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Padrões de herança multifatorial Genética Humana – UFPE Larissa Albuquerque Aula 8 *Também conhecida como herança complexa ou quantitativa, é a herança que depende da interação do genótipo (vários genes, então é poligênica) com o ambiente para gerar o fenótipo. Por isso, não é possível identificar o genótipo do indivíduo pelo fenótipo devido à influência do ambiente. *São doenças comuns na população e que não seguem o padrão de herança mendeliana. *Ex: altura, cor da pele, alcoolismo. Característica *Qualitativa: é caracterizada pela presença ou ausência da doença, sendo determinada por um ou poucos genes e baixa influência do ambiente. É característica de heranças mendelianas. *Quantitativa: possui caracteres com quantidade mensurável e contínua, podendo assumir qualquer valor entre dois extremos, como ocorre com o peso, colesterol, pressão sanguínea, etc. Se esses fatores estiverem fora do intervalo normal, podem provocar alguma doença. Curva de distribuição normal *É a distribuição da população de determinada característica em forma de curva de sino. *1 lócus com 2 alelos co-dominantes: Aa x Aa -> ¼ AA, ½ Aa, ¼ aa -> forma 3 fenótipos. *Variação normal: são as características quantitativas presentes em 95% da população. Característica de limiar *A característica está presente ou ausente e mesmo tendo apenas dois fenótipos, continua sendo multifatorial porque é determinada por fatores genéticos (não modificáveis) e ambientais (modificáveis). *Quando o indivíduo acumula fatores de risco (susceptibilidade) suficientes para ultrapassar o limiar, ele será afetado. *Agregação familiar: é a forma em que os alelos estão compartilhados entre os familiares. Quanto maior for o parentesco entre indivíduos, maior será a média de genes compartilhados entre eles. Pais e filhos compartilham mais genes entre si do que primos. Isso faz com que a incidência de uma doença diminua quanto menor for o grau de parentesco. *Gráfico do modelo de propensão-limiar: quanto maior o parentesco, mais desviado para a direita será o gráfico. *Risco relativo: é o risco de determinada pessoa de uma família ter certa doença em relação à prevalência da doença na população geral. Herdabilidade *A herdabilidade, representada por h, é a porcentagem da variação fenotípica que é devida aos genes, ou seja, o grau no qual a variação de uma característica é determinada pela genética. *Ela é expressa em valores de 0 a 1, sendo 0 quando a variação fenotípica é causada por influência ambiental e 1 quando resultante completamente de ação gênica. *Não existe herdabilidade universal para uma característica, já que ela é determinada para uma população específica em um ambiente específico. Discordância e concordância *Estudos com gêmeos monozigotos permitiram determinar a influência do ambiente no desenvolvimento de doenças. *Quando há 100% de concordância entre os genes estudados, significa que a característica não sofre influência ambiental. *Se a concordância for menor que 100%, haverá influência ambiental. *Quando os dois indivíduos da mesma família têm a mesma doença são chamados de concordantes para essa doença e quando apenas um a tem e o outro não, são chamados de discordantes. 7 Monitoria de Genética Humana Larissa Albuquerque Aula 8 Risco de recorrência *É o risco de a doença ocorrer novamente em uma família que já tem um afetado e é influenciado por: • Sexo do probando: Ex: lúpus – 9 mulheres afetadas para cada homem afetado. • Número de afetados na família: Ex: defeitos de tubo neural (anencefalia e espinha bífida): com a presença de um irmão afetado, o risco é de 5% de outro afetado surgir, já se houver dois irmãos afetados, o risco é de 12%. • Gravidade do defeito: quanto maior for a gravidade, maior o número de genes para aquela característica e maior a chance de se desenvolver na família. Pode ser aumentado pela influência do fator ambiental e limiar para o sexo. Ex: fissura de lábio unilateral – 2,5%; fissura bilateral com fissura de palato – 5,6% • Número de afetados/frequência populacional. Estudos de genes de susceptibilidade para doenças complexas *Estudos de associação genética: determinam se um alelo em um lócus ocorre mais frequentemente em pessoas com a doença do que na população geral. *SNPs (polimorfismo de nucleotídeo único): é a substituição de um nucleotídeo por outro diferente que pode provocar uma proteína com alteração na sua configuração, tendo como consequência o aumento de susceptibilidade para determinada doença. Referências: • Genética: um enfoque conceitual / Benjamin A. Pierce; tradução Beatriz Araujo do Rosário. - 5. ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. • Genética Médica / Thompson & Thompson – 7ª ed. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. Genes de susceptibilidade irão determinar uma maior chance de o indivíduo adquirir determinado fenótipo. Na herança multifatorial, mudanças ambientais influenciarão na produção de vários fenótipos.
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