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ARTIGO CARACTERIZAÇÃO MATERNA E NEONTAL DOS PARTOS PREMATUROS DE MULHERES RESIDENTES EM UMA CAPITAL DO NORDESTE

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CARACTERIZAÇÃO MATERNA E NEONATAL DOS PARTOS PREMATUROS DE MULHERES RESIDENTES EM UMA CAPITAL DO NORDESTE
¹Brenda Maria dos Santos Melo; ¹Maria Clara Santos Fonseca; ²José Francisco Ribeiro;
¹Graduanda em Enfermagem pela Universidade Estadual do Piauí-UESPI; 5 Enfermeiro pela Universidade Federal do Piauí-UFPI
INTRODUÇÃO: 
OBJETIVO: 
RESULTADOS:
CONCLUSÃO: 
DESCRITORES: Recém-nascido prematuro; gestantes; causalidade.
1 INTRODUÇÃO 
O termo prematuridade consiste em um nascimento o qual houve uma gestação com menos de 37 semanas, recebe a classificação de prematuro extremo, os recém-nascidos (RN) com menos de 28 semanas, muito prematuro os RN nascidos entre 28 menos que 32 e por último os prematuros moderados/tardio, aqueles com nascimento de 32 a menos de 37 semanas. Diversas são as causas que possui relação com a prematuridade, por exemplo, gravidez gemelar, síndromes hipertensivas, entre outros, o estudo das variáveis permite caracterizar quais as causas mais recorrentes que contribui para o nascimento de um RN prematuro (PECHEPIURA, E.P et al 2021).
Mesmo diante da tecnologia avançada dentro dos âmbitos hospitalares, unidades de terapia intensiva neonatais, a prematuridade continua a ser um problema de saúde pública, sendo destaque para um dos principais fatores de mortalidade neonatal (SANTOS, LM et al 2021). Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de partos prematuros ocorrem anualmente. Vale ressaltar que o pré-natal realizado em tempo oportuno é fundamental para evitar complicações mais graves para o feto. No nascimento do bebê prematuro o acompanhamento deve ser feito de forma que seja acompanhado todo o desenvolvimento da criança em todos os aspectos (PECHEPIURA, E.P et al 2021).
Diante das diversas variáveis utilizadas para avaliação precisa de um RN é que o profissional de saúde irá traçar um plano de assistência. Quando toda a equipe prestadora dos cuidados acompanha essas variáveis, se obtém subsídio que contribui para melhora no quadro de saúde e desenvolvimento do bebê. A exemplo, se pode citar a importância da verificação do índice de apgar que avalia imediatamente e interpreta os sinais apresentados, o qual tal parâmetro caracteriza a vitalidade do RN logo após ao nascer. Estar ciente sobre o perfil dos partos, principalmente os partos prematuros, auxilia no planejamento de ações que colaboram diretamente para diminuição da morbimortalidade e desenvolvimento de complicações nos recém-nascidos. Além disso, a caracterização materna apresenta-se como fator que colabora para o perfil desses partos, sendo importante conhecer e identificar as condições maternas, traçando uma assistência a essas mulheres, visando diminuir os impactos negativos (SALVO, G.M et al 2020).
