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1 DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS NO ESTADO BRASILEIRO 1 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2. Desenvolvimento e Mudanças no Estado Brasileiro - Algumas considerações .... 4 3. Desenvolvimento do brasil .................................................................................... 8 4. Gestão Pública ................................................................................................... 20 4.1 Conceitos Necessários ao Entendimento do Tema Administração Pública .. 22 4.2 A Evolução da Administração Pública no Brasil .................................................... 24 4.3 Administração Pública no Brasil dos Dias Atuais .................................................. 29 4.4 Participação Popular na Gestão Administrativa do Estado ................................ 31 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 33 2 1. NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 2. INTRODUÇÃO A Gestão Pública é responsável pelo desenvolvimento urbano e econômico de uma cidade. No entanto para que haja eficiência na gestão correspondente à administração de um município há que se estabelecer a organização na gestão, criar missões correspondentes ao desenvolvimento que se almeja alcançar para, enfim, realizar a gestão de forma eficiente e eficaz. A História da República Brasileira iniciou-se em 1889 com a Proclamação da República e acompanhou todo o período posterior, até o século XXI. A difusão dos ideais republicanos remonta ao período colonial, como durante a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana, no final do século XVIII. Apesar dos ideais e das revoltas buscarem a superação da monarquia, apenas no final do século XIX, com o fim do escravismo, as elites agrárias do país aceitaram organizar o Estado brasileiro nos moldes republicanos. O fato de a República nascer como uma aceitação das elites e ter sido realizada através da espada do exército brasileiro conformou um caráter autoritário e excludente do Estado brasileiro, garantindo os privilégios das classes dominantes e a negação de direitos às classes exploradas durante muito tempo. A participação do exército na vida política nacional foi também uma constante da história republicana do país, que pode ser dividida em algumas fases. 4 3. DESENVOLVIMENTO E MUDANÇAS NO ESTADO BRASILEIRO - ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Figura 1 Fonte: Google Historicamente, o desenvolvimento econômico tem-se alterado muito nas sociedades e no nascimento e crescimento de nações ao longo dos tempos, desde o início do trabalho da terra, agricultura, sobras de produção, até os modernos conceitos de finanças, economia, acumulação do capital e riquezas. O desenvolvimento econômico não ocorreu ou ocorre de forma homogênea nas nações como em suas sociedades e em seus aspectos intrínsecos sociais, onde as riquezas não são divididas ou repartidas em termos igualitários, mesmo com o aumento da tecnologia, acumulação de capitais, novos processos de produção, maior volume de informações e de conhecimento, além da capital humano empregado na construção de riquezas, finanças e economia. Não se pode confundir crescimento e desenvolvimento econômico, onde o primeiro trata da elevação do valor agregado produzindo por uma nação, diferentemente do segundo que considera um conjunto mais complexo de variáveis como qualidade de vida dos cidadãos, a diferenciação econômica entre indivíduos, ou 5 seja, como a riqueza é distribuída no conjunto populacional, se o crescimento econômico também direciona para um desenvolvimento social. Dentro do conceito de crescimento econômico, termos como macroeconomia e microeconomia, onde envolve termos como equilíbrio ou estabilidade macroeconômica, com um governo que tem suas contas em um padrão ideal, dentro também de um ambiente de inflação baixa e controlada, além também da estabilidade política, ou seja, o cuidado com o aparato legal nacional da segurança jurídica de uma nação, que já considerando a microeconomia, estuda a relação do comportamento dos consumidores, do problema da escassez de recursos, da atuação empresarial, das questões relacionadas com preços, fatores de produção em mercados, da oferta e da demanda de bens e serviços. Segundo correntes de estudos econômicos, o crescimento econômico favorável deve-se a alguns fatores como taxa de poupança para financiamento de novos investimentos produtivos para a formação de capital, manutenção de produtividade efetiva considerando aspectos viabilidade financeira e econômica. Isto em uma primeira análise, tendo por outra linha, que além de considerar o aumento de capital, também enfatiza a formação de capital humano para o sistema produtivo, com conseqüente acumulação de novos conhecimentos, gerando, por conseguinte, novas tecnologias aplicadas tanto a produção em si como para a economia em geral, envolvendo assim áreas como a educação, a pesquisa, como o desenvolvimento profissional. Figura 2 Fonte: Google 6 Nesse sentido, o aumento da economia, como no nível educacional de uma sociedade, como dos próprios indivíduos, esta passa a galgar melhores oportunidades profissionais como também de renda médio, em comparação com aqueles que não têm acesso a este processo, fato este análogo em comparação entre países e desenvolvimento humano. Isto é muito visível se comparados os aspectos socioeconômicos