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Ambiente comunicacional contemporâneo

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Ambiente comunicacional contemporâneo e a reconfiguração das práticas organizacionais.
 Ler os textos, pontuar e discutir as principais questões, e EXEMPLIFICÁ-LAS com estudos de caso referentes a produtos e processos de comunicação empregados estrategicamente por organizações/empresas.
As mudanças nas relações entre os produtores de mídia e seus públicos estão transformando o conceito de participação significativa.
“Os mesmos equipamentos permitem que se consuma e se produza...” (SHIRKY, 2005)
“Os leitores que escrevem. Os espectadores que pegaram uma câmera...” (ROSEN, 2006).
Conforme Van Dijk e Nieborg (2009), a criatividade em massa despejada online é apenas um comportamento consumista, portanto não é uma criação e participação ativa de conteúdo considerável relevante. Apenas 13% dos adultos online são criadores do conteúdo denominado ‘conteúdo gerado pelo usuário’, conforme a Forrester de 2007. Eles não acreditam que os ‘usuários’ tenham substituído as audiências ou consumidores, já que, para eles, os usuários apenas têm um engajamento passivo ou ativo, porém sem nenhuma utilidade clara nesse comportamento.
Porém, Jenkins (2006) ressalta que Dijk e Nieborg podem estar equivocados, especialmente quando consideram dados que incluem somente o comportamento online de adultos, pois conforme pesquisa da Pew Center de 2007, 64% dos adolescentes online nos Estados Unidos tinham produzido mídia, tendo 39% desse conteúdo recirculado para além de familiares e amigos. Além disso, nos últimos cinco anos a Pew Center registrou aumento de mais de 10% nessa produção de mídia por jovens, o que sugere uma tendência de participação ativa cada vez maior. Também chama atenção para o risco de ignorar ou reduzir esses tipos de participações que envolvem a apreciação, avaliação, crítica e recirculação através de compartilhamento. Para ele, as pessoas em rede estão lendo, assistindo e escutando o que as outras produzem e vai além, elas fazem isso de maneiras distintas em um sítio onde reconhecem seu potencial de contribuição. 
Relembrando a crítica de Dijk e Nierborg sobre a pequena quantidade de usuários que são colaboradores ativos, acrescenta-se ainda a pirâmide de participação que representa essa percepção. Chegando a rotular 90% dos que não estavam produzindo conteúdo ativamente como ‘observadores’ – Pirâmide de Horowitz. No entanto, conforme Jenkins (2006) é sabido que os usuários não aderem a papéis permanentes e se comportam de formas variadas em diferentes comunidades e/ou momentos, podendo ser criadores dentro de uma dada circunstâncias. Além do mais, todos os participantes atuam em conjunto em uma economia que opera sob alguma combinação de conexão comercial e não-comercial, com várias pessoas executando funções que dão apoio umas às outras, ou seja, um observador propicia valor às pessoas que produzem conteúdos multimídia ou comentam, ampliando a audiência e potencialmente motivando o trabalho delas. Enquanto isso, os críticos abastecem ideias sobre quais conteúdos devem ser avaliados e os curadores facilitam o acesso para textos a serem avaliados aos críticos.
Os membros de comunidades são estudados há tempos pelos educadores, que sugerem que as pessoas aprendem ao observar, também que atividades básicas podem engajar um posicionamento vantajoso e que ‘indivíduos-chave’ motivam o progresso de outras pessoas. Esse processo chama-se participação periférica legítima, descrito por Jean Lave e Etienne Wenger – os novatos se integrarão muito rapidamente se capazes de observar e aprender com os mais habilitados e “como um lugar em que alguém se move rumo à participação mais intensa, a perificidade é uma posição empoderadora”. (JENKINS, 2006).
Diferente das mídias de massa, onde segundo Jenkins (2006) pode-se observar que uma pequena elite detém o conhecimento, as habilidades e as motivações exigidas para representar contribuições importantes, onde a maioria permanece sempre na condição de observadores. Assim, de modo a proteger a ‘mística’ ou ‘mágica’ de se fazer mídia profissional do grande público, esconde-se os processos. 
De acordo com Jenkins (2006), o processo de mudança dos meios de comunicação dominantes, de radiodifusão para digital pode diminuir o domínio do controle corporativo sobre muitos tipos de conteúdos, obtendo uma circulação ativa de perspectivas diversas. Porém, é um ganho em risco, visto que nesse cenário intensificam-se também as lutas pela neutralidade da rede, principalmente, sendo essencial debates sobre restrições corporativas referente ao acesso às redes e os seus usos. 
Atualmente o comportamento das pessoas diante das novas tecnologias da informação vem sendo monitorada no Brasil pelo Centro Regional de Estudos e Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br). Registrou em 2005, ano de sua criação, que apenas 9,39% dos domicílios brasileiros tinham acesso à rede e que mais de 67% nunca tinham acessado a Internet. Dezesseis depois o cenário se inverteu completamente, quebrando um dos maiores paradigmas da comunicação no país – de que nada e nem ninguém seria capaz de fazer frente ao poder da rede brasileira de TV, dominada pelo grupo Rede Globo, e formada por emissoras que tem por proprietário políticos, em maioria. (LILIAN PRIMI In: Revista Caros Amigos n° 248/2007, p. 26).
O caos causado pela mudança nos meios de comunicação e na forma como as populações se informam aparece mais visível nos Estados Unidos, onde segundo a Pew Research Center os jornais amargam uma drástica redução no número de leitores e a queda vertiginosa nos ganhos com publicidade, que despencou de US$ 49,4 bilhões em 2005 para míseros US$ 18,2 bilhões em 2016, sendo 29% desse montante vindos de anúncios na plataforma digital dos veículos. Isso nos mostra que a publicidade digital cresce (e são sugadas pelas grandes empresas, como a Google) e proporcionalmente as dos veículos impressos caem. No Brasil, a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou queda de 16,1% na venda de livros, jornais e revistas (setor editorial) entre 2015 e 2016. (LILIAN PRIMI In: Revista Caros Amigos n° 248/2007, p. 27).
Isso tudo reflete, conforme o Relatório de Mídia Digital da Reuters deste ano, um comportamento de consumo de noticias no mundo, onde persiste a falta de disposição dos leitores em pagar pela notícia, surgido com a consolidação das mídias sociais. Investigadas 70 mil pessoas em 36 países, registrou-se que apenas um em cada dez entrevistados paga por noticias na internet, e muitos (21%) bloqueiam os anúncios. Entretanto, grandes marcas de noticias investem para ampliar a distribuição das postagens, pagando ao Facebook, por exemplo, pelo impulsionamento das notícias com bons resultados. Um novo foco também surgiu, no engajamento da audiência, voltado para alcance de qualidade, em vez de buscar apenas quantidade. Além da construção de novos hábitos/formatos como por meio de e-mail e notificações no celular. David Levy, diretor do Instituto Reuters afirma que: “É por isso que estamos vendo mais organizações de noticias reorientando a qualidade, praticando um jornalismo que as pessoas se sintam dispostas a pagar, bem como formas de demonstrar transparência, justiça e responsabilidade (verificação dos fatos, editores de leitores etc.)”. No cenário em que ‘fake news’ se alastraram na imprensa estadunidense (trump bump) e o preço médio das publicações subiram 10,8% (de 2014 a 2017), houve aumento supreendente na venda de assinatura de veículos tradicionais como efeito colateral, o que trouxe essa motivação de reorientação para qualidade da notícia, de resgatar a confiança quebrada do leitor, em alguns casos (LILIAN PRIMI In: Revista Caros Amigos n° 248/2007, p. 27).

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