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Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Sumário Apresentação.......................................................................................................................................3 Objetivo...............................................................................................................................................3 Cargo Público, Acessibilidade e Sistema Remuneratório...............................................................4 Formas de Provimento dos Cargos Públicos...............................................................................5 Forma de Vacância dos Cargos Públicos.....................................................................................7 Estabilidade....................................................................................................................................8 Acessibilidade.................................................................................................................................9 Condições de Ingresso...................................................................................................................9 Portadores de Deficiências........................................................................................................10 Sistema Remuneratório.............................................................................................................10 Proibição de Acumulação de Cargos.........................................................................................12 Direitos Sociais dos Servidores Ocupantes de Cargos Públicos..............................................13 Responsabilidades dos Agentes Públicos e Crimes Contra a Administração Pública................14 Evolução Histórica da Responsabilidade Civil do Estado.......................................................14 A Evolução da Responsabilidade do Estado no Direito............................................................16 Responsabilidades dos Agentes..................................................................................................16 Responsabilidade Administrativa..............................................................................................17 Do Processo Administrativo Disciplinar...................................................................................18 Sindicância do Processo Administrativo....................................................................................22 Da Responsabilidade Penal.........................................................................................................24 Da Responsabilidade Civil........................................................................................................25 Comunicabilidades das Instâncias.............................................................................................27 Crimes contra a Administração Pública....................................................................................29 Direitos e vantagens dos Servidores Públicos Civis do Estado do Ceará....................................37 Direitos e Vantagens do Servidor Público Estadual..................................................................37 REFERÊNCIAS...............................................................................................................................40 2 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Apresentação Serão abordados aspectos atinentes ao servidor público no âmbito de seu exercício funcional. Trata, especialmente, das responsabilidades dos agentes públicos, contemplando processo administrativo disciplinar e sindicância, além dos crimes contra a Administração Pública previstos no Código Penal. Dispõe, ainda, sobre os direitos e deveres do servidor, estabelecidos no Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará. Objetivo Proporcionar uma visão mais aprofundada sobre os direitos e deveres do servidor público, bem como das formas de responsabilização, contemplando aspectos relativo 3 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Cargo Público, Acessibilidade e Sistema Remuneratório Objetivo: Possibilitar aos servidores do Poder Executivo Estadual o conhecimento sobre as formas de provimento e vacância dos cargos públicos, aspectos relacionados à acessibilidade e ao sistema remuneratório aplicável, bem como sobre os direitos sociais dos ocupantes de cargos públicos. SERVIDOR PÚBLICO: são todas as pessoas físicas que mantêm relação de trabalho com a Administração Pública, direta, indireta, autárquica e fundacional. Os servidores Públicos constituem uma espécie de Agentes Públicos. Podem ser classificados como: • Estatutários (funcionários públicos) - possuem cargos; • Empregados Públicos (celetistas) - possuem empregos; • Servidores Temporários - possuem função. Cargos - são as mais simples e indivisíveis unidades de competência a serem expressas por um agente público, previstos em número certo, com determinação própria e remunerados por pessoas jurídicas de direito público, devendo ser criados por Lei. Empregos - são núcleos de encargo de trabalho a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los sob uma relação trabalhista (celetista). Sujeitam-se a uma disciplina jurídica que embora sofra algumas influências, basicamente são aquelas aplicadas aos contratos trabalhistas em geral. Função - é a atribuição ou conjunto de atribuições que a Administração confere a cada categoria profissional, ou comete individualmente a determinados servidores para a execução de serviços eventuais ou temporários. 