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ATV 2 CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS

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CLASSES E MOVIMENTOS SOCIAIS: REFLEXÕES A PARTIR DA DISCIPLINA SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS LUTAS SOCIAIS E DA VIDA E OBRA DE DUAS GRANDES LUTADORAS 
Daniela Aparecida Caldeira 
Évellyn Karoline Dias Rocha 
Lúcia Xavier
Lúcia Maria Xavier de Castro, mais conhecida como Lúcia Xavier, mulher negra, militante, assistente social e ativista dos direitos humanos, nasceu em 1959 no Rio de Janeiro. Sua vida não foi fácil, passou por várias dificuldades, na qual teve uma história de superação e luta, onde desde muito cedo a partir da sua militância, principalmente contra a opressão de mulheres negras conseguiu algumas garantias de direitos e construiu espaços para que a história dessas mulheres fossem ouvidas e respeitadas.
Aos dois anos de idade, teve sua infância marcada pela perda do seu pai que era um radialista, sua mãe na tentativa de sustentar sua família, se tornou empregada doméstica, como tantas outras mulheres negras. Com uma jornada de trabalho extensa, sem direitos trabalhistas, sem folgas, contando apenas com dois dias ao mês para ficar com os filhos, foi levada a matriculá-los em um colégio interno, onde Lúcia passou grande parte de sua infância. Aos 14 anos, começou a trabalhar mesmo ainda estando no científico, atual ensino médio, para tentar se tornar independente e ajudar sua família, foi justamente nessa época que teve seu primeiro contato com algumas discussões políticas e um interesse pelo assunto, onde com outros alunos formou um grupo para discutir textos marxistas, grupo este que logo foi proibido pelo contexto da ditatura. 
Xavier, inicialmente pretendia cursar direito, mas quando se deparou com o curso de Serviço Social e foi conhecer sua grade curricular, se empolgou por ter matérias variadas como: história, filosofia, ética, política, sociologia e até mesmo de direito, na qual se identificou com a multiplicidade de conhecimentos contidos no mesmo curso e decidiu que Serviço Social seria o que queria fazer. Foi nessa fase que transitou pelos bailes Black soul, que colaboraram para a organização política dos jovens, no qual através desse movimento passou a fazer parte de um grupo de militantes chamado Acorda Criola. Ao mesmo tempo, fez parte das atividades do Centro Acadêmico, participou da construção do Partido dos Trabalhadores (PT) e se envolveu no IPCN (Instituto de Pesquisa de Cultura Negra), o que contribuiu fortemente para sua trajetória profissional, tendo uma relação com as militâncias e as lutas sociais. 
Lúcia formou-se em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1984, onde se envolveu na luta pelos direitos das crianças e adolescentes, nos debates e na construção do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da Constituição Federal de 1988 e da Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Foi pelo seu envolvimento com as questões relacionadas às crianças e adolescentes negras, que em 1992 foi levada a participar junto a Thereza Antônio de Castro, Guaraciara Matilde Werneck, Josina Maria da Cunha e Jurema Pinto Werneck, mulheres negras, que fundaram “Criola”, uma das instituições mais respeitadas nacionalmente e internacionalmente no combate ao racismo e ao sexismo, dentre várias outras violações dos direitos humanos e que tem a bandeira da igualdade e da equidade como ponto chave de sua atuação. Xavier também é membro do Comitê Mulheres Negras Rumo a um Planeta 50–50 em 2030 da ONUMulheres, esse comitê visa garantir que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) referente aos Direitos das Mulheres sejam efetivados na íntegra, para uma implementação de políticas públicas. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Na matéria ministrada pela docente Kathiuça Bertollo, Osório (2014) afirma que o Estado não expressa apenas uma correlação de forças na qual predominam os interesses das classes dominantes. É, antes de mais nada, uma relação social que cria força e modifica essas correlações em favor dos que dominam. Supor que o Estado “reflete” a luta de classes implicaria concebê-lo como uma entidade neutra que revela o ponto em que se encontra a correlação de forças entre classes, algo assim como um termômetro político. Mas, ao contrário, o Estado tem um papel ativo na luta de classes a favor da integração e da organização das classes dominantes e da dispersão e desarticulação das classes dominadas.
