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Organização e Arquitetura de Computadores - Material

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Prévia do material em texto

Vida Universitária
Prof. Luís Cláudio Dallier, Prof. Rodrigo Rainha
Descrição
A experiência, os desafios e os aspectos institucionais da vida universitária.
Propósito
Compreender as características, os desafios e as conquistas da vida universitária para desenvolver
habilidades que favoreçam o sucesso no aprendizado e no planejamento de seu curso.
Objetivos
Módulo 1
Bem-vindo à vida universitária!
Reconhecer as oportunidades e os desafios da vida universitária.
Módulo 2
A instituição acadêmica
Identificar as características e as denominações das Instituições de Ensino Superior.
Módulo 3
Organização e convivência acadêmicas
Identificar aspectos da organização e da interação da vida acadêmica.
Seja muito bem-vindo à vida universitária!
Você faz parte de um dos mais belos projetos de vida: investir na própria formação a partir de um
curso de graduação.
Mas o que significa cursar uma graduação?
O que é ser universitário hoje no Brasil?
Que implicações essa experiência acadêmica tem em nossa vida pessoal, formação e futuro
profissional?
Essas são algumas questões que valem a pena fazer parte de nossa reflexão no começo da vida
acadêmica.
Por isso, vamos conhecer esse mundo do Ensino Superior, desde uma dimensão institucional até os
aspectos relacionados diretamente com sua vida acadêmica.
Introdução
1 - Bem-vindo à vida universitária!
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as oportunidades e os desa�os da vida
universitária.
A chegada ao mundo universitário
Começar um curso universitário é, com certeza, o sonho de milhares de jovens e de muita gente que não vê
na sua idade mais avançada algum impedimento para realizar projetos e experimentar novas aprendizagens.
E você está aqui, certamente, porque você quis e batalhou por isso. Seu desejo de se preparar para o
mercado de trabalho, sua vontade de continuar aprendendo, sua esperança por dias melhores, seu sonho do
diploma de ensino superior, seu compromisso em contribuir com a sociedade – tudo isso trouxe você até
aqui.
Você avaliou a situação, pensou nas alternativas, se organizou e tomou uma decisão: eu vou.
É claro que ao tomar essa decisão você pode ter experimentado sentimentos e pensamentos diversos,
como a segurança da decisão que estava tomando ou, por outro lado, alguma ponta de incerteza sobre a
opção pelo curso escolhido.
Mas o que importa muito neste momento é o sentimento de esperança, a confiança
em você mesmo e a disposição de aceitar o maravilhoso desafio de aprender!
É bem provável que você tenha em mente aonde quer chegar, seus objetivos, o que fazer depois da
faculdade etc. Suas ideias podem ser uma forma de alimentar a esperança de dias melhores.
E quando os desafios se tornarem concretos, as tarefas se avolumarem e as dificuldades para estudar ou
entender algo mais difícil aparecerem, não esqueça o que fez você chegar até aqui.
Atenção
Lembre-se também de que você não está sozinho, que faz parte de uma grande comunidade de
aprendizagem. E essa comunidade está integrada a uma instituição educacional que dará toda estrutura,
apoio e orientação.
Foram seus passos que o trouxeram até aqui, também serão seus passos que o levarão adiante, mas você
não caminhará só. Além de competentes e dedicados professores, você contará com o suporte de um time
altamente profissional e com a facilidade de recursos inovadores e conteúdo de qualidade.
Por isso, é importante conhecer alguns aspectos dessa nova realidade e experiência que você passa a
vivenciar.
Aprender a aprender!
Vamos refletir sobre uma ideia muito difundida ultimamente no meio educacional:
mais do que aprender algo, é preciso aprender a aprender!
Pode parecer meio estranha essa ideia de aprender a aprender, afinal todo mundo aprende algo de alguma
forma.
Mas quanto do que você estudou realmente foi aprendido? 
Quanto do que você aprendeu faz sentido hoje em dia ou você utiliza de alguma forma?
E qual a garantia de que todo conteúdo que você estudar no seu curso continuará atual daqui 10 ou 20
anos?
Calma! A gente não quer dar um nó na sua cabeça nem sugerir que vamos esquecer todo conteúdo a ser
estudado ou que ele não terá valor daqui a algum tempo.
O curso que você escolheu tem um projeto pedagógico arrojado, um currículo atualizado, em sintonia com o
mercado de trabalho e também com os critérios de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Educação
(MEC). Além disso, você contará com metodologias inovadoras, conteúdo didaticamente elaborado e
professores qualificados.
Mas você precisa perceber algumas coisas:
Não basta ter muita informação e assimilá-la para garantir o aprendizado.
Não existe algo que o professor ou um tutor vá lhe oferecer e, como em um passe de mágica,
fará você dominar tudo que é preciso aprender.
As constantes mudanças no mundo do trabalho e as inovações tecnológicas tornam muitos
conhecimentos provisórios, ou seja, há conhecimentos que, mais cedo ou mais tarde,
precisarão ser atualizados.
Há muita coisa que você aprenderá a fazer na faculdade, mas, certamente, ao longo da sua
vida profissional haverá necessidade de novos aprendizados.
Se você acha que todas essas observações fazem sentido, então precisa reconhecer que chegar à
faculdade significa muito mais do que aprender os conteúdos que vai estudar e as práticas das quais você
vai participar. Estar no ensino superior é uma excelente oportunidade para aprender a aprender!
Isso mesmo! Você veio para aprender a aprender. Veio pela oportunidade de ser estimulado a aprender.
Claro que o conteúdo, o conhecimento acadêmico, as práticas e o estágio têm valor. Também o diploma tem
seu valor! Mas não é apenas o diploma ou o conhecimento específico que garantirá seu futuro profissional!
Por isso, precisamos pensar um pouco sobre essa experiência na universidade, sobre essa nova aventura do
conhecimento que começa agora. E vamos fazer isso olhando um pouco a história do saber acadêmico a
fim de descobrir como o conhecimento tem sido produzido e por que temos de aprender a aprender!
Uma breve história do saber universitário
A proposta aqui não é trazer a você informações sobre a história da universidade. Queremos tratar da
história do universitário. Sim, dessa gente que já há quase mil anos tem ido para a universidade! E é
possível garantir que os motivos mudaram bastante, apesar de existirem algumas semelhanças bem
interessantes quando olhamos atentamente os alunos de hoje e os de tempos passados.
Estudantes em instituições chamadas de “universais” são uma invenção europeia entre os séculos XI e XII.
Quando as cidades começaram a crescer, a Igreja, que detinha o conhecimento, criou uma ideia que “pegou”
muito bem: conhecimentos normais, aqueles do dia a dia, você poderia aprender em qualquer lugar, mas os
conhecimentos especiais definidos pelas autoridades eclesiásticas, só se você tivesse aula com os
melhores.
Tudo que você aprender sobre algo pode ajudá-lo a descobrir como você aprende, ou seja,
pensar sobre o seu jeito de estudar e sua forma de aprender é um caminho importante para
aprender mais e melhor.
Que conhecimentos “especiais” eram esses, que mistérios essa gente aprendia?
Depende. Para alguns, era muita teologia; para outros, muita filosofia, para darmos apenas alguns exemplos.
O certo é que o universitário desfrutava de um elevado status. Saía da sua cidade jovem e voltava com um
título acadêmico, cheio de pompa e circunstância. Era contratado por quem tinha poder financeiro, tanto que
ficou muito associado aos novos burgueses no fim da Idade Média, que queriam a proximidade desses
alunos.
Saiba mais
O fato de os estudantes virem de diversos lugares, diferentes territórios, para estudar em um mesmo lugar, é
relacionado por alguns historiadores à origem do nome universidade, que vem do latim universitas
(universalidade, totalidade).
Para o pensador e historiador português Joaquim de Carvalho (1892-1958), o que caracteriza o aspecto
universal dessas organizações que surgem naIdade Média é o fato de elas serem o “conjunto de mestres e
de estudantes congregados na mesma escola e ligados pelos mesmos interesses culturais” (CARVALHO,
1989, p. 415).
Nem todo intelectual era universitário, mas, aos poucos, qualquer intelectual que se
destacava podia ser contratado a peso de ouro pelas universidades.
Assim, com a modernidade, com as cidades ficando maiores e aumentando o número de universidades, a
universidade não é mais o espaço em que você aprende os “segredos do universo”. Ela passa a ser o lugar
onde os filhos da elite se encontram para aprenderem a liderar e se manterem prósperos. Na modernidade, a
universidade é um espaço cobiçado, mas para poucos.
Entenda no exemplo a seguir.
Exemplo
Imagine que um nobre tem um filho no Brasil. Se ele quer que o filho seja reconhecido e respeitado, vai
pagar muito bem para que seu filho possa ir para a universidade e obter um título ou diploma.
Observe que interessante: ele podia estudar qualquer coisa, o status vinha de ser universitário. Jovens
advogados, teólogos ou médicos estudavam na universidade e voltavam às colônias para serem
fazendeiros, políticos, ter um cargo na administração pública, e, raramente, para exercer sua profissão.
Mesmo nas maiores cidades europeias, havia profissionais liberais, como artistas que ganhavam
notoriedade, médicos e advogados, mas que não dominavam ou exerciam especificamente seus ofícios.
Temos, então, o surgimento de várias profissões que dependem da formação universitária. As profissões
Nos séculos XVIII e XIX
Acontece outra mudança na vida do universitário. Se antes ele se formava como intelectual,
agora passou a ter uma formação profissional. Se antes as cadeiras – ou cátedras – tinham a
função de formar uma nova elite, a chegada da Era do Capital transforma o intelectual em
profissional. Não há, claro, uma perda definitiva de status, mas agora o conhecimento fica
mais plural, mais hierarquizado.
No século XIX
A definição do estatuto científico, da especialização, vai pouco a pouco matando a ideia dos
grandes saberes integrados e gerando a chegada dos grandes profissionais em Química, em
Física, em Psicologia, em Engenharia, entre outros. Cada um na sua, cada qual na sua
formação e reivindicando a importância da sua formação e de sua forma de dizer e analisar a
realidade.
vão sendo regulamentadas e valorizadas na sociedade de formas diferentes. De certo modo, tudo vai
ganhando seu campo de pesquisa e teorização, e o mais importante: as profissões vão sendo
hierarquizadas.
Olhando para o estudante universitário de hoje, percebemos que ele tem certa autonomia ou liberdade em
escolher que curso fazer ou para qual profissão se preparar. Além disso, ao longo da vida, ele pode rever
suas decisões e fazer uma transição de carreira ou até mesmo não atuar na profissão mais diretamente
relacionada com o curso que escolheu.
Curiosidade
Antes, as pessoas pensavam em escolher uma profissão e exercê-la durante uma vida inteira. O progresso, o
modo de vida do capitalismo e a necessidade de mão de obra qualificada transformou a busca pela
universidade em uma corrida por uma vida melhor para as classes sociais mais elevadas.
A universidade conferia prestígio, era vista como condição para ocupar as melhores e mais bem
remuneradas profissões.
E agora, quando você chega ao ensino superior? O que significa estar na universidade?
Certamente, o século XXI nos apresenta um novo mundo, outras formas de comunicação, jeitos diferentes
de estudar e aprender novas profissões e atividades econômicas, necessidades de competências e
habilidades para enfrentar os desafios da sociedade da informação e do conhecimento – tudo isso aponta
para uma nova universidade.
E você precisa conhecê-la, precisa entender o que significa chegar ao ensino superior neste momento!
Ser universitário no século XXI
A experiência da universidade hoje
Assista o vídeo abaixo e reflita sobre o que é ser universitário no século XXI.

