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Questões História da Língua e Literatura Portuguesa

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História da Língua e Literatura Portuguesa 
 
Leia as duas cartas abaixo e atente para o fato de terem sido escritas pela mesma pessoa: 
 
I – Exmo. Sr. Senador Rui Barbosa, 
 
Li, com a pausa necessária a tão largo, numeroso e profundo trabalho, a Réplica de V. Exa 
às defesas de relação do Código Civil, da qual agradeço o exemplar que me mandou. 
Que, mais de uma vez, figure o meu nome entre os que V. Exa. escolheu como dignos da 
citação, é já de si grande honra, mas V. Exa a fez ainda maior com as palavras generosas 
que lhe acrescentou a meu respeito. Assim que, ambas as razões, a de admiração e a 
gratidão, me levam as guardar este livro entre os que mais prezo, para estudo da nossa 
língua e animação a mim próprio. Queira V. Exa. receber a sincera expressão de minhas 
homenagens, como de quem é de V. Exa. 
 
Velho admirador, amigo e obreiro 
 
Machado de Assis 
 
II – Aqui recebi, logo que voltei de Nova Friburgo, um exemplar do seu Ajuste de Contas, 
lembrança de 46 anos de boa e constante amizade. 
 
Quis relê-lo, naturalmente, e ainda uma vez achar o efeito que o trabalho produziu em 
mim, desde o primeiro dia. Não era precisa a amizade que nos liga; bastava o sentimento 
de justiça que sempre mostrou em você o que este livro tão brilhantemente expõe. Mando-
lhe aqui um abraço apertado; outro, ainda uma vez, pelo discurso a Mac-Kinley, pela 
resposta deste, e pela unanimidade da imprensa americana. 
 
Minha mulher recomenda-se-lhe. Ela e eu pedimos que apresente a Exma Senhora e a 
toda a família os nossos sentimentos de respeito e amizade. 
 
Lembranças do velho amigo Machado de Assis. 
 
Levando em conta ambas as cartas assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. a modalidade formal da língua é verificada no tratamento respeitoso empregado 
para o destinatário da carta como Exma Senhora. 
b. a grande amizade entre remetente e destinatário justifica a modalidade informal 
em ambas as cartas. 
c. ambas as cartas apresentam a mesma modalidade da língua. 
d. ao contrário da primeira carta, a segunda apresenta a modalidade mais informal 
da língua. 
Muito bem...!!! 
e. a forma pronominal de tratamento é a mesma em ambas as cartas. 
 
 
 
Assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. as línguas neolatinas originam-se do Latim Clássico, porque este era falado 
pelos soldados que invadiam as diferentes regiões. 
b. há dez línguas neolatinas, entre elas, o português, francês, inglês, espanhol e 
romeno. 
c. a existência do romanço, fase intermediária se justiça, porque, ao se implantar o 
Latim em uma região conquistada, já havia uma língua, cujos resquícios são 
transplantados para a nova língua. 
Muito bem...!!! 
d. há uma grande semelhança entre as línguas neolatinas, já que vieram de um 
mesmo tronco. 
e. causas históricas, políticas e etnológicas são irrelevantes no estudo das línguas. 
 
 
 
Texto para a questão: 
 
DEMOCRACIA 
 
Punhos de rede embalaram o meu canto 
 
para adoçar o meu país, ó Whitman. 
 
Jenipapo coloriu o meu corpo contra os maus- 
 
[olhados, 
 
catecismo me ensinou a abraçar os hóspedes, 
 
carumã me alimentou quando eu era criança, 
 
Mãe-negra me contou histórias de bicho, 
 
moleque me ensinou safadezas, 
 
massoca, tapioca, pipoca, tudo comi, 
 
bebi cachaça com caju para limpar-me, 
 
tive maleita, catapora e ínguas, 
 
bicho-de-pé, saudade, poesia; 
 
fiquei aluado, mal-assombrado, tocando maracá, 
 
dizendo coisas, brincando com as crioulas, 
 
vendo espíritos, abusões, mães-d’água, 
 
conversando com os malucos, conversando sozinho, 
 
emprenhando tudo que encontrava, 
 
abraçando as cobras pelos matos, 
 
me misturando, me sumindo, me acabando, 
 
para salvar a minha alma benzida 
 
e meu corpo pintado de urucu, 
 
tatuado de cruzes, de corações, de mãos-ligadas, 
 
de nomes de amor em todas as línguas de branco, 
 
[de mouro ou de pagão. 
 