dos países considerando de primeiro mundo ou ricos com os que estão em desenvolvimento ou ainda se encontram atrasados em seus sistemas produtivos, economia, tecnologia, política, legislação, educação e sociedade. No caso Brasil, mesmo com as adversidades do sistema político nacional que herda um sistema patrimonialista imperialista colonial, vem formatando uma realidade complexa do nascimento de uma república velha oligárquica, golpes de estado, diversas constituições, sistemas políticos ditatoriais militares, abertura política, administração racional-legal e gestão pública gerencial. Considerando este pequeno resumo histórico brasileiro, os governos, principalmente após Getúlio Vargas, priorizaram maior industrialização nacional, em indústrias de base, infraestrutura, metalurgia, além de reformas estruturais nos sistemas financeiros, tributários, trabalhistas, previdenciários, como também, um conjunto agregado de crescimento econômico e social. Figura 3 Fonte: Google 7 Nesse sentido, de modo geral, o crescimento econômico nem sempre traz em seu bojo o mesmo nívelde desempenho para o desenvolvimento econômico e social de uma sociedade em aspectos de distribuição de riquezas e desenvolvimento humano, sendo o Brasil também, integrante dessa insípida realidade, contrastado por um retrato de um país em pleno crescimento econômico, melhorias tecnológicas, aumento de produtividade, acumulação constante de riquezas em seu produto interno bruto, e, por outra em que muitos dessa sociedade não percebem dos resultados do desempenho econômico, das riquezas produzidas, dos serviços de melhorias de qualidade de vida em geral. 8 4. DESENVOLVIMENTO DO BRASIL Antes da república, o Brasil viveu um regime monárquico, que existiu entre 1822 e 1889. Neste período, o país teve dois imperadores: D. Pedro I e D. Pedro II. O processo histórico em que se desenvolveu o fim do regime monárquico brasileiro e a ascensão da ordem republicana no Brasil perpassa por uma série de transformações que levou à chegada dos militares ao poder. De fato, a proposta de um regime republicano já vivia uma longa história manifestada em diferentes revoltas. Entre tantas tentativas de transformação, a Revolução Farroupilha (1835-1845) foi a última a levantar-se contra a monarquia. A república foi instaurada sem a participação popular, visando o atendimento de interesses particulares da elite econômica dominante à época. Aparentemente pouco mudou. Mesmo que atualmente a população tenha o direito/dever de votar e escolher seus representantes, e que a Constituição Federal de 1988 tenha dado ao povo o poder político, o povo brasileiro continua a assistir inerte, na maior parte do tempo, aos grandes acontecimentos políticos. . 9 Figura 4 Fonte: Google 10 Presidentes do Brasil na Primeira República (1889-1930) Figura 5 Fonte: Google A Primeira República, também conhecida como República Velha, foi a primeira fase da organização republicana nacional. Abrangeu o período entre a Proclamação da República, em 1889, e a chamada Revolução de 1930. Pela liderança do poder de Estado, alteraram-se confrontos e alianças entre a oligarquia rural e os militares das Forças Armadas. Entre o fim do Império e a posse da presidência por Prudente de Morais, em 1894, apenas militares ocuparam o cargo de líder na Primeira República. Este período ficou conhecido como República da Espada. 11 O presidente Prudente de Morais foi o primeiro presidente civil, eleito em 1894, dando início à alternância entre representantes das oligarquias rurais do sudeste brasileiro até 1930. A política do café com leite, assim chamada em decorrência da aliança nas indicações para presidentes entre São Paulo e Minas Gerais, foi o auge da ordem oligárquica. Presidentes do Brasil neste período: Deodoro da Fonseca (15.11.1889 a 25.02.1891); Floriano Peixoto (23.11.1891 a 15.11.1894); Prudente de Moraes (15.11.1894 a 15.11.1898); Campos Salles (15.11.1898 a 15.11.1902); Rodrigues Alves (15.11.1902 a 15.11.1906); Affonso Penna (15.11.1906 a 14.06.1909); Nilo Procópio Peçanha (14.06.1909 a 15.11.1910); Hermes da Fonseca (15.11.1910 a 15.11.1914); Wenceslau Braz (15.11.1914 a 15.11.1918); Delfim Moreira (15.11.1918 a 28.07.1919); Epitácio Pessoa (28.07.1919 a 15.11.1922); Arthur Bernardes (15.11.1922 a 15.11.1926); Washington Luís (15.11.1926 a 24.10.1930); *Júlio Prestes (eleito em 1930, não chegou a ser empossado, por conta da eclosão do movimento revolucionário liderado por Getúlio Vargas, quando a Junta Governativa assume o poder). 12 Era Vargas (1930-1945) Figura 6 Fonte: Google Palácio do Catete abre exposição sobre os cinqüenta anos da morte de Getúlio Vargas. O local foi sede da Presidência da República até 1960, quando foi transformado em museu (Tomaz Silva/Agência Brasil) A partir de 1914, a Primeira República entrou em declínio. Nem o surto de industrialização suportou a crise pela qual passava a produção do café, que teve seu golpe final com a crise econômica mundial capitalista de 1929. A burguesia industrial entrava em conflito com a política econômica voltada preferencialmente à agricultura. O resultado foi uma instabilidade crescente dos acordos políticos que caracterizaram a Primeira República, e a insatisfação no seio do exército proporcionou a aproximação de vários grupos estaduais que se opunham à política do Governo Federal. As revoltas tenentistas no Rio Grande do Sul, em 1923, e em São Paulo, em 1924, somadas à insatisfação