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CRIPTOMOEDAS

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Criptomoedas 
Sumário
1 Introdução 3
2 História da moeda 4
3 Definição de moedas e criptomoedas 6
4 Criptomoedas e segurança 8
5 Investimentos e criptomoedas 10
5.1 Fatos a serem considerados 
antes de investir 11
5.2. Planejamento e metas 11
6 Entendendo gráficos 12
6.1 Análise de gráficos e tendências 14
6.2. Gerenciamento de risco 17
6.3. Principais regras do mercado 18
7 Curso legal e curso forçado da moeda 18
8 O futuro das criptomoedas 20
8.1 Jogos que utilizam blockchain 21
8.2 Quero investir em criptomoeda. 
Como começar? 21
Resumo do curso 21
Referências 23
Módulo 1
Criptomoedas 
1 Introdução
O estudo das criptomoedas é multidisciplinar, pois entra nas áreas da Ciências da Computa-
ção, Segurança da Informação, Economia e Contabilidade, tornando-se um fenômeno inte-
ressante, além de atual. Hoje, há uma tendência em investimentos em criptomoedas, espe-
cialmente por conta do amplo crescimento de corretoras e consultoras de criptomoedas na 
internet, que prometem bons rendimentos a partir dos investimentos nas moedas digitais. 
Contudo, é preciso conhecer bem do assunto antes de investir.
Pensando nisso, este curso tem uma perspectiva muito prática, no sentido de ajudá-lo a com-
preender a fundo o que são as criptomoedas, como elas funcionam, como comprá-las, ou 
fazer compras com elas. Você também vai entender como elas se diferenciam das moedas 
bancárias, aquelas tradicionais, como o real, o euro e o dólar. Além disso, como se trata de 
um investimento de risco, você vai aprender a entender esses riscos e a planejar a partir dos 
mesmos. Por fim, ao finalizar este curso, você será capaz de avaliar com prudência quando in-
vestir em criptomoedas. Ficou interessado(a)? Então, continue conosco, para conhecer mais 
sobre esse mundo novo e curioso das moedas virtuais. 
4
2 História da moeda
Você consegue imaginar um mundo sem dinheiro? Hoje, estudamos, trabalhamos, guardamos 
e temos medo de ficar sem, porque tudo gira ao redor do dinheiro, até mesmo o dinheiro vir-
tual, que são as criptomoedas. Mas será que sempre foi assim? Será que podemos falar em 
uma história pré-monetária?
Sim, o estudo da história humana fala em sociedades que viviam sem nenhuma perspecti-
va monetária, as quais existiram, primordialmente, de duas formas: ou eram sociedades que 
tudo compartilhavam, o que costuma ser chamado de comunismo primitivo, ou eram socieda-
des da troca, nas quais as pessoas trocavam bens entre si.
Não é possível falar em economia monetária, ou economia de troca, sem que tais sociedades 
tenham criado o conceito de propriedade privada. Se eu troco meus ovos pelas suas laranjas, 
é porque eu considero que os ovos são meus e as laranjas são suas. Por outro lado, se eu troco 
meus ovos pelo seu dinheiro, é porque eu tenho a crença de que seu dinheiro tem um valor e 
de que poderia trocar seu dinheiro posteriormente por tomates. Esse é o primeiro grande de-
safio das criptomoedas: fazer com que todo o mercado construa a crença de que uma moeda 
que não existe no mundo real, como algo concreto, possa ter valor e possa ter segurança.
Os historiadores acreditam que as primeiras moedas tenham surgido na Ásia no século VII a.C. 
e metais como ouro e prata eram utilizados para cunhá-las, as quais eram feitas com panca-
das de martelos até se tornarem discos. Obviamente, cada lugar determinava um valor dife-
rente para suas moedas e não havia um padrão internacionalmente aceito. Aliás, o surgimento 
da moeda não ocorreu junto com a criação do sistema bancário, porque esse apenas surgiu na 
Idade Média, sobretudo, a partir das pessoas que, nas feiras, pesavam as moedas e as troca-
vam por produtos. Segundo Pinto (2018, p. 528),
Os metais preciosos assumiram função de moeda por apresentarem algumas 
características como por exemplo possuírem durabilidade, resistência e divisi-
bilidade. No século VII a.C., surgiram as primeiras moedas com características 
semelhantes às moedas em circulação em território nacional atualmente, mas 
eram utilizados metais como ouro e prata para sua cunhagem.
Contudo, ao longo do tempo, o trabalho do banqueiro ficou muito maior, especialmente, com 
a ideia de depósito, ou seja, os banqueiros começaram a guardar moedas e emitiam um “cer-
tificado de depósito”. Disso surgiu a ideia de empréstimo bancário e de que o banco lucraria 
cobrando juros. Na época, a cobrança ainda era considerada pecado pela Igreja Católica, mas 
isso não impediu o surgimento de bancos, especialmente, no século XV d.C. Note, portanto, 
que há muitos séculos entre o surgimento da moeda e dos bancos!
