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Condutor Veiculo Emergencia_MOD II

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2 
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA 
SECRETARIA DE GESTÃO E ENSINO EM SEGURANÇA PÚBLICA 
DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA 
 
COORDENAÇÃO-GERAL DE ENSINO 
COORDENAÇÃO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
 
CONTEUDISTAS 
Ricardo de Oliveira Betat 
Gelson Luis Garcia 
Wilmen Vieira 
João Moreira Lobo 
 
REFORMULADOR 
Daniel Pinheiro Spinelli 
 
CÂMARA TÉCNICA/REVISORES 
Thiago César Fagundes Santos 
Viviane Oliveira Rodrigues 
 
REVISÃO PEDAGÓGICA 
Gizele Ferreira dos Santos Siste 
 
SETOR DE CRIAÇÃO E DESENVOLVIMENTO 
 
PROGRAMAÇÃO E EDIÇÃO 
Lúcio André Amorim 
Renato Antunes dos Santos 
 
DESIGNER 
Ozandia Castilho Martins 
Fagner Fernandes Douetts 
Renato Antunes dos Santos 
 
DESIGNER INSTRUCIONAL 
Wagner Henrique Varela da Silva 
 
 
 
 
3 
Sumário 
Apresentação do Curso ............................................................................................... 8 
Objetivos do Curso .................................................................................................... 12 
Estrutura do Curso .................................................................................................... 12 
Módulo I - LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO .................................................................. 15 
Apresentação do módulo ....................................................................................... 15 
Objetivos do módulo .............................................................................................. 15 
Estrutura do módulo .............................................................................................. 16 
Aula 1 - Categoria de habilitação e relação com veículos conduzidos .................. 17 
1.1 Compreendendo as categorias .................................................................... 21 
Aula 2 - Documentação exigida para condutor e veículo; Sinalização Viária ........ 45 
2.1 Documentos exigidos para o veículo............................................................ 46 
2.2 Documentação do condutor ......................................................................... 51 
2.3 Sinalização Viária ......................................................................................... 54 
AULA 3 — Infrações, crimes de trânsito e penalidades ............................................ 60 
3.1 Infrações ...................................................................................................... 61 
3.2 Penalidades ................................................................................................. 65 
3.3 Crimes de Trânsito ....................................................................................... 70 
AULA 4 — Regras gerais de estacionamento, parada e circulação .......................... 79 
4.1 Estudo de Caso ............................................................................................ 80 
4.2 Estacionamento e Parada ............................................................................ 81 
4.3 Circulação .................................................................................................... 84 
4.4 Principais normas de circulação e conduta, referentes à condução de veículos 
de emergência ................................................................................................... 86 
AULA 5 — Legislação Específica e responsabilidades do condutor de veículo de 
emergência. ........................................................................................................... 92 
5.1 Estudo de Caso ............................................................................................ 92 
 
 
 
4 
5.2 Veículos de Emergência .............................................................................. 94 
5.3 Legislação específica para veículos de emergência .................................... 95 
Finalizando ............................................................................................................ 99 
Módulo II - DIREÇÃO DEFENSIVA ......................................................................... 100 
Apresentação do módulo ..................................................................................... 100 
Objetivos do módulo ............................................................................................ 100 
Estrutura do módulo ............................................................................................ 101 
Aula 1 - Direção defensiva: mais que um conceito, um ato de cidadania ............ 102 
1.1 Dados e informações sobre o trânsito ........................................................ 104 
1.2 Definindo Direção Defensiva ...................................................................... 110 
1.3 A importância do comportamento seguro na condução de veículos 
especializados .................................................................................................. 111 
AULA 2 — Condições adversas: como reduzir os riscos ..................................... 118 
2.1 Tipos de condições adversas ..................................................................... 119 
AULA 3 — Comportamento seguro na condução de veículos de emergência .... 135 
3.1. Definindo acidente de trânsito ................................................................... 135 
3.2 Acidente evitável ou não evitável ............................................................... 136 
3.3 A importância de ver e ser visto ................................................................. 137 
3.4 A importância do comportamento seguro na condução de veículos 
especializados .................................................................................................. 140 
3.5 Comportamento seguro e comportamento de risco — diferença que pode 
poupar vidas. .................................................................................................... 142 
3.6 Como ultrapassar e ser ultrapassado......................................................... 144 
3.7 Principais causas de acidentes de trânsito ................................................ 149 
3.8 Como evitar acidentes com outros veículos — Tipos de acidentes e como 
evitá-los ............................................................................................................ 149 
3.9 O acidente de difícil identificação da causa (Colisão Misteriosa): .............. 153 
 
 
 
5 
3.10 Como evitar acidentes com pedestres e outros integrantes do trânsito 
(motociclistas, ciclistas, carroceiros, esqueitistas) ........................................... 156 
Finalizando .......................................................................................................... 167 
MÓDULO III — NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS, RESPEITO AO MEIO 
AMBIENTE E CONVÍVIO SOCIAL .......................................................................... 169 
Apresentação do módulo ..................................................................................... 169 
Objetivos do módulo ............................................................................................ 170 
Estrutura do módulo ............................................................................................ 171 
AULA 1 - Primeiras providências ......................................................................... 172 
1.1 Gerenciamento de risco: primeiras ações .................................................. 172 
AULA 2 — Cinemática do Trauma ....................................................................... 184 
2.1 Colisão frontal ............................................................................................ 185 
2.2 Colisão traseira .......................................................................................... 186 
2.3 Colisão transversal ..................................................................................... 187 
2.4 Capotamento ..............................................................................................188 
AULA 3 — ؙVerificação das condições gerais da vítima de acidente ou do enfermo
 ............................................................................................................................. 189 
3.1 EPI Básico para socorro às vítimas............................................................ 189 
3.2 ABC da vida para Suporte Básico de Vida (SBV) — Exame Primário ....... 194 
3.3 Controle da cervical.................................................................................... 202 
AULA 4 — Controle de hemorragias ................................................................... 203 
4.1 Hemorragias externas ................................................................................ 204 
4.2 Choque ....................................................................................................... 208 
4.3 Cuidados com a vítima ou enfermo (o que não fazer)................................ 210 
AULA 05 — Respeito ao Meio Ambiente ............................................................. 211 
5.1 O veículo como agente poluidor do meio ambiente ................................... 212 
5.2 Regulamentação do CONAMA sobre poluição ambiental causada por veículos
 ......................................................................................................................... 214 
 
 
 
6 
5.3 Manutenção preventiva do veículo para preservação do meio ambiente:.. 219 
5.4 Infrações e crimes que têm relação com a poluição .................................. 220 
AULA 06 — Noções de convívio social ............................................................... 222 
6.1 O indivíduo, o grupo e a sociedade ............................................................ 223 
6.2 Relacionamento interpessoal ..................................................................... 225 
6.3 O indivíduo como cidadão .......................................................................... 227 
6.4 A responsabilidade civil e criminal do condutor e o CTB ............................ 228 
Finalizando .......................................................................................................... 229 
MÓDULO IV — RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ......................................... 231 
Apresentação do módulo ..................................................................................... 231 
Objetivos do módulo ............................................................................................ 232 
Estrutura do módulo ............................................................................................ 232 
AULA 1 — Aspectos de comportamento e de segurança na condução de veículos 
de emergência ..................................................................................................... 233 
1.1 O impacto da qualidade das relações interpessoais no ambiente de trabalho 
do profissional de segurança pública ............................................................... 233 
1.2 Comportamento preventivo versus comportamento de risco ..................... 237 
1.3 Urgência ..................................................................................................... 239 
1.4 Equilíbrio emocional ................................................................................... 241 
1.5 Síndrome de Burnout ................................................................................. 243 
1.6 Agressividade e insegurança no trânsito .................................................... 247 
1.7 Fatores relacionados à agressividade ........................................................ 248 
AULA 2 — Comportamento solidário no trânsito ................................................. 252 
2.1 Convivência ................................................................................................ 253 
2.2 Por que conviver? ...................................................................................... 258 
AULA 3 — O condutor e os demais atores do processo de circulação ............... 260 
3.1 Tolerância .................................................................................................. 263 
3.2 Intolerância ................................................................................................. 264 
 
 
 
7 
AULA 4 — As Normas de segurança no trânsito e os agentes de fiscalização de 
trânsito ................................................................................................................. 266 
4.1 Respeito aos outros ................................................................................... 266 
4.2 Respeito às normas estabelecidas para segurança no trânsito ................. 269 
4.3 Papel dos Agentes de Fiscalização de Trânsito ......................................... 271 
AULA 5 — Atendimento aos usuários ................................................................. 273 
5.1 Características dos usuários de veículos de emergência .......................... 273 
5.2 Expectativas dos usuários .......................................................................... 275 
5.3 Atendimento às diferenças e especificidades dos usuários (pessoas com 
necessidades especiais, pessoas de determinadas faixas etárias/de outras 
condições) ........................................................................................................ 276 
5.4 Trauma ....................................................................................................... 278 
5.5 Cuidados especiais e atenção que devem ser dispensados aos passageiros 
e aos outros atores do trânsito, na condução de veículos de emergência ....... 279 
Finalizando .......................................................................................................... 280 
Referências Bibliográficas ....................................................................................... 282 
 
 
 
 
 
8 
Apresentação do Curso 
 
Caro(a) aluno(a), 
 
Olá! 
Seja bem-vindo(a) ao curso de Condutores de Veículos de Emergência (CVE)! 
Nós, da Rede EaD-Segen, estamos muito felizes em poder disponibilizar esta 
capacitação para os profissionais que integram o Sistema Único de Segurança Pública 
(Susp). 
De antemão, pedimos licença para adotar um tom mais informal ao longo do 
curso; isso porque pretendemos tornar a sua experiência de aprendizagem mais leve 
e dinâmica, dessa forma você poderá ter um contato mais próximo com as lições e 
com as experiências compartilhadas pelos conteudistas. Trata-se de um material 
especialmente pensado para você, agente do Susp que conduz viaturas em geral, 
unidades de resgate e de atendimento, que presta serviços de urgência e emergência 
que se preocupa com seu bem-estar e com o de terceiros. Além disso, o curso é uma 
exigência legal prevista no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), mas você já se 
perguntou qual a importância desse curso? 
Saiba que não se trata de mera formalidade. É uma estratégia, na verdade, 
que busca reduzir a violência e as fatalidades registradas no trânsito. Assim sendo, a 
lei considera essencial preparar o condutor para o adequado exercício da atividade 
profissional. 
O treinamento e a constante capacitação dos agentes por meio de cursos 
especializados são importantes medidas de segurança para si e para terceiros. 
O trânsito de viaturas, ambulâncias ou unidades de resgate, por exemplo, 
possuem prerrogativas que outros veículos não detêm. As excepcionalidades, 
portanto, demandaram tratamento especial pelo legislador. 
 
