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Reciprocidade e Asilo no Direito Internacional Público

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Aula 07
Direito Internacional Público p/ Carreira
Jurídica 2021 (Curso Regular)-Prof.
Vanessa Arns
Autor:
Vanessa Brito Arns
Aula 07
11 de Março de 2021
37171323005 - Júnior Souza Ferreira
 
Sumário 
Considerações Iniciais ........................................................................................................................... 2 
Reciprocidade ....................................................................................................................................... 3 
1. Reciprocidade ................................................................................................................................ 3 
2. Asilo ............................................................................................................................................... 7 
2.1. Modalidades de Asilo ................................................................................................................................................ 9 
Legislação e Jurisprudência Destacadas ............................................................................................. 12 
Legislação ........................................................................................................................................ 12 
DECRETO No 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957. - Convenção sobre Asilo Diplomático, 
assinada em Caracas a 28 de março de 1954. ................................................................................ 15 
Resumo ............................................................................................................................................... 20 
Considerações Finais ........................................................................................................................... 28 
Questões Comentadas ........................................................................................................................ 28 
 
 
Vanessa Brito Arns
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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Na aula de hoje vamos continuar os estudos da disciplina de Direito Internacional, com foco em 
Reciprocidade e Asilo. 
Vejamos os tópicos específicos do edital que serão abordados em aula: 
Reciprocidade e Controle jurisdicional. Asilo político. Conceito. Natureza e disciplina. 
Estou à disposição se surgirem dúvidas! Boa aula! 
 
 
Instagram: https://www.instagram.com/vanessa.arns 
 
 
Vanessa Brito Arns
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RECIPROCIDADE 
1. RECIPROCIDADE 
Segundo Celso Albuquerque Mello: 
 
A reciprocidade constitui um dos princípios basilares para a cooperação entre os povos, 
é instituto necessário para fazer com que os Estados solucionem seus conflitos 
internacionais sem que haja ferimento à igualdade ou ao respeito entre os Estados. 
A Reciprocidade influi diretamente na formulação do Direito Internacional. O termo reciprocidade é 
proveniente do latim reciprocus, a reciprocidade tem seu significado naquilo que é recíproco, isto é, 
situação em que são estabelecidas condições mútuas ou correspondentes. É a situação 
compreendida em dar e receber. A reciprocidade vem implicar na igualdade de direitos, de 
obrigações ou de benefícios. 
A doutrina aponta que o princípio da reciprocidade consiste em permitir a aplicação de efeitos 
jurídicos em determinadas relações de direito, este princípio tem ao mesmo tempo uma natureza 
política, jurídica e negocial. 
É importante destacar, ainda: 
• O Princípio da reciprocidade é de base fundamental para o Direito Internacional Público, se 
relacionando diretamente a aspectos públicos externos e voltados à proteção da igualdade 
soberana dos Estados. 
• A reciprocidade de direitos e benefícios é a principal implicação do princípio da igualdade no 
direito internacional e nas doutrinas políticas internacionais. 
 
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• Celso Albuquerque Mello corrobora com essa informação ao acreditar que a reciprocidade 
constitui um dos princípios basilares da cooperação entre os povos, tendo que já nos séculos 
XII e XIII haviam tratados que previam o princípio da reciprocidade em seus textos. 
 
Este princípio é suficiente para levar um Estado a atender a um requerimento de outro 
ente internacional, na medida em que os efeitos são aceitos igualmente por ambos os 
Estados. , sendo essencial para a Cooperação Internacional. 
 
Vejamos como a reciprocidade aparece na nossa Constituição Federal de 1988: 
Art. 12 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários 
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral; 
 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição 
 
 
 Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, 
devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos 
firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 7, de 1995) 
 
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A reciprocidade aparece, também no Código de Processo Civil de 2015: 
 
Disposições Gerais 
 Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz 
parte e observará: 
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com 
base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença 
estrangeira. 
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que 
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que 
regem o Estado brasileiro. 
 
 
 Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica 
internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao 
Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se 
ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo 
Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. 
 
 
 Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de 
sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição 
em sentido contrário de lei ou tratado. 
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando 
prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade 
brasileira. 
 
Há, ainda, a reciprocidade no tratamento dos estrangeiros no Brasil, bem como nos institutos de 
cooperação internacional em matéria de Migração. 
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De acordo com a Lei de Migração: 
Art. 9º Regulamento disporá sobre: 
I - requisitos de concessão de visto, bem comode sua simplificação, inclusive por 
reciprocidade; 
 
Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por 
Estado estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que 
contenha cláusula específica sobre o assunto. 
Parágrafo único. O dependente de titular de visto diplomático ou oficial poderá exercer 
atividade remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira, desde 
que seja nacional de país que assegure reciprocidade de tratamento ao nacional 
brasileiro, por comunicação diplomática. 
 
 
Extradição 
§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para 
extradição no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização 
Internacional de Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a 
documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado 
estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade 
recebida por via diplomática. 
 
§ 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela concessão de: 
I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e 
II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de serviço, ou equivalentes, mediante 
reciprocidade de tratamento a titulares de documento de viagem similar brasileiro. 
 
 
De acordo com Vicente Greco Filho, 
Embora o requisito de exigência de reciprocidade tenha desaparecido do procedimento de 
homologação judicial, não deixou de ser instrumento de persuasão nas relações internacionais. 
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Nesse sentido, a possibilidade de exigência de reciprocidade na homologação de sentença 
estrangeira permanece como alternativa para exigir que a possibilidade de conferir efeitos 
extraterritoriais às sentenças não seja via de mão única. 
 
2. ASILO 
O Asilo, uma das tradições das Relações Internacionais na américa latina, tem , no Brasil, garantia 
constitucional (art. 4º, X). 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos 
seguintes princípios: 
 
X - concessão de asilo político. 
A Lei de Migração – que é lei interna brasileira – não disciplina a concessão do asilo, 
cuidando apenas da condição do asilado político admitido em território nacional (arts. 27 
a 29); 
 a Lei diz apenas que “regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a 
manutenção de asilo” (art. 27, parágrafo único). 
 
De acordo com Rezek: 
 
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“Nos países latino-americanos, em virtude da aceitação costumeira e convencional desse 
instituto, pode ele ocorrer. Naturalmente, o asilo nunca é diplomático em definitivo: essa 
modalidade significa apenas em estágio provisório, uma ponte para o asilo territorial, a 
consumar-se no solo daquele mesmo país cuja embaixada acolheu o fugitivo, ou 
eventualmente no solo de um terceiro país que o aceite.” 
 
O Regulamento da Lei de Migração, por sua vez, estabelece no art. 108 que 
 O instituto do asilo poderá ser concedido “como instrumento de proteção à pessoa que se 
encontre perseguida em um Estado por suas crenças, opiniões e filiação política ou por atos que 
possam ser considerados delitos políticos” 
 
A concessão de asilo também vem expressa no art. 14, §§ 1º e 2º, da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos de 1948, segundo os quais 
 “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros 
países”, à exceção “de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum 
ou por atos contrários aos propósitos ou princípios das Nações Unidas”. 
A Assembleia Geral da ONU, em 14 de dezembro de 1967, adotou a Resolução 2.314, denominada 
Declaração sobre Asilo Territorial, na qual se reconheceu que 
“a concessão de asilo por um Estado a pessoas que tenham direito de invocar o art. 14 da 
Declaração Universal (…) é um ato pacífico e humanitário e que, como tal, não pode ser 
considerado inamistoso por nenhum outro Estado” 
O art. 22, § 7º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, segundo o qual toda 
pessoa 
 “tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de 
perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo com 
a legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais” 
 
Há ainda a Convenção sobre Asilo Territorial, assinada em Caracas, em 28 de março de 1954, 
internalizada pelo Brasil. 
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Nos termos do art. 1º da Convenção sobre Asilo Territorial de 1954, todo Estado 
 “tem direito, no exercício de sua soberania, de admitir dentro de seu território as pessoas que 
julgar conveniente, sem que, pelo exercício desse direito, nenhum outro Estado possa fazer 
qualquer reclamação”. 
 
