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Inserir Título Aqui Inserir Título Aqui Virtualização de Data Center Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Antonio Eduardo Marques da Silva Revisão Textual: Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao Tema • História da Virtualização • Simulação e Emulação • Virtualização de Servidores • Virtualização de Desktops • Ferramentas de Virtualização para Computadores • Virtualização da Microsoft • Orientações para Leitura Obrigatória Fonte: iStock/Getty Im ages Objetivos • Compreender as necessidades da utilização de virtualização de sistemas computacionais, conhecer os conceitos fundamentais e entender questões técnicas referentes à virtualização de servidores e de desktops que serão componentes da infraestrutura de Data Center. Caro Aluno(a)! Nesta unidade, abordaremos as necessidades da utilização de virtualização de sistemas computacionais, vamos conhecer os conceitos fundamentais e entender questões téc- nicas referentes à virtualização de servidores e de desktops que serão componentes da infraestrutura de Data Center. É muito importante que você leia atentamente as propostas elencadas no conteúdo, que assista às videoaulas, que interaja com seu tutor e outros colegas em nossa disciplina e que explore todo o potencial do nosso ambiente virtual de aprendizagem e dos conteúdos à sua disposição. Acesse o item material didático para encontrar o conteúdo, as atividades e videoaulas presentes na disciplina. Bons Estudos! Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops Introdução ao Tema Definição de Virtualização Para que possamos entender melhor o que é a virtualização de uma fora geral, primeiro temos que obter uma definição correta no ponto de vista de TIC – Tecnologia da Informa- ção e Comunicações. A virtualização tem como definição a frase “ter os atributos de algo sem compartilhar sua forma física’’. Exemplificando, a Virtualização é uma técnica que permite que uma aplicação de um sistema operacional (ou mesmo um sistema operacional inteiro) rode dentro de outro sistema e por esse motivo as técnicas de virtualização que va- mos apresentar nesse material estão relacionadas a entidades lógicas, ou seja, ao software dos componentes estudados e ou serviços disponibilizados. Fazer uma revisão e entender um pouco mais sobre a diferença entre hardware e software nos ajuda na compreensão das tecnologias abordadas a seguir. O hardware é qualquer tipo de equipamento físico de TIC, aquilo que se pode pegar, por exemplo: o monitor, o gabinete e o teclado do computador é todo o hardware desse dispositivo; em dispositivos usados em Data Center, servidores, equipamentos de rede, armazenadores (storages) e firewalls também são considerados hardware. O software é um código escrito para criar um programa, é a parte lógica do componente, aquilo que não se pode pegar. Esses programas são executados e rodam em computadores, servidores, celulares, tablets e hoje em dia na maioria dos dispositivos ligados em rede. Um exemplo de software é o pacote do Microsoft Office, que permite usar o Word, Excel, PowerPoint e Outlook, ou um Sistema Operacional como o Windows Server, Linux, UNIX ou Android. História da Virtualização As técnicas de virtualização são assuntos de grande destaque no mundo da tecnologia da informação e comunicações (TIC) e também em outro segmento de mercado, apesar de não ser exatamente uma novidade recentemente utilizada. Por exemplo, na época do Frame Relay já utilizávamos o termo circuito virtual (VC) usado em conexões de rede remotas para ligar dois sites distantes. Outra tecnologia não tão nova é a utilização da linguagem de programação Java, que cria uma máquina virtual para a execução de programas independentemente dos sistemas operacionais base. Nessa época, era muito comum que cada computador de grande porte (conhecidos como mainframes), na grande maioria de um único fabricante, tivesse seu próprio sistema operacional instalado, tornando-se uma das principais razões para o desenvolvimento de protocolos padrões e o aparecimento de máquinas virtuais, permitindo que software s le- gados pudessem ser executados dentro desses equipamentos, não havendo a necessidade de trocar o sistema operacional nativo. 