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Resumo de Radiologia e Imaginologia

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Resumo de Radiologia e Imaginologia
Programa
1. Produção dos raios X 
2. Anatomia radiográfica dentomaxilar 
3. Radioproteção em Odontologia
4. Radiografias panorâmicas 
5. Técnicas radiográficas intra e extrabucais 
6. Métodos de localização radiográfica 
7. Métodos de diagnóstico por imagem
8. Controle de qualidade na imagem
9. Aspectos radiográficos das lesões e anomalia dentárias 
10. Exame clínico 
11. Biópsia em Estomatologia
12. Lesões fundamentais da mucosa bucal
13. Lesões brancas, pigmentadas, ulceradas da mucosa bucal.
14. Semiologia clínica e radiográfica das lesões e anomalias dentárias do complexo maxilo-mandibular 
15. Semiologia clínica e radiográfica dos cistos do complexo maxilo-mandibular. 
16. Processos proliferativos não-neoplásicos do complexo maxilo-mandibular. 
17. Semiologia clínica e radiográfica dos tumores odontogênicos do complexo maxilo-mandibular. 
1. Produção dos raios x
· Os raios x são feixes de energia que tem como capacidade penetrar matéria e formar imagens em receptores de imagens.
· O cabeçote é uma caixa revestida por chumbo onde estão localizadas as fontes de energia, a ampola de raios x e o óleo para levar o calor para longe da ampola. 
Obs. Quanto menor a área focal, mais nítida sera a imagem. Assim, para uma melhor eficiência, a área focal real é maior para gerar mais raios x e inclinada para que os raios incidam e gerem melhor nitidez (Efeito Benson).
Na ponta do cabeçote fica uma película de alumínio que tem como função filtrar os fótons que não tem energia suficiente, diminuindo a dose de radiação para o paciente. Servem também como filtro desses fótons de baixa energia, o vidro da ampola e o óleo. 
· Em resumo, a energia de colisão dos átomos gerados no catodo em direção ao anodo geram 99% de calor e 1% dos fótons responsável pelo raio-x. *Fóton é um pacote de energia, sem massa, que se propaga em linha reta e na velocidade da luz. Os raios x são ondas eletromagnéticas de alta frequência e baixo comprimento, capaz de serem absorvidos.
2. Controle de Qualidade
Meios e métodos para obtenção de uma boa radiografia que possibilite um diagnostico radiográfico adequado. Os objetivos a se alcançar com o controle de qualidade são: melhor qualidade de imagem, redução da exposição e de custos. 
a) Proteção paciente/profissional/ambiente – Avental de borracha + protetor de tireoide; profissional e auxiliar atrás da barreira de proteção (2mm de chumbo ou equivalente).
b) Equipamento, filmes e acessórios radiográficos – Conhecimento do aparelho de raio x (radiografia rapida e baixo custo por não precisar repetir), observar possíveis desalinhamentos dos feixes com o tempo de uso, desajustes dos braços articulares ou mudança nas filtragens dos raios-x. Conhecer os filmes e suas sensibilidades e contrastes (intrabucais) e placas intensificadoras para diminuir a exposição (extrabucais). Uso das tabelas de exposição de acordo com a regulagem, filme, distancia, técnica para uniformizar o resultado.
c) Processamento radiográfico – conhecimento da solução utilizada, verificação periódica das condições de iluminação de segurança (filtros, lâmpadas e chassi), vedação da luz externa, troca constante dos líquidos, limpeza dos tanques e outros acessórios que possam causar falhas ou erros no processamento. Deve ser feita semestralmente ou quando as radiografias apresentam velamento. 
d) Analise da imagem – Feita em negatoscopios de luz fluorescente, uso de lentes de aumento e obscurecimento da sala. Analise com critérios e emissão de laudo claro, preciso e conciso porem facilitar. 
e) Ergonomia – Tornar o tempo produtivo. Ações diretas, como escolha da técnica, filme, exposição, posicionamento do paciente, do filme, retirada deste após a exposição e do controle de proteção e infecção. Ações indiretas relacionadas a manutenção do filme, deflagrar, secar, colocar na colgadura e processar. 
