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RADIOPROTEÇÃO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE RADIOPROTEÇÃO ➔ Descoberta da radiação, falta de conhecimento sobre sua ação prejudicial em indivíduos vivos e o seu uso indiscriminado; ➔ Efeitos biológicos das radiações ionizantes (riscos maiores do que os benefícios já que não havia uma forma adequada de proteção contra a radiação); ➔ A radiação ionizante deve ser usada de forma racional e com cautela para que os benefícios sejam maiores que os riscos; Radioproteção: ➔ A primeira norma de radioproteção na odontologia foi a portaria 453 da vigilância sanitária de saúde de 1998; ➔ Em 2019 foi realizada por físicos e uma equipe comunitária de saúde, juntamente com a vigilância sanitária, a normativa/regimento RDC; PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 1. PRINCÍPIO DA JUSTIFICAÇÃO DA PRÁTICA: Nenhuma prática envolvendo exposição pode ser adotada, a menos que produza benefício suficiente ao indivíduo exposto. 2. PRINCÍPIO DA OTIMIZAÇÃO DA PROTEÇÃO / PRINCÍPIO ALARA : O valor das doses individuais, o número de pessoas expostas e a probabilidade de ocorrência de exposições deverão ser mantidos tão baixos quanto razoavelmente possível. ➔ Em relação ao uso de radiação, deve-se utilizar a menor dose possível para alcançar determinado resultado. ➔ Utilizar técnicas que necessitem de menor exposição à radiação, usar filmes radiográficos mais sensíveis e/ou usar receptores de imagens digitais. 3. PRINCÍPIO DA LIMITAÇÃO DE DOSES INDIVIDUAIS: A exposição de indivíduos, resultante da combinação de todas as práticas relevantes, deve estar sujeita a limites de doses ou, no caso de exposições potenciais, sujeita a algum controle de risco. ➔ Limite de dose permissível para cada indivíduo; ➢ Tão baixo quanto razoavelmente possível ➔ Limite de dose permissível para cada tipo de exame imagiológico; ➔ Limite de dose ocupacional. OBS: Não há limiar abaixo do qual uma dose seja ineficaz como fator de alterações genéticas e neoplasias malignas, portanto, qualquer dose é potencialmente capaz de induzir efeitos. 4. PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO DE ACIDENTES: No projeto e operação de equipamentos e de instalações deve-se minimizar a probabilidade de ocorrência de acidentes (exposições potenciais). ➔ Colocar o botão disparador em local de difícil acesso; RADIOPROTEÇÃO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➔ Colocar o interruptor da luz da câmara escura em um local de difícil acesso (evita o velamento das radiografias antes e durante o processamento); ➔ Durante a realização de radiografias separar os filmes já expostos dos filmes a serem expostos (evita dupla exposição); ➔ Na cabine de exposição esta deve ser posicionada de forma que o profissional não perca a visualização correta do paciente. RDC Nº 330, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019 ➔ Revogou a portaria 453 da portaria de saúde de 1998 que regia as diretrizes de radioproteção odontológica e médica no uso de raios-x para diagnósticos: Art. 1º - Esta resolução tem como objetivo: I- Estabelecer os requisitos sanitários para a organização e o funcionamento de serviços de radiologia diagnóstica ou intervencionista; II- Regulamentar o controle das exposições médicas, ocupacionais e do público decorrentes do uso de tecnologias radiológicas diagnósticas ou intervencionistas; Abrange: I- Atenção primária: Ações preventivas e curativas, bem como a atenção a indivíduos e comunidades; II- Atenção secundária: Serviços médicos especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico, bem como atendimento de urgência e emergência; III- Atenção terciária: Oncologia, cardiologia, transplantes, traumato-ortopedia e neurocirurgia. Entre os procedimentos ambulatoriais de alta complexidade estão a radioterapia, a ressonância magnética e a medicina nuclear; IV- Levantamento