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Livro Didático-20220502 (1)

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Livro - Teoria e Fundamentos do Voleibol.pdf
TEORIA E FUNDAMENTOS DO 
VOLEIBOL
Tatiana Sviesk Moreira
Tatiana Ribas da Silva
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Esta obra oferece subsídios teóricos para que o aluno contextualize o voleibol 
em suas diferentes formas e manifestações, observando os principais elementos 
que influenciam o processo ensino-aprendizagem, o treinamento e também as 
possíveis aplicações no âmbito do lazer. O vôlei de praia, voleibol sentado e 
o minobol (voleibol adaptado para a terceira idade) são apresentados visando 
ampliar as referências dos profissionais de educação física, atentando para 
diferentes nichos de atuação profissional e para as novas demandas que 
envolvem os diferentes públicos a serem atendidos. Com o respaldo do livro, o 
aluno deverá: 1) conhecer o voleibol e suas regras; 2) descrever, realizar e avaliar 
os fundamentos técnicos; 3) dominar as principais metodologias para ensiná-las 
de maneira didática e eficiente; 4) aprender as formações táticas e sistemas de 
jogo; 5) conhecer as principais capacidades físicas a serem desenvolvidas para 
o desempenho no jogo de voleibol, bem como as principais lesões e como se 
deve pensar o treinamento no sentido da prevenção.
Curitiba
2021
Teoria e 
Fundamentos do 
Voleibol
Tatiana Sviesk Moreira 
Tatiana Ribas da Silva 
Ficha Catalográfica elaborada pela Editora Fael.
S586t Moreira, Tatiana Sviesk
Teoria e fundamentos do voleibol / Tatiana Sviesk Moreira, Tatiana 
Ribas da Silva. – Curitiba: Fael, 2021.
246 p. : il.
ISBN 978-65-86557-91-6
1. Voleibol I. Silva, Tatiana Ribas da II. Título
CDD 796.325
Direitos desta edição reservados à Fael.
É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael.
FAEL
Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo
Coordenação Editorial Angela Krainski Dallabona
Revisão Editora Coletânea
Projeto Gráfico Sandro Niemicz
Imagem da Capa Stock.adobe.com/103tnn
Arte-Final Hélida Garcia Fraga
Sumário
Carta ao Aluno | 5
1. Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução | 7
2. A dinâmica do jogo de voleibol: regras 
atualizadas e noções de arbitragem | 33
3. O ensino do voleibol: aspectos didáticos 
e metodológicos | 61
4. A técnica no voleibol: fundamentos 
que compõem um rally | 79
5. Tática no voleibol: sistemas de jogo e formações | 107
6. Capacidades físicas: fatores impactantes no rendimento e 
na profilaxia na preparação física para o voleibol | 131
7. Vôlei de Praia: histórico, características 
e especificidade | 153
8. Voleibol sentado: (re)significando a inclusão | 171
9. Minivoleibol | 187
10. Minobol: Voleibol adaptado para a terceira idade | 211
Gabarito | 223
Referências | 237
Prezado(a) aluno(a),
Esta obra foi sistematizada para contribuir com a formação 
do profissional que atuará com o voleibol em algum momento de 
sua carreira. O voleibol é uma das modalidades esportivas mais 
praticadas no Brasil. Além de colecionar resultados expressivos 
nas competições de renome internacional, o “vôlei” é bastante 
praticado no âmbito educacional, do lazer, da saúde, da reabi-
litação, dentre outros. Considerando tal representatividade, a 
obra tem o objetivo de oferecer subsídios teóricos para que o 
educando contextualize o voleibol nas diferentes realidades em 
que ele possa se manifestar, conheça os fundamentos técnicos e 
a dinâmica do jogo de voleibol, conheça os principais métodos 
de ensino e aplique-os de maneira profissional, responsável e efi-
Carta ao Aluno
– 6 –
Teoria e Fundamentos do Voleibol
ciente nos diferentes estágios de aprendizado. Visando ampliar as possi-
bilidades de atuação profissional e democratizar a prática do voleibol, o 
livro também aborda o vôlei de praia (modalidade de destaque no cenário 
brasileiro), o voleibol sentado (para pessoas com deficiência) e o minobol 
(adaptado para a terceira idade).
1
Histórico do voleibol: 
criação, trajetória 
e evolução 
Este capítulo tem como objetivo principal proporcionar ao 
futuro profissional o entendimento acerca das principais questões 
históricas e culturais do voleibol que fundamentam a concepção 
dessa modalidade esportiva enquanto uma das mais praticadas 
e consumidas no Brasil e no mundo. Para tanto, inicialmente, 
será abordado o contexto específico da idealização do voleibol. 
