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Direitos e Deveres do Cidadão

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Direitos e 
Deveres do 
Cidadão
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
ead.sestsenat.org.br 
CDU 342.7
115 p. :il. – (EaD)
Curso on-line – Direitos e Deveres do Cidadão – 
Brasília: SEST/SENAT, 2016.
1. Cidadão - direitos e deveres. 2. Direitos 
fundamentais. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço 
Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título.
3
Sumário
Apresentação 7
Unidade 1 | Constituição Federal 9
1 Constituição Federal 10
1.1 Conhecer a Constituição Federal do Brasil 10
1.2 Título I – Princípios Fundamentais 11
1.3 Título II – Direitos e Garantias Fundamentais 11
1.4 Título III – Organização do Estado 13
1.5 Título IV – Organização dos Poderes 13
1.6 Título V – Defesa do Estado e das Instituições 14
1.7 Título VI – Tributação e Orçamento 14
1.8 Título VII – Ordem Econômica e Financeira 14
1.9 Título VIII – Ordem Social 15
1.10 Título IX – Disposições Constitucionais Gerais 15
2 Compreender a Importância da Carta Magna 16
Glossário 17
Atividades 18
Referências 19
Unidade 2 | O Que é Cidadania 22
1 O Que é Cidadania? 23
1.1 Conceitos e Evolução Histórica 23
1.2 Abordagem Atual da Cidadania 24
1.3 Aplicação Prática da Cidadania 25
1.3.1 A Cultura da Paz 25
1.3.2 Ética e Cidadania 30
1.4 Ética e Educação 31
4
Glossário 33
Atividades 34
Referências 35
Unidade 3 | Principais Direitos Constitucionais 38
1 Principais Direitos Constitucionais 39
1.1 Conceito de Direitos Constitucionais 39
2 Artigo 5º da Constituição 42
3 Principais Direitos Individuais 43
3.1 Direito à Vida 43
3.2 Direito à Liberdade 43
3.3 Direito à Segurança 44
3.4 Direito à Integridade Física 45
3.5 Direito à Propriedade 45
4 Principais Direitos Sociais 46
4.1 Direito à Saúde, à Moradia e ao Lazer 46
4.2 Direito ao Trabalho 46
4.3 Direito ao Livre Exercício Profissional 47
4.4 Direito à Liberdade Religiosa 47
Glossário 48
Atividades 49
Referências 50
Unidade 4 | Principais Deveres Constitucionais 53
1 Principais Deveres Constitucionais 54
1.1 Conceito dos Deveres Constitucionais 54
1.2 Dever do Voto 54
1.3 De Obedecer às Leis do País 56
5
1.4 Do Respeito aos Direitos Sociais e aos Demais Cidadãos 57
1.5 Da Proteção à Natureza e ao Patrimônio Público do País 57
Glossário 59
Atividades 60
Referências 61
Unidade 5 | Direitos Individuais e Coletivos 64
1 Direitos Individuais e Coletivos 65
1.1 Conceito de Direito Individual e Coletivo 65
1.1.1 Direito ao Acesso à Informação 66
2 Proteção da Coletividade 67
Glossário 68
Atividades 69
Referências 70
Unidade 6 | Direitos Como Cidadão Consumidor 73
1 Direitos Como Cidadão Consumidor 74
1.1 Código de Defesa do Consumidor 74
1.2 Direitos e Garantias Previstas no Código de Defesa do Consumidor 75
2 Deveres do Consumidor 77
2.1 Mecanismos Judiciais e Extrajudiciais de Solução de Conflitos 78
2.2 Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) 79
Atividades 80
Referências 81
Unidade 7 | Código Civil 84
1 Código Civil 85
1.1 Apresentação do Código Civil 85
1.2 Importância para a Sociedade e para o Cidadão 85
6
1.3 Capacidade e incapacidade civil 86
1.4 Direitos Civis 87
Glossário 88
Atividades 89
Referências 90
Unidade 8 | Direitos Específicos: da Criança, da Mulher e do Idoso 93
1 Direitos Específicos: da Criança, da Mulher e do Idoso 94
1.1 Estatuto da Criança e do Adolescente 94
1.2 Proteção à Maternidade e à Infância 95
1.3 Lei Maria da Penha 95
1.4 Crimes contra a Mulher 96
1.5 Medidas Protetivas 97
1.6 Estatuto do Idoso 98
Glossário 100
Atividades 101
Referências 102
Unidade 9 | Declaração Universal dos Direitos do Homem 105
1 Declaração Universal dos Direitos do Homem 106
1.1 Organização das Nações Unidas (ONU) 106
1.2 Declaração Universal dos Direitos do Homem 107
1.2.1 Objetivos da Declaração Universal do Direito do Homem 107
Glossário 108
Atividades 109
Referências 111
Gabarito 114
7
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Direitos e Deveres do Cidadão! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
O curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 9 unidades, conforme 
a tabela a seguir.
Unidades Carga Horária
Unidade 1 | Constituição Federal 5 h
Unidade 2 | O Que é Cidadania 3 h
Unidade 3 | Principais Direitos Constitucionais 3 h
Unidade 4 | Principais Deveres Constitucionais 3 h
Unidade 5 | Direitos Individuais e Coletivos 3 h
Unidade 6 | Direitos como Cidadão Consumidor 3 h
Unidade 7 | Código Civil 3 h
Unidade 8 | Direitos Específicos: da Criança, da Mulher e do 
Idoso
4 h
Unidade 9 | Declaração Universal dos Direitos do Homem 3 h
8
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br.
Bons estudos!
9
UNIDADE 1 | CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL
10
1 Constituição Federal
1.1 Conhecer a Constituição Federal do Brasil
O primeiro passo para sabermos nossos 
direitos e deveres enquanto cidadãos 
brasileiros é conhecer a Constituição 
Federal do Brasil. No processo de 
abertura democrática do país, em 1988, 
homens e mulheres, representantes de 
diversas causas do povo, tornaram-se 
deputados constituintes, estabelecendo 
então um ordenamento jurídico para o 
estado brasileiro. Em sua apresentação, é 
possível sentir o “peso” desse importante 
documento:
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia 
Nacional Constituinte para instituir um Estado democrático, 
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, 
a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a 
igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade 
fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia 
social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a 
solução pacificadas controvérsias, promulgamos, sob a proteção 
de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do 
Brasil. (BRASIL, 1988) 
Tendo como pilares fundamentais a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa 
humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político, é 
a lei fundamental e suprema do Brasil, sendo a base para todas as outras redações 
normativas aplicadas por todos os entes federativos. É distribuída em nove títulos (o 
que podemos compreender como capítulos também), sendo:
11
1.2 Título I – Princípios Fundamentais 
Os princípios fundamentais da CF consistem em: 
• Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Garantir o desenvolvimento nacional;
• Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e 
regionais; e
• Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e 
quaisquer outras formas de discriminação.
Esses princípios fundamentais devem nortear nossas relações com a sociedade e com 
o Estado, nossas atitudes diárias. Para exercermos nossa liberdade, em sua plenitude, 
precisamos primeiramente respeitar o outro e seu espaço, respeitar a liberdade 
do outro. Tem uma frase do filósofo inglês Herbert Spencer que diz o seguinte: “A 
liberdade de cada um termina onde começa a liberdade do outro.”. Examine se seu 
comportamento segue esses princípios.
1.3 Título II – Direitos e Garantias Fundamentais 
Um cidadão tem direitos e garantias fundamentais, os quais estão expressos no artigo 
5º: “Todossão iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, 
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988).
Podemos destacar os seguintes direitos:
• Individuais e Coletivos;
o Direito à privacidade;
o Direito à reunião;
12
o Direito à vida;
o Direito à igualdade;
o Direito à liberdade profissional;
o Direito à liberdade de expressão;
o Sigilo das comunicações telefônicas;
o Direito à inviolabilidade de domicílio;
o Direito ao devido processo legal;
o Direito à liberdade de associação;
o Direito de petição; e
o Direito de obtenção de certidões.
• Sociais;
o Direito à educação, à saúde, à alimentação, ao trabalho, à moradia, ao transporte1 
, ao lazer, à segurança, à previdência social, à proteção à maternidade, à infância, 
e à assistência aos desamparados; e
o Direitos sociais e coletivos dos trabalhadores.
• Direitos da nacionalidade;
• Políticos;
• Direitos relativos à existência e funcionamento dos partidos políticos.
1 O transporte foi inserido como um direito social pela EC 90/2015.
13
1.4 Título III – Organização do Estado
Esse título define a organização do Estado brasileiro, estabelecendo tal organização 
nos seguintes aspectos:
• Organização Político-Administrativa;
• União;
• Dos Estados Federados;
• Dos Municípios;
• Do Distrito Federal e dos Territórios;
• Da Intervenção; e
• Da Administração Pública.
1.5 Título IV – Organização dos Poderes 
Esse título traz a organização dos poderes, sendo:
• Legislativo;
• Executivo; e
• Judiciário.
14
1.6 Título V – Defesa do Estado e das Instituições 
Esse título traz a organização do Estado e das Instituições, nos seguintes aspectos:
• Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio;
• Das Forças Armadas; e
• Da Segurança Pública.
1.7 Título VI – Tributação e Orçamento 
Esse título traz a organização do Estado com foco em sua tributação e orçamento, 
sendo:
• Do Sistema Tributário Nacional; e
• Das Finanças Públicas.
1.8 Título VII – Ordem Econômica e Financeira 
Esse título traz a organização econômica e financeira do Estado brasileiro, sendo:
• Dos Princípios Gerais da Atividade Econômica;
• Da Política Urbana;
• Da Política Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária; e
• Do Sistema Financeiro Nacional.
15
1.9 Título VIII – Ordem Social
Em seu artigo 193, a CF expressa que a ordem social tem como base “o primado do 
trabalho, e como objetivo e o bem-estar e a justiça sociais”. 
1.10 Título IX – Disposições Constitucionais Gerais
Esse capítulo expressa as disposições constitucionais gerais da CF.
A CF traz também os princípios do Estado Democrático de Direito, os quais norteiam as 
relações sociais e institucionais da nossa nação: 
a) Princípio da constitucionalidade;
b) Princípio democrático;
c) Sistema de direitos fundamentais;
d) Princípio da Justiça Social;
e) Princípio da igualdade;
f) Princípio da separação dos poderes;
g) Princípio da legalidade; e
h) Princípio da Segurança Jurídica
16
2 Compreender a Importância da Carta Magna
A monarquia inglesa no século XIII 
passava por momentos de conflitos. O 
rei da Inglaterra João Sem-Terra (1.199 
a 1.216) exercia abusivamente seus 
poderes. Dessa forma, foi absolutamente 
irascível em seu reinado, impondo a todo 
o reino uma política tributária altamente 
onerosa, cobrando de seus súditos 
impostos cada vez mais elevados. 
Forçado a uma negociação com a nobreza inglesa teve que renunciar a direitos, 
devendo então respeitar os procedimentos legais acordados à época, reconhecendo 
que a vontade do rei estaria sujeita à lei. Esse acordo, denominado de Carta Magna ou 
Carta Maior, é um documento que trouxe os princípios do constitucionalismo.
 c
A Constituição Federal Brasileira foi promulgada em 1988, 
contando com a mobilização popular no processo de 
redemocratização, é a Carta Magna do povo brasileiro. 
 g
Leia na íntegra a nossa Constituição Federal, disponível no link 
a seguir. 
 
