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Lei 8080 (Art 1 - art14)

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HISTÓRIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE SAÚDE NO BRASIL E A SUA EVOLUÇÃO
Elaborado por Anelize Arcanjo
· LEI 8080/1900:
Lei 8080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que define as diretrizes para organização e funcionamento do Sistema de Saúde brasileiro. Trata-se do eixo principal de compreensão da política de saúde no Brasil. 
PRINCIPAIS TEMAS ABORDADOS NA LEI 8.080:
As disposições iniciais da Lei 8080 são: a promoção, a proteção e a recuperação da saúde e a organização e funcionamento dos serviços correspondentes.
- Determinantes sociais em saúde Vigilância em saúde 
- Princípios e diretrizes do SUS 
- Políticas para populações específicas 
- Responsabilidades das 3 esferas de governo 
- Estrutura de governança do SUS 
- Política de recursos humanos 
- Participação complementar do privado
 A lista abaixo das leis e decretos, por ordem cronológica de publicação, com seus respectivos cabeçalhos, são incremento ou alteração do texto original da lei 8.080.
Lei nº 9.836, de 23 de setembro de 1999: Acrescenta dispositivos à Lei 8.080, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências”, instituindo o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Lei nº 10.424, de 15 de abril de 2002: acrescenta capítulo e artigo à Lei 8.080, que dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de serviços correspondentes e dá outras providências, regulamentando a assistência domiciliar no Sistema Único de Saúde. 
Lei nº 11.108, de 7 de abril de 2005: altera a Lei 8.080, para garantir às parturientes o direito à presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
Lei nº 12.401, de 2011: altera a Lei 8.080, para dispor sobre a assistência terapêutica e a incorporação de tecnologia em saúde no âmbito do SUS. 
Lei nº 12.466, de 24 de agosto de 2011: acrescenta arts. 14-A e 14-B à Lei 8.080, que “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências”, para dispor sobre as comissões intergestores do Sistema Único de Saúde (SUS), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e suas respectivas composições, e dar outras providências.
Lei nº 12.864, de 24 de setembro de 2013: altera a Lei 8.080, incluindo a atividade física como fator determinante e condicionante da saúde.
Lei nº 12.895, de 18 de dezembro de 2013: altera a Lei 8.080, obrigando os hospitais de todo o País a manter, em local visível de suas dependências, aviso informando sobre o direito da parturiente a acompanhante.
Lei nº 13.097, de 19 de janeiro de 2015: altera o arts. 23 e 53 da Lei 8.080, permitindo a participação de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à saúde.
· ARTIGO 1º: Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolad a ou conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. A LEI 8080 regulamenta toda e qualquer atividade de saúde no Brasil e não apenas as promovidas pelo poder público. 
· ARTIGO 2º: A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. 
- Resgate do princípio constitucional da saúde como direito e dever do Estado, conforme o artigo 196 da Constituição Federal de 1988.
· ARTIGO. 3º: Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País (QUANTO MAIORES OS NÍVEIS EPIDEMIOLÓGICOS, MELHOR É A ORGANIZAÇÃO SOCIAL E ECONÔMICA DO PAÍS), tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais.
- Este artigo traz o conceito ampliado de saúde. A saúde não é ausência de doença e sim, um conjunto de determinantes e condicionantes, entre outros.
- Consta o acréscimo neste artigo, que inclui a atividade física como um determinante de saúde. (Lei nº 12.864, de 24 de setembro de 2013).
- De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) os determinantes sociais da saúde são “as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham”. Também podem ser considerados os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação, escolaridade, renda e emprego.
Os determinantes sociais não podem ser avaliados somente pelas doenças geradas, pois vão além, influenciando todas as dimensões do processo de saúde das populações, tanto do ponto de vista do indivíduo, quanto da coletividade na qual ele se insere.
Por isso é importante que o setor saúde se some aos demais setores da sociedade no combate às iniquidades – o que chamamos de intersetorialidade. Todas as políticas que assegurem a redução das desigualdades sociais e que proporcionem melhores condições de mobilidade, trabalho e lazer são importantes nesse processo, além da própria conscientização do indivíduo sobre sua participação pessoal no processo de produção da saúde e de qualidade de vida.
· ARTIGO. 4º: O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS) (DEFINIÇÃO DO SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde. 