A lei brasileira que versa o assunto (Lei de Migração) elenca algumas regras específicas relativas ao 
asilado, dentre elas a de que “não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, 
crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de 
Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998” (art. 28), 
“a saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo” (art. 29). 
 
2.1. Modalidades de Asilo 
Existem duas modalidades: o asilo diplomático e o asilo territorial. 
A doutrina, por vezes, também se refere a outras modalidades de asilo: o naval (que se dá no interior 
de embarcações de guerra); o aeronáutico (que ocorre em aeronaves militares); e o militar (que tem 
lugar em casernas ou acampamentos militares). 
 
 
 
Asilo
Asilo 
Diplomático
Asilo 
Territorial
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O asilo diplomático é concedido ao estrangeiro pela autoridade diplomática brasileira no 
exterior, ainda quando o estrangeiro lá se encontra. 
 Ele fica protegido na própria Embaixada, no Consulado do Brasil, nos acampamentos militares no 
exterior, assim como em navios ou aeronaves, sobre os quais o governo estrangeiro não tem 
jurisdição. 
O asilo territorial é concedido ao estrangeiro no Brasil por um período de dois anos, 
prorrogáveis enquanto persistir o motivo que ensejou o asilo. 
 
O asilo diplomático pode ser convertido em asilo territorial, mas não há obrigatoriedade do Estado 
que o concedeu em fazer a conversão. 
 
 
 
O direito de asilo não se confunde com o direito de refúgio! 
Enquanto o asilo decorre da perseguição ao indivíduo, o refúgio é fundamentado em 
uma perseguição a um grupo de indivíduos, em função de sua raça, religião, 
nacionalidade ou opção política. 
 
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==1bd45a==
 
 
 
 
 
 
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Na América Latina é frequente a concessão de asilo nos ditos locais a pessoas que, por motivos 
políticos, fogem à ação das autoridades territoriais, mas tal asilo não pode ser admitido a criminosos 
de direito comum. De acordo com Accioly, o instituto do asilo teve desdobramentos, tanto 
doutrinários quanto jurisprudenciais: da América Latina, acaba por ser aceito e regulado pelodireito 
internacional geral. . 
Para Mazzuoli: O asilo político é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro 
perseguido por suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. 
A proteção pode inclusive admitir força policial e ajuda financeira do Estado receptor. Trata-se de 
um instituto clássico do direito internacional. 
O famoso caso HAYA DE LA TORRE (1951) ensejou o exame pela Corte Internacional de Justiça dos 
princípios de direito internacional aplicáveis ao caso, dentre os quais a qualificação e a distinção 
entre o asilo territorial e o asilo diplomático. 
Caso: contencioso entre a Colômbia e o Peru, onde se discutia o direito de asilo a Victor 
Raúl Haya de la Torre, chefe político peruano. 
O governo peruano alegava que Haya de la Torre havia liderado uma rebelião no Peru. 
Em seguida pediu asilo à Embaixada da Colômbia em Lima, no Peru. 
 O governo colombiano exigia um salvo-conduto ao asilado para ele poder sair do país, 
alegando que se tratava de um crime político, merecedor de asilo, enquanto o Peru 
negava, sob o pretexto de que o crime não era político, mas comum. 
Finalmente, a CIJ negou a obrigação do Peru em outorgar o salvo-conduto. Sobre o ponto 
que nos interessa, a Colômbia alegava que havia um costume regional de possibilidade 
de qualificação do crime, o que foi negado pela Corte, porque não havia uma prática 
estável sobre o tema. 
As palavras da CIJ são ilustrativas: 
 “No que se refere ao direito internacional americano, a Colômbia não provou que 
existe, regional ou localmente, um uso constante e uniforme de qualificação unilateral, 
traduzindo um direito do Estado que oferece o asilo e um dever para o Estado territorial. 
Os fatos submetidos à Corte revelam excesso de contradições e de flutuação, para que 
seja possível deduzir um costume específico da América Latina, com força de direito” 
O governo do Brasil, mais de uma vez, em instruções a seus agentes diplomáticos, sustentou não 
haver direito ao asilo, mas, na prática, ser tolerado como ato humanitário 
 Entretanto, em face do costume estabelecido e nos termos das convenções a que se ligou, o Brasil 
passou a admitir o asilo, como direito. E este assumiu progressivamente contornos precisos. 
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Algumas informações importantes: 
• Os Estados podem usar a imunidade do local da missão diplomática para assegurar asilo a 
perseguidos políticos no Estado de acolhimento, desde que exista entre os Estados um 
tratado sobre o tema ou um costume internacional consolidado permitindo o asilo 
• Aquele que solicita e recebe o asilo pode abrigar-se na Embaixada ou no Consulado, sem 
ser ameaçado. 
• A concessão do asilo político no local da missão diplomática não significa que será 
concedido também asilo político no Estado. Neste caso, pode-se assegurar que o asilado 
terá condições de chegar em segurança ao Estado que concede o asilo definitivo. O 
• O asilo político pode ser acompanhado de proteção militar, concedida sob a 
discricionariedade do Estado. O asilado pode, quando julgar necessário, renunciar ao 
direito de asilo. 
 
LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA DESTACADAS 
LEGISLAÇÃO 
Conforme vimos, a reciprocidade se encontra em diversos instrumentos normativos no nosso país: 
Vejamos como a reciprocidade aparece na nossa Constituição Federal de 1988: 
Art. 12 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários 
de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral; 
 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em 
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos 
previstos nesta Constituição 
 
 
 Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, 
devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos 
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firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 7, de 1995) 
 
 
A reciprocidade aparece, também no Código de Processo Civil de 2015: 
 
Disposições Gerais 
 Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz 
parte e observará: 
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com 
base em reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença 
estrangeira. 
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que 
contrariem ou que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que 
regem o Estado brasileiro. 
 
 
 Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica 
internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao 
Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se 
ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo 
Estado brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. 
 
 
 Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de 
sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição 
em sentido contrário de lei ou tratado. 
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando 
prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade 
brasileira. 
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Há, ainda, a reciprocidade no tratamento dos estrangeiros no Brasil, bem como nos institutos de 
cooperação internacional em matéria de Migração. 
De acordo com a Lei de Migração: 
Art. 9º Regulamento disporá sobre: 
I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua simplificação, inclusive por 
reciprocidade; 
 
Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por 
Estado estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que 
contenha cláusula específica sobre o assunto. 
Parágrafo único. O dependente de titular de visto diplomático ou oficial poderá exercer 
atividade remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira, desde 
que seja nacional de país que assegure reciprocidade de tratamento ao nacional 
brasileiro, por comunicação diplomática. 
 
 
Extradição 
§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para 
extradição no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização 
Internacional de Polícia Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a 
documentação comprobatória da existência de ordem de prisão proferida por Estado 
estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, com a promessa de reciprocidade 
recebida por via diplomática. 
 
§ 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela concessão de: 
I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e 
II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de serviço, ou equivalentes, mediante 
reciprocidade de tratamento a titulares de documento de viagem similar brasileiro. 
 
