Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução ao Direito Administrativo 01. Organização e função da Administração Pública: conceito e fontes do direito administrativo. Os três poderes. Noções de Estado e Governo. Centralização, descentralização e desconcentração. Classificação dos órgãos Conceito: Para Di Pietro (2019, p. 69): Direito Administrativo é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa que exerce e os bens e meios de que se utiliza para consecução de seus fins, de natureza pública. Para Celso Antônio Bandeira (2009, p. 37): Direito Administrativo é o ramo do direito público que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a exercem. Para Professora Franciele Letícia Kuhl CEISC: Ramo de Direito Público que regula o exercício da atividade pública, abarcando as entidades, órgãos, agentes entidades e as atividades desenvolvidas pela administração pública. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVOS: Fontes primárias: normas, princípios e súmulas vinculantes Fontes Secundárias: jurisprudência, doutrina, costume e práxis administrativos TRÊS PODERES Art. 2º da CF: São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário Cada um desses Poderes tem atividade típica e atividade atípica exercida dentro deles. Poder Legislativo Função típica: produção de regras gerais e abstratas (as leis) e de fiscalizar o Poder Executivo Função atípica: funções administrativas como gestão de bens, pessoal e serviços; ou jurisdicional como o julgamento de crimes de responsabilidade Poder Judiciário Função Típica: solução de conflitos e aplicações da lei. Função atípica: funções administrativas como gestão de bens, pessoal e serviço; legislativa na elaboração de regimento internos. Poder Executivo Função típica: satisfação das necessidades coletivas mediantes atos concretos Função atípica: função legislativa quando expede medida provisória dando início a projeto de lei NOÇÕES DE ESTADOS E GOVERNOS Estado é pessoa jurídica soberana, formada pelos elementos povo, território e governo soberano. Estado membro é ente personalizado capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. Forma de Estado: Federativa. Sistema de governo: sistema presidencialista, o presidente exerce a chefia de Estado e de governo. Centralização, descentralização e desconcentração. Centralização: Estado executa suas próprias competências e atribuições; executa de forma centralizada. Descentralização: Estado transfere para outra pessoa jurídica a execução de competência e atribuições. Desconcentração: Estado transfere internamente, para um órgão, a execução de competência e atribuições. Administração Direta é União, Estados membros, Distrito Federal e Municípios. Quando Administração Direta executa de forma direta suas próprias competência e atribuições, é considerado centralização. Quando Administração Direta passa suas atribuições e competência para os órgãos que ela mesmo criou, então ocorre a Desconcentração. Quando Administração Direta transfere suas competências e atribuições para Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedade de economia mista) ou para um particular que presta serviço público, então ocorre a Descentralização. Caracterização da Descentralização para Administração Indireta: • há uma pessoalidade jurídica; • É criado ou autorizada a criação, por lei, de uma nova entidade, Já quando Administração Direta transfere para um particular que são concessionárias, permissionária e autorizatário. As duas primeira ocorre a transferência via contrato, já o terceiro é através de um ato unilateral. A Descentralização pode ocorre por duas formas: • Outorga ou descentralização por serviços: ocorre através da criação ou autorização da criação de entidades da administração indireta que vão prestar o serviço (geralmente) por prazo indeterminado. • Delegação ou descentralização por colaboração, ou delegação negocial: transferência por contrato (concessão ou permissão de serviço público) ou ato unilateral (autorização) para que uma pessoa delegada, é sempre por tempo determinado. Na delegação só transfere a execução, através da concessão ou permissão (art. 11 e 12, do Decreto-Lei n. 200/67). Conceito de órgão e entidade: Lei nº 9.784/99, art. 1º parágrafo 2º, I - órgão é a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta. Já entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. Na desconcentração não possui possibilidade de os órgãos responder pelos seus danos, os danos que seus agentes causarem. Logo se há um dano em decorrência de ato do órgão, quem responde é o ente federativa em que o órgão está vinculado. Já na descentralização, em virtude da personalidade jurídica, a entidade, que está exercendo atribuição ou competência que o e Estado outorgou ou delegou, é responsável civilmente pelos seus atos. Ressalta-se que apensar do órgão não possui personalidade jurídica, detentor de capacidade processual para proteger suas prerrogativas e funções. Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. Classificação dos órgãos: São criados por lei (art. 84, IV, “a”, CF”. Podem sere classificados conforme a esfera de atuação, posição estatal e a composição. ❖ Quanto à esfera de ação, classificam-se em: ➢ Centrais - que exercem atribuições em todo território nacional, estadual ou municipal, como os Ministérios, as Secretárias de Estado e as de Municípios; ➢ Locais – que atuam sobre uma parte do território, como as Delegacias Regionais da Receita Federal, as Delegacias de Polícia, os Postos de Saúde ❖ Quanto à posição estatal, classificam em: ➢ Independentes: são os originários da Constituição e representativos dos três Poderes do Estado, sem qualquer subordinação hierárquica ou funcionamento, sujeitos apenas aos controles constitucionais de um sobre outro; suas atribuições são exercidas por agentes políticos. Entram nessa categoria as Casas Legislativas, a