4 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Formas de Provimento dos Cargos Públicos O Provimento é o preenchimento do cargo público. Provimento originário pressupõe a inexistência de uma relação jurídica anterior mantida entre o Servidor e a Administração. A única forma de Provimento Originário é a nomeação, que pode ser realizada em caráter Efetivo ou para Cargos de Provimento em Comissão. Nomeação para cargo efetivo pressupõe a aprovação em concurso público de provas ou de provas e Títulos. A aprovação não enseja o direito adquirido à nomeação. As formas derivadas de provimento dos cargos públicos decorrem de um vínculo anterior entre Servidor e Administração. • Promoção; • Readaptação; • Reversão; • Aproveitamento; • Reintegração; • Recondução. Promoção É a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira. Com isso, ocorre a vacância de um cargo inferior e, consequentemente, o provimento do cargo superior. Carreira é o agrupamento de classes de cargos de uma mesma atividade. Readaptação É a passagem do servidor para outro cargo compatível com a deficiência 5 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 física que ele venha a apresentar. Reversão É o retorno ao serviço ativo do servidor aposentado por invalidez, quando insubsistentes os motivos da aposentadoria, pode acontecer para o mesmo cargo - se ele ainda estiver vago ou para um outro semelhante. Se não houver cargo vago, o servidor que reverter ficará como excedente. Aproveitamento É o retorno ao serviço ativo do servidor que se encontrava em disponibilidade e foi aproveitado – deve realizar-se em cargo semelhante àquele anteriormente ocupado. A Administração deve realizar o aproveitamento de forma prioritária, antes mesmo de realizar concurso para aquele cargo. Reintegração É o retorno ao serviço ativo do servidor que fora demitido. Quando a demissão for anulada administrativamente ou judicialmente, ele voltará para o mesmo cargo que ocupava anteriormente. Dá-se com o ressarcimento de todas as vantagens que o servidor deixou dereceber durante o período em que esteve afastado. Recondução É o retorno ao cargo anteriormente ocupado pelo servidor, que não logrou êxito no estágio probatório de outro cargo para o qual foi nomeado decorrente de outro concurso. 6 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Forma de Vacância dos Cargos Públicos Exoneração a Pedido Não assume caráter disciplinar. Se o servidor estiver respondendo a processo administrativo, não poderá ser exonerado a pedido. Exoneração de Ofício Em relação aos ocupantes de cargos em comissão: a Administração não precisa motivar o ato, pois o mesmo é discricionário – Servidor demissível “ad nutum”. Se houver indicação dos motivos, a Administração ficará vinculada a esses motivos – é a aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes – terá que comprová-los. 1. Não aprovação no estágio probatório: característica de ato vinculado, pois necessita obedecer ao procedimento estabelecido na lei e apontar os motivos em que se fundamenta. 2. Quando o servidor já tomou posse no cargo público: não entra em exercício no prazo estabelecido na lei. Demissão Não existe a pedido (exoneração), diferentemente do celetista. • É sempre punição disciplinar. Pressupõe processo administrativo disciplinar, no qual se assegura a amplitude de defesa. • Relativamente aos cargos em comissão e às funções comissionadas o equivalente à demissão 7 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 é a destituição de função ou de cargo, quando houver cometimento de falta pelo servidor, devendo ser observado o devido processo legal (defesa). Posse em outro cargo público inacumulável Se o funcionário prestar concurso e for nomeado para outro cargo que não possa acumular – tomando posse, a vacância do outro cargo é declarada. Outras formas de vacância em cargos públicos • Aposentadoria; • Falecimento. Estabilidade CURIOSIDADE O que é estabilidade? Resposta: É a garantia constitucional de permanência no serviço púbico, outorgada a funcionário que, tendo sido nomeado em caráter efetivo, ultrapassou o estágio probatório de 3 (três) anos. Durante o estágio probatório, o funcionário pode ser exonerado (simples dispensa) ou demitido (se comete falta grave). Sempre se exige um procedimento administrativo, pois há necessidade do controle da legalidade, há necessidade de se justificar o ato. 8 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 O estável não pode ser exonerado, a não ser a pedido. Para ser demitido, exige-se processo administrativo, em que se assegure ampla defesa, ou sentença transitada em julgado. O servidor público estável só perderá o cargo: I. Em virtude de sentença judicial transitada em julgado; II. Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; III. Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. Acessibilidade A Constituição estabelece o princípio da ampla acessibilidade aos cargos, funções e empregos públicos aos brasileiros, que preencham os requisitos estabelecidos em lei (art. 37, I), mediante concurso público de provas ou provas e títulos, com ressalva à nomeação para cargos de provimento em comissão nos quais são livres a nomeação e a exoneração como disposto no art. 37, II. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis: • Aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei; • Aos estrangeiros, na forma da lei. Condições de Ingresso A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração. 9 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período. Portadores de Deficiências A lei reservará percentual dos cargos e dos empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão. Sistema Remuneratório Vencimento = vencimento-base = retribuição pelo exercício do cargo público; Remuneração = Vencimento + vantagens pecuniárias (adicionais); Subsídio = espécie de remuneração que proíbe o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória. - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais, Ministros do TCU, membros do Ministério Público, integrantes da Advocacia Pública e da Defensoria Pública e os servidores policiais: serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única. • A remuneração dos servidores públicos e os subsídios somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices. • Teto Remuneratório: a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, não poderão 10 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. • Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo. São vedados: • Vinculação (subordinação de um cargo a outro) ou equipação (tratamento jurídico paralelo de cargos com funções desiguais) de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do serviço público. • Efeito cascata - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores. • Irredutibilidade de vencimentos e subsídios, observando-se: a vedação do efeito cascata; o teto remuneratório e o princípio da igualdade tributária e incidência do IR. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão Conselho de Política de Administração e Remuneração de Pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes. A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remuneratório observará: I. A natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira; II. Os requisitos para a investidura; III. As peculiaridades dos cargos. 