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Centro Universitário Leonardo da Vinci
Curso Bacharelado em Serviço Social
KARLIANE CARVALHO GAIOSO LIMA
(SES0565) 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: 
A POLÍTICA DE ASSISTENCIA SOCIAL
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (cras) NO BRASIL.
 SÃO LUIS -MA
2021
CIDADE
ANO
karliane carvalho gaioso lima
A POLÍTICA DE ASSISTENCIA SOCIAL	Comment by us: Ex.: ASSISTÊNCIA SOCIAL E A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTEÊNCIA SOCIAL – CRAS NO BRASIL
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (cras) NO BRASIl
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de TCC – do Curso de Serviço Social – do Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como exigência parcial para a obtenção do título de Bacharel em Serviço Social.
Tutora: Michele Amaral Silva Araújo
são luis- ma
2021
A POLÍTICA DE ASSISTENCIA SOCIAL
ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (cras) NO BRASIL.
por 
karliane carvalho gaioso lima
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado do grau de Bacharel em Serviço Social, sendo-lhe atribuída à nota “______” (_____________________________), pela banca examinadora formada por:
 ___________________________________________
Presidente: Prof. Michele Amaral Silva Araújo – Orientador Local
 ____________________________________________
Membro: XXXXXXXXXXXXX - Supervisor de Campo
 ____________________________________________
Membro: XXXXXXXXXXXXX - Profissional da área
São luís- maranhão
Data da Realização da Banca
 Dedico este trabalho, ao meu filho Benício Gaioso Lima, a luz da minha vida.
 
AGRADECIMENTOS
Por trás deste trabalho de conclusão de curso está o apoio de muita gente e sem o qual nada disto teria sido possível.
Gostaria de agradecer e dedicar esta dissertação às seguintes pessoas.
Agradeço a minha mãe Hilda Parrião por todo apoio e pelo amor incondicional.
Meu esposo Afonso Sérgio que foi meu maior incentivador, obrigada por ser tão incrível e por todo cuidado e paciência.
Meu filho Benício a luz do meu caminho, meu bem precioso, minha razão de viver e ao meu filho de 4 patas Toby.
A minha irmã Joseanne Gaioso, meu cunhado Adriano Luz, pois sempre que precisei me estenderam a mão, a minha pequena Maria Eduarda (In memoriam) e a minha nova princesa Helena.
A Blenda que me deu suporte quando precisei.
A minha amiga Rayssa Batista, minha cobrinha predileta, que dividiu comigo essa caminhada, foi minha parceira e conseguimos chegar até aqui com muito esforço em meio a tantos obstáculos ao longo desse curso.
Deixo minha gratidão as tutoras Brenda Soares e Michele Araújo que me guiaram durante este árduo caminho.
Meu esforço valeu a pena, mas não seria possível se não fosse pelas pessoas que estavam ao meu lado.
Eu agradeço de coração quem me apoiou, me incentivou e tornou esta conquista possível.
Foi graças a todo incentivo que recebi durante estes anos que hoje posso celebrar este marco na minha vida: a minha formatura. Um agradecimento a todos!
RESUMO
O presente trabalho de Conclusão de Curso de Serviço Social aborda como tema a Atuação profissional do Assistente Social no centro de referência de assistência social (CRAS) no Brasil. O Objetivo geral é identificar os desafios e avanços enfrentados pelos assistentes sociais no seu exercício profissional dentro do CRAS. Acredito que essa pesquisa poderá contribuir para o debate sobre a intervenção profissional dos assistentes socais no CRAS, além de possibilitar que os profissionais que trabalham nesses espaços possam identificar as principais semelhanças e diferenças encontradas no seu dia-a-dia de trabalho, contribuindo para que os mesmos possam pensar individual e coletivamente sobre sua intervenção profissional e para que novas questões possam surgir e soluções possam ser propostas. Através da pesquisa bibliográfica o estudo inicia-se com a contextualização histórica da Assistência Social como um direito universal, pautado na relevância deste profissional, visto que a maioria das demandas que chegam aos CRAS são destinadas a estes profissionais. O CRAS é unidade pública estatal descentralizada da política de assistência social responsável pela organização e oferta de serviço da proteção social básica do Sistema Único da assistência Social (SUAS).	Comment by us: Remover. 
PALAVRAS-CHAVE: CRAS, Serviço Social, Assistência Social.	Comment by us: Assistência Social. Assistente social. CRAS.
 
SUMÁRIO
Centro Universitário Leonardo da Vinci	1
1.INTRODUÇÃO	8
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA	10
3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL	12
3.1 A QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL	13
3.2 BREVE HISTÓRICO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL	14
3.3 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS	16
3.4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL DENTRO DO CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL-CRAS NO BRASIL.	19
4. JUSTIFICATIVA	25
5. OBJETIVOS	27
5.1 OBJETIVO GERAL	27
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	27
6. METODOLOGIA DE PESQUISA	27
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA	29
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS	30
7.2 ANÁLISE DOS DADOS	31
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS	34
8 CONCLUSÃO	35
1.INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) surgiu como uma exigência do Curso de Serviço Social da Faculdade UNIASSELVI para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, visando discutir, aprofundar e apresentar proposições acerca da atuação dos profissionais do Serviço Social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). O propósito desta pesquisa é mostrar a importância do Assistente Social dentro do CRAS, compreender o papel estratégico que a instituição tem ocupado dentro da proteção social básica e identificar quais são as políticas públicas oferecidas pela mesma O estudo foi realizado através do método bibliográfico, onde buscou-se pesquisas e produções de renome que contribuíram significativamente com a temática. O primeiro capítulo tem por finalidade apresentar as condições sociais e históricas que proporcionaram o surgimento do Serviço Social no Brasil.	Comment by us: Sob a ótica da área de concentração da política Social e Cidadania em uma abordagem da Política Pública de Assistência Social especificamente na área de atuação do equipamento CRAS. O tema surgiu...
A análise levará em consideração as características iniciais da profissão, as quais permitem demonstrar às condições de acesso a profissão, sendo abordadas desde o desenvolvimento das primeiras práticas de ajuda aos mais necessitados, até o crescimento do Serviço Social como uma profissão reconhecida pelo Estado, e que possui um espaço de atuação profissional reconhecido profissionalmente e socialmente.
O segundo capítulo tem como objetivo apresentar a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, apresentando os seus principais objetivos, as suas diretrizes, as suas funções, como ela se estruturou no cenário das políticas públicas. Buscou-se conhecer e compreender o território e a dinâmica da PNAS, para que se fosse possível, posteriormente, compreender a atuação profissional dos assistentes sociais que atuam nos CRAS. Pois eles trabalham com a Proteção Básica, que compreende a parte da política que trabalha com a prevenção dos riscos sociais e com o fortalecimento dos vínculos familiares. Acredita-se, ser indispensável à compreensão da estruturação e da operacionalização desta política social, pois é através dela que o assistente social se torna um profissional viabilizador dos direitos sociais e um mediador dos conflitos sociais.
O Serviço Social surgiua partir de 1930, quando se iniciou o processo de industrialização e urbanização no Brasil. Na época a profissão estava relacionada a articulação dos poderes dominantes como: burguesia industrial, oligarquias cafeeiras, igreja católica e Estado Varguista. O objetivo era controlar as insatisfações populares dos trabalhadores e frear qualquer possibilidade de reivindicação.
O CRAS é a porta de entrada da Assistência Social, é uma instituição pública, onde apresenta infraestrutura adequada e profissionais capacitados para atenderem a sociedade em situação de vulnerabilidade social e risco social, tendo como foco a Proteção Social Básica dos usuários que recorrem aos serviços ofertados pelas instituições. A partir do adequado conhecimento do território, o Cras promove a organização e articulação das unidades da rede socioassistencial e de outras políticas. (ARAUJO,2019).