O sistema descentralizado medieval de moeda, em que cada povo tem sua, gerava confusão 
e dificultava o comércio externo. Com o surgimento do Estado Moderno, aquele que se define 
pela sua soberania sob um determinado território, a ideia de que cada Estado ter sua própria 
5
moeda se fortalece. Com isso, essa configuração que temos hoje, na qual a moeda tem um 
caráter nacional, começa a surgir. 
A necessidade de se ter um sistema monetário regulamentado pelo Estado se tornou impres-
cindível, fazendo com que os governos garantissem a legitimidade da moeda. Afinal, dinheiro 
é apenas papel impresso. Então o que garante que seu papel impresso que mostra o número 
200 reais seja efetivamente considerado dinheiro? Na verdade, é a chancela governamental, 
por meio de uma instituição que imprime o dinheiro, que faz com que apenas o impresso ali 
seja considerado legítimo e que pode ser trocado por mercadorias, negociado, guardado e in-
vestido. Além disso, o Estado tipifica como crime a falsificação de dinheiro.
Logo, a questão que subjaz a discussão sobre as criptomoedas é a confiança nessas institui-
ções. Os defensores liberais das criptomoedas discutem se o sistema bancário é confiável, já 
que ele está absolutamente suscetível às crises do capitalismo, como qualquer outra empre-
sa. Essa é uma discussão ainda em aberto, já que as criptomoedas também têm vulnerabili-
dade específicas. 
Importante
Hoje, temos uma configuração muito atual em relação ao euro, o qual é uma 
moeda comum à determinada comunidade de países, criada para facilitar as 
transações entre eles e promover desenvolvimento econômico. Ainda assim, 
o euro não deixa de ser uma moeda bancária tradicional.
Mas, e as criptomoedas Bitcoin, Ethereum, Binance Coin, Ripple, Tether, entre muitas outras, 
a quais países elas pertencem? É isso que é interessante. Não pertencem a nenhum! Esse é 
o primeiro aspecto que diferencia as criptomoedas das moedas tradicionais bancárias. Elas 
são descentralizadas e não têm uma identidade nacional. 
Há ainda mais um detalhe. Imagine que você preste um serviço remoto para uma empresa nos 
Estados Unidos. Como farão o pagamento? Isso é muito simples. Eles transferem o dinheiro 
em dólar para o Brasil, para o banco de sua escolha e esse faz uma operação de câmbio, trans-
formando o dólar em real a partir cotação do dia! É muito simples. Agora, vamos pensar junto. 
Isso é possível em criptomoedas? 
Sobre isso, veja o que o Banco Central (BRASIL, 2018, s.p.) diz:
É permitido realizar transferência internacional utilizando moedas virtuais?
Não. Transferências internacionais devem ser feitas por instituições autoriza-
das pelo Banco Central a operar no mercado de câmbio, que devem observar as 
normas cambiais. 
6
Portanto, basicamente, não fazemos transações bancárias com criptomoedas. Quando pensa-
mos em moeda no mundo capitalista, o caráter dela é o de ser acumulado. Agora, existe outra 
pergunta: é possível acumular criptomoedas, pelo seu caráter de extrema vulnerabilidade no 
mercado que a fazem perder o valor rapidamente?
Vamos, então, começar entendendo o que é uma moeda, para avaliar o caráter das criptomoe-
das. Afinal, nem todos concordam que as criptomoedas são de fato moedas. 
Atenção!
O debate sobre as criptomoedas tem um certo viés ideológico. Aqueles que 
são a favor do neoliberalismo, de um Estado menos interventor e de um mer-
cado mais autônomo, costumamdefender as criptomoedas. Por outro lado, 
aqueles que entendem a relevância do controle estatal, para evitar as crises 
do capitalismo, costumam se posicionar contra as criptomoedas. 
É interessante analisar esse cenário, porque as criptomoedas ganham força justamente 
no cenário da crise bancária de 2008. Segundo Jardim (2013), a crise de 2008 foi decorren-
te do mercado imobiliário, que cresceu demais em duas décadas, decorrentes de baixos 
juros bancários. Contudo, na década de 2000, ocorre grande inadimplência e o Lehman 
Brother, tradicional banco americano de investimentos, quebrou. Com isso, há um efeito 
dominó de falências. 
Bom, não é de estranhar que, em um momento de quebra do setor bancário, o qual afetou 
a economia mundial, cada vez mais entusiastas da internet queiram investir em moedas 
que não tenham ligação com o setor, não é? Então vamos entender mais sobre isso no pró-
ximo tópico?
3 Definição de moedas e 
criptomoedas
Pinto e Catão (2020) afirmam que as criptomoedas são moedas virtuais. Elas têm um ca-
ráter descentralizado, porque não se sujeitam à nenhuma autoridade estatal, ou bancária. 
Por isso, os autores concordam que elas trazem certa sensação de liberdade ao comprador. 
Outra característica das criptomoedas é que elas utilizam a tecnologia de blockchain, para 
garantir segurança. 