f) Técnicas radiográficas – A escolha da melhor técnica é feita após a anamnese e exame clinico, visando diminuir a exposição do paciente, realizando radiografias desnecessárias. É interessante começar o tratamento com uma radiografia panorâmica que apresenta menor dose de radiação e com maior quantidade de estruturas. Assim, caso precisem de mais radiografias para investigar o caso, já será de conhecimento do CD as áreas que precisam de maior detalhamento e atenção. 
g) Tempos de exposição aos raios x – A exposição depende da técnica, quilovoltagem, miliampere, segundos, área do exame, quantidade e tipo de tecidos irradiados, sensibilidade dos filmes, distancia ponto/foco e tipo de tela intensificadora (técnicas extrabucais)
h) Câmaras escuras – ambientes adequados de processamento, sob condições próprias de iluminação, segurança, limpeza e manutenção constantes. A entrada de luz provoca o aparecimento de áreas escuras que podem atrapalhar o exame. 
3. Radioproteção
Devemos controlar a dose de radiação para fins diagnósticos para que esta seja a mais baixa possível, usando todas as medidas de proteção para o paciente, CD e auxiliar:
Para o paciente: 
a) Filmes mais sensíveis – Existem hoje no mercado filmes com sensibilidade D, E e F, sendo estes últimos os mais sensíveis. Considerando a dose proporcional ao tempo, com estes filmes já consegue-se alcançar notável redução de exposição. Com o advento da radiografia digital permite-se antever reduções ainda mais significativas. 
b) Processamento correto do filme – aqui devem estar inclusos requisitos como: processamento sem entrada de luz, uso de segurança adequada, método temperatura-tempo e soluções de processamento com trocas regulares e limpeza da câmara escura/caixas de processamento.
Tudo isso visando um menor tempo de processamento, consequentemente, menor exposição do paciente. 
c) Feixes de radiação – Usar filtro de alumínio, colocado logo na saída, por onde passa o feixe útil de radiação, pode ajudar reduzir em ate 50% a dose desnecessária que atingiria o paciente, sem prejuízo ao tempo de exposição. A colimação retangular permite que uma área menos da face do paciente seja irradiada, diminuindo assim de 60 a 70% a dose de radiação desnecessária.
d) Localizadores – localizadores abertos, cilíndricos ou retangulares são os mais preferidos. Os localizadores longos reduzem ainda mais a exposição do paciente por causa da menor divergência do feixe. 
e) Marcadores de tempo – A precisão dos marcadores de tempo é muito importante na redução da dose recebida. Aparelhos com timers melhoram muito a precisão do que os marcadores de tempo mecânico. 
f) Técnica radiográfica – A seleção da técnica adequada é importante para redução da dose do paciente, pois uma vez corretamente indicada e realizada evita novas tomadas radiográficas. A técnica do paralelismo ou cone longo sempre que indicada deve ser utilizada pois expõe menos tecido pelo aumento da distancia foco/filme, causando menor divergência do feixe. 
g) Mantenedores de filme – Posicionadores diminuem a radiação desnecessaria nos dedos do paciente, além de darem estabilidade ao filme na boca, evitando novas tomadas radiográficas. 
h) Protetores de tireoide – Reduz a exposição da glândula em 50%.
i) Avental de borracha plumbifera – O principal objetiva é proteção gonodal, seguido de exposição aos tecidos hemocitopoieticos, tórax e abdômen.
j) Comunicação efetiva com o paciente – Explicar o procedimento, tranquilizar o paciente. 
k) Indicação – Tomadas radiográficas devem ter justificativa clinica
Proteção ao operador: Diminuir a exposição do paciente ajuda diminuir a do operador. É importante que este esteja atrás de uma barreira protetora durante a tomada. 
Proteção de áreas adjacentes: O aparecelho radiográfico deve estar apontado para uma parede de concreto e chumbo, evitando dispersar-se para locais que possam chegar a outras pessoas no recinto. 
4. Técnicas radiográficas
· Técnicas intra-orais: periapical, interproximal e oclusal.