(Jorge de Lima, Poesias completas, v. I. Rio de Janeiro/Brasília: J. Aguilar/INL, 1974, 
p.160, 164-165.) 
 
Assinale a alternativa incorreta: 
Escolha uma opção: 
a. o título do poema sugere a importância do elemento nativo, africano e europeu 
na formação do idioma e da cultura não só do eu lírico como de todo o Brasil. 
b. no trecho “massoca, tapioca, pipoca tudo comi”, revela-se a influência do 
elemento autóctone na formação cultural do eu lírico. 
c. a tomada do poeta norte-americano Walt Whitman como interlocutor sugere um 
eu lírico próximo ao universo letrado do branco. 
d. “saudade” e “catecismo” são referências ao universo do colonizador português 
no Brasil. 
e. as palavras “catecismo”, “alma benzida” e “tatuado de cruzes” demonstram que 
o eu lírico se restringiu à crença cristã em sua formação. 
Muito bem...!!! 
 
 
Assinale a correlação correta: 
Escolha uma opção: 
a. macula>macla>mancla>mancha - síncope, metátese. 
b. calente>caente>queente>quente – assimilação e prótese. 
c. legere>leger>leer>ler - subtração, síncope, crase 
Muito bem...!!! 
d. calvaria>calavaria>caavaria>caavaira>caaveira>caveira - subtração, 
permutação, crase. 
e. credo>creo>creio - prótese, epêntese. 
 
 
Tendo como referência a teoria estudada nesta unidade, assinale a alternativa incorreta: 
Escolha uma opção: 
a. a proposta de Chomsky é a de que há um conhecimento linguístico universal, 
inato, cuja área central é a sintaxe. 
b. o gerativismo concebe a sintaxe como incluindo princípios, comuns a todas as 
línguas do mundo, e parâmetros, responsáveis pelas grandes variações. 
c. de acordo com o gerativismo, para se conhecer a sintaxe de uma língua é 
preciso formular sucessivas hipóteses sobre as operações mentais envolvidas na 
derivação, ou geração, das suas frases. 
d. na base da derivação das frases está um conjunto de escolhas sintáticas. No 
final da mesma, admite-se que as estruturas frásticas, então já criadas, se 
bifurcam em dois tipos de expressão, ou representação, uma ao nível do léxico 
(Representação Fonética) e outra ao nível do significado (Forma Lógica), o que dá 
conta do objeto observável da teoria sintética que é o das frases ditas com sentido, 
as únicas que podem ser compreendidas. 
Muito bem...!!! 
e. só a partir da teoria generativa de Chomsky, em 1957, foi possível abordar a 
sintaxe nos seus aspectos históricos. 
 
 
 
 
“ Ora sabereis que a sua riqueza de expressão intelectual é tão prodigiosa, que falam 
numa língua e escrevem noutra. Assim chegado a estas plagas hospitalares, nos demos 
ao trabalho de bem nos inteirarmos da etnologia da terra.(...) 
Já estamos em condições de citarmos no original latino muitas frases célebres dos 
filósofos e os testículos da Bíblia” 
(Mário de Andrade – Macunaíma) 
Obs: “plagas” = terras; “etnologia” = estudo das raças 
 
1) No trecho acima, o personagem Macunaíma, estando em São Paulo, encanta-se com o 
português utilizado pela elite paulistana: o português clássico, mais próximo ao empregado 
em Portugal. Dessa forma, o protagonista o emprega numa carta para as Icamiabas, 
porém cometendo erros ridículos, o que configura uma sátira de Mário de Andrade ao 
convencionalismo das aristocracias brasileiras. Levando em conta o excerto e este 
enunciado, assinale a alternativa incorreta: 
Escolha uma opção: 
a. em vez de “testículos”, o protagonista deveria ter empregado “versículos”. 
b. em vez de “hospitalares” , Macunaíma deveria ter empregado ‘hospitaleiras”. 
c. o pronome “sua” refere-se aos paulistanos cultos. 
d. em vez de “etnologia”, o protagonista deveria ter empregado “etimologia”. 
e. em “falam numa língua e escrevem noutra”, Macunaíma quer dizer que os 
paulistanos cultos falam na norma culta e escrevem na variante coloquial. 
Muito bem...!!! 
 