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DECRETO NO 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957. - 
CONVENÇÃO SOBRE ASILO DIPLOMÁTICO, ASSINADA EM CARACAS 
A 28 DE MARÇO DE 1954. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, 
 
Havendo o Congresso Nacional aprovado, pelo Decreto Legislativo nº 13, de 11 de junho de 
1957, a Convenção Sôbre Asilo Diplomático, assinada em Caracas, a 28 de março de 1954; e 
 
Havendo sido ratificada pelo Brasil, por Carta de 25 de junho de 1957; e tendo sido depositado, 
a 17 de setembro de 1957, junto a União Pan-americana, em Washington o Instrumento brasileiro 
de ratificação da referida Convenção. 
 
DECRETA que a mencionada Convenção apensa por cópia ao presente Decreto, seja executada 
e cumprida tão inteiramente como nele se contém. 
 
Rio de Janeiro, em 13 de novembro de 1957; 136º da Independência e 69º da República. 
 
 
CONVENÇÃO SÔBRE ASILO DIPLOMÁTICO 
Os Governos dos Estados Membros da Organização dos Estados Americanos, desejosos de 
estabelecer uma Convenção sôbre Asilo Diplomático, convieram nos seguintes artigos: 
 
Artigo I 
O asilo outorgado em legações, navios de guerra e acampamentos ou aeronaves militares, a pessoas 
perseguidas por motivos ou delitos políticos, será respeitado pelo Estado territorial, de acôrdo com 
as disposições desta Convenção. 
Para os fins desta Convenção, legação é a sede de tôda missão diplomática ordinária, a residência 
dos chefes de missão, e os locais por êles destinados para êsse efeito, quando o número de asilados 
exceder a capacidade normal dos edifícios. 
Os navios de guerra ou aeronaves militares que se encontrarem provisóriamente em estaleiros, 
arsenais ou oficinas para serem reparados, não podem constituir recinto de asilo. 
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Artigo II 
Todo Estado tem o direito de conceder asilo, mas não se acha obrigado a concedê-lo, nem a declarar 
por que o nega. 
 
Artigo III 
Não é licito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de 
delitos comuns, processadas ou condenadas por êsse motivo pelos tribunais ordinários 
competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das fôrças de terra, 
mar e ar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo seja qual fôr o caso, apresentem 
claramente caráter político. 
As pessoas mencionadas no parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar apropriado para 
servir de asilo, deverão ser convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser entregues ao govêrno 
local, o qual não poderá julgá-las por delitos políticos anteriores ao momento da entrega. 
 
Artigo IV 
Compete ao Estado asilante a classificação da natureza do delito ou dos motivos da perseguição. 
 
Artigo V 
O asilo só poderá ser concedido em casos de urgência e pelo tempo estritamente indispensável para 
que o asilado deixe o país com as garantias concedidas pelo govêrno do Estado territorial, a fim de 
não correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou para que de outra 
maneira o asilado seja pôsto em segurança. 
 
Artigo VI 
Entendem-se por casos de urgência, entre outros, aquêles em que o indivíduo é perseguido por 
pessoal ou multidões que não possam ser contidas pelas autoridades, ou pelas próprias autoridades, 
bem como quando se encontre em perigo de ser privado de sua vida ou de sua liberdade por motivos 
de perseguição política e não possa, sem risco, pôr-se de outro modo em segurança. 
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Artigo VII 
Compete ao Estado asilante julgar se se trata de caso de urgência. 
 
Artigo VIII 
O agente diplomático, comandante de navio de guerra, acampamento ou aeronave militar, depois 
de concedido o asilo, comunica-lo-á com a maior brevidade possível ao Ministro das Relações 
Exteriores do Estado territorial ou à autoridade administrativa do lugar, se o fato houver ocorrido 
fora da Capital. 
 
Artigo IX 
A autoridade asilante tomará em conta as informações que o govêrno territorial lhe oferecer para 
formar seu critério sôbre a natureza do delito ou a existência de delitos comuns conexos; porém 
será respeitada sua determinação de continuar a conceder asilo ou exigir salvo-conduto para o 
perseguido. 
 
Artigo X 
O fato de não estar o govêrno do Estado territorial reconhecido pelo Estado asilante não impedirá a 
observância desta Convenção e nenhum ato executado em virtude da mesma implicará o 
reconhecimento. 
 
Artigo XI 
O Governo do Estado territorial, pode, em qualquer momento, exigir que o asilado seja retirado 
do país, para o que deverá conceder salvo-conduto e as garantias estipuladas no Artigo V. 
 
Artigo XII 
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Concedido o asilo, o Estado asilante pode pedir a saída do asilado para território estrangeiro, 
sendo o Estado territorial obrigado a conceder imediatamente, salvo caso de fôrça maior, as 
garantias necessárias a que se refere o Artigo V e o correspondente salvo-conduto. 
 
Artigo XIII 
Nos casos referidos nos artigos anteriores, o Estado asilante pode exigir que as garantias sejam dadas 
por escrito e tomar em consideração, para a rapidez da viagem, as condições reais de perigo 
apresentadas para a saída do asilado. 
Ao Estado asilante cabe o direito de conduzir o asilado para fora do país. O Estado territorial pode 
escolher o itinerário preferido para a saída do asilado, sem que isso implique determinar o país de 
destino. 
Se o asilado se verificar a bordo de navio de guerra ou aeronave militar, a saída pode se efetuar nos 
mesmos, devendo, porém, ser previamente preenchido o requisito da obtenção do salvo-conduto. 
 
Artigo XIV 
Não se pode culpar o Estado asilante e do prolongamento do asilo, decorrente da necessidade de 
coligir informações indispensáveis para julgar da procedência do mesmo, ou de fatos circunstanciais 
que ponham em perigo a segurança do asilado durante o trajeto para um país estrangeiro. 
 
Artigo XV 
Quando para a transferência de um asilado para outro país fôr necessário atravessar o território de 
um Estado Parte nesta Convenção, o trânsito será autorizado por êste sem outro requisito além da 
apresentação, por via diplomática, do respectivo salvo-conduto visado e com a declaração, por parte 
da missão diplomática asilante, da qualidade de asilado. 
Durante o mencionado trânsito o asilado ficará sob a proteção do Estado que concede o asilo. 
 
Artigo XVI 
Os asilados não poderão ser desembarcados em ponto algum do Estado territorial, nem em lugar 
que dêle esteja próximo, salvo por necessidade de transporte. 
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Artigo XVII 
Efetuada a saída do asilado, o Estado asilante não é obrigado a conceder-lhe permanência no seu 
território; mas não o poderá mandar de volta ao seu país de origem, salvo por vontade expressa do 
asilado. 
O fato de o Estado territorial comunicar à autoridade asilante a intenção de solicitar a extradição 
posterior do asilado não prejudicará a aplicação de qualquer dispositivo desta Convenção. Nesse 
caso, asilado permanecerá residindo no território do Estado asilante, até que se receba o pedido 
formal de extradição, segundo as normas jurídicas que regem essa instituição no Estado asilante.A 
vigilância sôbre o asilado não poderá exceder de trinta dias. 
As despesas dêsse transporte e as da permanência preventiva cabem ao Estado do suplicante. 
 
Artigo XVIII 
A autoridade asilante não permitirá aos asilados praticar atos contrários à tranqüilidade pública, 
nem intervir na política interna do Estado territorial. 
 