 
 
9 
Haja vista a natureza emergencial dos serviços, o atendimento ao cidadão 
deverá se dar num curto espaço de tempo, e a demora em responder alguns pedidos 
de ajuda pode resultar na continuação da vida ou na morte de alguém. 
O CTB, ciente dessa necessidade, conferiu algumas prerrogativas para o 
trânsito e para a circulação desses veículos. 
No atendimento de emergências, o legislador definiu que algumas normas nãosão aplicáveis aos seus condutores. Trata-se, portanto, de uma previsão que deve 
obedecer a condicionalidades específicas e que devem ser analisadas pelo condutor, 
quase sempre em situações de estresse, sob forte emoção. 
Determinar a velocidade, a escolha da faixa, a mudança na direção ou a 
parada repentina de um veículo de emergência deve ocorrer, na maioria das vezes, 
em frações de segundos. Trata-se de decisão técnica que requer perícia e treinamento 
do condutor, sempre em busca da segurança pessoal e de terceiros. 
Você deve ter percebido, a essa altura, que a condução desses veículos 
envolve grandes responsabilidades e a atividade, portanto, exige a aprovação em 
curso especializado. Nesse sentido, a característica principal da especialização é a 
qualificação prévia para seu exercício. Esse é um assunto que não costuma pautar as 
discussões em quartéis ou delegacias, por exemplo. Isso se deve, em grande parte, 
por conta da própria natureza da função desempenhada, na qual dirigir assume um 
status de tamanha normalidade que se incorpora à rotina do operador de segurança. 
Dirigir se torna mecânico e deixa de contar com a atenção necessária do motorista. 
A situação é diferente, porém, quando um colega, ou até mesmo você, 
envolve-se em um acidente. A partir daí, o tema toma conta das unidades de trabalho 
e, muitas vezes, da própria vida do agente. Então, o que se vê em seguida é uma 
sucessão de fatos que prejudicam o relacionamento pessoal e profissional e a saúde 
dos envolvidos. 
Procedimentos administrativos são abertos e, algumas vezes, ações civis e 
criminais acontecem paralelamente. Ocorrem licenças médicas, desgaste físico e 
mental, afastamentos para o comparecimento em oitivas e em tratamentos médicos. 
 
 
 
10 
Nesse momento, aparecem as perguntas: o que poderia ter sido feito? Como evitar 
novos casos? 
Atualmente, o Brasil sofre com um tipo de violência diferente daquela 
abordada nas páginas policiais dos jornais, uma violência distinta daquela 
comumente combatida pela segurança pública. Trata-se da violência no trânsito. 
Acidentes no trânsito são a terceira maior causa de mortes no mundo (ficando 
atrás apenas das doenças cardíacas e do câncer), e o número de óbitos decorrentes 
da violência pública no Brasil praticamente se iguala àquele registrado devido a 
acidentes de trânsito, conforme levantamento feito pelo Observatório Nacional de 
Segurança Viária. 
Dessa forma, como sugestão, solicitamos que se dedique efetivamente à 
leitura e siga com seus estudos em um ambiente tranquilo e de fácil concentração. 
Afaste-se das distrações das redes sociais e, o mais importante: aproveite as aulas 
de cabeça aberta, sem resistências desnecessárias, pois, ao disponibilizarmos o 
ensino para o público adulto é notório que o interesse e autonomia são fundamentais 
para o aprendizado. 
Da nossa parte, buscamos a descontração e a apresentação de um conteúdo 
personalizado, para atender o dia a dia do agente da segurança pública com base na 
educação a distância, que permite uma melhor organização pelo aluno do tempo e do 
local para sua realização. Tudo isso para que você possa despertar a curiosidade, 
conservar o interesse e se identificar com o material apresentado. 
Registramos que essa capacitação é destinada aos agentes do Susp que 
nunca tenham realizado o curso de Condutores de Veículos de Emergência (CVE). 
Seja pela própria Rede EaD (no antigo ambiente) ou por outro meio (presencial ou a 
distância). 
A validade do curso é de cinco anos, após esse período, o profissional deverá 
passar por um processo de atualização frequentando o curso: Atualização de 
Condutores de Veículos de Emergência (ACVE). 
Alguns esclarecimentos sobre o curso: 
 
 
 
11 
Ele possui 60 horas, é exclusivo para agentes que integram o Susp e 
encontra-se dividido em 4 (quatro) módulos. 
Observe que para o efetivo aproveitamento da capacitação é necessário que 
o discente esteja com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida em qualquer 
categoria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Objetivos do Curso 
 
 Proporcionar ao condutor que atua no Sistema Único de Segurança Pública 
condições para atuar de forma consciente, ética e legal na direção de veículos 
de emergência; 
 Destacar a importância de agir de forma adequada e correta no caso de 
eventualidades, preparando-o para adoção de iniciativas responsáveis no 
trânsito; 
 Capacitar agentes para o relacionamento harmonioso com os demais 
componentes do sistema viário, tais como pedestres e outros condutores; e 
 Oferecer segurança no trânsito, além de conhecer, observar e aplicar 
disposições contidas no CTB, na legislação de trânsito e legislação específica 
sobre o transporte especializado de veículos de emergências. 
 
Estrutura do Curso 
Este curso compreende os seguintes módulos: 
 
Módulo 1 - Legislação de Trânsito (15 horas-aula). 
Módulo 2 - Direção Defensiva (15 horas-aula). 
Módulo 3 - Noções de Primeiros Socorros, Respeito ao Meio Ambiente e Convívio 
Social (15 horas-aula). 
Módulo 4 - Relacionamento Interpessoal (15 horas-aula). 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Mensagem do Reformulador 
 
 Ouça o ÁUDIO 1 
 
Caro Colega, 
Desculpe-me pela intimidade, mas é que ser da segurança pública e ter a 
oportunidade de desenvolver um conteúdo voltado para esse segmento torna a 
atividade especial. Na realidade, somos colegas de trabalho, pessoas que lidam com 
as mesmas situações e isso fica evidente durante a leitura do material. 
Não quer dizer que alguém de fora do ramo da segurança pública não 
pudesse ter atuado como conteudista de um curso como este; está cheio de bons 
profissionais nas universidades, nas empresas e no setor público. Mas o olhar interno, 
de quem vivencia o dia a dia da profissão, agrega um tipo de conhecimento da 
realidade que aqueles profissionais citados anteriormente não têm. Nosso trabalho 
possui particularidades, excelências e, também, as suas dificuldades. 
Mas, seja você um agente da segurança pública experiente, com muitos anos 
de bons serviços prestados à sociedade, seja você um novato na atividade, é possível 
imaginar que tenha tido o pensamento: este curso não passa de uma besteira! 
Como um curso online vai me ensinar a conduzir uma viatura policial ou uma 
ambulância? Isso deve ser coisa de algum teórico que não tem o que fazer! 
(Sejamos sinceros, a maioria, nesta altura do curso está pensando isso – EU estava 
pensando assim quando fiz o curso pela primeira vez!) 
Então, vamos a alguns esclarecimentos e combinados: o primeiro deles é: 
este curso NÃO VAI ensinar você a dirigir! Muito menos ensinar a dirigir um veículo 
de emergência! E nem é a finalidade dele fazer isso, até porque este é um curso 
teórico. Na verdade, um dos pressupostos deste curso é que você JÁ SABE DIRIGIR! 
A ideia aqui é fornecer dicas para que você possa ser um motorista mais prudente; 
informações para que você conheça um mínimo de legislação para desempenhar bem 
 
 
 
14 
sua função (e não se meter em problemas); e, finalmente, algumas técnicas que 
podem salvar a SUA vida, a vida de seus colegas de profissão e, inclusive, a vida de 
seus familiares. Nosso objetivo é ajudar você a cumprir a sua missão, finalizando seu 
plantão ou turno de serviço são e salvo e sem broncas a responder! Parece bom para 
você? 
O segundo esclarecimento é que, sim, este curso é uma exigência legal para 
a nossa profissão, prevista no art. 145, inciso IV, da Lei n. 9.503/1997, mais conhecida 
como Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Se vocês forem olhar esse inciso, verão 
que ele fala de dois cursos: do “curso especializado” e do “curso de prática veicular 
em situação de risco”. No caso, este que você está cursando é o “curso especializado”, 
que é teórico. O detalhe é que este é oferecido, lá fora (na modalidade presencial ou 
a distância), por um valorde algumas centenas de reais. Aqui, a Secretaria de Gestão 
e Ensino em Segurança Pública (Segen) está oferecendo a você gratuitamente, 
pensando na sua capacitação! 
Já o curso de prática veicular em situação de risco, apesar de ainda carecer 
de uma regulamentação nacional, está sendo oferecido por algumas instituições, 
como a Polícia Rodoviária Federal ou as Polícias Militares, com nomes como 
“Condução Veicular Policial” ou “Condução Policial”. 
O conhecimento dos dois cursos (prático e teórico) se completa. Se você tiver 
oportunidade, faça o outro curso: você não vai se arrepender! 
E agora, o combinado: pare de torcer o nariz e abra a sua mente! Todos 
podemos aprender e crescer profissionalmente, se quisermos. Se você enxergar o 
curso como uma obrigação ou como uma formalidade, seu desempenho será 
prejudicado. Mas, se você vier com o espírito disposto a aprender, vai ver que aqui 
tem muita coisa boa e que são aplicáveis ao SEU trabalho, ao nosso trabalho! 
 
