas pela Constituição:
Vejamos um exemplo:
Exemplo
Investimentos urgentes para custear obras relacionadas ao fornecimento de serviços essenciais, como
energia elétrica ou abastecimento de água.
Elementos fundamentais do tributo, incidência e fato gerador
Ao tratar de elementos do tributo, a doutrina indica quais seriam os elementos fundamentais e os
complementares.
São elementos fundamentais do tributo:
fato gerador;
contribuinte ou responsável;
base de cálculo.
Para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa
ou sua iminência.
No caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional
(observado o disposto no artigo 150, inciso III, alínea “b”, da CF/1988).
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Já seus elementos complementares são:
Alíquota
A alíquota é o fator definido em lei que, aplicado sobre a base de cálculo, determina o montante do tributo
a ser pago. Esse fator pode ser fixo, ad valorem (proporcional progressivo ou regressivo) ou específico.
No caso do IR de renda, por exemplo, a alíquota pode variar – a partir da faixa e da isenção – de 7,5% a
27,5% de acordo com a renda aferida pelo contribuinte.
Adicional
A legislação tributária prevê hipóteses nas quais, além do valor inicialmente devido a título de imposto
apurado pela aplicação da alíquota sobre a base de cálculo, o contribuinte deva pagar um valor “adicional”
que vai incidir sobre determinada base de cálculo que ela fixar.
Por exemplo, o adicional do IR de 10% do valor do lucro real que exceder R$20.000 multiplicado pelo
número de meses do período de apuração.
Prazo de pagamento
Compete ao ente competente para arrecadar o tributo a fixação, via lei, do prazo de pagamento.
Entretanto, é comum a legislação atribuir (delegar) ao chefe do Poder Executivo a competência para fixar,
por meio de ato próprio (decreto), o prazo para o pagamento dos tributos.
Comentário
No exemplo dado na aba “Adicional”, podemos aplicar a legislação: §2º do art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de
novembro de 1996, que dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade
social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências, combinado com o art. §3º do art.
623 do Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018, que regulamenta a tributação, a fiscalização, a
arrecadação e a administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Descreveremos a seguir os principais aspectos dos elementos fundamentais.
Fato gerador
Fato gerador é a concretização da hipótese de incidência tributária prevista em abstrato na lei que gera (faz
nascer) a obrigação tributária.
Por exemplo, ser proprietário de um imóvel predial urbano gera a obrigação do Imposto Propriedade
Territorial Urbana (IPTU); de um veículo, a obrigação do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA). Já
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prestar serviços gera a de impostos sobre serviços.
Caso não seja alcançada por uma hipótese de imunidade, a concretização desse fato gera uma destas duas
obrigações ou ambas ao mesmo tempo:
Uma obrigação principal de natureza pecuniária, isto é, pagar um tributo.
Uma obrigação acessória, que é um dever administrativo, como, por exemplo, emitir nota fiscal ou prestar
declaração ao fisco.
O conceito de fato gerador está previso nos artigos 114 e 115 do Código Tributário Nacional:
Artigo 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação de�nida em lei como
necessária e su�ciente à sua ocorrência. 
Artigo 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não con�gure
obrigação principal.
(BRASIL, 1966)
Contribuinte ou responsável tributário
Contribuinte é o sujeito passivo da obrigação tributária que tem relação pessoal e direta com o fato
gerador.
No caso dos exemplos citados anteriormente, o contribuinte do fato gerador de possuir um imóvel é o
“proprietário do imóvel”, o que enseja a obrigação principal de pagar o IPTU, assim como o contribuinte do
IPVA é o do veículo automotor.
E o que é "responsável tributário"?
O responsável tributário, por sua vez, é a pessoa que a lei escolhe para responder pela obrigação
tributária, em substituição ao contribuinte de fato, dada a maior complexidade para alcançá-lo. Esse
responsável não arcará, no final, com o ônus tributário, que é suportado pelo contribuinte de fato.
Contudo, cabe a ele atuar como um agente arrecadador do Fisco e como seu depositário, devendo
Resposta 
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recolher as importâncias descontadas ou cobradas do contribuinte de fato ao Fisco nos prazos de
lei.
Um exemplo de responsável tributário é o empregador que recolhe o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF)
diretamente da folha de pagamento do salário do funcionário. O empregador não arca com o pagamento do
tributo; ele, na verdade, faz o papel de arrecadador para o Fisco, descontando o valor do tributo do salário do
funcionário e repassando-o posteriormente.