I. Periapical: Obtem a vista dos ápices das raízes dos dentes e das estruturas que o rodeiam. Podem serempregadas as técnicas da bissetriz ou do paralelismo. Podem influir na imagem radiográfica final a kilovoltagem, a miliamperagem e o tempo de exposição; assim como o filme empregado, o aparelho de raio-x e o método de revelação. Pode ser indicada para pesquisar nódulos e calcificações pulpares, fraturas e anomalias, reabsorções e focos periapicais que atingem o órgão dental. É utilizada ainda para observação do tamanho, forma e número das raízes e dos condutos radiculares dos dentes inclusos e sua posição intra-ossea e nas relações das raízes com o seio maxilar. 
· Técnica da bissetriz: baseado na lei isométrica de Cieszinski que diz que a imagem projetada tem o mesmo comprimento e as mesmas proporções do objeto, desde que o feixe de raios X central seja perpendicular à bissetriz do ângulo formado pelo filme e objeto. Para que isso aconteça existem alguns detalhes técnicos que devem ser seguidos:
a) Posição da cabeça do paciente: para maxila – plano de camper e sagital mediano na perpendicular. Para mandíbula – linha que vai do tragus à comissura labial e sagital na perpendicular. 
b) Manutenção do filme na boca: maxila – manter o filme na boca com o dedo polegar da mao do lado oposto a ser radiografado e o indicador apoiado na face. Mandibula – com o dedo indicador da mao do lado oposto, manter o filme e os dedos restantes dobrados com o polegar apoiado sob a mandíbula. 
c) Ponto de referencia para a colocação do localizador: Raio central em direção ao partes externas correspondente aos ápices. Maxila – para molares, 1 cm atrás do canto externo da orbita; pré molares, intersecção pela linha do centro da pupila e plano de camper; canino, na asa do nariz e incisivos no ápice nasal. Mandibula – levar em consideração a linha imaginaria que passa 1 cm acima da base da mandíbula e centralizando o localizador para área a ser radiografada. 
d) Angulos de incidência: O ângulo vertical é modificado a fim de que os raios centrais sejam dirigidos perpendicularmente à bissetriz do ângulo filme/dente, altura da abóboda palatina e assoalho da boca. Para os ângulos horizontais, o feixe central deve ser paralelo as faces proximais dos dentes para evitar a superposição das mesmas. 
· Técnica do paralelismo: Filme colocado de maneira mais paralelo possível ao eixo longitudinal do dente, para podermos dirigir o raio x perpendicular a ambos. Essa técnica apresenta menor distorção de forma e tamanho, não é necessário posicionar corretamente o paciente, maior simplicidade de execução, menor exposição do paciente, radiográficas padronizadas. No entanto, maior possibilidade de movimento porque o tempo de exposição é maior, não deve ser usado em pessoas nervosas, desconforto ao paciente, preço maior (localizador especial e jogos de suporte). 
Duvidas para Ju: Tempo de exposição calibrado para bissetriz? App ou site para exercícios de interpretação?
5. Anatomia do complexo dento-maxilar
· Radiopaco = claro/radiolucido = escuro 
· Princípios gerais que auxiliam a interpretação radiográfica: 
· Idade e sexo do paciente: Adultos- cistos; acima dos 40 anos- tumores; sexo masculino- ameloblastoma; sexo feminino- cementoma; 
· Localização da lesão: região de 3º molar inferior – cistos dentígeros e cistos primordiais; maxila - cisto palatal mediano; 
· Tamanho e duração da lesão; 
· Expansão da cortical óssea sem destruição: lesão de crescimento lento – cistos; 
· Destruição da cortical óssea: lesão de crescimento rápido típico de tumores malignos; 
· Em ordem decrescente de radiopacidade: esmalte – dentina – tecido ósseo – cartilagem – tecidos moles – gordura – ar 
· Atenção para os reparos anatômicos, visto que esses podem variar na forma, tamanho, posição em diferentes indivíduos, variando também em um mesmo individuo do lado esquerdo para o direito. 