O Centro de Referência de Assistência Social (Cras), está presente em todo o território nacional com 8.360 unidades que garantem cobertura aos indivíduos em situação de vulnerabilidade social.
 O objetivo do CRAS é prevenir as situações de violação de direitos, auxiliando na melhoria da qualidade de vida dos usuários, através dos atendimentos individualizados e coletivos pelos profissionais, Serviços de convivência e fortalecimentos de vínculos, grupos PAIF - Programa de Atenção Integral a Família, entre outros, auxiliando para a efetivação dos direitos dos usuários como prevê a Política Nacional de Assistências Social- PNAS. Assim, possibilita o acesso da população aos serviços, benefícios e projetos de assistência social, se tornando uma referência para a população local e para os serviços setoriais. (MINISTÉRIO DA DESENVOLVIMENTO,2020)
 O assistente social se insere neste espaço de forma a contribuir para efetivação dos direitos legais dos usuários, realizando atendimentos, visitas domiciliares, relatórios, encaminhamentos, pareceres, acompanhamentos em grupos, entrevistas e para informá-los sobre os programas, projetos, serviços e benefícios, que auxiliam na melhoria da qualidade de vida deles, voltadas para o bem-estar coletivo e para integração do indivíduo na sociedade.
A escolha do tema desta pesquisa justifica-se por minha curiosidade sobre o trabalho realizado pelos Assistentes Sociais no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
No CRAS a presença dos assistentes sociais é fundamental e sua intervenção profissional é de grande importância para a instituição, principalmente para a vida dos usuários, pois através do seu exercício profissional, esses profissionais buscam a garantia dos direitos dos usuários. 
 Este estudo tem como metodologia a pesquisa bibliográfica, descritiva, onde foram utilizados dados encontrados na literatura já existente relativa ao assunto em estudo, como livros, revistas, artigos, monografias publicadas na internet, em material impresso de cartilhas da Assistência Social, que possibilitaram que esta pesquisa tomasse forma para ser fundamentada. Segundo Faleiros (2008 p.129), o tema da metodologia no Serviço Social é bastante complexo, objeto de um amplo debate que envolve uma série de pressupostos de diferentes abordagens. Porém, isso não é possível esgotar-se nesse artigo, em virtude da amplitude das atribuições.
No entanto, o objetivo da pesquisa é identificar o trabalho do assistente social na área de assistência social, as funções, instrumentos e técnicas, conhecer detalhadamente a inserção do profissional de Serviço Social. 	Comment by us: É política pública e deve ser escrita com iniciais maiúsculas em todas as ocorrências do TCC
2. APRESENTAÇÃO DO TEMA	Comment by us: .: ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
O surgimento da Assistência Social enquanto política de governo no Brasil, ocorreu na década de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas. Inicialmente, as bases ideológicas do Serviço Social estavam relacionadas com os interesses da classe trabalhadora e suas necessidades. Mas também com os interesses das classes dominantes, de cunho moral e religioso, onde a doutrina social era direcionada ao trabalhador e sua família, num contexto que visava uma perspectiva de ajuste e enquadramento social.
A Política de Assistência Social no Brasil faz parte de um Sistema de Proteção Social amplo, denominado Seguridade Social. É uma política pública Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS); um direito de todo cidadão que dela necessitar. Ela está organizada por meio do Sistema Único de Assistência Social (Suas), presente em todo o Brasil. Seu objetivo é garantir a proteção social aos cidadãos, ou seja, apoio a indivíduos, famílias e à comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por meio de serviços, benefícios, programas e projetos. Com um modelo de gestão participativa, o Suas articula os esforços e os recursos dos municípios, estados e União para a execução e o financiamento da Política Nacional de Assistência Social.
A Assistência Social conta com uma extensa rede de unidades públicas, que realiza atendimentos para pessoas ou grupos de crianças, de jovens, de mulheres, idosos, pessoas com deficiência e outros. As unidades da Assistência Social são:
Cras – Centro de Referência de Assistência Social; Creas – Centro de Referência Especializado de Assistência Social; Centro POP – Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua; Centro-Dia de Referência para Pessoa com Deficiência e suas Famílias; Unidades de Acolhimento – Casa Lar, Abrigo Institucional, República, Residência Inclusiva, Casa de Passagem.
O trabalho do assistente social tem sido um tema presente na agenda profissional, e vem ganhando centralidade crescente nos debates de profissionais estudantes e pesquisadores do Serviço Social, sinalizando a premência de estudos e pesquisas que desvendem o processamento do trabalho do assistente social (Iamamoto, 2007) e as formas por ele assumidas nos diferentes espaços ocupacionais e nas diversas atividades que desenvolvem no cotidiano das instituições públicas e privadas.
Nas últimas décadas, tem-se observado uma crescente criação de políticas sociais voltadas para grupos sociais que iram ser posteriormente chamados de grupos de riscos sociais, classificados, portanto, em situação de vulnerabilidade social ou risco social. Diante do novo cenário de abertura para a injunção de políticas sociais que vise à garantia dos direitos sociais, surgiu no universo dos profissionais do serviço social, um novo espaço de atuação profissional.
É interessante enfatizar que a grande maioria dos indivíduos que compõe o grupo dos relativamente incapazes apresentam algum tipo de insuficiência social, política, biológica, econômica e cultural. Onde diante de tal situação foi concedido aos assistentes sociais à legitimidade de ser o técnico de referência para a realização de diagnósticos sociais e para serem os operadores da Política Nacional de Assistência Social – PNAS. E diante deste cenário surge o SUAS - Sistema Único de Assistência Social, assim como, os CRAS – Centro de Referência da Assistência Social, que realiza trabalhos com indivíduos no âmbito da proteção social básica.
Sendo assim, pretende-se, portanto, identificar qual a contribuição deste profissional neste espaço ocupacional, foi possível averiguar a realidade presente no CRAS e atingir os objetivos iniciais nas quais impulsionaram o desenvolvimento deste, visto para que se possa pôr em prática o papel do Assistente Social é preciso que se tenha um montante de características que facilitem tal feito como a autonomia, proatividade, visão holística e determinação, isso são pontos fortes para que o profissional tenha êxito diante da realização de suas atribuições.
É imprescindível o conhecimento do território onde o CRAS atua e a utilização de métodos que possibilitem uma maior aproximação possível do cotidiano das famílias e indivíduos (respeitando sempre o direito à privacidade), visto que é nestecotidiano que podem acontecer situações de riscos e vulnerabilidades, como por exemplo: falta de acesso, ou acesso precário, a serviços de políticas públicas; fragilização de vínculos afetivos; exposição a discriminações e violências de formas variadas, entre outras.
3. PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA E A RELAÇÃO COM A QUESTÃO SOCIAL 	Comment by us: remover
3.1 A QUESTÃO SOCIAL E SERVIÇO SOCIAL	Comment by us: informar 3 O ASSISTENTE SOCIAL NA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO EQUIPAMENTO CRAS
Quando se fala em questão social, de imediato se associa o termo a problema social geralmente com classe determinada, a dos pobres. Dependendo da perspectiva de análise, pode ser vista como disfunção, anomia social, ou até mesmo ameaça à ordem social vigente. Resquícios do surgimento da expressão no século XIX no contexto do reformismo conservador encampado pela igreja católica, ideologicamente direcionada para naturalizar o ordenamento capitalista e seus corolários, cujos ideais foram representados pelo papa Leão XIII, Durkheim e Bismark. Percebe-se desde então, a preocupação da classe dominante (burguesia) em justificar as desigualdades e injustiças sociais vivenciadas pelas classes dominadas (proletários).