h t t p : / / w w w. p l a n a l to . g ov. b r/ c c i v i l _ 0 3 / co n s t i t u i c a o/
constituicaocompilado.htm 
17
Glossário
Cidadania: qualidade de cidadão, membro do Estado que tem o direito de participar 
da vida política.
Ente federativo: estados, municípios e distritos que compõem um país.
Íntegra: totalidade, todo, texto completo.
Irascível: que se irrita com facilidade, humor que se altera facilmente.
Normativa: prescreve regras, estabelece normas e procedimentos.
Onerosa: dispendiosa, que gera despesa, gasto.
Pilar: elemento estrutural, base.
Plenitude: completo, cheio.
Pluralismo: contempla e reconhece a diversidade, multiplicidade de fatores ou de 
elementos.
Soberania: superioridade de autoridade ou de poder.
18
 a
1) Indique a alternativa correta. Os nove títulos da 
Constituição Federal são: 
 
a. ( ) Princípios Fundamentais, Direitos e Garantias 
Fundamentais, Organização do Estado, Organização dos 
Poderes, Defesa do Estado e das Instituições, Tributação e 
Orçamento, Ordem Econômica e Financeira, Ordem Social, 
Disposições Constitucionais Gerais. 
 
b. ( ) Princípios Fundamentais, Direitos e Garantias 
Fundamentais, Organização do Estado, Organização dos 
Poderes Legislativo e Executivo, Defesa do Estado e das 
Instituições, Tributação e Orçamento, Ordem Econômica e 
Financeira, Ordem Social, Disposições Constitucionais Gerais. 
 
c. ( ) Princípios Fundamentais, Direitos e Garantias 
Fundamentais, Organização do Estado, Organização dos 
Poderes, Defesa do Estado e das Instituições, Tributação e 
Custos, Ordem Econômica e Financeira, Ordem Social, 
Disposições Constitucionais Gerais. 
 
d. ( ) Princípios Fundamentais, Direitos e Garantias 
Fundamentais, Organização da Federação, Organização dos 
Poderes, Defesa do Estado e das Instituições, Tributação e 
Orçamento, Ordem Econômica e Financeira, Ordem Social, 
Disposições Constitucionais Gerais. 
 
2) Indique a alternativa correta. O texto constitucional, em 
seu art. 5.º, caput, prevê expressamente os direitos 
fundamentais que todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito: 
 
a. ( ) À vida, à dignidade, à intimidade e à igualdade. 
 
b. ( ) À vida, à liberdade, à segurança, à intimidade e à 
dignidade. 
 
c. ( ) À vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade. 
 
