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Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns Autor: Vanessa Brito Arns Aula 07 11 de Março de 2021 37171323005 - Júnior Souza Ferreira Sumário Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 2 Reciprocidade ....................................................................................................................................... 3 1. Reciprocidade ................................................................................................................................ 3 2. Asilo ............................................................................................................................................... 7 2.1. Modalidades de Asilo ................................................................................................................................................ 9 Legislação e Jurisprudência Destacadas ............................................................................................. 12 Legislação ........................................................................................................................................ 12 DECRETO No 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957. - Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. ................................................................................ 15 Resumo ............................................................................................................................................... 20 Considerações Finais ........................................................................................................................... 28 Questões Comentadas ........................................................................................................................ 28 Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 2 40 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO CONSIDERAÇÕES INICIAIS Na aula de hoje vamos continuar os estudos da disciplina de Direito Internacional, com foco em Reciprocidade e Asilo. Vejamos os tópicos específicos do edital que serão abordados em aula: Reciprocidade e Controle jurisdicional. Asilo político. Conceito. Natureza e disciplina. Estou à disposição se surgirem dúvidas! Boa aula! Instagram: https://www.instagram.com/vanessa.arns Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 3 40 RECIPROCIDADE 1. RECIPROCIDADE Segundo Celso Albuquerque Mello: A reciprocidade constitui um dos princípios basilares para a cooperação entre os povos, é instituto necessário para fazer com que os Estados solucionem seus conflitos internacionais sem que haja ferimento à igualdade ou ao respeito entre os Estados. A Reciprocidade influi diretamente na formulação do Direito Internacional. O termo reciprocidade é proveniente do latim reciprocus, a reciprocidade tem seu significado naquilo que é recíproco, isto é, situação em que são estabelecidas condições mútuas ou correspondentes. É a situação compreendida em dar e receber. A reciprocidade vem implicar na igualdade de direitos, de obrigações ou de benefícios. A doutrina aponta que o princípio da reciprocidade consiste em permitir a aplicação de efeitos jurídicos em determinadas relações de direito, este princípio tem ao mesmo tempo uma natureza política, jurídica e negocial. É importante destacar, ainda: • O Princípio da reciprocidade é de base fundamental para o Direito Internacional Público, se relacionando diretamente a aspectos públicos externos e voltados à proteção da igualdade soberana dos Estados. • A reciprocidade de direitos e benefícios é a principal implicação do princípio da igualdade no direito internacional e nas doutrinas políticas internacionais. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 4 40 • Celso Albuquerque Mello corrobora com essa informação ao acreditar que a reciprocidade constitui um dos princípios basilares da cooperação entre os povos, tendo que já nos séculos XII e XIII haviam tratados que previam o princípio da reciprocidade em seus textos. Este princípio é suficiente para levar um Estado a atender a um requerimento de outro ente internacional, na medida em que os efeitos são aceitos igualmente por ambos os Estados. , sendo essencial para a Cooperação Internacional. Vejamos como a reciprocidade aparece na nossa Constituição Federal de 1988: Art. 12 a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995) Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 5 40 A reciprocidade aparece, também no Código de Processo Civil de 2015: Disposições Gerais Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: § 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. § 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. § 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. Há, ainda, a reciprocidade no tratamento dos estrangeiros no Brasil, bem como nos institutos de cooperação internacional em matéria de Migração. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 6 40 De acordo com a Lei de Migração: Art. 9º Regulamento disporá sobre: I - requisitos de concessão de visto, bem comode sua simplificação, inclusive por reciprocidade; Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por Estado estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que contenha cláusula específica sobre o assunto. Parágrafo único. O dependente de titular de visto diplomático ou oficial poderá exercer atividade remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira, desde que seja nacional de país que assegure reciprocidade de tratamento ao nacional brasileiro, por comunicação diplomática. Extradição § 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para extradição no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade recebida por via diplomática. § 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela concessão de: I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de tratamento a titulares de documento de viagem similar brasileiro. De acordo com Vicente Greco Filho, Embora o requisito de exigência de reciprocidade tenha desaparecido do procedimento de homologação judicial, não deixou de ser instrumento de persuasão nas relações internacionais. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 7 40 Nesse sentido, a possibilidade de exigência de reciprocidade na homologação de sentença estrangeira permanece como alternativa para exigir que a possibilidade de conferir efeitos extraterritoriais às sentenças não seja via de mão única. 2. ASILO O Asilo, uma das tradições das Relações Internacionais na américa latina, tem , no Brasil, garantia constitucional (art. 4º, X). Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: X - concessão de asilo político. A Lei de Migração – que é lei interna brasileira – não disciplina a concessão do asilo, cuidando apenas da condição do asilado político admitido em território nacional (arts. 27 a 29); a Lei diz apenas que “regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a manutenção de asilo” (art. 27, parágrafo único). De acordo com Rezek: Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 8 40 “Nos países latino-americanos, em virtude da aceitação costumeira e convencional desse instituto, pode ele ocorrer. Naturalmente, o asilo nunca é diplomático em definitivo: essa modalidade significa apenas em estágio provisório, uma ponte para o asilo territorial, a consumar-se no solo daquele mesmo país cuja embaixada acolheu o fugitivo, ou eventualmente no solo de um terceiro país que o aceite.” O Regulamento da Lei de Migração, por sua vez, estabelece no art. 108 que O instituto do asilo poderá ser concedido “como instrumento de proteção à pessoa que se encontre perseguida em um Estado por suas crenças, opiniões e filiação política ou por atos que possam ser considerados delitos políticos” A concessão de asilo também vem expressa no art. 14, §§ 1º e 2º, da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, segundo os quais “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”, à exceção “de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos ou princípios das Nações Unidas”. A Assembleia Geral da ONU, em 14 de dezembro de 1967, adotou a Resolução 2.314, denominada Declaração sobre Asilo Territorial, na qual se reconheceu que “a concessão de asilo por um Estado a pessoas que tenham direito de invocar o art. 14 da Declaração Universal (…) é um ato pacífico e humanitário e que, como tal, não pode ser considerado inamistoso por nenhum outro Estado” O art. 22, § 7º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, segundo o qual toda pessoa “tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais” Há ainda a Convenção sobre Asilo Territorial, assinada em Caracas, em 28 de março de 1954, internalizada pelo Brasil. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 9 40 Nos termos do art. 1º da Convenção sobre Asilo Territorial de 1954, todo Estado “tem direito, no exercício de sua soberania, de admitir dentro de seu território as pessoas que julgar conveniente, sem que, pelo exercício desse direito, nenhum outro Estado possa fazer qualquer reclamação”. A lei brasileira que versa o assunto (Lei de Migração) elenca algumas regras específicas relativas ao asilado, dentre elas a de que “não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998” (art. 28), “a saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo” (art. 29). 2.1. Modalidades de Asilo Existem duas modalidades: o asilo diplomático e o asilo territorial. A doutrina, por vezes, também se refere a outras modalidades de asilo: o naval (que se dá no interior de embarcações de guerra); o aeronáutico (que ocorre em aeronaves militares); e o militar (que tem lugar em casernas ou acampamentos militares). Asilo Asilo Diplomático Asilo Territorial Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 10 40 O asilo diplomático é concedido ao estrangeiro pela autoridade diplomática brasileira no exterior, ainda quando o estrangeiro lá se encontra. Ele fica protegido na própria Embaixada, no Consulado do Brasil, nos acampamentos militares no exterior, assim como em navios ou aeronaves, sobre os quais o governo estrangeiro não tem jurisdição. O asilo territorial é concedido ao estrangeiro no Brasil por um período de dois anos, prorrogáveis enquanto persistir o motivo que ensejou o asilo. O asilo diplomático pode ser convertido em asilo territorial, mas não há obrigatoriedade do Estado que o concedeu em fazer a conversão. O direito de asilo não se confunde com o direito de refúgio! Enquanto o asilo decorre da perseguição ao indivíduo, o refúgio é fundamentado em uma perseguição a um grupo de indivíduos, em função de sua raça, religião, nacionalidade ou opção política. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira ==1bd45a== 11 40 Na América Latina é frequente a concessão de asilo nos ditos locais a pessoas que, por motivos políticos, fogem à ação das autoridades territoriais, mas tal asilo não pode ser admitido a criminosos de direito comum. De acordo com Accioly, o instituto do asilo teve desdobramentos, tanto doutrinários quanto jurisprudenciais: da América Latina, acaba por ser aceito e regulado pelodireito internacional geral. . Para Mazzuoli: O asilo político é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro perseguido por suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. A proteção pode inclusive admitir força policial e ajuda financeira do Estado receptor. Trata-se de um instituto clássico do direito internacional. O famoso caso HAYA DE LA TORRE (1951) ensejou o exame pela Corte Internacional de Justiça dos princípios de direito internacional aplicáveis ao caso, dentre os quais a qualificação e a distinção entre o asilo territorial e o asilo diplomático. Caso: contencioso entre a Colômbia e o Peru, onde se discutia o direito de asilo a Victor Raúl Haya de la Torre, chefe político peruano. O governo peruano alegava que Haya de la Torre havia liderado uma rebelião no Peru. Em seguida pediu asilo à Embaixada da Colômbia em Lima, no Peru. O governo colombiano exigia um salvo-conduto ao asilado para ele poder sair do país, alegando que se tratava de um crime político, merecedor de asilo, enquanto o Peru negava, sob o pretexto de que o crime não era político, mas comum. Finalmente, a CIJ negou a obrigação do Peru em outorgar o salvo-conduto. Sobre o ponto que nos interessa, a Colômbia alegava que havia um costume regional de possibilidade de qualificação do crime, o que foi negado pela Corte, porque não havia uma prática estável sobre o tema. As palavras da CIJ são ilustrativas: “No que se refere ao direito internacional americano, a Colômbia não provou que existe, regional ou localmente, um uso constante e uniforme de qualificação unilateral, traduzindo um direito do Estado que oferece o asilo e um dever para o Estado territorial. Os fatos submetidos à Corte revelam excesso de contradições e de flutuação, para que seja possível deduzir um costume específico da América Latina, com força de direito” O governo do Brasil, mais de uma vez, em instruções a seus agentes diplomáticos, sustentou não haver direito ao asilo, mas, na prática, ser tolerado como ato humanitário Entretanto, em face do costume estabelecido e nos termos das convenções a que se ligou, o Brasil passou a admitir o asilo, como direito. E este assumiu progressivamente contornos precisos. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 12 40 Algumas informações importantes: • Os Estados podem usar a imunidade do local da missão diplomática para assegurar asilo a perseguidos políticos no Estado de acolhimento, desde que exista entre os Estados um tratado sobre o tema ou um costume internacional consolidado permitindo o asilo • Aquele que solicita e recebe o asilo pode abrigar-se na Embaixada ou no Consulado, sem ser ameaçado. • A concessão do asilo político no local da missão diplomática não significa que será concedido também asilo político no Estado. Neste caso, pode-se assegurar que o asilado terá condições de chegar em segurança ao Estado que concede o asilo definitivo. O • O asilo político pode ser acompanhado de proteção militar, concedida sob a discricionariedade do Estado. O asilado pode, quando julgar necessário, renunciar ao direito de asilo. LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA DESTACADAS LEGISLAÇÃO Conforme vimos, a reciprocidade se encontra em diversos instrumentos normativos no nosso país: Vejamos como a reciprocidade aparece na nossa Constituição Federal de 1988: Art. 12 a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 13 40 firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995) A reciprocidade aparece, também no Código de Processo Civil de 2015: Disposições Gerais Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: § 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. § 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. § 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 14 40 Há, ainda, a reciprocidade no tratamento dos estrangeiros no Brasil, bem como nos institutos de cooperação internacional em matéria de Migração. De acordo com a Lei de Migração: Art. 9º Regulamento disporá sobre: I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua simplificação, inclusive por reciprocidade; Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por Estado estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que contenha cláusula específica sobre o assunto. Parágrafo único. O dependente de titular de visto diplomático ou oficial poderá exercer atividade remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira, desde que seja nacional de país que assegure reciprocidade de tratamento ao nacional brasileiro, por comunicação diplomática. Extradição § 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para extradição no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade recebida por via diplomática. § 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela concessão de: I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de tratamento a titulares de documento de viagem similar brasileiro. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005- Júnior Souza Ferreira 15 40 DECRETO NO 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957. - CONVENÇÃO SOBRE ASILO DIPLOMÁTICO, ASSINADA EM CARACAS A 28 DE MARÇO DE 1954. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Havendo o Congresso Nacional aprovado, pelo Decreto Legislativo nº 13, de 11 de junho de 1957, a Convenção Sôbre Asilo Diplomático, assinada em Caracas, a 28 de março de 1954; e Havendo sido ratificada pelo Brasil, por Carta de 25 de junho de 1957; e tendo sido depositado, a 17 de setembro de 1957, junto a União Pan-americana, em Washington o Instrumento brasileiro de ratificação da referida Convenção. DECRETA que a mencionada Convenção apensa por cópia ao presente Decreto, seja executada e cumprida tão inteiramente como nele se contém. Rio de Janeiro, em 13 de novembro de 1957; 136º da Independência e 69º da República. CONVENÇÃO SÔBRE ASILO DIPLOMÁTICO Os Governos dos Estados Membros da Organização dos Estados Americanos, desejosos de estabelecer uma Convenção sôbre Asilo Diplomático, convieram nos seguintes artigos: Artigo I O asilo outorgado em legações, navios de guerra e acampamentos ou aeronaves militares, a pessoas perseguidas por motivos ou delitos políticos, será respeitado pelo Estado territorial, de acôrdo com as disposições desta Convenção. Para os fins desta Convenção, legação é a sede de tôda missão diplomática ordinária, a residência dos chefes de missão, e os locais por êles destinados para êsse efeito, quando o número de asilados exceder a capacidade normal dos edifícios. Os navios de guerra ou aeronaves militares que se encontrarem provisóriamente em estaleiros, arsenais ou oficinas para serem reparados, não podem constituir recinto de asilo. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 16 40 Artigo II Todo Estado tem o direito de conceder asilo, mas não se acha obrigado a concedê-lo, nem a declarar por que o nega. Artigo III Não é licito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de delitos comuns, processadas ou condenadas por êsse motivo pelos tribunais ordinários competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das fôrças de terra, mar e ar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo seja qual fôr o caso, apresentem claramente caráter político. As pessoas mencionadas no parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar apropriado para servir de asilo, deverão ser convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser entregues ao govêrno local, o qual não poderá julgá-las por delitos políticos anteriores ao momento da entrega. Artigo IV Compete ao Estado asilante a classificação da natureza do delito ou dos motivos da perseguição. Artigo V O asilo só poderá ser concedido em casos de urgência e pelo tempo estritamente indispensável para que o asilado deixe o país com as garantias concedidas pelo govêrno do Estado territorial, a fim de não correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou para que de outra maneira o asilado seja pôsto em segurança. Artigo VI Entendem-se por casos de urgência, entre outros, aquêles em que o indivíduo é perseguido por pessoal ou multidões que não possam ser contidas pelas autoridades, ou pelas próprias autoridades, bem como quando se encontre em perigo de ser privado de sua vida ou de sua liberdade por motivos de perseguição política e não possa, sem risco, pôr-se de outro modo em segurança. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 17 40 Artigo VII Compete ao Estado asilante julgar se se trata de caso de urgência. Artigo VIII O agente diplomático, comandante de navio de guerra, acampamento ou aeronave militar, depois de concedido o asilo, comunica-lo-á com a maior brevidade possível ao Ministro das Relações Exteriores do Estado territorial ou à autoridade administrativa do lugar, se o fato houver ocorrido fora da Capital. Artigo IX A autoridade asilante tomará em conta as informações que o govêrno territorial lhe oferecer para formar seu critério sôbre a natureza do delito ou a existência de delitos comuns conexos; porém será respeitada sua determinação de continuar a conceder asilo ou exigir salvo-conduto para o perseguido. Artigo X O fato de não estar o govêrno do Estado territorial reconhecido pelo Estado asilante não impedirá a observância desta Convenção e nenhum ato executado em virtude da mesma implicará o reconhecimento. Artigo XI O Governo do Estado territorial, pode, em qualquer momento, exigir que o asilado seja retirado do país, para o que deverá conceder salvo-conduto e as garantias estipuladas no Artigo V. Artigo XII Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 18 40 Concedido o asilo, o Estado asilante pode pedir a saída do asilado para território estrangeiro, sendo o Estado territorial obrigado a conceder imediatamente, salvo caso de fôrça maior, as garantias necessárias a que se refere o Artigo V e o correspondente salvo-conduto. Artigo XIII Nos casos referidos nos artigos anteriores, o Estado asilante pode exigir que as garantias sejam dadas por escrito e tomar em consideração, para a rapidez da viagem, as condições reais de perigo apresentadas para a saída do asilado. Ao Estado asilante cabe o direito de conduzir o asilado para fora do país. O Estado territorial pode escolher o itinerário preferido para a saída do asilado, sem que isso implique determinar o país de destino. Se o asilado se verificar a bordo de navio de guerra ou aeronave militar, a saída pode se efetuar nos mesmos, devendo, porém, ser previamente preenchido o requisito da obtenção do salvo-conduto. Artigo XIV Não se pode culpar o Estado asilante e do prolongamento do asilo, decorrente da necessidade de coligir informações indispensáveis para julgar da procedência do mesmo, ou de fatos circunstanciais que ponham em perigo a segurança do asilado durante o trajeto para um país estrangeiro. Artigo XV Quando para a transferência de um asilado para outro país fôr necessário atravessar o território de um Estado Parte nesta Convenção, o trânsito será autorizado por êste sem outro requisito além da apresentação, por via diplomática, do respectivo salvo-conduto visado e com a declaração, por parte da missão diplomática asilante, da qualidade de asilado. Durante o mencionado trânsito o asilado ficará sob a proteção do Estado que concede o asilo. Artigo XVI Os asilados não poderão ser desembarcados em ponto algum do Estado territorial, nem em lugar que dêle esteja próximo, salvo por necessidade de transporte. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 19 40 Artigo XVII Efetuada a saída do asilado, o Estado asilante não é obrigado a conceder-lhe permanência no seu território; mas não o poderá mandar de volta ao seu país de origem, salvo por vontade expressa do asilado. O fato de o Estado territorial comunicar à autoridade asilante a intenção de solicitar a extradição posterior do asilado não prejudicará a aplicação de qualquer dispositivo desta Convenção. Nesse caso, asilado permanecerá residindo no território do Estado asilante, até que se receba o pedido formal de extradição, segundo as normas jurídicas que regem essa instituição no Estado asilante.A vigilância sôbre o asilado não poderá exceder de trinta dias. As despesas dêsse transporte e as da permanência preventiva cabem ao Estado do suplicante. Artigo XVIII A autoridade asilante não permitirá aos asilados praticar atos contrários à tranqüilidade pública, nem intervir na política interna do Estado territorial. Artigo XIX Se por motivo de ruptura de relações, o representante diplomático que concedeu asilo tiver de abandonar o Estado territorial, sairá com os asilados. Se o estabelecido no parágrafo anterior não fôr possível por causas independentes da vontade dos mesmos ou do agente diplomático, deverá entregá-los à representação diplomática de um terceiro Estado, com as garantias estabelecidas nesta Convenção. Se isto também não fôr possível, poderá entregá-los a um Estado que não faça parte desta Convenção e concorde em manter o asilo. O Estado territorial deverá respeitar êsse asilo. Artigo XX O asilo diplomático não estará sujeito à reciprocidade. Tôda pessoa, seja qual fôr sua nacionalidade, pode estar sob proteção. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 20 40 Artigo XXI A presente Convenção fica aberta a assinatura dos Estados Membros da Organização dos Estados Americanos e será ratificada pelos Estados signatários, de acôrdo com as respectivas normas constitucionais. Artigo XXII O instrumento original cujos textos em português, espanhol, francês e inglês são igualmente autênticos, e será depositado na União Pan-Americana, que enviará cópias autenticadas aos Governos, para fins de ratificação. Os instrumentos de ratificação serão depositados na União Pan- Americana, que notificará os Governos signatários do referido depósito. Artigo XXIII A presente Convenção entrará em vigor entre os Estados que a ratificarem, na ordem em que depositem as respectivas ratificações. Artigo XXIV A presente Convenção vigorará indefinidamente, podendo ser denunciada por qualquer dos Estados signatários, mediante aviso prévio de um ano, decorrido o qual cessarão seus efeitos para o denunciante, subsistindo para os demais. A denúncia será enviada à União Pan-Americana, que a comunicará aos demais Estados signatários. RESUMO 1. RECIPROCIDADE Segundo Celso Albuquerque Mello: Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 21 40 A reciprocidade constitui um dos princípios basilares para a cooperação entre os povos, é instituto necessário para fazer com que os Estados solucionem seus conflitos internacionais sem que haja ferimento à igualdade ou ao respeito entre os Estados. A Reciprocidade influi diretamente na formulação do Direito Internacional. O termo reciprocidade é proveniente do latim reciprocus, a reciprocidade tem seu significado naquilo que é recíproco, isto é, situação em que são estabelecidas condições mútuas ou correspondentes. É a situação compreendida em dar e receber. A reciprocidade vem implicar na igualdade de direitos, de obrigações ou de benefícios. A doutrina aponta que o princípio da reciprocidade consiste em permitir a aplicação de efeitos jurídicos em determinadas relações de direito, este princípio tem ao mesmo tempo uma natureza política, jurídica e negocial. É importante destacar, ainda: • O Princípio da reciprocidade é de base fundamental para o Direito Internacional Público, se relacionando diretamente a aspectos públicos externos e voltados à proteção da igualdade soberana dos Estados. • A reciprocidade de direitos e benefícios é a principal implicação do princípio da igualdade no direito internacional e nas doutrinas políticas internacionais. • Celso Albuquerque Mello corrobora com essa informação ao acreditar que a reciprocidade constitui um dos princípios basilares da cooperação entre os povos, tendo que já nos séculos XII e XIII haviam tratados que previam o princípio da reciprocidade em seus textos. Este princípio é suficiente para levar um Estado a atender a um requerimento de outro ente internacional, na medida em que os efeitos são aceitos igualmente por ambos os Estados. , sendo essencial para a Cooperação Internacional. Vejamos como a reciprocidade aparece na nossa Constituição Federal de 1988: Art. 12 a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; § 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 22 40 Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995) A reciprocidade aparece, também no Código de Processo Civil de 2015: Disposições Gerais Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: § 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. § 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. § 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. § 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. Há, ainda, a reciprocidade no tratamento dos estrangeiros no Brasil, bem como nos institutos de cooperação internacional em matéria de Migração. De acordo com a Lei de Migração: Art. 9º Regulamento disporá sobre: Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 23 40 I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua simplificação, inclusive por reciprocidade; Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por Estado estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que contenha cláusula específica sobre o assunto. Parágrafo único. O dependente de titular de visto diplomático ou oficial poderá exercer atividade remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira, desde que seja nacional de país que assegure reciprocidadede tratamento ao nacional brasileiro, por comunicação diplomática. Extradição § 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para extradição no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade recebida por via diplomática. § 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela concessão de: I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de serviço, ou equivalentes, mediante reciprocidade de tratamento a titulares de documento de viagem similar brasileiro. De acordo com Vicente Greco Filho, Embora o requisito de exigência de reciprocidade tenha desaparecido do procedimento de homologação judicial, não deixou de ser instrumento de persuasão nas relações internacionais. Nesse sentido, a possibilidade de exigência de reciprocidade na homologação de sentença estrangeira permanece como alternativa para exigir que a possibilidade de conferir efeitos extraterritoriais às sentenças não seja via de mão única. 2. ASILO O Asilo, uma das tradições das Relações Internacionais na américa latina, tem , no Brasil, garantia constitucional (art. 4º, X). Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 24 40 Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: X - concessão de asilo político. A Lei de Migração – que é lei interna brasileira – não disciplina a concessão do asilo, cuidando apenas da condição do asilado político admitido em território nacional (arts. 27 a 29); a Lei diz apenas que “regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a manutenção de asilo” (art. 27, parágrafo único). De acordo com Rezek: “Nos países latino-americanos, em virtude da aceitação costumeira e convencional desse instituto, pode ele ocorrer. Naturalmente, o asilo nunca é diplomático em definitivo: essa modalidade significa apenas em estágio provisório, uma ponte para o asilo territorial, a consumar-se no solo daquele mesmo país cuja embaixada acolheu o fugitivo, ou eventualmente no solo de um terceiro país que o aceite.” O Regulamento da Lei de Migração, por sua vez, estabelece no art. 108 que O instituto do asilo poderá ser concedido “como instrumento de proteção à pessoa que se encontre perseguida em um Estado por suas crenças, opiniões e filiação política ou por atos que possam ser considerados delitos políticos” A concessão de asilo também vem expressa no art. 14, §§ 1º e 2º, da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, segundo os quais “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países” , à exceção “de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos ou princípios das Nações Unidas”. A Assembleia Geral da ONU, em 14 de dezembro de 1967, adotou a Resolução 2.314, denominada Declaração sobre Asilo Territorial, na qual se reconheceu que “a concessão de asilo por um Estado a pessoas que tenham direito de invocar o art. 14 da Declaração Universal (…) é um ato pacífico e humanitário e que, como tal, não pode ser considerado inamistoso por nenhum outro Estado” Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 25 40 O art. 22, § 7º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, segundo o qual toda pessoa “tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais” Há ainda a Convenção sobre Asilo Territorial, assinada em Caracas, em 28 de março de 1954, internalizada pelo Brasil. Nos termos do art. 1º da Convenção sobre Asilo Territorial de 1954, todo Estado “tem direito, no exercício de sua soberania, de admitir dentro de seu território as pessoas que julgar conveniente, sem que, pelo exercício desse direito, nenhum outro Estado possa fazer qualquer reclamação”. A lei brasileira que versa o assunto (Lei de Migração) elenca algumas regras específicas relativas ao asilado, dentre elas a de que “não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998” (art. 28), “a saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo” (art. 29). 1. Modalidades de Asilo Existem duas modalidades: o asilo diplomático e o asilo territorial. A doutrina, por vezes, também se refere a outras modalidades de asilo: o naval (que se dá no interior de embarcações de guerra); o aeronáutico (que ocorre em aeronaves militares); e o militar (que tem lugar em casernas ou acampamentos militares). O asilo diplomático é concedido ao estrangeiro pela autoridade diplomática brasileira no exterior, ainda quando o estrangeiro lá se encontra. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 26 40 Ele fica protegido na própria Embaixada, no Consulado do Brasil, nos acampamentos militares no exterior, assim como em navios ou aeronaves, sobre os quais o governo estrangeiro não tem jurisdição. O asilo territorial é concedido ao estrangeiro no Brasil por um período de dois anos, prorrogáveis enquanto persistir o motivo que ensejou o asilo. O asilo diplomático pode ser convertido em asilo territorial, mas não há obrigatoriedade do Estado que o concedeu em fazer a conversão. O direito de asilo não se confunde com o direito de refúgio! Enquanto o asilo decorre da perseguição ao indivíduo, o refúgio é fundamentado em uma perseguição a um grupo de indivíduos, em função de sua raça, religião, nacionalidade ou opção política. Na América Latina é frequente a concessão de asilo nos ditos locais a pessoas que, por motivos políticos, fogem à ação das autoridades territoriais, mas tal asilo não pode ser admitido a criminosos de direito comum. De acordo com Accioly, o instituto do asilo teve desdobramentos, tanto doutrinários quanto jurisprudenciais: da América Latina, acaba por ser aceito e regulado pelo direito internacional geral. . Para Mazzuoli: O asilo político é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro perseguido por suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. A proteção pode inclusive admitir força policial e ajuda financeira do Estado receptor. Trata-se de um instituto clássico do direito internacional. O famoso caso HAYA DE LA TORRE (1951) ensejou o exame pela Corte Internacional de Justiça dos princípios de direito internacional aplicáveis ao caso, dentre os quais a qualificação e a distinção entre o asilo territorial e o asilo diplomático. Caso: contencioso entre a Colômbia e o Peru, onde se discutia o direito de asilo a Victor Raúl Haya de la Torre, chefe político peruano. O governo peruano alegava que Haya de la Torre havia liderado uma rebelião no Peru. Em seguida pediu asilo à Embaixada da Colômbia em Lima, no Peru. O governo colombiano exigia um salvo-conduto ao asilado para ele poder sair do país, alegando que se tratava de um crime político, merecedor de asilo, enquanto o Peru negava, sobo pretexto de que o crime não era político, mas comum. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 27 40 Finalmente, a CIJ negou a obrigação do Peru em outorgar o salvo-conduto. Sobre o ponto que nos interessa, a Colômbia alegava que havia um costume regional de possibilidade de qualificação do crime, o que foi negado pela Corte, porque não havia uma prática estável sobre o tema. As palavras da CIJ são ilustrativas: “No que se refere ao direito internacional americano, a Colômbia não provou que existe, regional ou localmente, um uso constante e uniforme de qualificação unilateral, traduzindo um direito do Estado que oferece o asilo e um dever para o Estado territorial. Os fatos submetidos à Corte revelam excesso de contradições e de flutuação, para que seja possível deduzir um costume específico da América Latina, com força de direito” O governo do Brasil, mais de uma vez, em instruções a seus agentes diplomáticos, sustentou não haver direito ao asilo, mas, na prática, ser tolerado como ato humanitário Entretanto, em face do costume estabelecido e nos termos das convenções a que se ligou, o Brasil passou a admitir o asilo, como direito. E este assumiu progressivamente contornos precisos. Algumas informações importantes: • Os Estados podem usar a imunidade do local da missão diplomática para assegurar asilo a perseguidos políticos no Estado de acolhimento, desde que exista entre os Estados um tratado sobre o tema ou um costume internacional consolidado permitindo o asilo • Aquele que solicita e recebe o asilo pode abrigar-se na Embaixada ou no Consulado, sem ser ameaçado. • A concessão do asilo político no local da missão diplomática não significa que será concedido também asilo político no Estado. Neste caso, pode-se assegurar que o asilado terá condições de chegar em segurança ao Estado que concede o asilo definitivo. O • O asilo político pode ser acompanhado de proteção militar, concedida sob a discricionariedade do Estado. O asilado pode, quando julgar necessário, renunciar ao direito de asilo. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 28 40 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa aula! Continuaremos observando pontos muito importantes da matéria e essenciais para a compreensão da disciplina como um todo. Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato comigo. Estou disponível no fórum no Curso, por e-mail e pelo Instagram. Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! Vanessa Arns QUESTÕES COMENTADAS 1. Ano: 2017 Banca: TRF – 2ª Região Órgão: TRF – 2ª REGIÃO - 2017 - Juiz Federal Substituto. Quanto à internalização de tratados ao ordenamento nacional, assinale a opção correta: A) O sistema de recepção de tratados internacionais previsto na Constituição Federal não acolhe o chamado princípio do efeito direto e imediato dos tratados ou convenções internacionais sobre Direitos Humanos. profvanessabrito@gmail.com @vanessa.arns Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 29 40 B) A extradição solicitada por Estado estrangeiro para Fins de cumprimento de pena somente poderá ser deferida depois de internalizado o tratado de extradição firmado entre o Brasil e o respectivo Estado estrangeiro. C) Somente após ser aprovado em duplo turno de votação, nas duas casas do Congresso Nacional, seguido de publicação de Decreto Presidencial, poderá o Tratado Internacional adquirir validade no Direito brasileiro. D) Tratado internacional que verse sobre matéria que a Constituição brasileira reserva ao domínio da Lei Complementar poderá ter aplicabilidade interna, bastando que no ato de internalização seja observado o quórum de maioria absoluta previsto no artigo 69 da Constituição. E) Tratados que versem sobre concretização de Direitos Humanos no plano interno não podem ser objeto de denúncia pelo Estado Brasileiro, sob pena de violação ao postulado da proibição de retrocesso. Comentários: A alternativa A está correta. A constituição Federal prevê processo específico para a incorporação de tratados ou convenções internacionais sobre direitos humanos, de forma que, segundo a doutrina clássica do direito internacional, não há que se falar em aplicabilidade imediata destes atos internacionais. Essa é a interpretação do artigo 5º, LXXVIII, parágrafo 3º da Constituição Federal. A alternativa B está incorreta. De fato, poderá ocorrer a extradição se existir tratado bi ou multilateral que vincule os Estados envolvidos. Todavia, na ausência de vinculação das partes, o Brasil poderá conceder a extradição mediante declaração de reciprocidade, segundo a qual, se houver crime análogo no país que solicitado, o outro solicitante se compromete a conceder a extradição solicitada. Cabe lembrar que a Constituição Federal estabelece limites quanto à matéria: nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei e não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião (artigo 5º LI, LII da CF). A alternativa C está incorreta. O procedimento narrado se refere àquele específico para a incorporação de tratados que versem sobre direitos humanos. A incorporação dos demais tratados seguem o rito previsto no artigo 47 da Constituição Federal, segundo o qual, “salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros”. A alternativa D está incorreta. O STF já decidiu que, os tratados internacionais, quando não tratarem de direitos humanos, encontram-se no plano das leis ordinárias em posição inferior à Constituição Federal (ADI 1.480 e na CR 8.279). Assim, após a incorporação ao ordenamento pátrio, os tratados internacionais que não versem sobre direitos humanos possuem o patamar hierárquico em igualdade de condições com às demais leis ordinárias. A alternativa E está incorreta. A possibilidade de denúncia está prevista no artigo 62 da Convenção de Viena e pode ocorrer diante da mudança fundamental de circunstâncias. A denúncia constitui Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 30 40 uma das formas de extinção do tratado e a regra geral é que os tratados somente podem ser denunciados quando é prevista expressamente esta possibilidade. Ademais, a convenção de Viena prevê em seu artigo 56, 2 que “Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de antecedência, a sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 1”. 2. Ano: 2010 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. I. No Brasil não é possível a homologação parcial de sentença estrangeira, mas é admissível a concessão de tutela de urgência no seu procedimento. II. O juiz brasileiro, tratando-se de crime de “lavagem de dinheiro” (Lei 9.613, de 03/03/98) praticado por estrangeiro em outro país, pode, mediante solicitação da autoridade competente, determinar a apreensão ou o sequestro de bens e direitos, independentemente daexistência de tratado ou convenção, desde que o governo do país da autoridade solicitante prometa reciprocidade ao Brasil. III. Quando os tratados versarem sobre direitos humanos, serão sempre internalizados com força de lei complementar. IV. Somente os Estados independentes têm capacidade para firmar tratado internacional. V. Os tratados-contratos ou tratados especiais se extinguem, dentre outros modos, quando ocorrer a sua execução integral, pela impossibilidade de execução, pela renúncia unilateral por parte do Estado exclusivamente beneficiado, pela denúncia unilateral, pela guerra e pela inexecução do tratado por um dos Estados contratantes. A) Estão corretas apenas as assertivas I e III. B) Estão corretas apenas as assertivas I e IV. C) Estão corretas apenas as assertivas II e IV. D) Estão corretas apenas as assertivas II e V. E) Estão corretas apenas as assertivas III e V. Comentários: A assertiva I está incorreta. Ao contrário do que afirma a alternativa é sim possível a homologação parcial de sentença estrangeira no Brasil, conforme artigo 961, §2º do Código de Processo Civil de 2015, “§ 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente”. A parte final está correta vez que é possível a concessão de tutelas de urgência, conforme §3º do citado artigo do diploma processual civil “§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira”. A assertiva II está correta. Trata-se da literalidade do artigo 8ª da Lei 9.613/98 que dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 31 40 financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, e dá outras providências. “Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, independentemente de tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil. A assertiva III está incorreta. A alternativa está incorreta, pois os tratados que versam sobre direitos humanos, aprovados em dois turnos, nas duas casas, por 3/5 dos votos terão a mesma hierarquia de emenda constitucional. Já os tratados de direitos humanos que não forem aprovados pelo quórum mencionado e aqueles que foram aprovados antes da emenda constitucional n.º 45 têm hierarquia supralegal, mas infraconstitucional. A assertiva IV está incorreta, não somente os Estados possuem a qualidade jurídica de sujeitos internacionais. É sujeito de direito internacional público toda pessoa jurídica que possa gozar de direitos e obrigações no cenário internacional. Os Estados soberanos, aos quais se equipara a Santa Sé, são os sujeitos de direito internacional público, em conjunto com as organizações internacionais. A assertiva V está correta, uma vez que os tratados-contratados são aqueles por meio dos quais as partes realizam uma operação jurídica, como acordos de comércio, de aliança, de cessão territorial. 3. (CESPE/CEBRASPE – 2015 - TRF 5ª Região - Juiz Federal) Assinale a opção correta relativamente à personalidade jurídica internacional e à condição jurídica do estrangeiro. a) A personalidade jurídica internacional é reconhecida de forma ampla, equiparando-se, nesse aspecto, à personalidade estatal. b) Eventual acordo de concessão entre a multinacional General Motors e o Estado brasileiro será regido pelo direito dos tratados, haja vista a constatação de personalidade jurídica internacional das empresas multinacionais. c) Não se admite a extradição na hipótese de o Brasil não possuir tratado com o país requerente. d) Para a concessão de asilo político, exige-se a caracterização de crime de natureza política ou ideológica, admitindo-se, em determinadas situações, o critério da reciprocidade. e) A capacidade de que são dotadas as organizações internacionais intergovernamentais para firmar tratados decorre essencialmente de personalidade jurídica dessas organizações e das normas que as regem. Comentários Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 32 40 A alternativa A está incorreta. No âmbito do Direito Internacional, a personalidade jurídica internacional é restrita, de modo que a doutrina clássica aduz que somente Estado e Organizações Internacionais possuem personalidade, havendo longo debate sobre o papel do indivíduo. A alternativa B está incorreta, as Empresas Multinacionais não possuem personalidade jurídica internacional, a qual se restringe aos Estados e Organizações Internacionais. A alternativa C está incorreta, pois não se adequa ao Estatuto do Estrangeiro no seu artigo 76: “A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.”