 A questão social é acentuada e pela sociabilidade típica do capitalismo, assentada em todas as formas de violência, pois, nas palavras de Tonet 2009, “esta é uma forma de sociabilidade que tem a violência em sua própria raiz”. Além do consumismo, concorrência, a descartabilidade, o efêmero, o individualismo, imediatismo, relativismo, valorização do ter, alienação, relações materialistas e a coisificação do humano, na órbita do capital “reforça-se a materialização das relações sociais e personificação das coisas” (IAMAMOTO ,2012, p.57).
A proposta neoliberal é naturalizar e despolitizar a questão social sem tocar nos fundamentos que a edificam. Nesse cenário atua o assistente social, já que a questão social é matéria – prima do serviço social, o qual intervém em sua grande maioria sobre suas sequelas, via políticas públicas. Nessa perspectiva, é fundamental que o assistente social em seu exercício profissional atente para o conhecimento do objeto sobre o qual incide, decifrando os processos e construindo respostas para seu enfrentamento. Iamamoto 2012 afirma que:
O desafio é redescobrir alternativas e possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual; traçar horizontes para formulação de propostas que façam frente a questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daqueles que a vivenciam, não só como vítimas, mas como sujeitos que lutam pela preservação e conquista da sua vida, da sua humanidade. (IAMAMOTO, 2012, p.75)
Para o assistente social significa antes de qualquer intervenção, decifrar as situações, entender a dinâmica responsável por produzi-las, e posteriormente apresentarmos resolutividade. Não é um processo simples, ao contrário é complexo, pois, temos que identificar, detectar, analisar, sugerir, acompanhar, informar, orientar, propor etc. Procedimentos diariamente realizados no atendimento aos usuários, num movimento contínuo, repetitivo e sistemático. No pensamento de Iamamoto (2012): 
Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas presentes no cotidiano. (IAMAMOTO, 2012, p. 20).
Atuar na linha de enfrentamento das expressões da questão social é desafiador, pois, tais demandas apresentam alto nível de complexidade e exige postura profissional ético-política, crítico, competente, propositiva, compromissada com a garantia dos direitos dos usuários.
 3.2 BREVE HISTÓRICO DA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL 	Comment by us: Mover esse texto para a seção 2. Criando uma subseção 2.1
 A assistência social terá uma longa trajetória para conseguir configurar como uma política social, pois os direcionamentos configuram nas ações de caráter de benemerência, através do intermédio com as instituições, “[...] como doações de auxilio, revestida de forma de tutela, de benesse, de favor, sem superar o caráter de prática circunstância, secundaria e imediata que, no fim, mais reproduz a pobreza e a desigualdade social [...]” (MESTRINER, 2010, p. 42), desta forma, a assistência social se volta somente para a população excluída, a uma pequena parcela da sociedade, de forma fragmentada e descontinua, sem a perspectiva de direito. (MESTRINER, 2010).
 É importante sinalizar que historicamente a formação da Proteção Social no Brasil nesse contexto vai se dualizando, ora vinculada à proteção ao trabalho formal e ora ao conjunto de iniciativas benemerentes e filantrópicas da sociedade civil (YASBEK, 2010). Em 1946, o Brasil ganhou uma nova Constituição Federal, esta foi a mais democrática, em resposta aos conflitos sociais exigindo um governo mais descentralizado, pois o país experimentou aumento no custo de vida, desse modo, foi reconhecido poucos direitos sociais e o Estado passa a intervir na tentativa de amenizar esses conflitos.
 Para Mestriner (2008) e Ferreira (2007), nesse período o Estado vinculou-se com a burguesia para limitar as políticas sociais, utilizou-se da contenção salarial, pois tinha como prioridade o crescimento econômico do país, levando a intensificação das desigualdades sociais. A questão social era controlada pelo Estado do uso da violência e repressão. Neste período as expressões da questão social eram tratadas por meio da repressão e da assistência, o Estado passa a utilizar as ações assistenciais como forma de amenizar os conflitos e mobilização dos trabalhadores.
A primeira Política Nacional de Assistência Social foi aprovada em 1998, após cinco anos de regulamentação da LOAS, mas apresentou-se de forma insuficiente. Somente passadas duas décadas da aprovação da LOAS (LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL) é que a Política Nacional de Assistência Social foi efetivamente aprovada em 2004 (YAZBEK e RACHELIS, 2010).
Esta política pública explicita as diretrizes que vão efetivar a assistência social como direito de cidadania e responsabilidade de Estado, possuindo um modelo de gestão compartilhada, tendo suas atribuições e competências realizadas nas três esferas do governo. Ela reafirma a necessidade de articulação com outras políticas e indica que as ações a serem realizadas devem ser feitas de forma integrada para enfrentamento da questão social (COUTO, YAZBEK e RAICHELIS, 2010).  
As supracitadas autoras, afirmam ainda que a intersetorialidade foi um dos pontos mais importantes trazidos na PNAS, pois através da sua articulação com as demais políticas visa-se o desenvolvimento de ações conjuntas destinadas ao enfrentamento das desigualdades sociais existentes e identificadas em determinadas áreas, além de realizar a proteção básica dos usuários. Com a junção entre as políticas em torno de objetivos comuns passa-se a orientar a construção das redes municipais. Observa-se a ampliação dos usuários da política de assistência social, englobando agora não somente os usuários considerados tradicionais, como também as pessoas mais pauperizadas, e pessoas que estão desempregadas, ou que se encontram no mercado informal de trabalho, pessoas em situação de drogadição, entre outros.	
3.3 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS 	Comment by us: Sugiro que mova essa subseção seja 2.1.1
A primeira Política Nacional de Assistência Social foi aprovada em 1998, após cinco anos da regulamentação da LOAS, mas apresentou-se de forma insuficiente. Somente passadas duas décadas da aprovação da LOAS é que a Política Nacional de Assistência Social foi efetivamente aprovada (COUTO, YASBEK e RAICHELIS, 2010).
No ano de 2004, foi criado o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), que em seu âmbito criou a Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS), que busca fortalecer e acelerar o processo de construção 27 do SUAS. Em outubro desse mesmo ano, o MDS através da SNAS publicou a versãofinal da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), Resolução nº 145, sendo publicada no Diário Oficial da União em 28 de outubro de 2004 (CAPACITAÇÃO MDS, 2005). Esta política vai introduzir mudanças tanto nas referências conceituais, como em sua estrutura organizativa e na lógica de gerenciamento e controle das ações na área
A Política Nacional de Assistência Social - PNAS realiza-se de forma integrada às políticas setoriais, considerando as desigualdades sócio territoriais como algo a ser enfrentado socialmente, para que se confirme a efetividade da garantia dos mínimos sociais, e a universalização dos direitos sociais para aqueles que encontram-se em situações de vulnerabilidade, riscos sociais, assim como, aqueles indivíduos classificados como relativamente incapazes, que necessitam de uma assistência social que lhes é assegurada pelo Estado, sob a forma de um direito líquido e certo.
A PNAS tem por objetivo promover serviços, programas, projetos e benefícios de Proteção Social Básica – PSB, e Proteção Social Especial – PSE, para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem. Contribuindo desta forma para a inclusão e a equidade dos usuários da PNAS, ampliando o acesso aos bens e serviços sócios assistenciais básicos e especiais, em áreas urbanas e rurais. E assim, assegura que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária dos usuários da política, realizada sob a forma de monitoramento através do trabalho desempenhado por assistentes sociais que atuam diretamente na aplicação da Política Nacional de Assistência Social.
Segundo a PNAS/2004, classifica-se como o público-alvo, os cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos sociais, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade, ciclos de vida, assim como usuários com identidades estigmatizadas em termos étnicos, cultural e sexual. Atende também, usuários que possuem alguma desvantagem pessoal resultante de deficiências, que são excluídos devido à pobreza, aqueles que fazem uso de substâncias psicoativas, assim como aqueles que sofrem diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, de grupos e indivíduos do qual estão inseridos estes usuários. Além de abarcar aqueles que possuem inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal.