Este presente estudo foi realizado mediante a necessidade de reconhecer o cenário atual quanto aos partos prematuros de mulheres em uma capital do Nordeste, além de favorecer o conhecimento científico para comunidade acadêmica e de relevância social que contribui para verificação das variáveis que influenciam de forma direta e indireta na ocorrência da prematuridade. Diante dos altos índices de crianças prematuras no Brasil, se faz necessário um estudo que reconheça suas características, complicações e determinantes, de acordo com a distribuição de RN nascido durante os últimos anos. O mesmo avaliou variáveis tanto maternas quanto neonatais como idade, nível de escolaridade, estado civil, tipo de gestação, tipo de parto, quantidade de consultas durante o pré-natal, local de ocorrência do parto, sexo, raça/cor, apgar 1° minuto, recém-nascidos que apresentaram alguma anomalia congênita, tipo de anomalia, quantidade de óbitos fetais e período de ocorrência do óbito. 
Diante dessa perspectiva, observa-se a necessidade de prover um cuidado integral e individualizado aos recém-nascidos prematuros e paras as mães, a fim de que a mesma compartilhe o cuidado junto a equipe multiprofissional. A partir do reconhecimento dos fatores contribuintes para a prematuridade, é possível formular o senso crítico sob a assistência que será desenvolvida. Desta forma, questiona-se: quais as características maternas e neonatais dos partos prematuros em uma capital do nordeste? O objetivo dessa pesquisa foi caracterizar os partos prematuros de mulheres em uma capital do nordeste brasileiro quanto às variáveis maternas e neonatais no período de 1994 a 2019.
2 MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa transversal, com abordagem quantitativa, que utilizou a técnica documental retrospectiva, com dados extraídos do departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) de parturientes entre os anos de 1994-2019. 
Para esta pesquisa foi realizada o estudo das observações das variáveis presentes nos partos prematuros de 383.063 nascidos vivos de mães residentes em Teresina-Piauí entre 1994 e 2019, sem a necessidade de determinar critérios de inclusão e exclusão. Foram considerados prematuros os bebês nascidos entre a 22° e 36 semanas de gestação.
As variáveis incluídas foram: idade, escolaridade, estado civil, tipo de gestação, tipo de parto, consultas pré-natal, local de ocorrência do parto, sexo, raça/cor, Apgar 1° minuto, Apgar 5° minuto, peso ao nascer, anomalia congênita, tipo de anomalia congênita, óbitos fetais e partos/óbito.
Vale ressaltar que, para embasamento teórico, realizou-se pesquisa nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scielo, Lilacs e MedLine, com critérios de inclusão artigos em inglês, português e espanhol, disponíveis na íntegra e publicados nos últimos 5 anos. Como critérios de exclusão tem-se artigos que não condizem com a temática do estudo, repetidos ou indisponíveis. 
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Caracterizar os partos prematuros de mulheres em uma capital do nordeste brasileiro quanto às variáveis maternas e neonatais no período de 1994 a 2019.
4 RESULTADOS
Tabela 1 DISTRIBUIÇÃO DE NASCIDOS VIVOS DE MAES RESIDENTES EM TERESINA NO PERIODO DE 1994 A 2019
	ano
	população
	%
	1994Ⱶ1999
	98939
	26
	1999 Ⱶ 2004
	76427
	20
	2004 Ⱶ 2009
	69964
	18
	2009 Ⱶ 2014
	68511
	17,
	2014 Ⱶ 2019
	69222
	18,5
	TOTAL
	383.063
	100,0
Fonte: DATASUS, 2022
DISTRIBUIÇÃO DE NASCIDOS VIVOS RESIDENTES EM TERESINA CONFORME IG NO PERIODO DE 1994 A 2019
	IDADE GESTACIONAL
	N
	%
	22 A 27 
	2.365
	8,18
	28 A 31
	2.496
	8,6
	32 A 36
	21.270
	73,6
	28 a 36 semanas, não especificado
	2.758
	9,5
	TOTAL
	28.889
	100,0
DISTRIBUIÇÃO DAS CARACTERISTICAS MATERNAS E NEONATAIS
	VARIAVEIS
	N
	%
	IDADES
	
