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Fundamentos de Redes de Computadores Professor: Rodrigo da Rosa Righi Contato: rrrighi@unisinos.br Aula: 12 - 14 de Maio de 2015 Dia/Horário: Quinta-Feira, 19:30 - 22:23 Agenda Hierarquias de Multiplexação Digitais em Telecomunicações SONET/SDH (Continuação) Hierarquia de Transporte Óptica OTH A Tecnologia de Multiplexação WDM Rede de Transporte Óptica do ITU (OTN) e Internet do Futuro SONET/SDH Sistemas Síncronos Os sistemas síncronos podem ser encarados como o último estágio na hierarquia dos sistemas de transmissão, pois, possibilitam a inserção e extração de enlaces sem que seja necessária uma demultiplexação. É simples: numa rede onde há perfeito sincronismo entre todos os enlaces, é possível saber exatamente a que enlace pertence determinado bit, assim como saber quando começa e quando termina um enlace. SONET/SDH A hierarquia SDH é composta de 4 níveis: Camada Fotônica: nível físico, inclui especificações sobre o tipo da fibra óptica utilizada, detalhes sobre a potência mínima necessária, características de dispersão dos lasers transmissores e a sensibilidade necessária dos receptores. É responsável, ainda, pela conversão eletro-óptica dos sinais. Camada de Seção: responsável pela criação dos quadros SDH, embaralhamento e controle de erro. É processada por todos equipamentos, inclusive os regeneradores. Camada de Linha: cuida da sincronização, multiplexação dos quadros e comutação. É responsável, ainda, pela delimitação de estruturas internas ao envelope de carga. Seu processamento ocorre em todos os equipamentos, exceto os regeneradores. Camada de Caminho: responsável pelo transporte de dados fim-a-fim e da sinalização apropriada. Processada apenas nos terminais. SONET/SDH Figura 1. Equipamentos e componentes de uma Rede SDH SONET/SDH Figura 2. Estrutura de um Quadro SDH SONET/SDH Um frame básico SDH/Sonet é um bloco com 810 bytes colocado a cada 125 microsegundos. Uma vez que Sonet é síncrono, frame são emitidos ainda que não tenhamos dados úteis para enviar. 8000 frames/segundo fecha exatamente com a taxa de amostra de canais PCM usados nos sistemas de telefônia digital. Frames Sonet com 810 bytes são melhores descritos como uma retângulo de bytes: 90 colunas de largura com 9 linhas de altura. Assim, temos 8x810 = 6480 bits transmitidos 8000 vezes por segundo, atingindo uma taxa de 51.84 Mbps. Isto é um canal Sonet básico, chamado de STS-1 (Synchronous Transport Signal-1). Todos os dados enviados com Sonet são múltiplos de STS-1. Observando o STS-1, as primeiras três colunas de cada frame são reservadas para informações sobre gerenciamento do sistema. As primeiras três linhas contém as Seção de Sobrecarga (Section Overhead). As próxima 6 linhas contém a Linha de Sobrecarga (Line Overhead). Section Overhead é gerada e verificada a cada começo e fim de seção, enquanto a Line Overhead é gerada e checada a cada início e começo de linha. SONET/SDH Figura 3. Estrutura de dois Quadros SDH básicos STS-1 SONET/SDH Um transmissor Sonet envia um frame de 810 bytes, sem intervalos entre eles, ainda que não existam dados. Nesse caso, envia-se dummy data. Do ponto de vista do receptor, tudo que ele vê é um contíguo stream (fluxo) de bits, e então, como ele sabe onde um frame começa? A resposta é que os primeiros dois bytes de cada frame contém um padrão fixo no qual é procurado pelo receptor. Caso ele encontrar esse padrão no mesmo lugar num número consecutivo de frames, ele assume que está sincronizado com o transmissor. As demais 87 colunas carregam 81 x 9 x 8 x 8000 = 50.112 Mbps de dados do usuário. Dados do usuário são chamados de SPE (Sycnhronous Payload Envelope) e podem não começar na coluna 4 e linha 1. O SPE pode começar em qualquer lugar dentro de um frame. Um ponteiro para o primeiro byte está contido na primeira linha da Linha de Overhead (Line Overhead). A primeira coluna do SPE é sempre o Path Overhead. SONET/SDH Analogia de SDH com uma Estação de Trem Trens são uma boa imagem para ajudar a entender sistemas síncronos. O carregamento de um trem de carga é a mais famosa analogia de um sistema de SDH. Um infindável trem de carga passa por uma estação, parando por um instante para que cada vagão seja carregado e descarregado. Dentro de cada vagão há caixas com rótulos indicando o que há dentro delas, de onde vem e para onde vão. Há caixas que contém outras caixas menores. Nas plataformas, funcionários possuem listas completas sobre os vagões, o que carregam, etc. Quando o vagão pára, retiram-se as caixas destinadas àquela estação e colocam-se as que devem seguir para as estações subsequentes. Evidentemente, todas as listas e rótulos são atualizados. Os gerentes da companhia possuem estatísticas completas do desempenho do trem - o tráfego por estação, por cliente, o tipo de pacote, etc. SONET/SDH Algumas atualidades sobre SDH Existem propostas de orçamento para a construção do SDH na região Metropolitana de São Paulo. Redes de SDH são