6 7 Essa abordagem foi utilizada com sucesso pela linha de computadores mainframes da IBM família 370 e seus sucessores, pois oferecia uma máquina virtual, portada para várias de suas plataformas, sobre a qual as aplicações podiam ser executadas independentemen- te. Dessa forma era possível executar, ou migrar, uma aplicação de uma plataforma para outra desde que houvesse uma versão de máquina virtual compatível. Observando-se a perspectiva, uma máquina virtual nada mais era que uma camada de software instalada sob um sistema operacional, oferecendo um ambiente completo muito similar a uma máquina física, o que permitia que cada máquina virtual pudesse ter seu próprio sistema operacional, serviços computacionais, bibliotecas e aplicativos e pudesse ser executada e gerenciada individualmente. Com o surgimento do computador pessoal padrão IBM (IBM PC) na década de 70 e à medida que se tornaram mais comuns às pessoas o aparecimento de novas arquiteturas e a quantidade de novos sistemas operacionais que convergiram para algumas poucas famílias (Microsoft, Unix e Macintosh), cada uma com um foco de segmento de mercado, surgiu uma especialidade para cada SOR e arquitetura, por exemplo: os sistemas operacionais da Microsoft; o famoso Windows é mais usado para usuários comuns; os UNIX (que deram origem ao Linux), mais usado em ambientes para usuários mais avançados e recursos de serviços de rede (servidores); e os Macintosh, com foco em arquiteturas de alta performance para o desenvolvimento de aplicações de desenho e manipulação de imagens e voz (editoração de filmes e aplicações de desenho industrial). No entanto, o aumento do poder computacional dos atuais processadores, o desenvol- vimento de SORs mais robustos, a disseminação de sistemas distribuídos e o crescimento da Internet e das redes de computadores locais causaram, por várias razões, o ressurgi- mento da virtualização agora não somente aplicada em um mainframe, mas sim em vários segmentos da infraestrutura de TIC, como servidores, desktops, armazenadores e redes. Os primeiros sistemas operacionais foram criados para suprir as necessidades individu- ais dos computadores nele instalados e não foram criados para serem colocados em redes como conhecemos hoje em dia, ou seja, trabalhos eram realizados em um computador e quando fosse necessário copiar o resultado em outro, eram utilizados dispositivos de armazenamento móveis, como disquetes. Atualmente é muito difícil imaginar um sistema computacional que não esteja conectado em uma rede local metálica, ótica ou sem fio e que tenha conectividade com o mundo exterior, como no caso a Internet ou outro tipo de rede WAN dedicada. Na prática, essa conectividade em rede local faz com que os adminis- tradores de sistemas sejam responsáveis por gerenciar e administrar um conjunto grande e heterogêneo de servidores, cada um executando uma aplicação diferente, que podem ser acessadas por clientes também heterogêneos. Uma outra realidade verificada é que na grande maioria a carga de processamento de um servidor não utiliza e explora todo o potencial disponibilizado pelo processador e seu hardware, o que permite uma ociosidade dos recursos da máquina. Há um grande desperdício de ciclos de processamento e de in- vestimento, uma vez que o dispositivo não utiliza os recursos com plenitude. 7 UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops A virtualização surge como uma opção para contornar tais problemas, pois pode auxiliar trabalhos em um ambienteonde haja diversidade de plataformas de software (sistemas operacionais) sem ter um aumento no número de plataformas de hardware (máquinas físicas). Assim, cada aplicação pode ser executada em uma máquina virtual própria, possivelmente incluindo suas bibliotecas e seu sistema operacional individual- mente, que, por sua vez, executam em uma plataforma de hardware comum. Por esse motivo, a virtualização proporciona um alto grau de portabilidade, disponibilidade e flexibilidade, permitindo que várias aplicações computacionais, de sistemas operacionais diferentes, sejam realizadas em um mesmo hardware. Ao se executar múltiplas instâncias de máquinas virtuais em uma mesma máquina física, também se está proporcionando um uso eficiente de seu poder de processamento total, evitando possíveis desperdícios, o que até então era muito difícil de ser mensurado e solucionado. Essa técnica é conhecida como consolidação de servidores e é especialmente utilizada em ambientes de data center devido à heterogeneidade de plataformas inerentes ao próprio negócio. Além disso, em data centers, a diminuição de máquinas físicas implica a redução de custos de infraestrutura, como espaço