7
Somado a isso, de acordo com o Banco Central (BRASIL, 2018, s.p.), uma moeda virtual é: 
As chamadas “moedas virtuais” ou “moedas criptográficas” são representações 
digitais de valor, o qual decorre da confiança depositada nas suas regras de fun-
cionamento e na cadeia de participantes. Não são emitidas por Banco Central, 
de forma que não se confundem com o padrão monetário do Real, de curso for-
çado, ou com o padrão de qualquer outra autoridade monetária. Além disso, não 
se confundem com a moeda eletrônica prevista na legislação, que se caracte-
riza como recursos em Reais mantidos em meio eletrônico, em bancos e outras 
instituições, que permitem ao usuário realizar pagamentos e transferências.
As moedas digitais não existem impressas e são necessariamente ativos intangíveis. Ou seja, 
elas podem ser contabilizadas no balanço patrimonial da sua empresa como um ativo intangí-
vel. Mas elas não podem ser incluídas como caixa, ou banco, algo comum à moeda bancária. 
Diferentemente das moedas tradicionais, não é possível pagar um boleto, ou dar troco com as 
criptomoedas. Além disso, elas não têm um valor intrínseco. Pelucio-Grecco e outros (2020) 
explicam que elas não têm lastro, como antigamente tinham as moedas bancárias em ouro. 
Finalmente, diferentemente das moedas tradicionais, não há uma autoridade estatal que im-
prime o papel-moeda e que controla o número de notas a serem lançadas no mercado. 
Há ainda a característica das criptomoedas empregarem a tecnologia do Blockchain. Acerca 
disso, Sichel e Calixto (2018), de maneira bastante didática, comparam o blockchain com um 
shopping center. Os autores dizem que é como se cada computador da rede tivesse um sho-
pping center, contendo um banco internacional pessoal e um cartório certificador. Esse car-
tório seria de propriedade do possuidor da tecnologia. A vantagem desse tipo de transação é 
que não precisa de terceiros, como os bancos, que cobram taxas administrativas. Dessa for-
ma, o que atrai o investidor à compra de criptomoedas é a ausência desse terceiro elemento.
Pinto (2018) acentua a característica peer-to-peer das criptomoedas. Essa característica é a 
cara aos neoliberais, porque ela permite maior liberdade de comércio, sem dependência das 
instituições bancárias, ou governamentais. Ou seja, se você quer comprar o direito de jogar 
um jogo com criptomoedas, como é muito comum no mundo online, não haverá a intervenção 
de um banco nessa transação. 
Porém, lembre-se de que uma criptomoeda é um ativo e, portanto, o fato de que não haja ter-
ceiros bancários não impede você de ter que pagar impostos sobre esses ativos, uma vez que 
eles ingressam no seu patrimônio, tanto pessoal, quanto jurídico. Então não se deixe enganar. 
Há um mito das criptomoedas serem um investimento válido, porque os impostos não seriam 
aplicados a elas. Mas isso não é verdade. As moedas digitais integram o patrimônio pessoal, 
ou jurídico de alguma instituição. Portanto, estão sujeitas ao pagamento de imposto de renda. 
8
4 Criptomoedas e segurança
Pinto e Catão (2020) afirmam que, desde 1985, circula a ideia de moedas eletrônicas, embora 
tenha sido propriamente em 2008 que se começa a falar do tema de forma mais contundente 
em criptomoedas. Isso se justifica, porque, nesse ano, foi publicado o White Paper, por Sa-
toshi Nakamoto. Ninguém sabe de fato se se trata de uma pessoa, ou uma instituição. De qual-
quer forma, o artigo discute questões que estavam em aberto desde os anos 80.
Nakamoto (2008) argumenta que o mercado da internet perde ao depender da mediação das 
instituições financeiras, que geram custos adicionais às transações. Dessa forma, o autor de-
fende um modelo de pagamento feito a partir de uma terceira parte envolvida, como os ban-
cos, por exemplo. Se até aqui os bancos é que davam credibilidade às trocas feitas com di-
nheiro, o que daria credibilidade às criptomoedas seriam a própria criptografia. 
Sobre isso, é válido ressaltar o que Nakamoto (2008, p. 2, tradução nossa) afirma sobre cripto-
moedas: “Nós definimos uma moeda eletrônica como uma cadeia de assinaturas digitais” 
Para Nakamoto (2008), um dos grandes desafios das criptomoedas é aquele que é o beneficiá-
rio do pagamento não é capaz de verificar se o proprietário não gastou o dobro das moedas, 
ou seja, se o proprietário fez um novo pagamento no intervalo da aprovação do pagamento, 
quando as criptomoedas ainda não chegaram na “conta” do beneficiário. Esse problema exis-
te, porque há um intervalo de 10 minutos para a aprovação, uma vez que você faz o pagamento 
com o QRCode do seu aplicativo. No sistema bancário, isso é inviável, porque o sistema regis-
tra cada transação. Se você passar seu cartão de crédito em 24 vezes, pode ter certeza que 
será cobrado. Contudo, na criptomoeda, esse lapso de 10 minutos era o problema. 
Nakamoto (2008) propõe superar isso por meio da definição de um esquema de checassem 
de pagamentos duplos. Nesse esquema de checassem, que teria uma autoridade central, o 
pagamento mais antigo é o que valeria. O autor, então, menciona a necessidade de que as in-
formações fossem registradas e públicas, portanto, auditáveis. 
