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DIREITO ADMINISTRATIVO II- Semana Aula III

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DIREITO ADMINISTRATIVO II- SEMANA AULA III
ENTIDADES PARAESTATAIS- TERCEIRO SETOR
Ex: 1°setor: ESTADO 		2° setor: MERCADO (empresas privadas/estatais) 
3° setor: PARAESTATAIS
1- Conceito: Pessoas Jurídicas de Direito Privado dispostas paralelamente ao estado, executando atividade de interesse público.
2- Características gerais:
a) Não fazem parte da adm. Pública. São entidades Privadas (regime jurídico de direito Privado- Regime Dominante);
b) Sem fins lucrativo;
c) Recebem fomentos (incentivo) do estado (sendo assim são parcialmente regidas por regras do direito público); 
d) Prestam atividades interesse social.
3- Entidades Paraestatais:
· Serviços sociais autônomos (sistema “S”);
· Organizações sociais (OS);
· Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP); 
· Instituições comunitárias de educação superior (ICES);
· Entidades de apoio. 
4- Serviços sociais autônomos (sistema “s”)
4.1- Conceito- 
São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, autorizadas por lei (geralmente decretos) e vinculadas a categorias profissionais, sendo mantidas por dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais. Não integram a administração pública direta ou indireta. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. Ed. São Paulo: Malheiros, 2000)
Denota-se, pois, que são instituições privadas sem fins lucrativos, pertencentes ao grupo de entes paraestatais, que colaboram com o Estado, desempenhando atividades de interesse coletivo. Ainda que administrem verbas de natureza parafiscal, com recursos recolhidos do setor produtivo beneficiado, possuem patrimônio e receitas próprias, bem como a prerrogativa de autogestão de seus recursos e autonomia administrativa.
Ex: Serviço Nacional de Aprendizado Industrial – Senai (Decreto Lei 4.048/42), Serviço Social da Indústria – Sesi (Decreto Lei 9.403/46), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac (Decreto Lei 8.621/46), Serviço Social do Comércio – Sesc (Decreto Lei 9.853/46), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae (Lei 8.029/90 e Decreto 99.570/90), Serviço Social de Transporte – SEST e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte - Senat (Lei 8.706/93), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – SENAR (Lei 8.315/93), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – SESCOOP (Medida Provisória 2.168-40/2001).
4.1- Objetivo: 
 Atividade social na prestação de um serviço de utilidade pública em benefício de determinado grupo social ou profissional. 
4.2- Criação:
 
 4.3- Financiamento: Contribuição sociais (contribuição parafiscais), os quais são descontados sobre a folha de pagamento. Dotações orçamentárias do poder público.
Obs: A cobrança compulsória das contribuições parafiscais as converte em recursos públicos, com aplicação vinculada às finalidades institucionais do serviço social autônomo para o qual tenham sido arrecadadas e sujeitas à fiscalização do Poder Público.
4.4- Regime jurídico:
Os serviços sociais autônomos são entidades privadas; mas, como são financiadas por recursos públicos, operam sob o REGIME DE DIREITO PÚBLICO PARCIAL.
Lembre-se: a compulsoriedade da contribuição social parafiscal transforma a arrecadação em dinheiro público.
Neste regime jurídico de direito público parcial, os serviços sociais autônomos devem observar os princípios da administração pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência) e os critérios gerais da licitação (Lei nº 8.666/1993). Aliás, este é o entendimento há muito tempo sedimentado pelo Tribunal de Contas da União (TCU):
1.1 – improcedente, tanto no que se refere à questão da “adoção” pelo SENAC/RS, da praça pública Daltro Filho, em Porto Alegre – quanto no que tange aos processos licitatórios, visto que, por não estarem incluídos na lista das entidades enumeradas no parágrafo único do art.1º da Lei 8.666/93, os serviços sociais autônomos não estão sujeitos à observância dos estritos procedimentos na referida lei, e sim aos seus regulamentos próprios devidamente publicados”. (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. Decisão 907/1997 – Plenário, Min. Rel. Lincoln Magalhães da Rocha.)
