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MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO 1 Sistema Digestório 3 CLINICA MÉDICA E CIRURGICA DE PEQUENOS ANIMAIS O sistema digestório é formado pelos seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e ânus. O sistema digestório é composto por órgãos que atuam juntos para permitir a absorção da maior quantidade de nutrientes possível dos alimentos ingeridos. É divido em três partes que possuem funções distintas no processo digestivo: Duodeno: associada à mistura do quimo (alimento que passa por digestão no estômago) com a bile (produzida no fígado) e com o suco pancreático (secreção exócrina do pâncreas). Jejuno: absorção de nutrientes e de substâncias. Tem, ainda, o papel de secretar substâncias que auxiliam no esvaziamento do estômago, na contração da vesícula biliar, no seu próprio funcionamento motor, além de outras funções. Íleo: quebra enzimática de nutrientes, absorção da vitamina B12, gorduras e sais biliares, função imunológica. - O quimo que passa através do esfíncter pilórico ate o duodeno é uma massa semilíquida constituída por partículas alimentares misturadas com secreções gástricas. - Uma vez que o alimento penetra no intestino delgado, grandes quantidades de muco são secretadas e tem função de proteger a mucosa contra a irritação e a erosão produzida pelos ácidos gástricos procedentes do estomago, além de lubrificar novamente o bolo alimentar. A Maioria da digestão enzimática do alimento ocorre no intestino delgado sendo que quatro secreções estão normalmente presentes nesse local: suco duodenal, bile, suco pancreático e suco entérico. Suco Duodenal: sintetizado pelas glândulas de brunner, constituído por solução alcalina. Sua função é lubrificar a mucosa intestinal e protege-la contra o ácido clorídrico proveniente do estomago. Bile: é uma secreção produzida pelo fígado, secretada pelos hepatócitos e armazenada na vesícula biliar. É composta por diversas substâncias, sendo as principais: água, sais biliares, colesterol e bilirrubina. Possui importantes funções, sendo essencial para a digestão e absorção de gorduras e algumas vitaminas. É liberada após 30 segundos após a refeição. Secreção pancreática: A secreção pancreática ou suco pancreático é um liquido produzido pelo pâncreas, uma glândula com função exócrina e endócrina, que faz parte do sistema digestório. Essa secreção tem a função de atuar no processo digestório do alimento. Tem pH entre 7,8–8,2, ou seja, alcalino, devido ao alto teor de bicarbonato. Suco Entérico: Produzida pelo intestino delgado e lançado pelas células do duodeno que contém várias enzimas que completam a digestão dos carboidratos, das proteínas e dos lipídios. Endoenzimas: Hidrolizam grandes peptídeos em peptídeos menores. INTESTINO DELGADO MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO 2 Exopeptidases: Quebram as proteínas pelas extremidades gerando amoniácidos livres. Hidrolizam peptídeos menores e liberam aminoácidos livres. - Exopeptidases e enzoenzimas são ativadas na luz do trato intestinal. É a parte final do tubo digestivo, possui cerca de 1,5 m ( 60cm em cães e 40cm em gatos) e divide-se em três partes: Ceco: responsável por receber o conteúdo do intestino delgado e iniciar a reabsorção de água que ocorre no intestino grosso. Cólon: processa vários carboidratos complexos e, em menor grau, proteínas que não foram digeridas e absorvidas no intestino delgado. Ao contrário do intestino delgado, o cólon recupera nutrientes desses produtos por meio da fermentação. A fermentação ocorre por meio da ação de mais de 400 espécies de bactérias. Cólon proximal: Amido, PNA, açúcares e oligossacarídeo. Cólon distal: Proteína, enzimas endógenas e muco. Reto: absorção de eletrólitos e água, decomposição de ingredientes alimentares não digeríveis por bactérias anaeróbicas. É parte dos órgãos de continência e possui um importante papel no mecanismo de defecação. MICROBIOGRAMA: É um distúrbio caracterizado pela inflamação da mucosa do TGI, de caráter crônico, requer tratamento baseado no curso clínico de cada animal, com o objetivo de diminuir a inflamação e melhorar as condições físicas do animal. Cães: Linfoplasmocítica, eosinofilica e granulomatosa. Manifestações clínicas e gravidade: Vomito, diarreia e perda de peso. Causas multifatoriais: Relação genética imunomediada ou resposta a antígenos dietéticos