Mas como operacionalizar tudo isso? Em primeiro lugar, Nakamoto (2008) propõe um servidor 
que “carimba” a data e a hora, sendo esse “carimbo” seria público. A cada “carimbo” criado, 
forma-se uma cadeia de dados. Essa cadeia forma blocos e, por isso mesmo, o sistema ficou 
conhecido como Blockchains. Isso permite a criação do proof-to-work, o qual garante maior 
segurança ao sistema.
FIGURA 1: SEGURANÇA NAS CRIPTOMOEDAS
FONTE: Nakamoto (2008, p. 3, Adaptado).
9
Esse esquema permite a verificação do pagamento. Segundo Nakamoto (2008, p. 5), é pos-
sível verificar os pagamentos sem executar um nó de rede completo. Um usuário só preci-
sa manter uma cópia dos cabeçalhos de bloco da mais longa cadeia de prova de trabalho, 
que ele pode obter consultando os nós da rede até que ele esteja convencido de que tem a 
cadeia mais longa e obtenha o ramal Merkle vinculando à transação ao bloco em que está 
marcada a data e hora. Ele não pode verificar a transação para ele mesmo, mas, ao ligá-lo a 
um lugar na cadeia, ele pode ver que um nó da rede o aceitou e os blocos adicionados depois 
disso confirmam isso.
Nakamoto (2008) aponta esse esquema como algo que traz segurança às transações com 
criptomoedas, mas também indica a possibilidade de invasão.
Há ainda algo muito interessante e diferente nas criptomoedas. Veja, no sistema tradicional 
bancário, as transações bancárias são privadas e é isso que garante a confiabilidade do sis-
tema. Todavia, as criptomoedas garantem a segurança justamenteporque o código é aberto, 
porque é público. Mas, para garantir alguma privacidade, Nakamoto (2008) define que as cha-
ves públicas devem ser mantidas anônimas. Dessa forma, o público identifica que a quantia 
está sendo enviada, mas não é possível identificar quem. Essa é a mesma lógica das negocia-
ções em bolsa de valores. 
Outro elemento importante dentro da lógica de segurança das criptomoedas é a chamada mi-
neração. Pelucio-Grecco e outros (2020) afirmam que a mineração é o processo por meio do 
qual as transações são validadas. Por sua vez, os usuários do sistema que validam as transa-
ções são chamados mineiros. 
Atenção!
Um open code, como é o da Bitcoin, por exemplo, está disponível para qual-
quer pessoa ver, contribuir, de forma a gerar transparência nas transações. 
Contudo, não é possível mudar o core do código.
Sobre essa última informação, Pinto (2018, p. 532) apresenta um exemplo:
O Bitcoin possui duas chaves, a chave pública, a qual todos tem acesso ao códi-
go para transacionar, e a chave privada, que apenas o usuário tem acesso. Cada 
transação feita é registrada em um livro-razão público, conhecido como cadeia 
de blocos ou Blockchain, a qual é controlada por seus próprios usuários, não 
sendo governada nem regulada por qualquer entidade.
10
5 Investimentos e 
criptomoedas 
Depois de evidenciar as informações mais relevantes, surge a pergunta: devo investir em crip-
tomoedas? Esse questionamento é muito comum e não há consenso na literatura sobre ele. 
Na verdade, depende de onde você busca a resposta. De maneira geral, a literatura científica 
sobre tema é bastante conservadora e aponta os riscos desse tipo de negócio. Afinal, quem 
acompanha o mercado de criptomoedas, sabe como elas são instáveis, podendo valorizar 
muito em um dia e despencar no outro. Assim, do dia para a noite, você pode perder seus in-
vestimentos. Por sua vez, se você buscar na internet corretoras e plataformas de criptomoe-
das, certamente, verá que há um otimismo óbvio nelas, porque é assim que lucram.
Na verdade, é um mercado muito simples, porque você instala um aplicativo e paga com QR-
Code, como qualquer transação bancária. Desta forma, se você tem interesse em investir em 
criptomoedas, siga alguns passos:
1. Não use todo seu capital para comprar criptomoedas, porque você pode perder tudo. 
Ou seja, tenha uma reserva em moeda bancária. Lembre-se: investir em criptomoe-
das é necessariamente um investimento de risco;
2. Contrate um engenheiro de software, para deixar seu computador muito seguro. 
Nele, você deverá instalar um programa que será usado nas suas transações com 
criptomoedas. Então, é fundamental investir em segurança cibernética;
3. Não comece a investir em criptomoedas sem ter estudado muito sobre o tema e se 
você não souber ler os gráficos de valorização e desvalorização delas. 
Veja, por exemplo, o que diz o Banco Central (BRASIL, 2018, s.p.) sobre o tema: 
[...] a compra e a guarda de moedas virtuais estão sujeitas aos riscos de perda de 
todo o capital investido, inclusive em razão de fraudes além da variação de seu 
preço. [...] No caso de utilização de moedas virtuais, as partes assumem todo o 
risco associado. 