d. ( ) À vida, à igualdade, à liberdade e à fraternidade.
Atividades
19
Referências 
BRASIL. Declaração Universal dos Direitos Humanos garante igualdade social. 2009. 
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2009/11/declaracao-
universal-dos-direitos-humanos-garante-igualdade-social>. Acesso em: 8 abr. 2016.
______. Senado. Código civil brasileiro e legislação correlata. 2. ed. Brasília: Senado 
Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. Disponível em: <http://www2.
senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/70327/C%C3%B3digo%20Civil%202%20ed.
pdf?sequence=1>. Acesso em: 31 maio 2016.
______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica, Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação. Ética e cidadania: construindo valores na escola e na 
sociedade. Brasília, 2007: p. 84. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/Etica/liv_etic_cidad.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2016. 
______. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Brasília, 2006.
______. Lei Federal nº 10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do 
Idoso e dá outras providências. Brasília, 2003.
______. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília, 2002. 
______. Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da 
Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, 1990.
______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, 1988.
BONAVIDES, Paulo. A quinta geraçãodos Direitos Fundamentais. Direitos 
Fundamentais, Justiça, n. 3. abr./jun. 2008.
BONAVIDES, Paulo; MIRANDA, Jorge; AGRA, Walber de Moura. Comentários à 
Constituição Federal de 1988. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 7
CARDIA, Nancy. Percepção dos direitos humanos: ausência de cidadania e a exclusão 
moral. In: ______. A cidadania em construção. São Paulo: Cortez, 1994.
CARTILHA DO CONSUMIDOR. Departamento de Proteção à Defesa do Consumidor. 
Procon Alagoas/AL. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.procon.
al.gov.br/legislacao/cartilhadoconsumidor.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2016.
20
COMPROMISSO E ATITUDE. Legislação sobre violência contra as mulheres no Brasil. 
Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://www.compromissoeatitude.org.br/
legislacao-sobre-violência-contra-as-mulheres-no-brasil/>. Acesso em: 2 jun. 2016.
CONTEÚDO ESCOLA. Exclusão social. Que bicho é esse? Portal da internet, 2016. 
Disponível em: <http://www.conteudoescola.com.br/artigos/28/95-exclusao-social-
que-bicho-e-esse-i>. Acesso em: 17 jun. 2016.
DIREITOS CIVIS. O que são Direitos Civis. Portal da internet, 2015. Disponível em: 
<http://direitoscivis.org.br/?page_id=5>. Acesso em: 31 maio 2016.
IACOCCA, Liliana. Você e a Constituição. São Paulo: Casa Amarela, 2003, p. 83.
MELO, Getúlio Costa. Evolução histórica do conceito de cidadania e a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem. Âmbito Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 119, dez 2013. 
Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_
leitura&artigo_id=13959>. Acesso em: jun. 2016.
ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Conheça a ONU. Disponível em: <https://
nacoesunidas.org/conheca/>. Acesso em: 7 jun. 2016.
______. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em: <http://
www.dudh.org.br/declaracao>. Acesso em: 2 jun. 2016.
QUEIROZ, Tayrine. Marco Civil da Internet: um estudo da sua criação sob a influência 
dos direitos humanos e fundamentais, a neutralidade da rede e o interesse público 
versus privado. Portal da internet, 2016. Disponível em: <http://tinyurl.com/jd62g9m>. 
Acesso em: 10 jun. 2016.
SANTOS, L. L. Vilas Boas. O Princípio da Igualdade. Disponível em: <http://www.
ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=7039>. Acesso em: 10 abr. 2016.
SCHMIEGUEL, Carlos. Conceito de lei em sentido jurídico. Portal da internet, 
2016. Disponível em: <http://www.periodicos.unc.br/index.php/agora/article/
viewFile/55/162>. Acesso em: 1 jun. 2016.
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 20. ed. São Paulo: 
Malheiros, 2001, p. 182-183.
21
SOARES, Antonio Mateus de Carvalho. Composição da sociabilidade violenta no Brasil. 
Revista de C. Humanas, Viçosa, v. 14, n. 1, p. 175-190, jan./jun. 2014.
SORIANO, Ramón. Las liberdades públicas. Madri: Tecnos, 1990. p. 84.
VALENTE, Maria Jovita Wolney. Livro do cidadão. 3. ed. Brasília: AGU/MJ, 2006. p. 451.
ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares et al. Ética e Cidadania nas Escolas. João Pessoa: 
Universitária, 2003, p. 259. Disponível em: <http://www.dhnet.org.br/dados/livros/a_
pdf/livro_edh_etica_cid_escolas_naza.PDF>. Acesso em: 7 abr. 2016.
ZIMMERMANN, Augusto. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Lumen Juris, 2002.
22
UNIDADE 2 | O QUE É 
CIDADANIA
23
1 O Que é Cidadania?
1.1 Conceitos e Evolução Histórica
Segundo Araújo (2007, p. 11), em seu 
artigo “A educação e a construção da 
cidadania: eixos temáticos da ética e 
da democracia”, da coletânea Ética e 
Cidadania – Construindo Valores na 
Escola e na Sociedade, a cidadania é um 
conceito bem mais amplo do que um 
conjunto de direitos e de deveres. De 
acordo com o autor, a cidadania permite 
aos cidadãos o exercício de funções 
públicas, o direito de participar da vida 
política (podendo votar e serem votados), além de poderem participar ativamente na 
elaboração das leis.
Em sua evolução histórica, a cidadania demonstra sua dinamicidade, a capacidade 
de adaptação e de reflexo da sociedade. Do espaço público na polis2 e do exercício 
político de um cidadão na Grécia antiga, passando pelos direitos civis conquistados 
na Revolução Francesa (1789), a relação de cidadania foi construída e fortalecida na 
consolidação de territórios, governo e população. 
Nessa época, ser um cidadão significava ter o sentimento de pertencer a um povo, a 
uma nação. Ou seja, um súdito, um lavrador ao se sentir pertencente a um povo, era 
considerado também um cidadão. Segundo Melo (2013), no século XX, as duas guerras 
mundiais foram importantes para a uma modificação no conceito de cidadania. Havia 
o medo de que governos cometessem atrocidades respaldadas pela legalidade, o 
que fez com que órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) 
passassem a entender cidadania como algo indissociável dos direitos humanos. 
2 Cidades - estados antigas; tipo de organização a que é atribuído, pela maioria dos historiadores, o conceito tradicional 
de cidadania. Nessa fase cidadania se restringia à participação política de determinadas classes sociais. Cidadão era 
o que morava na cidade e participava de seus negócios (Evolução histórica do conceito de cidadania e a Declaração 
Universal dos Direitos do Homem. Getúlio Costa Melo).
24
No século XIX, a conquista de direitos políticos associados à escolha de representação e 
participação eleitoral ampliou o significado de cidadania. A universalização de direitos 
sociais no século XX, com o consequente atendimento das necessidades de um povo, 
ampliou o acesso de direitos políticos de parte da população mundial no exercício de 
uma vida digna com o mínimo de qualidade e acesso às políticas.
A evolução do conceito de cidadania é acompanhada pela conquista e manutenção 
de direitos sociais e pelo processo de maturidade de um povo. Ou seja, quanto 
mais amadurecido o povo de uma nação, maior é o exercício pleno de cidadania, 
contemplando o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo, ideológico, científico e 
cultural do cidadão, promovendo, assim, uma vida digna e saudável.
Dessa forma, o conceito de cidadania é dinâmico, em constante evolução e associado 
ao exercício de liberdades essenciais.
1.2 Abordagem Atual da Cidadania
Hoje o conceito de cidadania contempla o cidadão além de suas 
necessidades políticas e sociais (educação, saúde, segurança, 
previdência, entre outros), sendo aplicado em uma incessante 
busca por melhores condições para exercer uma vida digna. 
Segundo Bonavides (2009), o conceito contemporâneo de 
cidadania considera que o cidadão não é apenas aquele que 
vota, mas aquele que o faz de maneira consciente e participativa 
na construção da vida coletiva no Estado democrático. 
25
Esse conceito clareia a necessidade 
da luta diária e constante para o 
fortalecimento da cidadania, pois grande 
parte da população mundial ainda não 
tem acesso aos direitos básicos enquanto 
cidadãos. Ou seja, não basta os direitos 
estarem promulgados e fundamentados 
na Constituição e em seus instrumentos. 
É necessário efetivá-los, ampliando o 
acesso da população a uma vida digna e 
saudável, por meio da garantia e do exercício dos direitos fundamentais da pessoa 
humana. 
1.3 Aplicação Prática da Cidadania
1.3.1 A Cultura da Paz
Desde os primórdios, a convivência humana é marcada pelo conflito baseado nas 
diferenças entre os povos, seja pela diferença de cultura, classe, religião, ou visão 
política. Dessa forma, cabe a cada um de nós lidarmos com o conflito de uma forma 
saudável e direcionadora para uma cultura de paz e equilíbrio nas relações humanas.
A prática da violência nas sociedades pode ser motivada por alguns fatores, tais como:
26
Tabela 1: Razões Que Estimulam a Violência
Fator estimulador 
da violência
Razões porque esses fatores estimulam a violência
Esvaziamento de 
conteúdos culturais
O esvaziamento de conteúdos culturais impede o acesso às 
referências culturaisque promovem a base para a construção de 
um pensamento crítico e pacificador.
Difusão de valores 
individualistas
A difusão de valores individualistas afeta negativamente a 
construção de valores coletivos, em que o seu vizinho, o seu 
colega de trabalho, a outra pessoa que está no ônibus ao seu lado, 
se torna um adversário, alguém com quem se deve competir, e 
não auxiliar, trabalhar conjuntamente. 
Segregação social 
e espacial das 
populações
A segregação social e espacial das populações é caracterizada 
pela exclusão dos cidadãos de seus direitos fundamentais e pela 
distribuição dos cidadãos pelo espaço da cidade onde o acesso 
às políticas públicas é precário. Favelas, periferias, bairros mais 
afastados são exemplos de segregação espacial. 
Relações de 
sociabilidade 
frágeis
A sociabilidade é a capacidade que temos de viver em sociedade, 
desde o nascimento até a nossa integração às instituições (família, 
escola, igreja, estado, etc.), o que influencia nosso modo de viver 
e fortalece os laços da vida em comunidade. Essas relações de 
sociabilidade frágeis fomentam uma cultura da violência, em 
que “a impunidade e a intolerância” ocupam lugar central no 
esgarçamento do tecido social, pautando-se pelo uso de práticas 