físico, sistemas de alimentação de energia elétrica, uso de sistemas no-breaks, técnicas de cabeamento estruturado, refrigeração adequada (sistemas de ar-condicionado), suporte técnico, manutenção e operação de vários sistemas. Nos últimos anos, dada a importância e a gama de aplicações em que a virtualização pode ser empregada, houve um investimento muito grande nesta tecnologia por parte de fabricantes de processadores e no desenvolvimento de produtos de software , bem como a criação de empresas focadas no desenvolvimento de sistemas operacionais e aplicações de virtualização. Os processadores mais recentes da Intel e da AMD contam em seu projeto inicial com mecanismos e soluções de hardware especialmente destinados a dar suporte à virtualização e aplicações do tipo. Com tal crescimento e utilização de máquinas virtuais, surge quase que imediatamente a necessidade de conectá-las em rede. Todas as máquinas virtuais existentes provêm interfaces de redes virtuais idênticas às suas similares reais, isto é, possuem endereços físicos, como o endereço MAC utilizado em redes ethernet, e podem ser interligadas em equipamentos de interconexão de redes, como switches L2, switches L3 e roteadores. Tipicamente, isso é realizado colocando a interface de rede física em modo promíscuo e multiplexando seu uso entre as diferentes interfaces virtuais, como se fossem interfaces físicas independentes para a rede. Uma vez virtualizados os sistemas de computação, como servidores e desktops, um passo adiante é fornecer toda uma infraestrutura virtual da rede, criando processos e aplicações que emulam switches e roteadores, ou incluindo esse tipo de suporte na própria infraestrutura de virtualização e mais recentemente a utilização da virtualização em sistemas de armazenamento. E sem deixar de falar nos sistemas de comunicação que também podem ser virtualizados, como, por exemplo, a criação de circuitos virtuais, marcação de etiquetas para identificação de redes virtualizadas, criação de sub-interfaces baseadas em uma interface física e virtual, interfaces criadas em um dispositivo que possa permitir o roteamento de redes locais 8 9 virtuais. Um outro aspecto importante é em relação às mudanças de configuração dos ambientes, que no passado se tornaram uma atividade trabalhosa e cansativa para os profissionais de TIC e que agora, com os serviços virtualizados, permitem flexibilidade, facilidade de mudanças e rapidez nas configurações dos ambientes computacionais. Por esse motivo a virtualização é vista como uma tendência de consolidação de infraestrutura de TIC e o surgimento de novas tecnologias de serviços baseadas em plataformas abertas e de baixo custo, tornando-se a base de infraestrutura atual. Podemos então destacar dois componentes fundamentais na infraestrutura de TIC: o Data Center, que é o elemento que tem como função consolidar, processar e armazenar os dados de uma organização, e a Virtualização, que permite otimizar a infraestrutura de TIC à medida que se torna mais inteligente o uso de recursos computacionais. Virtualização de Máquinas A função principal do sistema operacional, como diz o nome, é controlar e gerenciar os diversos dispositivos que o compõem. A definição clássica para sistema operacional é a de uma camada de software colocada entre o hardware e as aplicações que executam tarefas para os usuários, com o objetivo de tornar a utilização do computador, ao mesmo tempo, uma forma mais eficiente e conveniente possível. Essa eficiência é obtida através da distri- buição de seus recursos (espaço em memória principal, processador, espaço em disco, etc.) entre diferentes programas. Cada programa dá a impressão de ser executado sozinho no computador, quando na realidade ele está compartilhando com os demais programas. Em essência, a virtualização consiste em estender ou substituir um recurso computa- cional, ou uma interface, de modo a imitar um comportamento físico, porém realizado de uma forma lógica. Ou seja, na base de um sistema computacional associado com um hardware é incluída uma camada de software , chamada de sistema operacional, que fornece a ilusão de uma máquina virtual, que por sua vez pode suportar uma aplicação que pode implementar uma nova máquina virtual que executa suas próprias funções. Isso pode ser melhor explicado com o exemplo de um computador rodando VMWARE e criada uma máquina virtual (VM) rodando Windows, que comporta uma aplicação de máquina virtual Java (JVM – Java