· Com o aumento da idade há um aumento no grau de radiopacidade das estruturas ósseas em função do esclerosamento paulatino dos espaços medulares que a senilidade impõe. 
· Reparos anatômicos: 
a) Anatomia radiográfica da maxila: 
- Hamulo pterigoideo: posterior ao tuber 
- Processo coronoide da mandíbula: triangulo com base inferior e vértice supero-anterior, geralmente superposto a tuberosidade da maxila. Pode prejudicar a interpretação radiográfica especialmente do terceiro molar. 
- Processo zigomático da maxila: forte condensação óssea onde a maxila se articula com o osso zigomático. Sombra radiopaca em forma de U ou V, geralmente relacionada ao primeiro ou segundo molar superior. 
-Seio Maxilar: é encontrada em superposição à região de de molares e pré-molares e pode ser confundida com cistos 
maxilares. Atentar para as suas variações, extensões, canais nutritivos e cruzamentos para não confundir com patologias. 
- Fossas nasais: acima dos ápices dos inciisvos, duas imagens radiolucidas, simétricas, separas entre si por traço radiopaco (septo). 
- Fosseta mirtiforme: depressão óssea existente a nível dos ápices dos incisivos laterais, limitada posteriormente pela eminencia canina. 
b) Reparos anatômicos da mandíbula:
- Linha obliqua externa: frequentemente cruza os dois últimos molares ao nível do terço médio de suas raízes e as vezes o terço cervical. 
- Linha obliqua interna ou linha milo-hioidea: Cruza o corpo da mandíbula diagonalmente na sua face interna. Radiopaca, bem nítida que cruza os ápices dos molares inferiores ou passa abaixo desses. 
- Fóvea submandibular: área de adelgaçamento ósseo do corpo da mandíbula, abaixo dos molares inferiores estendendo-se até o ângulo. Área radiolucida onde aloja-se a glândula submandibular. 
- Base da mandíbula
- Canal mandibular: Inicia-se no forame da mandíbula, na face medial. Em seu interior encontra-se o feixe vasculo-nervoso dentário inferior. 
- Forame mentual: é o reparo que traz maiores erros de interpretação, por conta da superposição da sua imagem com os ápices dos pré-molares. Encontra-se na maioria das vezes na região dos prés, preferencialmente na região dos 2PM. 
-Protuberancia mentual: área de condensação óssea da mandíbula, na região de incisivos, vista como dois traços de radiopacidade variada, abaixo de seus ápices. 
- Tuberculos de geni e foramina lingual: saliências osseas que dao inserção aos músculos geni hioideo e genioglosso. Aparecem como anéis radiopaco, na linha mediana, abaixo dos ápices dos incisivos centrais. No meio, desta área pode aparecer um ponto radiolucido que corresponde ao orifício de entrada de um ramo da artéria lingual (FL). 
- Canais nutritivos
· Anatomia radiográfica craniofacial 
Muitas estruturas superpostas que dificultam a interpretação. Para melhor entendimento, é necessário analisar as estruturas em crânio seco.
PATOLOGIAS – Caracteristicas clinicas + radiográficas
1) Cistos 
Definição: cavidade patológica (muitas vezes preenchida por liquido) que é revestida por epitélio. Independente da sua origem, os cistos que se desenvolvem na região oral e maxilofacial tendem a ter um crescimentolento, possivelmente em resposta a um ligeiro aumento da pressão hidrostática luminal.
· Cistos não-odontogenicos: 
a) Cistos palatinos do recém-nascido (pérolas de Epstein; nódulos de bohn): comuns no palato de crianças recém-nascidas. Duas hipóteses de origem, sendo a primeira baseada na fusão dos processos palatinos na linha média para formar o palato secundário, tendo pequenas ilhas epiteliais aprisionadas por baixo da superfície tecidiual ao longo da rafe palatina (pérolas de Epstein). A segunda diz que esses cistos podem surgir de restos remanescentes epiteliais oriundos do desenvolvimento de glândulas salivares menores no palato (nódulos de bohn). Comuns – 65% a 85% dos neonatos – variando de 1 a 3 mm, apresentando-se como pápulas brancas ou branco-amareladas na região da linha media palatina. Podem ser múltiplas ou isoladas. São lesões inócuas e nenhum tratamento é necessário, sofrendo regressão espontânea. 