Por fim, desejamos a você um excelente curso! Certamente, você vai 
adquirir conhecimentos úteis para a sua profissão e para a sua vida! Vocês 
merecem o melhor, pois são os guerreiros e guerreiras que zelam e protegem 
o nosso Brasil! 
 
 
 
100 
Módulo II - DIREÇÃO DEFENSIVA 
 
Apresentação do módulo 
Caro profissional de segurança pública, conforme você estudou no módulo 
anterior, a legislação de trânsito brasileira regulamenta aspectos importantes para a 
circulação de veículos de emergência, sendo ressaltado que a correta observância às 
regras de circulação e de conduta, mesmo que em situação diferenciada, é 
preponderante para reduzir os riscos de acidentes de trânsito. 
Com os conhecimentos adquiridos, principalmente em relação aos agentes 
públicos em serviço, você pode refletir sobre as graves consequências às quais a 
condução agressiva pode levar, como ao cometimento de infrações ou até mesmo de 
crimes de trânsito. 
Neste módulo, você terá acesso a dados estatísticos que apresentam um 
cenário de guerra nas cidades e rodovias brasileiras. A partir do estudo dessas 
informações, você será capaz de fazer uma análise mais consciente de seu papel 
neste contexto. A partir do conhecimento dos riscos das condições adversas, das 
técnicas de condução segura e da dinâmica dos acidentes rodoviários, você 
acrescentará à sua vivência ferramentas e atitudes importantes para evitar acidentes 
de trânsito, em uma convivência mais harmoniosa, com foco no respeito e na 
preservação da vida humana. 
Pronto para começar? 
 
Objetivos do módulo 
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de: 
• Analisar dados e informações sobre o atual cenário do trânsito brasileiro e 
sobre a atuação dos agentes de segurança pública nesse contexto; 
• Reconhecer a importância da direção defensiva na condução de veículos de 
emergência, para evitar o envolvimento em acidentes; 
 
 
 
101 
• Diferenciar procedimentos de comportamento seguro em relação às ações 
de comportamento de risco na condução de veículos de emergência; 
• Identificar os principais sinais de alteração física e mental do condutor sob o 
efeito de bebida alcoólica e de substâncias psicoativas; 
• Listar os procedimentos para uma ultrapassagem segura; e 
• Compreender os principais fatores de acidentes de difícil identificação da 
causa. 
 
 
Estrutura do módulo 
Este módulo compreende as seguintes aulas: 
Aula 1 — Direção defensiva: mais que um conceito, um ato de cidadania; 
Aula 2 — Condições adversas: como reduzir os riscos; e 
Aula 3 — Comportamento seguro na condução de veículos de emergência. 
 
 
 
 
 
102 
Aula 1 - Direção defensiva: mais que um conceito, um 
ato de cidadania 
 
Introdução 
 
 O Brasil é um país de dimensões continentais. Para conectar as diversas 
regiões de nossa nação e para realizar o transporte de passageiros e de cargas entre 
elas, o país optou por priorizar o modal de transporte rodoviário. 
Mas nem sempre foi assim, até a segunda década do século XX o modal 
ferroviário havia sido a opção de transporte predominante. Esse paradigma começou 
a ser alterado a partir do governo do presidente Washington Luís (1926 - 1930). Ele 
acreditava que as rodovias seriam o meio pelo qual se conseguiria realizar o 
desenvolvimento nacional e se tornou conhecido pelo lema: “Governar é Abrir 
Estradas”, sendo, por este motivo, apelidado como o “Estradeiro”. Em seu governo, 
foi pavimentada a primeira rodovia brasileira, a rodovia Rio-Petrópolis (atual BR 040). 
 
 
Figura 41: Washington Luís 
Fonte: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Washington_Lu%C3%ADs#/media/Ficheiro:Washington_Lu%C3%ADs_(fo
to).jpg. 
 
 
 
103 
A partir de então, e progressivamente, os governos brasileiros foram ampliando 
o alcance e escopo de importância do modal rodoviário, contribuindo para sua 
consolidação enquanto modal predominante. Dentre os governos com atuação 
destacada neste sentido, temos o governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-
1961), que dentre outras medidas, consolidou a indústria automobilística no Brasil, 
com a criação do GEIA (Grupo Executivo da Indústria Automobilística). 
 
 
Figura 42: Juscelino Kubitschek 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Juscelino_Kubitschek#/media/Ficheiro:Juscelino.jpg. 
 
Dentre os motivos que levaram à consolidação do modal rodoviário no Brasil, 
podemos optar, dentre outros, os seguintes: 
Em primeiro lugar 
Havia o propósito de integrar as mais diversas regiões brasileiras, 
principalmente para efetivar a transferência da nova capital que estava sendo 
construída, Brasília, para o centro do nosso território. Por esse motivo, logo após a 
implantação de Brasília, foram implantadas importantes rodovias como a Belém - 
Brasília, Brasília - Rio Branco e Cuiabá - Porto Velho, para incrementar as relações 
comerciais das regiões Centro-Oeste e Norte. 
 
 
 
104 
Em segundo lugar 
A opção pelo modal rodoviário levou em consideração aspectos de natureza 
política e econômica. A expansão da malha rodoviária possibilitou a atração de 
grandes empresas automotivas internacionais. E, conforme os teóricos da economia, 
em especial aqueles que defendem a Teoria dos Pólos Econômicos, a participação 
de certas indústrias, como a automobilística, tem um efeito de escala, pois atrai 
empresas vinculadas ao ramo central. Ou seja, para viabilizar a indústria automotiva, 
precisam ser criadas empresas de autopeças, fabricantes de pneus, vidros 
automotivos, lubrificantes etc., sem falar no desenvolvimento da indústria petrolífera 
e, inclusive, do setor de serviços (concessionárias, oficinas mecânicas, empresas 
seguradoras etc.). Assim, em nome dessa estratégia de atração de capitais e de 
geração de empregos, as ferrovias, que, até então, concentravam o transporte de 
cargas e de passageiros, foram abandonadas e negligenciadas para facilitar o tráfego 
rodoviário. 
 
1.1 Dados e informações sobre o trânsito 
Conforme dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), compilados 
por meio do Anuário CNT do Transporte 2020, o Brasil possui, atualmente, mais de 
1,7 milhões de km de rodovias, somando as federais, estaduais e municipais, embora 
a maioria ainda não seja pavimentada: 
 
Figura 43: Evolução da malha rodoviária por ano segundo o tipo de jurisdição - 2001 – 2019 
Fonte: https://anuariodotransporte.cnt.org.br/2020/Rodoviario/1-3-1-1-1-/Malha-
rodovi%C3%A1ria-total 
 
 
 
105 
Segundo os dados da CNT, no ano de 2020, a malha rodoviária federal do 
Brasil possuía uma extensão total de 73.181,6 km, dos quais 64.022,4 km são 
rodovias (vias rurais pavimentadas) e 9.159,2 km são estradas (vias rurais não 
pavimentadas), desse total apenas 47.438,6 km são de vias planejadas. Minas Gerais 
concentra 12,6% de toda a extensão pavimentada, seguido da Bahia, com 9,9%. 
De acordo com dados oficiais do Ministério da Infraestrutura (MINFRA), entre 
os diversos modais de transporte, o rodoviário ocupa posiçãode destaque no país, 
tendo respondido por cerca de 65% do volume do transporte de carga em 2015. 
Evidentemente, a opção que a nossa nação fez — priorizar o transporte de 
cargas e de passageiros por meio do modal rodoviário — tem seus ônus e seus bônus. 
Vejamos agora um pouco mais sobre as consequências dessa escolha. 
Conforme os dados do Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN), em 
janeiro de 2021, o Brasil possuía uma frota circulante de mais de 108,2 milhões de 
veículos, entre caminhões, ônibus, automóveis, motocicletas etc. Infelizmente, a 
estrutura viária urbana e rural disponível não acompanhou o crescimento vertiginoso 
da frota: um aumento de mais de 50% nos últimos dez anos, a despeito da redução 
da taxa de crescimento da frota a partir da crise econômica de 2016. 
 
Figura 44: Tabela do Crescimento da Frota Brasileira 
Fonte: do conteudista, com base em dados encontrados em: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-
br/assuntos/transito/conteudo-denatran/estatisticas-frota-de-veiculos-denatran. 
 
 
 
 
106 
 
Essa expansão tem gerado sérios problemas para a circulação viária, 
principalmente nas áreas urbanas. A disputa por espaço e o desrespeito às regras de 
circulação e de conduta, aliados ao estresse dos motoristas, têm acarretado muitos 
conflitos e graves acidentes. 
Na verdade, o crescimento desenfreado das mortes e de feridos em acidentes 
de trânsito não é uma situação que é exclusiva do Brasil, mas um problema que ocorre 
em escala mundial, em especial nos países pobres e nos países em desenvolvimento. 
Observando o gráfico a seguir, você terá uma ideia clara do quanto é expressivo esse 
fenômeno. Uma guerra é travada diariamente, numa escala planetária, com milhares 
de mortos por ano. 
 