Em um segundo momento, serão focalizadas as motivações e as 
formas pelas quais ele se propagou pelo mundo. A posteriori, 
evidenciaremos a sua institucionalização e as alterações ocorri-
das em seu formato ao longo do tempo. Para finalizar, trataremos 
da trajetória histórica do voleibol no Brasil.
A partir do entendimento da trajetória histórica dessa moda-
lidade esportiva e das características a ela atribuídas a partir 
da sua popularização, profissionalização e espetacularização 
(MARCHI JR., 2004), visa-se entender minimamente o estágio 
de desenvolvimento da modalidade tanto em âmbito nacional 
quanto internacional. Avalia-se necessário o conhecimento sobre 
os aspectos históricos e culturais do voleibol, pois é a partir desta 
base que se torna possível localizar e entender as suas variadas 
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 8 –
formas de manifestações na sociedade, desde o alto rendimento até o lazer, 
e, por consequência, tem-se uma visão mais apurada sobre os nichos de 
trabalho nos quais o profissional poderá se inserir.
1.1 Origem e criação do voleibol
O voleibol, inicialmente denominado Minonette, foi criado no 
inverno de 1895 por Willian George Morgan, então diretor de educação 
física da YMCA (Associação Cristã de Moços) da cidade de Holyoke, em 
Massachusetts nos Estados Unidos. Incentivado pelas demandas apresen-
tadas pelo pastor Lawrence Rinder, Morgan criou um jogo com intuito 
de proporcionar aos senhores com faixa etária entre 40 e 50 anos uma 
modalidade esportiva mais prazerosa do que a ginástica calistênica, com 
menor contato e esforço físico que o basquetebol – que já era bastante 
praticado até então – e que também pudesse ser praticada em ambiente 
fechado devido às condições climáticas desfavoráveis às práticas ao ar 
livre (BIZZOCCHI, 2004; BOJIKIAN, 1999; GUILHERME, 1979; 
MARCHI JR., 2004).
Em seu formato inicial, o jogo de Minonette era disputado com a 
câmara da bola de basquetebol rebatida por cima de uma rede semelhante 
à de tênis posta a aproximadamente 1,90 metro de altura e acabava em 
nove pontos. A quadra do novo jogo media 15,35 metros de comprimento 
e 7,625 metros de largura. Não existia quantidade específica de jogadores 
em quadra e o rodízio era feito de maneira livre, contanto que respeitas-
sem a ordem de saque. O saque era realizado com um dos pés do joga-
dor sobre a linha de fundo da quadra (BOJIKIAN, 1999; GUILHERME, 
1979; MARCHI JR., 2004).
A bola de basquetebol era considerada muito pesada e, com o 
tempo, a câmara da bola passou a ser considerada muito leve para a 
prática. Portanto, Willian Morgan pediu à empresa A. G. Spalding & 
Brothers para que confeccionasse uma bola mais apropriada para as par-
tidas da modalidade esportiva emergente. Tratava-se de uma câmara de 
borracha coberta com couro de cor clara, semelhante à que é utilizada 
para a prática do voleibol.
– 9 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
A prática esportiva recreacional do Minonette, introdutoriamente res-
trita à cidade de Holyoke, foi apresentada durante a Conferência de Dire-
tores de Educação Física na atual Universidade de Springfield por duas 
equipes compostas por cinco praticantes, cada qual a convite de Willian 
Morgan. Na ocasião, a nova modalidade esportiva obteve aceitação e, por-
tanto, passou a ser disseminada para as demais ACMs de Massachusetts 
e da Nova Inglaterra. Observou-se também a sua prática em playgrounds,
nas praias, estações de veraneio, etc. Em adição, após a referida apre-
sentação, sugeriu-se a mudança do nome de Minonette para Volleyball, 
referindo-se à característica de um jogo que mantém a bola em constante 
voleio (BIZZOCHI, 2004; MARCHI JR., 2004).
Embora a aceitação da nova modalidade tenha se dado logo que intro-
duzida nas ACMs de Massachusetts, a divulgação do voleibol foi inci-
piente se comparada à do basquetebol. O basquetebol havia sido criado 
por James Naismith, ex-professor de Morgan, há poucos anos antes do 
advento do Minonette e abarcara todo o território norte-americano, tor-
nando-se preferência do público juntamente do futebol americano e do 
beisebol (MARCHI JR., 2004). Entretanto, no ano de 1915, foi sancio-
nada uma resolução de ordem governamental que instituiu a prática do 
voleibol nos programas de educação física das escolas norte-americanas. 