Base de cálculo
A base de cálculo é o valor sobre o qual é aplicada a alíquota (percentual) prevista em lei para determinado
tributo a fim de apurar o valor a ser pago pelo contribuinte ou responsável. Essa base varia de acordo com
o tributo. Para os impostos, a título de exemplo, a base de cálculo deve ser definida em lei complementar
(artigo 146 da CF/1988).
Exemplo
Em Minas Gerais, a base de cálculo do IPVA de um veículo novo é o preço total que consta no seu
respectivo documento fiscal de venda. Já para veículos usados (desde o IPVA do exercício 2008, essa
cotação é realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) com supervisão dos técnicos
da SEF/MG), essa base é o preço médio praticado no mercado, no final do exercício anterior ao da cobrança,
divulgado pela Secretaria de Estado de Fazenda (SEF-MG) mediante pesquisa em publicações
especializadas e, subsidiariamente, na rede revendedora.
Lançamento, crédito tributário e obrigação tributária e
princípios constitucionais tributários
Lançamento e crédito tributário
Crédito tributário
Compreende-se como crédito tributário o direito do poder público (sujeito ativo) de exigir o objeto
(pagamento) da obrigação tributária principal do sujeito passivo.
Esse direito decorre da realização do fato gerador por parte do sujeito passivo.
A partir do momento que alguém realiza uma hipótese prevista em lei (ou hipótese de incidência tributária),
instaura-se a relação jurídica tributária. Vejamos um exemplo:
Exemplo
A pessoa presta um serviço e é remunerada por ele: surge ao mesmo tempo o direito do município (ou
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A pessoa presta um serviço e é remunerada por ele: surge, ao mesmo tempo, o direito do município (ou
Distrito Federal) de receber o imposto sobre o serviço e o dever do contribuinte de pagá-lo.
Perceba que, nessa relação, o sujeito passivo (contribuinte) deve entregar determinada quantia ao ativo
(poder público), que tem o direito de exigi-la. Esse direito é denominado crédito tributário. A constituição
desse crédito se dá por meio do lançamento, que será abordado a seguir.
Lançamento tributário
O conceito de lançamento tributário está definido no artigo 142 do Código Tributário Nacional. Como
frisamos, a constituição do crédito tributário – tratado anteriormente – se dá por meio do lançamento.
Assim é entendido o procedimento administrativo cuja tendência é:
O parágrafo único do citado dispositivo determina ainda que a atividade administrativa de lançamento é
i l d b i tó i j d f it i d d t t d t d d t b d
Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente.
Determinar a matéria tributável.
Calcular o montante do tributo devido.
Identificar o sujeito passivo.
Propor (se for o caso) a aplicação da penalidade cabível.
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vinculada e obrigatória, ou seja, deve ser feita independentemente da vontade do gestor, sob pena de
responsabilidade funcional.
Obrigação tributária
Nos termos do artigo 113 do Código Tributário Nacional, a obrigação tributária pode ser principal ou
acessória. Veremos a seguir a explicação de cada uma delas:
Obrigação principal
Surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade
pecuniária. Essa obrigação extingue-se com o crédito dela decorrente. Por exemplo, a obrigação de pagar
o IR.
Obrigação acessória
Decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no
interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A legislação prevê, ademais, que a acessória,
pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária. Por exemplo, a obrigação de fazer a declaração do IR antecede o pagamento desse imposto.
Princípios constitucionais tributários
Os princípios constitucionais podem ser compreendidos como o conjunto de normas que revela a ideologia
da Constituição, seus postulados básicos e seus fins. Em outras palavras, são as “normas eleitas pelo
constituinte como fundamentos ou qualificações essenciais da ordem jurídica que institui” (BARROSO,
1999).
No âmbito do Sistema Tributário Nacional, é possível identificar alguns princípios tributários a partir do
artigo 150 da CF/1988:
Princípio da legalidade
Nos termos do inciso I do artigo 150 da CF/1988, é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos
municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Dessa maneira, nenhum ente tributário pode
instituir ou majorar tributos por meio de atos infralegais, como decretos, portarias ou resoluções.
Observe que a exigência de lei torna a instituição ou a majoração de tributo uma matéria a ser discutida
necessariamente por dois Poderes:
Legislativo
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g
Aprecia, vota e eventualmente aprova a proposição de lei.