Virtual Machine), que permite que aplicações Java sejam executadas. As implementações de máquinas virtuais podem ser feitas de dois modos, como segue: » Máquina Virtual de Processo: nesse modo é possível criar um programa de aplicação (API) que forneça um ambiente de execução para outras aplicações que rodem sobre ela. Esse ambiente possui um conjunto de instruções abstratas que são interpretadas para gerar instruções de máquinas sem privilégio, as chamadas de sistema e de bibliotecas, que correspondem a uma ação desejada. É o caso da máquina virtual Java (JVM – Java Virtual Machine), que pode executar seus programas facilmente, independentemente dos sistemas operacionais que as máquinas físicas suportam. 9 UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops » Monitor de Máquina Virtual: nesse modo se cria uma abordagem alternativa de fornecer uma camada de software entre o hardware e o sistema operacional, protegendo o acesso direto aos recursos físicos do dispositivo em questão. Essa camada oferece como interface a um novo sistema operacional um conjunto de instruções de máquina que podem ser utilizadas pelo mesmo processador físico. Um ponto importante é que essa interface deve estar disponível sempre que o com- putador estiver ligado, fornecendo simultaneamente e independentemente vários sistemas operacionais e programas em funcionamento na mesma plataforma. Esse modo é também conhecido como hypervisor, ou máquina virtual de sistema, como, por exemplo, a utilização do VMAWARE ou Oracle Virtual Box. Um ponto importante a lembrar é que um processo é uma entidade que existe apenas quando um programa está em execução, por esse motivo uma máquina virtual de processo só existe enquanto este estiver executando. No caso do monitor de máquina virtual, ele está presente desde que o computador esteja ligado. O processo ou sistema que é executado sobre uma máquina virtual é chamado de hóspede, enquanto o ambiente sobre o qual ele executa é chamado de hospedeiro. Virtualização Total e Para-Virtualização A implementação de máquinas virtuais de sistema ou monitores de máquinas virtuais (VMM) pode ser obtida através de duas técnicas: » Virtualização Total: esse tipo de técnica consiste em prover uma réplica (virtual) do hardware subjacentede tal forma que o sistema operacional e as aplicações possam ser executadas como se tivessem executando diretamente sobre o hardware original, tendo como vantagem principal que o sistema operacional hóspede não precisa ser modificado para executar sobre a VMM. A virtualização total permite que um sistema hóspede execute em uma VMM sem necessitar nenhuma alteração, porém teríamos três inconvenientes, que seriam: » Primeiro: dada a diversidade de dispositivos internos que compõem um computa- dor, é muito difícil implementar uma máquina virtual que imite o comportamento exato de cada tipo de dispositivo, causando uma subutilização de um recurso de hardware real. » Segundo: por não ser alterada, as instruções executadas pelo sistema hóspede devem ser testadas na máquina virtual para saber se elas são ou não sensíveis, o que representa um custo de processamento. » Terceiro: a implementação de máquina virtual com virtualização total deve con- tornar alguns problemas técnicos devido à forma que os sistemas operacionais são implementados. Por exemplo, um sistema operacional convencional imple- menta memória virtual através de paginação. 10 11 » Para-Virtualização: esse tipo tem como abordagem uma alternativa que surge como forma de contornar as desvantagens da virtualização total. Nesse caso o sistema hóspede é modificado para chamar a máquina virtual sempre que for executada uma instrução ou ação considerada sensível, tornando-se desnecessário o teste por instru- ção. Com a técnica de para-virtualização, o sistema hóspede precisa ser modificado para enxergar a máquina virtual, porém explora de maneira apropriada os recursos disponíveis pelo hardware real da máquina e apresenta um melhor desempenho que a virtualização total. Simulação e Emulação Quando iniciamos os estudos da virtualização, é muito importante definirmos dois con- ceitos muito aplicados e ditos nesse segmento de tecnologia: a Simulação e a Emulação. » Simulação: sob o ponto de vista de computação, é um sistema físico, ou abstrato, que pode ser descrito através de um modelo matemático que representa algumas características chaves para o entendimento, funcionamento ou comportamento. Baseando-se nessa