radiométrico. INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº57, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019 ➔ Dispõe sobre requisitos sanitários para a garantia da qualidade e da segurança em sistemas de radiologia odontológica intraoral, e dá outras previdências; ➔ Uso de aparelhos convencionais para radiografias periapicais intraorais NORMAS DE PROTEÇÃO RADIOPROTEÇÃO DO PACIENTE ➔ Aparelho ➔ Filme ➢ Deve-se optar pelos filmes com maior sensibilidade (E e F), ou seja, aqueles que necessitam de menor quantidade de radiação para serem sensibilizados e formarem uma imagem de qualidade. ➢ Pode-se usar filme duplo ➢ Uso de filmes digitais RADIOPROTEÇÃO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➔ Posicionador ➢ Bom desempenho de técnica ➢ Posicionamento correto na área desejada ➢ Evita que a imagem radiográfica saia tremida ou fora da área de objetivo ➔ Vestimenta ➢ Aventais de chumbo/plumbífero (mínimo de 0,25 mm) e protetores de tireóide ➔ Profissional ➢ Critério na solicitação dos exames ➢ Utilização de filmes com maior sensibilidade ➢ Bom desempenho da técnica ➢ Cuidados no processamento radiográfico ➢ Uso de aventais de chumbo (mínimo de 0,25 mm) e protetores de tireóide RADIOPROTEÇÃO DO ACOMPANHANTE ➔ A presença de acompanhantes durante os procedimentos radiológicos somente é permitida quando sua participação for imprescindível para conter, confortar ou ajudar pacientes. ➢ Atividade voluntária ➢ Não desenvolver regularmente esta atividade ➢ É obrigatória a utilização de vestimenta de proteção RADIOPROTEÇÃO DO PROFISSIONAL ➔ Posição ➢ O profissional, caso não tenha nenhuma cabine blindada ou biombo que separe ele do paciente a ser radiografado, jamais deve se posicionar na direção dos feixes de raios-x; ➢ Caso o profissional tenha que permanecer na sala, deve se manter em uma posição entre 90º e 135º em relação ao feixe primário ➔ Manutenção do filme ➢ Pelo paciente ou através de dispositivos posicionadores ➔ Monitoramento da aparelhagem utilizada para a realização de raios-x ➢ Dosímetros: Só devem ser utilizados no local de trabalho durante o trabalho e antes do fim do expediente deve ser colocado em local isento de radiação. Após um mês de utilização, os dosímetros são coletados e processados para a mensuração de densidades. A partir das densidades é comparado com dosímetros brancos (não expostos a radiação) ★ Dosimetria por filme dosimétrico - Mensuração da densidade do filme com o fotodensitômetro ★ Dosimetria termoluminescente: É mais sensível à fonte de radiação. É submetido a leitura a uma determinada temperatura, emite uma luz que é captada. Dependendo da intensidade da luz ela é captada e convertida em dose de radiação. RADIOPROTEÇÃO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ★ Dosimetria fotoluminescente: Sensível à luz. Em uma câmara, é submetido a uma luz forte. emitindo também uma luz forte que é captada e convertida em dose de radiação ➔ Monitoramento individual ➢ Se alguém da equipe profissional estiver grávida (confirmada) ou suspeita de gravidez, deve notificar ao responsável legal de modo a possibilitar a adequação dos processos de trabalho às normativas aplicadas. RADIOPROTEÇÃO DOS AMBIENTES E DA POPULAÇÃO VIZINHA ➔ Blindagem: ➢ Paredes e portas com blindagem adequada ➢ Visor de vidro plumbífero ➢ As blindagens devem ser contínuas e sem falhas ➔ Fio do aparelho: ➢ Cabo disparador com comprimento mínimo de 2m ➢ Disparador atrás de barreiras de proteção ➔ “Quando a luz vermelha estiver acesa a entrada é proibida” ➔ Avisos do tipo “raios-x, entrada restrita” ➔ “O consultório odontológico isolado que possua apenas equipamentos de raios-x intraoral e as unidades onde se utilizam equipamentos móveis ocasionalmente, como salas de cirurgia geral ou unidades de terapia intensiva, estão dispensados desta sinalização, sendo necessária apenas nas salas exclusivas para procedimentos radiológicos.” ➔ Adequação do ambiente e monitoramento de área: ➢ Aparelho de 70 kVp e 10 mA ➢ Barreiras necessárias: ★ 1 mm de chumbo ★ 2 mm de aço ★ 8 cm de concreto ★ 5 mm de vidro plumbífero ★ 1 cm de massa baritada, que equivale a 1 mm de chumbo ➢ Alvará da vigilância sanitária ➢ Exame da planta baixa do consultório ➢ Laudo radiométrico ➢ Calibração periódica do aparelho ★ 2 em2 anos ★ 4 em 4 anos para radiação de fuga APARELHOS DE RAIOS-X PERIAPICAIS PORTÁTEIS ➔ Uso não recomendado para rotina clínica apesar de possuir receptores digitais e menor dose de radiação ➔ O profissional, mesmo que use proteção de chumbo, será exposto a radiação secundária / radiação de fuga do aparelho; ➔ Não há uma barreira entre o aparelho e o profissional; RADIOPROTEÇÃO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE ➔ O aparelho só deverá ser usado em último caso, em localidades onde não há eletricidade, em locais de guerra, locais onde não há condições de se ter uma clínica com a aparelhagem correta para a realização de exames radiológicos periapicais; FATORES RELACIONADOS AO APARELHO ➔ A duração da exposição deve ser a menor possível (seletor digital) ➔ Botão disparador com aviso sonoro deve ser presente ➔ Lâmpada piloto (deve acender durante a exposição) ➔ Dispositivo sonoro para indicar a exposição do paciente ➔ Fio que liga o corpo ao aparelho disparador deve medir no mínimo 2m ➔ Sistema de suporte do cabeçote para manter o aparelho firme após o correto posicionamento CALIBRAÇÃO DO APARELHO: DEVE SER FEITA EM MÉDIA A CADA 2 ANOS ➔ Rendimento do aparelho ➢ Reprodutibilidade da exposição ➢ Quilovoltagem do aparelho ➔ Energia efetiva do aparelho ➔ Camada semi-redutora em alumínio ➢ Capacidade de reduzir a dose de radiação pela metade ➔ Filtração ➔ Diafragma de chumbo ➔ Colimação ➔ Radiação de vazamento ou escape ➔ Fio do aparelho em distância adequada FILTRAÇÃO ➔ Elimina os raios-x menos energéticos, ou seja, aqueles que possuem maior comprimento de onda ➔ Filtração inerente (óleo, vidro plumbífero da ampola, blindagem da calota do cabeçote) ➔ Filtração adicional (disco de alumínio) ➢ Equipamentos que operam com tensão inferior ou igual a 70 kVp: Filtração total eq 1,5mm de alumínio. OBS: A quilovoltagem mínima do aparelho deve ser de 60 kVp ➢ Equipamentos de operam com tensão superior a 70 kVp: Filtração total eq a 2,5mm de alumínio DIAFRAGMA DE ALUMÍNIO ➔ Elimina os feixes de raios-x mais divergentes, evitando que a área de incidência no paciente ultrapasse o diâmetro de 6cm. ➔ A abertura do diafragma varia de acordo com o cilindro localizador: ➢ Cilindro localizador longo: 1 cm de diâmetro ➢ Cilindro localizador curto: 1,25 cm de diâmetro COLIMADOR Reduz o campo de exposição, aproveitando os feixes menos divergentes RADIOPROTEÇÃO - Letícia Kariny Teles Deusdará / Odontologia UFPE CILINDROS LOCALIZADORES ➔ Auxiliam o posicionamento adequado para a área de incidência dos feixes de raios-x ➔ Substituição de cones localizadores por cilindros localizadores pela portaria 453, já que os cones produziam radiação secundária. DISTÂNCIA FOCO-PELE ➔ Tensão = 60 kVp, distância mínima de 18 cm ➔ Tensão entre 60 e 70 kVp, distância mínima de 20 cm ➔ Tensão maior que 70 kVp, distância mínima de 24 cm DIÂMETRO DO CAMPO ➔ Diâmetro menor ou igual a 6 cm RADIAÇÃO DE FUGA ➔ Radiação que não faz parte do feixe primário e sai do cabeçote ➔ Taxa de Kerma máxima de 0,25 cm mGy/h a 1 m do ponto focal ARMAZENAMENTO DOS FILMES RADIOGRÁFICOS Proteger de: ➔ Calor ➔ Umidade ➔ Radiação ➔ Vapores químicos CÂMARA ESCURA Não deve ser de acrílico! Deve ser de material opaco Evitar colocar a câmara escuro próxima do negatoscópio, próxima de janelas ou qualquer outra localidade que tenha muita luz DESCARTE DO APARELHO ➔ Filme ➔ Deve ser desabilitado de modo que o impeça de produzir radiação ionizante (cabeçote); ➔ Todos os indicadores de radiação ionizante devem ser removidos; ➔ Antes do descarte, a autoridade competente deve ser formalmente comunicada por escrito.
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