Quer dizer que os serviços sociais autônomos devem realizar licitações, devem licitar, quando pretendem adquirir produtos e serviços, mas as licitações deles são simplificadas em comparação com as licitações realizadas pelos entes públicos em regime de direito público pleno.
4.4- Regime jurídico dos funcionários
O REGIME DE DIREITO PÚBLICO PARCIAL influencia os procedimentos de contratação dos funcionários.
Os funcionários dos serviços sociais autônomos devem ser contratados em regime celetista através, no mínimo, de processo seletivo.
Porém, se quiser, um serviço social autônomo pode realizar um concurso público para contratação de funcionários.
O que não pode é realizar contratações sem sequer realizar um processo seletivo que satisfaça minimamente os princípios gerais da administração pública.
Isto posto, conclui-se que NÃO É OBRIGATÓRIO O CONCURSO PÚBLICO, mas deve seguir regulamento próprio.
Obs: Recurso Extraordinario 789.874 (STF); ADI 1864
4.6- Controle: TCU (Tribunal de Contas da União) e o Ministério Correspondente. 
ATENÇÃO! Não existe nenhuma lei geral dos serviços sociais autônomos, que diga o que eles são, como devem ser criados e como devem funcionar. Eles foram sendo criados, seguindo um mesmo processo, com características semelhantes, e foram sendo agrupados, pelos estudiosos, sob o rótulo de serviços sociais autônomos.
ATENÇÃO! Embora a lei de criação de cada serviço social autônomo diga quais as finalidades de cada um, eles não são entes públicos e não executam serviço público por delegação. São entes privados que executam atividades privadas de interesse público.
5- Organização Sociais (OS) –Lei 9.637/98
5.1- Organização social é uma qualificação jurídica que um órgão da administração pública direta pode conceder a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, para o desempenho de serviços públicos sociais, tais como saúde, educação, cultura e assistência social. 
Ex: Instituto Brasileiro De Gestão Hospitalar-IBGH (faz o gerenciamento da unidade de pronto atendimento 24 hrs, zona sul- Macapá-AP)
Obs: As organizações sociais não pertencem à administração Pública, direta ou indireta, não compõem o aparato estatal, mas são títulos jurídicos criados para auxiliar a atuação do setor público; viabilizando o fomento e a execução de atividades relativas às áreas especificas pelo legislador.
5.2- OBJETIVO:
5.3- Criação:
OBS: Desqualificação art. 16, caput e §2°. A desqualificação provoca reversão à Administração Pública dos bens e dos valores repassados à OS, sem prejuízo de sanções; os dirigentes da OS podem responder de forma individual ou solidária por danos ou prejuízos ocasionados por ação ou omissão. 
5.4- licitação 
a) quando a O.S é contratante:
b) quando a O.S é contratada pela Administração Pública:
Segundo o XXIV no art. 24 da Lei nº 8.666/1993, é dispensável a licitação: 
A ADI nº 1923-DF, que discutiu por 17 anos a discricionariedade da qualificação como OS, discutiu também este novo dispositivo da Lei de Licitações.
No julgamento, o STF concluiu que a Administração Pública pode contratar as OSs sem licitação, mas a contratação deve respeitar critérios objetivos e ter publicidade.
5.5- Fiscalização (art.8 e 9 da Lei. 9.637/98): Ministério que Habilitou; TCU; MP.
Organização da Sociedade Civil de interesse público (OSCIP) Lei 9.790/99 (vulgarmente chamadas de ONG)
1- Conceito 
Organização da sociedade civil de interesse público, Oscip, é uma qualificação jurídica que o Ministério da Justiça concede a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de particulares, dedicadas a atividades de finalidades sociais. Ex: inclusão social através do acesso a saúde bucal- Turma bem
2- Criação 
3- Fiscalização: TCU; MPF; Ministério da Justiça (art. 11, 12 e 13, da lei 9.790/99)
Obs: O descumprimento do termo de parceria pela Oscipenseja sua desqualificação mediante processo administrativo com garantia de ampla defesa, instaurado no Ministério da Justiça, ou mediante processo judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público.