agressivas e constituição de uma “cultura da violência”, que se 
manifesta pela ausência de ordem legal e insuficiência da inscrição 
efetiva da lei, associada aos déficits do Estado na garantia da 
cidadania e dos direitos sociais. (SOARES, 2014)
Cultura do medo
A cultura do medo é caracterizada pela soma dos valores, 
comportamentos e do senso comum da sociedade que, 
conjuntamente com a percepção de crescimento da criminalidade 
no dia a dia, transmiti a sensação de insegurança, de ausência do 
estado e de distanciamento do modo de vida comunitário.
27
O outro, o 
diferente como 
inimigo
A cultura do medo fomenta a individualidade e, consequentemente, 
o entendimento de que o vizinho, o colega de trabalho, o estranho 
na rua é inimigo, pois são diferentes do modo de vida que eu levo. 
O outro, por ser diferente de mim mesmo, ele é representa uma 
ameaça.
Utilização de 
soluções violentas 
como resolução de 
conflitos
Em uma sociedade na qual a cultura do medo está presente, por 
exemplo, ao ver uma pessoa pedindo dinheiro ou alimento em 
um sinal de trânsito você fecha os vidros do carro, a utilização 
de soluções violentas como resolução de conflitos do nosso dia 
a dia é vista de uma forma natural. Frases como “Bandido bom 
é bandido morto” são exemplos da utilização da violência como 
resposta aos conflitos sociais. 
A naturalização de 
comportamentos 
violentos
Percebemos que comportamentos violentos estão sendo 
naturalizados quando ficamos insensíveis às notícias de jornal de 
uma chacina, em que um cidadão matar o outro se torna banal 
e a vida parece sem valor. Vem o sentimento de que as coisas 
sempre foram assim e não tem como mudar, se torna banal, e a 
vida gradativamente perde seu valor.
A transformação 
do ser humano em 
coisa, objeto
O aumento de casos de pornografia infantil, tráfico de pessoas, 
tráfico e consumo de drogas, aumento da mortandade de jovens 
de baixa renda na periferia das cidades, aumento da violência 
pessoal exemplificam a transformação do ser humano em objeto. 
Afinal, é mais fácil categorizar um cidadão em condições de 
precariedade como um morador de rua como um objeto incômodo 
ou sem utilidade que pode ser jogado no lixo, do que oferecer 
auxilio e apoio para que aquele cidadão que está morando na rua 
tenha condições de reestruturar sua vida, podendo exercê-la com 
dignidade.
28
Exclusão social
A exclusão social é caracterizada por cidadãos que estão à margem, 
sem possibilidade de participação da vida social em sua plenitude. 
Podemos listar alguns tipos de exclusões (site conteúdo escola, 
2004):
• Excluídos no nível de grupos sociais:
o minorias étnicas (indígenas, negros);
o minorias religiosas;
o minorias culturais.
• Excluídos de gênero: mulheres e crianças.
• Excluídos em termos de opção sexual: homossexuais e bissexuais.
• Excluídos por idade: crianças e idosos.
• Excluídos por aparência física: obesos, deficientes físicos, 
pessoas calvas, mulatas ou pardas, portadores de deformidades 
físicas e mutiladas.
• Excluídos do universo do trabalho: desempregados e 
subempregados, pessoas pobres em geral.
• Excluídos do universo sociocultural: pessoas pobres em geral, 
habitantes de periferia dos grandes centros urbanos.
• Excluídos do universo da educação: os pobres em geral, os sem 
escola, as vítimas da repetência, da desistência escolar, da falta de 
escola junto a seus lares; deficientes físicos, sensoriais e mentais. 
• Excluídos do universo da saúde: pobres em geral, doentes 
crônicos e deficientes físicos, sensoriais e mentais.
• Excluídos do universo social como um todo: os portadores 
de deficiências físicas, sensoriais e mentais, os pobres, os 
desempregados.
29
Fonte: Adaptação baseado em conceitos Zenaide, 2003.
Gandhi quando nos trouxe o exemplo de resolução de conflitos com o estado britânico 
na Índia, pelo princípio da não agressão, traz à luz das relações sociais uma forma 
de convivência pacífica entre os povos, com bases nos princípios da verdade e não 
violência.
 c
A comunicação é a chave do fracasso ou sucesso de qualquer 
relação humana. Ela vai muito além das palavras. Um gesto, um 
olhar, um tom de voz às vezes diz muito mais do que palavras. E 
a percepção desses diferentes tipos de comunicação é 
importante para tentarmos resolver as situações conflituosas 
da melhor maneira. 
Exclusão Moral
Exclusão Moral é “... a perda da capacidade de indignação 
com o sofrimento do outro, e a aparente aceitação de 
práticas de violações contra o outro” (CARDIA, 1994). Essa 
perda de capacidade afeta diretamente a nossa percepção 
da importância dos direitos da pessoa humana para todo 
e qualquer cidadão do mundo em que vivemos. Todos, 
sem exceção, têm direitos iguais, mesmo cada um sendo 
diferente um do outro.
Violência como 
excesso de poder
O exercício do poder nas relações sociais em alguns casos 
é entendido como a autorização para o uso da violência 
contra o outro, contra o diferente. Quando movimentos 
sociais e o Estado, por meio do uso das forças policiais, 
entram em confronto, é um exemplo de que não houve o 
diálogo necessário para promover uma construção conjunta 
da solução do problema social objeto do confronto.
Violação dos 
direitos da pessoa 
humana
Quando os direitos universais da pessoa humana são 
agredidos seja pelo Estado, seja pelo cidadão, a cultura do 
medo e da violência é estimulada, prejudicando o convívio 
social. A violência dos direitos da pessoa humana de um só 
cidadão é uma ameaça e um prejuízo à estabilidade social de 
toda uma nação.
30
A técnica da comunicação não violenta criada por Rosenberg (2006), baseada no princípio 
da não agressão de Mahatma Gandhi, é utilizada para aprimorar relacionamentos 
pessoais e profissionais, auxiliando na forma como nos expressamos e ouvimos o 
outro, promovendo o respeito, a atenção e a empatia. Os passos da técnica são:
• Observação: as ações concretas que estamos observando e que afetam nosso 
bem-estar;
• Sentimento: como nos sentimos em relação ao que estamos observando;
• Necessidades: as necessidades, valores, desejos etc. que estão gerando nossos 
sentimentos; e
• Pedido: as ações concretas que pedimos para enriquecer nossa vida.
Como se pode observar, a comunicação não violenta vem com o objetivo de promover 
o equilíbrio nas relações humanas, auxiliando a quebrar aquele círculo- vicioso da 
violência e dominação.
1.3.2 Ética e Cidadania
 c
A ética é um importante valor para o exercício da cidadania. 
Agora, o que é ética? A ética depende da situação? Ou é algo 
muito bem definido: ou você não é um cidadão ético ou você é 
um cidadão ético? 
A ética é uma preocupaçãoantiga da humanidade, sendo expressa de forma vigorosa 
pelos gregos no século VI a.C., no qual ethos (modo de ser ou caráter) representa 
o lugar em que o cidadão da polis (cidade) é abrigado. Na coletividade ou em sua 
individualidade, o cidadão se relaciona com o estado pelo respeito às leis e pela moral. 
Dessa forma, a ética ocupa o lugar de Ciência da Moral. Segundo Pequeno (2003), a 
moral pode ser definida como conjunto de regras, princípios e valores que determinam 
a conduta de uma pessoa e tem sua origem nas virtudes ou ainda na obrigação de 
seguir as normas que orientam o seu comportamento. 
31
Agora, há um conflito que se estabelece entre a objetividade das normas, leis e a 
subjetividade das convicções pessoais de cada indivíduo no exercício de sua cidadania. 
Um cidadão tem o direito de não exercer a ética, seus valores morais, se a situação não 
for favorável a ele? Ética é flexível ou é imutável?
E você? É um cidadão ético? Faça uma pequena reflexão: você compraria um carro de si 
mesmo? Ou seja, o carro que você utiliza em seu dia a dia, quando você for vender, qual 
a sua postura com o comprador? Descrever o histórico de uso do carro, contando todos 
os detalhes do que precisa ser feito e avisa sobre a forma muitas vezes displicente que 
você dirigiu seu carro? Em uma negociação de compra e venda do automóvel, é ético 
esconder determinada informação para ter um melhor ganho na venda? Essa reflexão 
é um alerta para que cada vez mais entendamos o significado do dito popular “o que 
eu não quero que façam comigo, eu não faço com os outros”.
1.4 Ética e Educação
A educação, seja formal ou não, é uma 
importante ferramenta para que o 
indivíduo tenha condições de modificar 
a sua realidade. Como exemplo, 
os conhecimentos a respeito de 
saneamento básico auxiliam o indivíduo 
a prevenir doenças. Dessa forma, com o 
conhecimento adquirido pelo processo 
de educação, o indivíduo tem condições 
de exercer sua cidadania e seus direitos 
de uma forma consciente e, assim, 
construir sua vida de uma forma digna e saudável. 
A educação ajuda minimizar os impactos negativos do meio o qual o cidadão vive. É por 
sua formação educacional formal ou não que o cidadão pode realizar escolhas de vida 
que contemplem a sua comunidade, a valorização da sua relação com seu vizinho, de 
batalhar pela implantação de políticas públicas em seu bairro.
32
Quando um cidadão desenvolve sua capacidade de diálogo com a realidade cotidiana 
(exemplos: o salário do mês não dá para pagar todas as contas, levar o filho doente no 
posto de saúde e não ter médico de plantão, o vizinho ao lado foi morto em uma briga 
de gangues, o filho passou no vestibular mesmo estudando em escola pública etc.), 
é por meio de sua formação educacional, que ele consegue realizar escolhas dignas, 
mesmo em um ambiente adverso.
Quando um cidadão tem à sua disposição normas e leis sociais e morais inclusivas 
(Lei Maria da Penha, Estatuto da Criança, Lei do Idoso, Lei do Consumidor etc.), esse 
mesmo cidadão tem a possibilidade de minimizar preconceitos e discriminações das 
mais diversas em suas relações sociais cotidianas. 
A educação transforma um indivíduo desde sua infância até a melhor idade. A formação 
de um cidadão (formal ou não) possibilita que mesmo que ele tenha nascido em um 
local onde a cultura da violência é presente, pela sua própria força de vontade em 
construir um mundo melhor, tenha condições de transformar sua vida e daqueles que 
estão ao seu redor. 
Essa transformação da realidade por meio de escolhas positivas feitas pelo próprio 
cidadão, somente é permitida porque ele teve e tem acesso a parâmetros educacionais 
formais (escola, universidades etc.) ou não formais (comunidade, igreja, família etc.) 
que lhe permitiram desenvolver um pensamento crítico de sua realidade e também 
compreender como pode modificar as coisas que acontecem em sua vida.
 g
Acesse o portal e-Cidadania, do Senado Federal e saiba como 
participar da vida legislativa do país. 
 