A universidade, associada a expressões como altos estudos, estudos superiores ou mesmo ensino
superior, parece reforçar a tradição, o prestígio histórico e um saber distinto dessa instituição, além de uma
certa solenidade que revestia a experiência de começar a fazer parte desse universo acadêmico.
Mas será que ainda é assim? O ensino superior se reduz a uma experiência elitista ou representa uma
forma de saber que já não combina mais com o mundo em que vivemos?
Vamos ver o que mudou com o século XXI para pensarmos sobre as mudanças na universidade e sobre o
que significa ser universitário hoje.
Parâmetro Século XX Século XXI
Longevidade
(expectativa de vida)
50 anos 80 anos
Média de filhos por
família
2,5 1,5
Principais meios de
informação
Jornal impresso, rádio, televisão Mídias digitais
Principais
dispositivos de
comunicação
Telefone fixo, telex, fax, celular. Smartphone, tablet, notebook
Alfabetizados 69% 90%
Acesso ao ensino
superior
12% 20%
Fontes de
conhecimento
Escola/universidade, biblioteca
física, professores, livros
Bibliotecas e repositórios virtuais,
videoaulas, conteúdo digital
Parâmetro Século XX Século XXI
Tempo médio em um
emprego
20 anos 2 anos
Com tantas mudanças em curso, por que imaginamos que a universidade e o universitário deveriam
permanecer imutáveis?
Hoje, o ensino superior não implica aprender um pacote de conhecimentos específicos para uma profissão
que necessariamente exercerei por toda minha vida.
Ser universitário também não significa manter uma rotina de idas e vindas ao campus para sentar em uma
sala de aula e passivamente ouvir o professor, pretensamente detentor de todo conhecimento, expor o
conteúdo ao longo de algumas horas.
Sim, o mundo mudou e a universidade também tem mudado! Você não está entrando em uma universidade
para simplesmente pegar um diploma no final e, com isso, ganhar a chancela de uma profissão.
Você faz parte de um mundo em constante transformação, no qual a formação profissional na universidade
deve prepará-lo também para continuar aprendendo ao longo da vida. A entrada em uma universidade no
século XXI não pode se reduzir à busca por um diploma, precisa ser a sua introdução no que há de mais
contemporâneo no mundo.
Você está chegando numa instituição, num ambiente acadêmico, em que há um uso intensivo de tecnologia.
Aprendemos da seguinte maneira:

Com professores em salas de aula presenciais, mas também aprendemos em ambientes virtuais e de forma
colaborativa com tutores e outros colegas nossos.

E nos livros, mas também aprendemos em conteúdos digitais interativos e autoinstrucionais.
Aprendemos o tempo todo e de diversas formas!
Somos desafiados o tempo todo a compreender, relacionar, associar, construir, elaborar, ou seja, participar
ativamente da nossa formação. A educação deve fortalecê-lo e dar possibilidades de olhar para o mundo, de
estar disposto de forma constante a se desenvolver, a melhorar. E essa experiência de educação deixou de
ser uma fase:
aprender e continuar aprendendo precisa fazer parte da sua vida.
A educação não é episódica. Nesse sentido, se já era um equívoco pensar que educação é igual à aula, é
também inadequado imaginar que a aula é somente um professor falando.
Com as tecnologias digitais e as metodologias ativas de aprendizagem, o processo educacional se dá em
múltiplos lugares, em tempos diversos, nos bastidores, nos encontros presenciais na faculdade ou nas
atividades virtuais no ambiente digital. O aprendizado se dá diante do professor, na relação com o tutor, nos
diálogos com os colegas e também no uso de recursos digitais e de conteúdos interativos.
Tudo isso deve evidenciar que lhe damos as boas-vindas à vida universitária, a uma experiência de
aprendizado que deve estar integrada à sua própria vida, e não apenas a um espaço e tempo limitados,
como uma aula tradicional dentro de uma sala no campus universitário.
Então, mais uma vez, seja muito bem-vindo à melhor parte de sua vida, porque
certamenteela se estenderá por toda sua vida como uma rica e constante
experiência de aprendizado e crescimento!
Bem-vindo à vida universitária!
Assista ao vídeo de boas-vindas à vida universitária e apresentar um pouco do universo do mundo
acadêmico.

Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Aprender a aprender!
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Uma breve história do saber universitário.

Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Vamos pensar sobre o que aprendemos até aqui sobre a vida universitária, sobre sua experiência neste
momento de entrada no Ensino Superior. Para ajudar nessa reflexão, analise as afirmativas a seguir,
ponderando sobre a adequação ou não do que cada uma apresenta. 
I – Devemos entender que somos o principal agente do nosso próprio processo de aprendizado, por isso,
como sujeito, o desejo de se desenvolver e de aprender a aprender é fundamental. 
II – Historicamente, entrar no ensino superior teve motivos diferentes ao longo do tempo, o que deve nos
levar a refletir sobre o que tem nos conduzido até a educação superior. 
III – Cada vez mais a experiência de um curso superior se torna exitosa quando a aprendizagem depende
essencialmente da sala de aula e do professor. 
Está correto apenas o que se afirma em:
A I.
B II.
C III.
D I e II.
E II e III.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Devemos considerar adequada a afirmativa I porque o estudante deve assumir o protagonismo de
sua formação, assumindo a responsabilidade pela sua aprendizagem a partir da orientação e
acompanhamento que receberá de seus professores e da instituição de ensino. A afirmativa II
está correta porque as razões para entrar na universidade vêm mudando ao longo do tempo. A
afirmativa III é inadequada porque coloca a responsabilidade da aprendizagem apenas na
instituição, em vez de acentuar a participação e responsabilidade do estudante no aprender a
aprender.
Questão 2
O uso intensivo de tecnologia na educação, seja esta educação denominada presencial, digital ou a
distância, implica afirmar que
A a sala de aula é o principal e único lugar de aprendizagem.
B
as metodologias de aprendizagem devem estar concentradas na fala e atuação do
professor.
C o acesso ao conhecimento e sua difusão permanecem inalterados.
D a aprendizagem é um processo que se limita à relação entre aluno e professor.
E os lugares e tempos de aprendizagem são diversos, são plurais.
Parabéns! A alternativa E está correta.
As tecnologias digitais e as metodologias ativas de aprendizagem permitem que o estudante
estude e aprenda em diferentes espaços e tempos, permitindo mais flexibilidade e aprendizagem
em rede. Assim, não é adequado afirmar que o aprendizado se esgota ou se limita na relação
entre professor e aluno ou no espaço/tempo da sala de aula.