 
Figura 45: Dados de morte de trânsito por ano, segundo a OMS 
Fonte: GLOBAL STATUS REPORT ON ROAD SAFETY (2018); SCD/EaD/Segen. 
 
 
Os acidentes de trânsito são, atualmente, a principal causa de mortes para 
crianças a partir dos cinco anos de idade, e para adolescentes e jovens adultos (até 
os 29 anos de idade). 
Conforme dados de uma pesquisa anterior, realizada pela OMS em 2013, em 
números absolutos, o Brasil está no quarto lugar do ranking de países com maior 
quantidade de mortes ocasionadas por acidentes de trânsito. Veja a tabela a seguir: 
 
 
 
 
107 
 
 
Figura 46: Mortes no trânsito - 2013 
Fonte: do conteudista com dados do GLOBAL STATUS REPORT ON ROAD SAFETY (2013). 
 
 
 
IMPORTANTE! 
Em 2015, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada 
(Ipea), realizou, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal 
(PRF), o estudo “Custos dos acidentes de trânsito no Brasil: 
estimativa simplificada com base na atualização das pesquisas 
do IPEA sobre custos de acidentes nos aglomerados urbanos e 
rodovias”. Este estudo estimou o custo anual com acidentes de 
trânsito no Brasil em, no mínimo, R$ 47 bilhões (utilizando 
números conservadores; com números “pessimistas” o custo 
seria estimado em R$ 56 bilhões de reais). Essa pesquisa foi 
realizada com dados tabulados pelo Ipea em 2014. Dentro desse 
número está o custo com acidentes em aglomerados urbanos, 
superior a R$ 9,3 bilhões, e o custo dos acidentes em rodovias 
(federais, estaduais e municipais), de aproximadamente R$ 37,7 
bilhões. 
 
 
 
 
108 
O progressivo agravamento da violência no tráfego viário levou as Nações 
Unidas a proclamarem a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011/2020, um 
conjunto de ações a serem implementadas pelos seus estados-membros, com a 
intenção de reduzir as mortes no trânsito em 50% ao final do período. Desde o início, 
o governo brasileiro apoiou a iniciativa com ações de diversos ministérios, iniciando 
uma árdua luta pela redução do número de acidentes e das vítimas no trânsito. 
No período de 2011 a 2020, devido ao esforço conjunto do Governo Federal com 
os governos estaduais e municipais e com as organizações da sociedade civil em 
implementar ações que aumentaram a segurança no trânsito, o número de acidentes 
de trânsito, por ano, apresentou uma queda sensível, que resultou na preservação da 
vida de milhares de brasileiros. No entanto, ainda é cedo para comemorar, pois os 
números ainda permanecem bastante elevados. 
 
 Conforme dados oficiais disponibilizados pelo Departamento de Informática do 
Sistema Único de Saúde (DATASUS); em 2019, mais de 31,3 mil vidas foram 
ceifadas em acidentes de trânsito no Brasil./ E essa é uma estimativa 
“conservadora”; pois, se levarmos em conta o número de indenizações por morte 
pagas pelo consórcio de seguradoras do Seguro DPVAT, o número sobe para mais 
de 40,7 mil mortos. 
 
Figura 47: Sinistros de trânsito 
Fonte: Portal do Trânsito (2019). 
 
 
 
109 
Os danos causados pelos acidentes de trânsito constituem um importante 
problema de saúde pública. Sua prevenção eficaz exige esforços concentrados. Os 
problemas de trânsito estão entre os mais complexos e perigosos com os quais as 
pessoas se defrontam no dia a dia. Conforme já apontamos, estima-se que: 
 
Figura 48: Dados OMS (2018) de mortes e feridos em acidentes de trânsito 
Fonte: conteudista;SCD/EaD/Segen. 
 
No Brasil, os acidentes de trânsito apresentam um alto custo social, cultural e 
intelectual. Profissionais no auge de sua capacidade produtiva e jovens promissores 
encontram-se entre os que mais morrem no trânsito. Um levantamento feito pelo 
Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) indica que jovens do sexo 
masculino e de idade entre 18 e 25 anos compuseram mais de 28% das vítimas fatais 
nos acidentes de trânsito em 2013. 
Recentemente, a Terceira Conferência Global das Nações Unidas sobre 
Segurança no Trânsito, realizada em Estocolmo em fevereiro de 2020, definiu o 
período de 2021 a 2030 como a Segunda Década de Ação pela Segurança no 
Trânsito. A meta, mais uma vez, é reduzir pelo menos 50% dos acidentes e mortes no 
trânsito em todo o mundo. Será que dessa vez nós conseguiremos ter sucesso? 
 
 
 
 
 
 
110 
Para refletir: 
 
Como profissional de segurança pública, reflita acerca do seu papel nessa 
ação e a contribuição que você pode dar em relação à segurança do 
trânsito em sua cidade e em seu local de trabalho. 
Entre as vítimas do trânsito, atualmente, há um grande número de 
policiais, agentes penitenciários, bombeiros e guardas municipais que 
estavam a serviço na maioria das situações. 
 
 
 
Figura 49: Acidente com viatura em serviço 
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2021/04/16/acidente-envolvendo-viatura-da-
pm-deixa-tres-feridos-em-sorocaba.ghtml. 
 
 
1.2 Definindo Direção Defensiva 
 
Caro profissional de segurança pública, antes de continuarmos o nosso estudo, 
gostaríamos que você parasse por alguns instantes e respondesse: para você, o que 
é Direção Defensiva? 
 
 
 
111 
Vamos lá: talvez você, como a grande maioria dos condutores brasileiros, 
normalmente responda usando a famosa frase: “Direção Defensiva é dirigir por si e 
pelos outros”. É uma resposta automática, está na ponta da língua. 
Leia a definição em destaque, e, em seguida, compare com as suas ações na 
condução de seu veículo particular e de veículos de emergência. 
 
Direção Defensiva é... 
Dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas dos 
outros e das condições adversas, proporcionando o máximo de segurança 
a si mesmo, aos seus passageiros e aos demais usuários do trânsito. 
 
 
A definição de dirigir defensivamente transcende ao ato de dirigir em si, pois 
vai muito além do mecanicismo de conduzir um veículo: é um estado de espírito. Em 
termos comparativos, dirigir defensivamente, na essência, é dar a outra face sem 
revidar. 
O ato de dirigir é quase automático para muitos condutores. Você entra no 
veículo e desloca-se de um ponto ao outro e muitas vezes não percebe o quão 
complexo e cansativo é dirigir. Para uma condução segura de veículos de emergência, 
vocêdeve evitar cometer erros e se valer dos elementos da Direção Defensiva. 
 
1.3 A importância do comportamento seguro na 
condução de veículos especializados 
 
1.3.1 Erros que devem ser evitados no trânsito 
 
Os erros que devem ser evitados no trânsito, dizem respeito: 
I. A infrações de trânsito; 
 
 
 
112 
II. Ao abuso do veículo; 
III. A atraso de horário; e 
IV. À descortesia. 
 
Veja a seguir sobre cada um deles! 
 
Infrações de trânsito 
Você, como condutor habilitado e que conduz veículo de emergência, tem o 
dever de conhecer e de obedecer à legislação de trânsito (cumprir e fazer cumprir). 
Contudo, há razões maiores para você respeitar as regras, pois: 
• Foram feitas para a sua proteção e possuem como objetivo a segurança de 
todos; e 
• Você deve ser exemplo positivo para a sociedade, e será cobrado em caso 
de desrespeito. 
 
Abuso do veículo 
Em decorrência das características da sua atividade de emergência, em muitas 
situações, você necessita executar manobras que exigem mais do veículo. As mais 
comuns são: o uso indevido da embreagem; o uso indevido do freio e das arrancadas 
e manobras bruscas que prejudicam partes vitais do veículo, reduzindo a vida útil do 
equipamento e comprometendo a segurança. Use o veículo com foco na preservação 
do patrimônio público e do meio ambiente. 
 
Atraso de horário 
Planeje seu deslocamento com antecedência, saindo um pouco mais cedo, 
para ter uma folga de tempo, a fim de compensar os imprevistos que surgirem. Evite 
empreender velocidade que ponha em risco a sua vida e a dos demais somente para 
recuperar o tempo de atraso, devido às situações inesperadas (congestionamento, 
problemas no veículo etc.). 
 
 
 
 
113 
Descortesia 
Em condições normais, você deve desenvolver atitudes de cortesia, ou seja, 
respeitar os outros condutores de veículos e os pedestres. Ao demonstrar cortesia, 
você evita um ambiente de animosidade e descrédito. Portanto, “cortesia gera 
cortesia”, diminuindo a possibilidade de envolvimento em acidentes. E, mesmo que 
tenhamos o acidente de trânsito, a descortesia dificulta a mediação de conflitos, 
podendo além dos transtornos ocasionados pelo acidente evoluir para uma 
desinteligência entre as partes e uma possível posterior violência física. 
 
 
IMPORTANTE! 
Lembre-se: o mais importante em uma ocorrência de 
emergência é você conseguir chegar ao seu destino em 
segurança; pois, caso se envolva em acidente no percurso, de 
nada terá adiantado a pressa, além da impossibilidade de 
socorrer quem necessita de auxílio. A sua segurança, a de sua 
equipe e a dos demais atores envolvidos no trânsito vêm em 
primeiro lugar! 
 