A construção da PNAS foi edificada a partir de uma visão social de proteção, que supõe conhecer os riscos e as vulnerabilidades sociais a que estão sujeitos os destinatários da assistência social. Como afirma a PNAS, “é no cotidiano da vida das pessoas que riscos e vulnerabilidades se constituem” (BRASIL, 2004).
 O termo “vulnerabilidade” e “risco social” assumem diferentes significados a [footnoteRef:1]partir da construção social que lhe é feita. [1: Vulnerabilidade é a característica de quem ou do que é vulnerável, ou seja, frágil, delicado e fraco. Risco Social significa ter os direitos violados, ou estar em situação de contingência (pessoa com deficiência ou idosa necessitando de atendimento especializado (POLITIZE,2021).
] 
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS, promove o acesso à assistência social às famílias em situação de vulnerabilidade, como prevê o Sistema Único de Assistência Social - SUAS, que por meio da Proteção Social Básica – PSB tem como objetivo a prevenção de situações de risco, através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários.
 A Proteção Social Básica destina-se à população que vive em situação de fragilidade decorrente da pobreza, ausência de renda, com acesso precário ou nulo aos serviços públicos e a fragilização de vínculos afetivos (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). Essa proteção prevê o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de 58 famílias e de indivíduos, conforme a identificação da situação de vulnerabilidade encontrada.
 É com base na Política Nacional de Assistência Social – PNAS, que os assistentes sociais realizam o processo classificatório de crianças, adolescentes, idosos e famílias de modo geral, em situação de vulnerabilidade e risco social. Após a identificação da situação de vulnerabilidade social, a criança, o adolescente, o idoso e a família serão inseridos em ações e programas sociais desenvolvidos dentro do Centro de Referência em Assistência Social – CRAS, que visa possibilitar a estes indivíduos, melhores condições sociais de sobrevivência, fortalecimento de vínculos familiares, desenvolvimento do protagonismo destes atores sociais, dentre outras finalidades. 
O assistente social assume um papel importante frente às políticas públicas voltadas para os grupos vulneráveis. Principalmente na faixa etária que envolve crianças, adolescentes e idosos em situação de vulnerabilidade e risco social, pois é este profissional que atua diretamente no processo classificatório destas crianças, adolescentes, idosos e famílias de modo geral.
OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: 	Comment by us: Sugiro que mova essa subseção para 2.1.2
1) Promover serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica, em especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitarem; 
2) Contribuir para a inclusão e a equidade dos usuários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbanas e rurais; 
 3) Assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária; E no que concerne ao público alvo da PNAS, caracterizam-se por serem cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso as demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social. 
3.4 A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL DENTRO DO CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL-CRAS NO BRASIL.	Comment by us: Informar o número 3.1
O surgimento do serviço social no Brasil foi em resposta ao capitalismo no contexto da expansão do papel do estado e no enfrentamento da questão social e de suas mais variadas expressões. O Assistente Social contribui junto ao CRAS como em qualquer outro órgão sob a observação do Código de Ética Profissional, para o desenvolvimento humano, no âmbito pessoal, social e profissional, perante as demandas apresentada pelos usuários. (BRASIL, 2006). 
Como se pode observar o Código de ética sinaliza no sentido de que o Serviço Social deve pautar por ações que contribuam na intervenção e articulação de políticas públicas e/ou sociais ofertando à sociedade ajuda no sentido de defender os direitos indispensáveis à vida. Com relação à dimensão ética, esta é apontada como fundamental, porém as questões apresentadas se dão numa perspectiva aplicativa do sigilo e da relação com demais profissionais da equipe. (BRASIL, 2006).
 O Serviço Social no CRAS tem por finalidade acompanhar as famílias referenciadas por ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta rede, deve atuar junto a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e interdisciplinar. O CRAS tem como função principal ofertar o Programa de Atenção Integral das Famílias – PAIF.O PAIF é o principal serviço de proteção social básica ao qual todos os outros serviços desse nível de proteção devem articular-se, pois, confere a primazia da ação do poder público na garantia do direito à convivência familiar e assegurar a matricialidade sociofamiliar no atendimento socioassistencial, um dos eixos estruturantes do SUAS (ORIENTAÇÕES TÉCNICAS DO CRAS, 2007, p.31). 
 O CRAS é a unidade pública responsável pela oferta do programa de atenção integral as famílias-PAIF e, dessa forma deve dispor de espaços que possibilitem o desenvolvimento das ações previstas por este serviço [...] O imóvel do CRAS, seja alugado, cedido ou público deve assegurar a acessibilidade para as pessoas com deficiência e idosas. Constitui fator relevante para a escolha do imóvel a possibilidade de adaptação de forma a garantir o acesso a todos os seus usuários [...]. O CRAS deve ser uma unidade de referência para as famílias que vivem em um território (ORIENTAÇÕES TECNICAS DO CRAS, 2009, p.48). 
 De acordo com as (orientações técnicas do CRAS 2009) estes espaços devem oferecer serviços de forma planejada, com conhecimento prévio do território e das famílias que habitam nesta localização, observando as necessidades e potencialidades, fazendo o mapeamento das situações e vulnerabilidades que o cercam. 
Hoje, o Brasil conta com mais de 8.000 unidades do CRAS e aproximadamente 100 mil trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (Suas) que são essenciais nesta batalha por um país mais justo, igualitário e acessível a todos.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento (2020), os Serviços realizados pelo CRAS são:
· O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família;
· Inclusão no cadastro único para programas sociais do governo federal, como: Bolsa Família, Tarifa Social de Energia elétrica, entre, outros;
· Acompanhamento das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família.
· Orientações para inserção no Benefício de Prestação Continuada;
· Acompanhamento das Famílias beneficiárias do Benefício de Prestação Continuada - BPC;
· Visitas domiciliares e institucionais;
· Reuniões, Palestras e Ações comunitárias;
· Campanhas Socioeducativas;
· Concessão de Benefícios Eventuais tais como: auxílio funeral, auxílio natalidade, auxílio alimentar;
· Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV): para idosos, crianças, gestantes, famílias;
· Serviço de proteção Social Básica no Domicílio para pessoas com Deficiência e Idosos.
· Informação e orientação sobre direitos
Segundo o Ministério do Desenvolvimento (2020), o Público- alvo do CRAS são:
· Famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, do precário ou nulo acesso aos serviços públicos, da fragilização de vínculos de pertencimento e sociabilidade e/ ou qualquer outra situação de vulnerabilidade e risco social residentes nos territórios de abrangência dos CRAS, em especial;
· Famílias beneficiárias de programa de transferência de renda e benefícios assistenciais;
· Famílias que atendem os critérios de elegibilidade a tais programas ou benefícios, mas que ainda não foram contempladas
· Famílias em situação de vulnerabilidade em decorrência de dificuldades vivenciadas por algum de seus membros;
· Pessoas com deficiências e /ou pessoas idosas que vivenciam situações de vulnerabilidade e risco social.
O Assistente Social trabalha no sentido de atender as demandas que são prioritárias, desenvolvendo ações a fim de responder as questões pontuais e imediatas da reprodução social dos sujeitos, por vezes não conseguimos construir um projeto de “intervenção” que seja mais propositivo. É preciso ter clareza de que os objetivos profissionais não são os mesmos que os objetivos da instituição. (SANTOS, 2009, p, 286).
 Partindo da premissa de que o Serviço Social tem como princípios pautados em seu projeto ético político profissional o compromisso com a consolidação da cidadania, o comprometimento na eliminação de todas as formas de preconceito, estimulando assim o respeito às diferenças, à participação de grupos socialmente discriminados. (BRASIL, 2006).
 Posiciona-se a favor da equidade e da justiça social, na perspectiva da universalização do acesso a bens e a serviços relativos às políticas e programas sociais; a ampliação e a consolidação da cidadania são explicitamente postas como garantia dos direitos civis, políticos e sociais das classes trabalhadoras. (NETTO 2006, p.16). 
