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OS CAMINHOS DOS ELEMENTOS NO ECOSSISTEMA Profa. Dra. Verônica Oliveira Vianna Ecologia e Gestão Ambiental Curso de Zootecnia – UEPG CICLO DA ÁGUA • A MAIOR PARTE DO FLUXO DE ÁGUA ATRAVÉS DOS ECOSSISTEMAS ACONTECE PELOS PROCESSOS FÍSICOS DE EVAPORAÇÃO, TRANSPIRAÇÃO E PRECIPITAÇÃO. O HOMEM AFETA O CICLO DA ÁGUA DE DUAS FORMAS - QUALITATIVAMENTE QUANTITATIVAMENTE CICLOS BIOGEOQUÍMICOS 1. CICLO DO NITROGÊNIO • O grande reservatório de N2 é a atmosfera terrestre. Composta de 78% de N2, a maioria dos seres vivos não tem capacidade de usar diretamente o N2 atmosférico para fazer aa e outros compostos orgânicos. • O N2 no solo não é tão abundante como o gasoso, devido a essa escassez o N2 normalmente é o principal fator limitante do crescimento vegetal. Os três principais estágios desse ciclo são • 1 – AMONIFICAÇÃO; • 2 – NITRIFICAÇÃO; e • 3 – ASSIMILAÇÃO. PROCESSO DE AMONIFICAÇÃO • Bactérias saprófita e fungos (decomositores) quebram rapidamente compostos nitrogenados N resultante é incorporados por esses microrganismos e o excesso é liberado em forma de íon AMÔNIO (NH4 +) – processo de AMONIFICAÇÃO ou mineralização do nitrogênio. • Em meio alcalino, o N2 pode ser convertido no Gás Amônia (NH3) ocorrência natural durante a decomposição de grandes quantidades de material rico em N2, como um acúmulo de esterco ou adubo composto em contato com a atmosfera. Processo de AMONIFICAÇÃO • No solo, a amônia é dissolvida na água, onde se combina com prótons para formar o íon amônio (NH4 +). Plantas que crescem neste solo são capazes de absorver o NH4 + e usá-lo na síntese de proteína vegetal. • Bactérias no solo são capazes de oxidar o íon amônio (NH4 +) NITRIFICAÇÃO. • Esses organismos são conhecidos como AUTOTROFOS QUIMIOSSINTETIZANTES. PROCESSO DE NITRIFICAÇÃO • As bactérias quimiossitentizantes e nitrificantes NITROSSOMAS realizam esta reação: 2 NH4 + + 3 O2 2 NO2 - + 4 H+ + 2 H2O ÍON AMÔNIO • NO2 = NITRITO, TÓXICO para as plantas e raramente acumula no solo. Nitrito • NITROBACTER = Gênero de bactérias que oxida o NITRITO formando o NITRATO (NO3 -). 2 NO2 + O2 2 NO3 - NITRATO O nitrato é a forma pela qual a planta absorve quase todo o N2. A NITRIFICAÇÃO é fortemente favorecida pelas práticas de aração, que oxigenam o solo NITRITO • A maioria dos fertilizantes nitrogenados usados comercialmente contêm tanto íons amônio (NH4 +) , quanto uréia, a qual libera NH4 + nos solos e estes são convertidos em NITRATO (NO3 -) pelo processo de NITRIFICAÇÃO. DESNITRIFICAÇÃO • É a principal perda de NO2 (nitrito) no sistema solo-planta. É um processo anaeróbico no qual o NO3- (nitrato) é reduzido a formas voláteis de nitrogênio como nitrogênio gasoso (N2) e o óxido de nitrogênio (N2O) atmosfera. • O nitrogênio também é perdido em um ecossistema devido à remoção de plantas (colheita), à erosão, à destruição de cobertura vegetal pelo fogo e à lixiviação. FIXAÇÃO DE NITROGÊNIO ou ASSIMILAÇÃO • É o processo pelo qual o N2 atmosférico é reduzido a NH4+ e assim fica disponível para ser transferido para composto contendo C, a fim de produzir aa e outras substâncias orgânicas contendo N. Este processo só pode ser executado por certas bactérias. Todas as bactérias têm em comum a enzima NITOGENASE. • Também utiliza grande quantidade de ATP como fonte de energia. • As bactérias fixadoras de N podem ser classificadas de acordo com o seu modo de nutrição: • vida livre = não simbióticas; e • as que vivem com associação simbiótica. ASSIMILAÇÃO DE NITROGÊNIO • A assimilação do N inorgânico (nitrato e amônio) em compostos orgânicos é um dos processos mais importantes na BIOSFERA, quase que equivalente a fotossíntese e a respiração. • Dentro da célula o nitrato é reduzido a amônio, que é rapidamente incorporado em compostos orgânicos pela rota da GLUTAMINA SINTETASE-GLUTAMATO SINTETASE. NITROGÊNIO NA ÁGUA • Principais fontes de N na água: chuva; matéria orgânica (MO) e matéria inorgânica (MI) de origem de fora do sistema; fixação do molecular dentro do próprio sistema (cianofícias e bactérias). 2. CICLO DO FÓSFORO • Difere do ciclo do nitrogênio pelo fato da crosta terrestre ser seu reservatório primário, em vez da atmosfera. Além de depender menos de microrganismos específicos e ser mais simples. • Intemperismo das rochas = a maior fonte de fósforo presente na solução do solo. Comparada com o N a quantidade de fósforo requerida pelas plantas é relativamente pequena. • Por que o fósforo é LIMITANTE do crescimento vegetal? • As plantas assimilam fósforo como íon fosfato (PO4 3-) diretamente do solo ou da água e o incorpora na forma de vários compostos orgânicos na forma de ésteres de fosfato. Os animais eliminam excesso de fósforo orgânico em suas dietas excretando sais de fósforo na sua urina; bactérias fosfatizantes também convertem fósforo orgânico dos detritos em íon fosfato. • O fósforo só entra na atmosfera na forma de poeira; desta forma o ciclo do fósforo envolve somente os compartimentos de do solo e aquático