 
Situação Hipotética: 
 
Se Caro profissional de segurança pública, analise a seguinte 
situação: os policiais militares Paulo Marcelo, S. Duarte e Z. Maia estão de 
serviço, realizando o policiamento ostensivo em determinada região da 
cidade, quando recebem a notícia de que está acontecendo o 
arrombamento de um estabelecimento comercial. 
Paulo Marcelo, que é o motorista da viatura, começa um 
deslocamento tático para atender à ocorrência e tentar surpreender os 
criminosos em flagrante delito. Como ele quer surpreender os criminosos, 
 
 
 
114 
ele resolve desligar a sirene da viatura durante este deslocamento. No 
entanto, durante o deslocamento, ao se aproximar de um cruzamento com 
pouca visibilidade, Paulo Marcelo não reduziu a velocidade da viatura e 
nem tomou outras precauções, de modo que um veículo que seguia pela 
via transversal colidiu lateralmente contra a viatura e fez com que ela 
girasse sobre a via. 
Com o impacto, S. Duarte, que estava no banco do passageiro 
(comandante da viatura) sem o cinto de segurança, foi arremessado para 
fora do veículo e sofreu ferimentos graves. 
 
O que você pensa acerca da situação hipotética descrita acima? Será que valeu 
a pena ignorar normas básicas de segurança no afã de atender uma ocorrência? Será 
que você, em algum momento, já arriscou sua segurança de modo semelhante? 
 
1.3.2 Elementos da direção defensiva 
 
São elementos da direção defensiva: 
I. Conhecimento; 
II. Atenção; 
III. Previsão; 
IV. Decisão; e 
V. Habilidade. 
 
Veja a seguir sobre cada um deles! 
 
Conhecimento 
• Aplique suas experiências vivenciadas em situações anteriores; 
• Tenha domínio da legislação de trânsito; procure manter-se atualizado; 
• Identifique os riscos causados por condições adversas (chuva, neblina etc.); 
 
 
 
115 
• Conheça as características de segurança, dirigibilidade e utilização dos 
controles do veículo que está conduzindo; 
• Conheça os limites de sua habilidade (autoconhecimento); e 
• Conheça as características do percurso que você vai fazer. 
 
 
Atenção! 
• Mantenha-se atento à sinalização, tanto à vertical como à horizontal; 
• Perceba seu posicionamento em relação aos demais veículos; 
• Observe as ações dos pedestres para protegê-los; 
• Perceba as condições do pavimento (buracos, ondulações, objetos etc.); e 
• Em longos trechos rodoviários, faça pausas, no máximo, a cada duas horas 
de condução contínua, para evitar o cansaço visual e a hipnose rodoviária, que 
progressivamente diminuem a sua atenção. 
 
 
 
Figura 50: Obras na pista 
Fonte: https://www.flickr.com/photos/pacgov/6011424093/. 
 
 
 
 
 
 
116 
IMPORTANTE! 
A atenção difusa é a mais adequada para a condução 
veicular. Você deve estar sempre com a mente alerta, olhar à 
frente, à retaguarda, para todos os lados e até mesmo à frente 
do veículo que se desloca na dianteira. Os condutores de 
veículos não devem dirigir com atenção fixa ou dispersiva. 
 
A Previsão se divide em mediata e imediata: 
 
Previsão mediata (antes de iniciar os deslocamentos): 
• Vistorie os níveis de óleo lubrificante e hidráulico, fluido de freio e líquido de 
arrefecimento; 
• Verifique a quantidade de combustível: deixar faltar combustível no veículo 
além de aumentar riscos de acidentes pela imobilização no leito viário, constitui 
infração de trânsito de natureza média (art. 180 do CTB).; 
• Verifique o estado de conservação e a calibragem dos pneus, inclusive do 
estepe; 
• Solicite a reposição das peças importantes para o funcionamento do veículo, 
caso seja necessário; 
• Cheque a sua documentação e a do veículo; lembre-se que a sua 
documentação e a do veículo podem ser válidas, também, por meio de documentos 
digitais; e 
• Planeje os deslocamentos (itinerário principal e alternativo). 
 
 
Previsão imediata (durante os deslocamentos) 
• Reduza a velocidade próximo aos cruzamentos e às áreas de risco; 
• Observe as indicações de mudança de direção dos demais condutores; e 
• Mude rapidamente a forma de condução em situações adversas, redobrando 
os cuidados. 
 
 
 
117 
 
Decisão 
• Considere o tempo de reação para executar a manobra; 
• Evite a hesitação (você tem frações de segundos para agir); e 
• Escolha uma ação que esteja alinhada à sua habilidade ao volante e às 
características do veículo que está conduzindo (estabilidade, freios, peso e 
dimensões). 
 
 
Habilidade 
• Realize treinamentos de condução veicular, sempre que possível e/ou quando 
oferecidos pela sua corporação; 
• Desenvolva os automatismos corretos; 
• Efetue as manobras necessárias, em situações de risco, para evitar acidentes; 
e 
• Não exceda os limites do veículo, da via e os seus próprios durante a 
execução das manobras. 
 
 
IMPORTANTE! 
Com os conhecimentos necessários, dedicando toda a 
atenção possível ao ato de dirigir, você poderá prever situações 
de risco. Estando devidamente treinado, terá habilidade para 
decidir e agir defensivamente, de modo a evitar acidentes, 
preservando a sua segurança e a dos demais participantes do 
trânsito. 
 
 
 
 
 
118 
AULA 2 — Condições adversas: como reduzir os riscos 
 
Introdução 
 
O condutor de veículos de emergência, em muitas situações, tem detrafegar 
sem as condições ideais de segurança para atender as mais diversas ocorrências, 
independentemente das condições climáticas, da luminosidade, do trânsito e da 
qualidade da via. É importante que você seja capaz de identificar esses riscos 
rapidamente e agir corretamente diante dessas situações, adotando os procedimentos 
adequados para cada uma delas. 
Mas o que são condições adversas? 
Pense e leia o conceito em seguida: 
 
Condições adversas são: 
Fatores ou combinação de fatores que contribuem para aumentar as 
situações de risco no trânsito, podendo comprometer a segurança 
(www.portaldotransito.com.br). 
 
Exemplificando: 
Fatores combinados que aumentam os riscos de acidentes: 
I. Veículo com suspensão defeituosa + pista danificada; 
II. Pneus desgastados + pista molhada + excesso de velocidade; 
III. Excesso de velocidade + via sem sinalização; 
IV. Tráfego intenso + desatenção; e 
V. Álcool + sono + excesso de velocidade. 
 
 
 
 
 
119 
2.1 Tipos de condições adversas 
Algumas das condições adversas são oriundas do(a): 
 
 
Figura 51: Condições adversas 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
Veja a seguir, a descrição dessas condições adversas: 
 
2.1.1 Condições adversas de clima 
 
Algumas condições climáticas podem interferir na segurança do trânsito, pois 
alteram as condições da via (diminuindo a sua capacidade visual) e os padrões de 
comportamento do veículo em relação à aderência dos pneus e à estabilidade. 
 
 
 
 
 
 
120 
IMPORTANTE! 
É importante que você preste atenção às condições a 
serem apresentadas, pois elas podem se agravar a ponto de 
impedir o seu deslocamento seguro. 
 
Veja algumas delas a seguir: 
 
Chuva 
Reduz a visibilidade, diminui a aderência dos pneus, principalmente nas curvas, 
aumenta o espaço percorrido nas frenagens e dificulta as manobras de emergência. 
Se houver uma lâmina de água sobre a pista, também há o risco de aquaplanagem. 
 
O que fazer em caso de condução sob chuva? 
 
Compare as alternativas relacionadas às suas atitudes na condução de veículo de 
emergência: 
I. Obrigatoriamente, acenda o farol de luz baixa do veículo (CTB – Art. 40, inciso 
I, alínea “b”, conforme a redação dada pela entrada em vigor da Lei n. 
14.071/2020); 
II. Acione o limpador do para-brisa e mantenha as palhetas em bom estado; 
III. Reduza a velocidade, de acordo com as condições de segurança; 
IV. Aumente a distância do veículo que segue à frente; 
V. Redobre a atenção; 
VI. Mantenha os vidros limpos, desengordurados e desembaçados; 
VII. Redobre o cuidado nas curvas e durante frenagens; e 
VIII. Evite passar em poças ou em lugares com acúmulo de água. 
 
 
 
 
 
121 
IMPORTANTE! 
Em situações de chuva intensa, um cuidado especial deve 
ser tomado ao passar por poças de água, pois, dependendo do 
caso, pode ser difícil estimar a profundidade delas. Se a 
profundidade for tal que chegue a invadir o compartimento do 
motor, pode ser que ocorra o chamado calço hidráulico. O calço 
hidráulico é uma situação ocasionada pela entrada de água no 
interior da câmara de combustão, que impede o pistão de 
comprimir a mistura no seu interior, ocasionando um travamento 
abrupto e consequente empeno ou ruptura das bielas. Isso pode 
ocasionar sérios danos ao motor, com o consequente prejuízo 
financeiro. 
 
 
Recomendamos que você evite passar em poças cuja profundidade seja 
superior à metade da altura das rodas do veículo. 
 
 
Figura 52: Dirigindo na chuva 
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=50300&picture=ceu-
dramatico-ao-dirigir. 
 
 
 
 
122 
 
No momento em que está chovendo, ou logo após, pode ocorrer a 
aquaplanagem, fenômeno no qual o veículo não consegue remover a lâmina d’água 
e perde o contato com a pista, de modo que o condutor pode perder o controle do 
veículo. 
 
Quais são as causas que levam à aquaplanagem? 
• Excesso de água na pista; 
• Calibragem inadequada dos pneus; 
• Tipo de pista; 
• Velocidade incompatível; e/ou 
• Pneus desgastados (lisos). 
 
Quando você não sabe o que fazer em situações de aquaplanagem, 
normalmente perde o controle do veículo e se envolve em acidente. 
 