 
 
Esta questão foi extraída do Exame Nacional de Cursos, de1998. 
Em Os Lusíadas, Camões, 
 
Escolha uma opção: 
a. sensível aos valores do mundo clássico, vale-se da mitologia greco-latina como 
um recurso retórico, que enriquecee embeleza os elementos históricos. 
Muito bem...!!! 
b. como todo poeta do Renascimento, recebendo influência dos gregos e romanos, 
concebe as divindades pagãs como superiores à cristã. 
c. homem do século XVI, abraçando o Cristianismo e vivendo o pragmatismo de 
seu tempo, despreza a mitologia greco-latina, que contraria sua fé e o cientificismo 
da época. 
d. fiel a sua religião, faz que a divindade cristã compareça de maneira física, 
intervindo e atuando ao longo do poema, do mesmo modo que as divindades 
pagãs. 
e. recebendo influência direta de Homero e Virgílio, elimina em sua epopéia 
quaisquer vestígios da concepção de mundo cristã. 
 
 
 
QUINTA / D. SEBASTIÃO, REI DE PORTUGAL 
 
Louco, sim, louco, porque quis grandeza 
 
Qual a Sorte a não dá. 
 
Não coube em mim minha certeza; 
 
Por isso onde o areal está 
 
Ficou meu ser que houve, não o que há. 
 
Minha loucura, outros que me a tomem 
 
Com o que nela ia. 
 
Sem a loucura que é o homem 
 
Mais que a besta sadia, Cadáver adiado que procria? 
 
(Fernando Pessoa – Mensagem) 
 
Assinale a alternativa incorreta sobre o texto: 
 
Escolha uma opção: 
a. no poema fica explícita a crítica ao caráter ousado de Dom Sebastião. 
Muito bem...!!! 
b. no último verso, há um paradoxo na imagem de um cadáver procriador. 
c. no plano da forma, verificam-se os versos livres, mas não brancos. 
d. embora o autor seja Fernando Pessoa, o eu lírico é o rei Dom Sebastião. 
e. o texto evidencia a formação do mito sebastianista e o empreendimento ousado 
de Dom Sebastião na África. 
 
 
 
Mar Portuguez 
 
Ó mar salgado, quanto do teu sal 
 
São lágrimas de Portugal! 
 
Por te cruzarmos, quantas mães choraram, 
 
Quantos filhos em vão resaram! 
 
Quantas noivas ficaram por casar 
 
Para que fosses nosso, ó mar 
 
Valeu a pena? Tudo vale a pena 
 
Se a alma não é pequena. 
 
Quem quere passar além do Bojador 
 
Tem que passar além da dor. 
 
Deus ao mar o perigo e o abysmo deu, 
 
Mas nelle é que espelhou o céu” 
 
(Fernando Pessoa - Mensagem) 
 
Levando em conta o poema acima, responda as questões: 
 
1) assinale a alternativa correta: 
 
Escolha uma opção: 
a. embora personificado, o mar apresenta apenas aspectos negativos ao longo do 
poema. 
b. a regularidade métrica, pela adoção de versos decassílabos, mantém a tradição 
de Os Lusíadas de Camões. 
c. pelo contexto, observa-se a opção pela fixação do povo ao território, já que o 
mar é perigoso; 
d. a abordagem do passado se manifesta também na escolha lexical, por meio do 
emprego de arcaísmos como em: “portuguez”, “resaram”, “quere”, “abysmo” e 
“nelle”. 
Muito bem...!!! 
e. por todo o texto fica explícita a crítica à expansão marítima, o que configura um 
diálogo intertextual, que corrobora o episódio do Velho do Restelo, em Os 
Lusíadas de Camões. 
 
 
 
A questão abaixo foi extraída do Exame Nacional de Cursos, 2002. 
 
...e então uma grande voz se levanta, é um labrego de 
 
tanta idade já que não o quiseram, e grita subido a um 
 
valado, que é púlpito de rústicos, ó glória de mandar, ó vã 
 
cobiça, ó rei infame, ó pátria sem justiça, e tendo assim 
 
clamado, veio dar-lhe quadrilheiro uma cacetada na 
 
cabeça, que ali mesmo o deixou por morto. 
 