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar (ARTIGO 199 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988). (Refere-se sobre a possibilidade de atuação de empresas privadas que podem vender serviços ao SUS, contanto que a Administração Direta não os tenha ou não possa ofertá-los em quantidade suficiente para a população pela qual é responsável).
O primeiro grupo é das instituições públicas, mais fácil de se distinguir, pois são aquelas geridas diretamente pelos órgãos competentes da saúde (secretarias de saúde e Ministério da Saúde). Já o segundo grupo, da administração indireta, está dividido em diferentes modalidades. 
· ARTIGO. 5º: São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
 I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; PARA A POPULAÇÃO SE PROTEJA E TOME POSTURAS DIFERENCIADAS (AUTO-CUIDADO E CORRESPONSABILIDADE). O DEVER DO ESTADO NÃO EXCLUI AS OBRIGAÇÕES DO INDIVÍDUO, DA FAMÍLIA, DA SOCIEDADE E DAS EMPRESAS.
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; 
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Resumindo: São os objetivos do SUS:
a) identificar as necessidades de saúde de sua população, considerando o princípio da integralidade conforme abordamos no artigo sobre determinantes de saúde; 
b) formular políticas que sejam compatíveis ao atendimento dessas necessidades; 
c) executar ações que dêem concretude a tais políticas.
· ARTIGO. 6º: Estão incluídas ainda no campo de atuação (TODAS AS AÇÕES QUE O SUS PODE FAZER) do Sistema Único de Saúde (SUS): 
I - a execução de ações: 
a) de vigilância sanitária; 
b) de vigilância epidemiológica; 
c) de saúde do trabalhador; e 
d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica; 
II - a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamentobásico;
III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; 
VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
 VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde; 
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
 X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científico e tecnológico; 
XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
A lei 8.080 elenca as muitas facetas da Vigilância em Saúde e apresenta os objetivos de atuação do SUS. A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da população, articulando-se em um conjunto de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações que vivem em determinados territórios, garantindo-se a integralidade da atenção, o que inclui tanto a abordagem individual como coletiva dos problemas de saúde.
O conceito de vigilância em saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; a vigilância das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância da situação de saúde; vigilância ambiental em saúde; vigilância da saúde do trabalhador e a vigilância sanitária.
Segundo a Portaria nº 1.378 de 2013, as ações de Vigilância em Saúde envolvem práticas e processos de trabalho voltados para: 
· Vigilância da situação de saúde da população, com a produção de análises que subsidiem o planejamento, estabelecimento de prioridades e estratégias, monitoramento e avaliação das ações de saúde pública;
· Detecção oportuna e adoção de medidas adequadas para a resposta às emergências de saúde pública; 
· Vigilância, prevenção e controle das doenças transmissíveis; 
· Vigilância das doenças crônicas não transmissíveis, dos acidentes e violências; 
· Vigilância de populações expostas a riscos ambientais em saúde; 
· Vigilância da saúde do trabalhador; vigilância sanitária dos riscos decorrentes da produção e do uso de produtos, serviços e tecnologias de interesse da saúde;
§ 1º: Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: ELIMINAR, DIMINUIR E PREVENIR RISCOS À SAÚDE – MEIO AMBIENTE, CIRCULAÇÃO DE BENS E DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
 I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e
 II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
Em resumo, a Vigilância Sanitária abrange o controle de produtos e da prestação de serviços que se relacionem com a saúde humana. MEDIDAS DE CONTROLE SAÚDE E DOENÇA
§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
O propósito da Vigilância Epidemiológica é fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos.
§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho, abrangendo: 
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho; 
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam riscos à saúde do trabalhador; 
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; 
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional; 
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; 
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades sindicais; e 
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos trabalhadores. GARANTE AO SINDICATO DE INTERDITAR A MÁQUINA, O SETOR DE SERVIÇO E TODO AMBIENTE DE TRABALHO QUANDO HOUVER RISCO DA SAÚDE DO TRABALHADOR
Este artigo abrange o caráter social da saúde do trabalhador ao considerar as diferentes dimensões do trabalho e a sua repercussão na saúde das pessoas, prevendo intervenções inclusive nos meios de produção das atividades econômicas.
· ARTIGO. 7º: As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:
 I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência; 
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; (GARANTIR DESDE O NÍVEL PRIMÁRIO AO TERCIÁRIO A TODOS OS INDIVÍDUOS, DE ACORDO COM SUAS NECESSIDADES).