A desqualificação provoca reversão ao Poder Público dos bens e dos valores repassados à OSCIP, sem prejuízo de sanções; os dirigentes podem responder de forma individual ou solidária por danos ou prejuízos ocasionados por ação ou omissão.
4- Vedações: Art. 16 da lei 9.790/99
5- Licitação: mesma Regra da O.S. 
Exceção:  licitação não poderá ser dispensada quando a Administração Pública pretender contratar a OSCIP para a prestação de serviços previstos no termo de parceria. Esta é outra diferença com relação às organizações sociais (OSs): a Administração Pública não precisa de licitação para contratar uma OS. Não se aplica o art. 24, inc. xxiv, da L. 8.666/93 as OSCIPs
INSTUIÇÕES COMUNITÁRIAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR (ICES)- Lei 12.881/13
1- Conceito: é uma instituição de ensino superior, constituída na forma de associação ou fundação, de direito privado, sem quaisquer fins lucrativos, com transparência administrativa, que obedeçam aos critérios estabelecidos em lei.
Ex: PUC (SP, RJ, MG, PR, RS e campinas )
2- Requisitos Art. 1, da lei 12.881/13
3- Direitos: Art. 2º
4- Vedação: art. 12
5- Licitação: Não precisa de licitação (segue regulamento próprio)
ENTIDADES DE APOIO
1. Conceito: “Pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativo, instituídas por servidores públicos, porém em nome próprio, sob forma de fundação, associação ou cooperativa, para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do Estados, mantendo vínculo jurídico com entidades da adm. Direta ou Indireta, em regra por meio de convênio”. (Di Pietro)
Atenção! Não existe lei geral de “Entidades de Apoio”, utiliza-se a lei 8.958/94 como parâmetro. Ex: Fundação de apoio à universidade de São Paulo (FUSP); FINATEC (ligada à UNB)
2. Criação 
substituir/absolver
Atividades não exclusivas e de relevância social 
(art.1°, 9.637/98)
- Ensino;
-Pesquisa cientifica
-desenvolvimento de tecnologia 
-proteção e preservação do meio ambiente 
-cultura
-saúde 
Associação ou Fundação 
Habilitação ao Poder P. (Ministério Competente)
Qualificação (O.S)
(poder discrionário da administração pública) art. 2°, da lei 9.790/99
Contrato de Gestão (formaliza vinculo, atribuições, obrigações etc...)
Fomento (bens, dinheiro e servidores) 
Recursos 
Públicos
Próprios
Não precisa de licitação, mas deve seguir regulamento próprio
Licitação 
Deve ser pessoa jurídica sem fins lucrativo em funcionamento por 3 anos (art.3º, da lei 9.790/99- dispõe as atividade)
requerimento ao Ministério da Justiça (não depende da atividade)
(art. 2. da Lei 9.790/99- entidads não passivas de qualificação)
Ato vinculado (30 dias avaliar)
Qualificação (OSCIP)
Termo de Parceria (art. 9 da lei 9.790/99)
Fomento (dinheiro) 
Instituição de Ensino Superior (associação ou fundação)
Requerimento ao Ministério da Educação (ato vinculado) 
Habilitação ICES (certificado de qualificação)
Termo de Parceria (art. 6 e 7, da lei 12.881/13- vinculo)
Fomento do Estado 
(dinheiro)
Servidores Públicos 
Fundação; Associação; Cooperativa 
Convênio (vinculo como Entidades de apoio)
Fomento (dinheiro, bens, servidores)
Entidade Privada Representativa De Categoria Profissional (sindicatos patronais Ex: comércio)
Confederação Nacional Do Comércio De Béns, Serviço E Turismo (CNC)
SESC/SENAC-criados e administrados pela CNC. Mas autorizados por decreto lei (DECRETO-LEI Nº 9.853/46 e DECRETO No 61.836/67)

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