2 - A instituição acadêmica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as características e as denominações
das Instituições de ensino superior.
A instituição em que você estuda
Já pensamos um pouco sobre o que significa ser universitário e a respeito de alguns desafios para que
sejamos sujeitos de nossa própria história na vida acadêmica.
Partimos dessa reflexão para agora podermos conhecer um pouco mais uma instituição de ensino superior,
com sua forma de organização, sua rotina, seus procedimentos, as modalidades e formas de oferta de seus
cursos, enfim, tudo que compõe o espaço institucional acadêmico.
Atenção
É importante conhecer o lugar ao qual estamos chegando. Na verdade, nós existimos a partir dos lugares
que habitamos, aos quais nos vinculamos. A ideia de lugar não é uma mera determinação geográfica, mas
sim um valor estrutural e cultural, que ajuda também a definir quem você é, o que você almeja.
Explicar o espaço e a organização da instituição acadêmica para você tem o objetivo de deixá-lo mais
confortável e de situá-lo diante da novidade, daquilo que pode ser um tanto desconhecido.
Assim, vamos saber mais sobre as Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil.
O ensino superior no Brasil
Você já sabe que a universidade passou por algumas mudanças ao longo dos últimos séculos. Mas agora já
não mais nos interessa nos concentrar no que elas foram e o que elas representaram. Nosso objetivo é
explicar como essas instituições funcionam atualmente no Brasil.
Para compreender a educação superior e a forma de organização e funcionamento das Instituições de
Ensino Superior (IES) no Brasil, podemos recorrer à legislação pertinente. Há Leis, Decretos, Resoluções,
Portarias e outros documentos legais ou norteadores que estabelecem políticas, programas, normas,
diretrizes e uma série de orientações para a educação superior e as IES.
Atenção
Um importante documento que nos ajuda a entender a organização da educação no Brasil, e
especificamente a Educação Superior, é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei Nº
9.394, de 20 de dezembro de 1996. O capítulo IV da LDB trata especificamente da Educação Superior e
compreende os artigos 43 a 57.
O ensino superior no Brasil tem como órgão regulador o Ministério da Educação (MEC), do qual saem
normas e diretrizes para as IES, os cursos e tudo que diz respeito ao ensino superior.
Categorias administrativas das IES
Conforme a legislação vigente, podemos classificar as Instituições de Ensino Superior (IES) em três
categorias administrativas:
Legislação vigente
Lei Nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), art. 19. 
Lei Nº 12.881, de 12 de novembro de 2013. 
Portaria Normativa MEC Nº 21, de 21 de dezembro de 2017.
Prédio histórico da Universidade Federal do Paraná.
Públicas
As IES públicas são mantidas pelo Poder Público, seja ele federal, estadual ou municipal. Por serem
financiadas e mantidas pelo Estado, essas IES não cobram a matrícula nem as mensalidades de seus
cursos de graduação.
Universidade Estácio de Sá - Campus Tom Jobim
Privadas
As IES privadas são mantidas e geridas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado e podem ser
com fins lucrativos ou sem fins lucrativos.
As IES privadas com fins lucrativos também são chamadas de instituições particulares (faculdade
particular, universidade particular etc.).
As IES privadas podem, ainda, ser confessionais, quando se orientam por uma confissão de fé e ideologia
específica, e filantrópicas, quando não possuem fins lucrativos e são reconhecidas como entidades
beneficentes de assistência social.
ABRUC - Associação Brasileira das Instituições COMUNITÁRIAS DE EDUCAÇÃO SUPERIOR.
Comunitárias
As IES comunitárias, também denominadas Instituições Comunitárias de Educação Superior (ICES), não
têm finalidade de lucro e devem ter representantes da comunidade na sua mantenedora e administração,
além de atender a outros requisitos exigidos por legislação específica. (Lei Nº 12.881, de 12 de novembro
de 2013.)
Você sabe dizer em qual categoria administrativa se insere a sua IES?
Se você respondeu IES privada ou particular, acertou!
As instituições privadas não são simplesmente aquelas que cobram mensalidades. Essa é uma de suas
características importantes, pois os investimentos em infraestrutura, corpo docente, pessoal administrativo,
recursos tecnológicos, conteúdos digitais e qualidade acadêmica advêm da receita das mensalidades.
As IES privadas, na verdade, se destacam por seu relevante papel social, permitindo que milhares de
estudantes tenham acesso ao Ensino Superior, já que as instituições públicas não dão conta de garantir a
matrícula de todos que desejam cursar uma graduação.
Saiba mais
Hoje, no Brasil, cerca de 75% dos alunos matriculados no Ensino Superior estão nas instituições privadas. E
você faz parte desse importante contingente de estudantes que têm oportunidade de realizar o sonho do
curso superior ou continuar investindo em sua formação.
As IES privadas também possuem uma amplae completa cobertura do território nacional. Seus cursos
presenciais e a distância estão espalhados por cidades de todo o país, permitindo que tanto os estudantes
dos grandes centros como aqueles das regiões mais remotas possam cursar sua graduação. Tudo isso
Resposta 
evidencia o papel social importante das IES privadas no acesso mais democrático à Educação Superior.
Organização acadêmica das IES
Vamos agora conhecer as denominações das IES a partir de sua organização acadêmica.
No Brasil, temos três tipos de instituições que oferecem cursos superiores:
Faculdades
São instituições de ensino superior dedicadas a um número menor de cursos e de áreas de
conhecimento. Historicamente, tivemos importantes faculdades de Direito, de Administração, de
Medicina, entre outras, tanto privadas quanto públicas. Assim, as faculdades tendem a ser mais
especializadas e se caracterizam por oferecer cursos concentrados em determinadas áreas. As
faculdades podem, muitas vezes, fazer parte de uma universidade, constituindo uma unidade orgânica
dessa organização maior.
As faculdades também se caracterizam por serem desobrigadas de atender a algumas exigências, como
a oferta de cursos de pós-graduação, um número maior de docentes com titulação de mestre e doutor,
infraestrutura e campi maiores (como no caso das universidades) e investimento em pesquisas, entre
outras obrigações.
Por outro lado, as faculdades não têm autonomia para criar cursos de graduação sem autorização do
MEC, dependem de uma universidade para reconhecerem seus diplomas e não são obrigadas a
oferecerem cursos de mestrado e doutorado. Mas nada disso dispensa as faculdades de oferecerem
cursos e serviços educacionais de qualidade, até porque o MEC avalia continuamente as faculdades, além
de o próprio mercado de trabalho prestigiar e reconhecer apenas as instituições que se destacam pela
sua relevância e qualidade.
Centros universitários
São instituições mais amplas que as faculdades, porém com abrangência e obrigações menores do que
as universidades. Um centro universitário tem um número maior de cursos, atua em diversas áreas de
conhecimento, possui autonomia para oferecer cursos de graduação em sua sede, sem necessitar de
autorização prévia do MEC, e pode oferecer cursos de mestrado e doutorado.
Os centros universitários, no entanto, não têm a exigência de oferecer determinado número de cursos de
mestrado e doutorado, de investir em pesquisa e de possuir um percentual maior de professores mestres
e doutores e docentes de tempo integral comparado com a universidade.
Universidades
São as instituições com mais autonomia para abrir cursos novos, ampliar a sua atuação presencial no
Estado em que têm sua sede, além de possuírem infraestrutura mais complexa e completa. As
universidades devem atuar nas diversas áreas de conhecimento, abrangendo variados cursos, por isso
são caracterizadas como pluricurriculares. São instituições que podem ser compostas por diferentes
faculdades, além de diversos campi (plural do latim campus.).
As universidades são obrigadas a oferecer um número mínimo de cursos de mestrado e doutorado,
devem investir em pesquisa, precisam ter um percentual maior tanto de docentes de tempo integral
quanto de professores mestres e doutores.
Para funcionar plenamente, uma IES precisa ser credenciada (ou recredenciada) pelo MEC. Assim, de
acordo com sua organização acadêmica, uma IES pode ser credenciada como faculdade, centro
universitário ou universidade.
O credenciamento é uma chancela do órgão regulador – o MEC –, uma garantia de que aquela instituição
pode oferecer cursos superiores. No credenciamento, as instituições recebem uma nota a partir da
avaliação institucional que foi realizada, sendo 5,0 a nota maior.
Há também um credenciamento específico para a oferta de cursos a distância. Somente instituições
credenciadas para Educação a Distância podem oferecer cursos nessa modalidade.
Credenciada
O credenciamento é uma modalidade de ato autorizativo. Por meio dele, uma instituição de ensino superior
(IES) é avaliada e recebe autorização do MEC para iniciar suas atividades. Após credenciada, a IES
periodicamente passa por um ciclo de avaliação para receber seu recredenciamento.
Tipos de cursos e graus
Ao entrar no ensino superior, o estudante ingressa em um tipo de curso. Inicialmente, se trata de um curso
de graduação, que pode ter diferentes graus.
Exemplo
Quem cursa Pedagogia está num curso de graduação no qual obterá um diploma relacionado com o grau de
licenciatura. Quem cursa Direito está matriculado num curso de graduação no qual obtém o diploma com o
grau de bacharel. O aluno que está num Curso Superior de Tecnólogo (CST) em Gestão de Recursos
Humanos também cursa uma graduação, obtendo futuramente o diploma relacionado ao grau de tecnólogo.
Em linhas gerais, há dois grandes tipos de cursos: graduação e pós-graduação. Tanto na graduação quanto
na pós-graduação, temos algumas classificações e denominações.
Vamos a uma síntese desses diferentes tipos e graus para depois explicar cada um deles:
Graduação
Bacharelados
Licenciaturas
Tecnólogos
Pós-graduação
Lato sensu
Stricto sensu
Cursos de graduação
Os cursos de graduação podem ter os seguintes graus ou tipos:
Bacharelados
São os cursos de graduação mais tradicionais, tendo um perfil generalista, de formação científica ou
humanística. Geralmente, são cursos que permitem o exercício de determinada atividade profissional,
algumas profissões inclusive regulamentadas por conselhos. Também conferem competência para o
exercício de atividades acadêmicas ou culturais.
O aluno que se forma num curso de graduação do tipo bacharelado recebe o diploma com o grau de
bacharel.
Licenciaturas
Os cursos de licenciatura, atualmente designados como cursos de formação de professores, visam formar
profissionais da Educação para o exercício da docência na Educação Básica e modalidades educacionais,
como Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de desempenho de outras atividades, como a de gestores
educacionais.
O aluno que se forma num curso de licenciatura na graduação recebe o diploma com o grau de licenciado.
Tecnólogos
São graduações de duração menor do que os bacharelados e licenciaturas, definidas a partir de um catálogo
de cursos tecnológicos. Buscam atender a demandas técnicas do mercado de trabalho. Esses cursos foram
criados no final dos anos 1990 com o objetivo de acelerar a formação de técnicos no Brasil. O aluno que se
forma num Curso Superior de Tecnologia (CST) na graduação recebe o diploma com o grau de tecnólogo.
Saiba mais
Os cursos de graduação podem ser ofertados presencialmente ou na modalidade a distância (EaD). Tanto
os cursos presenciais quanto os cursos a distância são avaliados pelo MEC a fim de que sua qualidade seja
garantida. Os diplomas de cursos presenciais e a distância têm o mesmo valor, por isso mesmo, não se
especifica num diploma se o curso é presencial ou a distância.
Cada vez mais os cursos presenciais experimentam e incorporam os recursos e as inovações
metodológicas da educação digital, numa tendência para o hibridismo.
Qual dessas graduações é a melhor?
Simplesmente aquela que atende à sua necessidade, aos seus objetivos. Todas têm sua função e vão lhe
oferecer habilidades e competências diferentes para sua formação e o desempenho de atividades
profissionais, culturais ou acadêmicas.
Você pode fazer cursos diversos ao longo de sua vida, afinal, não estamos falando somente de obter
diploma, mas de sua formação pessoal e profissional, que deve ser contínua.
Cursos de pós-graduação
Vamos agora conhecer os tipos de cursos de pós-graduação:
Lato sensu 
Os cursos de pós-graduação Lato sensu (Sentido amplo) são uma forma de se especializar em
determinado conhecimento ou área após a graduação, que é mais generalista. Por isso mesmo são
cursos denominados de Especialização. Há também alguns cursos que recebem a denominação de
MBA, sigla oriunda do inglêsMaster of Business Administration, sendo que no Brasil corresponde a
uma pós-graduação Lato Sensu com foco no mundo do trabalho na área da gestão e de negócios.
Os cursos de pós-graduação Lato sensu permitem que o aluno se especialize em determinadas
competências e conhecimentos para o exercício de atividades profissionais, acadêmicas ou
culturais. Por exemplo, a condição mínima para ministrar aulas num curso superior é ter um
certificado de especialização ou título de especialista.
Os cursos de pós-graduação Lato sensu não conferem diplomas, mas certificados. Esses cursos
somente podem ser oferecidos por Instituições de Ensino Superior ou outras instituições
especialmente credenciadas para essa oferta.
Os cursos do tipo Stricto sensu são voltados à formação acadêmica e à pesquisa científico-
acadêmica.
O mestrado e o doutorado são cursos de pós-graduação Stricto sensu, que conferem,
respectivamente, o título de mestre e de doutor, com emissão de diploma.
Para cursar o mestrado é necessário já ter cursado a graduação. Em geral, após cursar as disciplinas
do mestrado e desenvolver um projeto de pesquisa ou de dissertação, o aluno apresenta a defesa de
sua dissertação a uma banca examinadora a fim de obter a aprovação e o título de mestre. O
mestrado pode ser acadêmico ou profissional.
O doutorado é cursado, geralmente, após obtenção do título de mestre. Após cursar as disciplinas,
desenvolver as atividades requeridas e a pesquisa, e passar por uma banca de qualificação, o aluno
apresenta a defesa de sua tese de doutoramento a uma banca examinadora a fim de obter o diploma
e o título de doutor.
Pro�ssional
O mestrado profissional está mais voltado à preparação em alto nível para o mercado de trabalho e a
qualificação profissional. Já o mestrado acadêmico está voltado para a pesquisa e a carreira acadêmicas.
Lato sensu 
Stricto sensu 
No entanto, tanto um quanto outro permitem o exercício do magistério no ensino superior.
Doutor
A rigor, o título de doutor é concedido a quem obtiver o diploma referente ao doutoramento. No Brasil, não
há o título de PhD (abreviação para Philosophy Doctor e que poderia ser traduzido literalmente como “Doutor
em Filosofia”). Nos Estados Unidos, por exemplo, o PhD corresponde a um doutorado acadêmico, já que há
doutorados com foco profissional.
O aspecto institucional e o desa�o da inovação
Se as instituições de ensino superior precisam atender à legislação e funcionar conforme os padrões
estabelecidos pelo MEC, isso não significa que a forma de organização e os aspectos institucionais devam
tornar a faculdade um espaço chato, burocrático e tradicionalista.
Ao mesmo tempo que devemos manter a tradição do conhecimento acadêmico e garantir a legalidade dos
processos e aspectos institucionais, devemos ter instituições inovadoras, comprometidas com as
mudanças que o conhecimento e a tecnologia promovem.
Isso mesmo: inovar para continuar oferecendo educação de qualidade e
transformadora.
Perceba que a forma pela qual você está estudando agora, por exemplo, é inovadora. Você tem a
possibilidade não apenas de ler este texto escrito, mas também de navegar por conteúdos audiovisuais,
verificar seu aprendizado e interagir a partir de outros recursos. E isso é apenas parte da transformação que
a educação vem experimentando graças às inovações metodológicas e tecnológicas.
Assim, a estrutura e a organização das instituições de ensino devem estar a serviço do conhecimento, da
ciência, da sociedade e, especificamente, das suas necessidades de formação e preparação para o mercado
de trabalho.

