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Trabalho - Melainie Klein - O Mundo Visto pelos Olhos de uma Criança

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CURSO DE PSICOLOGIA
ANÁLISE PSICANÁLITICA DO VÍDEO “O MUNDO VISTO PELOS OLHOS DEUMA CRIANÇA”
2021
1. INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho irá abordar os conceitos da teoria proposta por Melanie Klein, que centraliza como um de seus maiores legados os estudos com foco na psicanálise intantil, desde o seu nascimento a momentos lúdicos que são responsáveis por revelar o inconsciente da criança, baseando-nos em livros dela, sobre sua obra e também outros artigos referentes á sua teoria, especificamente ao conceito de fantasia.
Através desses estudos, Klein conseguiu concluir a existência de conceitos até então só analisados por Sigmund Freud na idade adulta, sendo eles a precoce existência do ego e superego. Através dos estudos de Melaine, realizaremos uma análise do curta metragem “O mundo visto pelos olhos de uma criança”, por Amanda Sparso. Desta forma identificando o modo de funcionamento da mente infantil, focando no conceito da fantasia inconsciente.
Na animação temos um bebê que é separado da mãe e sofre esta angústia, e posteriormente submerge em um mundo fantástico com um urso panda, que se torna real em sua imaginação. Através dos conceitos de fantasia, vemos que o bebê por meio de seu inconsciente, cria uma base fantasiosa narrando de forma não verbal seu processo de separação da mãe, assim como sua superação neste processo.
A criança através da realidade externa vive o processo de separação, sua pulsão mental infantil entrelaçada a expressão mental dos instintos de sobrevivência, cria um processo fantasioso onde existe acolhimento e proteção através do seu bichinho de pelúcia, que se torna seu confidente e protetor no momento em que há a separação da figura materna.
Diante disso, por meio do curta metragem e o conceito de fantasia abordado, podemos realizar uma análise da teoria kleniana com as cenas e conteúdo do vídeo. Evidenciando a evolução do personagem e o funcionamento do seu inconsciente, em como a natureza das fantasias estão relacionadas ao meio externo e vice-versa, uma vez que ela não é simplesmente um a fuga da realidade, mas um constante e inevitável acompanhamento de experiências reais, com as quais está em constante interação (SEGAL,1975, p.25)
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2. DESENVOLVIMENTO
Na teoria de Melanie Klein, apesar de embasada na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, possui uma clínica mais prática e pragmática, aplicando a psicanálise em bebês, nos primeiros meses de vida de uma criança, encara o psiquismo infantil como cruel e não ingênuo. Para ela, “as fantasias inconscientes são, em todos os indivíduos, ubíquas e sempre ativas” Segal (1975) p.22. Afirma que o inconsciente não é infantil nem adulto, mas é uma contribuição muito importante no desenvolvimento do indivíduo. Como podemos observar no artigo de Oliveira (2021), sobre a teoria de Melanie Klein e as fantasias inconscientes “Ela desenvolveu então a análise através da brincadeira. Por meio da atividade lúdica, a autora interpretava as fantasias, as angústias, e outras manifestações do inconsciente da criança, as quais eram expressas de maneira simbólica”.
Diante desta teoria de Melanie Klein, fazendo sua analogia com o vídeo curta metragem: “O mundo visto pelos olhos de uma criança”, fora possível estabelecer relações do conceito de Fantasia demonstrada durante o enredo por uma infante que é protagonista no filme. Melanie Klein passa a observar em uma nova perspectiva o desenvolvimento primitivo da criança, vendo no brincar a representação simbólica de suas ansiedades e fantasias, como expressão simbólica de seus conflitos inconscientes, desvendando um mundo de fantasias inconscientes e as relações de objeto da criança.
A história está sempre relacionada a imagens ou tomadas de cenas, que direcionam aos expectadores um olhar infantil, como se estivessem vinculados à câmera, os olhos da criança em questão. Como se fosse a inclusão de um Imago que seria a representação na fantasia de um objeto que introjeta no ego experiências internas e externas relacionadas com as dificuldades de se dividir ofora e o dentro por ainda ser um bebê.
No início do filme, uma possível mãe carregando sua bebê nos braços anda em meio a uma paisagem noturna que lembra uma floresta ameaçadora, supostamente fruto do imaginário da bebê, e entrega sua filha nos braços de um grande urso panda que a recebe amigavelmente. Deixando que a troca de carícias e
olhares entre mãe e filha perdure por alguns instantes, demonstrando aparentemente, uma expressão de angústia e ansiedade no momento da separação em que a mãe a entrega e sai também com um provável aspecto de insegurança.