O fragmento acima transcrito, de Memorial do convento, de José Saramago, exemplifica 
uma tendência marcante da ficção contemporânea, revelada 
 
Escolha uma opção: 
a. na intertextualidade, como manifestação formal tanto do desejo de reduzir a 
distância entre o passado aludido e o presente do leitor, como também do desejo 
de reescrever o passado dentro de um novo contexto. 
Muito bem...!!! 
b. no aproveitamento ficcional de episódio histórico relatado por voz onisciente, 
como modo não só de apresentar narrativa em tom elevado mas também de 
oferecer uma releitura fidedigna do passado. 
c. na utilização do fluxo de consciência, como expediente que garante ao escritor o 
desvendamento da interioridade das personagens, interesse maior da narrativa 
que despreza o relato episódico. 
d. na intertextualidade, como meio de legitimar o discurso do presente, na medida 
em que a credibilidade do novo texto depende da confirmação do modo de ver o 
mundo instituído pela tradição. 
e. no aproveitamento ficcional de episódio histórico sob perspectiva nostálgica, 
com a consciência de que o culto à memória propicia a preservação dos valores 
autênticos que fundaram uma pátria heróica. 
 
 
 
Fui eu, madre, lavar meus cabelos 
 
a la fonte e paguei-m'eu d'elos 
 
e de mí, louçana 
 
Fui eu, madre, lavar mias garcetas 
 
a la fonte e paguei-m'eu delas 
 
e de mí, louçana. 
 
A la fonte e paguei-m'eu deles, 
 
alo achei, madr', o senhor deles 
 
e de mí, louçana. 
 
Ante que me eu d'alí partisse, 
 
fui pagada do que me el disse 
 
e de mí, louçana. 
 
(Joan Soares Coelho) 
 
1) Assinale a alternativa correta sobre a cantiga acima: 
 
Escolha uma opção: 
a. a moça lamenta a vaidade do namorado, o qual se admirava narcisicamente, 
vendo-se refletido na fonte; 
b. a estrutura poemática é bastante flexível, não se verificando a medida velha 
medieval. 
c. a moça lamenta a partida do amado, tomando como interlocutor a natureza, 
quando ela foi lavar seus cabelos na fonte; 
d. trata-se de uma cantiga de amigo em que uma camponesa chega a dialogar 
com uma nobre: “ senhor deles” 
e. a forte presença de paralelismo e refrão demonstram a origem popular desse 
tipo de cantiga; 
Muito bem...!!! 
 
 
 
 
“Quem do vil contentamento 
 
Cá deste mundo visível, 
 
Quanto ao homem for possível, 
 
Passar logo o entendimento 
 
Pera o mundo inteligível, 
 
Ali achará alegria 
 
Em tudo perfeita e cheia 
 
De tão suave harmonia, 
 
Que nem, por pouca, escasseia, 
 
Nem, por sobeja, enfastia. 
 
Ali verá tão profundo 
 
Mistério na suma Alteza, 
 
Que, vencida a Natureza, 
 
Os mores faustos do Mundo 
 
Julgue por maior baixeza.” 
 
(Camões) 
 
1) Assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. “cá” é o mundo das sombras; “ali” é o mundo das ideias; 
Muito bem...!!! 
b. a métrica e a temática são típicas do estilo clássico; 
c. a alegria ou contentamento são iguais nos dois planos retratados no poema; 
d. o tema principal é o desconcerto do mundo. 
e. a “Natureza” tem valor positivo no contexto; 
 
 
 
A) 
 
Sete anos de pastor Jacó servia 
 
Labão, pai de Raquel, serrana bela; 
 
Mas não servia ao pai, servia a ela, 
 
Que a ela só por prêmio pretendia. 
 
Os dias, na esperança de um só dia, 
 
Passava, contentando-se com vê-la: 
 
Porém o pai, usando de cautela, 
 
em lugar de Raquel lhe dava Lia. 
 
Vendo o triste pastor que com enganos 
 
Lhe fora assim negada a sua pastora 
 
Como se a não tivera merecida, 
 
Começa de servir outros sete anos, 
 
Dizendo: __ Mais servira, se não fora 
 
Pera tão longo amor tão curta a vida! 
 