11 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Proibição de Acumulação de Cargos É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, algumas situações específicas, quando houver compatibilidade de horários, ou quando forem observados os requisitos do teto remuneratório. IMPORTANTE Exceções que permitem a acumulação de cargos: XVI - É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998): a) A de dois cargos de professor (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); b) A de um cargo de professor com outro técnico ou científico (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998); c) A de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001). A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público. 12 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc34.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc34.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc19.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc19.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc19.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc19.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc19.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc19.htm Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Direitos Sociais dos Servidores Ocupantes de Cargos Públicos • Salário mínimo, fixado em lei, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; • Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria; • Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; • Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda; • Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho; • Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; • Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; • Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; • Licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias; • Licença-paternidade, nos termos fixados em lei; • Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei; • Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; • Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 13 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Responsabilidades dos Agentes Públicos e Crimes Contra a Administração Pública Objetivo: Disseminar conhecimento sobre a responsabilização no âmbito do Estado, contemplando o processo administrativo disciplinar aplicável aos agentes públicos, bem como os crimes contra a Administração Pública. Evolução Histórica da Responsabilidade Civil do Estado A responsabilidade do Estado passou por um processo evolutivo, partindo do que chamamos Teoria da Irresponsabilidade até chegarmos à responsabilidade objetiva. Por muitos séculos, vigorou o princípio da irresponsabilidade do Estado, na época do Absolutismo, quando fluía a ideia de que os reis eram designados por Deus, considerados infalíveis e agiam pelo seu bel prazer. Nem os reis nem o Estado erravam, estando acima de qualquer um, pois sua função seria de atender o interesse da sociedade como um todo e, consequentemente, ficavam acima de qualquer indivíduo, impedindo assim que fosse reconhecida sua responsabilidade perante o indivíduo. Só era permitida a responsabilidade pecuniária dos agentes da administração, ou seja, a vítima do dano poderia recorrer contra o funcionário que cometeu o dano, jamais o Estado. Mas nem sempre o agente conseguia honrar com a indenização pela insuficiência da sua restrição orçamentária. Um primeiro patamar da evolução da responsabilidade de Estado veio com a revolução industrial e o início do sistema capitalista, quando começou a ser difundida a concepção de submissão do Estado ao Direito, nascendo o reconhecimento dos direitos diante do Estado. Passaram a ser diferenciados os atos denominados atos de império dos atos de gestão. Em todos os atos que correspondessem a atos de império não existia responsabilização do Estado. Já no que se referia a atos de gestão, em que o Estado atuava como se particular fosse, o Estado poderia, se tivesse culpa do agente, ser acionado 14 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 a reparar os danos causados a terceiros. Esse foi o primeiro degrau da evolução, da passagem da teoria da irresponsabilidade para uma concepção civilista da responsabilidade do Estado. Na prática, o resultado foi muito pequeno para quem sofreu o dano, tinha que conseguir descobrir se era ato de império ou ato de gestão e conseguir comprovar a culpa do agente. Com a evolução do princípio da legalidade, tanto os particulares quanto o Estado passaram a estar submissos a lei. Assim a doutrina e a jurisprudência deram mais um passo na evolução, com a Teoria da Culpa presumida da Administração, que invertia o ônus da prova: o Estado é quem tem de que provar que não teve culpa. IMPORTANTE Um importante passo dessa evolução ocorreu com a Teoria do Órgão, na qual se entende que o Estado é concebido como um organismo vivo, integrado por um conjunto de órgãos que realizam as suas funções. As vontades e as ações dos órgãos são do Estado e os agentes só executam, com isso a responsabilização do Estado por ato do agente foi ampliada, não mais exigindo a culpa do agente. Com base nos princípios da igualdade de ônus e encargos sociais, chegamos à fase atual da evolução, que é denominada responsabilidade objetiva, na qual o particular deve demonstrar o nexo de causalidade entre o ato da administração e o dano sofrido, sem a ingerência do particular no ato. A Teoria do Risco Administrativo é mais um passo importante na evolução. A interpretação dessa teoria pode ser explicada pelo fato de que os riscos acarretados por atividades perigosas devem ser sustentados por quem aproveita os benefícios do desenvolvimento da atividade perigosa, quando não tenha ocorrido força maior que interfira no funcionamento do serviço. Essa teoria do risco administrativo apregoa o dever do Estado de indenizar o particular que sofreu um dano em virtude da atividade administrativa. 15 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Há ainda a Teoria do Risco Integral que afirma que o Estado tem o dever de indenizar em qualquer caso de dano sofrido pelo particular, mesmo sem a existência de nexo causal. Mas existe uma corrente contrária a essa posição. Na opinião de Hely Lopes Meirelles, essa teoria é contrária à Equidade Social. A Evolução da Responsabilidade do Estado no Direito No Brasil, não existiu a fase de irresponsabilidade, o Estado respondia por seus atos. 1824 Desde a constituição do Império, em 1824, que o empregado público era responsabilizado por seus erros e omissões que causassem prejuízos a terceiros. O Estado respondia solidariamente ao funcionário, desde que a culpa fosse provada. 