	
	10 a 14
	3.130
	0,81
	15 a 19
	74.764
	19,5
	20 a 24
	118.074
	30,8
	25 a 29
	93.387
	24,37
	30 a 34
	59.801
	15,6
	35 a 39
	26.515
	6,9
	40 a 44
	5.897
	1,5
	45 a 49
	421
	0,10
	50 anos e +
	29
	0,0075
	Ignorado
	1.045
	0,27
	TOTAL
	383.063
	100,0
	ESCOLARIDADE
	
	
	1º grau completo
	56.225
	63,8
	1º Incompleto
	11.926
	13,55
	2º grau
	4.856
	5,51
	superior
	726
	0,82
	Nenhum grau
	7.993
	9,0
	Ignorado
	6.273
	7,12
	TOTAL
	87999
	100,0
	ESTADO CIVIL
	
	
	Solteira
	1333
	16,6
	Casada
	2084
	26,07
	Viúva
	18
	0,22
	Ignorado
	883
	11,04
	TOTAL
	7.993
	100,0
	TIPO DE GESTAÇÃO
	
	
	Única
	7.815
	97,7
	Dupla
	155
	1,9
	Tripla e +
	13
	0,16
	Ignorada
	10
	0,12
	TOTAL
	7.993
	100,0
	TIPO DE PARTO
	
	
	Vaginal
	5.236
	65,5
	Cesariano
	2.738
	34,25
	Fórceps/outro
	2
	0,02
	Ignorado
	17
	0,21
	TOTAL
	7.993
	100,0
	CONSULTA PRÉ-NATAL
	
	
	1 A 3
	603
	8,7
	4 A 6
	1.449
	21,0
	7 e + consultas 
	1.713
	24,8
	Ignorado
	2.147
	31,15
	Nenhuma
	980
	14,21
	TOTAL
	6892
	100,0
	LOCAL DE OCORRENCIA DO 
	
	
	Hospital
	7.963
	99,6
	Outro estabelecimento
	12
	0,15
	Domicílio
	16
	0,20
	Ignorado
	2
	0,02
	TOTAL
	7.993
	100,0
DISTRIBUIÇÃO DA CARACTERIZAÇÃO DOS NASCIDOS VIVOS PREMATUROS
	VARIÁVEIS
	N
	%
	SEXO
	
	
	Masculino
	4.149
	51,9
	Feminino
	3.834
	47,96
	Ignorado
	10
	0,12
	TOTAL
	7.993
	100,0
	RAÇA/COR
	
	
	Branco
	175
	20,18
	Preto
	139
	1,7
	amarela
	16
	0,20
	Parda
	2.730
	34,1
	Indígena
	14
	0,17
	Ignorado4.919
	61,5
	TOTAL
	7.993
	100,0
	APGAR 1º MINUTO
	
	
	0 a 2
	232
	2,9
	3 a 5
	393
	4,9
	6 a 7
	1.510
	18,8
	9 a 10
	5.189
	64,9
	Ignorado
	669
	8,3
	TOTAL
	7.993
	100,0
	APGAR 5º MINUTO
	
	
	0 a 2
	194
	2,42
	3 a 5
	138
	1,7
	6 a 7
	604
	7,5
	9 a 10
	6.361
	79,5
	Ignorado
	696
	8,7
	TOTAL
	7.993
	100,0
	PESO AO NASCER
	
	
	Menos de 500g
	5
	0,06
	500 a 999g
	30
	0,37
	1000 a 1499 g
	84
	1,07
	1500 a 2499 g
	798
	9,9
	2500 a 2999 g
	1.986
	24,8
	3000 a 3999 g
	4.706
	58,8
	4000g e mais
	375
	4,69
	Ignorado
	9
	0,11
	TOTAL
	7.993
	100,0
	ANOMALIA CONGÊNITA
	
	
	Sim
	10
	0,12
	Não
	2.507
	31,3
	Não ou ignorado
	1.248
	15,6
	Ignorado
	4.228
	52,89
	TOTAL
	7.993
	100,0
	TIPO DE ANOMALIA CONGÊNITA
	
	
	Malformações congênitas do aparelho circulatório
	2
	0,02
	Outras malformações do aparelho geniturinário
	3
	0,03
	Outras malformações e deformações congênitas do aparelho osteomuscular
	2
	0,02
	Outras malformações congênitas
	3
	0,03
	Sem anomalia congênita/não informado
	7.983
	100,0
	OBITOS FETAIS
	
