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Planejamento / Didática e Avaliação O planejamento didático é um processo que envolve operações mentais, como: analisar, refletir, definir, selecionar, estruturar, distribuir ao longo do tempo, e prever formas de agir e organizar. O processo de planejamento da ação docente é o plano didático, em que assume a forma de um documento escrito. O planejamento da aula “A aula, lugar privilegiado da vida pedagógica, refere-se às dimensões do processo didático – ensinar, aprender, pesquisar e avaliar – preparado e organizado pelo professor e seus alunos” (VEIGA, 2008, p. 267). Nas palavras da autora se define o que é uma aula: lugar do fazer pedagógico, do acontecer da aprendizagem, da pesquisa e da avaliação, que precisar ser bem planejada. “O ato de planejar, organizar as ações docentes e discentes, exige o domínio de conhecimentos sobre os níveis que compõem o processo de planejamento” (ZANON e ALTHAUS, 2010, p.29), desse modo se faz necessário recorrermos aos ensinamentos da didática que é “a parte da pedagogia que trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente”. (HOUAISS, 2001. p. 22). A didática geral nos ensina que para planejarmos uma aula é necessário pensarmos o que queremos que nosso aluno aprenda, ou seja, pensar em nossos objetivos, nos conteúdos que pretendemos ensinar, nos meios pelos quais desenvolveremos tais conteúdos e na avaliação de nossa aula. No entanto, Bassedas (1999, apud ZANON e ALTHAUS, 2010) aponta uma fragilidade da ação docente, segundo ele, parece mais fácil para alguns professores planejar e apresentar atividades que julgam ser interessante para os alunos, do que refletir a respeito das finalidades e dos objetivos que estão por trás dessas atividades. Se não planejamos nossa ação docente conscientemente não teremos condições de gerenciar a aprendizagem, por isso cada item do planejamento da aula tem suas especificidades que precisamos considerar, vamos ver cada um em particular. Os objetivos são caracterizados por verbos no infinitivo e designam o produto final da nossa aula, aquilo que queremos que seja aprendido; precisam expressar a habilidade que será desenvolvida naquela aula e a razão pela qual ela deve ser desenvolvida. Libâneo (2013) os classificam em três níveis de abrangência: do sistema de ensino, da escola e do professor. O primeiro nível determina as finalidades educativas em consonância com a sociedade em que está inserido; o segundo estabelece as diretrizes e princípios do trabalho na escola; o terceiro nível é o que concretiza tudo em ações práticas na sala de aula. Neste trabalho focamos o terceiro nível, o do professor, pois é neste que se orienta a prática do planejamento de aula. “Os objetivos educacionais são uma exigência indispensável para o trabalho docente, requerendo um posicionamento ativo do professor em sua explicitação, seja no planejamento escolar, seja no desenvolvimento das aulas” (LIBÂNEO, 2013, p. 134). Nessa citação, o autor traz os objetivos como foco da atividade pedagógica, que irá nortear toda prática docente e que sem ele essa prática não existe. Qual a sua concepção sobre o fazer pedagógico como Plano de Aula? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Planejar consiste em prever e decidir sobre: ✓ Que pretendemos realizar, ✓ O que vamos fazer, ✓ Como vamos fazer, ✓ O que e como devemos analisar a situação, a fim de verificar se o que pretendemos foi atingido. ✓ Para que os planos sejam efetivamente ✓ instrumentos para ação, devem: ✓ Ser um guia de orientação; ✓ Apresentar uma ordem seqüencial; ✓ Ter objetividade; ✓ Ter coerência; ✓ Apresentar flexibilidade; Recomendações: - Os planos precisam estar vinculados à prática, por isso muitas vezes precisam ser revistos e refeitos. - O professor precisa ir criando e recriando sua própria didática, enriquecendo sua prática profissional e ganhando mais segurança. - O planejamento deve ser encarado também como uma oportunidade de reflexão e avaliação da sua prática. O Plano ✓ É o resultado, a culminância do processo mental de planejamento. ✓ É um esboço das conclusões resultantes do processo mental de planejar. ✓ Pode ou não assumir uma forma escrita Importância do planejamento escolar • Atividade consciente e sistemática de previsão das ações docentes. • Centralidade na aprendizagem • O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. • O planejamento é uma atividade de reflexão acerca das nossas opções e ações. A ação de planejar, portanto não se reduz ao simples preenchimento de formulário para controle pedagógico; deve ser uma atividade consciente de previsão das ações docentes, fundamentadas em opções políticopedagógicas, e tendo como referência permanente as situações didáticas concretas (ou seja, problemática social, econômica, política e cultural que envolve a comunidade escolar que interagem no processo de ensino). ☺ Funções do planejamento: ➢ Assegurar a racionalização, organização e coordenação do trabalho docente, permitindo ao professor e escola um ensino de qualidade, evitando a improvisação e a rotina; ➢ Explicitar princípios, diretrizes e procedimentos do trabalho docente que ➢ assegurem a articulação entre as tarefas da escola e as exigências