Esse fator impulsionou consideravelmente a nova modalidade ao divulgá-
-la por todo o país (BIZZOCHI, 2004).
Com a prática do voleibol no interior das ACMs e posterior incorpo-
ração na educação física escolar norte-americana, a modalidade passa a se 
tornar conhecida e, gradativamente, a se institucionalizar. No ano de 1922, 
foi realizado o primeiro Campeonato Nacional de Voleibol entre as ACMs 
que contou com a adesão de 27 núcleos e 11 estados norte-americanos. 
Em 1928, foi criada a Associação de Voleibol dos Estados Unidos, com 
22 associações afiliadas. O primeiro presidente foi George J. Fisher. Seu 
mandato durou 24 anos (BIZZOCHI, 2004).
Em 1946, a Nacional Recreation Associations (NRA) considerou 
o voleibol o quinto esporte mais praticado nos EUA com 5 milhões de 
participantes e cerca de 1.210 cidades associadas à NRA. Ademais, 
foi considerada também a segunda modalidade esportiva mais prati-
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 10 –
cada pelas tropas norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial 
(BIZZOCHI, 2004).
Figura 1.1 – Núcleos internacionais da ACM e ano de chegada do voleibol em alguns 
locais do mundo
Canadá
(1900)
Cuba
(1905)México(1917)
Porto Rico
(1912)
Peru
(1910)
Brasil
(1915 ou 1916)
Uruguai e Argentina
(1912)
Europa
(1916)
China
(1912)
Japão
(1912)
Filipinas
(1908)
Fonte: adaptada de Bizzochi (2004), com elementos de Stock.adobe.com/Al Kautsar Graphics
Marchi Jr. (2004, p. 82) ressalta algumas particularidades interessan-
tes da origem do voleibol. A primeira delas é que a modalidade esportiva 
em pauta foi criada para atender a anseios específicos dos “homens de 
negócio” da elite clubística cristã norte-americana. Posteriormente, e não 
necessariamente de acordo com a motivação de origem, adentrou os muros 
da escola e serviu de passatempo para os soldados. Tais fatores contribu-
íram fortemente para a popularização do voleibol nos Estados Unidos, e, 
a posteriori, nos outros países do mundo como poderemos identificar no 
subcapítulo que se segue.
1.2 A propagação do voleibol pelo mundo
Ao transcender a finalidade primeira da prática clubística recreativa 
para a abordagem educacional preconizada pelos programas de educação 
física escolar e a incorporação dos soldados nas suas atividades de lazer, o 
Teoria e Fundamentos do Voleibol
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1915 no Colégio Marista em Recife, Pernambuco, e a segunda aponta que 
a primeira aparição da modalidade esportiva em voga ocorreu em 1916 na 
ACM de São Paulo. O primeiro campeonato brasileiro ocorreu em 1944 
(BIZZOCHI, 2004, p. 6). A Confederação Sul-Americana de Voleibol foi 
criada em 1946 no Brasil, a sede mudou em 1960 e, a partir de então, 
passou-se a obedecer ao critério de mudança a cada biênio. Em 1955, 
o voleibol ingressou nos Jogos Pan-Americanos sediados no México 
(BIZZOCHI, 2004, p. 7).
O voleibol chega na Europa no ano de 1916 por meio das práticas 
recreativas das forças armadas que desembarcaram para a Primeira Guerra 
Mundial. O voleibol foi praticado inicialmente na Rússia, na Checoslo-
váquia e nos Países Bálticos. Em 1948, foi sediado na Itália, em Roma, o 
primeiro campeonato europeu (BIZZOCHI, 2004, p. 7).
Enquanto era praticado nas ACMs e no interior da escola, o voleibol 
sofria o estigma de ser uma modalidade esportiva destinada a mulheres e 
pessoas de meia-idade. A partir da Segunda Guerra Mundial, com a prá-
tica dos soldados, passou-se a enxergar o voleibol como um esporte dinâ-
mico e apropriado para pessoas com grande vigor e boas condições físicas 
(BIZZOCHI, 2004).
A Confederação Internacional de Voleibol foi fundada em 1947 na 
cidade de Paris, na França. Em 1949, foi realizado o primeiro Campeo-
nato Mundial de Voleibol Masculino em Praga, na Checoslováquia. Já no 
feminino, a primeira competição mundial ocorreu em 1955, em Moscou, 
ex-União Soviética (BIZZOCHI, 2004). No Brasil, a institucionalização 
do voleibol ocorreu com a criação da Confederação Brasileira de Voleibol 
no ano de 1954. Antes disso, o voleibol era regido pela Confederação Bra-
sileira de Desportos juntamente de outras modalidades esportivas.