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral; 
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie;
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; 
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário; 
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática;
VIII - participação da comunidade; (SERÁ FEITA ATRAVÉS DOS CONSELHOS E CONFERÊNCIAS – ESPECÍFICA- LEI 8142).
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo:
 a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; (MUNICIPALIZAÇÃO)
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; (REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO NÃO SÃO DIRETRIZES, SÃO FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO SUS). 
Hierarquização: da atenção primária à terciária.
Regionalização: próxima a população para facilitar o acesso.
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico; 
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviçosde assistência à saúde da população; 
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência; (RESOLUTIBILIDADE).
 XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos.
Vale destacar também que a lei é bem clara ao declarar que esses princípios se aplicam ou deveriam se aplicar a todos os serviços públicos, privados, contratados ou conveniados que integram o SUS.
Costumamos dividir os princípios do SUS em 2 grupos: doutrinários e organizativos. Os primeiros são mais conceituais, ou seja, são a base ideológica que representa os valores que defendemos em um sistema que deve garantir o direito à saúde. O segundo grupo embasa efetivamente a maneira com que o sistema se organiza, por isso recebem esse nome.
PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS:
· Universalidade: significa que o Sistema Único de Saúde deve atender a todos por meio de sua estrutura e serviços, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção necessária, sem qualquer custo. Não importando, por exemplo, se a pessoa possui um plano de saúde privado.
· Equidade: preconiza o direito das pessoas a serem atendidas de acordo com as suas necessidades de saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve disponibilizar recursos e serviços de forma justa, de acordo com as necessidades de cada um. Portanto, não é sinônimo de igualdade, apesar de o texto da lei colocar nesses termos e esses conceitos terem muito em comum
· Integralidade: preconiza a garantia ao usuário de uma atenção que abrange as ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com garantia de acesso a todos os níveis de atenção do Sistema de Saúde. A integralidade também pressupõe a atenção focada no indivíduo, na família e na comunidade (inserção social) e não num recorte de ações programáticas ou doenças.
PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS: 
· Regionalização: trata-se de uma forma de organização do Sistema de Saúde, com base territorial e populacional, adotada por muitos países na busca por uma distribuição de serviços que promova equidade de acesso, qualidade, otimização dos recursos e racionalidade de gastos. 
· Hierarquização: diz respeito à possibilidade de organização dos níveis de atenção do Sistema conforme o grau de densidade tecnológica dos serviços, isto é, o estabelecimento de uma rede que articula os serviços dos diferentes níveis de atenção, por meio de um sistema de referência e contrarreferência de usuários e de trânsito de informações
· Descentralização: é o processo de transferência de responsabilidades da gestão e recursos para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais que embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências específicas à União, estados, Distrito Federal e municípios. 
· Controle Social: é um mecanismo institucionalizado pelo qual se procura garantir a participação social, com representatividade, no acompanhamento da formulação e execução das políticas de saúde. Ele se concretiza primordialmente por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde, mas se dá também em outras instâncias.
· ARTIGO. 8º: As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente (AS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE SERÃO EXECUTADAS DE FORMA DIRETA OU MEDIANTE A PARTICIPAÇÃO COMPLEMENTAR DA INICIATIVA PRIVADA SERÃO ORZGANIZADOS DE FORMA REGIONALIZADA – DE ACORDO COM AS REGIÕES E HIERARQUIZADA- DE NÍVEIS DE COMPLEXIDADE CRESCENTE)
Ao propor a descentralização do sistema, a lei 8.080 aponta a regionalização como possibilidade do estabelecimento de relações de apoio mútuo entre municípios que guardam entre si interesses comuns. E traz ainda na hierarquização a necessidade destas regiões de saúde organizarem seus fluxos e estratégias de acesso e otimização de recursos.
· ARTIGO. 9º: A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:
 I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde; 
II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou órgão equivalente.
O SUS deve ter comando único em cada instância, e identifica o Ministério da Saúde e as Secretarias Estaduais e Municipais como responsáveis por esse comando em suas respectivas esferas. Isso significa que seus representantes são a autoridade que determina os rumos das políticas de saúde em seus territórios, o que inclui o regramento de participação complementar da iniciativa privada. Isso também deflagra o caráter independente de cada um dos poderes ou instâncias de governo.