relativamente caras. A Telesp propôs US$ 110 milhões, a Promon propôs em torno de US$ 54 milhões e o consórcio NEC/ Splice/Equitel/Ericsson em torno de US$ 144 milhões. O ATM é uma das grandes promessas para operadoras telefônicas porque elas fazem a interconexão. Redes de computadores, videoconferência, acesso a banco de dados remotos, internet, interconexão de frames, tudo num só equipamento. E para baratear o custo utiliza-se a rede de SDH. Os amplificadores ópticos e os multiplexadores por divisão de frequência óptica (WDM) são duas tecnologias que estão causando impactos nas redes SDH. A primeira é baseada em fibra óptica, onde as transmissões podem ser feitas por distâncias de até 300 km sem usar repetidoras. A segunda tecnologia modula os sinais ópticos, fazendo com que cada sinal ocupe uma frequência de luz diferente e todos esses sinais são transmitidos na mesma fibra óptica. A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) Nos últimos anos, verificou-se um gigantesco aumento da capacidade e do desempenho dos sistemas de tranmissão ópticos. A infraestrutura de fibras ópticas em muitas redes teve a sua capacidade multiplicada por fatores de 32, ou mais, com a simples troca de equipamentos nas pontas. Avanços espetaculares em diversas áreas da engenharia e da física foram decisivos na obtenção desse desempenho, entre os quais destaca-se: Os lasers semicondutores, os fotodeetectores do tipo APD (Avalanche Photodiode) e PIN (Positive Intrisic Negative), as modernas fibras ópticas MMF (fibra mono modo) e a fotônica como um todo, que alavancou o desenvolvimento de dispositivos como: regeneradores, amplificadores ópticos, filtros ativos e equipamentos como comutadores e multiplexadores ópticos. Importante: Os backbones de telecomunicações atuais, baseados nas hierarquias digitais PDH e SDH/Sonet, não possuem condições de incorporar muitos desses avanços tecnológicos, nem têm condições de atender às necessidades para definir um novo modelo de serviço não mais centrado em voz, mas em dados (Internet). A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) Fatores que contribuíram para o surgimento de OTH: Explosiva demanda por taxas cada vez maiores das modernas aplicações de redes como a realidade virtual, telemedicina, videoconferência interativa, televisão de alta resolução, etc. As limitações tecnológicas das hierarquias digitais PDH e SDH/Sonet, hoje amplamente utilizadas nos backbones de telecomunicações, que não conseguem enxergar diferentes comprimentos de onda em tronco de fibra óptica; A estrutura de dados utilizada em PDH e SDH/Sonet, que é voltadapara serviço de voz (telefonia), utiliza quadros de duração fixa (125 microsegundos), quando a realidade atual nesses backbones é a predominância de tráfego de dados. A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) Tecnologia de Multiplexação WDM WDM - Wave Length Division Multiplexing Uma fibra óptica tem como banda passante (250 THz) que é aproximadamente 2500 vezes a banda de todo o spectrum de frequência eletromagnético (100 GHz) atualmente em uso. Para aproveitar melhor esse imenso potencial de banda das fibras ópticas, foi desenvolvida a multiplexação por comprimento de onda - WDM. WDM não é nada mais do que uma espécie de multiplexação FDM em que λ repreenta uma determinada freqüência de portadora dentro da banda passante da fibra. Assim, dependendo da largura de banda de cada λ (que define os espaçamento entre os lambdas), podemos ter atualmente sistemas WDM que comportam mais de cem canais ópticos em um única fibra. A primeira geração de sistemas WDM surgiu na década de 80, com somente dois comprimentos de onda por fibra. Na segunda metade da década de 90, surgem os primeiros sistemas denominados DWDM (dense WDM). Esses sistemas apresentam 16 a 40 canais de espaçamento de 100 a 200 GHz. Finalmente, no início do milênio, surgem os sistemas capazes de operar com 64 a 160 canais, espaçados em intervalos de 50 a 25 GHz. A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) Tecnologia de Multiplexação WDM Importante: A plataforma óptica DWDM tem capacidade de suportar todos os protocolos das tradicionais estruturas de transporte como: ATM, Frame Relay, MPLS, SDH/PDH, IP, Gigabit Ethernet, 10 GE, Fibre Channel, sem maiores problemas de interoperabilidade. Figura 4. Multiplexação WDM A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) Tecnologia de Multiplexação WDM Evolução dos sistemas DWDM Note que com o passar do tempos, temos sistemas com mais canais. Entretanto, cada canal opera em um intervalo de freqüência menor Figura 5. Evolução dos sistemas DWDM 2000 Início 1995 Final da Década 1990 Início da Década Década de 1980 64 Canais, espaçamento 25-50 GHz OTN (Optical Transport Network) 16+ Canais, espaçamento 100-200 GHz DWDM - sistema integrado com gerência 2-8 canais, espaçamento de 200-400 GHz CWDM, Coarse WDM 2 canais WDM A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) Tecnologia de Multiplexação WDM Pilha de