A criação das federações e da confederação – institucionalização – 
fez com que os interessados no desenvolvimento da modalidade tivessem 
mais força para elaborar e aplicar estratégias para ascender o voleibol nos 
estados, países, continentes e no rol mundial das modalidades esportivas. 
A realização de campeonatos, a criação de entidades voltadas ao voleibol 
e a regulamentação/constante revisão das regras oficiais por esses órgãos 
podem ser destacadas, nesse primeiro momento, como medidas efetivas 
01_Teor_Fund_Volei.indd 1201_Teor_Fund_Volei.indd 12 21/02/2022 17:20:3121/02/2022 17:20:31
Teoria e Fundamentos do Voleibol
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1915 no Colégio Marista em Recife, Pernambuco, e a segunda aponta que 
a primeira aparição da modalidade esportiva em voga ocorreu em 1916 na 
ACM de São Paulo. O primeiro campeonato brasileiro ocorreu em 1944 
(BIZZOCHI, 2004, p. 6). A Confederação Sul-Americana de Voleibol foi 
criada em 1946 no Brasil, a sede mudou em 1960 e, a partir de então, 
passou-se a obedecer ao critério de mudança a cada biênio. Em 1955, 
o voleibol ingressou nos Jogos Pan-Americanos sediados no México 
(BIZZOCHI, 2004, p. 7).
O voleibol chega na Europa no ano de 1916 por meio das práticas 
recreativas das forças armadas que desembarcaram para a Primeira Guerra 
Mundial. O voleibol foi praticado inicialmente na Rússia, na Checoslo-
váquia e nos Países Bálticos. Em 1948, foi sediado na Itália, em Roma, o 
primeiro campeonato europeu (BIZZOCHI, 2004, p. 7).
Enquanto era praticado nas ACMs e no interior da escola, o voleibol 
sofria o estigma de ser uma modalidade esportiva destinada a mulheres e 
pessoas de meia-idade. A partir da Segunda Guerra Mundial, com a prá-
tica dos soldados, passou-se a enxergar o voleibol como um esporte dinâ-
mico e apropriado para pessoas com grande vigor e boas condições físicas 
(BIZZOCHI, 2004).
A Confederação Internacional de Voleibol foi fundada em 1947 na 
cidade de Paris, na França. Em 1949, foi realizado o primeiro Campeo-
nato Mundial de Voleibol Masculino em Praga, na Checoslováquia. Já no 
feminino, a primeira competição mundial ocorreu em 1955, em Moscou, 
ex-União Soviética (BIZZOCHI, 2004). No Brasil, a institucionalização 
do voleibol ocorreu com a criação da Confederação Brasileira de Voleibol 
no ano de 1959. Antes disso, o voleibol era regido pela Confederação Bra-
sileira de Desportos juntamente de outras modalidades esportivas.
A criação das federações e da confederação – institucionalização – 
fez com que os interessados no desenvolvimento da modalidade tivessem 
mais força para elaborar e aplicar estratégias para ascender o voleibol nos 
estados, países, continentes e no rol mundial das modalidades esportivas. 
A realização de campeonatos, a criação de entidades voltadas ao voleibol 
e a regulamentação/constante revisão das regras oficiais por esses órgãos 
podem ser destacadas, nesse primeiro momento, como medidas efetivas 
– 13 –
Histórico do voleibol:
criação, trajetória e evolução 
de alavancar a modalidade. Na década de 1960, o voleibol foi considerado 
o terceiro esporte coletivo mais praticado no mundo.
A legitimação do voleibol como modalidade esportiva olímpica no 
ano de 1962, após uma apresentação prática do jogo durante o Congresso 
do Comitê Olímpico Internacional, realizado na Bulgária, configura-se 
como um marco na sua trajetória histórica. O voleibol estreou nos Jogos 
Olímpicos de Tóquio no ano de 1964, contando com dez equipes mascu-
linas e seis femininas. A partir dessa primeira aparição nos naipes mascu-
lino e feminino no maior evento mundial do esporte, o voleibol passou a 
ser fortemente impulsionado nos continentes, e os campeonatos passaram 
a contar com maior número de adeptos. Concomitantemente, passa-se a 
ter maior preocupação com o aprimoramento técnico e tático das equipes 
(BIZOCCHI, 2004, p. 8-9).