das oligarquias com a eleição de Júlio Prestes, em 13 1930, levaram ao impedimento do presidente eleito e, com um golpe militar, teve fim a Primeira República. Os primeiros anos da Era Vargas foram marcados pelo clima de tensão entre as oligarquias e os militares – principalmente no estado de São Paulo – o que provocou a Revolução Constitucionalista de 1932. Em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL) promoveu uma tentativa de golpe contra o governo Getúlio Vargas – a Intentona Comunista. Getúlio aproveitou o episódio para declarar estado de sítio e ampliar seus poderes políticos. Nessa época, Getúlio adotou um discurso nacionalista e começou a articular um movimento pela sua permanência no cargo. Mas, em 1945, o Exército derrubou o presidente. Presidentes do Brasil neste período: Junta Governativa (governo provisório – Menna Barreto, Isaías de Noronha e Augusto Tasso Fragoso – 24.10.1930 a 03.11.1930); Getúlio Vargas: Governo Provisório (03.11.1930 a 20.07.1934): empossado pela Revolução de 1930. Governo Constitucional (20.07.1934 a 10.11.1937): eleito indiretamente, nos termos da Constituição de 1934. Observação: no dia 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas deu um golpe de estado, instituindo o Estado Novo, que o manteve no poder, pondo fim à luta sucessória dos candidatos à Presidência da República naquele momento; Estado Novo (10.11.1937 a 29.10.1945): investidura outorgada. Vargas não assina qualquer termo ao se manter no poder após o golpe de estado de 1937. Foi como se seu mandato tivesse sido automaticamente prorrogado, uma vez que foi cancelada a eleição presidencial prevista. Observação: com o golpe de estado, em 10 de novembro de 1937, e a instituição do Estado Novo, foi dissolvido o Congresso, outorgada a nova Constituição e garantida a permanência de Vargas no poder. 14 República Populista (1945-1964) Figura 7 Fonte: Google Após a queda de Getúlio, o general Eurico Gaspar Dutra foi eleito presidente. A Assembleia Constituinte criou a quinta constituição brasileira, que estabeleceu os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em 1950, Getúlio voltou ao cenário político e venceu as eleições presidenciais. Graças à sua postura nacionalista, seu governo recebeu apoio de empresários, Forças Armadas, grupos políticos do Congresso, da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros grupos da sociedade civil. Por outro lado, a oposição a Vargas cresceu e se organizou contra o governo. Em 23 de agosto de 1954, após acusações de o governo ter tramado um atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, 27 generais exigiram publicamente a renúncia de Vargas. Na manhã de 24 de agosto, o presidente cometeu suicídio. Após o breve governo de Café Filho, Juscelino Kubitschek assumiu a presidência em janeiro de 1955 com a promessa de realizar “cinquenta anos em cinco”. A reação à política de JK veio com a eleição do populista Jânio Quadros, que 15 renunciou ao mandato no ano seguinte. Na época, especulou-se que a renúncia foi uma estratégia usada pelo presidente para conseguir que o Congresso lhe oferecesse poderes totais. Mas ao contrário do queJânio esperava, o Congresso aceitou prontamente sua saída. Conforme trazido por Boris Fausto “A Constituição não deixava dúvidas quanto à sucessão de Jânio: deveria assumir o vice-presidente João Goulart. Entretanto, a posse ficou em suspenso, diante da iniciativa de setores militares que viam nele a encarnação da república sindicalista e a brecha por onde os comunistas chegariam ao poder. O sistema de governo passou de presidencialista a parlamentarista, e João Goulart tomou posse com poderes diminuídos, em 7 de setembro de 1961. A posse de João Goulart na presidência significava a volta do esquema populista, em um contexto de mobilizações e pressões sociais muito maiores do que no período Vargas. Jango representaria uma sobrevida do populismo, destinado a desaparecer desde os últimos tempos de Getúlio. Na noite de 1º de abril, quando Goulart rumara de Brasília para Porto Alegre, o presidente do Senado Auro Moura Andrade declarou vago o cargo de presidente da República. Assumiu o cargo, seguindo a linha sucessória, o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli. O golpe militar se consumou e o poder passou das mãos dos civis para os comandantes militares” Presidentes do Brasil neste período: José Linhares (29.10.1945 a 31.01.1946): presidente do Supremo Tribunal Federal, exerceu a Presidência por convocação das Forças Armadas, após a deposição de Getúlio Vargas; Eurico Gaspar Dutra (31.01.1946 a 31.01.1951); Getúlio Vargas (31.01.1951 a 24.08.1954). Observação: Vargas suicidou-se em 24 de agosto de 1954; Café Filho (24.08.1954 a 11.11.1955); Carlos Luz (08.11.1955 a 11.11.1955); observação: como Presidente da Câmara dos Deputados, Carlos Luz ocupou a Presidência da República apenas por três dias, não constando no Livro de Posse o assentamento de sua investidura, substituindo o titular licenciado para tratamento de saúde. Nereu Ramos (11.11.1955 a 31.01.1956); 16 Juscelino Kubitschek (31.01.1956 a 31.01.1961); Jânio da Silva Quadros (31.01.1961 a 25.08.1961); Ranieri Mazzilli (25.08.1961 a 08.09.1961); João Goulart (08.09.1961 a 1º.04.1964); 08.09.1961 a 24.01.1963: fase parlamentarista (observação: assumiu a Presidência da República por força da Emenda Constitucional nº 4, de 22.09.1961, que instituiu o sistema parlamentar de governo). Ditadura