1916 No código de 1916, houve divergência na interpretação, se a culpa do Estado era subjetiva ou se era objetiva. 1946 A constituição de 1946 determinou que a responsabilidade do Estado fosse objetiva, baseada no risco administrativo. 1967, 1968 e 1988 As constituições promulgadas posteriormente, em 1967, 1968 e 1988, permaneceram com o risco objetivo. Responsabilidades dos Agentes O agente que praticar um ato ilícito que gerar um prejuízo ao erário poderá vir a responder por três esferas distintas: responsabilidade penal, civil 16 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 e administrativa. Desse modo, os servidores públicos, que ao desempenhar em atividades de sua competência ou alegarem cumprir sua função efetuando infrações (atividades exercidas de forma ilegal, gerando dano), poderão ser responsabilizados nas esferas administrativa, civil ou penal, diante da Administração Pública. Responsabilidade Administrativa O dano originado de ato ou omissão do servidor poderá resultar em prejuízo ao erário ou a terceiros de boa-fé. Ao ocorrer o dano, a Administração primeiro apuraa responsabilidade civil do servidor por via de processo administrativo, observando os princípios do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5.º, LV). Nessa apuração, somente será considerada a responsabilidade civil do servidor, se este estiver autuado com dolo ou culpa. Se o dano foi causado a terceiros o Estado deverá indenizar o terceiro, prejudicado, independentemente de dolo ou culpa do servidor e, assim, não havendo dolo ou culpa do servidor, o Estado não terá o direito de regresso, que é o direito de ser ressarcido pelo servidor do valor pago a título de indenização. Logo, tendo o servidor dolo ou culpa, o ente público terá o direito de regresso contra o servidor, podendo então propor uma ação judicial, chamada de ação de regresso, na esfera civil, para reaver do servidor o que pagou como indenização a terceiro. Para ambos os casos (prejuízo ao erário e prejuízo a terceiros), poderá haver uma solução administrativa, em vez de judicial. Uma vez constatada a prática do ilícito administrativo, ficará o servidor sujeito à sanção administrativa adequada ao caso, que poderá ser advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão ou destituição de função comissionada. 17 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Do Processo Administrativo Disciplinar O processo administrativo disciplinar é um instrumento pelo qual a administração pública exerce seu poder-dever para apurar as infrações funcionais e aplicar penalidades aos seus agentes públicos e àqueles que possuem uma relação jurídica com a administração. O Processo Administrativo Disciplinar - PAD é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo em que se encontre investido, e tem previsão estabelecida pela Lei 9.826/1974 que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará (Artigos 174 a 189). A referida lei, no artigo 193, apresenta as proibições ao servidor público e o servidor responde administrativamente pelos ilícitos administrativos com ação ou omissão que contrarie a lei. Art. 193 - Ao funcionário é proibido: *I - salvo as exceções constitucionais pertinentes, acumular cargos, funções e empregos públicos remunerados, inclusive nas entidades da Administração Indireta (autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista); *Ver art. 37 inciso XVI e XVII da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional Federal nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice. II - referir-se de modo depreciativo às autoridades em qualquer ato funcional que praticar, ressalvado o direito de crítica doutrinária aos atos e fatos administrativos, inclusive em trabalho público e assinado; III - retirar, modificar ou substituir qualquer documento oficial, com o fim de constituir direito ou obrigação, ou de alterar a verdade dos fatos, 18 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/L9826%20Estatuto_funcionarios_publicos.pdf?forcedownload=1 SIS Realce SIS Realce Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 bem como apresentar documento falso com a mesma finalidade; IV - valer-se do exercício funcional para lograr proveito ilícito para si, ou para outrem; V - promover manifestação de desapreço ou fazer circular ou subscrever lista de donativos, no recinto do trabalho; VI - coagir ou aliciar subordinados com objetivos político-partidários; VII - participar de diretoria, gerência, administração, conselho técnico ou administrativo, de empresa ou sociedades mercantis; VIII - pleitear, como procurador ou intermediário, junto aos órgãos e às entidades estaduais, salvo quando se tratar de percepção de vencimentos, proventos ou vantagens de parente consanguíneo ou afim, até o segundo grau civil; IX - praticar a usura; X - receber propinas, vantagens ou comissões pela prática de atos de oficio; XI - revelar fato de natureza sigilosa, de que tenha ciência em razão do cargo ou função, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo; XII - cometer a outrem, salvo os casos previstos em lei ou ato administrativo, o desempenho de sua atividade funcional; XIII - entreter-se, nos locais e horas de trabalho, com atividades estranhas às relacionadas com as suas atribuições, causando prejuízos a estas; XIV - deixar de comparecer ao trabalho sem causa justificada; XV - ser comerciante; XVI - contratar com o Estado, ou suas entidades, salvo os casos de prestação de serviços técnicos ou científicos, inclusive os de magistério em 19 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 caráter eventual; XVII - empregar bens do Estado e de suas entidades em serviço particular; XVIII - atender pessoas estranhas ao serviço, no local de trabalho, para o trato de assuntos particulares; XIX - retirar bens de órgãos ou entidades estaduais, salvo quando autorizado pelo superior hierárquico e desde que para atender a interesse público. Parágrafo único - Excluem-se da proibição do item XVI os contratos de cláusulas uniformes e os de emprego, em geral, quando, no último caso, não configurarem acumulação ilícita. As penalidades disciplinares estão elencadas no artigo 196, diferenciadas pela gravidade atribuída a cada ato, levando em consideração as atenuantes e as agravantes além do antecedente funcional. São elas: Art. 196 - As sanções aplicáveis ao funcionário são as seguintes: I - repreensão; II - suspensão; III - multa; *IV - demissão; *Ver art. 37 da Lei nº 11.714, de 25.7.1990 – D. O. 4.9.1990 – Apêndice. V - cassação de disponibilidade; VI - cassação de aposentadoria. Art. 197 - Aplicar-se-á a repreensão, sempre por escrito, ao funcionário que, em caráter primário, a juízo da autoridade competente, cometer falta leve, não cominável, por este Estatuto, com outro tipo de 20 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 sanção. Art. 198 - Aplicar-se-á a suspensão, através de ato escrito, por prazo não superior a 90 (noventa) dias, nos casos de reincidência de falta leve, e nos de ilícito grave, salvo a expressa cominação, por lei, de outro tipo de sanção. Parágrafo único - Por conveniência do serviço, a suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento, obrigado, neste caso, o funcionário a permanecer em exercício. *Art. 199 - A demissão será obrigatoriamente aplicada nos seguintes casos: *Ver § 1º do art. 41 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 4.6.1998 – D. O. U. 5.6.1998 – Apêndice. I - crime contra a administração pública; II - crime comum praticado em detrimento de dever inerente à função pública ou ao cargo público, quando de natureza grave, a critério da autoridade competente; III - abandono de cargo; IV - incontinência pública e escandalosa e prática de jogos proibidos; V - insubordinação grave em serviço; VI - ofensa física ou moral em serviço contra funcionário ou terceiros; VII - aplicação irregular dos dinheiros públicos, que resultem em lesão para o Erário Estadual ou dilapidação do seu patrimônio; VIII - quebra do dever de sigilo funcional; IX - corrupção passiva, nos termos da lei penal; X - falta de atendimento ao requisito do estágio probatório estabelecido no art. 27, § 1º, item III; XI - desídia funcional; XII - descumprimento de dever especial inerente a cargo em 21 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 comissão. SAIBA MAIS Aprofunde seus conhecimentos – Lei 9.826/1974, Estatuto dos funcionários públicos civis doestado. Sindicância do Processo Administrativo Para ser aplicada uma penalidade de suspensão acima de 30 dias, demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo ou função em comissão, deve ser instaurada uma sindicância. O processo administrativo pode ser interpretado como um processo investigativo realizado por uma comissão composta por três servidores estáveis designados por autoridade competente, sendo um deles escolhido para presidir, devendo pelo menos o presidente ter o nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. O processo administrativo será dividido em três fases: a) instauração iniciada com a publicação do ato que constitui a comissão; b) inquérito que se divide em instrução, defesa e relatório; e c) julgamento. No processo, serão assegurados os direitos fundamentais de ampla defesa e contraditórios. A comissão irá promover por todos os meios admitidos em direito, como depoimento, investigação, diligências entre outros, a fim de obter amplo conhecimento do fato. Após a oitiva das testemunhas proceder-se-á ao interrogatório do acusado. Sendo tipificada a infração disciplinar, serão oferecidos 10 dias para a defesa. Caso seja considerado revel, será nomeado procurador dativo com cargo equivalente ou superior, ou mesmo nível de escolaridade ou superior. 22 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/L9826%20Estatuto_funcionarios_publicos.pdf?forcedownload=1 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/L9826%20Estatuto_funcionarios_publicos.pdf?forcedownload=1 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Depois de apreciada a defesa, a comissão irá elaborar minucioso relatório que será conclusivo quanto à responsabilidade ou não do servidor. No caso de o servidor ser considerado responsável, o relatório deverá transcrever os dispositivos normativos que não foram seguidos pelo servidor, as peças principais dos autos, informando as provas que fizeram com que o comitê tomasse a decisão, bem como os atenuantes e os agravantes. Será então remetido à autoridade, que determinou a instauração, para o julgamento do fato ou, se a sanção prevista exceder sua alçada, será encaminhado à autoridade competente. IMPORTANTE A comissão poderá decidir pela inocência. Se assim decidir será determinado o arquivamento ou poderá decidir pela culpa. Em regra, será mantida a decisão da comissão, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos, podendo agravar, abrandar ou isentar o servidor da responsabilidade. Extinta a punibilidade pela prescrição, será colocado no assentamento individual do servidor. Se a infração for tipificada como crime, o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público, sendo passível de condenação penal. Cabe ressaltar que pode ser solicitada revisão do processo pelo servidor, a qualquer tempo, pela ocorrência de fatos novos ou circunstâncias, que provem a inocência ou a inadequação da pena. SAIBA MAIS A regulamentação do âmbito estadual está disposta nos artigos 209 a 233 do Estatuto dos Funcionários Civis do Estado. 23 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Da Responsabilidade Penal O código penal prevê os crimes contra a Administração Pública diferenciando os crimes praticados por funcionários públicos e os crimes praticados por particulares. Cabe ressaltar que funcionário público para os efeitos penais corresponde a quem exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, emprego ou função pública, ou seja, os que, por exercer uma função, aproveitam da mesma para cometer alguma infração penal, como dispõe o art. 327 §1º do código penal. A responsabilidade penal do agente público é a que é gerada por uma conduta tipificada por Lei como infração penal. Sendo que esta abrange crimes e contravenções realizadas pelo servidor na qualidade de servidor, ou seja, IMPORTANTE Muitos dos crimes funcionais estão definidos no Código Penal (arts. 312 a 326), como o peculato, inserção de dados falsos em sistema de informação, modificação ou alteração não autorizada no sistema de informações, extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documentos, emprego irregular de verbas ou rendas públicas, concussão, excesso de exação, corrupção passiva, facilitação de contrabando ou descaminho, prevaricação, condescendência criminosa, advocacia administrativa, violência arbitrária, abandono de função, exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado, violação de sigilo funcional. Outros estão previstos em leis especiais federais. Se o servidor for responsabilizado