informação, um simulador é um programa de computador que implementa um modelo sistemático que recebe parâmetros de entrada e saída e condições iniciais de contorno, servindo para auxiliar na predição e aná- lise de comportamento do sistema simulado. A simulação tem sido uma técnica bastante utilizada e de importância em várias áreas, como matemática, física, química, geociências, biologia, engenharia, dentre outras. Como exemplo dessa simulação, podemos indicar simuladores de voo, de pilotagem automobilística, de realidade virtual, dentre outros. » Emulação: sob o ponto de vista computacional, é definida como a capacidade de um programa de computador, ou de um dispositivo eletrônico, imitar outro pro- grama ou dispositivo. Neste caso, um emulador é um programa de computador que cria uma camada de software entre uma plataforma hóspede e a plataforma hospedeira a ser imitada. Dessa forma, ele tem a capacidade de execução dos mesmos programas do sistema original (hóspede) sobre outro sistema (hospe- deiro), reproduzindo os mesmos resultados para ambas entradas. Um exemplo dessa técnica seria a utilização, por exemplo, do GNS3, que é um software que emula o comportamento de dispositivos de rede, como roteadores, por exemplo, e nesse caso é possível a instalação de sistemas operacionais reais para possíveis atividades de teste e até mesmo atividades reais a serem implementadas em um sistema computacional. Da mesma forma, não existe uma definição consensual sobre o que é realmente virtualização. Para muitos, uma definição usualmente empregada é aquela que comenta que a virtualização é um framework ou uma metodologia proposta para dividir os recursos de um sistema computacional em múltiplos ambientes de execução e tecnologias, como particionamento de software ou hardware, tempo compartilhado, simulação completa ou parcial da máquina, emulação e qualidade de serviços, entre outros. 11 UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops Em resumo, a virtualização pode ser entendida como uma técnica que permite parti- cionar um único sistema computacional em vários outros sistemas totalmente separados logicamente (via software), sendo que cada um desses sistemas é capaz de oferecer um ambiente, denominado de máquina virtual (VM), que estende ou substitui uma interface existente de modo a imitar o comportamento de um outro sistema. Virtualização de Servidores De acordo com uma pesquisa realizada pela Network World, a virtualização de servi- dores é motivada, primariamente em melhor aproveitamento de recursos em ordem de importância, pelas seguintes razões: » aumentar a taxa de utilização de servidores; » reduzir os custos operacionais de datacenters; » melhorar os procedimentos de recuperação de desastres e de backup; » criar ambientes mais flexíveis para desenvolvimento e teste de software ; » reduzir custos de administração de TI. Atualmente, uma organização corporativa, por menor que seja, apresenta uma série de serviços Internet considerados essenciais, como servidores web, e-mail, etc. Muitas dessas organizações, por questões que variam desde investimentos à segurança, optaram por hos- pedar seus servidores em data centers. Porém, isso não invalida dois pontos importantes: » primeiro, o problema de manter servidores, que passa a ser dos data centers; » segundo, apesar de terceirizar alguns serviços Internet, é comum manter na rede lo- cal da organização alguns serviços como DHCP, impressão, autenticação, arquivos e aplicações relacionados com o negócio da empresa (por exemplo: software s de ERP, de aplicação). Fazendo-se uma análise geral em uma rede de médio e pequeno porte, os servidores, em sua grande maioria, são um pouco ultrapassados e intocáveis, pois esse perfil de empresa costuma ter recursos apertados para a aquisição de equipamentos de TIC e os serviços executados dentro dos servidores não excedem suas capacidades e por isso ficam mais tempo em operação, o que causa riscos inerentes a falhas de hardware, principal- mente em relação aos dispositivos de armazenamento como discos mecânicos (HDDs), os contratos de manutenção geralmente já perderam as validades e as peças de reposição simplesmente inexistem ou saíram de linha por estarem ultrapassadas. Nesse caso, é uma questão de tempo ocorrer um problema (grave) de indisponibilidade de serviços. Para situações como estas descritas, uma solução possível seria adquirir um único equipamento novo e instalar nele tantas máquinas virtuais quantos serviços forem necessários (e que o hardware suporte). É claro que se deve dimensionar a capacidade total de processamento desse novo servidor em relação à carga de serviços que ele receberá (deve-se dimensionar cada máquina virtual em relação aos recursos da máquina) e que eram instalados nas máquinas físicas ultrapassadas. 