Chefia do Executivo e os Tribunais ➢ Autônomos: são os que se localizam na cúpula da Administração, subordinados diretamente à chefia dos órgãos independentes; gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica, participam das decisões governamentais. Entram nessa categoria os Ministérios, as Secretárias de Estado e de Município, o Serviço Nacional de Informações e o Ministério Público. ➢ Superiores: são órgãos de direção, controle e comando, mas sujeitos à subordinação e ao controle hierárquico de uma chefia; não gozam de autonomia administrativa, nem financeira. Incluem-se nessa categoria órgãos com variadas denominações, como Departamentos, Coordenadoria, Divisões, Gabinetes ➢ Subalternos: são os que se acham subordinados hierarquicamente a órgãos superiores de decisão, exercendo principalmente funções de execução, como as demais realizadas por secções de expediente, de pessoal, de material, de portaria, zeladoria, etc... ❖ Quanto à estrutura, os órgãos podem ser: ➢ Simples ou unitários: constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções integradas em órgãos maiores. ➢ Compostos: constituídos por vários outros órgãos, como acontece com os Ministérios, as Secretarias de Estado, que compreendem vários outros, até chegar aos órgãos unitários, em que não existem mais divisões. ❖ Quanto à composição: ➢ Singulares: quando integrados por um único agente; ➢ Coletivos: quando integrados por vários agentes. A presidência da República e a Diretoria de umaescola são exemplos de órgãos singulares, enquanto o Tribunal de Impostos e Taxas é exemplo de Singulares 02. Organização e função da Administração Pública: Autarquias e Fundações Públicas Art. 37, XIX da CF “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação” ❖ Administração Indireta: ➢ Autarquias ➝ criada mediante lei ➢ Fundações Pública ▪ Direito Público ➝ criada mediante lei (entendimento doutrinário e jurisprudencial é que a fundação pública tem as mesmas característica que autarquias) ▪ Direito Privado ➝ autorização por lei, mas os atos constitutivos devem ocorrer no registro público. ➢ Empresas Públicas ➝ autorização por lei, mas os atos constitutivos devem ocorrer no registro público. ➢ Sociedade de Economia Mista ➝ autorização por lei, mas os atos constitutivos devem ocorrer no registro público. Art. 37 XIX, CF - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Decreto lei 200/67 Autarquias Conceito: Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. Espécies: • Comuns ou ordinárias: são autarquias administrativas ou de serviço que prestam serviço típico da administração público. • Especiais: possuem peculiaridade no regime jurídico (quando comparado ao geral do Decreto 200/67). Exemplo Banco Central do Brasil e USP. • Corporativas: Conselhos Profissionais (exceto a OAB). Por não receberem orçamento da União, não estão submetidas às regras constitucionais de finanças públicas (art. 163 a 169 CF), ou seja, regras de precatório não são aplicadas às autarquias corporativas, segundo o RE 938.837 de 2017, julgado pelo STF. • Fundacionais, Fundações Autárquicas ou Autarquias Fundacionais: são fundações pública criada por lei sob regime do Direito Público. São as Fundações Publica de Direito Público. - “Autarquias são definidas como um serviço público de direito público, são, por definição, um patrimônio personificado, em regra, típico de Estado, enquanto fundações públicas de direito público, são, por definição um patrimônio personalizado destinado a uma finalidade determinada” - Alexandrino. Paulo, 2017, p. 45 • Associações Públicas/autarquias interfederativas, multifederativa ou multifederada: são os Consórcios Públicos de Direito Público, inclusive assim está definido no art. 41 do CC. Entes se juntam para fazer um consórcio público é associação pública ou pessoa jurídica de direito privado, para realização de uma prestação de serviço para os Entes Federativos envolvidos – leo nº 11.107 de 2005, art. 1º, § 1º. Sendo consórcio público de direito púbico, esse consórcio integrará a administração indireta. OAB não é autarquia, é uma entidade independente, pois: ♦ Não está vinculada a nenhum órgão administrativo; ♦ Não está sujeita a controle ministerial ♦ Regime de pessoal: celetista (não exige concurso público); ♦ Não está sujeita ao controle do Tribunal de Conta; ♦ Não integra Administração Direta ou Indireta; ♦ É uma entidade Sui Generis; Fundações Pública Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se: IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. STF apresenta 4 critérios para distinguir as fundações governamentais de direito público e as de direito privado: a. Desempenho de serviço estatal; b. Regime administrativo; c. Finalidade; d. Origem dos recursos; Espécies de Fundações Públicas: o Fundações públicas de direito público/Associação Pública: possui característica de autarquia. A fundação é constituída com patrimônio que é instituído como uma entidade para prestação de um serviço público. Já autarquia é uma entidade constituída por lei. Exemplo de fundações públicas de direito público FUNAI e IBGE o Fundações públicas de direito privado: é atribuída de personalidade jurídica a um patrimônio preordenado a certo fim social, trata-se das categorias das pessoas jurídicas de direito privado, estando reguladas nos art. 62 e 69 do CC. São características básicas da fundação: a figura do instituidor; o fim social da entidade; ausência de fins lucrativo. Exemplo: FUNPRESP (Fundação de previdência complementar para servidores públicos federais) - nota-se que a fundação privada sobrevive com o dinheiro de terceiro, não do ente federativo. Art. 5º, § 3º, Decreto Lei 200/67 - As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações. Característica Autarquias Fundações Públicas de Direito Público Fundações Públicas de Direito Privado Exemplos Banco Central do Brasil (BACEN); FUNAI; IBGE FUNPRESP (Fundação de Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA); Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Conselho Federal e Regionais de Medicina (CRM); Conselho Federal de Odontologia (CRO) previdência complementar para servidores públicos federais - nota-se que a fundação privada sobrevive com o dinheiro de terceiro, não do ente federativo. Criação e Extinção Criada por lei específica Lei autoriza a criação, mas o Poder Executivo deve providenciar a sua criação no registro público (art. 45 do CC e art. 5º, § 3º, Decreto Lei 200/67 Característica Autarquias Fundações Públicos de Direito Público Fundações Públicas de Direito Privado Iniciativa da lei – art. 61, , § 1º, II, alínea “e”, da CF Chefe do Executivo (salvo se for entidade vinculada ao Poder Legislativo ou Judiciário) Patrimônio Bens públicos (art. 98 do CC) Bens privados. Exceto se a lei que autorizou a criação da fundação prever restrições e impedimentos quanto a gestão híbrida Natureza Jurídica Pessoas Jurídicas de Direito Público Pessoas jurídica de direito privado com caráter desses bens Responsabilidade Civil Objetivo, art. 37, § 6º da CF Regime Pessoal Regime único estatuário (exceto para as Associações Públicas, que será celetista obrigatoriamente, art. 6º, § 2º, da Lei 11.107/05) Celetista Licitações Estão obrigadas a realizar Atos e Contratos Direito Público Atos são de direito privado, em regra (exceto aqueles praticado no exercício de função delegada). Já os contratos são regidos pela lei 8.666/93 (art. 1º) Competência Autarquia Federal, Justiça Federal, art. 109, inciso I e VIII, da CF, Autarquia Estadual e Municipal - Justiça Estadual Regra: Justiça Estadual, Ações trabalhista - Justiça do Trabalho. Privilégios Processuais Prazo em dobro do CPC; Isenção de custas judiciais, art. 4º, Lei 9.289/96; Dispensa de preparo e depósito prévio em recurso, art. 1007, § 1º, do CPC; sujeitas a duplo grau de jurisdição, art. 496 do CPC; Pagamento por precatório, art. 100 CF;Prescrição Quinquenal, art. 1º, Decreto 20.910 e Decreto 4.597/42; poderá haver interrupção e suspensão do prazo nos moldes do CPC, mas com a ressalva de volta da contagem pela metade no caso de interrupção, art. 6º e 9º, Decreto 20.910/32 e art. 3º, do Decreto 4.597/42. Vide Súmula 3833 do STF Imunidade Tributária Gozam de imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a, e § 2 da CF. Agência Executiva É Autarquia ou Fundação Pública pré-existente, recebe essa qualificação de Agência Executiva mediante Contrato de Gestão. Art. 37, § 8º, CF - A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal. → São autarquias ou fundações preexistentes; → Trata-se apenas de uma qualificação, não é uma nova entidade da Administração Indireta; → Prazo de 1 ano do contrato de gestão; → Lei 9.649/98: Lei 9.649/98: Art. 51. O Poder Executivo poderá qualificar como Agência Executiva a autarquia ou fundação que tenha cumprido os seguintes requisitos: I - ter um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento; II - ter celebrado Contrato de Gestão com o respectivo Ministério supervisor. § 1o A qualificação como Agência Executiva será feita em ato do Presidente da República. § 2o O Poder Executivo editará medidas de organização administrativa específicas para as Agências Executivas, visando assegurar a sua autonomia de gestão, bem como a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para o cumprimento dos objetivos e metas definidos nos Contratos de Gestão. Art. 52. Os planos estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional definirão diretrizes, políticas e medidas voltadas para a racionalização de estruturas e do quadro de servidores, a revisão dos processos de trabalho, o desenvolvimento dos recursos humanos e o fortalecimento da identidade institucional da Agência Executiva. § 1o Os Contratos de Gestão das Agências Executivas serão celebrados com periodicidade mínima de um ano e estabelecerão os objetivos, metas e respectivos indicadores de desempenho da entidade, bem como os recursos necessários e os critérios e instrumentos para a avaliação do seu cumprimento. § 2o O Poder Executivo definirá os critérios e procedimentos para a elaboração e o acompanhamento dos Contratos de Gestão e dos programas estratégicos de reestruturação e de desenvolvimento institucional das Agências Executivas. Agência Reguladora Uma forma de autarquia especial, já nascem na qualidade de reguladora; Criada para regulamentar ou fiscalizar determinado setor; Exemplos: ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica; ANATEL - Agência Nacional das Telecomunicações; ANP - Agência Nacional de Petróleo; ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária; ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil e ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar; Para cada criação de uma agência reguladora é necessária uma lei, mas duas principais legislação é a Lei 9.986/2000 e a lei n. 13.848/19 que estabelece: Dirigentes serão escolhidos pelo Chefe do Executivo, dependendo da aprovação pelo Senado Federal; São dirigidas por um colegiado, formado por 4 conselheiros ou diretores e 1 presidente, diretor-presidente ou diretor-presidente-geral (art. 4º, da lei 9.986/2000); Os requisitos para ser presidente, diretor-presidente ou diretor-geral e demais conselheiros, estão elencados no art. 5º, de Lei 9.986/2000. Seu mandado será de 5 anos (a partir da Lei 13.848/19); Art. 5º O Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral (CD I) e os demais membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada (CD II) serão brasileiros, indicados pelo Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação pelo Senado Federal, nos termos da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, entre cidadãos de reputação ilibada e de notório conhecimento no campo de sua especialidade, devendo