O intercâmbio internacional de competições paulatinamente assinalou 
escolas do voleibol, das quais se pode destacar a europeia e a dos países 
socialistas que apresentavam um voleibol caracterizado pela eficiência téc-
nica e qualidade física que atribuiu o reconhecimento como a escola do 
“Voleibol-força” (URSS, Polônia, Bulgária, Tchecoslováquia, Alemanha 
Oriental e Romênia). A escola asiática também merece ser mencionada 
pelo conjunto atribuído à homogeneidade dos atletas dotados de excelente 
movimentação defensiva (Japão, China e Coréia do Sul). A ofensividade e 
o envolvimento emocional dos atletas latino-americanos também podem 
ser citados nesse contexto (Cuba, Brasil, Argentina, Venezuela e República 
Dominicana) (MARCHI JR., 2004). Na atualidade, evidencia-se um estilo 
mesclado que comporta velocidade, força e versatilidade. Dentre as sele-
ções que possuem essas características, destacam-se: “Itália, Iugoslávia, 
Brasil, Estados Unidos, Holanda e Espanha” (MARCHI JR., 2004, p. 88).
As competições de renome internacional, dentre as quais se desta-
cam os Jogos Olímpicos por sua magnitude e expressividade, propicia-
ram que as escolas do voleibol – estilos de jogo, métodos de treinamento, 
filosofias de trabalho – se estudassem e fossem estudadas, aprimoradas e 
incorporadas pelas seleções de acordo com as suas características. Dessa 
maneira, a competitividade elevou-se paralelamente ao desenvolvimento 
científico da modalidade.
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 14 –
1.3 Alterações no formato do voleibol ao 
longo dos anos: evolução nas regras
Neste subitem, serão abordadas, de maneira objetiva, as principais 
modificações nas regras do voleibol ao longo do tempo com base na refe-
rência das regras oficiais da FIVB sistematizadas por Bojikian (2004), 
Vicari, Vermelho e Viana (2012).
 2 1895 (ano de criação do voleibol – Holyoke, Massachusetts):
• Jogo disputado até nove pontos;
• Quantidade indeterminada de jogadores em quadra;
• Variabilidade do tamanho da quadra;
• A altura da rede mede aproximadamente 1,90 metro;
• O sacador realiza a ação de iniciar o rally com o pé em cima 
da linha de fundo;
• A bola não pode tocar a rede durante o rally;
• A bola na linha é considerada “fora”;
• A bola que toca em alguma estrutura fora da quadra e retorna 
é considerada “em jogo”;
• Em algumas ocasiões, é possível que o mesmo jogador 
toque duas vezes na bola no intuito de ludibriar o adversário;
 2 1902 (ACM de Dayton, Ohio):
• O jogo termina em 21 pontos;
• O jogador não pode chutar a bola;
• Quando a bola toca a linha, é considerada “dentro”;
• A altura da rede é alterada para 2,28 metros;
• Caso a bola toque qualquer objeto fora da quadra, é consi-
derado “fora”;
• Um mesmo jogador não pode tocar mais de uma vez na bola 
consecutivamente.
– 15 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
 2 1916 (Comissão formada por representantes da ACM. Regras 
publicadas na Volleyball Guide, publicação da American Sports 
Publishing Company of New York):
• Estabelecimento das medidas da quadra: 18,29 m X 10,67 m;
• O jogo deve ocorrer num espaço livre de 4,47 metros de altura;
• O jogador só tem direito a uma ação de saque;
• Disputa de dois sets por partida;
• Introdução do rodízio;
• Delimitação da área de saque com base na linha de fundo;
• Proibição de golpear a bola com o punho;
• Diminuição do peso da bola.
 2 1918 (modificações feitas pela ACM juntamente da National 
Collegiate Athletic Association - NCAA):
• A altura da rede passa a ser de 2,43 metros;
• Proibição de que outro jogador do mesmo time toque a bola 
no intuito de auxiliar a ação de saque.
• Modifica-se a quantidade de pontos por set para 15;
• Proibição de o saque tocar a rede;
• Seis jogadores de cada time em quadra para o jogo;
• Não se pode tocar na bola no espaço aéreo da outra equipe.