12 13 Virtualização de Desktops Inicialmente, a virtualização de desktops oferece uma forma mais simples para testar novas configurações ou executar programas que foram feitos para sistemas operacionais diferentes do nativo, comparada à virtualização de servidores. Dessa forma, um usuário que deseja testar um determinado software, ou abrir um programa que não foi desenvol- vido para o sistema operacional em uso, pode lançar mão desse recurso. Há uma série de ferramentas para o uso de virtualização em desktops; dentre elas, as que se mais se destacam são os produtos da VMmare e o Virtual PC, por serem de fácil instalação, en- tendimento e uso. Talvez a situação recém descrita não pareça um caso comum, mas há um tipo de usuário que pode se beneficiar de executar programas hóspedes em diferentes sistemas operacionais hospedeiros, como, por exemplo, projetistas e desenvolvedores de softwa- re.As máquinas virtuais permitem essa atividade de maneira bastante simples, o que é interessante em fases de desenvolvimento e depuração de software. Um outro ponto, vinculado à depuração de sistemas, é a facilidade que as máquinas virtuais têm de quan- do finalizadas registrar uma espécie de fotografia instantânea (snapshot) de seu estado atual. Isso permite que uma análise seja parada e retomada mais tarde a partir do mesmo ponto em que foi retirada essa fotografia. Em organizações de porte médio e pequeno, é comum o tempo de processamento dos desktops ser subutilizado, por exemplo: o horário comercial é de cerca de 9 horas diárias, ou seja, 45 horas por semana, mas uma semana tem um total de 168 horas (24x7), por- tanto a taxa de utilização dos equipamentos é de aproximadamente 27%. Uma forma de recuperar esse processamento é associar ao descanso de tela uma máquina virtual; dessa forma, quando o descanso de tela é ativado ele pode registrar uma máquina virtual em um servidor central e assim formar um cluster (agregado) de compu- tadores virtuais. Outra utilização interessante da virtualização de desktops é na montagem de labo- ratórios de treinamento e de ensino, como aqueles encontrados em universidades, pois para algumas disciplinas é necessário ter ambientes com diferentes sistemas operacio- nais para que os alunos possam praticar ferramentas ou até mesmo administrar os siste- mas. Apesar de ser possível, e comum, se configurar um PC compatível com múltiplos boots, essa solução nem sempre é a mais adequada. Primeiro, porque dependendo dos sistemas operacionais, questões práticas afetam a ordem de instalação e de configura- ção dos diversos sistemas. Segundo, e talvez mais importante, é comum haver cursos e treinamentos onde o participante necessita ter acessos administrativos. Nesses casos, mesmo mudando as senhas de administrador (root) a cada sessão, há a possibilidade de se corromper o sistema operacional e instalar rootkits, backdoors, sniffers de teclado e todo um conjunto de malwares, além de ser possível, por exemplo, montar a partição dedicada a um outro sistema operacional e provocar danos. 13 UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops As máquinas virtuais de processo são as mais indicadas para essas aplicações. O participante de uma disciplina pode usar um ambiente virtual para fazer todos os expe- rimentos e suas ações como administrador não afetam o sistema nativo. Ao finalizar o processo (máquina virtual), não há nenhum vestígio permanente do que foi feito. Um detalhe: havendo necessidade de preservar arquivos de uma aula a outra, as máquinas virtuais oferecem formas de comunicação através de serviços TCP/IP, como FTP, TFTP, Telnet, SCP e armazenamento (USB) ou disco móvel, que possibilitam a cópia e o salva- mento de arquivos facilmente e rapidamente. É importante lembrar-se de que as máquinas virtuais são imagens que são facilmente copiadas e instaladas, o que permite restaurar uma máquina para um sistema padrão de forma bastante simples e rápida. Para se ter uma ordem de grandeza, nos atuais PC, o tempo de inicialização de uma máquina virtual VMware, com um sistema hóspede Linux, em ambientes hospedeiros Microsoft Windows, é de cerca de 70 