Artigo XIX 
Se por motivo de ruptura de relações, o representante diplomático que concedeu asilo tiver de 
abandonar o Estado territorial, sairá com os asilados. 
Se o estabelecido no parágrafo anterior não fôr possível por causas independentes da vontade dos 
mesmos ou do agente diplomático, deverá entregá-los à representação diplomática de um terceiro 
Estado, com as garantias estabelecidas nesta Convenção. 
Se isto também não fôr possível, poderá entregá-los a um Estado que não faça parte desta 
Convenção e concorde em manter o asilo. O Estado territorial deverá respeitar êsse asilo. 
 
Artigo XX 
O asilo diplomático não estará sujeito à reciprocidade. Tôda pessoa, seja qual fôr sua nacionalidade, 
pode estar sob proteção. 
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Artigo XXI 
A presente Convenção fica aberta a assinatura dos Estados Membros da Organização dos Estados 
Americanos e será ratificada pelos Estados signatários, de acôrdo com as respectivas normas 
constitucionais. 
 
Artigo XXII 
O instrumento original cujos textos em português, espanhol, francês e inglês são igualmente 
autênticos, e será depositado na União Pan-Americana, que enviará cópias autenticadas aos 
Governos, para fins de ratificação. Os instrumentos de ratificação serão depositados na União Pan-
Americana, que notificará os Governos signatários do referido depósito. 
 
Artigo XXIII 
A presente Convenção entrará em vigor entre os Estados que a ratificarem, na ordem em que 
depositem as respectivas ratificações. 
 
Artigo XXIV 
A presente Convenção vigorará indefinidamente, podendo ser denunciada por qualquer dos Estados 
signatários, mediante aviso prévio de um ano, decorrido o qual cessarão seus efeitos para o 
denunciante, subsistindo para os demais. A denúncia será enviada à União Pan-Americana, que a 
comunicará aos demais Estados signatários. 
 
RESUMO 
 
1. RECIPROCIDADE 
Segundo Celso Albuquerque Mello: 
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A reciprocidade constitui um dos princípios basilares para a cooperação entre os povos, é instituto 
necessário para fazer com que os Estados solucionem seus conflitos internacionais sem que haja 
ferimento à igualdade ou ao respeito entre os Estados. 
A Reciprocidade influi diretamente na formulação do Direito Internacional. O termo reciprocidade é 
proveniente do latim reciprocus, a reciprocidade tem seu significado naquilo que é recíproco, isto é, 
situação em que são estabelecidas condições mútuas ou correspondentes. É a situação 
compreendida em dar e receber. A reciprocidade vem implicar na igualdade de direitos, de 
obrigações ou de benefícios. 
A doutrina aponta que o princípio da reciprocidade consiste em permitir a aplicação de efeitos 
jurídicos em determinadas relações de direito, este princípio tem ao mesmo tempo uma natureza 
política, jurídica e negocial. 
É importante destacar, ainda: 
• O Princípio da reciprocidade é de base fundamental para o Direito Internacional Público, se 
relacionando diretamente a aspectos públicos externos e voltados à proteção da igualdade soberana 
dos Estados. 
• A reciprocidade de direitos e benefícios é a principal implicação do princípio da igualdade no 
direito internacional e nas doutrinas políticas internacionais. 
• Celso Albuquerque Mello corrobora com essa informação ao acreditar que a reciprocidade 
constitui um dos princípios basilares da cooperação entre os povos, tendo que já nos séculos XII e 
XIII haviam tratados que previam o princípio da reciprocidade em seus textos. 
Este princípio é suficiente para levar um Estado a atender a um requerimento de outro ente 
internacional, na medida em que os efeitos são aceitos igualmente por ambos os Estados. , sendo 
essencial para a Cooperação Internacional. 
Vejamos como a reciprocidade aparece na nossa Constituição Federal de 1988: 
Art. 12 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de 
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de 
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta 
Constituição 
 
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 Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, 
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido 
o princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995) 
A reciprocidade aparece, também no Código de Processo Civil de 2015: 
Disposições Gerais 
 Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e 
observará: 
§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em 
reciprocidade, manifestada por via diplomática. 
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1º para homologação de sentença estrangeira. 
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou 
que produzam resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado 
brasileiro. 
 Art. 41. Considera-se autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica 
internacional, inclusive tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado 
brasileiro por meio de autoridade central ou por via diplomática, dispensando-se ajuramentação, 
autenticação ou qualquer procedimento de legalização. 
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado 
brasileiro do princípio da reciprocidade de tratamento. 
 
 Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença 
estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário 
de lei ou tratado. 
§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em 
tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira. 
Há, ainda, a reciprocidade no tratamento dos estrangeiros no Brasil, bem como nos institutos de 
cooperação internacional em matéria de Migração. 
De acordo com a Lei de Migração: 
Art. 9º Regulamento disporá sobre: 
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I - requisitos de concessão de visto, bem como de sua simplificação, inclusive por reciprocidade; 
Art. 17. O titular de visto diplomático ou oficial somente poderá ser remunerado por Estado 
estrangeiro ou organismo internacional, ressalvado o disposto em tratado que contenha cláusula 
específica sobre o assunto. 
Parágrafo único. O dependente de titular de visto diplomático ou oficial poderá exercer atividade 
remunerada no Brasil, sob o amparo da legislação trabalhista brasileira, desde que seja nacional de 
país que assegure reciprocidadede tratamento ao nacional brasileiro, por comunicação diplomática. 
 
Extradição 
§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser transmitido à autoridade competente para extradição 
no Brasil por meio de canal estabelecido com o ponto focal da Organização Internacional de Polícia 
Criminal (Interpol) no País, devidamente instruído com a documentação comprobatória da 
existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro, e, em caso de ausência de tratado, 
com a promessa de reciprocidade recebida por via diplomática. 
 
§ 2º Não serão cobrados emolumentos consulares pela concessão de: 
I - vistos diplomáticos, oficiais e de cortesia; e 
II - vistos em passaportes diplomáticos, oficiais ou de serviço, ou equivalentes, mediante 
reciprocidade de tratamento a titulares de documento de viagem similar brasileiro. 
De acordo com Vicente Greco Filho, 
Embora o requisito de exigência de reciprocidade tenha desaparecido do procedimento de 
homologação judicial, não deixou de ser instrumento de persuasão nas relações internacionais. 
Nesse sentido, a possibilidade de exigência de reciprocidade na homologação de sentença 
estrangeira permanece como alternativa para exigir que a possibilidade de conferir efeitos 
extraterritoriais às sentenças não seja via de mão única. 
2. ASILO 
O Asilo, uma das tradições das Relações Internacionais na américa latina, tem , no Brasil, garantia 
constitucional (art. 4º, X). 
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Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes 
princípios: 
X - concessão de asilo político. 
A Lei de Migração – que é lei interna brasileira – não disciplina a concessão do asilo, cuidando apenas 
da condição do asilado político admitido em território nacional (arts. 27 a 29); 
 a Lei diz apenas que “regulamento disporá sobre as condições para a concessão e a manutenção 
de asilo” (art. 27, parágrafo único). 
De acordo com Rezek: 
 