b) Cisto nasolabial: Raro, ocorre no lábio superior, lateral à linha media. Patogênese desconhecida com duas teorias, uma considerando-o como cisto fissural originadode remanescentes epiteliais aprisionados ao longo da linha de fusão do processo maxilar, processo mediano e processo nasal lateral; a outra sugere que estes cistos desenvolvam-se pela deposição ectópica do epitélio no ducto nasolacrimal, por conta de sua localização e aspecto histológico semelhante. Apresenta-se como aumento de volume do lábio superior lateral a linha media, resultando na elevação da asa do nariz. Pode elevar a mucosa do vestíbulo nasal e apagar o fundo do vestíbulo. A dor é rara, exceto se a lesão for infectada secundariamente. Pode se romper espontaneamente e drenar para cavidade oral ou nasal. Maior frequência em adultos, predileção por mulheres, podendo ser ou não bilateral. Sem alterações radiográficas por tratar-se de tecido mole, no entanto pode haver reabsorção óssea subjacente pela pressão exercida pelo cisto. O tratamento consiste na remoção cirúrgica total por acesso intraoral. 
c) Cisto do ducto nasopalatino (ou cisto do canal incisivo): Cisto mais comum não odontogenico da cavidade oral. Deve se originar de remanescentes do ducto nasopalatino. Dentre outras possibilidades de fatores etiológicos, é sugerido o trauma, infecção do ducto e retenção de muco das glândulas salivares menores adjacentes. Pode desenvolver-se em qualquer idade, sendo mais comum entre 40 e 60 anos e tem certa preferência pelo sexo masculino. Os sinais e sintomas mais comuns incluem tumefação da região anterior do palato, drenagem e dor. No entanto, muitas lesões são assintomáticas sendo identificadas em radiografias de rotina. Na radiografia, é possível observar lesão radiolucida bem circunscrita próxima ou na linha media da região anterior de maxila, entre o ápice dos incisivos centrais – raramente observada reabsorção radicular. Em geral é redonda ou oval, com formato de pera invertida ou clássico de coração. Seu diâmetro pode variar de 6 mm a 6 cm e pode ser difícil distinguir um cisto pequeno de um forame incisivo grande. O tratamento consiste em enucleação cirúrgica e a biópsia é recomendada. 
d) Cisto palatino mediano: Cisto fissural raro. Dificil de diferenciar de um cisto do ducto nasopalatino, e pode representar estes localizados posteriormente. Apresenta-se como uma tumefação firme ou flutuante ao longo da linha média do palato duro, posterior a papila incisiva. Predileção por adultos. Muitas vezes assintomáticas, podendo haver relatos de dor e expansão. Tamanho médio de 2cm de diâmetro. Visto em radiografia oclusal, mostrando uma lesão radiolucida na linha media do palato duro. Apresenta aparência grosseiramente simétrica ao longo da linha media do palato duro, ausência de associação intima de um dente não vital, ausência de comunicação com canal incisivo, ausência de evidencias microscópicas de feixes neurovasculares, glândulas salivares menores, cartilagem na parede cística. O tratamento é por remoção cirúrgica. 
e) Cisto dermoide: má formação cística do desenvolvimento incomum. O cisto é revestido por epitélio semelhante à epiderme com anexos cutâneos na parede. São mais simples que os teratomas complexos ou cistos teratoides. Não contem cistos dos 3 folhetos germinativos, no entanto representam uma forma frusta de um teratoma. Na cavidade oral são revestidos por epitélio idêntico à epiderme, porém anexos cutâneos não são observados na parede do cisto e não devem ser confundidos com cistos epidermoides de pele. Ocorrem na linha media do soalho bucal, podendo estar localizados lateralmente ou em outro lugar. Quando o cisto desenvolve-se abaixo do musculo gênio-hioideo, uma tumefação sublingual pode deslocar a língua superiormente causando dificuldades de alimentação, fonação ou até respiração. Acima do musculo, produzem uma tumefação submentoniana com aparência de queixo duplo. Variam de mm até 12 cm de diamentro, mais frequência em crianças e jovens, sendo 15% dos casos de origem congênita. Em geral, cresce lentamente, sem provocar dor, apresentando-se como uma massa borrachoide ou pastosa, que retem a marca dos dedos, sob pressão digital. Podem ocorrer infecções secundarias, levando a lesão drenar para o interior da cavidade oral ou para pele. Tratados por remoção cirúrgica. 