Executivo
A quem cabe sancionar ou vetar a lei.
Dessa forma, há mais controle e discussão, evitando-se, assim, o aumento da carga fiscal por atos de
competência singular do Poder Executivo.
Princípio da isonomia tributária
O inciso II do artigo 150 da CF/1988 determina que:
É vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir
tratamento desigual entre contribuintesque se encontrem em situação equivalente.
É proibida ainda qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida
independentemente da denominação jurídica de rendimentos, títulos ou direitos.
Princípio da irretroatividade tributária
A alínea “a” do inciso III do artigo 150 da CF/1988 determina que é vedado à União, aos estados, ao Distrito
Federal e aos municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência
da lei responsável por instituí-los ou aumentá-los.
Em resumo, a lei aplica-se aos fatos que ocorrem necessariamente após sua entrada em vigor, não podendo
retroagir para alcançar aqueles já ocorridos.
Princípio da anterioridade

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Determina que é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios cobrar tributos no
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
Dessa maneira, para que determinado aumento ou novo tributo seja cobrado, o ente deverá aguardar o
exercício seguinte à vigência da nova lei.
Por exemplo, se a lei que cria uma taxa entra em vigor em abril de 2021, ela só poderá ser cobrada em 1º de
janeiro de 2022.
Atenção!
A CF/1988 prevê duas exceções:
1) alteração de alíquotas dos impostos federais sobre importação, exportação, produtos industrializados e
operações financeiras;
2) contribuições sociais.
Princípio da noventena
Acrescida por meio da Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, a alínea “c” do inciso III do
artigo 150 da CF/1988 prevê que é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios cobrar
tributos antes de decorridos 90 dias da data na qual a lei que os instituiu ou aumentou tenha sido publicada.
Trata-se de previsão cumulativa àquela que prevê o princípio da anterioridade.
Desse modo, a cobrança do novo tributo ou da nova alíquota majorada deverá ser
feita somente no ano seguinte à publicação da lei e recairá apenas sobre o fato
gerador que ocorrer após 90 dias da vigência dela.
Assim, se a lei que majora o tributo for publicada 1º de novembro de 2021, ela, além de só poder ser
aplicada em 2022, alcançará apenas o fato gerador que se concretizar após 1º de fevereiro de 2022.
Princípio da imunidade
O inciso VI do artigo 150 da CF/1988 veda aos entes federados instituir impostos para os casos nele
discriminados, concedendo-lhes, portanto, imunidade:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é
vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios:
VI - instituir impostos sobre:
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a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos
da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.
(BRASIL, 1988)
Eis a diferença entre imunidade tributária e isenção tributária: enquanto a
imunidade é lida como competência ou falta dela, sendo determinada pela
Constituição a tributação de certos fatos geradores ou contribuintes, a isenção é
meramente o exercício da competência do ente da federação.
Em outras palavras, enquanto a imunidade afasta a competência do ente federado para fixar determinado
tributo em relação a um fato ou ao contribuinte, a isenção é uma liberalidade desse ente, que, apesar de
possuir competência para tributar, opta por não o fazer.
Vejamos a seguir dois exemplos:
Imunidade tributária
Um Estado não pode cobrar IPVA de veículos pertencentes a outros entes federados, como é
o caso daqueles pertencentes a municípios.
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Princípio da capacidade contributiva
Nos termos do §1º do artigo 145 da CF/1988, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e
serão graduados segundo a capacidade econômica (ou capacidade contributiva, termo empregado pela
doutrina) do contribuinte. É facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a
esses objetivos, desde que sejam respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, identificar:

O patrimônio do contribuinte

Os rendimentos do contribuinte

As atividades econômicas do contribuinte
Dessa maneira, a legislação tributária tem de procurar medir a capacidade contributiva de cada particular
para graduar sua tributação de forma mais justa. Por esse motivo, existe a gradação da alíquota do IR, que
aumenta proporcionalmente conforme a renda do contribuinte.
Princípio da não cumulatividade
O conceito de não cumulatividade pode ser obtido a partir da interpretação das regras previstas nos artigos:

153, IV, §3º, II

Isenção tributária
Um Estado pode cobrar IPVA de qualquer proprietário pessoa natural de veículo automotor,
porém opta por isentar pessoas com deficiência física do pagamento desse tributo.