“Nos países latino-americanos, em virtude da aceitação costumeira e convencional desse instituto, 
pode ele ocorrer. Naturalmente, o asilo nunca é diplomático em definitivo: essa modalidade significa 
apenas em estágio provisório, uma ponte para o asilo territorial, a consumar-se no solo daquele 
mesmo país cuja embaixada acolheu o fugitivo, ou eventualmente no solo de um terceiro país que 
o aceite.” 
O Regulamento da Lei de Migração, por sua vez, estabelece no art. 108 que 
 O instituto do asilo poderá ser concedido “como instrumento de proteção à pessoa que se 
encontre perseguida em um Estado por suas crenças, opiniões e filiação política ou por atos que 
possam ser considerados delitos políticos” 
A concessão de asilo também vem expressa no art. 14, §§ 1º e 2º, da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos de 1948, segundo os quais 
 “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países”
, à exceção “de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos 
contrários aos propósitos ou princípios das Nações Unidas”. 
A Assembleia Geral da ONU, em 14 de dezembro de 1967, adotou a Resolução 2.314, denominada 
Declaração sobre Asilo Territorial, na qual se reconheceu que 
“a concessão de asilo por um Estado a pessoas que tenham direito de invocar o art. 14 da 
Declaração Universal (…) é um ato pacífico e humanitário e que, como tal, não pode ser considerado 
inamistoso por nenhum outro Estado” 
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O art. 22, § 7º, da Convenção Americana sobre Direitos Humanos de 1969, segundo o qual toda 
pessoa 
 “tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de perseguição por 
delitos políticos ou comuns conexos com delitos políticos, de acordo com a legislação de cada Estado 
e com as Convenções internacionais” 
Há ainda a Convenção sobre Asilo Territorial, assinada em Caracas, em 28 de março de 1954, 
internalizada pelo Brasil. 
Nos termos do art. 1º da Convenção sobre Asilo Territorial de 1954, todo Estado 
 “tem direito, no exercício de sua soberania, de admitir dentro de seu território as pessoas que 
julgar conveniente, sem que, pelo exercício desse direito, nenhum outro Estado possa fazer qualquer 
reclamação”. 
A lei brasileira que versa o assunto (Lei de Migração) elenca algumas regras específicas relativas ao 
asilado, dentre elas a de que “não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, 
crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma 
do Tribunal Penal Internacional, de 1998” (art. 28), 
“a saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo” (art. 29). 
1. Modalidades de Asilo 
Existem duas modalidades: o asilo diplomático e o asilo territorial. 
A doutrina, por vezes, também se refere a outras modalidades de asilo: o naval (que se dá no interior 
de embarcações de guerra); o aeronáutico (que ocorre em aeronaves militares); e o militar (que tem 
lugar em casernas ou acampamentos militares). 
 
 
 
 
O asilo diplomático é concedido ao estrangeiro pela autoridade diplomática brasileira no exterior, 
ainda quando o estrangeiro lá se encontra. 
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 Ele fica protegido na própria Embaixada, no Consulado do Brasil, nos acampamentos militares no 
exterior, assim como em navios ou aeronaves, sobre os quais o governo estrangeiro não tem 
jurisdição. 
O asilo territorial é concedido ao estrangeiro no Brasil por um período de dois anos, prorrogáveis 
enquanto persistir o motivo que ensejou o asilo. 
O asilo diplomático pode ser convertido em asilo territorial, mas não há obrigatoriedade do Estado 
que o concedeu em fazer a conversão. 
O direito de asilo não se confunde com o direito de refúgio! 
Enquanto o asilo decorre da perseguição ao indivíduo, o refúgio é fundamentado em uma 
perseguição a um grupo de indivíduos, em função de sua raça, religião, nacionalidade ou opção 
política. 
Na América Latina é frequente a concessão de asilo nos ditos locais a pessoas que, por motivos 
políticos, fogem à ação das autoridades territoriais, mas tal asilo não pode ser admitido a criminosos 
de direito comum. De acordo com Accioly, o instituto do asilo teve desdobramentos, tanto 
doutrinários quanto jurisprudenciais: da América Latina, acaba por ser aceito e regulado pelo direito 
internacional geral. . 
Para Mazzuoli: O asilo político é a proteção concedida pelo Estado nacional ao estrangeiro 
perseguido por suas opiniões políticas, religiosas ou raciais. 
A proteção pode inclusive admitir força policial e ajuda financeira do Estado receptor. Trata-se de 
um instituto clássico do direito internacional. 
O famoso caso HAYA DE LA TORRE (1951) ensejou o exame pela Corte Internacional de Justiça dos 
princípios de direito internacional aplicáveis ao caso, dentre os quais a qualificação e a distinção 
entre o asilo territorial e o asilo diplomático. 
Caso: contencioso entre a Colômbia e o Peru, onde se discutia o direito de asilo a Victor Raúl Haya 
de la Torre, chefe político peruano. 
O governo peruano alegava que Haya de la Torre havia liderado uma rebelião no Peru. Em seguida 
pediu asilo à Embaixada da Colômbia em Lima, no Peru. 
 O governo colombiano exigia um salvo-conduto ao asilado para ele poder sair do país, alegando que 
se tratava de um crime político, merecedor de asilo, enquanto o Peru negava, sobo pretexto de que 
o crime não era político, mas comum. 
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Finalmente, a CIJ negou a obrigação do Peru em outorgar o salvo-conduto. Sobre o ponto que nos 
interessa, a Colômbia alegava que havia um costume regional de possibilidade de qualificação do 
crime, o que foi negado pela Corte, porque não havia uma prática estável sobre o tema. 
As palavras da CIJ são ilustrativas: 
 “No que se refere ao direito internacional americano, a Colômbia não provou que existe, regional 
ou localmente, um uso constante e uniforme de qualificação unilateral, traduzindo um direito do 
Estado que oferece o asilo e um dever para o Estado territorial. Os fatos submetidos à Corte revelam 
excesso de contradições e de flutuação, para que seja possível deduzir um costume específico da 
América Latina, com força de direito” 
O governo do Brasil, mais de uma vez, em instruções a seus agentes diplomáticos, sustentou não 
haver direito ao asilo, mas, na prática, ser tolerado como ato humanitário 
 Entretanto, em face do costume estabelecido e nos termos das convenções a que se ligou, o Brasil 
passou a admitir o asilo, como direito. E este assumiu progressivamente contornos precisos. 
 
Algumas informações importantes: 
• Os Estados podem usar a imunidade do local da missão diplomática para assegurar asilo a 
perseguidos políticos no Estado de acolhimento, desde que exista entre os Estados um tratado sobre 
o tema ou um costume internacional consolidado permitindo o asilo 
• Aquele que solicita e recebe o asilo pode abrigar-se na Embaixada ou no Consulado, sem ser 
ameaçado. 
• A concessão do asilo político no local da missão diplomática não significa que será concedido 
também asilo político no Estado. Neste caso, pode-se assegurar que o asilado terá condições de 
chegar em segurança ao Estado que concede o asilo definitivo. O 
• O asilo político pode ser acompanhado de proteção militar, concedida sob a 
discricionariedade do Estado. O asilado pode, quando julgar necessário, renunciar ao direito de asilo. 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Chegamos ao final da nossa aula! Continuaremos observando pontos muito importantes da matéria 
e essenciais para a compreensão da disciplina como um todo. 
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato comigo. Estou disponível no fórum no 
Curso, por e-mail e pelo Instagram. 
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá! 
Vanessa Arns 
 
 
 
 
 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
 
1. Ano: 2017 Banca: TRF – 2ª Região Órgão: TRF – 2ª REGIÃO - 2017 - Juiz Federal Substituto. 
Quanto à internalização de tratados ao ordenamento nacional, assinale a opção correta: 
A) O sistema de recepção de tratados internacionais previsto na Constituição Federal não acolhe o 
chamado princípio do efeito direto e imediato dos tratados ou convenções internacionais sobre 
Direitos Humanos. 
 
