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Curso: Psicologia
Disciplina: Psicogerontologia
Turno: Noturno
Prof. Carlos Alberto Aleixo
	NOTA
	Nome do aluno: Aline Varela Shimizo
Andressa Larissa da Silva
Iara Palopoli da Silva
Renata Lima
	RGM: 11161103951
 11211402283
 11191400959
 11172501363
	Turma: 9º B
Resenha do Conto “Feliz Aniversário” de Clarice Lispector
Feliz Aniversário é um conto do livro Laços de Família de Clarice Lispector que chama a atenção para a questão do envelhecimento e as relações familiares. A autora destaca principalmente a dificuldade da família em se comunicar de forma eficaz e demonstração de afetividade.
O conto nos remete e reflexão sobre o papel de cada um no processo de envelhecer, sobre as teorias existentes e sobre a subjetividade de cada ser que envelhece, demonstrando como não saber nos leva a ferir e ignorar o próximo com suas mazelas e desvanecimentos naturais de desenvolvimento humano.
Anita estava completando 89 anos, tinha seis filhos e Zilda, sendo a única filha mulher foi designada pela família para cuidar da mãe, e segundo Coutinho et al (2014), o cuidador pode ser considerado aquela pessoa que dedica a tarefa de cuidar de um idoso, seja ela membro da família que, voluntariamente ou não, assume essa atividade, seja pessoa contratada pela família. O cuidador acaba servindo como ego auxiliar e como função do idoso.
A estória começa descrevendo a nora Olária que vem para festa de aniversário com a melhor roupa que possuía para mostrar que não precisava dos outros, trazendo seus três filhos, sendo duas adolescentes infantilizadas e um menino acovardado pela roupa nova, e o esposo não compareceu à festa porque não queria ter contato com os irmãos, mas mandou a família para manter os laços. Olária demonstrou insatisfação em estar na festa, usando as palavras tais como “vim para não deixar de vir” se sentou em uma cadeira e ficou de semblante cara fechada e seus filhos ao seu redor. 
Zilda, a dona da casa, preparou uma mesa com bolo açucarado e balões aparentemente uma festa infantil, com outras guloseimas e petiscos que não seriam ingeridos pela idosa, pois algumas limitações físicas restringem a alimentação e é necessária uma alimentação adaptada para satisfazer tanto a fome quanto a saúde. A aniversariante permaneceu sentada à frente da mesa o tempo todo e as pessoas que estavam presentes não havia nem notado a presença dela, não demonstraram atenção, verbalização adequada ou tentativa de interação. Anita só observava, como que sentada em frente a uma lareira, a movimentação da família das crianças, o cantar dos “parabéns” sem se manifestar, inclusive quem apagou a vela do bolo foi um bisneto.
Ao cortar o bolo, recebeu um pedaço, comeu e pensando entristecida para todas aquelas pessoas julgando não os amar, julgando como eram diferentes do que ela esperava, para ela todos eram carne do joelho e não do coração, apenas por Rodrigo, um neto, que tinha um sentimento diferente. A avaliação da sua trajetória não era satisfatória.
Com todos esses pensamentos de insatisfação, sobre como os filhos não são o que ela esperava, nem as noras os netos e as pessoas que escolheram ingressar na sua família, em um momento de explosão interna, Anita pediu um copo de vinho e foi muito ríspida com todos que tentaram dizer que isso faria mal, foi servida, mas nem consumiu, no entanto foi o único momento que foi vista ali. 
Depois de toda a festa, a bagunça das crianças as pessoas conversando, a noite chegou e as pessoas começaram a se despedir, não houve diálogo com aniversariante ou interação para que fizesse parte da própria festa. Por fim apenas pensava que um pedaço de bolo não poderia substituir o jantar, mas o que ela queria e pensava não foi questionado ou levado em consideração, continuava imobilizada apenas piscando os olhos de vez em quando.
Cordélia foi a única que olhou para aniversariante, tentando compreender o que aquele punho cerrado sobre a mesa queria dizer, na verdade e queria representar o quanto a vida é curta, as mazelas chegam e nos tornamos invisíveis.