segundos, muitíssimo superior ao tempo de se formatar e instalar apenas um sistema operacional em uma máquina física. Ferramentas de Virtualização para Computadores A virtualização tem se tornado a grande revolução do segmento de TIC nesses últimos anos, basta ver o crescimento do volume de investimento das empresas desse mercado e crescimento das empresas que oferecem soluções de virtualização. Basicamente, existem soluções de virtualização de todos os tipos, em software livre, aplicações proprietárias e comerciais, integradas a sistemas operacionais de rede, etc. As ferramentas de virtualização mais utilizadas em servidores e desktops seriam: o VMware, o Xen, o KVM, o HyperV da Microsoft e o Virtual Box da Oracle, esse último mais usado em ambientes de desktop para execução de testes e laboratórios de estudo. » VMware é na realidade uma infraestrutura de virtualização completa com produtos abrangendo desde desktops, servidores a data centers organizados em três categorias: • gestão e automatização; • infraestrutura virtual; • virtualização de plataformas. Os produtos de virtualização de plataformas, ou seja, aqueles destinados a criar máquinas virtuais e com foco maior em nossos estudos, são compostos por oito produtos; são eles: » VMware ESX Server 3: é a base para a criação de datacenters virtuais. O ESX server é um hypervisor que virtualiza os recursos de hardware do tipo processador, memória, armazenamento e rede, permitindo que um servidor físico seja particio- nado em várias máquinas virtuais e que cada uma seja vista como uma máquina física em uma infraestrutura de rede convencional. 14 15 » VMware ESX Server 3i: possui as mesmas características e funcionalidades descri- tas para o ESX Server 3, sendo que a principal diferença é em relação à arquitetura interna e à forma como alguns procedimentos de gerenciamento são executados. » VMware Virtual SMP: permite que uma única máquina virtual empregue mais de um processador físico simultaneamente (na versão mais recente é possível empre- gar até quatro processadores físicos). » VMware VMFS: é um sistema de arquivos que permite que várias máquinas virtuais possam acessá-lo concorrentemente na rede, para leitura, escrita e um mesmo meio de armazenamento. » VMware Server: é a versão gratuita dos produtos ESX Server, seu principal ob- jetivo é permitir que usuários testem o produto antes de adquiri-lo. » VMware Workstation: é o ambiente que permite a criação de máquinas virtuais sobre o hypervisor, significando que é possível carregar um sistema operacional qualquer nessa máquina virtual e executar as suas aplicações. » VMware Fusion: é a solução VMware Workstation equivalente para o sistema operacional Apple MacOS. » VMware Player: é a versão gratuita do produto VMware Workstation, permitin- do que usuários testem o uso da virtualização. Nessa versão não é possível definir (criar) o sistema hóspede na máquina virtual a partir do zero. » XEN é uma implementação de monitor de máquina virtual (hypervisor ou VMM), em software livre, licenciado para GNU General Public Licence (GPL), para arquiteturas x86, que permite vários sistemas operacionais hóspedes serem exe- cutados em um mesmo sistema hospedeiro. Os domínios são as máquinas virtuais do XEN e são de dois tipos conhecidos; são eles: • domínio 0 ou privilegiada; • domínio U ou não-privilegiada. A função do hypervisor é controlar os recursos de comunicação, de memória e de processamento das máquinas virtuais, e não possui drivers de dispositivos. O hypervisor do XEN, baseando-se em suas características, não é capaz de suportar nenhum tipo de interação com sistemas hóspedes e por isso há a necessidade de que exista um sistema inicial para ser invocado pelo hypervisor. Esse sistema inicial é o domínio 0 e por este motivo as outras máquinas virtuais só podem ser executadas depois que ele for iniciado. Já as máquinas virtuais de domínio U são criadas, iniciadas e terminadas através do domínio 0, que é uma máquina virtual única e que executa um núcleo Linux. 