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/sobre. 
33
Glossário
Atrocidades: crueldade, truculência. 
Respaldadas: ancoradas, fundamentadas. 
Indissociável: inseparável. 
Primórdios: início, começo. 
34
 a
1) Indique a alternativa correta. O conceito de cidadania é 
dinâmico, em constante evolução e associado ao exercício de 
liberdade essenciais. Dessa forma, podemos afirmar que: 
 
a.( ) Cidadania é a condição de acesso à direitos essenciais, 
sendo eles educação, saúde, segurança, previdência. 
 
b.( ) Os direitos econômicos de salário justo, emprego são os 
únicos direitos que permitem uma vida digna ao cidadão. 
 
c.( ) Quanto mais amadurecido o povo de uma nação, menor é 
o exercício pleno de cidadania, contemplando o desenvolvimento 
físico, psíquico, cognitivo, ideológico, científico e cultural do 
cidadão, promovendo assim uma vida digna e saudável. 
 
d.( ) Todas as alternativas estão incorretas. 
 
2) Indique a alternativa correta. Com relação à cidadania, 
podemos afirmar que: 
 
a. ( ) A comunicação é a chave do fracasso ou sucesso de 
qualquer relação humana. Desta forma, a comunicação não 
violenta é uma importante ferramenta no combate aos fatores 
de produção de violência, o que auxilia no exercício de uma vida 
digna e saudável. 
 
b. ( ) Mesmo nascido em um local onde a cultura da violência é 
presente, pela força de vontade em construir um mundo melhor, 
um cidadão pode transformar sua vida e dos que estão ao seu 
redor. 
 
c. ( ) Há um conflito ético que se estabelece entre a objetividade 
das normas, leis e a subjetividade das convicções pessoais de 
cada indivíduo no exercício de sua cidadania. 
 
d. ( ) Todas as alternativas estão corretas.
Atividades
35
Referências
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Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008. Disponível em: <http://www2.
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Idoso e dá outras providências. Brasília, 2003.
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Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, 1990.
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BONAVIDES, Paulo. A quinta geração dos Direitos Fundamentais. Direitos 
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ZIMMERMANN, Augusto. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Lumen Juris, 2002.
38
UNIDADE 3 | PRINCIPAIS 
DIREITOS CONSTITUCIONAIS
39
1 Principais Direitos Constitucionais
1.1 Conceito de Direitos Constitucionais 
O direito constitucional é o ramo do Direito Público que estuda 
os princípios indispensáveis à organização do Estado, à 
distribuição dos poderes, os órgãos públicos e os direitos 
individuais e coletivos. 
Dentre os direitos constitucionais 
temos os direitos fundamentais que 
foram o resultado de uma grande luta 
de um momento histórico de nosso 
país, quando grande parte da sociedade 
considerou necessária a proteção de tais 
direitos e, então, houve um consenso de 
âmbito nacional que foi documentando e 
aprovado tendo como base o princípio da 
dignidade da pessoa humana.
No sistema jurídico brasileiro, os direitos fundamentais dos cidadãos estão descritos 
nos primeiros artigos da CF e apresentam como principais características:
• Historicidade – os direitos fundamentais apresentam natureza histórica; 
• Mutabilidade – está relacionada quanto à estabilidade dos direitos fundamentais, 
ou seja, sua alterabilidade ou consistência;
• Inalienabilidade – não existe possibilidade de transferência, a qualquer título, 
desses direitos; 
• Imprescritibilidade – são direitos que não se perdem com o passar do tempo;
• Irrenunciabilidade – desses direitos não pode haver renúncia, pois ninguém pode 
abrir mão da própria natureza;
40
• Universalidade – alcançam todos os cidadãos brasileiros; e
• Relatividade ou limitabilidade – os direitos não são absolutos, sofrendo 
restrições nos momentos constitucionais de crise (Estado de Sítio) e também 
frente a interesses ou direitos que, acaso confrontados, sejam mais importantes 
(Princípio da Ponderação).
Esses direitos constitucionais possuem os seguintes tipos de eficácia:
• Eficácia vertical dos direitos fundamentais, que são aplicados nas relações entre 
particular e estado; e
• Eficácia horizontal dos direitos fundamentais, que são aplicados nas relações 
entre particulares.
Os Direitos Fundamentais possuem as seguintes dimensões:
• 1ª dimensão – direitos civis e políticos
o Os direitos dessa dimensão expressam a imposição de limites aos poderes 
públicos em favor do indivíduo, no qual o estado não pode interferir na liberdade 
individual do cidadão, sendo classificado também como direito de resistência ou 
de oposição perante o Estado.
• 2ª dimensão – direitos sociais, econômicos e culturais
o Os direitos dessa dimensão dependem de prestações de serviços do Estado para 
a satisfação das necessidades sociais, econômicas e culturais do cidadão, ou seja, 
o Estado é obrigado a fazer e a garantir esses direitos ao indivíduo. 
• 3ª dimensão – direitos coletivos e difusos
o Os direitos de terceira dimensão são os direitos coletivos em sentido amplo, 
incluindo os direitos difusos, os coletivos em sentido estrito e os direitos 
individuais homogêneos. Esses direitos são expressos por meio de sentimentos 
como a solidariedade e a fraternidade, contribuindo para a proteção e 
emancipação dos cidadãos.
• 4ª dimensão – democracia direta/biotecnologia e patrimônio genético
41
o Os direitos de quarta dimensão envolvem o direito à democracia direta, assim 
como a informação e ao pluralismo em nossa sociedade. A preocupação com a 
temática da biotecnologia e do patrimônio genético expressa a preocupação com 
o futuro das relações sociais, na qual a manipulação genética de genes humanos, 
vegetais e/ou animais podem influenciar o modo de viver do cidadão. 
• 5ª dimensão – direito à paz (universal) / direitos “virtuais” ou “cibernéticos”
o Segundo Paulo Bonavides (2008), essa dimensão destaca a paz como um direito 
fundamental que legitima o estabelecimento da ordem, da liberdade e do bem 
comum. 
o Segundo Augusto Zimmermann (2002), os direitos “virtuais” ou “cibernéticos” são 
direitos essenciais à realidade virtual, compreendendo o grande desenvolvimento 
da Internet. O Marco Civil promulgado pela Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014, 
estabelece direitos e deveres relativos ao uso da Internet no Brasil e determina 
as diretrizes para atuação da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios em relação à matéria. Dessa forma, é considerado um meio pelo qual 
o cidadão realiza o exercício da cidadania em meios digitais. 
Há algumas situações que os direitos fundamentais se chocam, por exemplo: um 
jornalista que veicula uma matéria (direito individual da livre manifestação do 
pensamento, sendo vedado o anonimato) que afeta negativamente a imagem de um 
político (direito individual de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização 
por dano material, moral ou à imagem). O que fazer? A doutrina jurídica estabelece 
o princípio da harmonização, que traz para a mediação do conflito a ponderação de 
interesses, para assim decidir o prevalecimento de um sobre o outro. Mas mesmo 
prevalecendo um direito fundamental o outro não deve ser negado, devendo ambos 
respeitar o seu núcleo de origem. 
O reconhecimento desses direitos fundamentais pelos constituintes (àqueles que 
tiveram a missão de elaborar a constituição do nosso país) foi um passo importante 
para o ordenamento jurídico de nosso país. Porém, sem o esforço do Estado por meio 
da implementação de políticas públicas que garantam ao cidadão o exercício pleno 
desses direitos e sem o esforço do indivíduo na aplicação desses direitos em sua vida 
e na sua relação com o outro cidadão,não é possível ter a aplicação real das garantias 
desses direitos humanos fundamentais.
42
2 Artigo 5º da Constituição
A Constituição Federal era denominada 
por Ulysses Guimarães de “Constituição 
Cidadã” pelos avanços sociais que 
contribuíram para que homens e mulheres 
sejam reconhecidos como cidadãos com 
direitos e deveres, consolidando assim 
a formação do Estado democrático de 
direito no Brasil.
Ulysses Guimarães foi o presidente da 
Assembleia Constituinte que promulgou 
a nova Constituição democrática para o Brasil após 21 anos sob regime militar.
O artigo 5º da CF é o principal guia desse exercício da cidadania em nosso país, 
resguardando os princípios de isonomia do cidadão brasileiro, garantindo-lhe direitos 
fundamentais para o exercício de uma vida digna e saudável. Esse artigo expressa que 
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. 
Esse artigo é considerado cláusula pétrea de nossa Constituição, não podendo ser 
abolida do texto constitucional nem por decreto, nem por emenda.
 