O que você deve fazer quando o veículo aquaplanar? 
Compare as suas respostas com alguns procedimentos indicados. 
 
O que fazer durante a aquaplanagem? 
• Tirar o pé do acelerador até retomar o controle completo da direção; 
• Não frear; pois, se as rodas estiverem travadas no momento em que voltar o contato 
dos pneus com a pista, o veículo poderá desgovernar; e 
• Segurar o volante com firmeza, mantendo-o alinhado. 
 
 
 
 
 
123 
Neblina 
A neblina reduz significativamente a visibilidade; sendo assim, você deve ter 
muito cuidado ao conduzir o veículo nessas condições. Normalmente, os acidentes 
são gravíssimos, podendo envolver vários veículos. 
 
 
 
Figura 53: Acidente com viatura da Polícia Rodoviária Federal 
Fonte: Divulgação/PRF. 
 
 
Em caso de neblina, quais os cuidados que você normalmente adota? 
Compare se suas ações estão adequadas, lendo algumas recomendações a 
seguir. 
 
Ações do condutor ao dirigir sob neblina: 
I. Obrigatoriamente, acenda o farol de luz baixa do veículo (CTB – Art. 40, inciso 
I, alínea “b”, conforme redação dada pela entrada em vigor da Lei n. 
14.071/2020); 
II. Acenda os faróis de neblina, caso o veículo seja equipado com eles; 
III. Se o veículo possuir a lanterna de neblina traseira, acenda-a; 
 
 
 
124 
IV. Reduza a velocidade, mantendo um ritmo constante sem acelerações e/ou 
reduções bruscas; 
V. Redobre a atenção; 
VI. Mantenha os faróis de luz alta desligados; 
VII. Deixe o pisca alerta desligado, para não confundir os demais motoristas; e 
VIII. Evite realizar ultrapassagens. 
 
 Ouça o ÁUDIO 4 
 
2.1.2 Condições adversas da via 
 
 
O condutor de veículos de emergência deve estar sempre atento às condições 
adversas que possam existir nas vias, pavimentadas ou não. Mesmo que você 
conheça o percurso, não deve desconsiderar a possibilidade de ser surpreendido, sob 
risco de causar danos ao veículo ou até mesmo de envolver-se em acidente de 
trânsito. A realidade nos mostra uma série de deficiências que aumentam as 
probabilidades de o condutor se acidentar. 
 
 
Figura 54: Estrada esburacada 
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/estrada-danos-repara%C3%A7%C3%A3o-perigo-414462/. 
 
 
 
125 
Veja abaixo as situações mais comuns com que você pode se deparar: 
 
Principais condições adversas da via: 
I. Largura da via insuficiente; 
II. Ponte estreita; 
III. Trechos escorregadios; 
IV. Aclives e declives acentuados; 
V. Má conservação do pavimento (buracos); 
VI. Queda de barreiras e objetos na via (pedras); 
VII. Animais sobre a via; 
VIII. Falta de acostamento; 
IX. Drenagem deficiente (acúmulo de água, areia); 
X. Depressões, ondulações e desníveis; 
XI. Falta de sinalização vertical ou horizontal; e/ou 
XII. Lombadas (nas rodovias, principalmente). 
 
 
IMPORTANTE! 
Muitas vezes, a sinalização vertical de advertência (placas 
amarelas com símbolos pretos, de formato quadrado com um 
dos vértices apontando para baixo), informam-nos sobre 
algumas das condições adversas das vias. Esse é um dos 
motivos pelos quais devemos prestar bastante atenção à 
sinalização quando conduzimos os veículos de emergência. 
 
 
 
 
 
 
 
126 
Veja alguns exemplos: 
 
Figura 55: Exemplos de Placas de Sinalização de Advertência 
Fonte: Anexo II do Código de Trânsito Brasileiro - Resolução do Contran nº 160/2004; 
SCD/EaD/Segen. 
 
 
Vias com conservação deficiente 
Vias sem conservação danificam o veículo, principalmente a suspensão e os pneus. 
São consideradas como fator de risco para a ocorrência de acidentes, podendo causar 
lesões irreparáveis e a morte de pessoas, além de danos materiais. 
 
O que fazer ao se deparar com uma via malconservada? 
I. Conduzao veículo em velocidade compatível com a condição da via; 
II. Tenha cuidado com objetos e buracos, eles podem danificar os pneus; 
III. Tenha cuidado para não bater o veículo por baixo, isso poderá danificar o 
cárter; e 
IV. Tenha cuidado para não se envolver em acidente com outro veículo ao tentar 
frear ou desviar de buracos na pista. 
 
Vias com sinalização deficiente ou sem sinalização 
No desempenho de sua atividade, normalmente você trafega em vias urbanas e rurais 
em boas condições de tráfego, trazendo todas as informações ao condutor; no 
entanto, algumas vias podem apresentar sinalização deficiente, por vezes encoberta 
pela vegetação, ou totalmente inexistente, tanto vertical quanto horizontal. 
 
 
 
 
127 
 O que você deve fazer ao conduzir por vias com sinalização deficiente ou 
inexistente? 
• Conduzir o veículo com velocidade compatível e com atenção redobrada; 
• Sempre que possível, evitar viajar à noite; e 
• Ajustar-se às condições da via. 
 
IMPORTANTE! 
Conforme previsto no artigo 72 do Código de Trânsito 
Brasileiro, todo cidadão tem o direito de solicitar por escrito 
melhorias e sugestões que julgar necessário aos órgãos do 
Sistema Nacional de Trânsito. Então, seja na viatura policial ou 
em seu carro particular, se você está transitando por uma via 
esburacada ou com sinalização deficiente, você pode acionar o 
órgão competente para solicitar a regularização da situação. 
 
2.1.3 Condições adversas de trânsito 
 
As condições adversas de trânsito estão relacionadas à quantidade, ao tipo e 
ao tamanho dos veículos e aos horários de circulação, podendo apresentar 
congestionamento ou não. 
Existem períodos do dia que afetam as condições de trânsito, tais como a hora 
do rush, que significa o período de maior movimentação de veículos e pedestres, 
provocando congestionamentos, além de dias de chuva, épocas de festas, férias 
escolares, feriadões etc. 
Ocasionalmente, acontecem condições adversas de trânsito na presença de 
rebanhos de animais, maquinário agrícola, obras, carroças, funerais etc. 
O trânsito pode ser alterado, ainda, por: batedores, escoltas, desmoronamento, 
acidentes, bloqueio parcial de pista, rompimento de estrada, fiscalização etc. 
 
 
 
128 
O que fazer ao se deparar com essas condições de tráfego? 
 
I. Nos horários de entrada e de saída de aula, evite transitar em ruas onde 
existam colégios; 
II. Quando você souber que há obras numa via de tráfego intenso, procure outro 
caminho; 
III. Tenha sempre em mente um roteiro alternativo para o caso de engarrafamento 
inesperado, mesmo se for mais longo. Você economiza tempo e combustível 
num trajeto maior que esteja livre; 
IV. Se possível, utilize dispositivos e/ou aplicativos de navegação, tais como o 
Waze® ou o Google Maps®; eles ajudam a ganhar tempo e a economizar 
combustível; certifique-se de que os suportes que prendem o smartphone 
estejam instalados em local que não prejudiquem a visibilidade do condutor; e 
V. Mantenha-se calmo. 
 
 
 
Figura 56: Aplicativos de navegação (Waze® ou o Google Maps®) 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
 
 
 
 
129 
2.1.4 Condições adversas de veículo 
 
Caro colega profissional de segurança pública, qual foi a última vez que você 
realizou uma inspeção de primeiro escalão (utilize o checklist disponível no item 4.4.3 
da Aula 4 do Módulo 1), aquela realizada pelo motorista, antes de iniciar o serviço? 
Como um condutor defensivo, você deve manter o veículo em que trabalha 
sempre em condições de reagir instantânea e eficientemente a todos os comandos, 
inspecionando-o antes de iniciar o serviço. Acima de tudo, este procedimento garante 
a SUA segurança e a segurança de todos os colegas que estão com você na viatura! 
 
Defeitos mais comuns em veículos que facilitam os acidentes 
 
I. Pneus desgastados; 
II. Limpador de para-brisa com defeito; 
III. Espelho retrovisor danificado/inexistente; 
IV. Suspensão defeituosa; 
V. Defeito na direção (folga e desalinhamento); 
VI. Falta de balanceamento e cambagem; 
VII. Ausência de sirene e de luzes de emergência; 
VIII. Freios desregulados; e 
IX. Lâmpadas queimadas. 
 
 
 
 
130 
 
Figura 57: Viatura com defeito 
Fonte: Arquivo – Blog A Palavra. 
 
 
 
2.1.5 Condições adversas de condutor 
 
Em muitas ocasiões, a jornada de trabalho extenuante do condutor de veículo 
de emergência pode interferir na maneabilidade, aumentando os riscos de 
envolvimento em acidentes de trânsito. Os aspectos físicos e psicológicos influenciam 
diretamente na atuação do condutor. Como exemplos, temos: fadiga, sono, estado 
alcoólico, audição deficiente, visão deficiente, perturbações mentais e emocionais, 
preocupações e medo (MASLACH; JACKSON, 1981). 
Estado físico e mental do condutor, consequências da ingestão e do consumo 
de bebida alcoólica e de substâncias psicoativas. 
 