ser atendidos 1 (um) dos requisitos das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso I e, cumulativamente, o inciso II: I - ter experiência profissional de, no mínimo: a) 10 (dez) anos, no setor público ou privado, no campo de atividade da agência reguladora ou em área a ela conexa, em função de direção superior; ou b) 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: 1. cargo de direção ou de chefia superior em empresa no campo de atividade da agência reguladora, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos 2 (dois) níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência 2. cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência 3. cargo de docente ou de pesquisador no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; ou (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência c) 10 (dez) anos de experiência como profissional liberal no campo de atividade da agência reguladora ou em área conexa; e (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência II - ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado. (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 5º A indicação, pelo Presidente da República, dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada a serem submetidos à aprovação do Senado Federal especificará, em cada caso, se a indicação é para Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou Conselheiro. (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 6º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência § 7º Ocorrendo vacância no cargo de Presidente, Diretor-Presidente, Diretor-Geral, Diretor ou Conselheiro no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no caput e exercido pelo prazo remanescente, admitida a recondução se tal prazo for igual ou inferior a 2 (dois) anos. § 8º O início da fluência do prazo do mandato dar-se-á imediatamente após o término do mandato anterior, independentemente da data de indicação, aprovação ou posse do membro do colegiado. § 9º Nas ausências eventuais do Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral, as funções atinentes à presidência serão exercidas por membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada indicado pelo Presidente, Diretor-Presidente ou Diretor-Geral da agência reguladora. Art. 6º O mandato dos membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada das agências reguladoras será de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, ressalvada a hipótese do § 7º do art. 5º. (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência Parágrafo único. Em caso de vacância no curso do mandato, este será completado por sucessor investido na forma prevista no art. 5o. Art. 8º Os membros do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada ficam impedidos de exercer atividade ou de prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por período de 6 (seis) meses, contados da exoneração ou do término de seu mandato, assegurada a remuneração compensatória. (...) Art. 8º-A. É vedada a indicação para o Conselho Diretor ou a DiretoriaColegiada: I - de Ministro de Estado, Secretário de Estado, Secretário Municipal, dirigente estatutário de partido político e titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados dos cargos; II - de pessoa que tenha atuado, nos últimos 36 (trinta e seis) meses, como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral; III - de pessoa que exerça cargo em organização sindical; IV - de pessoa que tenha participação, direta ou indireta, em empresa ou entidade que atue no setor sujeito à regulação exercida pela agência reguladora em que atuaria, ou que tenha matéria ou ato submetido à apreciação dessa agência reguladora; V - de pessoa que se enquadre nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990; VI - (VETADO); VII - de membro de conselho ou de diretoria de associação, regional ou nacional, representativa de interesses patronais ou trabalhistas ligados às atividades reguladas pela respectiva agência. Parágrafo único. A vedação prevista no inciso I do caput estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas. Art. 9º O membro do Conselho Diretor ou da Diretoria Colegiada somente perderá o mandato: I - em caso de renúncia; II - em caso de condenação judicial transitada em julgado ou de condenação em processo administrativo disciplinar; III - por infringência de quaisquer das vedações previstas no art. 8º-B desta Lei. Parágrafo único. (Revogado). 03. Organização e função da Administração Pública: Empresa Pública. Sociedade de Economia Mista. Consórcio Público Lei 13.303 de 2016 Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. § 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976 , e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia, respeitado o interesse público que justificou sua criação. § 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976 . Empresa Pública (E.P): Pode ser constituída em qualquer modalidade empresarial; Capital totalmente público; Competência Jurisdicional: Justiça Federal ➞ empresa pública federal; Justiça Estadual ➞ empresa pública estadual/distrital/municipal; Sociedade de Economia Mista (S.E.M): São formadas em forma de Sociedade Anônima; O capital é distribuído entre o Poder Público e o Particular, mas mais de 50% precisa ser público; Competência Jurisdicional: Justiça Estadual, salvo se a União participar da demanda. Súmula 42 STJ “Compete A Justiça Comum Estadual Processar E Julgar As Causas Civeis Em Que E Parte Sociedade De Economia Mista E Os Crimes Praticados Em Seu Detrimento”. Súmula 556 STF “É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista”. CF, art. 109, I, “Aos juízes federais compete processar e julgar: as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; Semelhanças entre Empresa Pública e Sociedade Economia Mista: Personalidade Jurídica de Direito Privado; Prestadoras de