 
1) Assinale a alternativa correta sobre o soneto: 
Escolha uma opção: 
a. trata-se de um poema predominantemente dissertativo; 
b. não há referência platônica no poema; 
c. Camões faz a mimese do texto bíblico omitindo dados para obter maior efeito 
emotivo. 
Muito bem...!!! 
d. trata-se de um típico soneto maneirista pelo conflito exposto no texto; 
e. não se verifica influência trovadoresca no soneto; 
 
 
 
 
 
Incultas produções da mocidade 
 
Exponho a vossos olhos, ó leitores. 
 
Vede-as com mágoa, vede-as com piedade, 
 
Que elas buscam piedade e não louvores. 
 
Ponderai da Fortuna a variedade 
 
Nos meus suspiros, lágrimas e amores; 
 
Notai dos males seus a imensidade, 
 
A curta duraçãodos seus favores. 
 
E se entre versos mil de sentimento 
 
Encontrardes alguns, cuja aparência 
 
Indique festival contentamento, 
 
Crede, ó mortais, que foram com violência 
 
Escritos pela mão do Fingimento, 
 
Cantados pela voz da Dependência. 
 
1) Assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. o interlocutor do eu lírico é a natureza personificada; 
b. o eu lírico omite sua produção literária por achá-la artificial. 
c. trata-se de um conteúdo metalinguístico; 
Muito bem...!!! 
d. o locus horrendus é evidente no texto; 
e. trata-se de um soneto tipicamente neoclássico; 
 
 
 
 
 
Este inferno de amar 
 
Este inferno de amar – como eu amo! 
 
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi? 
 
Esta chama que alenta e consome, 
 
Que é vida – e que a vida destrói. 
 
Como é que se veio atear, 
 
Quando – ai se há-de ela apagar? 
 
Eu não sei, não me lembra: o passado, 
 
A outra vida que dantes vivi 
 
Era um sonho talvez… foi um sonho. 
 
Em que a paz tão serena a dormi! 
 
Oh! Que doce era aquele olhar… 
 
Quem me veio, ai de mim! Despertar? 
 
Só me lembra que um dia formoso 
 
Eu passei… Dava o Sol tanta luz! 
 
E os meus olhos que vagos giravam, 
 
Em seus olhos ardentes os pus. 
 
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei; 
 
Mas nessa hora a viver comecei… 
 
(Almeida Garrett) 
 
 
1) Assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. segundo o eu lírico, sua vida foi perdida no momento em que conheceu a 
amada; 
b. o lirismo sentimental é bastante contido; 
c. verifica-se, no poema, o prazer obtido a partir da dor; 
Muito bem...!!! 
d. não é possível ver semelhança entre o lirismo de Garrett com os lirismos 
trovadoresco e camoniano. 
e. embora não se utilize do soneto, o poeta mantém-se fiel aos decassílabos 
clássicos; 
 
 
 
 
 
Quando O Sol Bater na Janela do Seu Quarto 
 
Composição : Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonfá 
 
letras.terra.com.br › L › Legião Urbana 
 
Quando o sol bater 
 
Na janela do teu quarto, 
 
Lembra e vê 
 
Que o caminho é um só (refrão ) 
 
Porque esperar 
 
Se podemos começar 
 
Tudo de novo? 
 
Agora mesmo, 
 
A humanidade é desumana 
 
Mas ainda temos chance, 
 
O sol nasce pra todos, 
 
Só não sabe quem não quer, 
 
Até bem pouco tempo atrás, 
 
Poderíamos mudar o mundo, 
 
Quem roubou nossa coragem? 
 
Tudo é dor, 
 
E toda dor vem do desejo, 
 
De não sentimos dor, 
 
Na resolução da questão, leve em conta a letra da canção, as obras de Quental e 
Pessanha. 
 
1) Assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. pelo contexto, o “caminho” na canção, tem mais a ver com Pessanha do que 
com Quental. 
b. não há estrofe que se assemelhe com a fase noturna de Quental; 
c. ocorre paradoxo em “ a humanidade é desumana”, figura de linguagem mais 
observada em Quental do que em Pessanha; 
d. não há estrofe que se assemelhe com o niilismo de Pessanha; 
e. o refrão, a segunda e terceira estrofes da canção têm semelhança com a fase 
diurna de Quental; 
Muito bem...!!! 
 