A bebida alcoólica 
Atualmente, o álcool é a substância psicoativa que mais causa acidentes e 
mortes no trânsito no Brasil e no mundo (PECHANSKY, 2014). 
Relativamente à absorção e distribuição do álcool, Pechansky (2014, pg. 53), 
escreveu que: 
 
 
 
131 
“O etanol, quando ingerido, é absorvido rapidamente no estômago (20%) e no 
intestino delgado (80%) - órgão cheio de vasos e membranas permeáveis. O maior 
pico na concentração plasmática ocorre em torno de meia hora após a ingestão. A 
velocidade com que a pessoa bebeu, o tempo de esvaziamento gástrico e o início da 
absorção intestinal podem ser considerados os principais fatores determinantes das 
taxas variáveis de absorção de álcool encontradas em diferentes indivíduos ou 
circunstâncias. 
Se o indivíduo possuir alimentos no estômago (estado alimentado), isso 
retardará a absorção de etanol. Caso ele esteja sem alimento no estômago (estado 
de jejum), a absorção do etanol será de forma mais rápida, alcançando o pico 
plasmático maior do que no estado alimentado. Porém, quando o álcool chega no 
intestino delgado, sua absorção para a corrente sanguínea é rápida e completa, não 
importando a presença de alimentos.” 
A dosagem alcoólica distribui-se uniformemente em todos os órgãos e líquidos 
orgânicos, mas, principalmente no cérebro, afetando de maneira significativa a 
capacidade de conduzir veículos automotores. 
Relativamente aos efeitos da ingestão do álcool na condução de veículos, 
Pechansky (2014, pg. 58) escreveu que: 
“Dentre as habilidades necessárias para adequada condução de 
veículo automotor, o tempo de reação, ou seja, o tempo 
decorrido entre o indivíduo perceber a situação e reagir a ela foi 
diferente entre indivíduos alcoolizados e sóbrios. Os estudos 
apontam que o tempo de reação de um condutor que ingeriu 
álcool é maior que em um condutor sóbrio, interferindo 
negativamente na capacidade de condução. Por exemplo, diante 
de uma situação inesperada, durante o dia, um condutor que não 
consumiu bebida alcoólica leva até 1,75 segundos para iniciar 
uma reação. Se este condutor estiver a 80Km/h ele percorrerá 
cerca de 39 metros até efetivar sua ação. Já um condutor sob 
efeito de álcool, na mesma velocidade, passa a reagir em até 5,1 
segundos, percorrendo uma distância de 113 metros antes de 
tomar qualquer decisão. Isso significa que o motorista 
 
 
 
132 
alcoolizado pode percorrer 74 metros a mais do que o condutor 
que não bebeu. 
 
A acuidade visual e o processamento da informação também 
ficam prejudicados. Um estudo realizado na Austrália identificou 
que o condutor embriagado demora mais tempo na identificação 
de outro veículo, fato que aumenta o risco e pode ocasionar um 
acidente. 
 
Além dos prejuízos na habilidade para a condução, o uso de 
álcool interfere negativamente na percepção de risco do 
condutor. Mesmo embriagado, o motorista acredita que sua 
conduta não representa perigo, tendendo a culpar os outros, 
atribuindo uma maior habilidade e autoconfiança na sua 
capacidade de condução.”Evidentemente, um bom profissional de segurança pública JAMAIS iria se 
apresentar a serviço para conduzir uma viatura estando alcoolizado; pois, além do 
perigo que isso causa, trata-se de uma infração de trânsito de natureza gravíssima 
(conforme o Art. 165 do CTB) e, dependendo do caso, até mesmo um crime de trânsito 
(de acordo com o Art. 306 do CTB). 
Vale salientar que a grande maioria das corporações policiais impõe, 
corretamente, sanções administrativas em seus regimes disciplinares aos 
profissionais de segurança que se apresentam para o serviço sob o efeito de álcool 
e/ou que ingerem bebida alcoólica estando a serviço. 
Por fim, um cuidado especial deve ser tomado no dia seguinte ao qual foi 
ingerida uma grande quantidade de bebida alcoólica: se a pessoa está de ressaca, 
isso significa que o seu corpo ainda não conseguiu metabolizar todo o álcool que está 
em sua corrente sanguínea. Ou seja, a pessoa AINDA se encontra sob o efeito de 
álcool! 
 
 
 
 
133 
 
Figura 58: Etilômetros - “passivo”, à esquerda, e o tradicional, à direita 
Fonte: José Carlos Schaeffer. 
 
 
 
Substâncias psicoativas 
 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera droga toda substância que, 
por sua natureza, afeta a estrutura e o funcionamento de um organismo vivo. 
Por sua vez, as Substâncias Psicoativas (SPAs) são aquelas que, quando 
ingeridas, inaladas ou inseridas na corrente sanguínea, afetam os processos normais 
de sentir, de pensar e de agir. 
No trânsito, este é um aspecto de vital importância, uma vez que tanto as 
drogas lícitas (medicamentos, por exemplo) quanto as ilícitas causam transformações 
químicas no organismo (distribuição, ação, armazenamento e saída) e atuam 
diretamente no sistema nervoso central, gerando alterações no nível de consciência 
do espaço e do tempo, desvirtuamento sensorial, perda do equilíbrio, psicoses e 
delírios. 
O uso de drogas pode ser fatal se ingeridas com álcool. Muitos condutores 
profissionais, por imposição da carga horária de trabalho, utilizam artifícios para não 
dormir nas viagens. As mais comuns são os chamados “arrebites” ou “rebites”, que 
 
 
 
134 
consistem em uma perigosa mistura de medicamentos (anfetaminas) que, a longo 
prazo, são extremamente prejudiciais à saúde. 
Nem toda substância psicoativa é ilícita. Muitas são medicamentos prescritos 
para situações específicas, como insônia ou défice de atenção. Caso o profissional de 
segurança pública esteja tomando alguma medicação com efeitos depressores do 
sistema nervoso central (SNC), a exemplo dos benzodiazepínicos (Rivotril®, 
Alprazolam etc.), ele não deve conduzir veículos de emergência, salvo se houver 
permissão médica. 
 
Figura 59: Exemplo de benzodiazepínicos (Rivotril® e Alprazolam) 
Fonte: SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
É IMPORTANTE: 
 
Que você converse com o seu médico sobre os efeitos de 
quaisquer medicamentos que você estiver utilizando, no tocante 
à capacidade de dirigir veículos e máquinas; pois, dependendo 
da substância e da dosagem, elas podem ser mais perigosas do 
que o álcool. 
 
 
 
 
135 
Por fim, embora você já saiba disso, vale o conselho de que você não deve se 
automedicar; e nem modificar as dosagens ou interromper o tratamento sem a 
supervisão médica adequada. 
 
AULA 3 — Comportamento seguro na condução de 
veículos de emergência 
 
 
Introdução 
Nesta aula, você conhecerá as principais causas de acidentes e os 
procedimentos adequados para a realização de manobras como a ultrapassagem. 
Aprenderá também como evitar o envolvimento em acidentes ao adotar 
procedimentos seguros na condução de veículos de emergência. 
 
3.1. Definindo acidente de trânsito 
 
Mas você deve estar se perguntando: afinal, o que é acidente de trânsito? 
 
Acidente de trânsito é: 
 
Todo acontecimento, casual ou não, tendo como consequências 
danos físicos ou materiais, envolvendo veículos, pessoas e/ou animais nas 
vias públicas. 
 
Em sua opinião, quais as principais causas dos acidentes de trânsito? 
 
 
 
 
 
136 
3.2 Acidente evitável ou não evitável 
 
Caro profissional de segurança pública, a primeira coisa que devemos pensar 
quando tratamos sobre acidentes de trânsito é: afinal, os acidentes são evitáveis ou 
não evitáveis? 
De acordo com as pesquisas realizadas sobre o assunto, confira as definições 
dos acidentes evitáveis e dos acidentes inevitáveis: 
Acidentes evitáveis 
São aqueles que ocorrem apenas porque pelo menos uma das pessoas 
envolvidas não agiu corretamente ou não tomou as medidas de segurança cabíveis. 
 
Acidente inevitável 
É aquele no qual as pessoas envolvidas tomam todas as medidas de segurança 
possíveis e o acidente ocorre mesmo assim. 
 
Levando-se em consideração que os acidentes de trânsito são o resultado de 
múltiplos fatores e que, em quase 90% dos acidentes, o erro humano é o principal 
motivo (de acordo com pesquisas na área de acidentologia, os defeitos em veículos 
respondem por cerca de quatro por cento das causas principais e os defeitos nas vias 
por cerca de 6%), fica claro que a grande maioria dos acidentes é completamente 
evitável. Praticamente todos os acidentes de trânsito são evitáveis. Na maior parte 
das vezes, só acontecem porque alguém é negligente de alguma forma, como, por 
exemplo, quando alguém dirige em alta velocidade, com os pneus carecas, sem 
manter uma distância de segurança, realizando ultrapassagens em faixa contínua. 
Qual a sua opinião a respeito disso? Você concorda comigo que a 
esmagadora maioria dos acidentes de trânsito são evitáveis? 
A violência dos graves acidentes está presente nas vias urbanas e rurais de 
todo o país. Aproximadamente 90% dos acidentes têm como causa a falha humana 
e, normalmente, ela recai sobre três aspectos jurídicos que caracterizam a 
culpabilidade: 
 
 
 
137 
 
Figura 60: Três aspectos jurídicos que caracterizam a culpabilidade 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
O acidente é um evento — de certa forma, intencional —, que pode ser evitado. 
É causador de lesões físicas e, muitas vezes, emocionais; no âmbito doméstico ou 
nos ambientes sociais. O acidente de trânsito visto como uma violência poderá ajudar 
na elaboração e na implementação de políticas públicas que possam prevenir sua 
ocorrência. 
 
