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Cópia de saude pub - sonhos

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Atividade 01 - Saúde Pública e Ambiental
Identifique nas narrativas fílmicas momentos que possam ser compreendidos pelas representações propostas pelo Prof. Soffiati.
- A Guerra do Fogo - (La Guerre du feu, 81, FRA/CAN) - Dir.: Jean-Jacques Annaud.
- Os Deuses Devem Estar Loucos 1 - (The Gods Must Be Crazy) 1980 - Dir.: Jamie Uys.
- Os Deuses Devem Estar Loucos 2 - (The Gods Must Be Crazy 2) 1989 - Dir.: Jamie Uys.
- Sonhos - (Yume) 1991- Direção: Akira Kurosawa.
Neste momento, na modalidade remota solicitamos que usem o tempo para pelo menos assistirem três quadros do filme 'Sonhos': O Pomar dos Pessegueiros, O Monte Fuji e o Povo do Moinho. Alguns nomes desses quadros mudam, mas você os encontrará.
Busque destacar de cada um deles os momentos, os trechos apoiados em sons, música, falas, imagens que possam estar relacionadas com alguma das representações propostas pelo Prof. Soffiati.
Resposta: 
No trecho do filme "Sonhos", dirigido por Akira Kurosawa, que é denominado Jardim dos Pessegueiros já em sua primeira cena há uma demonstração da crença politeísta dos personagens, sendo ela uma estante com várias estatuetas representando deuses ou seres semelhantes, algo místico. Nos momentos seguintes o protagonista é guiado por uma aparição até um jardim onde há pessoas semelhantes as estátuas de sua casa. Nesse momento ele é acusado pela destruição dos pessegueiros que haviam ali e é possível perceber que esse personagem tem uma visão sacralizada da natureza, pois ele lamenta e diz que nunca quis que isso acontecesse. Chorando menciona que adorava observar os pessegueiros e implorou para que não os cortassem. Então os deuses permitem que ele veja o jardim uma última vez e através de uma dança se tornam as árvores. Deixando ainda mais evidente que a natureza não é exclusivamente natural, há algo por trás que a transcende. No final o protagonista volta a ver o jardim como se encontrava antes (com as árvores cortadas) entretanto há um novo pé de pessegueiro ainda ali vivo. A visão sacralizada da natureza não faz com que ele questione racionalmente como a árvore surgiu ali. Pois como é mencionado no texto Da Natureza Como Positividade À Natureza Como Representação, de Arthur Soffiati: "Conhecer a natureza não é compreendê-la, mas sim adorá-la.  Entretanto, sua família já tem uma visão diferente, sendo ela a semi sacralizada, porque por mais que a crença mística não tenha desaparecido de suas vidas, eles puseram na frente intervenções profundas e degradativas por meio da agricultura, que foi um dos primeiros passos para a dessacralização do mundo.
No trecho que se inicia em 1:38:34 chamado "O povo do Moinho" é perceptível logo no início que se passa em uma época em que a visão totalmente sacralizada estava se dissolvendo. Ao passar do filme você percebe as diferentes percepções da relação com a natureza e a vida ali presentes. O senhor, por exemplo, durante todo o tempo se mostra conectado com o lugar. Menciona que as pessoas dali vivem a vida de uma forma natural. Esperam que as árvores caiam para usá-las como combustível, a noite a escuridão toma conta, julga os cientistas e seus feitos contra a natureza e há um momento que diz que as pessoas esquecem que elas também fazem parte da natureza, por isso a maltratam. Já o protagonista parece boquiaberto com tudo aquilo, pergunta sobre eletricidade, sobre como transportam as coisas e o momento que parece mais surpreso é quando o senhor diz que o que estava acontecendo naquele momento era um funeral e não um festival. Nesse período histórico foi que o homem começou a tomar consciência da morte e se questionar porque o ser humano estava sujeito a morte. Por isso ao ouvir aquilo reagiu de tal forma. O senhor explica com calma que o funeral ali era algo feliz pois quando uma pessoa morre ela é congratulada pelo trabalho que teve durante a sua vida na terra e que ele já está pronto para deixar a vida mortal. Essa parte do filme, em especial, deixa claro como a visão da natureza já começava a mudar entre a sociedade
Retornando aos minutos 1:13:34 onde se encontra o pedaço "Monte Fuji Em Vermelho". Desde o século V A.C foi possível notar a visão interrogativa dos físicos em relação a natureza e em XVIII foi expurgado totalmente da natureza seus últimos vestígios de sacralidade através desses questionamentos. E em XIX surge o princípio da incerteza. A partir disso uma nova imagem da natureza surge como algo complexo. A primeira cena do filme é o que parece uma erupção no Monte Fuji mas na verdade é uma explosão nuclear. Alguns sobreviventes estão em um local ainda não atingido pelos ares tóxicos como estrôncio e césio. Entre eles há um dos físicos, ele fala sobre como o homem interferiu na natureza, como a transformou para que tentasse compreendê-la. Isso nos leva de volta ao primeiro trecho mencionado, onde o ser humano jamais buscaria compreender algo místico, porém já no período da visão organicista contemporânea da natureza é o que eles precisam para que possam explorar cada vez mais em busca de satisfazer suas vontades. Outra mulher ali presente, também culpa os seres humanos por tal acontecimento. Anteriormente isso seria interpretado como um sinal dos deuses, já nesse momento é apenas culpa das ações humanas.

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