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155, II, §2º, I
Ambos da Constituição Federal.
A própria ideia de cumulatividade e não cumulatividade pressupõe a existência de fatos geradores que
componham uma cadeia econômica formada por várias operações.
Nesse contexto, a não cumulatividade visa a evitar o efeito “cascata” da tributação, compensando o valor
referente ao tributo recolhido nas operações anteriores com aquele a ser recolhido na operação ora
considerada.
O objetivo é desonerar o contribuinte da repercussão econômica que um sistema
de tributação cumulativo geraria no preço final do produto.
Perceba, portanto, que a ideia de cumulatividade para fins de incidência do princípio pressupõe um ciclo
econômico formado por várias operações, sejam elas com o mesmo sujeito passivo ou com sujeitos
passivos distintos.
A não cumulatividade, entre outras formas, pode ser obtida a partir da tributação sobre o valor agregado no
produto (mudança da base de cálculo), ou seja, deduzindo-se do valor da produção aferida em determinado
lapso temporal o montante gasto, entre outros exemplos, na aquisição de matéria-prima ou de outros
materiais usados no processo de produção. Veja um exemplo da aplicação da não acumulatividade: a
cobrança do ICMS.
Quando uma mercadoria é vendida por R$100, incide sobre ela a alíquota do ICMS. Se fosse
revendida por R$150, incidiria novamente o ICMS sobre esse valor até chegar ao destinatário final.
Se isso acontecesse, teríamos um acúmulo de alíquotas de ICMS sobre a mercadoria.
Nos termos do artigo 155, II, da CF/1988, a não cumulatividade acontece pelo fato de o segundo
vendedor da mercadoria de R$150 ter direito à compensação do crédito, pois o primeiro vendedor já
pagou o ICMS sobre a venda de R$100.
Princípio da seletividade
O princípio da seletividade decorre da função extrafiscal do tributo. Nesse caso, comparando produtos e
serviços presentes na sociedade, compete ao legislador ajustar a alíquota de acordo com a essencialidade
Exemplo - A cobrança do ICMS 
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e até mesmo a prejudicialidade de um produtoou serviço.
Assim:
Princípio da não cumulatividade
Este vídeo explicará sobre o princípio da não cumulatividade com a utilização de exemplos práticos de
casos de dupla tributação e consequências para os contribuintes.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Impostos
Quanto mais supérfluos forem os produtos, maior será a alíquota que sobre eles incidirá. Se
eles, porém, forem de primeira necessidade, as alíquotas deverão ser abrandadas ou,
dependendo do caso, até zeradas. Exemplo: alíquota dos produtos que compõem a cesta
básica versus produtos de vestuário de luxo.
Quanto mais prejudicial for o produto para a sociedade, maior será a alíquota. Exemplo:
alíquota sobre cigarros e bebidas alcóolicas.

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Impostos
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Elementos fundamentais do tributo, incidência e fato gerador
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O Código Tributário Nacional prevê que o imposto, espécie de tributo, tem como fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte. Marque a opção correta
sobre o imposto.
A
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores somente poderá ser cobrado de
um contribuinte se ele, além de ser proprietário de um veículo automotor, também puder
dirigir em ruas e estradas devidamente construídas e preservadas.
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B O imposto é uma espécie de tributo não vinculado.
C A multa é um tipo de imposto que possui como fato gerador um ato ilícito.
D
Compete aos municípios, de acordo com a necessidade financeira e a urgência, criar e
instituir novos tipos de impostos, como, por exemplo, um imposto sobre a renda de seus
habitantes.
E
A tarifa é um tipo de imposto cobrado em virtude do uso de determinado serviço público,
como o de transporte público.
Parabéns! A alternativa B está correta.
O imposto ser um tributo não vinculado significa dizer que a receita decorrente de sua
arrecadação não está vinculada ao fato gerador que a originou. Desse modo, o recurso obtido a
partir do IPTU, por exemplo, poderá ser utilizado para qualquer fim previsto na legislação
orçamentária, como, por exemplo, melhorar a infraestrutura da cidade ou até pagar salários de
servidor.
Questão 2
Com base no Sistema Tributário Nacional, é correto afirmar que
A
tributo compreende toda prestação pecuniária compulsória (exclusivamente em dinheiro)
cujo valor é expresso e não constitui sanção de ato ilícito, sendo instituída por lei e
cobrada mediante atividade administrativa vinculada.