Militar (1964-1985) Figura 8 Fonte: Google Com o aumento da crise política e das tensões sociais, em março de 1964, tropas em Minas Gerais e São Paulo saíram às ruas. Com o apoio do governador Magalhães Pinto, o general Olímpio Mourão Filho mobilizou – no dia 31 de março – tropas sob seu comando sediadas em Juiz de Fora (MG), deslocando-se em direção ao Rio de Janeiro. O movimento de 31 de março tinha sido lançado aparentemente para livrar o país da corrupção e – principalmente – do comunismo. Entretanto, o novo regime 17 mudou as instituições democráticas do país e instaurou Atos Institucionais que funcionariam ao seu favor. Assim, no dia 9 de abril, foi decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1), que cassou mandatos políticos e tirou a estabilidade de funcionários públicos. Formalmente, manteve a Constituição de 1946 com várias modificações, assim como o funcionamento do Congresso. O AI-1 suspendeu as imunidades parlamentares e autorizou o comando supremo da revolução a cassar mandatos em qualquer nível, além de suspender direitos políticos pelo prazo de dez anos. Perderam os mandatos os governadores dos Estados de Pernambuco e Sergipe (respectivamente Miguel Arraes e Seixas Dória). O governador de Goiás, Mauro Borges, ligado ao PSD, foi deposto em novembro de 1964. Entre as figuras mais conhecidas que tiveram mandatos cassados ou sofreram a suspensão de seus direitos políticos, além de nomes óbvios como os de Jango e Brizola, figuravam Jânio e Juscelino, este último senador por Goiás. Em 1964, o marechal Castello Branco foi escolhido como primeiro presidente do regime. Em 67, o marechal Costa e Silva assumiu a presidência em seguida e decretou um dos mais memoráveis Atos: o Ato Institucional Número 5 (AI-5), que fechou o sistema político e ampliou a repressão da ditadura. No final de 1969, Costa e Silva adoece e é substituído por uma junta militar. Em seguida, o general Emílio Garrastazu Médici assume a presidência. Com ele, cresce a repressão e uma severa política de censura é colocada em prática para todos os meios de comunicação e expressão. Sucessor de Médici, o general Ernesto Geisel inicia um lento processo de transição rumo à democracia. Em 1978, ele acaba com o AI-5 e impõe o general João Batista Figueiredo para a sucessão. Figueiredo decreta então a Lei da Anistia e restabelece o pluripartidarismo. Presidentes do Brasil neste período: Castello Branco (15.04.1964 a 15.03.1967); Costa e Silva (15.03.1967 a 31.08.1969); Governo Provisório – Junta Militar (Augusto Hamann Rademaker Grünewald; Aurélio Lyra Tavares; Márcio de Souza Mello – 31.08.1969 a 30.10.1969): assumiram a Chefia do Governo por força do Ato Institucional nº 12/69, durante o impedimento temporário do Presidente da República; 18 Emílio Médici (30.10.1969 a 15.03.1974); Ernesto Geisel (15.03.1974 a 15.03.1979); João Figueiredo (15.03.1979 a 15.03.1985); Nova República (1985-hoje) Figura 9 Fonte: Google A Nova República consiste no período que se seguiu ao governo militar caracterizado pela democratização política e pela estabilização econômica. Em 1984, o movimento Diretas Já mobilizou milhões de brasileiros que pediam eleições diretas para presidente. A Câmara dos Deputados, no entanto, não aprovou e o Colégio Eleitoral elegeu o deputado oposicionista Tancredo Neves, que concorria contra Paulo Maluf. Tancredo não chegou a tomar posse – falecendo vítima de infecção hospitalar. Assim, o vice José Sarney assumiu. No seu governo, foi promulgada a Constituição de 1988 – o documento que reinstituiu o Estado democrático e a república presidencialista. Em 1989, Fernando Collor de Mello venceu as primeiras eleições diretas para presidente realizadas desde 1960. Praticamente desconhecido no resto do país, sua 19 campanha foi baseada na promessa de combate à corrupção e da construção de uma imagem de líder jovem e dinâmico. Após dois anos de governo, o Congresso Nacional instaurou uma CPI cujas conclusões levam ao pedido de afastamento do presidente. Por fim, Collor renunciou ao cargo para evitar o impeachment. Após a renúncia, o vice-presidente Itamar Franco assumiu o cargo. Em sua administração, foi implantado o Plano Real. O projeto foi executado pela equipe do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que se elegeu presidente em 1994 e foi reeleito em 1998. Em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República, e reeleito em 2006. Em 2010, Dilma Rousseff foi eleita sucessora de Lula, e reeleita em 2014. Entretanto, em 2016, a primeira presidente mulher eleita sofreu um processo de impeachment e foi substituída por seu vice Michel Temer. Presidentes do Brasil neste período Tancredo Neves: sua posse, marcada para o dia 15.02.1985, não chegou a realizar-se porque o Presidente eleito adoeceu gravemente na véspera, vindo a falecer no dia 21.04.1985; José Sarney (15.03.1985 a 15.03.1990); Fernando Collor (15.03.1990 a 02.10.1992); Itamar Franco (29.12.1992 a 01.01.1995); Fernando Henrique Cardoso (01.01.1995 a 01.01.2003); Luiz Inácio Lula da Silva (01.01.2003 a 01.01.2011); Dilma Rousseff (01.01.2011 a 31.08.2016): mandato da então Presidenta Dilma Rousseff foi interrompido em 31 de agosto de 2016. Assumiu em seu lugar o vice-presidente, Michel Temer; Michel Elias Temer Lulia (31.08.2016-31.12.2018): por ocasião da interrupção do mandato da então presidenta Dilma Rousseff, em 31 de agosto de 2016,assume a Presidência do país. Jair Messias Bolsonaro (01.01.2019-hoje) 20 5. GESTÃO PÚBLICA Figura 10 Fonte: Google A Gestão Pública é responsável pelo desenvolvimento urbano e econômico de uma cidade. No entanto para que haja eficiência na gestão correspondente à administração de um município há que se estabelecer a organização na gestão, criar missões correspondentes ao desenvolvimento que se almeja alcançar para, enfim, realizar a gestão de forma eficiente e eficaz. Para Lima (2006), “gestão é a capacidade de fazer o que precisa ser feito”. Em uma gestão pública não se pode esquecer a capacidade de se atentar e permanecer no posicionamento da organização planejada, para que assim, a missão possa ser cumprida, que neste caso primordial é o desenvolvimento da cidade em benefício ao povo que nela reside. Lima ainda acredita que uma boa organização na gestão pública está relacionada à uma alta capacidade de gestão, que por sua vez, relaciona-se com a “melhor relação entre recurso, ação e resultado”. Neste sentido pode-se dizer que quanto maior for a demanda, isto é, a necessidade de um planejamento eficiente no município, maior deverá ser a capacidade do gestor público, principalmente se os recursos disponíveis forem escassos. Uma das palavras fundamentais para uma boa gestão pública é “excelência”. Através dela os processos de fundamentação da estrutura do município, a capacidade 21 de administração baseada em necessidade coletiva e o controle dos valores exigidos na gestão será indispensável para a ocorrência de resultados que beneficie tanto a estrutura física do município como sua base econômica e a qualidade de vida dirigida à população local. A proposta de uma gestão pública, segundo Lima (2006) se baseia na excelência de valores e de resultados. O ganho social é de extrema importância e alcança o topo em uma pirâmide de prioridade, pois “cria valor público para o cidadão” (LIMA, 2006 p 8). Segundo o próprio Lima (2006) “a gestão pública é focada em resultados e orientada para o cidadão”. A melhoria da qualidade ofertada pelos serviços público também é de responsabilidade da gestão pública que deve sempre estar elencada para uma “devida contribuição à competitividade do país” (LIMA, 2006 p.8). Dentro da opinião estabelecida por Lima (2006) para uma excelente gestão pública em que engloba o desenvolvimento geral de uma cidade estão os fundamentos que são alcançados com a publicidade dos recursos aplicados às políticas públicas apresentadas; da moralidade e legalidade estabelecida diante da transparência realizada às benfeitorias à própria população e finalmente à excelência de toda a ação realizada que será devidamente direcionada aos cidadãos do município. A adoção de boas práticas relacionada à Gestão Pública constitui, também, um conjunto de mecanismos através dos quais investidores de outros setores, incluindo impostos pagos por cidadãos, protegem-se contra desvios de ativos por indivíduos que têm poder de influenciar ou tomar decisões em nome da cidade que é administrada. O fato é que todos nós desejamos um setor público eficiente, ágil e de qualidade. Para isso é preferido reconhecer os problemas da cidade e procurar resolvê-los através de uma boa preparação na administração desta mesma cidade. 22 5.1. Conceitos Necessários ao Entendimento do Tema Administração Pública Figura 11 Fonte: Google É relevante a definição de alguns conceitos para o entendimento do tema Administração Pública. A seguir, procura-se delimitar o espaço de compreensão acerca do objeto para que não haja distanciamento da questão proposta. Muitas são as definições para a palavra administração. O vocábulo abrange tanto a atividade superior de planejar, dirigir, comandar, como a atividade subordinada de executar. (Di Pietro, 2003, p.53). Pode-se conceituar administração comoo processo ou atividade dinâmica que consiste em tomar decisão sobre objetivos e recursos. O processo de administrar é inerente a qualquer situação que haja pessoas utilizando recursos para atingir algum tipo de objetivo. A finalidade última do processo de administrar é garantir a realização de objetivos por meio de aplicação do recurso. (Maximiano, 2000, p. 54) Ao se definir Administração Pública, necessita-se classificar a expressão dentro dos sentidos existentes, o objetivo e material e o subjetivo e formal. Em sentido amplo:A Administração Pública, subjetivamente considerada, compreende tanto os órgãos governamentais, supremos, constitucionais (Governo), aos quais incube traçar 23 os planos de ação, dirigir, comandar, como também os órgãos administrativos, subordinados, dependentes (Administração Pública, em sentido estrito), aos quais incube executar os planos governamentais; ainda em sentido amplo, porém objetivamente considerada, a Administração Pública compreende a função política, que traça as diretrizes governamentais e a função administrativa, que as executa. (Di Pietro, 2003, p.54). A definição para Administração Pública em sentido estrito compreende, sob aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos, e sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa, excluídos, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política. (Di Pietro, 2003, p.54) É necessário distinguir as funções do Estado. As funções são: legislativa, judiciária e executiva. Predominantemente, cada Poder exerce uma dessas funções. Precisa-se focar, entretanto, na função executiva que é, em última análise, a própria função administrativa do Estado. A