Serviço Público ou Exploradoras de Atividade Econômica; Criação autorizada por lei, mas haverá o registro dos atos constitutivos; O teto remuneratório do art. 37, XI, CF em regra não se aplica, salvo as situações elencadas no § 9 do art. 37 da CF; Regimes celetistas (empregado público) 👉 aplica-se Aposentadoria Compulsória, art. 201, § 16, CF. Possível criação de subsidiárias ➞ desde que autorizadas por lei, pode ser na mesma lei que criou E.P/S.E.M, ou outra lei posterior; Responsabilidade Cível: Prestadora do cível público 👉 Responsabilidade Objetiva; Exploradora de Atividade Ecônomica 👉 Responsabilidade Subjetiva; Constituição Federal Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. Art. 201, § 16, CF Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do § 1º do art. 40, na forma estabelecida em lei. Características Empresas Públicas Sociedade de Economia Mista Exemplo Caixa Econômica Federal e os Correios Petrobras, Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Eletrobrás Características Pessoa Jurídica de Direito Privado; entidade administrativa pertencente a administração indireta. É composta por capital exclusivamente público, sob qualquer modalidade empresarial Pessoas Jurídica de Direito Privado; Entidade administrativa pertencente a administração indireta. É criada com capital misto e na modalidade S/A. Criação e Extinção A lei autoriza a criação, mas ela por sisó não é suficiente para o nascimento da entidade, o Estado deve providenciar a elaboração do ato que traduza seu estatuto ou do ato constitutivo, para a inscrição no registro próprio. A autorização será necessária para serem extintas. Essa regra se aplica também às subsidiárias. Objeto Havia discussões, pois o Decreto-lei 200/67 traz que essas entidades se destinam à exploração de atividade econômica (art. 5º, II e III), mas a CF, em seu art. 173, § 1º, alude também a prestação de serviço, assim pacificou o entendimento das duas possibilidades. Patrimônio Se prestam serviço público, os bens são privados, mas com algumas prerrogativas de públicos. Agora, se exploram atividade econômica, os bens são privados Natureza Jurídica Personalidade Jurídica de Direito Privado Responsabilidade Civil Se presta serviço público ➞ Responsabilidade Objetiva; Se explora atividade econômica ➞ Responsabilidade subjetiva. O Estado responde subsidiariamente. Regime Pessoal Celetista Competência Foro estadual, via de regra, ressalvada a observação feita nos privilégios processuais Privilégios Processuais Se for empresa pública federal, o foro é na Justiça Federal Não possui Imunidade Tributária Se presta serviço público, possui imunidade sobre bens, rendas e serviços necessárias aos serviços públicos, conforme o entendimento do STJ. Mas se explora atividade econômica, aí não possuí imunidade. Consórcios Públicos É uma gestão compartilhada de uma entidade administrativa; Regime Pessoal é Celetista; É uma pessoa jurídica criada por lei com a finalidade de executar a gestão associada de serviços públicos, onde os entes consorciados, que podem ser a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no todo ou em parte, destinarão pessoal e bens essenciais à execução dos serviços transferidos. Lei 11.107/05 Art. 6º O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. ➢ Consórcio Público ▪ Poder de promover desapropriação e instituir servidões (art. 2º, § 1º, III); ▪ Possibilidade de ser contratado pela Administração Direta e Indireta, com dispensa de licitação; ▪ Limites mais elevados para fins da escolha modalidade de licitação (art. 23, §8, Lei 8.666/93); ▪ Poder de dispensar licitação na celebração de contrato com ente da federação ou com entidade da Administração Indireta, para prestação de serviço públicos de forma associadas (art. 24, XXVI, Lei 8.666/93) ▪ Valores mais elevados para dispensa de licitação (art. 24, I e II, da Lei 8.666/93); ▪ Sofrem Controle do Tribunal de Conta e dos entes que o criaram; ▪ A sede fica apenas no local de um dos entes; ▪ Fases para constituição (art. 3º) • Subscrição de protocolo de intenções (art. 3º); • Publicação do protocolo de intenções na imprensa oficial (art. 4º e § 5º); • Lei Promulgada por casa um dos entes participantes, ratificando, total ou parcialmente, o protocolo de intenções (art. 5º); Cada ente deve promulgar a lei que institui o Consórcio • Celebração do contrato (art. 3º); • Atendimento das disposições da legislação civil, quando se tratar de consórcio com personalidade de direito privado (art. 6º); A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados!! Decreto 9.507/2018 Art. 3º Não serão objeto de execução indireta na administração pública federal direta, autárquica e fundacional, os serviços: I - que envolvam a tomada de decisão ou posicionamento institucional nas áreas de planejamento, coordenação, supervisão e controle; II - que sejam considerados estratégicos para o órgão ou a entidade, cuja terceirização possa colocar em risco o controle de processos e de conhecimentos e tecnologias; III - que estejam relacionados ao poder de polícia, de regulação, de outorga de serviços públicos e de aplicação de sanção; e IV - que sejam inerentes às categorias funcionais abrangidas pelo plano de cargos do órgão ou da entidade, exceto disposição legal em contrário ou quando se tratar de cargo extinto, total ou parcialmente, no âmbito do quadro geral de pessoal. § 1º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de que tratam os incisos do caput poderão ser executados de forma indireta, vedada a transferência de responsabilidade para a realização de atos administrativos ou a tomada de decisão para o contratado. § 2º Os serviços auxiliares, instrumentais ou acessórios de fiscalização e consentimento relacionados ao exercício do poder de polícia não serão objeto de execução indireta. Empresas públicas e sociedades de economia mista controladas pela União