· ARTIGO. 10: Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam. 
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua observância.
Em resumo, consórcios administrativos intermunicipais tratam-se de uma sociedade constituída entre os municípios interessados na tentativa de otimizar recursos por meio de entidade que juridicamente é de direito privado e que, portanto, permite facilidades operacionais. SÃO AGRUPAMENTOS DE MUNICÍPIOS PARA MELHOR ADMINISTRAÇÃO DOS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE, ONDE SOZINHOS NÃO CONSEGUIRIAM SOZINHOS PRESTAR TAIS SERVIÇOS. O conjunto de municípios pode realizar provimentos de serviços de saúde para a região e ratear proporcionalmente tais despesas. Esse dispositivo é previsto legalmente desde 1937 e não é exclusivo da área da saúde. 
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde (OS MUNICÍPIOS CRIAM DISTRITOS DE SAÚDE, ONDE O MUNÍCIO DE MAIOR PORTE PODE SE ARTICULAR E PROMOVER AÇÕES DE SAÚDE VISANDO AUMENTAR A SUA COBERTURA).
Coloca-se a possibilidade de um mesmo município (sobretudo os de grande porte) estabelecer unidades gestoras para determinadas áreas geográficas do município. Comumente esses territórios são chamados de distrito sanitário. A depender do arranjo organizativo pode haver maior ou menor autonomia para o gestor local designado, mas nunca se sobrepõe ao princípio de comando único do Secretário Municipal de Saúde, como veremos mais à frente.
OBS: DIREÇÃO ÚNICA É SOMENTE PARA CONSÓRCIOS ADMINISTRATIVOS INTERMUNICIPAIS.
· ARTIGO 12: Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS).
· ARTIGO 13: A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
I - alimentação e nutrição;
II - saneamento e meio ambiente;
III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
IV - recursos humanos;
V - ciência e tecnologia; e
VI - saúde do trabalhador
o artigo institui a obrigatoriedade de criação e funcionamento de comissões permanentes que discutam as interfaces de determinadas políticas públicas. No artigo 13º a lei adscreve quais temas são primordiais, sem limitar outras comissões que possam ser criadas.
· ARTIGO 14: Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), naesfera correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições
· ARTIGO 14-A: As Comissões (Reuniões) Intergestores Bipartite (Estado e Municípios) e Tripartite (União, Estados e Municípios) são reconhecidas como foros (locais) de negociação e pactuação (juramento) entre gestores (administradores), quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua governança institucional e à integração das ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de
2011).
III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integração de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
Uma das responsabilidades do poder público estadual é mediar a relação entre os sistemas municipais, assim como o federal mediar os sistemas estaduais. As instâncias básicas para a viabilização desses propósitos integradores são os fóruns de negociação, integrados pelos gestores municipal, estadual e federal – a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) – e pelos gestores estadual e municipal – a Comissão Intergestores Bipartite (CIB). As Comissões Intergestores Bipartite são instâncias de pactuação e deliberação para a realização dos pactos intraestaduais e a definição de modelos organizacionais, a partir de diretrizes e normas pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite. As deliberações das Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite devem ser por consenso.
Nas CIB e CIT são apreciadas as composições dos sistemas municipais de saúde e regiões, bem assim pactuadas as programações entre gestores e integradas entre as esferas de governo. Da mesma forma, são pactuados os tetos financeiros possíveis – dentro das disponibilidades orçamentárias – oriundos dos recursos das três esferas de governo, capazes de viabilizar a atenção às necessidades assistenciais. A despeito do que as Normas Operacionais Básicas (NOB) já traziam a respeito do papel destas Comissões, por meio de portarias, fazia-se necessário regulamentar isso em outro nível. Veio então em 2011 com a promulgação da lei nº 12.466 a inclusão destes artigos na 8.080.
· ARTIGO 14-B: O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade pública e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
§ 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). 
§ 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
A CIT é composta, paritariamente, por representação do Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). Já a CIB, composta igualmente de forma paritária, é integrada por representação da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Conselho
Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS). A Bipartite pode ainda operar por meio Comissões Intergestores Regionais (CIR) que tratam de especificidades de cada região de saúde. O decreto presidencial 7.508, de 2011, regulamenta essa questão.

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