	
	22 a 27 semanas
	1.040
	39,0
	28 a 31 semanas
	646
	24,2
	32 a 36 semanas
	980
	36,7
	TOTAL
	2.666
	100,0
	PARTO/ÓBITO
	
	
	Antes do parto
	2.509
	94,1
	Durante o parto
	48
	1,8
	Após o parto
	9
	0,33
	Ignorado
	100
	3,75
	TOTAL
	2.666
	100,0
5 DISCUSSÃO
A priori, é observado que a maior quantidade de recém-nascidos vivos pertence a amostra dos que nasceram com 32-36 semanas de gestação, perfazendo um total de 73,6%. Segundo Jackson e Harris (2018), a prematuridade é considerada quando o feto nasce com menos de 37 semanas e representa o fator que acarreta mais da metade das mortes de recém-nascidos (RN). E aqueles que nascem com menos de 34 semanas apresentam um risco aumentado para morte, tendo em vista sua demanda por unidade de terapia intensiva e diversos riscos adversos à saúde. Como observado nas tabelas, houve um percentual considerável de nascidos vivos com pouca idade gestacional (IG), sendo menor que 34 semanas. A exemplo, os nascidos com IG de 28-31 semanas contemplam 8,6%, ao passo que nascidos entre 28-21 semanas representam 8,18% do total. 
Consoante a Jackson e Harris (2018), dentre os fatores que predispõem a prematuridade pode-se citar história de nascimento prematuro, baixo peso, obesidade, diabetes, hipertensão, tabagismo, infecção, idade muito jovem ou avançada da mãe, gravidez múltipla e gestações muito próximas. No que concerne ao perfil materno do referido estudo, ressalta-se que a maioria das mulheres (30,8%) tinham idade entre 20 e 24 anos, de 1º grau completo (63,8%) e casadas (26,07%). Também fica evidenciado que a maioria das gestações eram únicas (97,7%) sendo o parto vaginal o mais recorrente, seguido do parto cesáreo (34,25%). 
Ademais, a exposição materna a fatores de risco sugere possíveis problemas na gestação. Como relatado anteriormente, o tabagismo é um dos elementos que levam a prematuridade. Também há evidências de que o uso de cigarro por mulheres grávidas acarreta risco de morte da criança no pré-natal, neonatal e na infância. Além disso, os impactos do tabagismo podem ser percebidos a longo prazo como defeitos congênitos e deficiência intelectual que interferem no desenvolvimento da criança. Na avaliação materna, o uso do cigarro pode levar a agravamentos tais como trombose venosa, infarto do miocárdio, pneumonia e bronquite, por exemplo (AVŞAR; MCLEOD; JACKSON, 2021). 
Ainda no viés de possíveis condições que acarretam problemas gestacionais, tem-se a pré-eclâmpsia. A evidência clínica é uma forma muito útil e prática de antecipar a suspeita de pré-eclâmpsia. De acordo com um estudo, as gestantes com pré-eclâmpsia têm maior predisposição a partos prematuros, os RN tiveram peso significativamente menor e escore Apgar menor que 7 no 5º minuto. A realização de exames clínicos e história da mãe são essenciais para predizer o risco para pré-eclâmpsia. Assim, pode-se citar condições favoráveis ao surgimento dessa complicação como história prévia de doença hipertensiva gestacional, doenças autoimunes, doença renal crônica, diabetes e presença de hipertensão crônica (MAYRINK et al., 2019).