De uma maneira geral, o conselho é: se você já é um investidor e quer variar sua carteira de 
investimentos, talvez, as criptomoedas sejam o próximo passo. Se você está começando, pre-
fira as moedas bancárias. 
11
5.1 Fatos a serem considerados antes de 
investir
Suponha que você decidiu começar seus investimentos em criptomoedas hoje. Assim, estes 
são os fatores a serem considerados antes da primeira aplicação:
1. Considere seu capital. Comece investindo apenas 30% dele em criptomoedas.
2. Escolha uma corretora que tenha em seu portfólio não apenas criptomoedas, mas 
também outros tipos de investimentos, em moedas bancárias ou ativos físicos.
3. Nunca escolha plataformas que prometam enriquecimento rápido, pois isso não é 
viável. 
4. Pesquise diversos tipos de criptomoedas e escolha aquela cujos gráficos sejam me-
nos instáveis e que possuem crescimento constante.
5. Tenha uma reserva de capital caso perca seus investimentos. 
5.2. Planejamento e metas
Se você digitar agora na aba de busca do google “corretas de criptomoedas”, certamente cen-
tenas de resultados vão aparecer para você. Escolha aquelas que possui uma sólida tradição 
com investimentos em geral, não apenas com criptomoedas. Além disso, cuidado com cor-
retoras que prometem te deixar milionários em alguns dias. Escolha corretoras que estejam 
também mostrando os riscos do negócio e que sejam claras em mostrar que é um negócio de 
risco. Obviamente as corretoras ganham dinheiro com seu investimento, então elas querem 
que você invista muito, mas é preciso ser realista. Comece seu planejamento em criptomoe-
das investindo pouco, até que você aprende a lidar com esse tipo de investimento. 
Um investidor sempre tem um momento de capital que ele deseja investir. No seu planejamen-
to, reserve um valor para o investimento em criptomoedas que você possa se dar ao luxo de 
perder, caso haja uma desvalorização rápida da moeda. Com o tempo e conforme for apren-
dendo, daí você pode aumentar as suas metas. 
Talvez você esteja se perguntando: se eu comprei criptomoedas, devo declarar no meu im-
posto de renda! A resposta é sim. Embora haja muitas lacunas na regulamentação das cripto-
moedas, elas devem ser declaradas como bens, caso você tenha acima de R$ 5000,00.
Considerando todos os cuidados que foram mencionados, é possível gerar renda com a Bit-
coin? Pelucio-Grecco e outros (2020) mostram que há duas formas de gerar renda com crip-
tomoedas. Em primeiro lugar, há como gerar renda nas oscilações das criptomoedas. Você 
compra por um valor menor e vende quando estiver em alta. Trata-se da mesma lógica de es-
peculação financeira da compra de ações em bolsas de valores. 
12
Em segundo lugar, é possível comprar e vender mercadorias usando criptomoedas. Hoje, há o 
crescimento de um interessante comércio de games online, no qual o jogador realiza determi-
nadas tarefas e, ao realizá-las, ganha criptomoedas. Contudo, antes de jogar, o jogador deve 
pagar pelo direito de jogar, em valores que podem chegar a 7.000 reais em criptomoedas. Fato 
é que essa é uma tendência global, ou seja, criar mecanismos para que o comércio de cripto-
moedas se torne mais comum e que, evidentemente, as empresas lucrem com ele. 
6 Entendendo gráficos
Para começar a entender os gráficos de criptomoedas, vamos ter uma pequena introdução ao 
estudo dos gráficos.
FIGURA 2: GRÁFICO DO PRIMEIRO EXEMPLO
FONTE: Elaborada pela autora (2021).
Note que esse gráfico tem 3 linhas, cada uma de uma cor. É importante compreender o que 
cada uma significa. Vamos começar pela linha azul. Ela começa em 50%, cai para abaixo de 
30%, cresce novamente para 40% e decresce um pouco para perto de 30%. Isso significa que 
é uma linha que representa oscilações e é uma linha que está tendencialmente decrescendo. 
A linha laranja mostra um padrão decrescente também, mas sem nenhuma oscilação ascen-
dente em sua trajetória. A linha cinza mostra estabilidade. 
13
Caso esse gráfico se referisse ao desempenho financeiro de diferentes criptomoedas, a me-
lhor opção seria a estável, já que não há nenhuma ascendente.
FIGURA 3: GRÁFICO DO SEGUNDO EXEMPLO
FONTE: Elaborado pela autora (2021).
Você consegue avaliar as diferenças entre nosso primeiro exemplo e o segundo exemplo? 
Bom, então olhe para o fim de cada uma das trajetórias das linhas. Todas elas mostram uma 
perspectiva ascendente. Se as linhas representassem criptomoedas, poderíamos concluir 
que todas estão valorizando.
Suponha agora que você seja um investidor e, a partir desses dados, vá escolher qual cripto-
moeda investir. Imagine que cada cor de linha represente uma criptomoeda diferente. Qual você 
escolheria? A dica é olhar como as linhas se movimentam ao longo da trajetória. No caso das 
criptomoedas, geralmente a trajetória é um período de tempo, muitasvezes, dado em meses. 