do contexto social e do processo de participação democrática; ➢ Expressar os vínculos entre o posicionamento filosófico, político- pedagógico e profissional e as ações efetivas que o professor irá realizar na sala de aula, através de objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas do ensino; ➢ Assegurar a unidade e a coerência do trabalho docente, inter- relacionando: os objetivos (para que ensinar), os conteúdos (o que ensinar), os alunos (a quem ensinar), os métodos e técnicas (como ensinar) e a avaliação. Nesta concepção “A avaliação é concebida como processo/instrumento de coleta de informações, sistematização e interpretação das informações, julgamentos de valor do objeto avaliado através das informações tratadas e decifradas. (...) A avaliação cruza o trabalho pedagógico desde seu planejamento até a sua execução, coletando dados para melhor compreensão da relação entre o planejamento, o ensino e a aprendizagem e poder orientar a intervenção didática para que seja qualitativa e contextualizada.” (Silva, 2003) A avaliação sob o ponto de vista relatado assim, traz a necessidade que a avaliação seja contínua e proponha uma diversidade de instrumentos avaliativos, para que assim se possa ter o maior número evariedade de informações sobre a prática educativa, pois “restringir a avaliação aos testes finais e aos aprendentes implica não avaliar certos aspectos dos estudantes como o desempenho oral, a capacidade investigativa e a participação em trabalhos em grupos, nem tampouco o desenvolvimento da aquisição dos conceitos testados finalisticamente e também não toma a intervenção didática como objeto da avaliação.” (Silva, 2003) Portanto vê-se a necessidade de uma reflexão da prática avaliativa em todas as disciplinas. A busca por aprendizagens significativas relatadas em tópicos anteriores sugere também a busca pela autonomia, aluno crítico e consciente. Sendo assim pode-se levantar o seguinte questionamento: _ Como relacionar as aprendizagens significativas de maneira que as avaliações também se tornem significativas tanto aos alunos e educadores? A primeira proposta é a valorização dos saberes e a utilização da avaliação como instrumentos do aprender. O tempo todo da prática educativa o educar avalia e valoriza o educando. Assim, é necessário que a avaliação leve em consideração o tempo do aluno, uma vez que este possui seu lugar, seus vínculos e sua visão de como se integra ao mundo. A avaliação que valoriza as aprendizagens significativas utiliza o erro como uma oportunidade do aprender. A auto correção de suas atividades é uma oportunidade para a formação da autonomia. Também a auto avaliação. O aluno consciente de suas ações em relação ao conteúdo, à pesquisa, suas atribuições, seu envolvimento, comprometimento, comportamento. A auto avaliação prioriza a autonomia. Mas como avaliar o aluno quando se depara com o indivíduo que tem seu tempo de aprender, suas perspectivas individuais, seus significados em particular. A avaliação também pode ser individualizada. O portfólio é uma modalidade de avaliação baseada na ideia da evolução do processo de aprendizagem. Neste modelo insere-se cada etapa do processo ensino aprendizagem priorizados por fotos, imagens, registros individuais do aluno o que favorece a reflexão do progresso do educando e os aproxima dos educadores, que constroem juntos o processo ensino-aprendizagem. Assim a avaliação frente a novas descobertas e aprendizagens busca o equilíbrio entre o que é ensinado e o que é aprendido, leva-se em consideração a observação individual, as tarefas são escritas para que o aluno possa expressar como apreendeu o conteúdo, leva-se em consideração as atividades em grupos e individuais e o educador observa suas atitudes de pesquisador, a aprendizagem é o saber consigo, com os outros e com o objeto de saber. Modelo de Plano de Aula Objetivos para a aprendizagem (Descrever o foco principal do processo ensino- aprendizagem) Conteúdo (mencionar os conteúdos a serem trabalhados) Estratégias pedagógicas / Recursos Didáticos Estratégias de Avaliação para a aprendizagem “ O Planejamento escolar é uma tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em termos da sua organização e coordenação em face dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino. O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação” REFERÊNCIAS ARAUJO, J.C.S. Disposição da aula: os sujeitos entre a tecnia e a polis. In: VEIGA, I. P.A. (Org.) Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas: Papirus, 2008. p. 45-72. CASTRO, P.A.P.P.; TUCUNDUVA, C.C.; ARNS, E.M. A importância do planejamento das aulas para organização do trabalho do professor em sua prática docente. In.: ATHENA, Revista Científica de Educação, v. 10, n. 10, jan./jun. 2008. Disponível em Acesso em 04 fev. 2017. DALCORSO, C. Z.;TAMASSIA, S. A. S. Gestão Pedagógica: planejamento e formação de professores. São Paulo: Fundação Lemann/ELOS Educacional, 2017. DICIO. Dicionário Online de Português, 2017. Disponível em Acesso em 15 fev 2017. FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002. GANDIN, D. A prática do planejamento participativo. Petrópolis: Vozes, 1994. GIL, A. C. 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