A organização acadêmica no Ensino Superior
Assista ao vídeo a seguir sobre as formas de organizaçao acadêmica das instituições de ensino superior.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Organização acadêmica das IES
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Tipos de cursos e graus


Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Analise as afirmativas a seguir: 
I - A formação num curso de graduação se dá no espaço ou no contexto de uma Instituição de Ensino
Superior (IES), que tem como órgão regulador o Ministério da Educação (MEC). 
II – São três as categorias administrativas das Instituições de Ensino Superior no Brasil: faculdades, centros
universitários e universidades. 
III – As universidades são o único tipo de IES reguladas pelo MEC, que passam por credenciamento e que
oferecem cursos com qualidade. 
IV- As IES privadas têm pouca relevância social, pois o maior contingente de estudantes no Brasil encontra-
se nas IES públicas. 
Está correto apenas o que se afirma em:
A I e II.
B I e III.
C II e III.
D III e IV.
E II, III e IV.
Parabéns! A alternativa A está correta.
As afirmativas I e II estão corretas porque o MEC é o órgão regulador das IES, estabelecendo
processos de avaliação e credenciamento das IES a partir da legislação pertinente e das políticas
e programas educacionais. É o MEC quem credencia uma IES como faculdade, centro
universitário ou universidade. A afirmativa III está incorreta porque as faculdades e os centros
universitários também são avaliados e regulados pelo MEC. Por fim, a afirmativa IV não é
verdadeira porque as IES privadas também têm sua relevância social, e são hoje responsáveis
pela formação superior da maioria dos estudantes brasileiros.
Questão 2
As IES oferecem diversos tipos de cursos. Essa diversidade corresponde a denominações e graus
diferentes. Assim, marque a alternativa que faz uma afirmação correta sobre os distintos tipos de cursos.
A Os cursos de graduação podem conferir o grau de bacharel, licenciado ou tecnólogo.
B
Os Cursos Superiores de Tecnologia (CST) não permitem a obtenção de diploma porque
não são cursos de graduação.
C
Todas as licenciaturas ou cursos de formação de professores têm a duração curta e a
mesma finalidade dos CST.
D
Os cursos de bacharelado somente podem ser ofertados presencialmente, quando houver
exceção, o diploma deve especificar que o curso é a distância.
E Um curso de pós-graduação sempre será um curso Stricto Sensu, inclusive um MBA.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A opção A está correta porque existem dois tipos de curso superior: graduação e pós-graduação.
Nos cursos de graduação, temos três graus: bacharelados, licenciaturas ou formação de
professores e tecnólogos. As demais alternativas estão incorretas porque os CST permitem a
3 - Organização e convivência acadêmicas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car aspectos da organização e da interação
da vida acadêmica.
A organização acadêmica de seu curso
O seu curso tem uma série de características próprias, que são só dele, e provavelmente aspectos que ele
compartilha com outros cursos da mesma área de conhecimento ou até mesmo de diferentes áreas.
Mas além desses elementos, cada curso reúne objetivos, concepções, conhecimentos e outros aspectos
que podem estar vinculados a determinada atividade profissional ou a uma área e atividade acadêmica ou
cultural.
obtenção de diploma de graduação; as licenciaturas não têm a mesma duração e finalidade dos
CST; os bacharelados podem ser ofertados tanto presencialmente quanto a distância, sem
distinção da modalidade no diploma; e a pós-graduação tem tanto cursos Lato Sensu, como os
cursos de especialização e os MBA, quanto Stricto Sensu, como mestrado e doutorado.