B
o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação dependente de
qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte.
C
a receita líquida do imposto sobre importação destina-se exclusivamente à formação de
reservas monetárias para controle do câmbio.
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3 - Operações �scais e tributárias
Ao �nal deste módulo, esperamos que você identi�que as operações �scais e tributárias.
ese as o etá as pa a co t o e do câ b o.
D
a legislação tributária autoriza a extinção do crédito tributário por meio de dação em
pagamento na forma e nas condições estabelecidas em lei.
E
baseado no princípio da anterioridade, o Estado pode cobrar imposto com base em fato
gerador ocorrido antes da instituição desse tributo.
Parabéns! A alternativa D está correta.
O artigo 156 do CTN prevê a possibilidade de extinção do crédito tributário por meio de dação em
pagamento. Essa previsão foi incluída na legislação graças à edição da Lei Complementar nº 104,
de 10 de janeiro de 2001, e observa a forma e a condição previstas na Lei Federal nº 13.259, de 16
de março de 2016.

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Conceitos gerais dos impostos federais, estaduais e
municipais
Competência tributária
A competência tributária é uma permissão ou uma atribuição facultativa entregue pela Constituição Federal
aos entes federativos (municípios, estados, Distrito Federal e União) autorizando-os a estabelecer
determinados tributos em seu território. A criação de tributos, porém, não é algo simples:
Somente é possível a instituição daqueles tributos já de�nidos na Constituição de 1988.
Municípios, estados, Distrito Federal e União não têm a autonomia de estabelecer qualquer tributo. Já existe
no Texto Constitucional a previsão de quais impostos, taxas e contribuições podem ser instituídas por cada
ente.
Dessa forma, nota-se que a Constituição não cria tributos:
Ela autoriza que os entes federativos os criem por meio de lei.
Ela determina as limitações desse poder.
Ela estipula quais tipos de tributos são de competência de cada ente.
Veja a seguir as competências tributárias do entes federativos:
Segundo os artigos 153 e 154 da Constituição Federal, a União pode instituir e arrecadar os
seguintes tributos:
a) Imposto de importação: tributo incidente sobre mercadorias estrangeiras que entram em território
nacional.
b) Imposto de exportação: tributo incidente sobre mercadorias nacionais ou nacionalizadas quem
saem do território brasileiro.
c) Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR): tributo incidente nas rendas de
pessoas físicas e jurídicas.
Competência tributária da União 
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d) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): tributo incidente sobre produtos industrializados.
e) Imposto sobre Operações Financeiras (IOF): tributo incidente em diferentes operações financeiras
com valores variáveis de alíquotas.
f) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR): imposto incidente sobre o domínio ou posse de
imóvel rural localizado fora do perímetro urbano dos municípios.
g) Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF): tributo previsto na Constituição Federal, mas ainda não
regulamentado.
h) Empréstimo compulsório: tributo que serve para atender a situações excepcionais.i)
Contribuições especiais: tributo destinado ao financiamento da seguridade social, como o INSS, o
PIS e o COFINS.
j) Taxas e contribuições de melhorias de sua competência.
k) Contribuições para custear o regime previdenciário dos seus funcionários públicos.
De acordo com o artigo 155 da CF, compete aos estados e ao Distrito Federal instituir tributos sobre:
a) Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS): tributo regulamentado por cada
estado da Federação que incide na circulação dos produtos entre cidades ou estados.
b) Imposto de transmissão causa mortis e doação (ITCMD): tributo incidente na transmissão não
onerosa de bens ou direitos.
c) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA): tributo incidente sobre a
propriedade de veículos automotores, estando excluídas as embarcações e as aeronaves.
d) Taxas e contribuições de melhorias de sua competência.
e) Contribuições para custear o regime previdenciário dos seus funcionários públicos.
Conforme o artigo 156 da CF, compete aos municípios instituir tributos sobre:
Competência tributária dos estados e do Distrito Federal 
Competência tributária dos municípios 
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a) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU): imposto incidentesobre a
propriedade, o domínio ou a posse de imóvel localizado no perímetro urbano.
b) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS): tributo que incide sobre a prestação de
serviços.
c) Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI): tributo incidente na transferência onerosa de
imóveis.
d) Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública (conforme previsto no artigo 149-A da
CF).
e) Taxas e contribuições de melhorias de sua competência.
f) Contribuições para custear o regime previdenciário dos seus funcionários públicos.