dos ecossistemas. • A acidez do ambiente afeta a disponibilidade de fósforo no solo, e consequentemente a sua assimilação pelas plantas. • pH = fósforo ligado fortemente as partículas de argila do solo e forma compostos relativamente insolúveis com férrico e alumínio. • pH = forma-se outros compostos insolúveis com o cálcio. • Maior disponibilidade do fósforo pH entre 6 e 7. Processo de eutrofização - Um lago ou um rio eutrofizado, em um primeiro momento, apresenta uma elevada proliferação de fitoplâncton, com conseqüente incremento na produção de matéria orgânica. -As algas que compõem o fitoplâncton possuem um ciclo curto de vida; assim, uma grande quantidade de algas morrem em um espaço de tempo muito curto. Esse material orgânico proveniente das algas mortas provoca o crescimento de organismos decompositores aeróbios, que, ao realizarem a decomposição, consomem todo o oxigênio dissolvido na água. -Esse consumo provoca a morte de todos os seres aeróbios, peixes, por exemplo, contribuindo ainda mais para o aumento da quantidade de matéria orgânica a ser decomposta. Como não há mais oxigênio, os organismos decompositores que se desenvolvem são anaeróbios, que lançam uma quantidade muito grande de toxinas alterando totalmente as propriedades químicas do meio aquático, invibializando todas as formas de vida. 3. CICLO DO ENXOFRE • O enxofre limita menos o crescimento de plantas e animais quando comparado co o nitrogênio e fósforo. Entretanto, é um constituinte essencial de alguns aa (cistina e metionina). • Condições AERÓBIAS= ocorre redução do enxofre (SO4 2- íon sulfato S2- orgânico – sulfeto) • Esta oxidação ocorre quando excretam S orgânico excessivo da dieta e quando os microrganismos decompõem detritos vegetais e animais. • O destino do S2 - (íon sulfato) pode ser na presença de íons positivos frequentemente forma sulfeto de hidrogênio; ele escapa de sedimentos rasos e soloslamacentos como um gás, com cheiro de ovo podre. • Devido a essas condições pode ocorrer a redução do férrico (Fe3 +) em ferroso (Fe2 +), levando a formação de sulfeto ferroso. Estes estão comumente associados com carvão e óleo. Quando expostos à atmosfera como em rejeitos de minas ou queimados para produzir energia, o S reduzido se oxida e as formas oxidadas combina-se com água para produzir o ácido sulfúrico (H2SO4) chuva ácida e drenagem ácida de minas. • Condições ANAERÓBIAS= O sulfato (SO4 2-) pode funcionar como um oxidante. • Bactérias envolvidas = DESULFOVIBRIO e DESULFOMONAS. • Acoplam redução desassimilativa de sulfato (SO4 2- S2-) com a oxidação do C orgânico para fornecer energia disponível. • O S acumula-se a menos que os sedimentos fiquem expostos à aeração ou água com O2. Sendo assim o S pode ser oxidado ainda mais a sulfeto (SO3 2-) e sulfato (SO4 2-). 4. CICLO DO CARBONO Três classes de processos causam a reciclagem do C. • 1o – Reações assimilativas e desassimilativas de C na fotossíntese e na respiração. São elas as maiores reações de transformação de energia da vida. Aproximadamente 1.011 toneladas de C entram nestas reações no mundo a cada ano. • 2o – Inclui a troca de CO2 entre a atmosfera e os oceanos, lagos e águas correntes. O CO2 dissolve rapidamente na água; os oceanos contêm cerca de 50 vezes mais CO2 do que a atmosfera. • 3o – Consiste na dissolução e precipitação (deposição) de compostos de carbonato como sedimento, particularmente calcário e dolomita. • Quando o C se dissolve na água, ele forma o ácido carbônico, CO2 +H2O ⇌ H2CO3 • o qual rapidamente se dissocia em hidrogênio e íon bicarbonato e carbonato: H2CO3 H + + HCO3 - ⇌ 2 H+ + CO3 2- • O cálcio quando presente também se equilibra com os íons carbonato e bicarbonato. Ca 2++ CO3 2- ⇌ CaCO3 • O carbonato de cálcio tem baixa solubilidade sob condições úmidas e rapidamente se precipita na coluna de água. • Muitas algas excretam carbonato de cálcio circulante na água, mas recife e coral incorporam esta substância como estrutura rígida. Fixação do Carbono • O Ciclo de Calvin é responsável pela fixação inicial do CO2 e pela redução do C fixado recentemente. A maior parte do C fixado é convertido em amido ou sacarose. Diferenças entre plantas C3 e C4: • C3= plantas nas quais o ciclo de Calvin é a única via de fixação do C. O primeiro produto detectável desta fixação é o composto de 3 carbonos = 3-fosfoglicerato (PGA). Esta sequência cíclica de reações é conhecida por ciclo de Calvin • C4= o CO2 é fixado na forma de fosfoenolpiruvato (PEP) produzindo oxaloacetato, um composto de 4 carbonos, nas células do mesofilo das folhas. O oxaloacetato se converte em malato que vai para a bainha do feixe e lá ele é descarboxilado e o CO2 entra no ciclo de Calvin. • - Plantas C4 podem atingir a mesma taxa de fotossíntese que as planta C3, mas com menos aberturas estomáticas e, perdas de água. • - Planta C4 são mais competitivas que as C3 a altas temperaturas. Interferência das atividades humanas sobre os ciclos biogeoquímicos
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