Vamos pensar juntos. A linha azul começa em alta, tem uma brusca queda e volta a ascender 
novamente. Por sua vez, a linha laranja ascende, mas menos que as demais, tem a maior que-
da e depois volta a subir um pouco. Finalmente, a linha cinza está estável, embora abaixo da 
demais e depois ela permanece em ascensão. Afinal, qual é a melhor aposta para o investidor?
Nesse caso, certamente a linha cinza, porque ela mostra uma tendência a valorização cons-
tante. E, ainda nesse caso, a linha laranja representa o investimento de maior risco. 
Até aqui trabalhamos com dados hipotéticos. Vamos, a seguir, avaliar dados reais sobre as 
criptomoedas? Veja no próximo tópico. 
14
6.1 Análise de gráficos e tendências
Se você pensa que investir em criptomoedas seja uma opção para você, comece aprendendo 
a analisar os gráficos de tendência, para avaliar o momento certo de investir e em qual cripto-
moeda investir. Esses dados podem ser obtidos com facilidade na internet, em sites de inves-
tidoras de criptomoedas. Por exemplo, se você, na página de busca da google, digitar Bitcoin, 
vera a seguinte informação:
FIGURA 4: BITCOIN EM RELAÇÃO AO REAL 
FONTE: Google (2021).
A primeira informação que a figura traz é a relação da Bitcoin e do real. Aliás, essa é uma rela-
ção que podemos fazer com qualquer moeda e criptomoedas. O que ela mostra é que 1 Bitcoin 
corresponde a 261.123,63 reais. Nessa mesma figura, você pode ver um gráfico. Você conse-
gue entender o que ele significa? Note que ele traz informação temporais, de 31 de julho a 14 de 
agosto. Assim, podemos concluir que o gráfico está mostrando a oscilação da Bitcoin nesse 
período. Quando a linha do gráfico é crescente, indica que a Bitcoin está sendo valorizada. Por 
outro lado, se a linha é decrescente, a Bitcoin está desvalorizando. Contudo, é fundamental 
observar tendências, ou seja, apesar das oscilações, o gráfico está em ascensão. 
Vamos ver mais um exemplo, agora da criptomoeda denominada Ether. 
15
FIGURA 5: ETHER EM RELAÇÃO AO REAL 
FONTE: Google (2021).
Nessa figura, temos novamente a informação de que 1 Ether vale 17.733,93 reais. No gráfico 
da Ether, também percebemos ascensão, depois de um período de maior estabilidade. Mas o 
que é realmente interessante é a comparação dos dois gráficos e das oscilações, porque você 
percebe qual é menos ariscado investir.
Por um lado, as imagens mostram que a Bitcoin está mais valorizada, por outro lado, aparen-
temente a Ether. Nos dois exemplos que temos, a Bitcoin oscilou mais, mas valorizou mais. 
Por outro lado, a Ether oscilou menos, mas subiu menos. Obviamente que, aqui, estamos 
apenas analisando um pequeno exemplo e que um investidor teria que olhar as oscilações 
em uma linha de tempo muito maior. Todavia, com esse pequeno exemplo, você consegue 
aprender como fazer essa análise e consegue compreender seu perfil de investidor, ou seja, 
aquele que se arisca mais ou aquele mais conservador. Lembre-se de que, no que se refere 
a investimento, não há comportamento investidor certo ou errado, temos apenas tamanhos 
diferentes de patrimônio. 
16
Há websites que permitem que você veja em tempo real as oscilações de diversas criptomoe-
das, como no exemplo a seguir:
FIGURA 6: CRIPTOMOEDAS
FONTE : Trandingview (2021)
Agora, vamos tentar entender a tendência da Bitcoin em um gráfico mais complexo e em um 
período maior de tempo:
FIGURA 7: GRÁFICO DE TENDÊNCIA DA BITCOIN 
FONTE: Investing.com (2021)
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Você notou que esse gráfico tem uma linha azul reta, que passa por todas as oscilações? 
O nome dessa linha é linha de tendência central, que possibilita uma aproximação entre as 
medidas. Para o investidor, essa informação é muito importante, porque possibilita que ele 
compare as médias de cada criptomoeda e, dessa forma, ele pode escolher a média que lhe 
interessa mais. 
6.2. Gerenciamento de risco
 Os gráficos que mostramos de exemplo indicam que uma tendência das criptomoedas é a 
oscilação. Veja, qualquer ativo em que você investir pode oscilar, poder desvalorizar, mas as 
criptomoedas são os ativos mais volúveis do mercado, justamente porque elas funcionam 
como commodities. Isso significa que uma pessoa pode investir em criptomoedas e ter uma 
supervalorização ou pode perder tudo do dia para a noite. Por isso dizemos que se trata de 
gerenciamento de risco. 
Gerenciamento de risco implica em tomar decisões que envolvem possibilidades de perdas 
financeiras. Justamente porque as criptomoedas valorizam e desvalorizam muito rápido, o 
investimento nelas é considerado um investimento risco e, portanto, a tomada de decisão 
financeira deve ser cautelosa e ter como base um aporte de recursos que seja maior do que 
aquilo que está sendo investido em criptomoedas. 