Disputa �scal entre os estados brasileiros
Neste vídeo, será apresentado a origem de disputas pelo poder de tributação dos entes federativos e
exemplificado as consequências da chamada “guerra fiscal”.
Contabilização dos impostos
A contabilidade procura fornecer informações econômico-financeiras para a tomada de decisões. Para
fornecer essas informações, é preciso, antes disso, coletar os dados e utilizar as técnicas de escrituração
contábil para o registro desses dados.
Os lançamentos contábeis fazem parte da técnica de escrituração. A realização desses lançamentos
relacionados a tributos exige algumas diferenciações.
Inicialmente, é necessário identi�car o tipo de lançamento a ser realizado.
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Provisionamento de tributos
A provisão contábil pode ser definida como a representação de uma expectativa de perdas de ativos ou a
estimativa de valor a ser desembolsado. Ela trata de valores que efetivamente ainda não foram pagos, mas
que têm origem em fatos geradores contábeis já ocorridos.
Exemplos dessas representações são:
Exemplo
As contas de provisão de 13º salário ou a provisão para IR.
Provisionamento de tributos
O pagamento de tributos é o próprio ato de dispêndio de disponibilidades financeiras para a quitação dos
tributos.
Compensação
O conceito de compensação é tratado no âmbito do Direito Civil. Da norma contida no artigo 368 do Código
Civil extrai-se esta definição:
Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas
obrigações extinguem-se, até onde se compensarem
(BRASIL, 2002)
O CTN utiliza o conceito de forma similar em seu artigo 170. Segundo ele, “a lei pode, nas condições e sob
as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a
compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito
passivo contra a Fazenda Pública” (BRASIL, 1966).
Assim, se a obrigação do pagamento do tributo está acoplada a um direito de crédito, pode haver uma
compensação utilizando-se o crédito tributário.
Para entender melhor, veja o exemplo a seguir:
Exemplo 
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Se o contribuinte tem a obrigação de pagar um valor “x” de um tributo, tal valor pode ser reduzido por
um crédito existente desse contribuinte com o poder público. Tal crédito pode dizer respeito a
pagamentos com valores superiores realizados anteriormente por esse contribuinte pela existência
de precatórios com o poder público (dívidas do poder público) e outros créditos.
Agora que já definimos o tipo de lançamento, devemos observar a natureza devedora ou credora do
lançamento do tributo.
Contas devedoras
Aumentam com o débito e diminuem com o crédito.
Contas credoras
Aumentam com o crédito e diminuem com o débito.
Exemplo de contabilização de tributos
Para compreender melhor a contabilização e os lançamentos contábeis, vamos imaginar lançamentos
comuns relacionados ao Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ):
Provisionamento de tributos
Para realizar o provisionamento do IRPJ, fazemos os seguintes lançamentos:
D – IRPJ (despesa).
C – IRPJ a pagar (passivo circulante).
Observe que o IRPJ como despesa tem natureza devedora; logo, se o saldo é provisionado e aumentado,
o lançamento é feito por um débito.
Já o IRPJ a pagar é um passivo e possui natureza credora; então, como o saldo aumentará, o lançamento
será feito por um crédito.
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Pagamento de tributos
Para fazer tal pagamento, realizamos os seguintes lançamentos:
D – IRPJ a pagar (passivo circulante).
C – Caixa/banco (ativo circulante).
O IRPJ a pagar é uma conta de passivo de natureza credora. Ao se quitar o tributo, a obrigação é
eliminada; então, o saldo deverá ser zerado. Dessa maneira, o lançamento é a débito.
O pagamento é feito com a conta de disponível do ativo (caixa/banco). Essa conta está no ativo
circulante e possui natureza devedora; como o saldo dela diminuirá, o lançamento deverá ser a crédito.
Provisionamento de tributos
A compensação é feita com:
D – IRPJ a pagar (passivo circulante).
C – IRPJ a compensar (ativo circulante).
O IRPJ a pagar é uma conta de passivo de natureza credora. Ao compensar o tributo, a obrigação termina;
portanto, o saldo deverá ser baixado. Dessa forma, o lançamento será um débito.
A compensação é feita com a conta de IRPJ a compensar. Essa conta está no ativo circulante e possui
natureza devedora. Como o seu saldo será reduzido, o lançamento será a crédito.