ou microbiota intraluminal. A DII designa diversas doenças ou enfermidades, caracterizadas por sinais e sintomas gastrointestinais, de caráter persistente ou recorrente, que cursam com desordens de digestão ou absorção. Diarreia: Aumento do volume das fezes, com diminuição na consistência ou aumento de aquosidade e ou aumento da frequência das evacuações. INTESTINO GROSSO DOENÇA INTESTINAL ! Agudo: Causada por um choque ou corte, desaparecendo quando o corpo se recuperar. Crônico: Indicio de uma doença mais grave, podendo pendurar por anos e até não ser curado. ! MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO 3 Disenteria: Aumento do volume e frequência de evacuações + presença de produtos patológicos (sangue, muco, etc). MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO 4 É a interferência no intestino que impede que os alimentos, líquidos, secreções digestivas e gases sigam seu trajeto habitual. A obstrução pode aparecer no intestino delgado (duodeno) e no intestino grosso, podendo ser parcial ou completa. Pode ocorrer por conta de bridas intestinais, hérnias, neoplasias, DII, paralisia intestinal (íleo paralitico em felino), isquemia intestinal, parasitose, corpos estranhos intussuscepção. Após 24 horas de obstrução completa, o intestino distendido pode perder sua capacidade de absorver liquido e ocorre hipersecreção loca. Os principais mecanismos de hipersecreção e de diminuição da absorção acredita-se que possuem quatro origens: 1. Hipersecreção mediada por toxinas bacterianas entéricas secretadas por bactérias patogênicas não invasivas que se ligam a receptores enterócito específicos e estimulam a produção de sal e água através do campo mensageiro ou vias de monofosfato de guanosina cíclica. 2. Aumento da concentração de ácidos graxos e biliares e produtos da isquemia do tecido no local da obstrução. 3. O aumento do fluxo de sangue nas partes mais próximas do intestino obstruído que podem estimular a atividade secretora. 4. A liberação de serotonina (5 hidroxitriptamina) enteroendócrina por células que podem ser estimuladas pelo aumento da distensão luminal, que ativa as vias reflexas que aumentam a secreção iônica de cloreto. CORPOS ESTRANHOS INTESTINAIS • Obstruções proximais do lúmen do intestino delgado o Desidratação o Desequilíbrio hidro- eletrolíticos o Emese persistente: Choque • Obstruções distais do lúmen do intestino delgado o Grau variado de acidose metabólica o Parcial: anorexia, letargia, diarreia e vômitos por dias • Corpos estranhos lineares: Obstrução intestinal pós fixação em um ponto o Base da língua, comum em gatos, ou o piloro, em cães. o Obstrução parcial ou completa o Perfuração e peritonite • Corpos estranhos em cólon: Expelidos com as fezes, a não ser que o cólon distal ou o reto estejam obstruídos ou o objeto seja pontiagudo. INTUSSUSCEPÇÃO É a telescopagem ou invaginação de um segmento intestinal (intussuscepto) para dentro do lúmen de um segmento adjacente (intussuscepiente). Alterações motoras nos segmentos acometidos, resultando em OBSTRUÇÃO INTESTINAL MEDICINA VETERINÁRIA NOVE DE JULHO 5 descontinuidade intestinal: porções com maior flacidez ou rigidezem comparação às adjacentes. - Estrangulamento do retorno venoso com dilatação e congestão. - Estágios avançados: exsudação de fibrina da superfície serosa- aderência intestinal. - Obstrução permanente dos vasos: isquemia e necrose- perfurações e rupturas intestinais tardias. Obstruções parciais ou totais - Iléo-cólica - Cães jovens - Alterações de dieta, CE, granulomas ou massas gastrointestinais, GE e enterites infecciosas ou não, parasitismo intestinal e cirurgias prévias e idiopática. MEGACÓLON É caracterizado pela dilatação e alongamento da porção final do intestino grosso. Como consequência, o órgão perde lentamente a sua função, tornando a digestão mais demorada e causando cada vez mais constipação. Comum em gatos, e geralmente de origem idiopático. Outras causas incluem obstrução pélvica, neurológica, endócrina, comportamental ou congênita. CONSTIPAÇÃO • Formação de fezes excessivamente firmes e ressacadas, com defecações infrequentes. • Desidratação progressiva da matéria fecal: muito ressecada, dura e difícil de ser eliminada. • Obstipação é usado para casos de constipação persistente, decorrente de alterações graves do colón • Fecaloma: Solidificação fecal
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