 2 Início da década de 1920:
• É permitido tocar a bola com qualquer parte do corpo da 
cintura pra cima;
• Introdução da linha central e proibição da invasão da quadra 
adversária por baixo;
• Limitação de três toques por equipe (a regra já era utilizada 
na Ásia e foi aceita após relato de maior dinamicidade do 
jogo feito pelo diretor do Núcleo Internacional da ACM);
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 16 –
• A quadra passa a medir 18 m X 9 m (medidas utilizadas 
até hoje);
• O saque precisa ser efetuado do lado direito da quadra;
• Um set termina em 15 pontos somente se houver diferença 
de dois pontos entre as equipes;
• Introduz-se a numeração no uniforme dos jogadores;
• Surgimento do segundo árbitro que também exerce a fun-
ção de apontador (árbitro redige o documento do jogo hoje 
denominado súmula);
• O jogador substituído pode retornar ao jogo no outro set;
• Delimitação do espaço aéreo de jogo. Disposição de dois 
marcadores de 2,5 centímetros cada acima da rede nas suas 
duas extremidades laterais (precursor da antena);
• Depois de efetuada uma substituição, os jogadores não 
podem conversar até que um novo rally seja iniciado por 
um saque.
 2 1924 (regras específicas para mulheres jogadoras adaptadas pelo 
Departamento de Moças Atletas dos Estados Unidos)
 2 1938:
• Permissão do bloqueio duplo.
 2 1947 (ano de criação da FIVB):
• Instituição da Comissão de Leis de Jogo para assegurar 
interpretação das regras e traduzir para os idiomas oficiais 
da entidade;
• A bola pode tocar duas partes do corpo desde que de maneira 
simultânea;
• A equipe que perde um set inicia sacando no próximo;
• Permissão da ação de infiltração de um jogador de defesa 
para o levantamento da bola;
– 17 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
• Permissão do toque da bola na rede durante um rally;
• Possibilidade de dois tempos técnicos por set.
Elaboração do Regulamento do Jogo de Voleibol pela FIVB em Mar-
selha, França, em 1961, que entrou em vigor nos Jogos Olímpicos.
 2 1964 (estreia do voleibol nos Jogos Olímpicos):
• Pode-se invadir a quadra adversária durante o bloqueio;
• Permissão de recuperar a bola em um segundo toque do 
mesmo atleta após a ação de bloqueio.
 2 1970:
• Introdução das antenas para delimitação do espaço aéreo 
de jogo.
 2 1976:
• O espaço entre as antenas é reduzido para 9 metros.
 2 1982:
• Diminuição no rigor do duplo contato durante a recepção e 
a defesa.
 2 1984:
• Permissão do contato duplo durante a situação da recepção;
• Proibição do bloqueio de saque.
 2 1988:
• Os sets terminam em 17 pontos e passa a existir o tie-break 
(set desempate).
 2 1994:
• Permissão de realizar a ação de saque utilizando os 9 metros 
de largura da quadra desde que seja atrás da linha de fundo 
(zona de saque);
• A bola pode tocar qualquer parte do corpo do jogador;
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 18 –
• O jogador que não estiver participando do lance pode tocar 
a rede desde que seja de forma acidental.
 2 1996:
• Recuperação da bola que cruza a rede por fora da antena 
desde que ela também ocorra fora do espaço aéreo de jogo;
• Diminuição para um tempo de 30 segundos para cada 
equipe e acréscimo do tempo técnico de um minuto no 5º e 
no 10º pontos. No quinto set, é permitido que cada equipe 
peça um tempo de 30 segundos1.
 2 1998 (aprovação pela FIVB do sistema de pontuação realizado 
no Campeonato Paulista de Voleibol na Superliga 98/99):
• Quatro primeiros sets jogados em pontos corridos até 25 pon-
tos ou até que se abram dois pontos de vantagem. O quinto set 
segue o mesmo sistema, porém vai até 15 pontos;
• Os tempos técnicos de um minuto ocorrem aos 8º e 16º 
pontos. Em adição, cada equipe pode pedir um tempo de 
30 minutos;
• Inclusão do líbero;
• O técnico pode instruir e se movimentar à frente do banco 
de reservas desde que não ultrapasse a linha demarcatória 
da quadra (denominada linha técnica);
• O sacador tem oito segundos para efetuar o saque;
• Após a primeira advertência verbal, o cartão amarelo é admi-
tido para falta técnica. Nessa situação, perde-se o ponto. O 
cartão vermelho é mostrado no caso de expulsão;
• A bola passa a ser colorida.
1 O tempo de 30 segundos pode ser solicitado pelo técnico ou pelo capitão da equipe 
em qualquer momento do set. O tempo de um minuto é obrigatoriamente inserido 
nos sets regulares.
– 19 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
 2 2004:
• Caso a bola fique “presa” nas mãos ou braços de dois blo-
queadores que a dividiam por sobre a rede por mais de um 
segundo, repete-se o saque.