Art. 4º Nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista controladas pela União, não serão objeto de execução indireta os serviços que demandem a utilização, pela contratada, de profissionais com atribuições inerentes às dos cargos integrantes de seus Planos de Cargos e Salários, exceto se contrariar os princípios administrativos da eficiência, da economicidade e da razoabilidade, tais como na ocorrência de, ao menos, uma das seguintes hipóteses: I - caráter temporário do serviço; II - incremento temporário do volume de serviços; III - atualização de tecnologia ou especialização de serviço, quando for mais atual e segura, que reduzem o custo ou for menos prejudicial ao meio ambiente; ou IV - impossibilidade de competir no mercado concorrencial em que se insere. § 1º As situações de exceção a que se referem os incisos I e II do caput poderão estar relacionadas às especificidades da localidade ou à necessidade de maior abrangência territorial. § 2º Os empregados da contratada com atribuições semelhantes ou não com as atribuições da contratante atuarão somente no desenvolvimento dos serviços contratados. § 3º Não se aplica a vedação do caput quando se tratar de cargo extinto ou em processo de extinção. § 4º O Conselho de Administração ou órgão equivalente das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União estabelecerá o conjunto de atividades que serão passíveis de execução indireta, mediante contratação de serviços. 04. Paraestatais: Organizações Sociais. OSCIP. Serviços Sociais Autônomos. Organização da Sociedade Civil e as Parcerias voluntárias Di Pietro (2017, p. 626) “Paraestatais são definidas como pessoas jurídicas de direito privado, instituídas por particulares, com ou sem autorização legislativa, para o desempenho de atividade privadas de interesse público, mediante fomento e controle do Estado” Espécies de paraestatais: Organizações Sociais (OS) - Lei 9.637/98; Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) - Lei 9.790/99, regulamentada pelo Decreto n. 3.100/99 e naquilo que couber, Lei n. 13.019/14; Entidade de Apoio – Lei 8.958/94; Serviço Sociais Autônomos (Sistema S) - criada por lei específica; Organização da Sociedade Civil sob regime de parceria voluntária - Lei 13.019/14 e 13.243/16; Entidades: Lei Forma de Convênio ou parceria Principal observação Observação comum a todos OS (Organização Social) Lei 9.367/98 Contrato de Gestão Entidades de iniciativa privada; sem fins lucrativos e que prestam serviço de interesse público. A grande diferença é que as OS absorveram serviços do Estado e as OSCIP são entidades que buscam fomento e se enquadram nos requisitos de lei. • Sem fins lucrativos; • Não faz parte da Administraç ão direta ou indireta; • Recebe fomento(inc entivo) do Estado; • Presta atividade de interesse social; • Sujeito a controle da Administraç ão Pública;• Serviço não exclusivo do Estado; OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) Lei 9.790/99 Termo de Parceria EA (Entidades de apoio) Lei 8.958/94 Convénio, contrato, acordo. São instituídas por servidores públicos sob forma de fundação, associação ou cooperativa; com a finalidade de apoiar projetos de ensino, pesquisa, extensão, etc.. SSA (Serviço Sociais Autônomos) Lei específica para cada entidade Lei específica para casa entidade Entidades como: Sesi, Senai, Senac, Sesc, etc... OSC (Organizações da Sociedade Civil) Lei 13.019/2014 e 13.243/16 Termo de colaboração ou termo de fomento ou acordo de cooperação; São as demais entidade que buscam parceria com o Estado para conseguir fomento Organização Social (OS) - Lei 9.637/98 • Contrato de gestão com Poder Público; • Entidade particular sem fins lucrativos; • Serviços que foram repassados: Ensino; Pesquisa Científica; Desenvolvimento Tecnológico; Proteção e Prevenção do Meio Ambiente; Cultura e Saúde; • Podem receber recursos orçamentários e bens públicos (art. 12); podem receber servidores públicos por cessão especial (art. 14); • Quantos os bens tanto advindos da administração pública, quanto os próprios bens particulares que são usados para prestação do serviço serão restringidos as regras de bens públicos; • Requisitos ser OS: art. 2º, I, d. “previsão de participação, no órgão colegiado de deliberação superior, de representantes do Poder Público e de membros da comunidade, de notória capacidade profissional e idoneidade moral;” • Dispensa de Licitação quando forem oferecer seu serviço contemplado no contrato de gestão; • Poder Executivo pode proceder pela desqualificação da entidade como organização social, quando constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão 👉 observado processo administrativo; ocorre a reversão dos bens e valores; • Fiscalizados pelo Tribunal de Conta; • Dirigentes são considerados agentes públicos para fins de improbidade administrativa; • STF (ADin n. 1923/DF, de 15/04/2015) é desnecessária de licitação para escolha da entidade a ser qualificada como organização social; contratações de pessoal não precisam ser através de concurso público, contudo, deve haver um procedimento simplificado que preveja critérios objetivos e previamente divulgados para seleção dos empregados; Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) o Termo de Parceria o Deve se encontrar em funcionamento regular há no mínimo 3 anos, e demostrar que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendem aos requisitos incluídos na lei 9.790/99; o Ato vinculado: preencheu os requisitos, a administração pública tem o dever de qualificá-la com tal, não é um ato discricionário; o Não pode ser OSCIP: Lei 9.790/99 - Art. 2º Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º desta Lei: I - as sociedades comerciais; II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX - as organizações sociais; X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. Parágrafo único. Não constituem