De acordo com a teoria kleiniana o bebê inconscientemente experimenta sensações satisfatórias e frustrações gerando fantasias no bebê. A origem do pensamento da criança está nestas primeiras fantasias permitindo assim, o bebê elaborar o esquema: pulsão – fantasia – eu, seguindo seus instintos de forma fantasística na formação do ego como vimos nas afirmações sobre a teoria de Melanie klein:
“As fantasias são inatas no sujeito, uma vez que são as representantes dos instintos, tanto os libidinais quanto os agressivos, os quais agem na vida desde o nascimento. Elas apresentam componentes somáticos e psíquicos, dando origem a processos pré-conscientes e conscientes, e acabam por determinar, desta forma, a personalidade. Pode-se concluir que as fantasias são a forma de funcionamento mental primária, de extrema importância neste período inicial da vida.” OLIVEIRA, 2021.
Pressupõe que o ego, a partir do nascimento, é capaz de formar – e, de fato, é impulsionado pelos instintos e pela ansiedade a formar – relações de objeto na fantasia e na realidade. A partir do momento do nascimento, o bebê tem que lidar com o impacto da realidade, começando com a experiência do próprio nascimento e passando a inumeráveis experiências de gratificação e frustração de seus desejos. SEGAL,1975, p.24
Desta mesma forma podemos observar na relação da bebê com o urso no final da trama quando é interrompida esta relação objetal e com a chegada da mãe que volta a ocupar seu lugar de objeto e o urso volta a ser somente um brinquedo. Percebendo a angústia da separação novamente como no início do vídeo. Porém, com uma maior implicação pulsional da realidade.
Assim, como a associação livre é aplicada aos adultos, na teoria kleiniana a técnica do brincar dentro da psicanálise associa às brincadeiras aos conteúdos específicos da infância. Uma das formas de conceituar a teoria de Melanie Klein seria a compreensão fantasista das relações que o sujeito tem com o mundo que o cerca. Tais fantasias que vão dar a percepção do mundo real quando o bebê faz suas relações de objeto com seu próprio Ego, considerando-as como representante
psíquico ou correlato mental da pulsão. Se existe pulsão desde o nascimento também existe fantasia.
Essa fantasia se dá na relação entre o brinquedo e a criança. O urso que tornou-se real na fantasia da bebê oferecendo todo acolhimento que seria esperado do seu objeto. Praticamente substituindo a função da mãe naquele momento. A criança desfruta das brincadeiras imaginárias proporcionadas pelo urso como algo bom e satisfatório. E o objeto primordial nesta organização é o seio. Que vai ser todobom, ou será todo mau. A criança vai ter uma percepção extremamente primitiva deste objeto e de acordo com seus instintos se relacionará com ele.
As relações que a criança vai construindo com esse mundo serão inicialmente parciais, nem mesmo conseguindo ver a mãe em uma totalidade, sem noção do corpo total nem dela nem do outro, apenas parcial. Como no momento em que fora “abandonada.” A relação de objeto é parcial e o ego é parcial. Entretanto, são percebidos como objetos dissociados e excludentes. A criança não percebe que o mesmo seio que exerce as funções agradáveis e desagradáveis, ora bom, ora mau.
Mais a frente ela iniciará a construção do ego e superego com a utilização de mecanismos de defesa na fantasia que existem para defender o ego da angústia. Mecanismos de projeçãoe introjeção de objetos em situações externas, e pulsões e fantasias internas ficam misturados e confusos. A noção de corpo vai perder a referência biológica, a primazia será a pulsão e a fantasia.
Sendo assim, podemos ver na fantasia da infante que está ligada ao momento de dormir, no qual a criança é levada para algum lugar e entregue ao seu objeto de relação afetiva na hora do sono. O que permitiu aquela bebê do vídeo fantasiar experiências da realidade influenciadas imediatamente pelo contexto e fragmentadas por um eu ainda primitivo e parcial, onde tudo é possível, baseado no princípio do prazer, ou seja, as pulsões fantasiadas experimentadas no corpo de maneiras somáticas. “Os objetos fantasiados e a satisfação deles derivada são experimentados como acontecimentos físicos”. SEGAL,1975, p.24
A liberação da vida fantasmática ocorre, principalmente, através da atividade lúdica. Ela ainda não expressa seus sentimentos e desejos subjetivos por meio de palavras. Desta forma, é preciso estimular a brincadeira das crianças, à atividade lúdica, consequentemente liberando suas fantasias inconscientes. OLIVEIRA, 2021.