Por isso devemos seguir o exemplo de Lúcia Xavier, pois a lutas de classes é toda dia, vivemos um momento de (des)governo onde as vidas não importam, se tiver o lucro excedente é o que interessa. Dito isso, precisamos lutar, fortalecer os sindicatos, os movimentos sociais, lutar pelos nossos direitos cada dia mais! Precisamos barrar esse retrocesso com organização política e consciência de classe, intervindo para que os direitos da classe trabalhadora não seja violado.
Para finalizar este artigo, deixo a seguinte frase da Lúcia para reflexão: “Romper com o racismo significa mostrar a capacidade política das mulheres negras. É fundamental dar suporte e financiar as ações das mulheres negras e comunicar sobre como vivem. Atuar na contramão do retrocesso, colocar as questões na pauta do dia e lembrar o Brasil dos compromissos internacionais que assumiu” (Lúcia Xavier, 2018).
HELEN KELLER
Helen Keller nasceu em Tuscumbia, Noroeste do Alabama, Estados Unidos, no dia vinte e sete de junho de mil oitocentos e oitenta. Ela era filha de um capitão aposentado e editor de um jornal local. Quando criança, com menos de dois anos, foi diagnosticada com uma doença desconhecida que acaba a deixando cega e surda. Ela foi uma mulher que surpreendeu o mundo, se transformou em um ícone de perseverança, tornou-se a primeira pessoa surda e cega a entrar para uma instituição de ensino superior se tornando uma famosa, escritora, socialista, filósofa, sufragista e conferencista uma personagem notável o requisito de lutar pelos interesses e bem-estar dos portadores de deficiência. 
Logo após a descoberta de sua doença, Helen ficou uma criança com a convivência trabalhosa, pelo fato de gritar muito e ter mudanças de humor. Seus primeiros anos de vida não tiveram orientação adequada e ela viveu totalmente isolada do mundo e em três de março de mil oitocentos e oitenta e sete, passou a ter a ajuda de sua professora Anne Sullivan, cega e recém graduada que tinha apenas de vinte e um anos quando foi morar junto a sua aluna, para dedicar-se a ensina-la.
Anne Sullivan, aos cinco anos perdeu parte da visão e aos dez anos ficou órfã de sua mãe, foi abandonada por seu pai a insere em um albergue. Em mil oitocentos e oitenta e seis estudou na escola Perkins para Cegos (Perkins School for the Blind). Antes da professora, Helen Keller não compreendia nem a fala e nem o sentido das coisas. Contudo, a professora começou o exercício de ensinar a menina e para esse processo, precisou ter muita coragem e persistência, e com todo esse trabalho e paciência, pois as aulas se tornavam frustrantes e exigia muito de sua capacidade. Anne consegue ensinar a garota as palavras e seus conceitos soletrando as palavras em suas mãos.
Helen conseguiu aprender o significado das coisas que a cercava, no momento no qual sua professora colocou suas mãos sobre as águas e soletrou lentamente com as mãos a palavra “água”, fazendo a partir desse momento os sinais atingiram a cabeça de Helen que agora aprendendo o significado das coisas, abriria a mente e a daria um impulso. Enquanto menina nesse progresso de aprendizagem, ela conseguiu aprender muitas palavras em apenas um dia e paulatinamente o alfabeto em braile e o manual, o que ajudou muito em sua escrita e leitura. 
Em mil oitocentos e noventa, a garota teve coragem e tomou uma grande iniciativa que deixou surpresa Anne com o seu pedindo para aprender a falar. Sob a orientação de Anne Sullivan, foi inscrita no Institute Horace Mann para surdos, em Boston e logo depois em Wright-Humason Oral School de Nova York, no qual ficou um período de dois anos recebendo aulas sobre a língua oral e de leitura labiais. Durante esse momento ela aprende a leitura, a escrita ea fala, tendo a oportunidade de estudar regularmente na escola. 
Helen Keller antes de se formar, teve seu primeiro contato com a literatura quando escreveu a sua autobiografia “A história da minha vida”, que foi publicado no ano de mil novecentos e dois, logo depois entrou no jornalismo e escreveu muitos artigos no "Ladies Home Journal". Baseados nesses, ela continuou escrevendo sem colocar fim. Suas obras literárias, foram escritas através da máquina datilografia braille para preparar seus manuscritos e logo em seguida copiava para uma máquina de datilografia comum. Contudo, todas suas obras lançadas foram transcritas em diversos idiomas. Seu livro “História da minha vida”, após os cinquenta anos de seu lançamento, foi passado para vários idiomas.