Além disso, as doenças parasitárias são fator relevante a ser considerado. A toxoplasmose causada pelo Toxoplasma gondii é uma enfermidade que afeta um terço da população mundial. É uma doença que apresenta dois hospedeiros: um intermediário como mamíferos e aves promovendo a reprodução assexuada e o outros tipo é o hospedeiro definitivo. No caso, este último é representado pelos gatos que viabilizam a conclusão da fase sexuada do ciclo desses parasitas. No que tange à gravidez, a infecção pelo T. gondii representa grande risco para aborto espontâneo, prematuridade e baixo peso ao nascer, além de ocasionar lesão grave nos olhos, cérebro e outras estruturas fetais. No entanto, a maior parte das grávidas com infecção aguda não expressa sinais ou sintomas. Portanto, mediante o risco à gestação, é imprescindível que a mãe realize consultas de pré-natal para diagnóstico e tratamento precoce, de forma a minimizar os efeitos sobre o feto. À luz da análise das tabelas, percebe-se que 24,8% das mulheres fizeram 7 ou mais consultas de pré-natal e uma menor porcentagem (8,7%) realizou de 1 a 3 consultas em um quadro de nascimentos prevalentemente hospitalar com cerca de 99,6% dos casos (HURT et al., 2022; ELIAS et al., 2021). 
Considerando a abordagem mental, sabe-se que a gravidez é um período de intensas modificações tanto físicas, como psicológicas. Sendo assim, torna-se prudente destacar na assistência e nos estudos a relevância da avaliação mental da mãe nesse período, sendo a depressão um fator prevalente nas gestações. O estudo de Bonatti et al (2021), foi incisivo ao destacar que não houve correlação direta entre sintomas depressivos com baixo peso ao nascer ou prematuridade, mesmo com a presença de grau de escore de depressão na maioria das gestantes abrangidas. 
Todavia é importante estar atento ao contexto em que a mulher vive. Em casos de pobreza e presença de depressão, a mulher, possivelmente, pode desenvolver anorexia, aumento do estresse e diminuição do cuidado consigo mesma. Neste caso, pode ser que o feto seja prejudicado resultando em baixo peso ao nascer e prematuridade. Na obra supracitada, o trabalho de parto prematuro aumentou em cerca de cinco vezes, sendo considerado um fator de risco haja vista que, a longo prazo, pode evoluir para o parto e acarretar repercussões em vários meios como o psicossocial (BONATTI et al., 2021).
Junto a isso, o trabalho de Oliveira (2019) ressaltou um estudo em que há relação entre a quantidade de consultas de pré-natal com o índice de Apgar do RN. Isto se torna evidente em outras obras quando um pré-natal ineficaz se torna um agravante e que sugere parto prematuro espontâneo e natimortalidade. Quando se observa as tabelas, verifica-se que, excluindo a porcentagem ignorada, a maioria das gestantes realizou 7 ou mais consultas de pré-natal e quando se avalia a prevalência do Apgar no primeiro e no quinto minutos tem-se um resultado positivo. No primeiro minuto a maior parte (64,9%) teve escores de 9 a 10 e no quinto minuto quase 80% dos RN tiveram escores de igual nota. 
Em relação ao peso ao nascer, foi evidenciado que, em uma amostra na qual o sexo masculino e a raça/cor parda são maioria, 58,8% dos bebês nasceram com peso entre 3000 e 3999 gramas. E, uma parcela menor, equivalente a 24,8% nasceu com peso abaixo do recomendado entre 2500 e 2999 gramas. É reconhecido que crianças que nascem com peso inferior a 2500 gramas tem mortalidade aumentada se comparado a crianças que nascem com peso adequado. Isso reflete ainda, à longo prazo, na saúde da criança. Futuramente pode haver complicações como surgimento de doença cardiovascular, diabetes e hipertensão (OLIVEIRA, 2019). 
Dessarte, tem-se que as anomalias congênitas são conceituadas como distúrbios do desenvolvimento que possui origem pré-natal e podem acometer estruturas, funcionalidade e metabolismo no corpo do indivíduo. Quando seanalisa os dados da tabela, percebe-se que houve poucos registros de anomalias congênitas entre 1994 e 2019. Nesse pequeno percentual, os tipos de anomalia destoam das anomalias mais prevalentes elucidadas no estudo de Silva et al (2018), no entanto há concordância no aparecimento de anomalia osteomuscular que representou a anomalia mais frequente na obra dos autores e, neste presente estudo, representa 0,02% de um total de 0,12% das anomalias registradas. 