 O Serviço Social é uma profissão que se insere no âmbito das relações sociais tendo como seu objeto de trabalho a questão social. Historicamente o trabalho do assistente social era realizado de forma assistencialista, caridosa, conservadora. Não era assalariado, não sendo, nesta época, regulamentado como um trabalho profissional ou profissão, apenas era vinculado à igreja católica que prestava auxílio e ajuda aos desiguais decorrentes da expansão do capitalismo e do conflito entre capital e trabalho. “É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção, mais além da caridade e repressão” (IAMAMOTO, 2010, pg. 77).
 No decorrer de várias conferências, congressos, houve progresso em termos de conquistas pela valorização do Serviço Social. A profissão é reconhecida constitucionalmente, com teorias e metodologias que se constitui como base da profissão e inserção na divisão social e técnica do trabalho. No entanto o Estado entra como um mediador, diretamente nas relações entre o empresariado e a classe trabalhadora. 
É uma relação de Estado e sociedade civil, estabelecendo não só uma regulamentação jurídica no mercado de trabalho, através de 39 legislação social e trabalhista específica, mas gerindo a organização e prestação de serviços sociais, como um novo tipo de enfrentamento da questão social (IAMAMOTO, 2010). O trabalho é uma atividade humana, que representa toda a forma de desenvolver atividades e serviços a alguém que o contratou em troca de um salário, um empregado, ou seja, vender sua força de trabalho para ser assalariado, para, assim, suprir as suas necessidades e transformar o meio em que vive. Assim, o trabalho assume o importante papel de condicionador da existência humana, independentemente da sociedade que esteja sendo considerada. É ao trabalho que o homem tributa a razão de seu ser social, porque este propicia o arrancar das potencialidades naturais a seu serviço e, concomitantemente, conduz ao seu autodesenvolvimento como espécie (PONTES, 2002, pg. 61).
Toda profissão tem seu objeto ou matéria de trabalho para que se torne significativo e reconhecido profissionalmente. Assim como o médico tem a doença, o professor tem a educação e o assistente social tem como seu objeto de trabalho a questão social, ou seja, as desigualdades sociais, como a fome, desemprego, violência, miséria, entre outros fatores exposto sem uma sociedade capitalista. Para Iamamoto (1999, pg. 27) a desigualdade, se rompe, pois, “a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade”. O objeto de trabalho, aqui considerado, é a questão social. É ela, em suas múltiplas manifestações que provoca a necessidade da ação profissional junto à criança e ao adolescente, ao idoso, a situações de violência contra a mulher, à luta pela terra etc. Essas expressões da questão social são a matéria-prima ou o objeto de trabalho do trabalho profissional (IAMAMOTO, 2005, pg. 62). 
A Assistência Social pauta sua intervenção nas relações sociais, no amparo às desigualdades sociais decorrentes em nossa sociedade como a violência, miséria, fome, desemprego, precarização da saúde, habitação, entre outros fatores com propósito em amenizá-las em prol da melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e da igualdade social. Além da prestação de serviços públicos de interesse coletivo, educação sócio-política dos indivíduos sociais em suas múltiplas relações,na dimensão da vida cotidiana, na produção e reprodução social.
O profissional deve ter um bom relacionamento com o público que atende, com a comunidade, deve conhecer seu território e principalmente saber trabalhar em rede, articulando serviços e buscando melhorias em conjunto com outras áreas. 
O Conselho Nacional de Assistência Social através a Resolução nº 109 de dezembro de 2009 aprovou a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais organizados por níveis de complexidade do SUAS: Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade.
Os Serviços de Proteção Social Básica incluem: o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF); o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; e o Serviço de Proteção Social Básica no domicílio para pessoas com deficiência e idosas.
O Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) é a unidade básica de atendimento e promoção de ações do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). É referência para o desenvolvimento de todos os serviços Socioassistenciais de proteção básica no seu território de abrangência. Esses serviços devem ser ofertados diretamente no CRAS, desde que disponha de espaço físico e equipe compatível. Quando desenvolvidos no território do CRAS, por outra unidade pública ou entidade de assistência social privada sem fins lucrativos, devem ser obrigatoriamente a ele referenciados.
O CRAS é uma unidade de atenção social básica, é responsável pela oferta de serviços às famílias, grupos e indivíduos, atuando na prevenção e riscos e no fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários (ANDRADE, 2010).
O CRAS é uma unidade de atendimento recente dentro da Política de Assistência Social Brasileira e ainda há um longo caminho a percorrer para serem promotores de Direitos Sociais. O CRAS enfrenta uma realidade multifacetada e complexa, com a incidência de fatores sociais, históricos, econômicos, políticos e subjetivos, entre outros. Para efetivar seu trabalho é preciso promover encontros entre os diferentes saberes, agenciar umas novas práxis, uma nova forma de ver e fazer a Assistência Social. A criação e implantação dos CRAS são a materialização da descentralização da política de assistência social. A territorialização não se refere apenas ao espaço físico-geográfico, mas também ao espaço social e relacional.
Em relação a sua localização, o CRAS deve localizar-se em territórios onde se concentram o maior número de famílias em situação de vulnerabilidade social, devendo também ser um local de fácil acesso a população e que também contribua para o deslocamento de sua equipe quando for necessário. Ainda de acordo com as Orientações Técnicas do CRAS (2009), esses espaços devem oferecer serviços de forma planejada, com um prévio conhecimento do território e das famílias que lá vivem, observando suas necessidades e potencialidades além de ser muito importante o mapeamento das situações de vulnerabilidade e das ofertas já existentes ao seu redor.
Todo Centro de Referência de Assistência Social - CRAS desenvolve, obrigatoriamente, a gestão da rede socioassistencial de proteção social básica do seu território e oferta o Programa de Atenção Integral à Família – PAIF.
4. JUSTIFICATIVA 
O propósito desta pesquisa é mostrar a importância do Assistente Social dentro do CRAS, compreender o papel estratégico que a instituição tem ocupado dentro da proteção social básica e identificar quais são as políticas públicas oferecidas por ela. Pode se observar na pesquisa a importância do CRAS e seus profissionais, pois, os profissionais têm em sua prática cotidiana o enfrentamento das expressões da questão social e isto não é tarefa fácil, visto que eles também estão inseridos neste processo na condição de trabalhadores, participantes da classe trabalhadora e como tal afetos as formas de exploração e alienação pela classe capitalista em uma luta diária de resistência. 
A responsabilidade deste profissional dentro do CRAS, oportuniza dar condições, estimular potencialidades à população assistida no território de abrangência e identificar quais são as necessidades para desenvolvimento do seu trabalho, procurando instigar esse profissional muito solicitado por usuários da proteção básica, que buscam soluções para os problemas, dentro da localização na qual ficam instalados os CRAS. Há uma delimitação até onde o Assistente Social pode atuar na esfera pública da assistência social, possibilitando um diagnóstico aprimorado que busca solucionar as demandas e as melhorias das condições de vida dos usuários pelo CRAS em situações de vulnerabilidade e riscos sociais, repensando a qualidade hegemonia legal e apresentando propostas que encaminham às mudanças no resgate da cidadania e dos direitos sociais a toda sociedade efetivamente assistida pelas políticas públicas, cujo propósito é o de permitir a todos uma vida digna. Este profissional configura-se no âmbito do Serviço Social numa relação entre o Estado e a sociedade, partindo do processo de reprodução dos interesses da classe trabalhadora, já que as classes sociais só existem por estarem inter-relacionadas.