15 UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops Virtualização da Microsoft A Microsoft oferece uma gama de produtos para poder oferecer soluções que sejam integradas e apropriadas à infraestrutura de TIC atual, basicamente: » Virtualização de Aplicações: também conhecida como SoftGrid, cujo objetivo é fornecer aplicações por demanda, permitindo que um desktop que não encontre uma aplicação disponível possa realizar automaticamente a busca, instalação e configuração da aplicação encontrada. » Virtualização de Apresentação: separa e isola as tarefas de tratamento gráfico (vi- sualização) e de I/O (entrada e saída),permitindo que uma determinada aplicação seja executada em uma máquina, mas utilize recursos gráficos e de I/O de outra. » Virtualização de Desktops (Virtual PC): permite a criação de máquinas virtuais em um sistema hospedeiro do sistema operacional Microsoft Windows, basica- mente destina-se àquelas aplicações onde é necessário executar software legado, criar ambientes de testes, treinamento, etc. » Virtualização de Servidores: é a solução que permite criar máquinas virtuais em ser- vidores. Nessas máquinas, questões ligadas à segurança, tolerância a falhas, confiabi- lidade, disponibilidade se tornam importantes. Portanto, a solução de virtualização de servidores, denominada de Hyper-V (ou viridian), foi projetada para endereçar esses requisitos e tem uma atenção especial nesse segmento de mercado. » Gerenciamento da Virtualização: ou System Center Virtual Machine Manager é um ambiente de gerenciamento e administração de contas que facilita as tarefas de monitoração e configuração do ambiente virtual. Orientações para Leitura Obrigatória Como material obrigatório, sugere-se o acesso on-line e leitura do Livro Virtu- alização, do autor Manoel Veras, Capítulo 1 (capítulo demonstração) e assitir oas vídeos de Fundamentos da Virtualização e Dica de Especialista – Virtualização. VERAS, Manoel. Virtualização: componente central do Datacenter. Capítulo 1 – Infraestutura de TI e virtualização. Disponível em: https://goo.gl/E5BrKH WMWARE BRASIL. Fundamentos da virtualização – Vmware. Disponível em: https://youtu.be/-9fcJ8KVeuw TEEVO. Dica de especialista – cloud computing. Disponível em: https://youtu.be/nyPlLsZ8_mk 16 https://goo.gl/E5BrKH https://youtu.be/-9fcJ8KVeuw https://youtu.be/nyPlLsZ8_mk 17 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Como material complementar, sugere-se o acesso on-line e leitura do Artigo de Virtualização e consolidação de servidores no data center, do autor Luciano Caciato, e assitir aos vídeos O que é e para que serve um data center, Conceitos sobre virtualização de desktops e Você sabe o que é e como funciona um data center? Vídeos O que é e para que serve um Data Center OLHAR DIGITAL. O que é e para que serve um data center. Disponível em: https://youtu.be/SWP4abyTiOM Conceitos sobre Virtualização de Desktops GRUPPEN SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS. Conceitos sobre virtualização de desktops. https://youtu.be/Sf_ewo8RQjM Você sabe o que é e como funiona um Data Center? CANALTECH. Você sabe o que é e como funiona um data center? https://youtu.be/jQx6wItPuSo Leitura Virtualização e consolidação dos Servidores do Data Center CACIATO, Luciano Eduardo. Virtualização e consolidação dos servidores do data center. https://goo.gl/b7OLR1 17 https://youtu.be/SWP4abyTiOM https://youtu.be/Sf_ewo8RQjM https://youtu.be/jQx6wItPuSo https://goo.gl/b7OLR1 UNIDADE Conceitos de Virtualização, Virtualização de Máquinas e de Desktops Referências ARREGOCES, Mauricio; PORTOLANI, Maurizio. Data center fundamental. 1ª ed. Indianopolis, EUA, Cisco Press, 2004. CARISSIMI, Alexandre. Capítulo 4 - Virtualização: da teoria a soluções. 26º Simpósio Brasileiro de Redes de Computadores e Sistemas Distribuídos. Livro texto dos minicursos. Disponível em: <http://docplayer.com.br/533812- Virtualizacao-da-teoria-a-solucoes.html>. Acesso em: 30 out. 2017. TORRES, Osmar Ribeiro. Proposta para disponibilização automatizada de infraestrutura de tecnologia da informação integrada com catálogo de serviços. Dissertação de mestrado em Engenharia. Faculdade de Tecnologia. Universidade de Brasília, abr. 2011. Disponível em: <http://docplayer.com. br/534730-Universidade-de-brasilia.html>. Acesso em: 30 out. 2017. VERAS, Manuel. Virtualização: componente central do data center. 1ª ed. Brasport: São Paulo, 2011. 18 http://docplayer.com.br/533812-Virtualizacao-da-teoria-a-solucoes.html http://docplayer.com.br/533812-Virtualizacao-da-teoria-a-solucoes.html http://docplayer.com.br/534730-Universidade-de-brasilia.html http://docplayer.com.br/534730-Universidade-de-brasilia.html _Hlk496646834 _Hlk496646663 _Hlk496646990 _Hlk496646881 _Hlk496647158 _Hlk496647466 _Hlk496647756 _Hlk496647995 _Hlk497129345 _Hlk496648280 _Hlk496648472 _GoBack _Hlk491122673
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