impedimento à qualificação como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público as operações destinadas a microcrédito realizadas com instituições financeiras na forma de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou atuação como mandatárias. o Para receber a qualificação ➞ deve se habilitar no Ministério da Justiça (art. 5º); o Deve apresentar relatório anual referente as despesas; o A execução do termo de parceria é supervisionada pelo órgão do Poder Público da área de atuação da atividade fomentada e pelos conselhos políticas públicas; o Perde a qualificação a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo no qual é assegurado ampla defesa e contraditório (art. 7º) o Possível receber bens ou recursos de origem pública; o Quem pode ser OSCIP Lei 9.790/99 - Art. 3º I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. XIII - estudos e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias voltadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência) Entidades de Apoio ▪ Sob forma de fundação, associação ou cooperativa; ▪ Parte dos empregadores da entidade são servidores da entidade administrativa que apoiam; ▪ Não estão submetidas a concurso público; ▪ Sofrem controle do Tribunal de Conta da União e da entidade; ▪ Procedimento licitatório simplificado; ▪ Forma vínculo por meio de convênio, através do Termo de Colaboração; está vinculada com uma entidade da administração pública direta ou indireta; Exemplo: FIPE (Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas, entre seus objetivos está o apoio ao Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, FEA-USP); Serviços Sociais Autônomo (Sistema S): Ministrar assistência e ensino para determinadas categorias profissionais; Cada serviço social autônomo é constituído por lei própria; Podem receber recurso orçamentário ou possuir autorização para recolher contribuições parafiscais; Não estão sujeitos a realização de concurso público (RE 789874), tampouco estão sujeitos às normas de licitações e contratos previstas na Lei 8.666/1993 (MS 33442); Não estão sujeitas à observância dos princípios constitucionais da Administração Pública (mas seus agentes respondem por improbidade administrativa e ilícitos penais, equiparados a agentes públicos); Possuem imunidade tributária, quando enquadradosnos casos contemplados no art. 150, VI, c, da CF; Não possuem privilégios processuais (Agin 841548/PR) e a competência para apreciar questões judiciais é da Justiça Estadual (Súmula STF 516 “O serviço social da indústria - SESI - está sujeito à jurisdição da Justiça Estadual) Decreto-lei n. 4.048/42 - SENAI; Decreto-lei n. 8.621/46 - SENAC; Decreto-lei n. 9403/46 - SESI; Decreto-lei n. 9.853/46 SESC; Lei n. 8.706/93 - SEST e SENAT (serviço Nacional do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte); Lei n. 8.315/91 - SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural; Lei n. 8.029/90 - SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas); Organização da Sociedade Civil Sob Regime de Parcerias Voluntárias - Lei 13.019/2014 • Termo de colaboração ou termo de fomento ou acordo de cooperação; Termo de colaboração Termo de Fomento Acordo de cooperação Instrumento de formalização para parcerias entre a administração pública e a OSC Parcerias celebradas para consecução de finalidade de interesse público e recíproco Parceria proposta pela Administração Pública Parceria proposta por OSC Parceria proposta pela Administração pública ou pela OSC Parceria que envolvam transferência de recurso financeiros; Parcerias que não envolvam transferência de recurso financeiros • Requisito – art. 2º da lei 13.019/2014; • Impedimentos – art. 39 da lei 13.019/2014; • Administração Pública está obrigada a realizar chamamento público para realizar hipóteses que poderá ser dispensado ou inexigível o chamamento público - art. 30; Questões 1º Questão Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: UEFS Provas: AOCP - 2018 - UEFS - Analista Universitário - Administração A pessoa jurídica de direito privado, qualificada pelo Poder Público e sem fins lucrativos, cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, é uma a) sociedade de economia mista. b) organização social. c) empresa pública. d) autarquia. e) fundação pública 2º Questão Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: UEFS Provas: AOCP - 2018 - UEFS - Analista Universitário - Administração Assinale a alternativa correta sobre a administração direta e indireta. a) Autarquias são empresas públicas. b) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial. c) Sociedades de economia mista são entidades da administração direta. d) A administração direta traduz a ideia de descentralização do serviço público. e) Os municípios são entes da administração indireta 3º Questão Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TCE-RJ Prova: CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Direito Com relação a aspectos constitucionais, legais, doutrinários e jurisprudenciais do direito financeiro, julgue o item subsequente. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE), sociedade de economia mista prestadora de serviços públicos de saneamento em caráter não concorrencial no estado do Rio de Janeiro, é submetida ao regime de precatórios. a) Certo b) Errado 4º Questão Ano: 2021 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: TCE-RJ Provas: CESPE / CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Ciências Contábeis No que se refere a serviços públicos, organizações sociais, sociedade civil de interesse público e controle da administração pública, julgue o item seguinte. Serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito privado, com ou sem fim econômico, criadas por lei para desempenhar certas atividades, integrando a administração pública indireta. a) Certo b) Errado 5º Questão Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXI - Primeira Fase A sociedade “Limpatudo” S/A é empresa pública estadual destinada à prestação de serviços públicos de competência do respectivo ente federativo. Tal entidade administrativa foi condenada em vultosa quantia em dinheiro, por sentença transitada em julgado, em fase de cumprimento de sentença. Para que se cumpra o título condenatório, considerar-se-á que os bens da empresa pública são a) impenhoráveis, certo que são bens públicos, de acordo com o ordenamento jurídico pátrio. b) privados, de modo que, em qualquer caso, estão sujeitos à penhora. c) privados, mas, se necessários à prestação de serviços públicos, não podem ser penhorados. d) privados, mas são impenhoráveis em decorrência da submissão ao regime de precatórios. 