43
3 Principais Direitos Individuais
3.1 Direito à Vida
O que é ter direito à vida? É o direito de continuar vivo ou o direito a uma vida digna? 
Esse direito fundamental possui dupla acepção, ou seja, dependendo do contexto, 
pode ter um significado ou outro significado, sendo o Estado responsável em assegurar 
esse direito.
3.2 Direito à Liberdade
Todo cidadão tem o direito à liberdade e à inviolabilidade. Tem-se, a seguir, os tipos de 
liberdades e inviolabilidades:
• Liberdades: 
o Expressão da atividade intelectual;
o Artística; 
o Científica e de comunicação; 
o Livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão; 
o Culto; 
o Reunião; 
o Associação; 
o Comunicação; e 
o Manifestação do pensamento. 
44
As liberdades estão presentes em nosso cotidiano, no momento que uma organização 
social realiza um manifesto de seus interesses em locais públicos, em postagens nas 
redes sociais, assim como na liberdade de culto, mesmo o Brasil sendo um estado Laico.
Cada liberdade traz consigo a responsabilidade, pois o uso indevido das mesmas pode 
acarretar em sanções ao cidadão que feriu algumas dessas liberdades expressas na CF.
• Inviolabilidades: 
o À intimidade; 
o À vida privada; 
o À honra e a imagem das pessoas; 
o À casa (asilo inviolável do indivíduo); 
o Ao sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas; e 
o De dados e das comunicações telefônicas. 
A inviolabilidade deve ser resguardada, salvo, no último caso, por ordem judicial, 
nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal.
3.3 Direito à Segurança
O direito à segurança é caracterizado pelo sentimento de um cidadão de não se 
sentir vulnerável em relação aos outros homens e à sociedade, garantindo, assim, à 
manutenção de outros direitos fundamentais, seja por meio da segurança individual (a 
garantia de uma vida plena, com o gozo dos direitos e liberdades individuais), ou por 
meio da segurança coletiva, que se caracteriza pela proteção de toda a sociedade, por 
meio de ações de prevenção ou de repressão.
45
3.4 Direito à Integridade Física 
O direito à integridade física é o direito do cidadão de não ter o seu corpo violado 
fisicamente (danos corporais, agressão, ferimentos). Esse direito é tipificado pelo 
Código Penal, sendo:
• Lesão corporal leve;
• Grave; e
• Gravíssima (cp). 
Também em seu inciso XLIII do art. 5º, a CF rege a “integridade psíquica, a exemplo 
da proibição de uso de provas obtidas por meios que agridam a integridade psíquica 
do indiciado (ou acusado), como uso de alucinógenos etc., e mormente pelo uso da 
tortura, crime inafiançável”. Tem relação direta com o Direito ao corpo e o Direito à 
saúde.
3.5 Direito à Propriedade
O direito à propriedade privada é ao mesmo tempo um direito e uma garantia 
fundamental no ordenamento jurídico brasileiro. Porém, a CF também assegura a 
função social da propriedade. Dessa forma, um proprietário de imóvel invadido/
ocupado por um movimento social encontrará entendimentos jurídicos distintos a 
respeito desse tema.
O direito à propriedade é a imputação a um cidadão do direito de posse de um bem, 
sendo um direito absoluto (assegura a liberdade de dispor da coisa do modo que melhor 
lhe aprouver), exclusivo e perpétuo (não desaparece com a vida do proprietário).
46
4 Principais Direitos Sociais
4.1 Direito à Saúde, à Moradia e ao Lazer
 e
O direito à saúde, à moradia e ao lazer são direitos fundamentais 
na garantia de uma vida digna e saudável. Dessa forma, o Estado 
deve garantir o mínimo existencial para a proteção social dos 
cidadãos e esses mesmos direitos não podem ter retrocesso. Ou 
seja, o direito de hoje tem que obrigatoriamente ser melhor que 
os direitos de outrora. 
Pense bem, com a saúde fortalecida, com um cantinho para morar e acesso à arte, à 
cultura e ao lazer, um cidadão tem mais condições de contribuir positivamente com a 
sociedade?
4.2 Direito ao Trabalho
O direito ao trabalho fornece ao cidadão o direito à sua subsistência, pois, por meio 
de seu esforço, ele tem a condição de se sustentar e sustentar sua família por meio 
da monetização de sua força laboral. Expressa os mecanismos constitucionais de 
proteção ao trabalhador, sendo:
• Seguro-desemprego;
• Salário Mínimo;
• Irredutibilidade do salário;
• Salário-família;
• Duração da Jornada de Trabalho;
47
• Hora Extra;
• Licença à gestante;
• Repouso semanal remunerado;
• Férias remuneradas; e
• Idade mínima para o trabalho.
4.3 Direito ao Livre Exercício Profissional 
O direito ao livre exercício profissional ou livre exercício da profissão é direito de todo 
cidadão desde que atendidas às qualificações profissionais que a lei estabelecer. 
4.4 Direito à Liberdade Religiosa
 c
O Brasil é declarado em sua constituição como um Estado Laico. 
Porém, também assegura ao cidadão a liberdade religiosa. 
Ramón (1990) explica que o Estado deve proteger o pluralismo 
religioso criando condições para um exercício sem problemas 
quanto aos atos religiosos das mais diversas religiões, 
respeitando, dessa forma, o princípio de igualdade religiosa. 
 g
No link disponível a seguir você encontrará mais detalhes a 
respeito do direito de propriedade. 
 