profvanessabrito@gmail.com 
 
@vanessa.arns 
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B) A extradição solicitada por Estado estrangeiro para Fins de cumprimento de pena somente poderá 
ser deferida depois de internalizado o tratado de extradição firmado entre o Brasil e o respectivo 
Estado estrangeiro. 
C) Somente após ser aprovado em duplo turno de votação, nas duas casas do Congresso Nacional, 
seguido de publicação de Decreto Presidencial, poderá o Tratado Internacional adquirir validade no 
Direito brasileiro. 
D) Tratado internacional que verse sobre matéria que a Constituição brasileira reserva ao domínio 
da Lei Complementar poderá ter aplicabilidade interna, bastando que no ato de internalização seja 
observado o quórum de maioria absoluta previsto no artigo 69 da Constituição. 
E) Tratados que versem sobre concretização de Direitos Humanos no plano interno não podem ser 
objeto de denúncia pelo Estado Brasileiro, sob pena de violação ao postulado da proibição de 
retrocesso. 
Comentários: 
A alternativa A está correta. A constituição Federal prevê processo específico para a incorporação 
de tratados ou convenções internacionais sobre direitos humanos, de forma que, segundo a 
doutrina clássica do direito internacional, não há que se falar em aplicabilidade imediata destes atos 
internacionais. Essa é a interpretação do artigo 5º, LXXVIII, parágrafo 3º da Constituição Federal. 
A alternativa B está incorreta. De fato, poderá ocorrer a extradição se existir tratado bi ou 
multilateral que vincule os Estados envolvidos. Todavia, na ausência de vinculação das partes, o 
Brasil poderá conceder a extradição mediante declaração de reciprocidade, segundo a qual, se 
houver crime análogo no país que solicitado, o outro solicitante se compromete a conceder a 
extradição solicitada. Cabe lembrar que a Constituição Federal estabelece limites quanto à matéria: 
nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes 
da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, 
na forma da lei e não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião 
(artigo 5º LI, LII da CF). 
A alternativa C está incorreta. O procedimento narrado se refere àquele específico para a 
incorporação de tratados que versem sobre direitos humanos. A incorporação dos demais tratados 
seguem o rito previsto no artigo 47 da Constituição Federal, segundo o qual, “salvo disposição 
constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por 
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros”. 
A alternativa D está incorreta. O STF já decidiu que, os tratados internacionais, quando não tratarem 
de direitos humanos, encontram-se no plano das leis ordinárias em posição inferior à Constituição 
Federal (ADI 1.480 e na CR 8.279). Assim, após a incorporação ao ordenamento pátrio, os tratados 
internacionais que não versem sobre direitos humanos possuem o patamar hierárquico em 
igualdade de condições com às demais leis ordinárias. 
A alternativa E está incorreta. A possibilidade de denúncia está prevista no artigo 62 da Convenção 
de Viena e pode ocorrer diante da mudança fundamental de circunstâncias. A denúncia constitui 
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uma das formas de extinção do tratado e a regra geral é que os tratados somente podem ser 
denunciados quando é prevista expressamente esta possibilidade. Ademais, a convenção de Viena 
prevê em seu artigo 56, 2 que “Uma parte deverá notificar, com pelo menos doze meses de 
antecedência, a sua intenção de denunciar ou de se retirar de um tratado, nos termos do parágrafo 
1”. 
2. Ano: 2010 Banca: TRF - 4ª REGIÃO Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - TRF 
- 4ª REGIÃO - Juiz Federal. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta. 
I. No Brasil não é possível a homologação parcial de sentença estrangeira, mas é admissível a 
concessão de tutela de urgência no seu procedimento. 
II. O juiz brasileiro, tratando-se de crime de “lavagem de dinheiro” (Lei 9.613, de 03/03/98) 
praticado por estrangeiro em outro país, pode, mediante solicitação da autoridade competente, 
determinar a apreensão ou o sequestro de bens e direitos, independentemente daexistência de 
tratado ou convenção, desde que o governo do país da autoridade solicitante prometa reciprocidade 
ao Brasil. 
III. Quando os tratados versarem sobre direitos humanos, serão sempre internalizados com força de 
lei complementar. 
IV. Somente os Estados independentes têm capacidade para firmar tratado internacional. 
V. Os tratados-contratos ou tratados especiais se extinguem, dentre outros modos, quando ocorrer 
a sua execução integral, pela impossibilidade de execução, pela renúncia unilateral por parte do 
Estado exclusivamente beneficiado, pela denúncia unilateral, pela guerra e pela inexecução do 
tratado por um dos Estados contratantes. 
A) Estão corretas apenas as assertivas I e III. 
B) Estão corretas apenas as assertivas I e IV. 
C) Estão corretas apenas as assertivas II e IV. 
D) Estão corretas apenas as assertivas II e V. 
E) Estão corretas apenas as assertivas III e V. 
Comentários: 
A assertiva I está incorreta. Ao contrário do que afirma a alternativa é sim possível a homologação 
parcial de sentença estrangeira no Brasil, conforme artigo 961, §2º do Código de Processo Civil de 
2015, “§ 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente”. A parte final está correta 
vez que é possível a concessão de tutelas de urgência, conforme §3º do citado artigo do diploma 
processual civil “§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar 
atos de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira”. 
A assertiva II está correta. Trata-se da literalidade do artigo 8ª da Lei 9.613/98 que dispõe sobre os 
crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema 
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financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras 
- COAF, e dá outras providências. “Art. 8º O juiz determinará, na hipótese de existência de tratado 
ou convenção internacional e por solicitação de autoridade estrangeira competente, medidas 
assecuratórias sobre bens, direitos ou valores oriundos de crimes descritos no art. 1o praticados no 
estrangeiro. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012) § 1º Aplica-se o disposto neste artigo, 
independentemente de tratado ou convenção internacional, quando o governo do país da 
autoridade solicitante prometer reciprocidade ao Brasil. 
A assertiva III está incorreta. A alternativa está incorreta, pois os tratados que versam sobre direitos 
humanos, aprovados em dois turnos, nas duas casas, por 3/5 dos votos terão a mesma hierarquia 
de emenda constitucional. Já os tratados de direitos humanos que não forem aprovados pelo 
quórum mencionado e aqueles que foram aprovados antes da emenda constitucional n.º 45 têm 
hierarquia supralegal, mas infraconstitucional. 
A assertiva IV está incorreta, não somente os Estados possuem a qualidade jurídica de sujeitos 
internacionais. É sujeito de direito internacional público toda pessoa jurídica que possa gozar de 
direitos e obrigações no cenário internacional. Os Estados soberanos, aos quais se equipara a Santa 
Sé, são os sujeitos de direito internacional público, em conjunto com as organizações internacionais. 
A assertiva V está correta, uma vez que os tratados-contratados são aqueles por meio dos quais as 
partes realizam uma operação jurídica, como acordos de comércio, de aliança, de cessão territorial. 
3. (CESPE/CEBRASPE – 2015 - TRF 5ª Região - Juiz Federal) Assinale a opção correta relativamente 
à personalidade jurídica internacional e à condição jurídica do estrangeiro. 
a) A personalidade jurídica internacional é reconhecida de forma ampla, equiparando-se, nesse 
aspecto, à personalidade estatal. 
b) Eventual acordo de concessão entre a multinacional General Motors e o Estado brasileiro será 
regido pelo direito dos tratados, haja vista a constatação de personalidade jurídica internacional das 
empresas multinacionais. 
c) Não se admite a extradição na hipótese de o Brasil não possuir tratado com o país requerente. 
d) Para a concessão de asilo político, exige-se a caracterização de crime de natureza política ou 
ideológica, admitindo-se, em determinadas situações, o critério da reciprocidade. 
e) A capacidade de que são dotadas as organizações internacionais intergovernamentais para firmar 
tratados decorre essencialmente de personalidade jurídica dessas organizações e das normas que 
as regem. 
Comentários 
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A alternativa A está incorreta. No âmbito do Direito Internacional, a personalidade jurídica 
internacional é restrita, de modo que a doutrina clássica aduz que somente Estado e Organizações 
Internacionais possuem personalidade, havendo longo debate sobre o papel do indivíduo. 
A alternativa B está incorreta, as Empresas Multinacionais não possuem personalidade jurídica 
internacional, a qual se restringe aos Estados e Organizações Internacionais. 
A alternativa C está incorreta, pois não se adequa ao Estatuto do Estrangeiro no seu artigo 76: “A 
extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou 
quando prometer ao Brasil a reciprocidade.”. 
A alternativa D está incorreta. O asilo possui caráter eminentemente humanitário, sendo uma ato 
discricionário do Estado sobre seu aceite ou não, assim não se faz necessária a existência de 
reciprocidade.. Por fim a Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe: “Artigo 14. 1. Toda a 
pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. 2. 
Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de 
direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas”. 
A alternativa E foi considerada como correta e é o gabarito da questão. Como já fora mencionado 
anteriormente, as Organizações Internacionais são dotadas de personalidade internacional, haja 
vista sua capacidade para celebrar acordos com Estados e outras OIs, além da possibilidade de serem 
responsabilizadas mediante ato ilícito haja vista o Projeto de Artigos elaborado pela Comissão de 
Direito Internacional no âmbito da Organização das Nações Unidas. 
 