Helen foi uma mulher ativista social que lutou pelos direitos das pessoas com deficiência e sua luta resultou em vários prêmios com títulos de honra ao redor do mundo. Mark Twain, um escritor e humorista estadunidense crítico do racismo, antes que sua morte disse: “As duas personalidades mais interessantes do Século XIX são Napoleão e Helen Keller". O filósofo e psicólogo americano e o primeiro intelectual a oferecer um curso de psicologia nos Estados Unidos, Willian James, escreveu sobre ela também, dizendo: "Mas o que quer que você tenha sido ou é, você é uma bênção. Eu sou capaz de matar a quem disser que não". 
Em sua juventude, Helen sempre quis mostrar o seu melhor para conseguir o sua satisfação, apareceu ao governo, dando palestras, escrevendo textos e tentando ser exemplo para aos que duvidam da capacidade pessoal. Em mil novecentos e vinte e um, foi fundada o instituto nacional para conhecimento sobre a cegueira, American Foundation for the Blind, que foi para a Helen um instrumento nacional efetivo. 
Helen foi conselheira nas relações interacionais e nacionais quando fez parte do “Staff“ da Foundation. No mesmo ano, ela começou uma ações para erguer o “Fundo Helen Keller” para a Foundation. Ela batalhou bastante para tornar-se possível a garantia de uma plataforma educacional e recapacitação de cegos e surdos-cegos até sua da vida normal e adaptada em sociedade. Dessas várias contribuições feitas, ela se orgulhava muito de seu auxilio na instrução de serviços voltados as pessoas surda-cegas. Helen foi nomeada com uma cargo em relações internacionais, após a Imprensa Braille Americana modificar-se na American Foundation for Overseas Blind.
Entre 1946 e 1947, ela viajou por cinco continentes, visitando 35 países. Logo após, Helen Keller passou a viver tranquilamente, recebendo seus familiares, amigos e membros da atual Helen Keller International Corporation em "Arcan Ridge". Nesse período de sua vida, ela passava grande parte dos momentos apreciando a leitura de seus livros prediletos, o livro sagrado e o volume de poesia e filosofia, são exemplo desses. Aos seus 87 anos, Helen Keller veio a falecer enquanto dormia. Suas cinzas foram colocadas em uma capela junto com as de Anne Sullivan Macy e Polly Thomson. No mesmo ano de seu falecimento foi lançado o filme “O Milagre de Anne Sullivan”, um drama biográfico baseado em seu livro.
Considerações finais 
Helen Keller foi uma lutadora social de extrema importância e exemplo para a sociedade e para as pessoas cegas e surdos-cegas, dedicando o seu trabalho ao bem-estar desses e induzindo na fundação da legislação e sistemas especialistas. Sendo um grande exemplo de mulher, de coragem e persistência, pois ela buscou cada vez mais progredir e quebrar com suas barreiras, se tornando admiração e exemplo para milhares de cidadãos. E em virtude disso, seus colegas a chamavam de: "A primeira mulher de coragem do mundo".
As frases mais famosas de Helen Keller:
“Não importa o quanto se sinta em posição desfavorável; não se desencoraje; não tenha medo; não se desespere.” (Helen Keller, 2006)
“A alegria é o fogo sagrado que mantém aquecido o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência. “(Helen Keller,1913)
Hellen Keller e Anne Sullivan Macy
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
OSÖRIO, Jaime. As classes Sociais no capitalismo. In: O Estado no centro da mundialização: A sociedade civil e o tema do poder. 2014, (pág. 109 a 142). Acesso em: 16/03/2021
LIVRARIA, B. Entrevista com Lúcia Xavier. Disponível em: <https://medium.com/blooks/entrevista-com-l%C3%BAcia-xavier-5829ecc1b647>. Acesso em: 08/04/2021
JUNIOR, J. Lúcia Xavier: uma “pegada” radical contra as violações de direitos. Disponível em: <https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistaempauta/article/download/21076/15725>. Acesso em: 11/04/2021
ENDRIGO, P. Conheça a história de Helen Keller. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QzT9f9xz338>. Acesso em: 09/04/2021
FRAZÃO, D. Helen Keller. Disponível em: <https://www.ebiografia.com/helen_keller/ >. Acesso em: 09/04/2021

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