 2 2008:
• É possível invadir a quadra adversária por baixo da rede com 
qualquer parte do corpo desde que não interfira na jogada do 
time adversário e que uma parte dos pés do jogador esteja 
sobre a linha central ou dentro de sua própria quadra;
• Só conta como infração o toque no bordo superior da rede 
(o restante da rede pode ser tocada pelo jogador, contanto 
que não intencionalmente, em qualquer momento do rally) 
ou na antena.
 2 2009:
• As equipes podem inscrever dois líberos, no entanto, apenas 
um poderá atuar. Caso haja a troca, o líbero substituído não 
pode retornar ao jogo.
 2 2012:
• Inserção do recurso de vídeo challenge (desafio eletrônico) 
para revisão de lances duvidosos marcados pela arbitragem.
1.4 O voleibol no Brasil: amadorismo, 
profissionalização e espetacularização
Com o entendimento dos acontecimentos históricos que demarcaram 
a criação e a disseminação de um novo esporte pelo mundo, tornou-se 
possível para o leitor uma realocação dos motivos que fizeram com que 
o voleibol se tornasse uma das modalidades esportivas mais bem aceitas 
no mundo, fazendo parte do rol dos seletos esportes olímpicos. A insti-
tucionalização facilitou a universalização das regras e sua adequação às 
diferentes necessidades de jogo detectadas nos mais diferentes territórios 
onde as confederações e federações passaram a existir. Os campeonatos de 
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 20 –
expressividade mundial fizeram com que as principais equipes do mundo 
se confrontassem e trocassem experiências em termos de técnicas e táticas 
de jogo, o que fez com que surgissem as chamadas escolas do voleibol 
que perpassaram por diferentes processos de apropriação nos diferentes 
continentes, ampliando exponencialmente a competitividade dentro da 
modalidade dentro e fora dos países. Esse fator também propulsionou o 
desenvolvimento científico de áreas de pesquisa que passam a se interes-
sar pelo objeto de estudo voleibol.
Levando em conta as condições supracitadas, este subcapítulo terá 
como objetivo fazer com que o leitor entenda como o Brasil se tornou uma 
referência esportiva mundial no voleibol e também como essa modalidade 
esportiva se consolidou no país como a segunda na preferência entre os 
esportistas. Ademais, a compreensão da trajetória histórica do voleibol 
elucidará as formas com que o brasileiro se apropria do referido esporte 
nas suas diferentes manifestações, rompendo com a perspectiva única do 
alto rendimento e visualizando na modalidade diversas possibilidades de 
atuação profissional com diversificadas formas de abordagem. Como uma 
modalidade esportiva passou da prática para o consumo é a pergunta-
-chave que deve ser respondida no final deste tópico.
O recebimento do voleibol em território brasileiro não diferiu da 
grande maioria dos países onde ele desembarcou. Ou seja, o voleibol apa-
receu no Brasil seguindo o formato reservado à elite clubística (MARCHI 
JR., 2004). O Fluminense, renomado clube carioca, foi o primeiro a ampa-
rar essa modalidade esportiva. Em 1923, foi criada a Liga Metropolitana 
de Desportos Terrestres que envolvia 15 clubes, entre os quais estavam 
Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama e Botafogo, tradicionais que com-
portavam a elite clubística carioca (BIZZOCCHI, 2004).
Outros fatores colaboraram para a adesão da população brasileira 
ao voleibol. Já na década de 1930, juntamente da profissionalização do 
futebol, os clubes passaram a receber vantagens fiscais e as outras moda-
lidades esportivas também foram alavancadas. Ademais, as areias das 
praias cariocas também propiciaram que o voleibol fosse praticado de 
maneira recreativa e propagado aos praticantes como um estilo de vida 
“descolado” a ser seguido pelos e pelas jovens cariocas naquele contexto 
(BIZZOCCHI, 2004; MARCHI JR., 2004).
– 21 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
Em 1938, foi fundada a Federação Carioca de Voleibol, antiga Liga 
Carioca de Voleibol, e o primeiro campeonato oficial da cidade ocorreu 
no ano de 1939. A década de 1940 foi marcada pela institucionalização 
das demais federações. O primeiro campeonato brasileiro ocorreu no 
ano de 1944 e contou com a participação de homens e mulheres (seis 
equipes femininas e seis equipes masculinas). As equipes de Minas 
Gerais sagraram-se campeãs tanto no naipe feminino quanto no mascu-
lino (BIZZOCCHI, 2004; VALPORTO, 2007).
Em 1951, três anos antes da criação da Confederação Brasileira de 
Voleibol (CBV), o Brasil sediou o I Campeonato Sul-Americano de Volei-
bol, do qual se sagrou campeão tanto no masculino quanto no feminino. 