· Cistos Odontogênicos 
2) Doenças da polpa e periápice
a) Pulpite
b) Dentina secundaria e terciaria 
c) Calcificações pulpares
d) Granuloma periapical: massa de tecido de granulação crônica ou agudamente inflamado no ápice de um dente desvitalizado. Esta lesão NÃO apresenta microscopicamente um tecido de inflamação granulomatoso verdadeiro. Originada do desequilíbrio entre o sistema de defesa do hospedeiro e a invasão microbiana/disseminação de toxinas na região apical. Nos estágios iniciais, presença de neutrófilos e sem alterações radiográficas – sendo denominada de periodontite apical aguda. Podem aparecer após um abscesso periapical ou se desenvolver como uma patologia inicial. Podem ainda se transformar em cistos periapicais ou reagudizar, levando a um abscesso novamente ou aumento da área radiolucida. A maioria é assintomática, ocorrendo dor ou sensibilidade em caso de exacerbação aguda. Apresentam-se como área radiolucida variando de quase imperceptíveis até 2 cm; os dentes acometidos apresentam a perda da lamina dura apical. Pode ser bem circunscrita, maldefinida e pode ou não apresentar um halo radiopaco circundante. Pode haver reabsorção radicular. O tratamento vai depender da extensão da lesão, visando a eliminação do foco de infecção, sendo via endodontia ou via cirúrgica. O uso de AINES para melhorar a sintomatologia pode ser benéfico e o uso de ATBs não é recomendado ao menos que haja tumefação associada ou outras alterações sistêmicas. 
e) Cisto Periapical: O epitélio na região do ápice de um dente desvitalizado presumivelmente pode ser estimulado pela inflamação para formar um cisto verdadeiramente revestido por epitélio. A resposta inflamatória parece aumentar a produção do fator de crescimento de ceratinocitos pelo estroma das células periodontais, levando a proliferação de epitélio na região. Varia de 7 a 54% de incidência das imagens radiolucidas apicais. Caracaterizam-se por uma capsula de tecido conjuntivo fibroso revestida por epitélio com um lumen contendo liquido e restos celulares. A maioria cresce lentamente e não atinge um tamanho grande. 
Processos Proliferativos Não neoplásicos
	São representados por um grupo de lesões que acometem a boca e se caracterizam por uma proliferação tecidual, geralmente de natureza inflamatória e sem características histológicas neoplásicas. Pode-se dizer que são lesões reativas que se desenvolvem em resposta a um dano tecidual recorrente e crônico, o qual estimula uma resposta tecidual excessiva ou exuberante. 
A) Granuloma Piogênico: É considerado uma hiperplasia reativa que se desenvolve em resposta a uma irritação local crônica de baixa intensidade ou trauma. Pode estar ligado a fatores hormonais ou fármacos. Tem alta prevalência na cavidade bucal, porém não é exclusivo de boca. De etiologia desconhecida, porém um terço das lesões ocorre devido a trauma e pobre higiene oral. Clinicamente o GP apresenta-se como nódulo séssil, de coloração vermelha, sangramento fácil, consistente mole, indolor e localizado na gengiva. Quanto mais vermelha e ulcerada e componente vascular e a medida que vai sendo substituído pelo tecido fibroso, a coloração torna-se mais rosa, caracterizando lesões mais antigas. Predileção por gengivas, mais anteriores do que posteriores. Diagnostico diferencial com lesão periférica de células gigantes, HFI, hemangioma (lesão inicial), fibroma (lesão antiga). Tratamento com excisao cirúrgica + eliminação do fator irritante.