Passivos e ativos �scais correntes e diferidos
No balanço patrimonial, tanto o ativo e o passivo fiscais correntes quanto o ativo e o passivo fiscais
diferidos precisam ser classificados separadamente de outros ativos e passivos.
Vejamos a seguir a explicação de cada um deles:
Passivos e ativos �scais correntes
Passivos e ativos correntes são bens/direitos e obrigações de curto prazo, sendo
classificados no grupo circulante. O termo ”fiscal” se refere aos tributos que dão origem a
esses passivos ou ativos
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Diferença temporária tributável, diferença tributária
dedutível, prejuízos e créditos �scais
Conceitos introdutórios para o desenvolvimento do tema
Quando uma organização adota o regime da tributação sobre o lucro, é importante haver a determinação de
alguns conceitos para o desenvolvimento dos próximos tópicos abordados.
Esmiuçaremos dois desses conceitos a seguir:
Resultado contábil
Resultado empresarial antes da tributação dos impostos. É a partir do resultado contábil que se apura a
base fiscal.
esses passivos ou ativos.
Os valores devidos e ainda não pagos referentes a lucros tributáveis correntes (ou de
períodos anteriores) devem ser contabilizados como passivos. Quando o valor pago
relacionado aos períodos atual e aos anteriores ultrapassar o valor devido, o excesso terá de
ser contabilizado como ativo.
Contas que exemplificam os ativos fiscais correntes são as contas Tributos a recuperar no
ativo circulante. Já exemplos de passivos fiscais correntes são as contas de Tributos a
recolher no passivo circulante.
Passivos e ativos �scais diferidos
O termo “diferido” se refere aos intervalos de valores devidos (passivos) e recuperáveis ou
aos créditos (ativos) para períodos futuros.
Esses ativos ou passivos se originam após eventos que ocasionam um aumento ou uma
diminuição nos tributos sobre o lucro.
Os passivos e os ativos fiscais diferidos são contabilizados no exigível ou no realizável a
longo prazo.
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Base �scal
Trata-se exatamente do valor sobre o qual os efeitos fiscais incorrem. A base fiscal é o resultado contábil
após as deduções necessárias. Ela pode resultar em lucro tributável ou, caso não haja um resultado líquido
para ser tributado, prejuízo fiscal.
Diferença temporária tributável
Diferençastemporárias são as distinções entre a base fiscal de um ativo ou passivo e seu valor contábil no
balanço patrimonial que afetam ou podem afetar a apuração dos tributos sobre os lucros. Já as diferenças
temporárias tributáveis são valores acrescentados no cálculo do resultado tributável de períodos futuros
quando o valor contábil do ativo ou do passivo é recuperado ou liquidado.
Para entender melhor veja o exemplo a seguir:
Registrada no ativo no valor de R$150, uma máquina está com o valor contábil de R$100 após ser
depreciada contabilmente em R$50. A depreciação acumulada para fins fiscais é de R$90; a alíquota
do tributo sobre o lucro, de 25%.
A base fiscal do ativo é R$60 (custo de R$150 menos a depreciação fiscal acumulada de R$90). Para
recuperar o restante do valor contábil da máquina (R$100), a fábrica terá de obter uma
compensação com renda tributável de R$100, embora ela só possa deduzir a depreciação para fins
fiscais de R$60.
A diferença entre o valor contábil de R$100 e a base fiscal de R$60 é a diferença temporária
tributável (R$40). Consequentemente, a fábrica pagará tributos sobre o lucro no valor de R$10 (25%
de R$40) quando ela recuperar o valor contábil da máquina. Nesse caso, a entidade deve reconhecer
um passivo fiscal diferido de R$10 (25% de R$40) representando o tributo sobre o lucro que ela
pagará quando recuperar o valor contábil do ativo.’
Diferença tributária dedutível
As diferenças temporárias dedutíveis são valores que serão diminuídos no cálculo do resultado tributável
de períodos futuros quando o valor contábil do ativo ou do passivo for recuperado ou liquidado.
Eis alguns exemplos de ocorrências de diferenças temporárias dedutíveis:
Exemplo 
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Prejuízos e créditos �scais
Prejuízos �scais
Conceito
Provisão para garantia de produtos registrada na contabilidade no exercício de sua venda,
mas dedutível para fins fiscais somente quando realizada.