3.3 A importância de ver e ser visto 
 
Como é sabido, nós, seres humanos, possuímos cinco sentidos que 
possibilitam a nossa interação com o mundo: 
 
Figura 61: Cinco sentidos 
Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 
 
 
 
138 
Do ponto de vista do trânsito e da condução de veículos, a visão acaba tendo 
um papel primordial! 
Assim, para transitar com segurança, é necessária a capacidade do condutor 
para ver o que está à sua volta, e também é primordial que o seu veículo seja visto 
pelos demais atores envolvidos no trânsito. Isso porque, conforme já sabemos, a falta 
de visibilidade, isto é, a falha em ver o que está na pista a tempo de tomar as decisões 
adequadas, é uma das principais causas de acidentes. 
Vejamos, agora, algumas dicas gerais para aumentar nossa capacidade de 
vermos e sermos vistos, assim como alguns aspectos específicos para os veículos de 
emergência. 
 
3.3.1 Aspectos gerais 
a) Sistema de Iluminação dos Veículos: 
 
O sistema de iluminação dos veículos é fundamental para o nosso esforço de 
vermos e sermos vistos. 
Tanto é que o Código de Trânsito Brasileiro determina que o condutor deverá 
manter acesos os faróis do veículo, por meio da utilização da luz baixa, durante à 
noite. Do mesmo modo, quando transitamos por túneis e no caso de chuva, neblina 
ou cerração, os faróis de luz baixa devem permanecer acesos, ainda que esteja 
durante o dia (conforme o Art. 40, inciso I do CTB, de acordo com a redação dadapela 
Lei n. 14.071/2020). 
Da mesma forma, os veículos que não dispuserem de luzes de rodagem diurna 
deverão manter acesos os faróis nas rodovias de pista simples situadasfora dos 
perímetros urbanos, mesmo durante o dia (conforme o Art. 40, § 2º do CTB, de acordo 
com a redação dada pela Lei n. 14.071/2020). 
Mas, por que devemos manter os faróis ligados em rodovias mesmo durante o 
dia, se há a presença de iluminação natural? Uma série de estudos mostra que os 
faróis acesos ajudam a aumentar a visibilidade dos veículos quando estão transitando 
em rodovias, o que faz com que eles sejam percebidos a uma distância maior, 
diminuindo, assim, o risco de colisões frontais e de atropelamentos de pedestres. 
 
 
 
139 
Podemos, inclusive, pensar que, no caso de deslocamentos de emergência, é 
recomendado que os faróis estejam continuamente acesos, de modo a aumentar a 
visibilidade do veículo e reduzir o risco de acidentes. 
Por sua vez, o uso da luz alta é obrigatório nas vias não iluminadas, exceto ao 
cruzar com outro veículo ou ao segui-lo (conforme art. 40, inciso II do CTB). 
 
b) Use o sistema de sinalização (setas) corretamente: 
Durante nossos deslocamentos, compartilhamos o percurso com outras 
pessoas que podem caminhar, dirigir, pilotar moto, andar de bicicleta etc. Portanto, o 
uso correto das setas torna-se essencial para a convivência harmoniosa, pois ela é 
uma forma de envio de mensagens no trânsito. Então, sempre que você pretender 
realizar quaisquer deslocamentos laterais, ultrapassagens, conversões à esquerda ou 
à direita, mudanças de faixa de rolamento, retornos, desvios de obstáculos; ou quando 
for estacionar, use as setas para indicar a sua intenção. Comunicar-se no trânsito é 
importante! 
 
c) Regulagem dos espelhos retrovisores: 
Uma das regras básicas da direção defensiva é que o motorista tenha uma 
atenção difusa, ou seja, que esteja focado, simultaneamente, na condução do veículo 
e atento a tudo o que está acontecendo ao seu redor. Isso ressalta a importância da 
regulagem correta dos espelhos retrovisores, que devem ser mantidos sempre em 
uma posição estratégica e em perfeitas condições. Na verdade, uma das melhores 
maneiras de melhorar a visibilidade é ajustar os espelhos retrovisores (espelhos 
centrais e laterais) para minimizar os pontos cegos do veículo. 
 
d) Luz certa em caso de neblina: 
Conforme já vimos anteriormente, em situação de neblina, a visibilidade pode 
ser seriamente comprometida. Nesses casos, a recomendação é diminuir a 
velocidade, acender os faróis de luz baixa e, se o seu veículo dispuser, acender os 
faróis e a lanterna de neblina. Em caso de neblina, não acenda os faróis de luz alta, 
 
 
 
140 
pois o facho de luz vai se refletir na neblina e vai diminuir, ainda mais, a sua 
visibilidade. 
 
 
3.3.2 Aspectos específicos para os veículos de emergência 
 
a) Uso das luzes intermitentes: 
Conforme vimos no módulo anterior, as luzes intermitentes são uma das 
características distintivas dos veículos de emergência, devendo ser, obrigatoriamente, 
acionadas para que o veículo desfrute das prerrogativas de prioridade de passagem, 
de livre-circulação, de estacionamento e de parada. No caso de deslocamento de 
urgência, elas devem ser usadas em conjunto com os dispositivos de alarme sonoro. 
O uso correto das luzes intermitentes vai aumentar sobremaneira a visibilidade 
do veículo de emergência, evitando que você se envolva em acidentes de trânsito, 
especialmente durante o período noturno. 
 
b) Padronização visual do veículo: 
Em geral, os veículos de emergência apresentam uma caracterização visual 
distintiva dos veículos “comuns”, destacando-os dos demais e aumentando sua 
visibilidade. 
 
 
3.4 A importância do comportamento seguro na 
condução de veículos especializados 
 
Caro profissional de segurança pública, como você já está ciente a esta altura 
de nossos estudos, os veículos de emergência possuem características e regras bem 
específicas para a sua condução com segurança. 
 
 
 
141 
Conforme vimos anteriormente, existem vários tipos de acidentes e de fatores 
de risco para a condução. No entanto, um dos fatores mais comuns para a ocorrência 
de acidentes é não ser capaz de desviar ou parar seu veículo a tempo de evitar a 
colisão. Por isso, é importante que você tome medidas que possam garantir a sua 
segurança, tais como: 
 
a) Manter a distância de segurança: 
Sempre aumente a distância do veículo que segue à frente caso as condições 
de tráfego sejam desfavoráveis, por exemplo em dias de chuva ou em caso de neblina. 
 
b) Antecipar a frenagem: 
Assim que você vir a luz de freio do veículo que segue à frente, mantenha o 
seu pé apoiado no pedal do freio, de modo a manter uma distância segura, para que 
não seja necessária uma frenagem repentina. 
 
c) Controlar a situação: 
Aplique os princípios de direção defensiva já vistos e esteja atento, 
antecipando-se às ações dos outros condutores e prevenindo situações que possam 
causar acidentes. Você não tem controle sobre as ações dos outros, mas você tem 
controle sobre as suas ações na condução do veículo! 
 
d) Prestar atenção redobrada nos cruzamentos: 
Embora os veículos de emergência tenham prioridade de passagem nos 
cruzamentos, essa manobra deve ser executada com velocidade reduzida e com os 
devidos cuidados de segurança. Isso porque, muitas vezes, os automóveis que estão 
cruzando com o veículo de emergência não possuem visibilidade para perceber a 
aproximação dele, devido a carros, a árvores, a mobiliário urbano ou à própria 
geometria da via. Além disso, por conta do barulho do trânsito ou por estarem 
escutando música em volume alto, os condutores podem não escutar a sirene. Boa 
 
 
 
142 
parte dos acidentes que envolvem os veículos de emergência acontecem, justamente, 
nos cruzamentos. Todo cuidado é pouco neste quesito! 
 
3.5 Comportamento seguro e comportamento de risco 
— diferença que pode poupar vidas. 
 
O trânsito em condições seguras é um direito de todos (CTB – art. 1º, § 2º) 
(BRASIL, 1997), cabendo aos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito as medidas 
que assegurem a efetivação desse direito. 
Veja o que diz o CTB, em seu artigo 1º, inciso 2º: 
Art. 1º, § 2º “O trânsito, em condições seguras, é um direito de 
todos e dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema 
Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no âmbito das 
respectivas competências, adotar as medidas destinadas a 
assegurar esse direito”. 
 
Mas, além de ser um direito, o comportamento seguro no trânsito também é um 
dever de todos os cidadãos usuários das vias terrestres, seja na condição de condutor, 
de pedestre ou de passageiro. E VOCÊ, profissional de segurança pública, tem um 
papel importante nesse quesito. 
Entre as causas que influenciam o comportamento de risco no trânsito, temos 
o ser humano, as vias e os veículos. Conforme já falamos anteriormente, mais de 
90% dos acidentes de trânsito decorrem da adoção de comportamentos 
inseguros ou imprudentes por parte dos condutores de veículos motorizados. 
Reconhecer estes comportamentos é um passo muito importante para que se obtenha 
atitudes prudentes e seguras. 
 
Comportamentos de risco do condutor 
Muitas vezes, durante a viagem, o motorista adota comportamentos de risco, 
geralmente na intenção de completar sua jornada no menor tempo possível. Na 
 
 
 
143 
grande maioria das vezes, o ganho de tempo é ínfimo e isso não chega nem perto de 
compensar os riscos assumidos. Entre os diversos comportamentos inadequados 
adotados pelos condutores dos veículos motorizados, podemos citar os seguintes: 
 
I. Não sinalizar as mudanças de faixa de rolamento, as manobras de 
conversão à esquerda e à direita e os retornos; 
II. Não usar o cinto de segurança; ou não exigir nem orientar que os 
passageiros usem; 
III. Não manter a distância de segurança em relação aos demais veículos e/ou 
ao bordo da pista de rolamento; 
IV. Não respeitar os limites de velocidade da via; 
V. Fazer ultrapassagens bruscas e repentinas; 
VI. “Costurar” entre

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