6.3. Principais regras do mercado
Imagine que hoje você decida começar a investir em criptomoedas e deseja conhecer as re-
gras do mercado. Em primeiro lugar, você precisa saber que se trata de um mercado que não 
tem regulação de terceiros, então as regras são dadas pela lógica do mercado capitalista. 
Assim, você precisa saber:
1. Você usar criptomoedas para comprar e vender produtor e serviços;
2. Todas as transações serão armazenadas em uma rede Blockchain e serão públicas;
3. Não é possível fazer troca física das criptomoedas. Você não poderá sacar em um 
banco;
4. Criptomoedas são negociadas por meio de Exchanges (corretoras) ou via fundo de 
investimentos;
5. Elas são alternativas de investimentos, como qualquer outro ativo;
6. São altamente voláteis;
7. Alto potencial de rentabilidade.
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7 Curso legal e curso forçado 
da moeda
Há uma ampla discussão na literatura sobre o real carácter das criptomoedas. Elas são moe-
das, como as tradicionais moedas bancárias. Há um argumento de que as criptomoedas fun-
cionam como commodities, pelo seu caráter especulativo. Pinto (2018) afirmar que, conforme 
a Lei n. 9.609/1995, que regulamenta o Plano Real e o Sistema Monetário Nacional, não admi-
te a classificação das criptomoedas como moeda, como é o real. Além disso, segundo Pinto 
(2018, p. 529), uma moeda deve ter curso legal e curso forçado: 
O primeiro requisito conecta a moeda ao conceito de exclusividade na circula-
ção, caracterizando-a como meio de pagamento e garantindo; o cumprimento 
do segundo requisito, apresenta a impossibilidade de conversão do valor mone-
tário em outro valor de outra espécie.
Somado a isso, Pinto (2018) explica que as criptomoedas não cumprem essas características 
e não possuem curso legal nem curso forçado no seu processo de circulação. 
Isso não significa, contudo, que não existam regras para o mercado de criptomoedas. Diante 
disso, veja algumas delas:
• Não haverá um terceiro entre a transação, porque não há bancos;
• As melhores corretoras têm um portfólio amplo de ativos;
• Para adquirir as primeiras criptomoedas, basta ter um aplicativo de celular. Então 
desconfie de quem exige algo a mais do que isso.
• Os ativos que você adquirir vão ficar custodiados. Logo, você pode transferir para ou-
tra corretora, mas, taxas serão cobradas. Isso quebra o mito de que não há taxação no 
que se refere às criptomoedas;
• Atualmente, é possível negociar criptomoedas a partir de R$25 reais. Ou seja, você 
não precisa negociar 1 bitcoin inteiro por exemplo. O mesmo vale para qualquer 
criptomoeda;
• Invista em plataformas conhecidas;
• As criptomoedas são volúveis. Então, não deixe todo seu capital com uma corretora 
de criptomoedas. Conforme já foi dito, tenha um portfólio variado.
Talvez, você esteja se perguntando, qual são as melhores plataformas para investir? Veja, 
há plataformas que prometem riquezas e lucros inviáveis. Diante disso, estudante, não se 
deixe enganar. 
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Aliás, convidamos você a refletir sobre isso: hoje, 1 bitcoin vale perto de 259 mil reais. Você 
não vai enriquecer investimento o mínimo, que é R$25, nem R$1.000. Dessa forma, as melho-
res plataformas para investir são aquelas que são realistas, que apresentamas possibilidades 
reais de lucros. Dificilmente, uma pessoa que começa investimento R$ 1.000 vai conseguir 
construir um patrimônio com criptomoeda. Além disso, as melhores plataformas são aquelas 
que oferecem outros ativos, não apenas criptomoedas, ou seja, as empresas que têm maior 
capital são as mais seguras. Assim, seja cauteloso e pesquise. 
8 O futuro das criptomoedas
Talvez o maior legado das criptomoedas foi a própria tecnologia que elas incentivaram a criar, 
que é o Blockchain. O Blockchain deixa um legado que pode ser utilizado para várias outras 
transações, que ultrapassam a lógica das criptomoedas. Veja, é uma tecnologia que possibili-
ta criar um histórico ou uma trajetória de informações sem fim, então, em teoria, poderia ser 
utilizado para manter registros de qualquer contrato, compra e vendas de ativos, por exemplo. 
Suponha que você vai comprar um carro usado. Seria possível pensar em um Blockchain que 
mostrasse todas as transações financeiras que já tenham sido feitas com o carro.
Mas há outra grande discussão que surge daí, que é aquela da liberdade, que é tão cara para os 
defensores das criptomoedas. A pergunta é: será que o sistema Blockchain não tiraria nossa 
liberdade, porque, pelo menos em teoria, cada transação financeira que fizéssemos poderia 
ficar registradas nas cadeias do Blockchain. Dessa forma, um sistema que foi criado para ga-
rantir maior liberdade econômica pode ser virar contra essa ideia, justamente porque ele cria 
mecanismo de controle.
