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Filosofia Pós-Socrática A filosofia Pós-Socrática é aquela que surgiu após os desenvolvimentos das primeiras pólis, mais focada na explicação do universo e da matéria, e após Sócrates oferecer um caminho mais voltado a ética e a politica, desenvolvendo também seu método dialético, incluindo diversas correntes, motivo pelo qual alguns estudiosos preferem referir-se a ela como Período Pós-Socrático. Encerrando o chamado período clássico da filosofia no século IV a.C., é o período em que a filosofia começa a tomar corpo e ampliar suas correntes e discussões. Período Helenístico Durante o conturbado Período Helenístico, o homem deixou de ser o componente mais importante de uma comunidade restrita para se tornar um simples cidadão de vastos impérios. A perda da importância política individual fez muitos se dedicarem cada vez mais à busca da felicidade pessoal através da religião, da magia ou da Filosofia As principais escolas filosóficas do Período Helenístico foram o cinismo, o ceticismo, o epicurismo e o estoicismo. Todas procuravam, basicamente, estabelecer um conjunto de preceitos racionais para dirigir a vida de cada um e, através da ausência do sofrimento, chegar à felicidade e ao bem-estar. EPICURISMO: O PRAZER Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA O epicurismo, de Epicuro (324-271 a.C.) – propunha a ideia de que o ser humano deve buscar o prazer da vida. No entanto, distinguia, entre os prazeres, aqueles que são duradouros e aqueles que acarretam dores e sofrimentos, pois o prazer estaria vinculado a uma conduta virtuosa. Para Epicuro, o supremo prazer seria de natureza intelectual e obtido mediante o domínio das paixões. Os epicuristas procuravam a ataraxia, termo grego que usavam para designar o estado em que não havia dor, de quietude, serenidade, imperturbabilidade da alma. O epicurismo, posteriormente, serviu de base ao hedonismo, filosofia que também defende a busca do prazer, mas que não diferencia os tipos de prazeres, tal como faz Epicuro. Defendia que o prazer é o princípio e o fim de uma vida feliz. Epicuro defendia dois grandes grupos de prazeres. O primeiro reúne os prazeres mais duradouros, que encantam o espírito, como a boa conversação, a contemplação das artes, a audição da música etc. O segundo inclui os prazeres mais imediatos, muitos dos quais são movidos pela explosão das paixões e que, ao final, podem resultar em dor e sofrimento. Para desfrutar dos prazeres do intelecto é necessário dominar os prazeres exagerados da paixão. ESTOICISMO: O DEVER Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY O estoicismo, de Zenão de Cício (334-262 a.C.) – os representantes desta escola, conhecidos como estoicos, defendiam uma atitude de completa austeridade física e moral, baseada na resistência do homem ante os sofrimentos e os males do mundo. Seu ideal de vida, designado pelo termo grego apathéia (que costuma ser mal traduzido por "apatia"), era alcançar uma serenidade diante dos acontecimentos fundada na aceitação da "lei universal do cosmos", que rege toda a vida. Fundado pelas ideias de Zenão de Cício, Defendiam a noção de que toda a realidade existente é uma realidade racional. O que chamamos de Deus, nada mais é do que a fonte dos princípios racionais que regem a realidade. Zenão propõe o dever, vinculado à compreensão da ordem cósmica, como o melhor caminho para a felicidade. CETICISMO: A SUSPENSÃO DO JUÍZO Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA O ceticismo (pirronismo), de Pirro de Élis (365-275 a.C.) - segundo suas teorias, nenhum conhecimento é seguro, tudo é incerto. O pirronismo defendia que se deve contentar com as aparências das coisas, desfrutar o imediato captado pelos sentidos e viver feliz e em paz, em vez de se lançar à busca de uma verdade plena, pois seria impossível ao homem saber se as coisas são efetivamente como aparecem. Assim, o pirronismo é considerado uma forma de ceticismo, que professa a impossibilidade do conhecimento, da obtenção da verdade absoluta Fundado a partir das ideias de Pirro de Élis, foi uma corrente filosófica que defendia a ideia de que tudo é incerto, nenhum conhecimento é seguro, qualquer argumento pode ser contestado. Desse modo, aceitando que das coisas só se podem conhecer as aparências e desfrutando o imediato captado pelos sentidos, as pessoas viveriam felizes e em paz. CINISMO: ALÉM DAS CONVENÇÕES Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND O cinismo - o termo cinismo vem do grego kynos, que significa "cão", e designa a corrente dos filósofos que se propuseram a viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade ou conforto. Levavam ao extremo a filosofia de Sócrates, segundo a qual o homem deve procurar conhecer a si mesmo e desprezar todos os bens materiais. Por isso Diógenes, o pensador mais destacado dessa escola, é conhecido como o “Sócrates demente”, ou o “Sócrates louco”, pois questionava os valores e as tradições sociais e procurava viver estritamente conforme os princípios que considerava moralmente corretos. Sãos inúmeras as histórias e acontecimentos na vida desse filósofo que o tornaram uma figura instigante da história da filosofia. Neoplatonismo Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA De partida, vale ressaltar que o Neoplatonismo não retoma o Platonismo, pois evita o dualismo de Platão em favor de um princípio único para todas as coisas. Por outro lado, é interessante notar que nessa vertente, os aspectos cosmológicos e espirituais do platonismo são mais valorizados. Os primeiros filósofos a argumentarem em prol do neoplatonismo foram Plutarco (45d.C.-120d.C.), Maximus (100d.C.-160d.C) e Enesidemo (150-70a.C), contudo, foi Plotino (204d.C.-270d.C.) quem sintetizou o pensamento daqueles filósofos em sua obra “Enéadas”, onde divide o mundo entre o invisível e o fenomenal, donde o primeiro conteria os aspectos do “Uno” responsável por emanar a essência eterna e perfeita (Nous) para produzir a alma do mundo. De tal modo, neste monismo de um só Deus, tudo é emanação desse ser, o qual nunca teremos conhecimento absoluto, mas que podemos nos aproximar ao nos afastarmos dos aspectos materiais da existência, onde imperam os vícios. Resumo – Pós-Socrático Está época vai do final do período clássico (320 a.C.) até o começo da Era Cristã, dentro de um contexto histórico que representa o final da hegemonia política e militar da Grécia. Ceticismo: de acordo com os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, pois o ser humano não consegue conhecer nada de forma exata e segura. Epicurismo: os epicuristas, seguidores do pensador Epicuro, defendiam que o bem era originário da prática da virtude. O corpo e a alma não deveriam sofrer para, desta forma, chegar-se ao prazer. Estoicismo: os sábios estoicos como, por exemplo, Marcos Aurélio e Sêneca, defendiam a razão a qualquer preço. Os fenômenos exteriores a vida deviam ser deixados de lado, como à emoção, o prazer e o sofrimento. Cínico: Designa assim a corrente dos filósofos que se propuseram viver como os cães da cidade, sem qualquer propriedade e conforto. Levavam ao extremo a tese socrática de que o ser humano deve procurar conhecer a si mesmo e desprezar todos os bens materiais.
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