Então ela segue com seu objeto em uma relação de extremo afeto e prazer. Com seu objeto se sente protegida e acolhida. E algo que fica bem claro, tanto durante o dia como à noite. Com ele a criança viaja, voa, alcança lugares inimagináveis até então, até mesmo na configuração do filme em assemelhar a criança a um avião para demostrar o quanto é potente a fantasia de uma bebê nesta fase dos meses iniciais.
Neste período uma criança não diferencia fantasia de realidade. Ela se sente constantemente invadida por objetos, busca se defender, experimenta alívios, com toda onipotência infantil do Narcisismo primário em torno de toda realidade a ela apresentada.
A gratificação derivada da fantasia pode ser encarada como uma defesa contra a realidade externa da privação. É, no entanto, mais do que isso: é também uma defesa contra a realidade interna. O indivíduo, produzindo uma fantasia de satisfação de desejo, não está apenas evitando a frustração e o reconhecimento de uma realidade externa desagradável; está também – inclusive é mais importante – defendendo a si mesmo contra a realidade de sua própria fome e raiva – sua realidade interna. SEGAL,1975, p.27
Esta manifestação se daria na distinção do processo real com o que fora representado mentalmente de modo detalhado. A situação de plena satisfação utilizada pela bebê para se defender do momento de possível frustração, abandono de seu objeto, sua mãe. Tão usado somente pra defesa que gera também um vínculo que provoca na criança a mesma angústia que sente por deixar sua mãe, quando sente a necessidade de deixar o brinquedo. E neste momento de reencontro com a mãe, na retomada de seu objeto inicial no final do filme, já é perceptível a aceitação da realidade em que a criança se despede do urso e este volta a ser brinquedo. E mesmo assim a criança se estabelece novamente coma mãe em pleno gozo e felicidade.
3. CONCLUSÃO
Depois de associarmos a teoria de Melaine Klein com a curta metragem e observarmos suas contribuições, vimos que o entendimento dos medos mais profundos da criança e suas defesas permitiram trazer contribuições teóricas originais para a psicanálise possuindo uma perspectiva mais intuitiva do que discursiva. A psicanálise kleiniana proporcionou uma forma de mudança psíquica, as fantasias inconscientes, a integração do ego e a melhor capacidade de lidar com a realidade e relações com as pessoas. Ademais, ela buscou entender a gênese dos afetos, o porquê de superegos primitivos e efetuou correções inatas no desenvolvimento infantil.
Com a divisão dos seios facilitou e enriqueceu o tratamento de doenças no psiquismo, em especial de um grupo cada vez mais relevante que é o dos distúrbios da personalidade e dos distúrbios compulsivos. Melanie Klein, em “Sobre saúde mental” (1960), revisou suas ideias sobre o desenvolvimento da personalidade, e falou da importância da mãe e dos objetos. Em “Inveja e Gratidão” de 1957, seu mais controverso trabalho, postula a presença do sentimento de inveja presente desde o nascimento no bebê, e analisa suas consequências, fazendo nesse trabalho um importante avanço em relação às resistências ao tratamento analítico.
Por fim, faleceu em 1960, depois de muito ter contribuído para os estudos psicanalíticos. Ademais, classificada como uma psicoterapeuta pós-freudiana, Melanie foi capaz de evidenciar questões acerca da mente infantil, mesmo Freud não dando tanta importância para essa questão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LAPLANCHE, Jean & PONTALIS, J.-B. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
OLIVEIRA, Pereira Marcella. Melanie Klein e as fantasias inconscientes. Sociedade Brasileira	de	Psicanálise, São Paulo, vol.2, no.2, 2007. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679- 432X2007000200005. Data de acesso em: 14/10/2021.
KLEIN, M. Sobre a saúde mental (1960). Inveja e gratidão e outros trabalhos (1946- 1963).Rio de Janeiro: Imago, 1973.
SEGAL, Hanna. Introdução à obra de Melanie Klein. Rio de janeiro. Imago Editora.1975.

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