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Professora Ruanne Ribeiro ARGUMENTAÇÃO: Estratégia pela qual uma pessoa tenta influenciar outra por meio da palavra. Uso da linguagem voltado às práticas sociais. Todo ser humano, do mais frágil ao mais poderoso, precisa obrigatoriamente da colaboração do outro. Há basicamente dois procedimentos que os seres humanos usam para obter a contribuição um do outro: a imposição e a negociação, dois procedimentos eticamente muito diferentes, caracterizados por métodos totalmente desproporcionais. Imposição: Intervenção pela qual o indivíduo, por meio da força, obriga o outro a fazer o que está sendo ordenado, sem dar liberdade de recusa. É uma ação unilateral, que não se interessa pelo consentimento do submisso. Ex: Trabalho escravo. Negociação: Uma proposta que o indivíduo faz a outro, sem o uso da força, para que esse execute o que está sendo proposto, com possibilidade de recusar ou de fazer uma contraproposta. É uma ação bilateral, o negociador tenta convencer o outro ã aderir a proposta. A arma da imposição é a força; a da persuasão, o argumento. Contrapondo lógica com a dialética, Aristóteles as considerava dois modelos básicos de se raciocinar: a lógica restringe-se a analisar apenas as leis do raciocínio que comandam as relações necessárias entre as proposições. Lógica: raciocínio orientado para a certeza. Dialética: raciocínio orientado para a probabilidade. Demonstração é um procedimento destinado a comprovar a verdade ou a falsidade de uma proposição ou a validade de um argumento. Baseia- se na crença de que é possível comprovar com certeza se uma proposição está de acordo com as leis da lógica ou com as exigências da razão. Kant afirma ser possível detectar se um princípio está fundamentado em bases objetivas ou se é fruto da natureza particular da pessoa. Argumentação é um tipo de raciocínio que se opõe ao da demonstração: em vez de buscar a prova de verdade ou de certeza, por meio da lógica, busca a solução por meio da dialética. Convencimento é influenciado pela demonstração e implica a aceitação de provas pela razão. Fundamenta-se em bases objetivas e sustentáveis pelo raciocínio lógico. Persuasão é a adesão a uma proposta, isto é, um reconhecimento não só pela razão, mas pela decisão de vontade. O que é mais importante? Convencer ou persuadir? H24: Reconhecer no texto estratégias argumentativas empregadas para o convencimento do público, tais como a intimidação, sedução, comoção, chantagem, entre outras. MEC, INEP Os argumentos desse tipo funcionam como uma prova que pretende demonstrar a veracidade da ideia. • Dados Numéricos e Estatísticos: Apresentam-se dados colhidos em outros textos e fontes diversas, como institutos de pesquisas, universidades, ONGs, jornais, revistas etc. Veja uma questão que trata disso. • Estudos e Pesquisas: Expõem-se informações coletadas a partir de investigações e análises científicas. As fontes normalmente são universidades, institutos de medicina, órgãos do governo etc. • Leis: Revela-se algum tipo de legislação que transmitem deveres, direitos e garantias dos cidadãos ditados pelo Estado. • Ilustração ou Fatos reais: Transmite-se um acontecimento ou fato verídico, preferencialmente do tipo que foi amplamente divulgado pela mídia, que pode demonstrar efetivamente o que se quer provar. Esses tipos de argumentos são aqueles elaborados a partir da capacidade do autor de organizar um pensamento de maneira lógica, ou seja, com o uso da capacidade de pensar, para chegar a determinadas conclusões. • Causa e Consequência: Elabora-se um tipo de raciocínio em que a causa representa os motivos e os porquês. Já a consequência representa os efeitos, aquilo que decorre da causa. Veja uma questão que trata disso. • Comparação: Realiza-se uma analogia envolvendo duas situações semelhantes ou distintas a fim de exemplificar mais claramente aquilo que se busca argumentar. • Exemplificação: Relata-se um ou mais fatos e exemplos que ilustrem uma ideia do texto. Essa questão trata justamente disso. • Contra-argumentação: Refuta-se (ou seja, faz-se uma oposição) a um argumento que representa o ponto de vista oposto ao que será defendido. Veja esta questão. • Argumento de caráter histórico: Apresentam-se eventos históricos que têm relação com o que está sendo debatido. Realiza-se a apresentação de um pensamento ou uma constatação de uma autoridade no assunto, a qual deve ter prestígio e crédito com relação ao que está sendo tratado, como um pesquisador, um professor, um profissional formado na área. • Citação Direta: Transcreve-se exatamente o que foi dito ou escrito pela autoridade, utilizando as aspas para marcar as exatas palavras utilizadas por quem está sendo citado. • Citação Indireta: Realiza-se uma paráfrase da ideia, transmitindo o pensamento geral da autoridade com o uso de outras palavras. Neste caso não se usa aspas. São ideias vistas como evidentes e óbvias para a sociedade como um todo. Esses pensamentos se firmaram a partir de constatações, tornando-se ideias quase inquestionáveis. Apesar de serem apresentados nessa classificação, não são vistos como argumentos fortes para uma boa argumentação. OBS.: Esses argumentos, quando bem selecionados, tornam-se irrefutáveis, pois são aceitos por grande parcela da sociedade como algo verdadeiro, mas deve-se ter o cuidado de não apresentar argumentos clichês e de senso comum, que não revelam verdades, e sim ideias que não foram pensadas com profundidade, tais como “bandido bom é bandido morto”, “toda mulher sonha em se casar”, etc. Esses tipos de argumentos são incoerentes do ponto de vista lógico, pois não possuem fundamento válido. Apesar disso, são bastante utilizados para tentar convencer pessoas, sobretudo em alguns gêneros textuais específicos, como as peças publicitárias. Nesse sentido, essas estratégias argumentativas podem ser entendidas também como estratégias de manipulação, em que o objetivo é convencer a qualquer custo. É a estratégia argumentativa que tem como meta a persuasão pondo em evidência os valores do objeto da proposta. A manipulação por tentação atinge o máximo da persuasão quando o orador argumenta exibindo valores tão atraentes em favor da sua proposta que o auditório não tem como recusá-la. Ex: anúncios publicitários de imóveis: Arquiteto renomado Número de suítes Paisagem ao redor Segurança absoluta Localização em bairro nobre. É uma variação da intimidação. O manipulador usa como argumento a ameaça de que a não adesão à proposta acarretará algum prejuízo, quer à imagem social do manipulado, quer à integridade física. Ex: Toda negociação para solucionar um sequestro é feita por chantagem do sequestrador – o recurso argumentativo, em gera, é a ameaça de morte do sequestrado caso os parentes ou empresas se neguem a pagar a quantia de dinheiro exigida. Procedimento argumentativo que consiste em tentar a persuasão por meio de recursos orientados para afetar o estado de espírito do destinatário, provocando a emoção, as paixões, seus temores etc. Ex: Para condenar o réu, a promotoria explora a repercussão causada pelo crime. Uma estratégia que persegue a persuasão usando como argumento a valorização do auditório pondo em evidência qualidades e atributos elogiosos. É uma estratégia que excita o ego do auditório. Ex: Como você é inteligente, vai concordar comigo. Só você vai ter bom gosto para valorizar nosso produto. Professora, eu te amo. Pode aumentar a minha nota? Explora estratégia oposta a da sedução: o manipulador coloca sob suspeita determinada competência do auditório que, assim desafiado, é levado a agir para provar que possui a competência posta sob suspeita. Se você não está preocupado com a situação atual do Brasil, é porque ainda não entendeu o que está acontecendo. Te desafio a acertar todas as perguntas que eu fizer.
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