http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direitos-Reais/7/aula/7 
48
Glossário
Abolida: acabar, tornar extinto.
Acepção: sentido em que se toma uma palavra; interpretação, significado.
Emenda: retificar, corrigir.
Estado Laico: um Estado secular ou estado laico é um conceito do secularismo no qual 
o poder do Estado é oficialmente imparcial em relação às questões religiosas, não 
apoiando nem se opondo a nenhuma religião.
Imputação: atribuir responsabilidade.
Inciso: termo comum no meio jurídico que diz respeito a uma parte do artigo.
Isonomia: princípio segundo o qual todos são iguais perante a lei.
Monetização de sua força laboral: recompensa financeira dada em troca do esforço e 
tempo que um indivíduo investe em uma determinada atividade contratada por outro 
indivíduo.
Pétrea: artigos da Constituição que não podem ser modificados.
Rege: orienta, guia.
49
 a
1) Indique a alternativa correta. As principais características 
dos direitos fundamentais são: 
 
a. ( ) historicidade e mutabilidade, inalienabilidade, 
imprescritibilidade, irrenunciabilidade, universalidade, 
relatividade ou limitabilidade. 
 
b. ( ) Princípio da constitucionalidade, Princípio democrático, 
Sistema de direitos fundamentais, Princípio da Justiça Social, 
Princípio da igualdade, Princípio da separação dos poderes, 
Princípio da legalidade, Princípio da Segurança Jurídica. 
 
c. ( ) Eficácia vertical e eficácia horizontal. 
 
d. ( ) Historicidade e mutabilidade,inalienabilidade, 
imprescritibilidade, ineditabilidade, universalidade, utilidade ou 
limitabilidade. 
 
2) Com relação ao direito à vida, é CORRETO afirmar: 
 
a. ( ) É somente o direito de continuar vivo. 
 
b. ( ) É somente o direito à uma vida digna. 
 
c. ( ) É tanto o direito de continuar vivo quanto o direito à uma 
vida digna, ou seja, possui dupla acepção. 
 
d. ( ) O direito à vida é de responsabilidade inteiramente do 
indivíduo, devendo cuidar da sua própria vida, e não da de outras 
pessoas.
Atividades
50
Referências
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VALENTE, Maria Jovita Wolney. Livro do cidadão. 3. ed. Brasília: AGU/MJ, 2006. p. 451.
ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares et al. Ética e Cidadania nas Escolas. João Pessoa: 
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pdf/livro_edh_etica_cid_escolas_naza.PDF>. Acesso em: 7 abr. 2016.
ZIMMERMANN, Augusto. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Lumen Juris, 2002.
53
UNIDADE 4 | PRINCIPAIS 
DEVERES CONSTITUCIONAIS
54
1 Principais Deveres Constitucionais
1.1 Conceito dos Deveres Constitucionais
Assim como são assegurados ao cidadão 
os direitos fundamentais expressos na 
Constituição, também são assegurados 
os deveres constitucionais fundamentais, 
tais como: o dever do voto, de obedecer 
às leis do país; de respeito aos direitos 
sociais e aos demais cidadãos; de 
proteção à natureza e ao patrimônio 
público do país. 
O Estado também possui o dever na efetivação e aplicação imediata dos direitos 
fundamentais. O dever constitucional é regido pelo conjunto de leis existentes e 
legislado nos âmbitos federal, estadual, municipal e leis e normas internacionais as 
quais o Brasil está submetido.
Schmieguel (2010) destaca a importância da lei no Estado de Direito, sendo um 
texto oficial, um conjunto de normas feitas pelo Poder Legislativo cuja elaboração é 
disciplinada pela Constituição Federal.
1.2 Dever do Voto
O Brasil possui como forma de governo a República, tendo como forma de estado a 
Federação e um regime de governo ou político denominado democracia, que pode ser 
mista ou semidireta. Atualmente, o sistema de governo do Brasil é o Presidencialismo 
(art. 84 da CF).
O dever do voto se estabelece nesse cenário democrático e constitucionalista. Esse 
dever é caracterizado como o instrumento específico para exercício do sufrágio 
(eleições). 
55
 c
No Brasil o voto é direto, secreto, universal, periódico e 
obrigatório, com valor igual para todos. 
 
O voto é obrigatório para os maiores de 18 anos e facultativo 
para analfabetos; maiores de 70 anos; e maiores de 16 e menores 
de 18 anos. Essas condições são denominadas de capacidade 
eleitoral ativa. 
A capacidade eleitoral passiva, que é o direito de ser votado, pode ser exercida desde 
que as seguintes condições sejam satisfeitas:
• Nacionalidade brasileira:
o Ser brasileiro nato ou naturalizado. 
• Pleno exercício dos direitos políticos:
o O pleno exercício dos direitos políticos é quando o cidadão mantém seu direito 
em exercer a soberania popular por meio de plebiscito, referendo, iniciativa 
popular, voto e todas as implicações deles decorrentes. Consequentemente, a 
perda dos direitos políticos é quando o cidadão incorre na perda ou suspensão 
de direitos de acordo com o artigo 15 da CF:
o Cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
o Incapacidade civil absoluta;
o Condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
o Recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5º, VIII;
• Improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Alistamento eleitoral
o O alistamentoeleitoral e o voto são obrigatórios para os alfabetizados entre 18 
e 70 anos; 
o O alistamento e o voto são facultativos para os analfabetos, para quem estiver 
entre 16 e 18 anos e para os maiores de 70 anos de idade.
56
• Domicílio eleitoral na circunscrição
o Possuir domicílio eleitoral na mesma circunscrição a qual estará concorrendo ao 
pleito. 
• Filiação Partidária
o O candidato deve ser filiado a um partido oficialmente registrado no Tribunal 
Superior Eleitoral. 
• Idade mínima
o Cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República – idade mínima de trinta 
e cinco anos; 
o Cargos de Governador e Vice-Governador de Estado, bem como do Distrito 
Federal – idade mínima de trinta anos; 
o Cargos de Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito – idade mínima de vinte e um anos; e
o Cargos de Vereador – idade mínima de dezoito anos.
1.3 De Obedecer às Leis do País
Todo cidadão tem o dever em obedecer às leis do país para garantir a manutenção dos 
direitos fundamentais expressos na CF.
Uma lei estabelece o juízo a respeito de determinado assunto, buscando um melhor 
entendimento para a manutenção da ordem e da paz pública e da garantia dos direitos 
individuais e coletivos fundamentais. 
Caso um cidadão não obedeça às leis vigentes, sofrerá a aplicação de uma pena 
promulgada por uma autoridade visível da instituição que é o Estado brasileiro. Essa 
pena pode acarretar consequências econômicas, civis e criminais indesejáveis.
57
1.4 Do Respeito aos Direitos Sociais e aos Demais Cidadãos
 h
O cidadão deve respeitar os direitos sociais, sejam eles brasileiros 
ou estrangeiros. Lembrando Confúcio, sábio chinês, que dizia 
“Não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você”, 
podemos entender a importância do respeito ao espaço do 
outro, a individualidade do outro. 
Quando um cidadão, por exemplo, quer que sua liberdade de crença seja respeitada, 
é necessário que respeite a liberdade de crença de outro cidadão, mesmo que essa 
crença seja distinta da sua. 
Esse dever promove a dignidade do ser humano, pois afirma a necessidade que temos 
enquanto cidadãos de respeitarmos uns aos outros.
1.5 Da Proteção à Natureza e ao Patrimônio Público do País
O cidadão tem o dever de promover a proteção à natureza, garantindo assim o bom 
uso de nossos recursos naturais. Quando um fazendeiro desmata uma mata ciliar ou 
provoca queimadas para “limpar” o terreno, ele está afetando o ciclo de vida de um 
rio e o ciclo de uso do solo, afetando não só sua propriedade, mas as de todos os que 
estão ao redor.
O dever de proteger o patrimônio público do país é de extrema importância, pois é 
com o dinheiro dos impostos do povo brasileiro que esse patrimônio é construído. 
Depredar prédios públicos, por exemplo, é uma quebra do dever de um cidadão.
Por isso, o dever de proteção à natureza e ao patrimônio público do país é essencial 
para contribuir com o zelo do Estado na gestão e manutenção de seus ativos.
58
 g
Saiba como ficam os direitos do cidadão com o novo Marco Civil 
da Internet assistindo ao vídeo feito pela Câmara dos Deputados 
disponível no link a seguir. 
 