protocolos suportada pela plataforma DWDM A idéia é que pacotes IP consigam trafegar em todos os demais protocolos. IP é padrão e é o protocolo visto pelo usuário final Figura 6. Pilha de Protocolos suportada pela plataforma DWDM Plataforma Óptica 0 DWDM PDH / SDH ATM Frame Relay Gigabit Ethernet e 10 Gigabit Ethernet Fibre Channel IP A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) A Rede de Transporte Óptica do ITU (OTN) Com o rápido desenvolvimento do DWDM, que atualmente fornece uma tecnologia de multiplexação de centenas de comprimentos de onda em uma unica fibra, a capacidade dos troncos ópticos salta para dezenas de Tbits/s. Baseado nessa tecnologia, a ITU começa, a partir da década de 90, os esforços para a padronização de uma nova rede óptica que é conhecida como OTN (Optical Transport Network). O paradigma dessa rede não privilegia mais aplicações de voz da telefonia, mas os dados como um todo: voz, dados e vídeo (multimídia). Importante: Em vez de cadenciamento fixo de 125 microsegundos dos módulos de transporte PDH e SDH, no sistema WDM, os módulos de transporte possuem tamanho fixo de 16.320 octetos, o que favorece o encapsulamento dos serviços de dados. Um fato marcante da atual realidade da Internet é a sua convergência para uma rede única (rede convergente) que suportará todos os serviços multimídia. Essa rede global será baseada essencialmente na pilha de protocolos TCP/IP. É justo que pacotes IP trafeguem diretamente sobre o canal físico, que será construído basicamente de um subsistema inteligente, baseado na plataforma de transporte DWDM. Estrutura de protocolos atual e idéias para o futuro Futuro = Redes convergentes com serviços inteligentes Figura 7. Migração da atual plataforma IP / ATM / SDH / OTN para uma nova plataforma mais enxuta e mais otimizada do tipo IP / OTH A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) A Rede de Transporte Óptica do ITU (OTN) OTN SDH ATM OTH IP IP / GMPLS Comutação de pacotes Restauração de pacotes Engenharia de tráfego Diferenciação de serviços Reserva de Banda Aprovisionamento de banda Proteção de circuito virtual Multiplexação de velocidade Transmissão de alta velocidade Comutação de pacotes Restauração de pacotes Engenharia de tráfego Diferenciação de serviços Aprovisionamento de banda Reserva de banda Multiplexação de alta velocidade Transmissão de alta velocidade (a) Estrutura de protocolos das atuais redes para voz e dados (b) Futura Rede IP com convergência de serviços A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) A Rede de Transporte Óptica do ITU (OTN) Baseado na constatação apresentada previamente (figura anterior), seriam suprimidas as diversas etapas intermediárias de transporte de tráfego IP que foram desenvolvidos nos últimos anos, passando a uma plataforma mais enxuta. Entretanto, tem-se alguns problemas quando tentamos encapsular IP diretamente na plataforma óptica DWDM, como: Sinais digitais ópticos necessitam de regeneração 3R (reamplificação, reformatação e resincronização). No entanto, o protocolo IP, que é basicamente um protocolo de curta distância (hop by hop), não prevê esse tipo de regeneração. A plataforma de transporte óptica deve possuir mecanismos para que o serviço de transporte oferecido seja confiável e de qualidade. Para isso, é necessário que a plataforma tenha mecanismos de monitoração de qualidade, alta disponibilidade, comutação segura e correção de erros. Hoje, nenhuma dessas exigências é atendida plenamente pela plataforma DWDM. Problema de escalabilidade. Troncos ópticos de dezenas de giga e até terabits por segundo exigiriam nas pontas megarroteadores ou terarroteadores que comutassem milhões de pacotes por segundo, o que atualmente é impraticável. A Hierarquia de Transporte Óptica (OTH) A Rede de Transporte Óptica do ITU (OTN) Nenhum dos problemas levantados é, atualmente, resolvido de forma satisfatória, nem do nível óptico puro, nem no nível IP. É necessário definir uma estrutura intermediárias que resolva esses problemas, aproximando dessa maneira o IP de forma adequada ao nível de transmissão DWDM. Essa nova estrutura foi definida pelas recomendações G.709 e G.872 do ITU de fevereiro de 2001 e é chamada de OTH - Optical Transmission Hierarchy. OTH é parte integrante de qualquer OTN pública. OTH combina conceitos analógicos e digitais. Nos aspectos analógicos, atende a transmissão, multiplexação e comutação óptica, enquanto nos aspectos digitais, atende o mapeamento de dados em diferentes níveis e quadros com cabeçalhos que permitem operações do tipo OAM (Operation, Administration, Management). Os estudos do ITU, atualmente, se concentram também em um novo e avançado conceito de rede óptica com comutação automática - ASON (Automatic Switched Optical Network). Ela está sendo proposta pela recomendação provisória conhecida como G. ASON, que deve ser o futuro do suporte inteligente de WAN da Internet Global no nível físico.
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