penalmente, sofrerá uma sanção penal, podendo ser privado de sua liberdade (reclusão ou detenção). Essa pena poderá ainda ser substituída por uma pena restritiva de direitos (prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviço à 24 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana) e/ou multa, devendo ser esclarecido que há diferença entre a multa que é aplicada com a pena privativa de liberdade. A multa deverá ser paga ao fundo penitenciário, sendo esta considerada dívida de valor. Esta não sendo paga não será convertida em pena, mas sim será executada pela fazenda pública. Já a prestação pecuniária é uma indenização paga a vítima. Di Pietro acrescenta, no que tange a responsabilidade penal, que existem no ato ilícito penal os mesmos elementos caracterizadores dos demais tipos de atos ilícitos, contudo há a existência de algumas peculiaridades: relação de causalidade, ou seja, nexo causal; o ato ou omissão tem que gerar o dano ou perigo, não havendo a exigência do dano se concretizar, se o risco do dano acontecer já é o suficiente, como ocorre na tentativa e em determinados crimes que colocam em risco a incolumidade pública. Da Responsabilidade Civil Responsabilidade Civil é a obrigação que se impõe ao servidor, no aspecto patrimonial e financeiro de pagar o que deve ao Estado ou diretamente a terceiro. Pelo ilustre Helly Lopes Meirelles, a administração não pode deixar de cobrar de seus servidores públicos, porque não pode dispor de um bem da sociedade, por ter a obrigação de cuidar da integridade. É evidente, que só poderá ser cobrado em caso de tipificar o ilícito civil. A responsabilidade será analisada pela própria Administração pública, por processo administrativo que fornecerá todas as garantias constitucionais como ampla defesa e a segurança ao contraditório. Di Pietro afirma que as leis estatutárias estabelecem procedimento auto- executório, podendo a administração descontar dos vencimentos a importância do ressarcimento do prejuízo, respeitando o mínimo necessário para garantir a dignidade humana. Desde que previsto em lei, é 25 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 perfeitamente válido e independe do consentimento do servidor, inserindo-se nas hipóteses de autoexecutoriedade dos atos administrativos, não retirando em hipótese nenhuma a importância do poder judiciário que pode ser implementado para responder a lide. Salientando-se que quando o servidor é contratado pela legislação trabalhista, verifica-se no artigo 462 parágrafo 1 da CLT que o desconto só será efetuado com a concordância do empregado ou em caso de dolo. Helly Lopes Meirelles diverge da opinião de Di Pietro, pois fala da necessidade da concordância do servidor, porque a Administração não pode pegar os bens de seus servidores nem abater de seus vencimentos para ressarcir os prejuízos,sendo necessário recorrer a Justiça com ação de indenização contra o servidor. Celso Antonio Bandeira de Melo diz que a execução do débito deve ser pela via judicial, mas, no caso de faltar bens para quitar a indenização devida, a administração pode abater dos vencimentos do servidor até dez por cento. Será então dividido em parcelas mensais até o valor de 10% dos vencimentos, até quitar completamente. Se o dano for causado a terceiros, o servidor pode ser acionado diretamente, acionado solidariamente com o Estado ou o Estado ser acionado. Nesse último caso, o Estado pode propor uma ação regressiva. Cabe destacar que, para Bandeira, a ação de responsabilidade civil é imprescritível. Para avaliar se ocorreu ou não o ilícito civil, deve-se verificar a existência de: • Ação ou omissão antijurídica; • Culpa ou dolo; • Nexo causal e ocorrência de um dano material ou moral. Há duas hipóteses de dano causado pelo servidor público, a que gerou dano ao Estado e a de dano contra terceiros. 26 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 A responsabilidade do agente pode ser divida entre responsabilidade civil subjetiva e responsabilidade civil objetiva. Responsabilidade Civil Subjetiva Nesta, só haverá o dever de indenizar se o agente tiver causado o dano por atuar com dolo ou culpa. Responsabilidade Civil Objetiva A responsabilidade civil objetiva pode ser compreendida como a responsabilidade que tem as pessoas jurídicas de direito público, Estado, e as pessoas jurídicas de direito privado, em que se enquadram as prestadoras de serviços públicos que nesta posição causarem danos a terceiros, de acordo com art. 37, § 6.º, da Constituição Federal. Nesse tipo de responsabilidade civil, não há de se questionar se o servidor agiu ou não com dolo ou culpa ao provocar o dano. Em todo caso, o Estado deverá indenizar ao terceiro prejudicado, se este não foi o causador exclusivo do dano. Em suma, verificamos que a responsabilidade civil do Estado é objetiva ao passo que a responsabilidade civil do servidor público é subjetiva. Comunicabilidades das Instâncias Ao analisarmos a abrangência da decisão proferida pelo juiz criminal sobre o aspecto administrativo, deve ser verificado se a infração praticada pelo funcionário é definida em lei como ilícito penal e ilícito administrativo; se a infração praticada é apenas ilícito penal ou se é apenas ilícito administrativo. Como dito anteriormente, será instaurado um processo administrativo e se for considerado que foi praticado um ilícito penal será iniciado um processo criminal. Prevalecerá a regra de independência entre as duas instâncias, exceto nos casos em que a decisão proferida no juízo penal deva prevalecer, fazendo coisa julgada na área cível e na administrativa. 