4. (CESPE/CEBRASPE – 2012 - AGU - Advogado da União) Em relação à condição jurídica do 
estrangeiro e aos direitos de nacionalidade, julgue os itens que se seguem. 
A reciprocidade é pré-condição para que aos portugueses com residência permanente no país 
sejam atribuídos direitos inerentes ao brasileiro. 
a) Certo 
b) Errado 
Comentários 
A afirmativa está CERTA e é o gabarito da questão, conforme o artigo 12, parágrafo 1º da CF: “aos 
portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, 
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição”. 
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5. (CESPE/CEBRASPE – 2012 - AGU - Advogado da União) Em relação à condição jurídica do 
estrangeiro e aos direitos de nacionalidade, julgue os itens que se seguem. 
É expressamente proibida pela CF a extradição ou entrega de brasileiro nato a autoridades 
estrangeiras. 
a) Certo 
b) Errado 
Comentários 
A afirmativa está CERTA e é o gabarito da questão, haja vista o artigo 5º, inciso LI da CF: “LI - nenhum 
brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado”. 
6. (CESPE/CEBRASPE – 2015 - TRF 5ª Região - Juiz Federal)Assinale a opção correta relativamente 
à personalidade jurídica internacional e à condição jurídica do estrangeiro. 
a) A personalidade jurídica internacional é reconhecida de forma ampla, equiparando-se, nesse 
aspecto, à personalidade estatal. 
b) Eventual acordo de concessão entre a multinacional General Motors e o Estado brasileiro será 
regido pelo direito dos tratados, haja vista a constatação de personalidade jurídica internacional das 
empresas multinacionais. 
c) Não se admite a extradição na hipótese de o Brasil não possuir tratado com o país requerente. 
d) Para a concessão de asilo político, exige-se a caracterização de crime de natureza política ou 
ideológica, admitindo-se, em determinadas situações, o critério da reciprocidade. 
e) A capacidade de que são dotadas as organizações internacionais intergovernamentais para firmar 
tratados decorre essencialmente de personalidade jurídica dessas organizações e das normas que 
as regem. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. No âmbito do Direito Internacional, a personalidade jurídica 
internacional é restrita, de modo que a doutrina clássica aduz que somente Estado e Organizações 
Internacionais possuem personalidade, havendo longo debate sobre o papel do indivíduo. 
A alternativa B está incorreta, as Empresas Multinacionais não possuem personalidade jurídica 
internacional, a qual se restringe aos Estados e Organizações Internacionais. 
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A alternativa C está incorreta, pois não se adequa ao Estatuto do Estrangeiro no seu artigo 76: “A 
extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado, ou 
quando prometer ao Brasil a reciprocidade.”. 
A alternativa D está incorreta. O asilo possui caráter eminentemente humanitário, sendo uma ato 
discricionário do Estado sobre seu aceite ou não, assim não se faz necessária a existência de 
reciprocidade.. Por fim a Declaração Universal dos Direitos Humanos dispõe: “Artigo 14. 1. Toda a 
pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de beneficiar de asilo em outros países. 2. 
Este direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo realmente existente por crime de 
direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos princípios das Nações Unidas”. 
A alternativa E foi considerada como correta e é o gabarito da questão. Como já fora mencionado 
anteriormente, as Organizações Internacionais são dotadas de personalidade internacional, haja 
vista sua capacidade para celebrar acordos com Estados e outras OIs, além da possibilidade de serem 
responsabilizadas mediante ato ilícito haja vista o Projeto de Artigos elaborado pela Comissão de 
Direito Internacional no âmbito da Organização das Nações Unidas. 
6. (CESPE/CEBRASPE – 2018 - TRF 3ª Região - Juiz Federal) Relativamente à Convenção 
Interamericana sobre Asilo Diplomático e à Convenção Interamericana sobre Asilo Territorial, 
assinadas em Caracas, aos 28.03.1954, analise as seguintes assertivas: 
I - É ilícito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de 
delitos comuns, processadas ou condenadas por esse motivo pelos tribunais ordinários 
competentes, sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das forças de terra, 
ar e mar, salvo quando os fatos que motivarem o pedido de asilo, em qualquer hipótese, 
apresentem caráter nitidamente político. 
 II - O asilo diplomático só poderá ser concedido em casos de urgência e pelo tempo estritamente 
indispensável para que o asilado deixe o país com as garantias concedidas pelo governo do Estado 
territorial, a fim de não correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou 
para que de outra maneira o asilado seja posto em segurança. 
III - Um Estado parte tem direito de pedir a outro Estado parte que restrinja aos asilados ou 
refugiados políticos a liberdade de reunião ou associação, que a legislação interna deste reconheça 
a todos os estrangeiros dentro do seu território. 
IV - Não viola o tratado o Estado que, tendo concedido asilo ou refúgio a determinado indivíduo, 
proceda à sua vigilância ou ao internamento em distância prudente de suas fronteiras, a pedido 
do Estado interessado, quando se tratar de dirigentes notórios de movimento subversivo assim 
como daqueles sobre os quais existam provas de que se dispõem a incorporar-se no mesmo 
movimento 
A) Todas as assertivas são incorretas. 
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B) A assertiva III é a única incorreta. 
C) A assertiva IV é a única incorreta. 
D) As assertivas I, II e IV são incorretas. 
Comentários 
A alternativa B está correta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, 
A Assertiva I está incorreta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, 
Artigo III 
 
Não é licito conceder asilo a pessoas que, na ocasião em que o solicitem, tenham sido acusadas de 
delitos comuns, processadas ou condenadas por êsse motivo pelos tribunais ordinários competentes, 
sem haverem cumprido as penas respectivas; nem a desertores das fôrças de terra, mar e ar, salvo 
quando os fatos que motivarem o pedido de asilo seja qual fôr o caso, apresentem claramente 
caráter político. 
 