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/tv/materias/
PODER-E-QUERER/473980-MARCO-CIVIL-DA-INTERNET---
DIREITOS-CONSTITUCIONAIS.html 
59
Glossário
Democracia: governo em que o povo exerce a soberania. Sistema político em que os 
cidadãos elegem os seus dirigentes por meio de eleições periódicas.
Depredar: destruir, arruinar.
Facultativo: deixa ou não dá a prerrogativa de fazer alguma coisa.
Federação: Federação (do latim: foederatio, de foedus: “liga, tratado, aliança”) ou 
Estado Federal a um Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas 
dotadas de governo próprio.
Improbidade: desonestidade.
Mata ciliar: vegetação ribeirinha.
Nato: nascido.
Plebiscito: consulta feita diretamente ao povo com uma pergunta específica.
Presidencialismo: regime político em que a chefia do governo é prerrogativa do 
presidente da República, que escolhe seus ministros, e com a independência dos 
três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário); sistema presidencial; regime 
presidencialista.
Referendo: colocar para aprovação ou rejeição do povo uma medida proposta pelo 
Poder Legislativo.
República: a República (do latim res publica, “coisa pública”) é uma estrutura política de 
Estado ou forma de Governo em que, segundo Cícero, são necessárias três condições 
fundamentais para caracterizá-la: um número razoável de pessoas (multitude); uma 
comunidade de interesses e de fins (communio); e um consenso do direito (consensus 
iuris).
Sufrágio: voto em eleição.
Texto oficial: texto regulamentar e doutrinário homologado pelo Poder Legislativo 
federal, estadual e municipal.
60
 a
1) Assinale a alternativa correta. Todo cidadão possui deveres 
constitucionais, sendo eles: 
 
a. ( ) O dever do voto, de obedecer às leis do país; de respeito 
aos direitos sociais e aos demais cidadãos; de proteção à 
natureza e ao patrimônio público do país. 
 
b. ( ) O dever do voto, de obedecer às leis do país; de respeito 
aos direitos sociais e aos demais cidadãos; de proteção à 
propriedade privada e o dever de usar armas quando 
necessário. 
 
c. ( ) O dever do voto, de desobedecer às leis do país; de 
respeito aos direitos sociais e aos demais cidadãos; de proteção 
à natureza e ao patrimônio público do país. 
 
d. ( ) À vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade. 
 
2) Com relação do dever do voto, é correto afirmar que: 
 
a. ( ) O voto é direto, secreto, universal, periódico e obrigatório, 
com valor igual para todos 
 
b. ( ) A capacidade eleitoral ativa é o direito de ser votado, 
desde que o cidadão esteja quite com o alistamento eleitoral. 
 
c. ( ) A capacidade eleitoral passiva está relacionada à 
obrigatoriedade do voto para os maiores de 18 anos e facultativo 
para analfabetos; maiores de 70 anos; e maiores de 16 e menores 
de 18 anos. 
 
d. ( ) Sua elaboração é disciplinada por norma constitucional, 
derivada do poder discricionário o Estado garante sua execução 
compulsória. 
Atividades
61
Referências
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64
UNIDADE 5 | DIREITOS 
INDIVIDUAIS E COLETIVOS
65
1 Direitos Individuais e Coletivos
1.1 Conceito de Direito Individual e Coletivo
Os direitos individuais e coletivos são o 
que denominamos de cláusulas pétreas 
da Constituição, estando presentes ao 
longo de todo o texto constitucional, ou 
seja, são garantidos pelo ordenamento 
jurídico-constitucional brasileiro.
A proteção dos direitos fundamentais 
individuais e coletivos é reservada a 
todos os indivíduos, independentemente 
de sua nacionalidade ou situação no 
Brasil, podendo categorizar esses direitos da seguinte forma macro: direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.
Todo cidadão no trato com a lei para o exercício de seus direitos possui isonomia formal 
(todos os cidadãos poderão igualmente buscar os direitos expressos na lei) e isonomia 
material (tratar desigualmente os desiguais para reduzir as desigualdades). Assim 
como também possui igualdade perante a lei (aplicação da lei sem fazer distinções) e 
igualdade na lei (elaboração da lei sem fazer distinções).
Dentre os direitos individuais e coletivos, destacam-se os seguintes:
• Direito à privacidade;
• Direito à reunião;
• Direito à vida;
• Direito à igualdade;
• Direito à liberdade profissional;
• Direito à liberdade de expressão;
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• Sigilo das comunicações telefônicas;
• Direito à inviolabilidade de domicílio;
• Direito ao devido processo legal;
• Direito à liberdade de associação;
• Direito de petição; e
• Direito de obtenção de certidões.
1.1.1 Direito ao Acesso à Informação
O acesso à informação promove a transparência na divulgação e acesso a informações 
públicas, sejam gerenciais ou analíticas. Todo cidadão tem o direito de receber dos 
órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou 
geral, que serão prestadas no prazo da lei sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
A evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) vem auxiliando cada 
vez mais no estabelecimento de um governo eletrônico, no qual o cidadão possui 
acesso por meio da rede mundial de computadores a dados das políticas públicas 
executadas em sua região, por exemplo.
A pressão de movimentos civis por meio de portais de transparência não oficiais 
também auxilia aos gestores públicos na execução de boas práticas, mesmo de forma 
reativa, e não proativa. A relação entre Estado e cidadão por meio da transparência 
de informações modifica a relação entre esses entes, pois dá ao cidadão o poder 
de fiscalização que na época da promulgação da CF, em 1988, não era nem possível 
imaginar.
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2 Proteção da Coletividade
A proteção da coletividade está relacionada à proteção que o Estado e os cidadãos são 
obrigados a fazer para garantir a expressão dos direitos fundamentais expressos em 
nossa constituição.
Um exemplo característico da necessidade de proteção coletiva é a proteção ao Meio 
Ambiente e de seus diversos biomas. O uso e a preservação em equilíbrio garantem 
a fruição do meio ambiente saudável às futuras gerações. E, dessa forma, também 
garante o desenvolvimento sustentável de nossa economia, com a preservação e o uso 
racional de nossos recursos naturais.
Essa proteção é promovida, por exemplo, com a criação de Unidades de Conservação 
(UC) como o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, que é uma UC de proteção 
integral.
 g
Saiba mais sobre os direitos individuais e coletivos lendo o artigo 
escrito pela Juíza Oriana Piske de Azevedo Magalhães Pinto 
“Direitos Individuais, Coletivos e Sociais?” disponível no link a 
seguir. 
 
http://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/artigos/2008/
direitos-individuais-coletivos-e-sociais-juiza-oriana-piske-de-
azevedo-magalhaes-pinto 
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Glossário
Fruição: ato, processo ou efeito de fruir. Posse, usufruto de vantagem ou oportunidade.
Unidades de conservação3 (UC): são espaços territoriais com características 
naturais relevantes que têm a função de assegurar a representatividade de amostras 
significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, habitats e 
ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio 
biológico existente. 
3 Conforme informações disponíveis em: <http://www.mma.gov.br/areas-protegidas/unidades-de-conservacao/o-que-
sao>. Acesso em: 12 ago. 2016.
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 a
1) Indique a alternativa correta. Com relação aos direitos 
fundamentais individuais e coletivos é correto afirmar: 
 
a. ( ) São cláusulas pétreas da Constituição. 
 
b. ( ) Podem ser categorizados de forma macro como direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. 
 
c. ( ) A proteção dos direitos fundamentais individuais e 
coletivos é reservada a todos os indivíduos, independente de 
sua nacionalidade ou situação no Brasil. 
 
d. ( ) Todas as alternativas estão corretas. 
 
2) Indique a alternativa correta. Com relação ao direito ao 
acesso á informação, podemos

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