Administração Pública, tomada a expressão em seu sentido subjetivo, ganha corpo e atuação através das entidades, órgãos e agentes que a compõem. Doutrinariamente, costuma-se dividi-la em: (i) administração direta e (ii) administração indireta. São entidades da administração direta a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Essas pessoas jurídicas são divididas em órgãos, que são parcelas de competência dentro das entidades, não sendo classificadas como pessoas jurídicas (exemplos: Ministérios, Secretarias, Departamentos). Já a administração indireta é composta por pessoas jurídicas que, apesar de não fazerem parte da estrutura das entidades da administração direta, a elas são vinculadas. Fazem parte da administração indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Toda essa estrutura tem por finalidade satisfazer as necessidades públicas. Harada (2008, p.5) define necessidade pública como: Aquela que é de interesse geral, satisfeita sob o regime de direito público, presidido pelo princípio da estrita legalidade, em contraposição aos interesses particulares ou coletivos, satisfeitos pelo regime de direito privado, informado pelo princípio da autonomia da vontade. Dentro das necessidades públicas básicas, está a prestação de serviços público. Celso Antonio Bandeira de Melo (2004, p.620) define: 24 Serviço público é toda a atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob regime de Direito Público ? portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais ?, instituído em favor dos interesses definidos como públicos no sistema normativo. O Estado atua através da execução de políticas públicas. Segundo Maria Paula Dallari Bucci (2002, apud OLIVEIRA, 2005, p. 66) políticas públicas são: "Programas de ação governamental visando coordenar os meios à disposição do Estado e as atividades privadas, para a realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente determinados.Políticas públicas são metas coletivas conscientes". 5.2. A Evolução da Administração Pública no Brasil A história da Administração Pública no Brasil pode ser analisada levando-se em consideração três modelos de administração: modelo patrimonialista, modelo burocrático e modelo gerencial. Cada modelo de gestão é classificado de acordo com o momento vivenciado pela sociedade e conforme a administração dos bens públicos. A Administração Pública é o conjunto de entidades, órgãos e agentes que possuem atribuições para que se faça cumprir as atividades administrativas com a finalidade de satisfazer os interesses da coletividade. Diante disso, cada modelo de administração da Administração Pública Brasileira será analisado, com o objetivo de explorar as características marcantes de cada momento. Administração Patrimonialista No modelo de administração patrimonialista, que se manifestou desde o período colonial até meados da década de 1930, é possível verificar uma “confusão” patrimonial, não havendo distinção entre os bens públicos e os bens privados. O soberano (príncipe/monarca) se apropria da coisa pública como se fosse sua, para satisfazer interesses pessoais. Na administração patrimonialista, os bens públicos se confundiam com os bens privados. 25 Assim sendo, nessa fase da administração, o monarca se utilizava dos bens públicos, da forma que bem lhe interessava, em detrimento dos interesses da coletividade que era o verdadeiro titular do patrimônio público. O modelo patrimonialista é caracterizado pela ausência da observância de diversos princípios fundamentais para o funcionamento do aparato estatal na atualidade. A ideia da indisponibilidade do interesse público, da impessoalidade, finalidade pública e a responsabilidade de prestar contas à população, não foram preceitos considerados nessa fase da administração. Ao contrário, deu-se lugar à corrupção, ao nepotismo e a apropriação dos bens públicos para fins particulares. Segundo o Plano Diretor, no momento em que o capitalismo e a democracia se tornam dominantes, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado. Neste novo momento histórico, a administração patrimonialista torna-se uma excrescência inaceitável. Apesar da superação do modelo patrimonialista de gestão estatal, ainda é possível observar a prática de alguns atos administrativos visivelmente inconstitucionais, como por exemplo a constante nomeação de parentes para cargos de confiança da Administração Pública (nepotismo). Figura 11 Fonte: Google 26 Administração Burocrática Com o desenvolvimento do capitalismo e da democracia, o modelo de administração patrimonialista começou a se desgastar. O modelo burocrático começou a ser implementado no Brasil por volta de 1936, com a finalidade de organizar o trabalho estatal. O modelo burocrático surgiu com o objetivo de eliminar as práticas do modelo patrimonialista: corrupção e nepotismo. A burocracia foi uma forma de administração idealizada por Max Weber, que adicionou às práticas administrativas os conceitos de impessoalidade, formalismo e profissionalismo. Impessoalidade: surgiu com a finalidade de se distinguir o bem público do bem particular, impedindo a interferência de interesses particulares nas decisões da Administração Pública. Formalidade: surgiu com a finalidade de estabelecer normas e regras para a utilização e disposição dos recursos públicos. Regras para a utilização de recursos humanos, materiais e financeiros para alimentar o funcionamento da Administração. Profissionalismo: surgiu com a finalidade de ocupar os cargos públicos com os agentes capacitados para as atribuições exigidas. O indivíduo passa a ocupar o cargo em decorrência de sua aptidão e meritocracia e não mais pela indicação de uma autoridade. Característica igualmente importante no modelo burocrático de administração, foi a implementação de uma hierarquia funcional, ou seja, a elaboração de uma forma de organização estatal em níveis estruturais de autoridade e subordinação. Com isso foi estabelecida a forma organizacional de departamentalização, onde os indivíduos eram agrupados em uma unidade de funcionamento da administração com vistas a facilitar a coordenação e o controle das atividades realizadas. O modelo burocrático objetivava a eliminação das práticas patrimonialistas. Trabalhos complexos foram divididos em atividades mais simples, permitindo o surgimento de funções especializadas para cada unidade de gestão. As atividades, no modelo burocrático, eram baseadas na desconfiança da possibilidade de retorno das práticas patrimonialistas e, por isso, havia muitas regras e procedimentos. 27 Assim, o controle dos atos da administração era exercido antes de sua execução. O foco da administração se dirigia ao processo, ou seja, na observância rígida das regras e dos procedimentos para a realização de determinado ato. Disfunções da Burocracia O foco do modelo burocrático se sustentava na ideia de se priorizar a observância das regras e procedimentos existentes. Diante disso, a Administração Pública acabou por deixar de lado o destinatário de suas ações que era o cidadão. O Estado não se preocupava com os resultados obtidos após a execução dos atos administrativos. Dessa forma, a burocracia começou a apresentar alguns efeitos negativos. Excesso de formalidade e de regras a serem seguidas tornando as atividades lentas e caras; Centralização das decisões e excesso de níveis organizacionais dificultando o contato direto com o cidadão; Organizações resistentes à mudanças e despreocupadas em garantir a qualidade de vida da coletividade. 28 Administração Gerencial Figura 12 Fonte: Google Em 1995 foi instituído o chamado Plano Diretor que teve por objetivo instituir algumas mudanças para implementar o modelo gerencial de administração. Tal reforma foi legalmente instituída com a Emenda Constitucional n˚19 de 1998. A administração gerencial surgiu para reafirmar os pilares do modelo burocrático: impessoalidade, formalidade e profissionalismo. Além disso, trouxe os ideais de eficiência e flexibilidade, e a importância da necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços públicos. O modelo gerencial trouxe os ideais de eficiência e flexibilidade para a administração pública. A Emenda Constitucional n˚19, adicionou o princípio da eficiência no rol dos princípios da Administração Pública, previstos no Art.37 da Constituição Federal. O controle dos atos da administração passou a ser realizados também a posteriori, ou seja, depois da execução dos atos administrativos. O foco de controle passou a ser direcionado aos resultados alcançados. Assim, a administração gerencial apresentou as seguintes características: Aplicação de princípios utilizados na iniciativa privada às instituições públicas – governo empreendedor; Possibilidade de participação do cidadão na elaboração de políticas públicas; Ações públicas focadas nos clientes/usuários; Accountability – responsabilidade dos agentes públicos perante a sociedade; Descentralização – mais autonomia ao agente público e ao cidadão; 29 5.3. Administração Pública no Brasil dos Dias Atuais Figura 13 Fonte: Google A Emenda Constitucional n.º 19 promoveu diversas mudanças no sentido da modernização do aparelho estatal, entre as quais se destacam: I. limitação da remuneração dos servidores públicos, agentes políticos e empregados públicos das empresas e sociedades de economia mista que recebam recursos dos entes federativos, cujo teto passou a ser o subsídio percebido pelos Ministros do Supremo Tribunal Federal; II. possibilidade de aumento da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dosórgãos e entidades da administração direta e indireta, mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade; III. fixação (por lei complementar) de um limite de gastos com pessoal, a ser observado por todos os entes federativos (Estados, Municípios, União e Distrito Federal); IV. previsão da criação das "Escolas de Governo" no âmbito da União, dos Estados e do Distrito Federal, com a promoção de cursos, cuja participação constitui um dos requisitos para promoção na carreira; V. previsão da instituição dos conselhos de política de administração e remuneração 30 de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos Poderes da União, Estados, Municípios e Distrito Federal; VI. previsão de lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a fim de disciplinar a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade. Aos poucos, algumas das diretrizes da EC 19 vão sendo implementadas, principalmente no âmbito do governo federal. O foco na qualificação dos agentes públicos, com a criação de várias escolas de governo, tem sido um dos destaques desse processo de modernização (veja-se, para tanto, o número de instituições participantes da Rede Nacional das Escolas de Governo, disponível em http://www2.enap.gov.br/rede_escolas/index.php?option=com_content&task=view&id =14&Itemid=28) Outros sinais de modernização gerencial