E assim terminou a festa de aniversário, onde as pessoas compareceram apenas para cumprir um protocolo familiar, onde a aniversariante não foi realmente homenageada, não foi vista, não foi compreendida. E a aniversariante restavam pensamentos de desaprovação para com aquelas pessoas e por fim apenas pensava no jantar.
Segundo Charlotte Bühler o equilíbrio biológico e psicológico proporciona crescimento e o alcance das habilidades em cada fase de desenvolvimento, e os constantes progressos científicos e técnicos exigem grandes esforços para adaptação psíquica e social evitando a perda do domínio sobre a vida, resultando em inseguranças e angústias. (Bühler, 1980). 
Como trás o Conto, sobre um aniversariante idosa, na qual vive com sua única filha mulher e não se tem muito contato com os outros filhos. Que então para obter um sentimento de felicidade, alegria à sua mãe resolvem fazer uma festa de aniversário, com a concepção de que a festa planejada de forma em que eles veem ou acham que se encontra a mãe seria algo suficiente para suprir o contato, afeto que ela precisa. Assim pode se notar que infelizmente o sentimento que sua velhice vem causando a ela se mostrou superior a algo esperado pelos filhos. Erickson (1976), destaca que uma melhor qualidade de vida na velhice depende das boas vivências que o idoso obtêm durante o seu ciclo de vida, uma vez que o idoso se depara com essa impossibilidade o autor afirma que ele se vê em desespero o que traz ameaças a estrutura psíquica.
No momento de organizar a festa a essa senhora seria de suma importância perguntá-la o que ela pensava sobre o assunto e não somente fazer para comemorar o que os filhos queriam e não à idosa. De acordo com Goldfarb (1998), nas sociedades tradicionais o idoso era sim visto como sinônimo de sabedoria e detentor de valores ancestrais da cultura , podendo aconselhar os jovens e ter voz ativa dentro da sociedade,porém,com o passar dos séculos essa relação foi perdendo sua prioridade, resultando no isolamento do idoso dentro da sua família e dentro de uma sociedade que preza pelo individualismo e capitalismo ,fazendo com que o idoso perdesse esse lugar simbólico pelo fato de não ter uma função social definida, não sendo mais considerado como mão de obra ativa e principalmente econômica.
Com todo o contexto fica nítido a angústia e insegurança da dona Anitta ao perceber que por ela ser idosa não poderia estar inclusa até mesmo a sua família, uma vez que a mesma com seu olhar entristecido não consegue chamar atenção dos convidados, que o pedaço do bolo seria a sua refeição do dia e nada mais. A aprovação do Estatuto do idoso (2003), visa assegurar ao idoso direitos de inclusão, porém, muitas das vezes, esses direitos são omitidos inclusive pela própria família que subtraem do indivíduo o direito de interação social necessários para o bom envelhecimento que está diretamente ligado ao ambiente familiar. De fato, a parte psicológica se torna essencial para cuidar na velhice, porém a inclusão na sociedade, como respeito e carinho a essas pessoas e fazer sentir-se membro da sociedade inserida é algo de suma importância para sua qualidade de vida.
REFERÊNCIAS
ERIKSON E.H. Infância e sociedade, Rio de Janeiro: Zahar, 1976(2ª. Ed).
GOLDFARB, D.C. Corpo, tempo e envelhecimento. São Paulo: Casa do Psicólogo,1988.
Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, D.F:Secretaria Especial dos Direitos Humanos,2004.
Coutinho Areosa, Sílvia Virgínia; Henz, Letícia Fernanda; Lawisch, Daniela; Coutinho Areosa, Renata CUIDAR DE SI E DO OUTRO: ESTUDO SOBRE OS CUIDADORES DE IDOSOS Psicologia, Saúde e Doenças, vol. 15, núm. 2, 2014, pp. 482-494 Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde Lisboa, Portugal. Disponível e m https://www.redalyc.org/pdf/362/36231460012.pdf. Acesso em 07 out 2021

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