. A alternativa D está incorreta. O asilo possui caráter eminentemente humanitário, sendo uma ato discricionário do Estado sobre seu aceite ou não, assim não se faz necessária a existência de reciprocidade.. Por fim a Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe: “Artigo 14. 1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. 2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas”. A alternativa E foi considerada como correta e é o gabarito da questão. Como já fora mencionado anteriormente, as Organizações Internacionais são dotadas de personalidade internacional, haja vista sua capacidade para celebrar acordos com Estados e outras OIs, além da possibilidade de serem responsabilizadas mediante ato ilícito haja vista o Projeto de Artigos elaborado pela Comissão de Direito Internacional no âmbito da Organização das Nações Unidas. 4. (CESPE/CEBRASPE – 2012 - AGU - Advogado da União) Em relação à condição jurídica do estrangeiro e aos direitos de nacionalidade, julgue os itens que se seguem. A reciprocidade é pré-condição para que aos portugueses com residência permanente no país sejam atribuídos direitos inerentes ao brasileiro. a) Certo b) Errado Comentários A afirmativa está CERTA e é o gabarito da questão, conforme o artigo 12, parágrafo 1º da CF: “aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 33 40 5. (CESPE/CEBRASPE – 2012 - AGU - Advogado da União) Em relação à condição jurídica do estrangeiro e aos direitos de nacionalidade, julgue os itens que se seguem. É expressamente proibida pela CF a extradição ou entrega de brasileiro nato a autoridades estrangeiras. a) Certo b) Errado Comentários A afirmativa está CERTA e é o gabarito da questão, haja vista o artigo 5º, inciso LI da CF: “LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado”. 6. (CESPE/CEBRASPE – 2015 - TRF 5ª Região - Juiz Federal)Assinale a opção correta relativamente à personalidade jurídica internacional e à condição jurídica do estrangeiro. a) A personalidade jurídica internacional é reconhecida de forma ampla, equiparando-se, nesse aspecto, à personalidade estatal. b) Eventual acordo de concessão entre a multinacional General Motors e o Estado brasileiro será regido pelo direito dos tratados, haja vista a constatação de personalidade jurídica internacional das empresas multinacionais. c) Não se admite a extradição na hipótese de o Brasil não possuir tratado com o país requerente. d) Para a concessão de asilo político, exige-se a caracterização de crime de natureza política ou ideológica, admitindo-se, em determinadas situações, o critério da reciprocidade. e) A capacidade de que são dotadas as organizações internacionais intergovernamentais para firmar tratados decorre essencialmente de personalidade jurídica dessas organizações e das normas que as regem. Comentários A alternativa A está incorreta. No âmbito do Direito Internacional, a personalidade jurídica internacional é restrita, de modo que a doutrina clássica aduz que somente Estado e Organizações Internacionais possuem personalidade, havendo longo debate sobre o papel do indivíduo. A alternativa B está incorreta, as Empresas Multinacionais não possuem personalidade jurídica internacional, a qual se restringe aos Estados e Organizações Internacionais. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 34 40 A alternativa C está incorreta, pois não se adequa ao Estatuto do Estrangeiro no seu artigo 76: “A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.”. A alternativa D está incorreta. O asilo possui caráter eminentemente humanitário, sendo uma ato discricionário do Estado sobre seu aceite ou não, assim não se faz necessária a existência de reciprocidade.. Por fim a Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe: “Artigo 14. 1. Toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. 2. Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas”. A alternativa E foi considerada como correta e é o gabarito da questão. Como já fora mencionado anteriormente, as Organizações Internacionais são dotadas de personalidade internacional, haja vista sua capacidade para celebrar acordos com Estados e outras OIs, além da possibilidade de serem responsabilizadas mediante ato ilícito haja vista o Projeto de Artigos elaborado pela Comissão de Direito Internacional no âmbito da Organização das Nações Unidas. 6. (CESPE/CEBRASPE – 2018 - TRF 3ª Região - Juiz Federal) Relativamente à Convenção Interamericana sobre Asilo Diplomático e à Convenção Interamericana sobre Asilo Territorial, assinadas em Caracas, aos 28.03.1954, analise as seguintes assertivas: I - É ilícito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de delitos comuns, processadas ou condenadas por esse motivo pelos tribunais ordinários competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das forças de terra, ar e mar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo, em qualquer hipótese, apresentem caráter nitidamente político. II - O asilo diplomático só poderá ser concedido em casos de urgência e pelo tempo estritamente indispensável para que o asilado deixe o país com as garantias concedidas pelo governo do Estado territorial, a fim de não correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou para que de outra maneira o asilado seja posto em segurança. III - Um Estado parte tem direito de pedir a outro Estado parte que restrinja aos asilados ou refugiados políticos a liberdade de reunião ou associação, que a legislação interna deste reconheça a todos os estrangeiros dentro do seu território. IV - Não viola o tratado o Estado que, tendo concedido asilo ou refúgio a determinado indivíduo, proceda à sua vigilância ou ao internamento em distância prudente de suas fronteiras, a pedido do Estado interessado, quando se tratar de dirigentes notórios de movimento subversivo assim como daqueles sobre os quais existam provas de que se dispõem a incorporar-se no mesmo movimento A) Todas as assertivas são incorretas. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 35 40 B) A assertiva III é a única incorreta. C) A assertiva IV é a única incorreta. D) As assertivas I, II e IV são incorretas. Comentários A alternativa B está correta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, A Assertiva I está incorreta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, Artigo III Não é licito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de delitos comuns, processadas ou condenadas por êsse motivo pelos tribunais ordinários competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das fôrças de terra, mar e ar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo seja qual fôr o caso, apresentem claramente caráter político. A Assertiva II está incorreta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, Artigo V O asilo só poderá ser concedido em casos de urgência e pelo tempo estritamente indispensável para que o asilado deixe o país com as garantias concedidas pelo govêrno do Estado territorial, a fim de não correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou para que de outra maneira o asilado seja pôsto em segurança. A Assertiva III está correta,e a Assertiva IV está incorreta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, ARTIGO VIII Nenhum Estado tem o direito de pedir a outro Estado que restrinja aos asilados ou refugiados políticos a liberdade de reunião ou associação que a legislação interna deste reconheça a todos os Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 36 40 estrangeiros dentro do seu território, salvo se tais reuniões ou associações tiverem por objetivo promover o emprego da força ou da violência contra o governo do Estado suplicante. A pedido do Estado interessado, o país que concedeu refúgio ou asilo procederá à vigilância ou ao internamento, em distância prudente de suas fronteiras, dos refugiados ou asilados políticos que forem dirigentes notórios de um movimento subversivo assim como daqueles sobre os quais existam provas de que dispõem a incorporar-se no mesmo movimento. 8. (CESPE/CEBRASPE – 2015 - TRF 1ª Região - Juiz Federal) Raul, nacional do Estado X, solicitou asilo diplomático na embaixada do Estado Y, localizada no território do Estado Z, alegando que tem sofrido perseguição política por ação conjunta dos Estados X e Z. O asilo diplomático foi concedido pelo Estado Y, que reconhece como norma de direito internacional costumeiro o asilo diplomático, ao passo que o Estado Z alega que nunca reconheceu tal norma como válida e obrigatória para si. Nessa situação hipotética, A) o Estado Y não pode entregar Raul às autoridades do Estado Z, após a concessão do asilo, mas pode entregá-lo às autoridade de seu próprio Estado. B) o Estado Z está obrigado a conceder a Raul um salvo-conduto para que ele deixe o seu território. C) a embaixada do Estado Y, localizada no território do Estado Z, é inviolável,mesmo estando Raul em seu interior. D) Raul tem direito a ter reconhecido pelo Estado Z o asilo diplomático concedido pelo Estado Y. E) o Estado Y tem o dever de aplicar a Raul o princípio aut dedere aut judicare. Comentários A alternativa A está incorreta. O Estado Y pode entregar o asilado ao governo local, segundo a Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático. DECRETO Nº 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957 Promulga a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. – Artigo III. [...] As pessoas mencionadas no parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar apropriado para servir de asilo, deverão ser convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 37 40 entregues ao govêrno local, o qual não poderá julgá-las por delitos políticos anteriores ao momento da entrega. A alternativa B está incorreta. O Estado territorial somente é obrigado a conceder o salvo-conduto, caso exija que o asilado seja retirado do país. DECRETO Nº 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957 Promulga a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. – Artigo XI. O Governo do Estado territorial, pode, em qualquer momento, exigir que o asilado seja retirado do país, para o que deverá conceder salvo-conduto e as garantias estipuladas no Artigo V. A alternativa C foi considerada como correta e é o gabarito da questão. A Convenção de Viena, em seu artigo 22, estabelece a inviolabilidade dos locais da missão, mas não é só, ainda estabelece a responsabilidade do Estado acreditador em fornecer todos os meios necessários à proteção e segurança desses locais, conforme reza o referido dispositivo: Artigo 22 1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão. 2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas para proteger os locais da Missão contra qualquer intrusão ou dano e evitar perturbações à tranqüilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade. 3. Os locais da Missão, em mobiliário e demais bens nêles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução. A alternativa D está incorreta. ausência de reconhecimento não é direito, mas também não impede a observância da convenção. DECRETO Nº 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957 Promulga a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. - Artigo X. O fato de não estar o govêrno do Estado territorial reconhecido pelo Estado asilante não impedirá a observância desta Convenção e nenhum ato executado em virtude da mesma implicará o reconhecimento. A alternativa E está incorreta. O princípio do aut dedere aut judicare tomou corpo no século XIX, significando que caso não haja extradição, deve haver julgamento para que não haja impunibilidade. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 38 40 A questão refere-se à situação de análise discricionária pelo Estado asilante pela concessão do asilo vs. a entrega (extradição), e portanto, não há dever de aplicar o princípio. 10. (VUNESP- 2012 – Defensor Público - MS) No que se refere ao asilo diplomático, é correto afirmar que ele: A) impede a extradição, sempre. B) não impede a extradição, sempre. C) não impede a extradição, se presentes os princípios para o seu deferimento. D) impede a extradição, o que não ocorre com o asilo político. Comentários A alternativa C foi considerada como correta e é o gabarito da questão. Dispõe a Lei de Migração (Lei 13.445/17): Art. 82. Não se concederá a extradição quando: IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial. Desse modo, considerando que a lei ressalva apenas o asilo territorial, é de se entender, a contrario sensu, que ela permite, na hi 11. (Instituto Rio Branco – Diplomata - 2009) Nascida na ambiência político-jurídica da América Latina do século XIX, a possibilidade de concessão de asilo político é comumente acolhida como garantia facultada pelo Estado Democrático de Direito Acerca dessa garantia no ordenamento jurídico brasileiro, julgue (C ou E) os itens seguintes. Questões pertinentes à concessão de asilo político não podem ser reguladas em medida provisória. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 39 40 Certo Errado Comentários Alternativa incorreta. De acordo com a CF: Artigo 62 da CF, Parágrafo 1º § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 12. (NUCEPE-2018 – Delegado de Polícia Civil) Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que se configura como característica do asilo político: A) fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social; B) provocado pela perseguição por crimes políticos de caráter individual; C) fundados temores de perseguição por motivos de opiniões políticas; D) devido a grave e generalizada violação de direitos humanos; E) ato solene de cooperação penal entre países, que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. Comentários A alternativa A está incorreta. Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira 40 40 Lei 9.474 Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; A alternativa B foi considerada como correta e é o gabarito da questão. Conforme a Lei de Migração (Lei 13.455): Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa. Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002. A alternativa C está incorreta. Lei 9.474 Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; A alternativa D está incorreta. Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. - LETRA "D" Vanessa Brito Arns Aula 07 Direito Internacional Público p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof. Vanessa Arns www.estrategiaconcursos.com.br 1823834 37171323005 - Júnior Souza Ferreira
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