Outra tendência é que os próprios Estados-nação tenham interesse em acabar com o papel-
-moeda e utilizar apenas criptomoedas. Talvez você se pergunte, mas porque isso seria interes-
sante para o governo? Não poderia criar um caos, gerar custos, deixar a população insegura?
O fato é que os governos, justamente por conta do Blockchain, poderiam controlar melhor as 
transações e evitar fraudes fiscais, ou seja, evitar que as pessoas ou empresas sonegassem 
impostos. Fato é que, com o Blockchain, os governos têm muito mais controle de cada tran-
sação, o que é mais difícil de controlar com a moeda bancária. Novamente, um sistema criado 
em nome do liberalismo econômico pode ampliar o controle estatal. País de vanguarda do ca-
pitalismo, como China, Índia, Suécia e Noruega já discutem acabar com o papel-moeda, jus-
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tamente com o propósito de conhecer cada transação bancária. Você acha que isso vai tirar a 
sua liberdade de negociar? Esse processo se chama de desmonetização. 
Se você parar para pensar sobre como cada vez mais usamos aplicativos de celular para fa-
zer transações bancárias, para pagar contas, fazer empréstimos etc., podemos perceber que 
essa transição não mudaria a nossa rotina. Com o recente advento de PIX, sabemos como é 
fácil pagar qualquer conta por meio de um aplicativo. No Brasil, há um Projeto de Lei que pede 
a desmonetização e o fim do papel-moeda. Trata-se do PL 4068/2020 (BRASIL, 2020), que su-
gere que esse processo evitaria corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. 
Agora, resta saber se todas essas ideias são especulação ou se é o futuro. 
8.1 Jogos que utilizam blockchain
Você sabe que o mercado de jogos digitais cresce vertiginosamente na internet, não é? Nos 
últimos anos também têm crescido o mercado de jogos digitais que utilizam a tecnologia de 
Blockchain e que são verdadeiros mercados de diversas criptomoedas. Você já ouviu falar de 
jogos como Axie Infinity ou Illuvium? Eles são jogos nos quais os jogadores realizam determi-
nados objetivos e, nisso disputam criptomoedas. 
Esses jogos demandam um investimento inicial em criptomoedas e você terá acesso ao 
jogo a partir que pagar o valor demandado pela plataforma. Depois disso, vai jogando e dis-
putando criptomoedas.
Obviamente a tecnologia do Blockchain é utilizado para poder rastrear todas as transações e 
garantir que o usuário que ganhou determina disputa efetivamente receba o valor. 
Como foi mencionado no tópico anterior, a tendência é que a tecnologia do Blockchain extrapo-
le de fato o mercado de criptomoedas e a gamificação das criptomoedas é mais um exemplo. 
8.2 Quero investir em criptomoeda. 
Como começar?
Se você está fazendo esse curso, certamente tem interesse em conhecer mais sobre cripto-
moedas e talvez queira se tornar um investidor. Então por onde começar?
Bom, comece sendo prudente, pois esse é um investimento de risco. Então não invista tudo 
apenas em criptomoedas. É bom ter um portfólio de investimentos diversificado, pois isso é 
ser mais cauteloso. Ao ter diferentes investimentos, você não arrisca perder tudo.
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Depois, procure uma boa corretora, que seja realista e não te prometa o impossível. Finalmen-
te, garante uma boa segurança para seu computador e boa sorte. 
Resumo do curso
Neste curso, você aprendeu que há um grande otimismo sobre as criptomoedas atualmente. 
Esse otimismo vem do caráter descentralizado das criptomoedas, que dão maior liberdade 
aos usuários em relação ao Estado e ao sistema bancário. Contudo, se por um lado há maior 
liberdade regulatória, há muito mais cuidado a ser tomado em relação às medidas de segu-
rança, o que, de certa forma, inibe parte dessa liberdade. Além disso, as frequentes quedas e 
abruptas oscilações requerem dos investidores um cuidado extra.
Por outro lado, se você tem um capital inicial razoável para investir que pode ser utilizado para 
um investimento de risco, se você tomou todas as medidas de segurança e se você conhece 
muito sobre criptomoedas, então pode ser uma boa ideia diversificar seu portfólio de investi-
mentos! Tomando todas as precauções viáveis, é possível tentar. Economistas e contadores 
costumam indicar que, para aqueles que investem dinheiro para gerar mais dinheiro, ter di-
versos investimentos é positivo, pois dá maior segurança. 
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Referências 
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	1 Introdução
	2 História da moeda
	3 Definição de moedas e criptomoedas
	4 Criptomoedas e segurança
	5 Investimentos e criptomoedas 
	5.1 Fatos a serem considerados antes de investir
	5.2. Planejamento e metas
	6 Entendendo gráficos
	6.1 Análise de gráficos e tendências
	6.2. Gerenciamento de risco
	6.3. Principais regras do mercado
	7 Curso legal e curso forçado da moeda
	8 O futuro das criptomoedas
	8.1 Jogos que utilizam blockchain
	8.2 Quero investir em criptomoeda. Como começar?
	Resumo do curso