A Assertiva II está incorreta. De acordo com o decreto no 55.929, de 19 de abril de 1965, 
Artigo V 
 
O asilo só poderá ser concedido em casos de urgência e pelo tempo estritamente indispensável para 
que o asilado deixe o país com as garantias concedidas pelo govêrno do Estado territorial, a fim de 
não correrem perigo sua vida, sua liberdade ou sua integridade pessoal, ou para que de outra 
maneira o asilado seja pôsto em segurança. 
A Assertiva III está correta,e a Assertiva IV está incorreta. De acordo com o decreto no 55.929, de 
19 de abril de 1965, 
 
ARTIGO VIII 
Nenhum Estado tem o direito de pedir a outro Estado que restrinja aos asilados ou refugiados 
políticos a liberdade de reunião ou associação que a legislação interna deste reconheça a todos os 
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estrangeiros dentro do seu território, salvo se tais reuniões ou associações tiverem por objetivo 
promover o emprego da força ou da violência contra o governo do Estado suplicante. 
A pedido do Estado interessado, o país que concedeu refúgio ou asilo procederá à vigilância ou ao 
internamento, em distância prudente de suas fronteiras, dos refugiados ou asilados políticos que 
forem dirigentes notórios de um movimento subversivo assim como daqueles sobre os quais existam 
provas de que dispõem a incorporar-se no mesmo movimento. 
8. (CESPE/CEBRASPE – 2015 - TRF 1ª Região - Juiz Federal) 
Raul, nacional do Estado X, solicitou asilo diplomático na embaixada do Estado Y, localizada no 
território do Estado Z, alegando que tem sofrido perseguição política por ação conjunta dos 
Estados X e Z. O asilo diplomático foi concedido pelo Estado Y, que reconhece como norma de 
direito internacional costumeiro o asilo diplomático, ao passo que o Estado Z alega que nunca 
reconheceu tal norma como válida e obrigatória para si. 
 
Nessa situação hipotética, 
A) o Estado Y não pode entregar Raul às autoridades do Estado Z, após a concessão do asilo, mas 
pode entregá-lo às autoridade de seu próprio Estado. 
B) o Estado Z está obrigado a conceder a Raul um salvo-conduto para que ele deixe o seu território. 
C) a embaixada do Estado Y, localizada no território do Estado Z, é inviolável,mesmo estando Raul 
em seu interior. 
D) Raul tem direito a ter reconhecido pelo Estado Z o asilo diplomático concedido pelo Estado Y. 
E) o Estado Y tem o dever de aplicar a Raul o princípio aut dedere aut judicare. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O Estado Y pode entregar o asilado ao governo local, segundo a 
Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático. 
DECRETO Nº 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957 
Promulga a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. – 
Artigo III. [...] As pessoas mencionadas no parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar 
apropriado para servir de asilo, deverão ser convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser 
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entregues ao govêrno local, o qual não poderá julgá-las por delitos políticos anteriores ao momento 
da entrega. 
A alternativa B está incorreta. O Estado territorial somente é obrigado a conceder o salvo-conduto, 
caso exija que o asilado seja retirado do país. 
DECRETO Nº 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957 
Promulga a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. – 
Artigo XI. O Governo do Estado territorial, pode, em qualquer momento, exigir que o asilado seja 
retirado do país, para o que deverá conceder salvo-conduto e as garantias estipuladas no Artigo V. 
A alternativa C foi considerada como correta e é o gabarito da questão. 
A Convenção de Viena, em seu artigo 22, estabelece a inviolabilidade dos locais da missão, mas não 
é só, ainda estabelece a responsabilidade do Estado acreditador em fornecer todos os meios 
necessários à proteção e segurança desses locais, conforme reza o referido dispositivo: 
Artigo 22 
1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar 
sem o consentimento do Chefe da Missão. 
 2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas para 
proteger os locais da Missão contra qualquer intrusão ou dano e evitar perturbações à tranqüilidade 
da Missão ou ofensas à sua dignidade. 
3. Os locais da Missão, em mobiliário e demais bens nêles situados, assim como os meios de 
transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução. 
A alternativa D está incorreta. ausência de reconhecimento não é direito, mas também não impede 
a observância da convenção. 
DECRETO Nº 42.628, DE 13 DE NOVEMBRO DE 1957 
Promulga a Convenção sobre Asilo Diplomático, assinada em Caracas a 28 de março de 1954. 
- Artigo X. O fato de não estar o govêrno do Estado territorial reconhecido pelo Estado asilante não 
impedirá a observância desta Convenção e nenhum ato executado em virtude da mesma implicará o 
reconhecimento. 
 A alternativa E está incorreta. O princípio do aut dedere aut judicare tomou corpo no século XIX, 
significando que caso não haja extradição, deve haver julgamento para que não haja impunibilidade. 
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A questão refere-se à situação de análise discricionária pelo Estado asilante pela concessão do asilo 
vs. a entrega (extradição), e portanto, não há dever de aplicar o princípio. 
 
 
10. (VUNESP- 2012 – Defensor Público - MS) 
No que se refere ao asilo diplomático, é correto afirmar que ele: 
A) impede a extradição, sempre. 
B) não impede a extradição, sempre. 
C) não impede a extradição, se presentes os princípios para o seu deferimento. 
D) impede a extradição, o que não ocorre com o asilo político. 
Comentários 
A alternativa C foi considerada como correta e é o gabarito da questão. 
Dispõe a Lei de Migração (Lei 13.445/17): 
Art. 82. Não se concederá a extradição quando: 
IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei nº 9.474, de 22 de julho de 1997, ou 
de asilo territorial. 
Desse modo, considerando que a lei ressalva apenas o asilo territorial, é de se entender, a contrario 
sensu, que ela permite, na hi 
11. (Instituto Rio Branco – Diplomata - 2009) 
Nascida na ambiência político-jurídica da América Latina do século XIX, a possibilidade de 
concessão de asilo político é comumente acolhida como garantia facultada pelo Estado 
Democrático de Direito 
Acerca dessa garantia no ordenamento jurídico brasileiro, julgue (C ou E) os itens seguintes. 
Questões pertinentes à concessão de asilo político não podem ser reguladas em medida 
provisória. 
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Certo 
Errado 
 
Comentários 
Alternativa incorreta. 
De acordo com a CF: 
Artigo 62 da CF, Parágrafo 1º 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
 
 
12. (NUCEPE-2018 – Delegado de Polícia Civil) 
Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que se configura como característica do asilo 
político: 
A) fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social; 
B) provocado pela perseguição por crimes políticos de caráter individual; 
C) fundados temores de perseguição por motivos de opiniões políticas; 
D) devido a grave e generalizada violação de direitos humanos; 
E) ato solene de cooperação penal entre países, que consiste na entrega de uma pessoa, acusada ou 
condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. 
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Lei 9.474 
Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: 
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo 
social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira 
acolher-se à proteção de tal país; 
A alternativa B foi considerada como correta e é o gabarito da questão. 
Conforme a Lei de Migração (Lei 13.455): 
Art. 27. O asilo político, que constitui ato discricionário do Estado, poderá ser diplomático ou 
territorial e será outorgado como instrumento de proteção à pessoa. 
 
 
 
Art. 28. Não se concederá asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime contra a 
humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal 
Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002. 
 
A alternativa C está incorreta. 
Lei 9.474 
Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: 
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo 
social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira 
acolher-se à proteção de tal país; 
A alternativa D está incorreta. 
 
Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: 
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país 
de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. - LETRA "D" 
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