Provisão para gastos com manutenção e reparo de equipamentos dedutível para fins fiscais
somente quando eles forem efetivamente realizados.
Provisão para riscos fiscais e outros passivos contingentes.
Provisão para perdas permanentes em investimentos.
Receitas tributadas em determinado exercício que somente devem ser reconhecidas
contabilmente em exercício ou exercícios futuros para atender ao princípio da competência.
Certos ativos que puderem ser reavaliados – sem que se faça um ajuste equivalente para fins
tributários – quando a base fiscal do ativo exceder seu valor contábil ajustado ao valor de
mercado (reavaliação negativa) ou o valor de recuperação.
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Prejuízo fiscal é o prejuízo decorrente do resultado negativo da base de cálculo de tributos sobre lucros.
Acumulado ao longo de vários períodos de apuração, ele pode ser compensado com resultados positivos
futuros.
No período de apuração em que houver a apuração de Prejuízo Fiscal, o recolhimento dos tributos sobre o
lucro (IRPJ e CSLL) não será devido.
Devido à relevância dos dispositivos, faremos aqui a transcrição de:
No período de apuração em que houver a apuração de Prejuízo Fiscal, o recolhimento dos
tributos sobre o lucro (IRPJ e CSLL) não será devido
Assim determina o artigo 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, que altera a legislação tributária
federal e dá outras providências, combinado com o §2º do art. 227 do Decreto nº 9.580, de 22 de novembro
de 2018, que regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a
Renda e Proventos de Qualquer Natureza.
Art. 35. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto devido em cada
mês, desde que demonstre, por meio de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já
pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro real do período em
curso.
§1º Os balanços ou balancetes de que trata este artigo:
a) deverão ser levantados com observância das leis comerciais e fiscais e transcritos no livro diário;
b) somente produzirão efeitos para determinação da parcela do Imposto de Renda e da contribuição
social sobre o lucro devidos no decorrer do ano-calendário.
§2º Estão dispensadas do pagamento de que tratam os arts. 28 e 29 as pessoas jurídicas que, por
meio de balanço ou balancetes mensais, demonstrem a existência de prejuízos fiscais apurados a
partir do mês de janeiro do ano-calendário
§3º O pagamento mensal, relativo ao mês de janeiro do ano-calendário, poderá ser efetuado com
base em balanço ou balancete mensal, desde que neste fique demonstrado que o imposto devido no
período é inferior ao calculado com base no disposto nos arts. 28 e 29.
§4º O Poder Executivo poderá baixar instruções para a aplicação do disposto neste artigo.
Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 
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Art. 227. A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto sobre a renda
devido em cada mês, desde que demonstre, por meio de balanços ou balancetes mensais, que o
valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculado com base no lucro
real do período em curso. [...]
§2º Ficam dispensadas do pagamento mensal as pessoas jurídicas que, por meio de balanços ou
balancetes mensais, demonstrem a existência de prejuízos fiscais apurados a partir do mês de
janeiro do ano-calendário.
Compensação de prejuízos �scais
O prejuízo fiscal confere o benefício de redução da base de cálculo do IRPJ nos exercícios seguintes. Com
isso, a função do aproveitamento desse prejuízo é abater o prejuízo apurado no valor do imposto a pagar
referente ao período posterior. Entretanto, a legislação tributária determina um limite para a compensação
dos prejuízos.
Créditos �scais
Entende-se como créditos fiscais o direito de origem de tributária de se creditar do valor pago. O crédito
tributário tem origem na obrigação tributária e, dentro de uma mesma relação jurídica, é consequência
dessa obrigação.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Competência tributária da União
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Competência tributária dos estados e do Distrito Federal e competência tributária dos municípios
Decreto nº 9.580, de 22 de novembro de 2018 
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A competência tributária é o poder ou uma atribuição facultativa prevista pela Constituição Federal aos
entes federativos por meio da qual eles estão autorizados a instituir determinados tributos. Os impostos
podem ser instituídos por União, estados, Distrito Federal e municípios. Assinale a alternativa que abrange
somente os impostos instituídos por municípios.
A Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCD).
B Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) e IR.
C
Imposto sobre a Transmissão Inter Vivos (ITBI) e Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU).
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D ITCD e ISSQN.
E Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e IPTU.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Segundo a Constituição Federal, compete aos municípios instituir impostos sobre: a) IPTU; b) ITBI,
a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão

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