Os profissionais atuam como objeto na intervenção das expressões da questão social que se expressam nas desigualdades sociais, frutos das contradições sociais presentes na sociedade capitalista que geram o agravamento das condições de vida da população. A questão social está equacionada e entendida como objeto sob o qual incide ação do profissional que está relacionado com o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção é cada vez mais coletiva, o trabalho tornar-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privado e monopolizado por uma parte da sociedade (IAMAMOTO, 1999, p.27)
Pode-se verificar que o trabalho do Assistente Social dentro do CRAS passa pelo planejamento com a equipe de referência para orientarem sobre a execução dos serviços e as ações de acordo com a tipificação nacional dos serviços Socioassistenciais por meio da busca ativa, grupos de famílias, atendimento individualizado, encaminhamento, estudo social e estudo de caso. O Assistente Social tem como referência para desenvolver o trabalho dentro dos CRAS o projeto ético político teórico e metodológico utilizando as leis e regulamentos. [..] as políticas sociais não se constituem em políticas propriamente ditas: ao contrário, os planos, programas e estratégias governamentais são resultados de situações historicamente determinadas, de revoluções e crises econômicas e de reivindicações operarias, [...] resultado apenas do desabrochar do espírito humano, a política social é uma maneira de expressar as relações sociais (GUERRA, 2010, p.134). O CRAS deve prestar serviço, potencializando as mudanças significativas para a população, com vista a mudar suas condições efetivas e torná-las sujeito de sua própria vida (BRAGA, 2011, p.148)
5. OBJETIVOS 
É identificar os desafios enfrentados pelos assistentes sociais no seu exercício profissional dentro do CRAS.
5.1 OBJETIVO GERAL
Descrever como se dá a atuação dos profissionais do Serviço Social no CRAS do Brasil. 	Comment by us: Do assistente social
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Levantar informações sobre a atuação do Profissional de Serviço Social que atua no CRAS no Brasil;
· Discorrer sobre a Política Nacional de Assistência Social (PNAS).
· Identificar como as assistentes sociais do CRAS lidam com os desafios propostos no seu cotidiano de trabalho e analisar quais os principais fatores que interferem na atuação dos referidos profissionais.
6. METODOLOGIA DE PESQUISA
O presente trabalho foi produzido através da pesquisa bibliográfica, contendo as informações para construir uma reflexão sobre a atuação do Assistente Social dentro do CRAS e as políticas públicas que estão inseridas no campo do Serviço Social que vem modificando a forma de atuação. Estas mudançaspartem da necessidade de atender as novas demandas das expressões da questão social pertinente ao seu trabalho.
A pesquisa bibliográfica possibilitou a aquisição de conhecimentos sobre a temática para poder analisar o exercício profissional das assistentes sociais no CRAS. Tendo como base as obras dos seguintes autores, Marilda Iamamoto, Antonio Carlos Gil e José Paulo Netto.
Para Gil (2002 pg. 44), pesquisa bibliográfica ..."é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos". Analisando até neste ponto, podemos concordar que a pesquisa bibliográfica é baseada em livros e outros escritos.
 Percebe-se que os limites para a atuação profissional dos assistentes sociais são muitos, e as possibilidades são reduzidas por isso é preciso que esses profissionais estejam sempre se capacitando, participando de movimentos sociais e da categoria, pesquisando a realidade, buscando aprofundamento teórico, para que assim possam enriquecer seu exercício profissional para dar respostas efetivas e concretas às demandas que lhes são apresentadas no seu dia a dia. Muitas vezes é difícil para o assistente social entender como se processa seu exercício profissional diante dessa realidade, que as demandas dos usuários vêm se diversificando cada vez mais, que, porém, é preciso respondê-las sem cair no fatalismo e no messianismo, ver que essas demandas são coletivas e não de caráter individual. 
 Portanto essa pesquisa poderá contribuir para o debate sobre a intervenção profissional dos assistentes socais no CRAS além de possibilitar que os profissionais que trabalham nesses espaços possam identificar as principais semelhanças e diferenças encontradas no seu dia a dia de trabalho, contribuindo para que eles possam pensar individual e coletivamente sobre sua intervenção profissional e para que novas questões possam surgir e soluções possam ser propostas. 
A Assistência Social historicamente é uma política que absorve muitos assistentes sociais, e esse crescimento é notório após a implementação da Política Nacional de Assistência Social. Acredito que essa pesquisa poderá servir como uma fonte de pesquisa para novos projetos e trabalhos acadêmicos. 
Pelo CRAS ser uma unidade recente da Política de Assistência Social, uma pesquisa sobre este equipamento e sobre o trabalho dos assistentes sociais, será bastante relevante para suscitar debates sobre esta inserção e sobre a política de assistência social, bem como qualificar a atuação destes profissionais.
7 ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA
O CRAS é um local público onde são oferecidos os serviços de Assistência Social.
O Serviço Social no CRAS tem por finalidade acompanhar as famílias referenciadas por ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta rede, deve atuar junto a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e interdisciplinar.
A partir dessa pesquisa, percebeu-se que os Assistentes Sociais que trabalham no CRAS tem muitos desafios a superar, como a falta de autonomia, como IAMAMOTO, (2009) afirma esses profissionais possuem uma autonomia relativa, o clientelismo, a precariedade no local de trabalho também contribui para a superação desses desafios. Porém, mesmo diante de todas essas dificuldades, os Assistentes Sociais procuram desenvolver seu trabalho de forma a exercer sua profissão com ética visando o atendimento aos usuários da melhor maneira possível.
Neste tópico aborda-se a apresentação, discussão e análise dos resultados obtidos nessa pesquisa. Para responder aos objetivos da pesquisa aqui propostos, foi definido três eixos de análise. O eixo “A”: Levantar informações sobre a atuação do Profissional de Serviço Social que atua no CRAS no Brasil. Eixo “B”: Discorrer sobre a Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Eixo “C” Identificar como as assistentes sociais do CRAS lidam com os desafios propostos no seu cotidiano de trabalho e analisar quais os principais fatores que interferem na atuação dos referidos profissionais.
7.1 APRESENTAÇÃO DOS DADOS
 
 
 Dando continuidade a esta pesquisa apresenta-se o eixo “A” denominado: Levantamento de informações sobre a atuação do Profissional de Serviço Social que atua no CRAS no Brasil;
 A Proteção Social Básica busca a prevenção de situações de risco por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, sendo seu principal equipamento os Centros de Referência da Assistência Social - CRAS. Esses equipamentos são espaços públicos, caracterizados como a principal porta de entrada do SUAS, precisando estar localizados em áreas de maior risco e vulnerabilidade social (BRASIL, 2005c). A capacidade de atendimento socioassistencial família/ano está relacionada com o número de famílias que vivem no território de abrangência, ou seja, quanto maior o número de famílias referenciadas, maior deverá ser a capacidade de atendimento/ano do CRAS, todavia a capacidade máxima de atendimento por CRAS é de até 1.000 famílias/ano (BRASIL, 2011f), conforme demonstra o quadro abaixo:
	Famílias referenciadas
	Capacidade de atendimentos anual
	Até 2.500
	500 Famílias
	3.500
	750 Famílias
	5.000
	1.000 Famílias
Fonte: Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS (2009).
Desse modo, o CRAS incorpora dois importantes eixos estruturantes do Sistema Único de Assistência Social, quais sejam: a matricialidade sociofamiliar e a territorialização (BRASIL, 2011f).
O Serviço Social no CRAS tem por finalidade acompanhar as famílias referenciadas por ele, realizar as articulações com a rede socioassistencial presente no seu território de abrangência, bem como realizar os encaminhamentos necessários a esta rede, deve atuar junto a outros profissionais, compondo uma equipe multiprofissional e interdisciplinar.
De acordo com as (orientações técnicas do CRAS 2009) estes espaços devem oferecer serviços de forma planejada, com conhecimento prévio do território e das famílias que habitam nesta localização, observando as necessidades e potencialidades, fazendo o mapeamento das situações e vulnerabilidades que o cercam.