podem ser vistos na criação das agências reguladoras, que são autarquias especiais, com autonomia financeira e gerencial, destinadas a controlar as concessionárias de serviços públicos e com a criação das chamadas "parcerias público-privadas" pela Lei Federal 11.079/2004, destinadas a promover investimentos de grande vulto (acima de 20 milhões de reais) contratos de prestação de serviços de longo prazo (acima de 5 anos). Dentro do modelo gerencial, o atual governo vem implantando uma gestão norteada para o crescimento e empenhada com a diminuição da desigualdade social. Silva e Amaral (2007) destacam as seguintes ações da atual gestão federal: a inauguração de processos inclusivos de tomada de decisão, como ampliação dos espaços de discussão das políticas públicas junto à sociedade e o reconhecimento da necessidade de investimento no fortalecimento dos quadros públicos. Alguns programas como o Bolsa Família, que visam a atender um público específico, dando possibilidades de inclusão e participação na sociedade e retirando essas pessoas da situação de indigência; O PAC Programa de Aceleração do Crescimento, que busca promover o crescimento do país, com gestão integrada de medidas institucionais de investimento público e privado em infra-estrutura logística, energética, social e urbana. 31 Reconhece-se que ainda há uma grande defasagem de grande parte das entidades públicas no tocante à cultura organizacional. A União é o ente federativo que mais vem dando demonstrações de vontade no sentido de modernizar a gestão pública. Por outro lado, os Estados mais atrasados e a grande maioria dos Municípios brasileiros, carentes de recursos e de pessoal qualificado, encontram muitas dificuldades para implementar um modelo moderno de gestão. Motta (2007) nos informa que, hoje, o desafio maior da gestão pública é a eficiência eqüitativa, ou seja, garantir igualdade de acesso com eficiência no uso dos recursos públicos. Os próprios entes federativos, entretanto, têm capacidades de gestão diferentes, o que dificulta, em muito, a implementação dessa eficiência equitativa. 5.4. Participação Popular na Gestão Administrativa do Estado Figura 14 Fonte: Google Conforme a Constituição Federal de 1988, demonstra que a participação popular é um dos princípios que garante o fortalecimento da democracia no nosso país. Dessa forma, o cidadão auxilia na gestão pública, assumindo o papel de acompanhar o processo de construção, administração, cumprimento e avaliação das políticas públicas, este modelo de participação já vem sendo utilizado em vários estados brasileiros (BRASIL, 1998; MENEZES, 2005). Este têm sido a melhor caminho a ser percorrido pelos indivíduos que lutam pelo cumprimento dos seus direitos. 32 A partir desse embasamento, a participação dos cidadãos quando ocorre, acaba colaborando para fortalecer a transparência na gestão pública e nos serviços prestados enquanto eixos essenciais para cumprir constitucionalmente princípio de eficiência. Nesse sentido, a população não requer somente um serviço público digno que satisfaça suas necessidades, mais que o cidadão possa ter acesso às informações de forma clara, concisa e objetiva sobre os atos públicos, tendo a oportunidade de criticar, elogiar e dar sugestões. Por esse motivo, Modesto (2005) afirma que a administração pública vê o cidadão como ponto chave da legitimidade, isto é, ao ouvi-lo, assume a responsabilidade de garantir sua dignidade prevista em lei. Em relação a essa prerrogativa, o presente trabalho segue com o objetivo de destacar a importância da Participação Popular na Administração Pública como instrumento no fortalecimento da democracia, primando ainda as dificuldades que interferem nesse processo participativo. Para Rocha (2011) a participação do cidadão é vista como um modo de satisfazer as necessidades do ser humano, tanto de forma individual, grupal ou organizações representativas, atuando no meio legislativo (voto), administrativo ou judicial (fiscalizando, participando dos atos públicos, etc.). Assim, a participação popular é compreendida como uma medida praticada como um recurso para lutar pelos direitos dos cidadãos, principalmente os desfavorecidos (excluídos e os pobres). Sendo assim, torna-se possível constatar a contribuição da democracia participativa como elemento constitucional para colaborar na efetivação da participação do cidadão nas tomadas das decisões. Sendo que na realidade, mesmo a população indo as ruas, escolhendo seus representantes através do voto e tomando iniciativas para lutar pelos seus direitos, a sua participação na gestão pública passa a ser falseada e nula, devido a interferência dos setores reguladores que também possui parcela de participação na Administração Pública. (LOCK, 2004). Logo, é necessário que a democracia seja exercida de modo efetivo, legitimando a inclusão da população no controle social do Estado. (DIAS, SILVA e CALDAS, 2015). 33 1. REFERÊNCIAS BRESSER PEREIRA, Luis Carlos. Da Administração pública burocrática à gerencial. Revista do Serviço Público, Brasília, v.47, n.1, p.04-40, jan./abr. 1996. __________. Burocracia pública na Construção do Brasil. 2008. Disponível em: <http://www.bresserpereira.org.br/Books/Livro- BurocraciaConstru%C3%A7%C3%A3oBrasil.6.pdf> Acesso em: 22 Abr. 2009. __________. Burocracia pública e reforma gerencial. Revista do Serviço Público, Brasília, ed. Especial, 2007. 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