27 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 O artigo 935 do código civil determina que a responsabilidade administrativa do servidor seja afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou a autoria do mesmo. Como toda sentença tem que ser motivada, se o juiz mencionar que a absolvição foi por: • Estar provada inexistência do fato; não haver prova da existência do fato; • Não constituir o fato infração penal; • Estar provado que o réu não concorreu à infração penal; • Não existir prova de ter o réu concorrido à infração penal; • Existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (artigos 20 a 23, 26 e 28 no seu primeiro parágrafo todos do Código Penal); ou • Se houver fundada dúvida sobre a existência de tais circunstâncias e não existir prova suficiente para condenação. Se a absolvição criminal for por insuficiência de provas, as ações na área civil e administrativa, que são independentes, podem decidir pela condenação, se for o caso. Pode ainda acontecer de uma infração não ser considerada penal, mas ser considerada administrativa. As irregularidades que não sejam caracterizadas como ilícito penal, configuram uma falta menor que crime, sendo denominada falta residual, que pode ser punida administrativamente. Se o servidor público praticou um crime penal, mas não administrativo, a dosimetria da pena será de extrema importância, pois se a condenação for de pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos, será declarada na sentença a perda do cargo, mas se for inferior a quatro anos, não perde o cargo. Volta a ocupar o cargo após o término da pena. 28 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Crimes contra a Administração Pública Preliminarmente, cabe destacar a importância do título sobre os crimes contra a administração pública disposto no Código Penal Brasileiro, a saber: • A prática dos crimes atinge diretamente a Administração Pública, e indiretamente um número indeterminado de pessoas; • Precariedade dos serviços públicos: hospitais, escolas, policiamento, estradas, urbanização, habitação etc.; • O Estado deixa de cumprir as funções sociais estabelecidas na Constituição; • Os crimes demarcam a vulnerabilidade da Administração Pública, impossibilitando a informação e fiscalização pelo cidadão; • Os crimes estabelecem condutas que exigem prevenção e repressão para que a Administração Pública tenha eficiência. O ilícito administrativo viola regras de Direito Administrativo e legitima o Estado a impor sanções administrativas pelo poder de polícia (ao extraneus) ou pelo poder disciplinar (ao servidor público), independentemente de atuação do poder judiciário (auto-executoriedade). O ilícito penal é o mais grave, porque viola regras de comportamento de transcendência social e até política, sendo a última ratio, porque, exemplificadamente, o crime de desobediência não se configura quando a lei cominar penalidade civil ou administrativa, sem ressalvar expressamente a aplicação da pena prevista no art. 330, CP. O ilícito penal segue as características do direito penal de ser fragmentário e subsidiário. (Roberto Luis Luchi Demo). Nas lições de Vicenzo Manzi, o bem jurídico genericamente tutelado nos crimes contra a Administração Pública "é o interesse público concernente ao normal funcionamento e ao prestígio da administração pública em sentido lato, naquilo que diz respeito 29 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 à probidade, ao desinteresse, à capacidade, à competência, à disciplina, à fidelidade, à segurança, à liberdade, ao decoro funcional e ao respeito devido à vontade do Estado em relação a determinados atos ou relações da própria administração." (MASSON, 2011) Os crimes praticados por funcionários públicos contra a Administração Pública são os chamados crimes funcionais, em que o sujeito se vale da sua condição de funcionário público, a fim de satisfazer uma pretensão própria ou de terceiro, afetando os interesses da coletividade. Nos crimes funcionais, busca-se proteger sobretudo a probidade administrativa, compreendida como retidão de conduta, honradez, lealdade, integridade, virtude e honestidade do agente público. Interesses pessoais indicam violação aos princípios constitucionais da Administração Pública, previstos no art. 37, caput, da Constituição Federal. CRIME FUNCIONAL PRÓPRIO É aquele em que a condição de funcionário público no tocante ao sujeito ativo é indispensável à sua configuração (tipicidade). A ausência dessa condição conduz à atipicidade absoluta da conduta, tal como se dá na corrupção passiva e na prevaricação (art. 317 e 319). CRIME FUNCIONAL IMPRÓPRIO É aquele que tanto pode ser cometido pelo funcionário público como por aquele que não goza desse status. A falta da condição funcionário público pelo agente importa na desclassificação para outro tipo penal. (v.g. Peculato -apropriação – art. 312, caput, 1ª parte - e peculato-furto – art. 312, §1º., do CPB). 30 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 A seguir o conceito de funcionário público, nos termos do Código Penal Brasileiro. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. Tal dispositivo traz o conceito de funcionário público atípico ou por equiparação: • Quem exerce cargo, emprego ou função pública; • [...] em paraestatal, empresa contratada ou conveniada para atividade típica da Administração (estas últimas foram inseridas, posteriormente, pela lei 9983/2000 em razão da política de desestatização da época). • Definição de conteúdo abrangente: empregados públicos, servidores públicos, agentes políticos, cargos em comissão, servidores temporários, particulares em colaboração e qualquer outra modalidade de agente público passível de apresentar. Dos Crimes 31 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Peculato Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. § 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário. Peculato culposo § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano. § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta. 32 http://cursos.egp.ce.gov.br/AulaOnline/DireitosDeveresResponsabilidadesdoServidorP%C3%BAblico/Modulo02/imagens/Figura02.jpg Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Peculato mediante erro de outrem Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. Concussão Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida: Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. Prevaricação Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo (Incluído pela Lei nº 11.466, de 2007). Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. Inserção de dados falsos em sistema de informações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano: Lei nº 9.983, de 2000 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 33 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11466.htm#art2 SIS Realce SIS Realce SIS Realce SIS Realce Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o administrado. Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa (Lei nº 10.763, de 12.11.2003). § 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever funcional. § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem: Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Advocacia administrativa Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário: Pena – detenção, de um a três meses, ou multa. Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: Pena – detenção, de três meses a um ano, além da multa. 