Tanto nos aspectos específicos quanto nos aspectos comuns, o seu curso atende a
diretrizes estabelecidas pelo MEC, a objetivos pedagógicos propostos pela sua IES e
às demandas da sociedade.
Atenção
Tudo isso faz parte da organização acadêmica de seu curso, que pode ser conferida no Projeto Pedagógico
do curso.
O Projeto Pedagógico de Curso (PPC)
O Projeto Pedagógico de Curso (PPC) é o documento que registra aspectos importantes de seu curso,
como:
Concepção do curso
Incluindocontextualização e objetivos do curso, além do perfil do egresso (atitudes, habilidades e
competências que são esperadas do futuro profissional.).
Estrutura do curso
Incluindo sua matriz curricular, informações sobre seu corpo docente e técnico-administrativo, infraestrutura
etc.
Procedimentos de avaliação
Incluindo os critérios e formas de avaliação do ensino e da aprendizagem.
Instrumentos normativos
Incluindo regimentos, regulamentos e outros instrumentos normativos de apoio.
Todos esses elementos que fazem parte da concepção, estrutura e funcionamento de um curso devem
atender às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) estabelecidas pelo MEC para cada curso.
Atenção
Assim, num curso de Administração, por exemplo, o MEC define por meio de Resolução, e disponibiliza em
seu portal, as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Administração.
São as DCNs que estabelecem, por exemplo, a carga horária mínima do curso, o seu tempo de
integralização, os componentes curriculares obrigatórios, a obrigatoriedade e duração do estágio, a
obrigatoriedade ou não do TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) etc.
Mas os compromissos de um curso ou sua organização acadêmica estão relacionados apenas ao MEC?
Por isso, um curso de graduação precisa sempre ser atualizado, sua matriz curricular deve ser dinâmica e
responder a desafios que o mundo do trabalho e a sociedade vão apresentando.
Avaliação
Uma das formas de garantir a atualização e a relevância de um curso de graduação é desenvolvendo
processos de avaliação que contribuam para a tomada de decisões que promovam o aperfeiçoamento e a
qualidade da instituição acadêmica, de seus cursos e da relação com os alunos, além de orientar o
investimento em recursos financeiros e em pessoal.
Curiosidade
Há várias ferramentas e recursos que permitem ouvir alunos, professores e pessoal administrativo a fim de
se gerar dados e informações que sinalizem o que está dando certo e o que ainda precisa melhorar.
O próprio MEC estabelece instrumentos de avaliação institucional, mas hoje as instituições de ensino
acabam indo além desses instrumentos para continuamente trabalhar com indicadores que mostram o
quanto seus alunos estão satisfeitos e quais as necessidades que precisam ser atendidas.
Tudo isso evidencia que o compromisso com a qualidade é fator primordial na educação superior.
E a qualidade de um curso não é determinada apenas pela nota no ENADE e seu posicionamento no MEC ou
em algum ranking. Uma IES e seus cursos também são valorizados e reconhecidos pelo grau de
empregabilidade de seus alunos egressos ou pela imagem favorável que têm junto à sociedade local.
Saiba mais
O ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) avalia o desempenho dos alunos que estão
finalizando o seu curso, conferindo as competências e habilidades necessárias à sua formação geral e
profissional. O desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos avaliados é analisado junto com
outros parâmetros, como o IDD (Índice de Desempenho Discente), que indica o valor agregado pelo curso, e
as respostas ao Questionário do Estudante. O ENADE é obrigatório para todos os estudantes que nele forem
inscritos pela IES a partir de critérios definidos pelo MEC.
A comunidade acadêmica
A educação superior, em suas modalidades e configurações, é feita por gente, por sujeitos que constroem o
conhecimento e contribuem para a transformação de uma nação.
Atenção
Os aspectos institucionais são importantes, os procedimentos acadêmicos têm o seu lugar, a infraestrutura
é essencial, a tecnologia é fundamental, mas nada é mais central do que as pessoas que fazem uma
Instituição de Ensino Superior e os seus cursos serem uma experiência de aprendizado, de crescimento e de
preparação para a vida e para o mundo do trabalho.
Nesse cenário, destacamos dois atores principais: professores e alunos.
Na comunidade acadêmica, a interação presencial ou virtual entre docentes e estudantes é a chave para o
aprendizado. Conheça alguns cenários:
Professores à frente de uma sala de aula dialogando com seus alunos.
Professores num ambiente virtual respondendo a dúvidas e atuando como tutores.
Professores no laboratório conduzindo experimentos e atividades práticas.
Professores compartilhando conhecimento e apresentando conteúdo inovador em vídeos, em podcasts ou
em textos digitais.
Professores supervisionando, mediando, orientando, acompanhando, animando e desafiando seus alunos
na jornada do conhecimento.
Hoje, com as tecnologias digitais e as novas formas de interatividade, a interação com o professor acontece
inclusive por meio de conteúdos em formatos diversos. Conteúdos interativos pensados e elaborados por
professores e equipes multidisciplinares.
Aqui mesmo, agora neste momento, são professores que se dirigem a você, que falam com você pelo texto,
pelo vídeo, pelo podcast.
Nesta comunidade acadêmica, nesta rede do saber, professores e alunos são parceiros no processo de
ensino-aprendizagem.
Se o aluno deve ser protagonista nesse cenário, o professor é uma espécie de diretor, de alguém que dirige a
cena para que o aluno brilhe no palco da vida.
Mas, falemos um pouco mais agora sobre você! Sobre sua relação com essa comunidade.
O desa�o da convivência
Já parou para pensar que você existe e constrói sua identidade a partir do outro?
A Psicologia nos ajudar a perceber que nos definimos a partir do outro. As Ciências Sociais nos apontam
que também nos constituímos a partir das relações sociais.
Se tomamos isso como verdade, a dimensão coletiva ou as relações interpessoais na comunidade
acadêmica são muito importantes, são uma forma de definir nossa identidade como estudantes e de
contribuir para nossa formação profissional.
Além da relação com nossos mestres, a interação com nossos colegas é parte do aprendizado e do
crescimento na comunidade acadêmica. Comunidades de aprendizagem são, principalmente, teias ou redes
de interação e colaboração nas quais aprendemos muito com os outros.
Por isso, ao ingressar na vida universitária, para viver melhor, você vai precisar conviver.
Para participar de comunidades de aprendizagem, é preciso também aprender a
conviver, aprender com o outro. Seja no trabalho, seja virtualmente, você precisa
reforçar as possibilidades de convivência, precisa entender que é algo fundamental
para ter mais oportunidades, para desenvolver seu conhecimento.
Atenção
Uma vez que tenha tomado consciência de quem você é, entendido onde você está e se conscientizado
exatamente do que você busca, é preciso assumir o desafio de conviver, de interagir, com professores,
colegas e seu entorno.
A relação com o outro
Uma das grandes questões que aparecem quando a gente lida com educação é que tudo o que eu aprendo
só tem sentido se posto em perspectiva.
Por isso, você precisa despertar para o mundo que está no seu entorno. Olhar as pessoas, valorizar as
pessoas, é de alguma forma olhar para si. Tornar-se consciente é aprender a respeitar e ser respeitado, para
que você possa afirmar o seu direito de existir e o direito de ser respeitado.
O antropólogo francês Marc Augé define de forma muito interessante esse papel do espaço e do outro:
Se a tradição antropológica ligou a questão da alteridade (ou da identidade) à
do espaço, é porque os processos de simbolização colocados em prática pelos
grupos sociais deviam compreender e controlar o espaço para se
compreenderem e se organizarem a si mesmos.
(AUGÉ, 1994, p. 158)
Vamos pensar sobre isso:
Todos nós possuímos uma identidade, um conjunto de valores, símbolos e formas que nós reconhecemos.
Todos nós vivemos e definimos alteridades, aquilo que é diferente de mim, o que não sou. Quando eu
começo a me definir, isso não vem do nada, isso passa pelo espaço – não como uma delimitação física –,
mas como o espaço de convivência.
Passa pelos símbolos que são reconhecidos, pelo modo como as trocas sociais funcionam e/ou passam
pelas relações de poder, como o poder éexercido, reconhecido, trocado.
Somos todos seres sociais, construímos identidade e naturalizamos nossas posições sociais. Nós
assumimos nomes, nossas famílias e nossas escolhas. Isso, ainda que não seja real a priori, é real na vida
de cada um de nós. Nossas sociedades criam regras, nós nos adequamos, buscamos tirar o melhor delas,
mas no fim, tudo passa pelo valor que nós atribuímos a nós e aos outros. Passa pelos “contratos” sociais
que assumimos.
O ser humano é um ser social. O ser humano não sobreviveu ou não se estabeleceu isoladamente.
O ser humano acumulou, preservou e desenvolveu tudo aquilo que a sua ancestralidade lhe deixou. Não é à
toa que hoje avançamos aceleradamente no conhecimento e experimentamos uma revolução tecnológica.
Temos a capacidade de nos educarmos, de continuarmos na construção e aperfeiçoamento da civilização
humana.
Toda a sociedade humana é fruto das relações construídas historicamente pelos próprios grupos humanos.
Resumindo
Assim, na comunidade acadêmica, temos também a missão de construir relações com o outro, de
aprendermos com o outro, seja o professor ou o colega.
Nossa relação com os outros deve buscar o fortalecimento e o crescimento dessa comunidade de
aprendizagem. Deve ser também a busca por relações que respeitem a diversidade, que sejam inclusivas,
que desconstruam os preconceitos e as discriminações.
Uma comunidade de conhecimento somente será verdadeiramente um lugar de aprendizagem e
crescimento, relevante para a sociedade, se aprendermos a conviver com o outro e nessas conexões
ampliarmos nossos saberes, habilidades e competências.
O sentido de comunidade precisa passar por aspectos diversos da dimensão humana. O ambiente
educacional reproduz as características do mundo, ao mesmo tempo que os reflete e ressignifica. Por isso,
em todos os cursos você será desafiado a pensar sobre inclusão, diversidade, direitos humanos e ética.
Todas as nossas interações, físicas ou digitais, são marcadas por opiniões, valores e crenças. Estar inserido
em uma comunidade de aprendizagem deve, por princípio, fortalecer sua capacidade crítica na construção
de uma sociedade mais equilibrada e harmônica.
Organização acadêmica e convivência na comunidade
de aprendizagem
Assista ao vídeo a seguir sobre aspectos acadêmico-pedagógicos dos cursos de graduação e os desafios
da convivência na vida universitária.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
O Projeto Pedagógico de Curso (PPC)