6º Questão Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2016 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase (Reaplicação Salvador/BA) O Estado Alfa e os Municípios Beta e Gama, localizados naquele Estado, celebraram protocolo de intenções para a constituição de consórcio público para atuação na área de saneamento, dispondo que o consórcio teria personalidade jurídica de direito público. No protocolo de intenções está prevista a outorga de concessão, permissão e autorização de serviços públicos pelo consórcio, além da possibilidade de promover desapropriações e instituir servidões. Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) O consórcio é ente desprovido de personalidade e, portanto, não é válida a previsão contida no protocolo de intenções. b) O consórcio em referência não poderá ser constituído sem a obrigatória participação da União entre os seus consorciados. c) Após a constituição do consórcio, poderá ele promover desapropriação, pois prevista no protocolo, mas a declaração de utilidade pública não pode ser feita pelo consórcio. d) Com a assinatura do protocolo de intenções por todos os entes participantes, estará constituído o consórcio em referência. 7º Questão Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVIII - Primeira Fase O Estado XYZ pretende criar uma nova universidade estadual sob a forma de fundação pública. Considerando que é intenção do Estado atribuir personalidade jurídica de direito público a tal fundação, assinale a afirmativa correta. a) Tal fundação há de ser criada com o registro de seus atos constitutivos, após a edição de lei ordinária autorizando sua instituição. b) Tal fundação há de ser criada por lei ordinária específica. c) Não é possível a criação de uma fundação pública com personalidade jurídica de direito público. d) Tal fundação há de ser criada por lei complementar específica. 8º Questão Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2015 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase O Governador do Estado Y criticou, por meio da imprensa, o Diretor-Presidente da Agência Reguladora de Serviços Delegados de Transportes do Estado, autarquia estadual criada pela Lei nº 1.234, alegando que aquela entidade, ao aplicar multas às empresas concessionárias por supostas falhas na prestação do serviço, “não estimula o empresário a investir no Estado". Ainda, por essa razão, o Governador ameaçou, também pela imprensa, substituir o Diretor-Presidente da agência antes de expirado o prazo do mandato daquele dirigente. Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta. a) A adoção do mandato fixo para os dirigentes de agências reguladoras contribui para a necessária autonomia da entidade, impedindo a livre exoneração pelo chefe do Poder Executivo. b) A agência reguladora, como órgão da Administração Direta, submete-se ao poder disciplinar do chefe do Poder Executivo estadual. c) A agência reguladora possui personalidade jurídica própria, mas está sujeita, obrigatoriamente, ao poder hierárquico do chefe do Poder Executivo. d) Ainda que os dirigentes da agência reguladora exerçam mandato fixo, pode o chefe do Poder Executivo exonerá- los, por razões políticas não ligadas ao interesse público, casodiscorde das decisões tomadas pela entidade. 9º Questão Ano: 2011 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2011 - OAB - Exame de Ordem Unificado - V - Primeira Fase A estruturação da Administração traz a presença, necessária, de centros de competências denominados Órgãos Públicos ou, simplesmente, Órgãos. Quanto a estes, é correto afirmar que a) possuem personalidade jurídica própria, respondendo diretamente por seus atos. b) suas atuações são imputadas às pessoas jurídicas a que pertencem. c) não possuem cargos, apenas funções, e estas são criadas por atos normativos do ocupante do respectivo órgão. d) não possuem cargos nem funções 10º Questão Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: OAB Prova: FGV - 2013 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XII - Primeira Fase O Estado ABCD, com vistas à interiorização e ao incremento das atividades econômicas, constituiu empresa pública para implantar distritos industriais, elaborar planos de ocupação e auxiliar empresas interessadas na aquisição dessas áreas. Considerando que esse objeto significa a exploração de atividade econômica pelo Estado, assinale a afirmativa correta. a) Não é possível a exploração de atividade econômica por pessoa jurídica integrante da Administração direta ou indireta. b) As pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta não podem explorar atividade econômica. c) Dentre as figuras da Administração Pública indireta, apenas a autarquia pode desempenhar atividade econômica, na qualidade de agência reguladora. d) A constituição de empresa pública para exercer atividade econômica é permitida quando necessária ao atendimento de relevante interesse coletivo. Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 B B A B C C B A B D Referência: professora Franciele Letícia Kühl - CEISC NAYARA SANTOS DE SÁ Instagram: nayarasantosds
Compartilhar