B) Lesão Periférica de células gigantes: Origina-se do periósteo e do ligamento periodontal em resposta a uma inflamação local ou trauma crônico. Etiologia desconhecida, podendo ocorrer por conta de traumas, placa dental, restauração mal adaptada, entre outros fatores irritantes. Maior prevalência entre a quinta e sexta década de vida com leve predileção pelo sexo feminino. Caracteriza-se por nódulode tecido mole intensamente vascularizado, coloração vermelha ou vermelha-arroxeada, frequentemente coberta por exsudato fibrinoso sob áreas ulceradas. Localizada exclusivamente na gengiva ou rebordo edentulo, mais frequentemente na mandíbula. Podem variar de pequenas pápulas a uma massa aumentada – inferiores a 2 cm de diamentro. Tratamento cirúrgico + eliminação do fator irritante
C) Lesao Central de células gigantes: mesma entidade patológica na lesão descrita acima, diferindo apenas a localização. Essas lesões desenvolvem-se dentro do osso. 
D) Hiperplasia fibrosa inflamatória: Lesão semelhante a um tumor de tecido conjuntivo fibroso que ocorre em resposta a uma irritação crônica de baixa intensidade. A etiologia é um trauma causado por próteses mal adaptadas. Apresenta-se como única ou múltiplas projeções ou pregas de tecido hiperplásico que se desenvolvem no vestíbulo alveolar, tanto na maxila quanto na mandíbula. Varia a cor e consistência em decorrência da localização e tempo de evolução da lesão. Alguns pacientes podem relatar dor. A remoção do agente causador (a longo prazo) determina a redução de volume da lesão, porém é necessária a remoção cirúrgica e ainda correção ou confecção de nova prótese. 
E) Hiperplasias gengivais: Aumento do tecido gengival fibromatoso. 
· Hiperplasia gengival inflamatória – associada ao acumulo de placa e ocorre de forma localizada ou generalizada proveniente de inflamação crônica, de progressão lenta, gradual e indolor. O aspecto clinico varia em função dos componentes teciduais presentes, ou seja, em casos com predominância de infiltrado inflamatório e vascularização, a gengiva apresenta-se avermelhada com sangramento ao toque ou ate mesmo espontâneo. Já quando há proliferação epitelial associada a TC fribroso, o aspecto é semelhante a hiperplasia medicamentosa. O tratamento é feito através de periodontia básica com ou sem correção cirurgia. 
· Hiperplasia gengival medicamentosa – também pode ser localizada ou generalizada, normalmente com inicio na papila dental. Coloração semelhante ao periodonto de proteção, firme a palpação, com grande predominância de tecido fibroso. Os três principais medicamentos associados ao crescimento gengival são os anticonvulsionantes (Dilantin, Epelin, Fenitoina, Gardenal e Hidantal); imunossupressores (Ciclosporina-A) e bloqueadores dos canais de cálcio (Nifedipina, verapamil, Diltiazem e Felodipina. Não há quadro histopatológico patognomonico, logo, o diagnostico das hiperplasias medicamentosas é feito pela observação dos sinais clínicos associados a anamnese. Nos estágios iniciais p controle de placa é essencial para evitar o desenvolvimento das hiperplasias. No entanto, uma vez instaladas, o tratamento consister no controle de placa, periodontia básica seguido de cirurgia periodontal. Vale observar que os tratamentos são paliativos, visto que os medicamentos são de uso continuo. 
F) Hiperplasia gengival hereditária: Crescimento gengival fibrótico que cobre uma grande porcao da coroa clinica. O aumento da gengiva apresenta coloração normal, resistente a pressão com pouca tendência a sangramento. O aumento ocorre tanto por vestibular como por lingual, na maioria das vezes, generalizado. O mecanismo não é completamente entendido e pode-se dizer que é uma doença rara que afeta homens e mulheres na mesma proporção e transmissão por via autossômica dominante. O tratamento das formas leves é a RAR + controle de placa, e, caso não seja suficiente, cirurgia periodontal. Pode haver recidivas mesmo com controle de placa eficiente.

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