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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
O desa�o da convivência
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A organização da vida acadêmica implica a necessidade de se ter o Projeto Pedagógico de Curso (PPC)
para cada graduação ofertada numa Instituição de Ensino Superior (IES). O PPC deve ser consultado quando
eu, por exemplo, tiver a necessidade de me informar sobre
A
o valor da mensalidade de meu curso e eventuais formas de financiamento oferecidas
pelo governo ou bancos privados.
B o cronograma do Enade e os principais conteúdos que foram cobrados nas últimas provas
desse tipo de exame.
C
a concepção e estrutura do curso, seus procedimentos de avaliação e seus instrumentos
normativos.
D
os detalhes e as normas referentes à regulamentação de uma determinada profissão e o
estatuto de seu Conselho Federal.
E
o conteúdo que será cobrado em um concurso público destinado a formandos de
determinado curso
Parabéns! A alternativa C está correta.
O Projeto Pedagógico de Curso deve ser consultado quando se buscam informações sobre os
objetivos do curso, o perfil de seus egressos, a estrutura curricular, as ementas das disciplinas, os
procedimentos e critérios de avaliação da aprendizagem, os regulamentos e regimentos
pertinentes ao curso, entre outras informações acadêmicas.
Questão 2
Analise as afirmativas a seguir: 
I – O espaço acadêmico ou universitário deve ser uma verdadeira comunidade de aprendizagem na qual
professores e estudantes são parceiros na construção do conhecimento. 
II – O desafio da convivência e da interação numa comunidade de aprendizagem se justifica porque o ser
humano é um ser social e o conhecimento cada vez mais tem relevância quando produzido de forma
colaborativa. 
III – A comunidade acadêmica deve preparar seus estudantes para um mercado de trabalho competitivo e
cruel, por isso o aprendizado e o conhecimento devem ser uma experiência individual e pouco colaborativa. 
Está correto apenas o que se afirma em:
A I.
B II.
Considerações �nais
Você aprendeu por meio deste conteúdo que chegar à vida universitária é fazer parte da uma tradição
cultural e intelectual que vem de longe, mas que nas últimas décadas ganhou novos sentidos com as
mudanças ou transformações pelas quais a universidade vem passando.
Viu que um curso superior é mais do que a preparação para exercer uma atividade profissional específica,
pois a vida acadêmica é uma verdadeira escola na qual podemos aprender a aprender, nos preparando para
um aprendizado ao longo da vida.
Você também pôde verificar que são múltiplos os tipos de cursos oferecidos no Ensino Superior, assim
C III.
D I e II.
E I e III.
Parabéns! A alternativa D está correta.
As afirmativas I e II trazem proposições adequadas ao contexto acadêmico e à construção do
conhecimento porque se deve levar em conta que o processo de ensino-aprendizado se dá a
partir da interação e colaboração entre professores e estudantes, num contexto em que o Ensino
Superior se caracteriza como uma comunidade de aprendizagem. Por isso mesmo, a afirmativa III
está incorreta, porque a preparação para o mercado de trabalho, por mais competitivo que ele
seja, deve se dar num ambiente de cooperação, de trabalho em grupo e de valorização do
conhecimento tanto individual quanto coletivo.

como são diversas as formas de organização das instituições de ensino e da vida acadêmica.
Por fim, você aprendeu que a vida universitária nos traz o desafio da convivência numa comunidade de
aprendizagem, em que a colaboração e parceria entre professores e alunos na construção do conhecimento
é um dos caminhos para o sucesso na vida acadêmica e profissional.
Podcast
Agora os professores Robson Melo, Luís Dallier e Roberto Paes encerram o tema debatendo suas
experiências e vivências na vida universitária.
Fala, mestre!
Neste espaço, você acompanhará experiências sobre o que significa chegar ao ensino superior hoje, ou seja,
o que significa ser universitário e quais são os desafios da vida universitária.
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Professores e a construção de valores
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Representatividade
Módulo 4 - Vem que eu te explico!
Formação acadêmica e pesquisa cientí�ca


Referências
AUGÉ, M. Le sens des autres. Actualité de l'anthropologie. Paris: Fayard, 1994.
CARVALHO, J. de. Obra completa: história das instituições e pensamento político (1930-1957). Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1989
Explore +
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste conteúdo, assista:
Ao vídeo Ensino Superior: a educação superior na América Latina, produzido e disponibilizado pela
UNIVESP em seu canal no YouTube, para um panorama e debate sobre a história da educação superior no
contexto brasileiro e latino-americano.
Ao filme O Sorriso de Monalisa (2003), para refletir e se inspirar na relação entre mestre e estudantes.
Leia:
O Ensino Superior é cheio de histórias pessoais de superação. Conheça uma delas lendo a matéria
jornalística Idoso se forma em História aos 79 anos; trajetória do aluno inspira universidade do RJ, que
cria projeto de alfabetização, publicada pelo O Globo juntamente com um vídeo que traz um emocionante
depoimento.
O livro A Aventura da Universidade, de Cristovam Buarque, ex-reitor da UnB, que analisa a história e os
desafios da universidade no século XXI.
Pesquise:
Naveguepelo portal do MEC para conhecer mais sobre as políticas educacionais, a legislação e outros
aspectos institucionais do Ensino Superior no Brasil.
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Como estudar melhor
Prof.ª Eloiza da Silva Gomes de Oliveira
Descrição
A aprendizagem humana e alguns de seus aspectos, como a inteligência, os estilos de
aprendizagem, os modelos mentais e o estabelecimento de métodos de estudo facilitadores de
aprendizagens significativas.
Propósito
Compreender as características, o processo e as possibilidades da aprendizagem humana para
identificar a sua própria aprendizagem e estar apto a desenvolver métodos de estudo efetivos.
Objetivos
Módulo 1
Níveis Cognitivos
Identificar aspectos e processos da aprendizagem humana
Módulo 2
Anos 1970
Identificar teorias da inteligência e dos modelos mentais
Módulo 3
Estilos de aprendizagem
Reconhecer estilos de aprendizagem e métodos de estudo eficazes para aprendizagem
significativa
Você já parou para pensar que, às vezes, estudamos muito e temos a sensação de que não
aprendemos quase nada? Ou já passou por aquela situação em que você acha que estudou
suficientemente e nas avaliações o resultado não é satisfatório?
Tão ou mais importante do que estudar é saber como estudar, identificar seu estilo de
aprendizagem e as estratégias ou métodos de estudo mais adequados. Por isso, veremos
como estudar de modo mais proveitoso, para que a aprendizagem seja mais fluida e
agradável.
Se aprender melhor significa estudar o mínimo necessário, de maneira objetiva, aprendendo
o máximo possível, então precisamos compreender um pouco mais sobre a aprendizagem
humana.
Faremos isso conhecendo aspectos da aprendizagem como a inteligência, os modelos
mentais e os estilos de aprendizagem. Veremos que cada um de nós precisa aprender a
estudar, descobrindo métodos de estudo que sejam adequados à nossa motivação,
cognição e, principalmente, ao nosso estilo de aprender.
Mas, atenção! É importante você estudar este conteúdo sempre mantendo em vista a sua
própria aprendizagem, a maneira como ela se desenvolve e como pode ocorrer de forma
Introdução
1 - Aprendizagem Humana
Identi�car aspectos e processos da aprendizagem humana
O ato de aprender é fundamental para o ser humano! Por isso, começaremos compreendendo
melhor a aprendizagem e alguns dos seus componentes. Conheceremos os fatores internos e
externos que podem facilitar, dificultar ou até mesmo impedir que você aprenda.
aprimorada. Você é o foco deste conteúdo, com seus três módulos e uma meta ampla em
comum: facilitar maneiras de estudar de forma cada vez melhor.
E vale a pena enfatizar: faremos tudo isso tendo sempre em mente que aprender é algo essencial
para o indivíduo.
Vamos lá, então!
Aprendizagem: muitas teorias e um único conceito
Conceito
São muitas as abordagens teóricas que têm como objeto a aprendizagem humana. Em comum,
podemos afirmar que elas falam em mudanças de comportamento que a aprendizagem provoca.
As mais importantes linhas teóricas da aprendizagem podem ser assim resumidas:
Um conceito de aprendizagem bastante abrangente e utilizado é o que foi formulado por Ernest
Hilgard (1904-2001), professor de Psicologia da Universidade de Stanford, autor de um conhecido
livro sobre teorias de aprendizagem.
Veja o que ele disse:
Aprendizagem é o processo pelo qual uma atividade tem origem ou é
modificada pela reação a uma situação encontrada, desde que as
características da mudança de atividade não possam ser explicadas por
tendências inatas de respostas, maturação ou estados temporários do
organismo (por exemplo, fadiga, drogas etc.)
(HILGARD, 1966, p. 3)
Assim, toda vez que encontramos algo que estimule a nossa curiosidade e o nosso desejo de
conhecer, vários processos internos são ativados para que aquela situação ou objeto sejam
conhecidos, para que possamos aprender sobre aquilo.
De�nições de aprendizagem
Três perguntas sobre a aprendizagem
É possível que você tenha algumas dúvidas ou mesmo curiosidades sobre a aprendizagem. Há pelo
menos três perguntas que frequentemente são feitas sobre a aprendizagem e para as quais muitas
vezes encontramos respostas muito contraditórias.
Confira as três perguntas e responda a cada uma delas:
1ª pergunta: Só se aprende na escola e demais instituições educacionais?
Digite sua resposta aqui...
Exibir Solução
Vejamos alguns tipos de aprendizagem.
Primeiro, podemos falar da aprendizagem formal, desenvolvida em instituições educacionais,
que leva à obtenção de diplomas e qualificações. Ela é intencional, ocorre em contextos
estruturados, por meio de atividades planejadas e orientadas por metas e objetivos.
Temos também a aprendizagem não formal, que decorre de ações desenvolvidas fora do
sistema formal de ensino, sem a emissão de diplomas ou certificações, mas se constituindo em
aprendizagem intencional e motivada. As aprendizagens realizadas no ambiente de trabalho são
um exemplo.
Existe ainda a aprendizagem informal, que acontece em situações não estruturadas e não é
intencional. Ela é realizada, por exemplo, no contexto familiar e no contato com instituições
sociais.
2ª pergunta: A aprendizagem é mais rápida e profunda na infância, adolescência e juventude,
diminuindo o ritmo na idade adulta e, principalmente, na velhice?
Digite sua resposta aqui...
Exibir Solução
Podemos dizer que a aprendizagem ganha características e ritmos diferentes, dependendo da fase
de desenvolvimento do indivíduo, mas aprender é como respirar, um processo duradouro enquanto
nós estamos vivos.
É muito comum utilizarmos a expressão “aprendizagem ao longo da vida”
(ou lifelong learning), que significa continuar aprendendo coisas novas com
o passar dos anos.
Esse conceito surgiu na Europa, na década de 1970, e se consolidou nos anos 1990. É uma ideia
que enfatiza a educação como um processo permanente, que vai muito além dos limites das
instituições, da idade e do nível social.
Saiba mais
O conceito de aprendizagem ao longo da vida ganhou importância a partir do famoso Relatório
Delors, feito para a UNESCO, com orientações para a educação mundial. O Relatório afirma o
seguinte: “O conceito de educação ao longo da vida é a chave que abre as portas do século XXI,
[pois] ele elimina a distinção tradicional entre educação formal inicial e educação permanente”
(DELORS et al., 1995/2010, p. 31).
Em setembro de 2015, líderes mundiais reuniram-se na sede da ONU, em Nova York, e decidiram
um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem
a paz e a prosperidade: daí resultou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual
contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS 4), sobre educação de qualidade, por exemplo, é
o seguinte: “Assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2016, p. 7).
3ª pergunta: Só aprendemos conteúdos organizados em áreas do conhecimento?
Digite sua resposta aqui
Exibir Solução
A aprendizagem de conteúdos organizados em áreas do conhecimento se refere basicamente ao
primeiro tipo de aprendizagem de que falamos anteriormente, a aprendizagem formal.
Nas instituições que educam, os conteúdos são dispostos em séries, níveis, disciplinas, áreas de
conhecimento, até porque há o objetivo de avaliar, promover e certificar.
Nos dois outros tipos (aprendizagem não formal e informal), não existe essa preocupação, os
conteúdos se entrelaçam em aprendizagens interdisciplinares que permitem a abordagem dos
conteúdos sob vários enfoques, em diferentes linguagens.
Depois de refletir sobre essas três perguntas recorrentes sobre a aprendizagem, conheceremos
alguns fatores que interferem na aprendizagem.
Os fatores internos e externos que afetam a
aprendizagem
Aprendizagem e o indivíduo
Cada um de nós, ao aprender,sofre o impacto de uma série de variáveis. Essas variáveis podem ser
de dois tipos:

Internas ao indivíduo
Relacionadas a aspectos pessoais.

Externas ao indivíduo
Pertencentes ao contexto em que a pessoa se encontra.
Estamos nos referindo ao conjunto de fatores que facilitam a aprendizagem e mantêm preservadas
as condições físicas e psicológicas necessárias à efetivação da aprendizagem ou que, pelo
contrário, tornam o ato de aprender mais difícil, demorado ou até mesmo impossível.
Vejamos com atenção esses fatores que impactam a aprendizagem.
Os fatores internos (ou pessoais)
Os fatores internos ou pessoais estão relacionados com questões particulares, pertinentes a um
único indivíduo.
Para facilitar o seu entendimento, organizaremos esses fatores em um quadro no qual
apresentamos as quatro grandes categorias de fatores e exemplos de cada um.
Os fatores externos (ou contextuais)
Sabemos que as aprendizagens não ocorrem como se o indivíduo estivesse “fechado em uma
bolha”. Ele está em interação constante com o mundo externo, com a realidade física e social.
Confira alguns exemplos ou manifestações desses fatores.
Resumindo – o Cubo de Syracuse
Uma boa maneira para resumir esses fatores que afetam a aprendizagem é o Cubo de Syracuse. Ele
foi elaborado, em 1985, por Corine Smith, professora emérita da Syracuse University, para
representar fatores determinantes do sucesso ou do fracasso nas aprendizagens, observando
características próprias.
Segundo Golbert e Moojen (1996, p. 85), quando olhamos um cubo, nós o vemos como um todo,
não olhando para um dos lados isoladamente, mas sim para o conjunto. Para os autores, o Cubo de
Syracuse é uma representação perfeita dos fatores que afetam a aprendizagem, já que esses
fatores devem ser vistos de uma forma global.
Em cada face do cubo são alocados fatores intervenientes na aprendizagem, agrupados em
categorias: biológicos, familiares, escolares, individuais e relativos às tarefas escolares.
Cubo de Syracuse.
As cinco etapas do processo de aprendizagem
Dinâmicas do aprendizado
Você já viu que, embora haja muitas teorias buscando compreender a aprendizagem humana, elas
convergem para a consideração de que a aprendizagem sempre produz mudanças de
comportamento.
Por isso, podemos descrever a aprendizagem como um processo contendo cinco etapas.
Vamos a uma breve descrição de cada etapa.
01
1ª etapa – Compreender
É o momento em que a informação (ou conteúdo novo) é captada pelo indivíduo. Normalmente, o
fato de a informação ser inédita ou desconhecida faz com que a motivação seja despertada.
Essas informações podem ser captadas por vários meios, como aulas, leituras, mídias ou até
mesmo pela observação da realidade.
02
2ª etapa – Reter
Essa etapa é referente à fixação das informações obtidas. Nesse momento, percebemos por
vezes que não houve a retenção de tanto conteúdo como se esperava. Por isso, realizar algumas
revisões do que foi visto ou estudado pode dar conta do que se perdeu ou não foi retido.
03
3ª etapa – Praticar
Só temos a certeza de que o conteúdo captado foi realmente retido quando conseguimos aplicá-
lo a situações novas, relacionando-o à prática. Temos, então, o grande desafio de fazer, de
colocar a mão na massa, de praticar.
04
4ª etapa – Compartilhar
É o momento em que disseminamos as informações compartilhando-as com outras pessoas,
transmitindo o que aprendemos.
Possivelmente, você já viu crianças brincando de “dar aula”, assumindo o papel de professora ou
professor diante de outras crianças. Esse gesto ou brincadeira deve nos lembrar que pode ser
muito bom dividirmos com os outros o que aprendemos. Quando procuramos ensinar o que
estamos estudando, temos uma grande fonte de aprendizado.
05
5ª etapa – Criar
Nessa etapa, atribuímos uma característica pessoal ao que foi aprendido, não apenas repetindo o
conteúdo, mas gerando novos conhecimentos. A aprendizagem está relacionada com criação ou
construção de conhecimento, e não apenas reprodução da informação obtida.
O ciclo da aprendizagem de Robert Dilts
Podemos ter uma abordagem complementar a essas cinco etapas do processo de aprendizagem
conhecendo o ciclo da aprendizagem proposto pelo professor Robert Dilts, estudioso e
pesquisador em comunicação.
Ciclo da aprendizagem de Robert Dilts.
Dilts, Hallbom e Smith (1993) defendem que nos desenvolvemos ao longo de quatro estágios na
aprendizagem, começando pelo desconhecimento do que não sabemos, passando pela
consciência do que não conhecemos e pela consciência do que sabemos.
Finalmente, tão adaptados ao conhecimento ficamos que sequer temos consciência de que aquele
conteúdo foi aprendido. É como se já tivéssemos “nascido com ele”. Em outras palavras, o
conteúdo ou conhecimento já é algo internalizado, incorporado, automatizado, já faz parte de nossa
forma de pensar e agir sem que disso a gente se dê conta. Você deve ter estudado, por exemplo,
várias regras gramaticais da língua portuguesa e técnicas ou estratégias de leitura e escrita que
estão internalizadas e nem são percebidas quando você lê ou escreve um texto.
Resumindo
Até este momento, você certamente já começou a compreender alguns aspectos da aprendizagem
humana e como ela se efetiva. Percebeu que a aprendizagem não acontece apenas de maneira
formal, nas instituições educacionais, mas também de modo não formal e informal.
Viu, ainda, que a aprendizagem ocorre durante toda a vida, ganhando características e ritmos
diferentes dependendo da fase de desenvolvimento do indivíduo, e que ela tem caráter
interdisciplinar, os conteúdos das diversas áreas do conhecimento se entrelaçam, oferecendo
perspectivas mais amplas.
Você também aprendeu que há fatores internos, ou pessoais, e externos, ou contextuais, que
afetam a aprendizagem, podendo facilitá-la ou não. Um dos modelos que sintetiza esses fatores é o
Cubo de Syracuse, criado por Corine Smith. Finalmente, você conheceu duas classificações de
estágios ou etapas por meio dos quais a aprendizagem ocorre.
Aspectos e processos da aprendizagem
Vamos pensar um pouco mais sobre aprendizagem conversando com os professores Rodrigo
Rainha e Roberto Paes.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Robert Dilts formulou um ciclo da aprendizagem composto por quatro etapas. O mais evoluído, que
ele chamou de competência inconsciente, corresponde, no indivíduo,
A
à aquisição de conhecimentos de forma tão significativa que a pessoa não tem
consciência da existência dessa aquisição.
B ao desconhecimento daquilo que ele não sabe e ainda pode aprender.
C
à consciência e à segurança relativas ao conjunto de conhecimentos, àquilo que
ele sabe.
D à aquisição de conhecimentos por meio da modelagem do comportamento.
E
ao aflorar espontâneo de conhecimentos e conteúdos que nunca foram
aprendidos ou adquiridos.
Parabéns! A alternativa A está correta.
A alternativa A, correta, expressa o conceito do estágio mais elevado de aprendizagem, em que há
uma espécie de “conforto” do indivíduo, pela aquisição profunda e significativa de conteúdos. A
alternativa B se refere ao estágio mais elementar da aprendizagem, que Dilts chama de
incompetência inconsciente. A alternativa C expressa o conceito do terceiro estágio, de
competência consciente. Na alternativa D, está citada a aprendizagem por condicionamento, não
pertencente ao modelo teórico de Dilts. Por fim, a alternativa E está relacionada ao entendimento
equivocado de que conhecimento e conteúdos podem estar internalizados sem algum tipo de
aprendizagem ou aquisição.
Questão 2
Uma das perguntas sobre a aprendizagem que são feitas com frequência é se ela só acontece na
escola e demais instituições educacionais, de forma intencional e estruturada. A resposta é não.
Nas instituições educativas, ocorre primordialmente uma forma deaprendizagem, que se
denomina:
A Aprendizagem informal.
B Aprendizagem ao longo da vida.
C Aprendizagem não formal.
D Aprendizagem formal.
E Aprendizagem corporativa.
Parabéns! A alternativa D está correta.
Apresentamos três tipos de aprendizagem: o primeiro é a aprendizagem formal, que é a resposta
correta desta atividade. A aprendizagem formal é desenvolvida na escola e em instituições
educacionais, levando à obtenção de diplomas e qualificações. Ela é intencional, ocorre em
contextos estruturados, por meio de atividades planejadas e orientadas por metas e objetivos. A
aprendizagem não formal decorre de ações que se desenvolvem fora do sistema formal de
ensino, não recebe diplomas ou certificações, mas é intencional e motivada. Um exemplo disso
são as aprendizagens realizadas no ambiente de trabalho, que também estariam relacionadas
com a educação corporativa ou aprendizagem corporativa. Temos ainda a aprendizagem
informal, que acontece em situações não estruturadas e não é intencional. Ela é realizada em
situações como o contexto familiar e no contato com instituições sociais. A aprendizagem ao
longo da vida se refere à continuidade do processo de informação no avançar da idade adulta.