O espaço físico do CRAS deve necessariamente possuir ambientes que garantam a oferta do PAIF, compatível com a capacidade/ano de atendimento de cada CRAS, além de ambiente específico que garanta o cumprimento de sua função de gestão territorial da proteção social básica. Caso se opte pela oferta de outros serviços de convivência - para jovens, idosos, crianças e adolescentes - bem como de projeto de inclusão produtiva no CRAS, o espaço físico deverá ser maior do que o sugerido para o PAIF e adequado para tal, de maneira a cumprir as orientações técnicas, específicas para cada serviço de convivência ou projeto. Assim não haverá prejuízos para o desenvolvimento do PAIF e se garante a oferta adequada dos demais serviços de proteção básica (PAIF, 2012,50). Por fim, é na luta de classes que os assistentes sociais vão se fortalecendo na profissão e vão superando as barreiras que encontram pelo caminho. Mesmo diante de tanta precarização no seu ambiente de trabalho, esses profissionais não desistem de fazer seu trabalho com qualidade em prol de uma sociedade mais justa e com menos desigualdades sociais.
7.2 ANÁLISE DOS DADOS
A Política Nacional de Assistência Social – PNAS busca incorporar as demandas presentes na sociedade brasileira no que tange à responsabilidade política, objetivando tornar claras suas diretrizes na efetivação da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade do Estado. A Política Nacional de Assistência Social prevê na caracterização dos municípios brasileiros a presença das metrópoles, identificadas como as cidades com mais de 900 mil habitantes, que embora numericamente sejam contadas em apenas 15 cidades, sua população total corresponde a 20% de toda população brasileira. São também em20% o percentual dos que vivem no conjunto dos 4.020 municípios considerados pequenos (com até 20.000 habitantes). Juntos, portanto, esses dois extremos representam 40% de toda população brasileira. Significa dizer, em outras palavras, que 40% da população encontra-se vivendo em dois contextos totalmente diversos do ponto de vista da concentração populacional, mas seus contextos apresentam situações de vulnerabilidades e riscos sociais igualmente alarmantes, justamente por apresentarem territórios marcados pela quase total ausência ou precária presença do Estado. Os pequenos municípios expressam uma característica dispersiva no território nacional e ainda com boa parte de sua população vivendo em áreas rurais (45% da população). E as metrópoles, pela complexidade e alta desigualdade interna, privilegiando alguns poucos territórios em detrimento daqueles especialmente de áreas de fronteira e proteção de mananciais.
 
7.3 RESULTADOS
 No eixo “B” vou discorrer sobre a Política Nacional de Assistência Social – PNAS.
A PNAS, que é um documento normatizador das ações de assistência social, Resolução n° 145 de 15/10/2004, promove principalmente a defesa e a atenção aos interesses e necessidades às pessoas em situação de risco e/ou vulnerabilidade social, cabendo a mesma, ações que promovam a prevenção, a proteção, a promoção e a inserção social, como também um conjunto de garantias e seguranças. A mesma é construída a fim de integrar as demais políticas sociais, considerando as peculiaridades sociais e territoriais, efetivando assim, a garantia dos mínimos sociais, bem como a universalização dos direitos sociais (MDS, PNAS, 2004), e tem como órgão gestor, em âmbito nacional o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Fica instituído, também na LOAS em seus artigos 4° e 5º, enquanto modelo de gestão, o Sistema Único da Assistência Social (SUAS).
A PNAS apresenta o conceito de matricialidade sociofamiliar informando que é primordial reconhecer a família como sujeito de direito e colocá-la como eixo central nas ações da Assistência Social. Uma vez que ela “[...] é mediadora das relações entre os sujeitos e a coletividade, [...] se caracteriza como um espaço contraditório, [...] é marcada por conflitos e geralmente, também, por desigualdades, além de que nas sociedades capitalistas a família é fundamental no âmbito da proteção social” (BRASIL, 2004, p.41).
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004) possui três funções bases, a proteção social, a defesa social e institucional e a vigilância socioassistencial.
No eixo “C” vou discorrer sobre os desafios propostos no seu cotidiano de trabalho e analisar quais os principais fatores que interferem na atuação dos referidos profissionais.
No CRAS a presença dos assistentes sociais é fundamental e sua intervenção profissional é de grande importância para a instituição, principalmente para a vida dos usuários, pois através do seu exercício profissional, esses profissionais buscam a garantia dos direitos dos usuários.
Identifica-se também que seu exercício profissional e suas condições de trabalho estão cada vez mais precarizadas. As dificuldades são muitas, atuamos numa sociedade em que o Estado trabalha com equipes mínimas, de acordo com alógica neoliberal, como as relações de poder dentro da instituição e a interferência política dificultam o desenvolvimento das atividades dos diferentes profissionais, e falta de concurso público nesta área para que aumente seu quadro.
Ao longo da pesquisa, constataram que são muitos os desafios para atuação profissional dos assistentes sociais nos CRAS, que fatores como, a falta de recursos materiais e humanos, são alguns dos obstáculos enfrentados por esses profissionais no seu cotidiano de trabalho. É diante desse cenário de grandes contradições que o assistente social está inserido e o qual, deve buscar sempre garantir o direito social dos usuários e lutar pela justiça social, buscando ser um profissional ativo e não só um mero executor das políticas sociais.
Podemos citar que as dificuldades encontradas nos CRAS é o quadro de recursos humanos insuficientes e incompatível com a grande demanda de trabalho; estrutura/imóvel; falta de materiais e de recursos para o trabalho com as famílias.
7.4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
 Diante dos fatos expostos foi possível descrever e refletir sobre a atuação do Assistente Social no CRAS.
Vale ratificar que o trabalho do assistente social no CRAS é árduo, tenso, desafiador, uma batalha diária que precisa incontestavelmente da unidade teoria/prática para o enfrentamento das expressões da questão social. Portanto, à medida que a sociabilidade capitalista produz e reproduz situações e as coloca para o assistente social, este é obrigado a atualizar-se, redefinir estratégias e procedimentos, daí a importância da capacitação, atualização, renovação e releituras profissionais para uma intervenção social eficaz.
Com o entendimento da Política de Assistência Social no Brasil entre seus avanços, desafios e contradições, e ainda, a atuação do profissional de Serviço Social inserido nesta política, foi importante fazer uma análise da trajetória histórica da assistência, desde sua gênese até os dias atuais. Na reflexão ficou a compreensão que o processo de modificações das políticas públicas decorre mediante as manifestações históricas. O Serviço Social no decorrer de sua trajetória passou por muitos desafios e vem lutando constantemente para contribuir com garantia de direitos em defesa da classe trabalhadora e de uma sociedade livre e emancipada.
Em vista aos aspectos apresentados, percebe se que a falta de financiamento, a má gestão e o abandono da assistência social acarretam vários problemas não só para profissionais e sim aos usuários. Tendo em vista que a presença das políticas sociais é de extrema importância para prevenir ou amenizar as desigualdades sociais e é através do CRAS onde se territorializa a proteção social da assistência social, na busca constante de uma qualidade de vida melhor para os assistidos dessa política.
 Os profissionais atuam como objeto na intervenção das expressões da questão social que se expressam nas desigualdades sociais, frutos das contradições sociais presentes na sociedade capitalista que geram o agravamento das condições de vida da população. A questão social está equacionada e entendida como objeto sob o qual incide ação do profissional que está relacionado com o conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura que tem uma raiz comum: a produção é cada vez mais coletiva, o trabalho tornar-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privado e monopolizado por uma parte da sociedade (IAMAMOTO, 1999, p.27) 
8 CONCLUSÃO
O CRAS objeto de estudo desse trabalho, é a porta de entrada para as famílias que procuram algum tipo de ajuda, sendo localizado em lugares estratégicos para atender o maior número de famílias referenciadas.