6 CONCLUSÃO
Infere-se que o perfil das gestantes do estudo trata-se de mulheres jovens, com escolaridade de 1º grau completo, maioria casada, de gestação única com parto, predominantemente, vaginal e realizado em âmbito hospitalar. Verifica-se que a consulta de pré-natal foi realizada, mas que necessita de maior ênfase para assegurar gestação segura tanto para mãe, quanto para o feto. Sendo assim, de vital importância o acompanhamento e avaliação, pois é um método que reflete na qualidade da assistência e no índice de vitalidade da criança ao nascer. 
Quando ao RN, é elucidado que o sexo masculino de raça/cor parda é predominante. No geral, são bebês com bons índices de Apgar ao nascer e mais da metade com peso adequado. É verificado ainda que as anomalias são pouco frequentes e a maior parte dos óbitos fetais se dá em idades gestacionais pequenas, principalmente, entre 22 e 27 semanas. 
Conclui-se que é preciso promover cuidado à gestante em todas as instâncias de sua vida para assegurar uma gestação saudável para ambos os envolvidos no processo, mãe e bebê. Ratifica-se, ainda, que a prematuridade é fator de risco importante para a sobrevida e qualidade de vida do feto e, além disso, o adequado peso ao nascer exerce influência na saúde e desenvolvimento da criança. 
REFERÊNCIAS
AVŞAR, Tuba Saygın; MCLEOD, Hugh; JACKSON, Louise. Health outcomes of smoking during pregnancy and the postpartum period: an umbrella review. BMC pregnancy and childbirth, v. 21, n. 1, p. 1-9, 2021.
BONATTI, Anelise de Toledo et al. Sintomas depressivos em gestantes assistidas na rede de Atenção Primária à Saúde aumentam o risco de prematuridade e baixo peso ao nascer?. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 29, 2021.
ELIAS, Tatiane de Fátima et al. Prevenção da toxoplasmose gestacional: uma revisão integrativa da literatura. Revista Thêma et Scientia, v. 11, n. 1, p. 63-75, 2021.
HURT, Karel et al. Toxoplasmosis impact on prematurity and low birth weight. Plos one, v. 17, n. 1, p. e0262593, 2022.
JACKSON, Kristina H.; HARRIS, William S. A prenatal DHA test to help identify women at increased risk for early preterm birth: a proposal. Nutrients, v. 10, n. 12, p. 1933, 2018.
MAYRINK, Jussara et al. Incidence and risk factors for Preeclampsia in a cohort of healthy nulliparous pregnant women: a nested case-control study. Scientific reports, v. 9, n. 1, p. 1-9, 2019.
OLIVEIRA, Geisa Gabriella Rodrigues de. Fatores preditores de parto prematuro em maternidades de alto risco. 2019.
PECHEPIURA, E.P et al. Caracterização ao nascimento e nutricional dos prematuros em unidade intensiva de um hospital público. Revista Escola de Saúde, v.04, n.01, p.48-64, Paraná, 2021.
SALVO, G.M et al. A influência das características maternas e obstétricas no perfil neonatal. Revista de Enfermagem UFPE on-line, v.15, n.02, p. 01-15, 2021.
SANTOS, L.M et al. Caracterização de nascidos vivos prematuros em um município do nordeste brasileiro. Revista Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras, v.21, n.2, p 85-90, 2021.
SILVA, Juliana Herrero da et al. Perfil das anomalias congênitas em nascidos vivos de Tangará da Serra, Mato Grosso, 2006-2016. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 27, p. e2018008, 2018.

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