2 - Níveis Cognitivos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os diferentes níveis cognitivos.
Depois de estudar alguns aspectos da aprendizagem humana e começar a compreender de que
modo ela se efetiva, vamos aprofundar o nosso estudo, focalizando as teorias da inteligência e dos
modelos mentais.
Aprenderemos muita coisa interessante!
Estudando a inteligência
O que é a inteligência?
Uma opinião corrente, manifestada pelas pessoas, é que “aprende melhor quem é mais inteligente”.
Mas o que significa afinal o termo inteligência?
Conceito e origem etimológica do termo inteligência
O termo inteligência teve origem no latim intelligentia, derivado das palavras inter, que significa
entre, e eligere, que quer dizer escolher. A partir daí, podemos dizer que inteligência significa a
capacidade de fazer escolhas melhores e mais corretas.
O Dicionário de Psicologia da Associação Psicológica Americana nos apresenta a seguinte definição
para inteligência:
Capacidade de extrair informações, aprender com a experiência,
adaptar-se ao ambiente, compreender e utilizar corretamente o
pensamento e a razão
(VANDENBOS, 2010, p. 521)
Assim como a palavra aprendizagem, são muitas as definições de inteligência, que envolvem desde
características biológicas até processos cognitivos e emocionais. Na maior parte das definições de
inteligência, temos a conjugação de propósito, que significa encontrar meios para alcançar
determinado fim, e uma ênfase econômica, relativa ao máximo de efeito com o menor gasto de
energia.
Saiba mais
Há dois conceitos de inteligência, que são bastante conhecidos, elaborados por dois psicólogos
norte-americanos. O primeiro conceito é de Robert Sternberg (2000), para quem a inteligência é a
capacidade de se adequar ao ambiente, conjugada ao aprendizado por meio das experiências
vivenciadas.
O segundo conceito de inteligência é de Howard Gardner (1995, p. 21), para quem a inteligência
está relacionada com a “capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos que são
importantes em determinado ambiente ou comunidade cultural”. Essa capacidade permite que uma
situação seja abordada por alguém a partir de um objetivo a ser atingido, buscando a solução
adequada para alcançar esse objetivo.
O quociente de inteligência (QI): a preocupação em medir a
inteligência
Os primeiros estudos sistemáticos sobre a inteligência vieram de uma corrente da Psicologia
chamada Psicometria, que tem como objetivo medir os processos mentais.
É fácil compreender, então, o surgimento do conceito de quociente de inteligência, abreviado como
QI. Ele é uma medida, um número que expressa a capacidade intelectual de um indivíduo tomando
como base critérios de referência que permitem estabelecer comparações, relacionando a idade
mental e a idade cronológica.
O psicólogo alemão William Stern (1871-1938) sugeriu, em 1911, que os escores dos testes de
inteligência podiam ser expressos em termos de um quociente de inteligência ou QI, igual à razão:
Psicometria
Representa a teoria e a técnica de medida dos processos mentais, especialmente aplicada na área
da Psicologia e da Educação. Ela se fundamenta na teoria da medida em ciências em geral, ou seja,
do método quantitativo que tem, como principal característica e vantagem, o fato de representar o
conhecimento da natureza com maior precisão do que a utilização da linguagem comum para
descrever a observação dos fenômenos naturais (PASQUALI, 2009, p. 993).
QI = Idade Mental (IM)Idade Cronológica (IC) X 100
Rotacione a tela. 
Exemplo
Se um indivíduo tem uma idade mental de 10, medida por testes, e uma idade cronológica de 8
anos, seu QI seria (10/8) x 100 ou 125.
A disseminação dessa ideia, de que a inteligência humana pode ser medida e comparada, permitiu
a emergência de muitas abordagens discriminatórias e preconceituosas, fundamentando as
concepções de superdotados e infradotados intelectualmente.
Um resumo dos primeiros estudos
Atenção!
Quando Alfred Binet usa o termo censura para intitular uma das etapas da inteligência, ele está se
referindo aos controles sociais, morais e éticos adquiridos pelo indivíduo e que o direcionam.
Teorias sobre a Inteligência
Inteligências múltiplas
Retomaremos o conceito de inteligência de Howard Gardner, que já mencionamos brevemente, para
conhecer sua teoria das inteligências múltiplas.
Atenção!
Quem foi Howard Gardner?
Gardner nasceu em 1943, na Pensilvânia, numa família de judeus alemães que escaparam do
nazismo. Ele estudou na Universidade de Harvard, dedicando-se à pesquisa na área da Psicologia e
1905
Alfred Binet e Théodore
Simon criaram o primeiro
teste de inteligência.
1910
Alfred Binet afirmou que a
inteligência é
fundamentalmente ação e
comporta as etapas de
compreensão, invenção,
direção e censura.
1954
Lewis Terman criou o t
coletivo Stanford Binet
da Educação. Atualmente, Gardner é professor na Universidade de Harvard e na Universidade de
Boston. Ele já foi considerado, pelas revistas Foreign Policy e Prospect, um dos cem intelectuais
mais influentes do mundo.
Howard Gardner discordou da ideia de um quociente de inteligência único e estabeleceu que a
capacidade cognitiva humana pode ser mais bem descrita como um conjunto de oito capacidades
mentais.
Gardner defende uma avaliação completamente diversificada do que
denomina “inteligências múltiplas”.
Gardner utiliza formas não verbais de avaliação da inteligência que sejam capazes de fornecer
elementos para a promoção de habilidades cognitivas responsáveis pela boa qualidade da
adaptação do ser humano ao ambiente que o cerca.
A inteligência seria, então, um potencial biopsicológico, baseado em diferenças genéticas e
ambientais. Gardner enfatiza a importância da localização das funções cerebrais e da relativa
autonomia dessas funções na explicação dos desempenhos cognitivos, como se expressa na
multiplicidade de inteligências.
As oito inteligências descritas por Gardner
Você já sabe que são oito as múltiplas inteligências descritas por Gardner. Elas se desenvolvem de
forma diferente em cada pessoa, criando um perfil único. Você pode ter, por exemplo, a inteligência
lógico-matemática muito desenvolvida, enquanto a inteligência musical não segue o mesmo nível
de avanço.
Confira o quadro que mostra as “inteligências humanas”, segundo Gardner:
Múltiplas inteligências.
Vamos a uma breve descrição de cada uma dessas inteligências.
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Inteligência linguística
Capacidade de aprender noções dos códigos linguísticos, memorizá-las e aplicá-las de forma
criativa, manifestando domínio da linguagem e das palavras.

Inteligência lógico-matemática
Capacidade de usar os números de forma efetiva para raciocinar eficientemente, utilizando
processos mentais, como categorização,

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