A Assistência social ao longo dos anos foi ganhando novos contornos até que em 1988 com a criação da Constituição Federal ela passa a ser um direito do cidadão, não sendo mais vista como benesse e filantropia. Esse processo trouxe mudanças significativas para o campo social em nosso país, pois a partir daí foram se desenvolvendo estratégias para consolidar a assistência social como um direito, criando a Política Nacional de Assistência Social e o Sistema Único de Assistência Social que trouxeram avanços para a área.
Discutir a política de assistência social pressupõe entendê-la como indispensável para a dinâmica das relações sociais e como possibilidade de interpretação da realidade social sob moldes críticos em confronto com a hegemonia capitalista. Os diferentes equipamentosque executam a política de assistência social são fundamentais para atribuir característica institucional à política, no entanto, os sujeitos da sociedade civil e suas demandas, requerem articulações concretas que minimizem ou cessem os reflexos causados por essa realidade. Neste sentido, a política de assistência social não deve ser reduzida às instâncias de trabalho, mas sim, vista como estratégia política e social que extrapola os muros institucionais a fim de alcançar o maior contingente populacional e concretizar-se como direito público e social.
O presente artigo discorre sobre atuação do Assistente Social dentro do Centro de Referência da Assistência Social-CRAS, pautado na relevância deste profissional, visto que a maioria das demandas que chegam aos CRAS são destinadas a estes profissionais. O Assistente Social necessita de uma formação técnica, operativa com base na teoria crítica social, pautada nos avanços propostos pela legislação relativa à profissão, diante dos desafios encontrados no cotidiano tendo em vista que as condicionalidades impostas pelo neoliberalismo afastam os usuários dos seus direitos.
 Remetendo às práticas do Assistente Social embasadas no código de ética que respalda suas atribuições, é possível que se tenha uma noção satisfatória de campos de atuação deste, principalmente quando se enfatiza o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), onde se viabiliza um atendimento prático e que visa a maximização e expansão dos direitos alheios à comunidade em geral.
O estudo possibilitou uma maior aproximação com as tensões e contradições que se colocam no fazer profissional no espaço do CRAS, no sentido da consolidação da política de assistência social na perspectiva do direito. 
Através desta pesquisa foi possível compreender que a assistência social brasileira na prática ainda vive um momento de transição. Uma transição do campo da “ajuda” para o campo do direito e da cidadania, que não só apenas para os usuários da assistência social, mas, como também, os próprios assistentes sociais, em muitos momentos, não fazem uma total desvinculação destas duas perspectivas de análise e de atuação profissional.
Percebe-se na prática que a formação da atuação profissional está estruturada não apenas a partir do título acadêmico, mas sim, através de uma imbricação de conhecimentos técnicos e especializados, de conhecimentos e visões de mundo, originados de diversas ordens sociais, como militância, engajamento e ações que possibilita uma multiposicionalidade no universo destes atores.
De acordo com Duarte (2010) ao assistente social cabe: Uma atuação profissional crítica e consistente (...) que possibilite inovar, ousar e intensificar estratégias profissionais que afirmem e, sobretudo, concretizem o Projeto Ético-Político [a qual deve pautar-se] na qualificação teórico-metodológica crítica e dialética sobre a realidade social, [considerando] as expressões da questão social e as contradições presentes na efetivação das políticas públicas no capitalismo contemporâneo; e na qualificação ético-política, por meio da afirmação de princípios e valores do Projeto Ético-Político, do reconhecimento de conflitos de classe no cotidiano profissional, assim como na identificação de formas de resistência e organização popular. (DUARTE, 2010, s/p) Logo entende-se que o profissional de Serviço Social deve manter-se comprometido com os direitos do usuário, buscando alternativas para que esses sejam assegurados.
É vasta a dimensão da atuação do Serviço Social na sociedade, o Assistente Social deve estar em constante movimento de aprendizagem e não deve limitar-se apenas aos conhecimentos acadêmicos, mas aos desafios no qual o profissional estar inserido, fazendo uso dos seus conhecimentos ético político, teórico metodológico e técnico operativo com intuito de buscar a efetivação do Estado aos direitos dos usuários.
Os desdobramentos acima discorridos não se esgotam aqui, pois, as múltiplas expressões da questão social que se apresentam no CRAS, são dinâmicas assim como a profissão, estão inscritas num processo contínuo de produção e reprodução social. E o trabalho do Assistente Social é construído dia-dia, estar aberto ao vir a ser histórico. Sinalizo principalmente para a necessidade de desconstruirmos estereótipos e concepções equivocadas sobre a profissão.
As assistentes sociais que trabalham nos CRAS possuem vários desafios a serem superados, como a falta de recursos materiais e humanos, o trabalho em equipe que é desconstruído pela saída de membros da mesma, o clientelismo, a falta de autonomia, condições de trabalho precárias, enfim, mesmo diante desses percalços essas profissionais conseguem realizar seu trabalho de maneira ética, visando os interesses dos usuários, procuram estar sempre em contato com a legislação ligada à área para nortear suas ações e procuram usar os métodos e recursos que tem a favor do seu exercício profissional e dos usuários.
Diante disso vale ratificar que o trabalho do assistente social no CRAS é árduo, tenso, desafiador, uma batalha diária que precisa incontestavelmente da unidade teoria/prática para o enfrentamento das expressões da questão social. Portanto, à medida que a sociabilidade capitalista produz e reproduz situações e as coloca para o assistente social, este é obrigado a atualizar-se, redefinir estratégias e procedimentos, daí a importância da capacitação, atualização, renovação e releituras profissionais para uma intervenção social eficaz.
Por fim, é na luta de classes que os assistentes sociais vão se fortalecendo na profissão e vão superando as barreiras que encontram pelo caminho. Mesmo diante de tanta precarização no seu ambiente de trabalho, esses profissionais não desistem de fazer seu trabalho com qualidade em prol de uma sociedade mais justa e com menos desigualdades sociais
	
REFERÊNCIAS
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BRAGA, Léa Lucia, Cecílio. O trabalho de Assistência Social no CRAS. In: O Trabalho do Assistente Social no SUAS: Seminário Nacional/CFESS. Brasília: 2011. 148p.
BRASIL. Lei Nº8.662, de 1993 - Lei de Regulamentação da Profissão de Assistente Social.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Organização de Alexandre de Moraes. 16.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
BRASIL. Política Nacional de Assistência Social. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2004.
 ________. Resolução Nº 145 de 2004. Política Nacional de Assistência Social. 
________. Lei Nº 8742, de 1993. Lei Orgânica da Assistência Social
Centro de Referência de Assistência Social,2020. Ministério do Desenvolvimento. Disponível em: <https://www.gov.br/pt-br/servicos/acessar-o-cras-centro-de-referencia-da-assistencia-social> Acesso em: 20 de janeiro de 2021.
GUERRA, Yolanda. A Instrumentalidade do Serviço Social. São Paulo, Cortez, 2007;2011. 
IAMAMOTO, Marilda Vilela; CARVALHO, Raul de. Relações Sociais e Serviço Social no Brasil. Esboço de uma Interpretação Histórico-metodológico. São Paulo: Cortez, 2009, p,380.
IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e formação profissional. São Paulo: Cortez, 2003.
______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Política Nacional de Assistência Social – PNAS. Brasília, 2020.
ORIENTAÇOES TECNICAS: Centro de Referência de Assistência Social -CRAS/Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome- 1.ed. Brasília :MDS,2009
VIEIRA, Balbina Ottoni. História do Serviço Social: contribuição para a construção de sua teoria. Rio de Janeiro: Agir, 1989.
Apêndices
Apêndice é um material de suporte elaborado pelo autor do trabalho, como questionário e roteiro de entrevista. (KESTRING, 2004).
Anexos
Anexo é uma cópia ou transcrição de um documento de outra autoria. (KESTRING, 2004).
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