 
 
 
Autopsicografia 
 
O poeta é um fingidor. 
 
Finge tão completamente 
 
Que chega a fingir que é dor 
 
A dor que deveras sente. 
 
E os que leem o que escreve, 
 
Na dor lida sentem bem, 
 
Não as duas que ele teve, 
 
Mas só a que eles não têm. 
 
E assim nas calhas de roda 
 
Gira, a entreter a razão, 
 
Esse comboio de corda 
 
Que se chama coração. 
 
1) Assinale a alternativa correta: 
Escolha uma opção: 
a. o lirismo não se manifesta na 1ª pessoa mas na 3 ª pessoa, o que sugere a 
despersonalização; 
Muito bem...!!! 
b. a musicalidade é reforçada pelo emprego da redondilha menor; 
c. a ausência de linguagem conotativa ou de metáfora reforça o caráter racional da 
criação poética; 
d. o título e o poema impossibilitam a identificação de Pessoa, o que ressalta a 
despersonalização. 
e. o poema se divide em três quartetos com rimas emparelhadas; 
 
 
 
Sobre a metafísica na obra ortônima e heterônima de Pessoa é incorreto afirmar que: 
Escolha uma opção: 
a. desencadeia reações distintas em cada heterônimo e no ortônimo. 
b. proporciona equilíbrio em Ricardo Reis; 
c. desencadeia também desequilíbrio em Álvaro de Campos; 
d. está totalmente ausente na poesia de Caeiro, pois este se fixa no conhecimento 
físico; 
Muito bem...!!! 
e. está presente no sebastianismo da poesia ortônima; 
 
 
 
 
"Amor é fogo que arde sem se ver; 
 
É ferida que dói e não se sente 
 
É um contentamento descontente; 
 
É dor que desatina sem doer;" 
 
(Lírica de Camões, seleção, prefácio e Notas de MASSAUD MOISÉS, S. P., Ed. Cultrix, 
1963) 
 
"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo. 
 
Mal de te amar neste lugar de imperfeição 
 
Onde tudo nos quebra e emudece 
 
Onde tudo nos mente e nos separa." 
 
(SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, "Terror de te amar", em Antologia Poética) 
 
1) Assinale a alternativa correta sobre os textos acima: 
Escolha uma opção: 
a. ambos os textos retratam o amor de uma forma impessoal, eliminando a 
primeira pessoa; 
b. percebe-se uma visão semelhante do amor mas com abordagens diferentes nos 
planos da forma e do conteúdo. 
Muito bem...!!! 
c. o emprego dos paradoxos é mais evidente no poema de Sophia do que no de 
Camões; 
d. os dois autores ressaltam aspectos externos que eliminam a visão idealizada do 
amor; 
e. ambos os textos se restringem a uma visão negativa do amor; 
 
 
 
 
Texto 1: Comigo me desavim, 
 
Sou posto em todo perigo; 
 
Não posso viver comigo 
 
Nem posso fugir de mim. 
 
Que meio espero ou que fim 
 
Do vão trabalho que sigo, 
 
Pois que trago a mim comigo 
 
Tamanho imigo de mim? 
 
Sá de Miranda – século XVI 
 
Texto 2: “Perdi-me dentro de mim 
 
Porque eu era labirinto, 
 
E hoje, quando me sinto, 
 
É com saudades de mim.(...) 
 
E sinto que a minha morte 
 
Minha dispersão total 
 
Existe lá longe, ao norte, 
 
Numa grande capital.” 
 
( Mário de Sá carneiro – século XX ) 
 
1) Assinale a alternativa incorreta sobre os textos acima: 
 
Escolha uma opção: 
a. ambos os textos, mesmo distantes no tempo, apresentam a mesma medida: a 
redondilha menor; 
Muito bem...!!! 
b. a abordagem do tema pelos autores é diferente; 
c. o confronto dos textos comprova a tradição lírica sobre temas existenciais; 
d. o conflito do “eu” consigo mesmo está presente nos dois textos; 
e. o fim ou destino é mais perceptível no texto modernista do que no texto de Sá 
de Miranda.

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