34 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art2art317 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art2art317 SIS Realce SIS Realce Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Violação de sigilo funcional Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime mais grave. b>§ 1º Nas mesmas penas deste artigo, incorre quem ( Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000); II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito ( Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). § 2º Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem ( Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000). Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Relativamente à corrupção passiva, esta pode ser classificada da seguinte forma: Quanto ao executor Direta: quando a vantagem indevida é explicitamente solicitada pelo funcionário. Indireta: quando o funcionário pratica o delito utilizando-se de terceira pessoa. Quanto à natureza do ato do funcionário Própria: quando o ato que o funcionário se propõe a executar é ilícito 35 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art1 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 ou irregular. Imprópria: quando o ato for lícito, mas, por exemplo, o funcionário secompromete a facilitá-lo, em troca da vantagem indevida. Quanto ao momento Antecedente: quando o funcionário solicita ou recebe a vantagem indevida antes da prática do ato. Subsequente: após ter praticado o ato, o funcionário solicita ou recebe a vantagem. Quanto à conduta Comissiva: quando o funcionário pratica ato em decorrência da vantagem solicitada. Omissiva: quando o funcionário deixa de atuar, sendo esta omissão decorrente da indevida vantagem pedida. Acerca da prevaricação, a satisfação do interesse ou sentimento pessoal é o que diferencia prevaricação da concussão e da corrupção. É o especial fim de agir. Entende-se por sentimento pessoal o amor, o ódio, raiva, vingança, amizade, inimizade. Se for o caso de vantagem indevida, o crime é o de concussão ou corrupção passiva. SAIBA MAIS Aprofunde seus conhecimentos – Crimes contra a Administração Pública – código penal. 36 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/C%C3%B3digo%20penal%20-%20crimes%20contra%20a%20administra%C3%A7%C3%A3o%20p%C3%BAblica.pdf?forcedownload=1 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/C%C3%B3digo%20penal%20-%20crimes%20contra%20a%20administra%C3%A7%C3%A3o%20p%C3%BAblica.pdf?forcedownload=1 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Direitos e vantagens dos Servidores Públicos Civis do Estado do Ceará Objetivo: Apresentar as disposições do Estatuto do Servidor público civil do Estado do Ceará relacionadas aos principais direitos, deveres e responsabilidades. Direitos e Vantagens do Servidor Público Estadual Os direitos e vantagens do servidor público estadual estão previstas na Lei 9.826/74, que dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado do Ceará (Título IV). Cômputo do Tempo de Serviço Segundo o artigo 67, do referido Estatuto, tempo de serviço compreende o período de efetivo exercício das atribuições de cargo ou emprego público. Algumas situações de afastamento podem ser computadas como efetivo exercício, as quais estão estabelecidas no artigo 68. Férias O servidor terá direito a férias, conforme disposto no artigo 78 do Estatuto, e seguintes. Art. 78 - O funcionário gozará trinta dias consecutivos, ou não, de férias por ano, de acordo com a escala organizada pelo dirigente da Unidade Administrativa, na forma do regulamento. (Ver art. 7º, inciso XVII da Constituição Federal e art. 167). Licenças e Afastamentos O Estatuto prevê para o servidor público estadual diversas possibilidades de licenças e afastamentos, tais como Licença para Tratamento de Saúde, Licença por 37 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 Motivo de Doença em Pessoa da Família, Licença à Gestante, Licença para Serviço Militar Obrigatório, Licença do Funcionário para Acompanhar o Cônjuge e Licença Especial. Além disso, estão previstas autorizações para incentivo à formação profissional do funcionário e afastamento para trato de Interesses Particulares, bem como a hipótese de disponibilidade, quando ocorre o afastamento de exercício de funcionário estável em virtude da extinção do cargo, ou da decretação de sua desnecessidade, nos termos do artigo 77. O Estatuto especifica também os aspectos da retribuição do servidor pelo seu exercício profissional. Referidos direitos estão especificados no título IV da citada Lei 9.826/74. Previdência e Assistência Social O Título V do Estatuto, por sua vez, trata dos aspectos atinentes à previdência e à assistência social, contemplando aposentadoria, salário-família, auxílio- doença e auxílio-funeral. Regime Disciplinar O Título VI dispõe sobre o regime disciplinar ao qual o servidor está submetido, detalhando os deveres, proibições, sanções, bem como o rito estabelecido para apuração e julgamento, que contempla a sindicância e o inquérito administrativo. 38 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 SAIBA MAIS Aprofunde seus conhecimentos – Lei 9.826/1974, Estatuto dos Funcionários públicos civis do estado. 39 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/L9826%20Estatuto_funcionarios_publicos.pdf?forcedownload=1 http://cursos.egp.ce.gov.br/pluginfile.php/24878/mod_folder/content/0/L9826%20Estatuto_funcionarios_publicos.pdf?forcedownload=1 Direitos, Deveres e Responsabilidades do Servidor Público Estadual – Módulo 02 REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição Federal (CF/1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Senado, 1988. BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal Brasileiro. BRASIL. Constituição Federal (CF/1988). Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, Senado, 1988. Acesso em: 05 mai. 2017. BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil Brasileiro. Acesso em: 05 mai. 2017. CEARÁ. Lei nº 9.826 de 14 de maio de 1974. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado. Acesso em: 05 mai. 2017. DEMO, Roberto Luis Luchi. O agente público e a prova ilícita. Boletim ADCOAS, v. 8, p. 280-282, 2002. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MASSON, Cléber Rogério. Direito penal esquematizado – Parte Geral. v.1. 5.ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2011. MEIRELES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 28. ed. São Paulo: Malheiros, 2003. 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