Naquele contexto, a instituição que regia o voleibol, entre outras modali-
dades, era a Confederação Nacional de Desportos (BIZZOCCHI, 2004).
Em 1954, ocorreu a criação da CBV, que passou a promover e regu-
lamentar a modalidade no país. Durante as décadas de 1960 e 1970, era 
comum que os jogadores tivessem idade mais avançada e também prati-
cassem mais de uma modalidade esportiva. Tratava-se de uma configu-
ração histórica diferente denominada por Marchi Jr. (2004) como ama-
dorismo. Em geral, esses senhores e senhoras tinham tempo disponível e 
condições financeiras para praticar esporte. Além disso, eles participavam 
de um círculo social distinto, restrito à elite clubística, como mencionado 
anteriormente. Caso trabalhassem, os atletas poderiam sofrer sanções por 
dedicarem-se, por exemplo, a representar o país em uma competição mun-
dial. Outra característica a ser destacada desse contexto de amadorismo é 
a falta de intercâmbio com outros países, que fazia com que os jogadores, 
por muitas vezes, se deparassem com novas regras, ou mesmo com a uti-
lização de fundamentos desconhecidos, apenas na ocasião da competição 
(BIZZOCCHI, 2004; MARCHI JR., 2004).
As dificuldades acarretadas pelo amadorismo se tornaram evidentes 
a partir do momento em que o Brasil passou a disputar e a sediar campeo-
natos de expressividade mundial. No ano de 1964, o Brasil participou com 
o voleibol dos primeiros Jogos Olímpicos. Entre os apenas dez jogadores 
que representariam o Brasil na equipe masculina, figurava Carlos Arthur 
Nuzman, que, a posteriori, se tornara presidente da CBV.
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 22 –
Carlos Arthur Nuzman foi um jogador apaixonado pela modalidade 
que fez parte da seleção brasileira no contexto do amadorismo. Valporto 
(2007) relata duas ocasiões problematizadoras que fizeram com que Nuz-
man, mais adiante, encabeçasse um projeto voltado
à profissionalização 
do voleibol no país: a) a surpresa da seleção brasileira ao deparar-se no 
Campeonato Mundial de Voleibol com um fundamento desconhecido: a 
manchete; b) a necessidade de numerar as camisetas do uniforme brasi-
leiro com fita adesiva nos Jogos Olímpicos de 1964, pois elas não eram 
numeradas (VALPORTO, 2007).
Figura 1.2 – Carlos Arthur Nuzman na década de 1960
Fonte: www.memoriadasolimpiadas.rb.gov.br
No ano de 1975, Nuzman assumiu a presidência da CBV e tomou 
algumas medidas para que o voleibol brasileiro passasse a ter maior 
representatividade. Dentre as quais, pode-se citar: a) o envio de um 
profissional para estudar in loco as táticas japonesas para identificar 
como eles haviam se tornado potência mundial no voleibol; b) tornar 
o Brasil sede de competições internacionais (a primeira delas foi o 
– 23 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
I Mundial Juvenil sediado em 1977; c) estabelecer boas relações com a 
FIVB; d) proporcionar às equipes brasileiras o intercâmbio internacio-
nal para elevar o nível competitivo; e) trazer visibilidade para popula-
rizar o voleibol no interior do país (VALPORTO, 2007; MARCHI JR., 
2004; MOREIRA, 2009).
Para profissionalizar e trazer maior representatividade ao voleibol 
brasileiro, Nuzman focou na disciplina dos atletas das seleções brasileiras 
masculina e feminina. Conseguiu bolsas de estudos e alguns empregos 
para que os atletas tivessem uma primeira contrapartida, disponibilizou 
materiais esportivos e promoveu os campeonatos nacionais e o relaciona-
mento dos grandes times brasileiros com as empresas e com a televisão 
(MARCHI JR., 2004; MOREIRA, 2009).
O Sul-Americano de 1981 foi o primeiro campeonato realizado no 
Brasil a ter transmissão midiática pela televisão. Tal transmissão foi bas-
tante representativa e colocou Luciano do Valle (advogado e amigo pes-
soal de Nuzman), que depois passou a ser conhecido como “Luciano do 
Vôlei”, em um dos eixos de uma engrenagem que alavancou a populari-
zação e a profissionalização do voleibol no Brasil. Essa engrenagem rela-
ciona de maneira sincrônica voleibol, mídia e empresas patrocinadoras 
(MARCHI JR., 2004; MOREIRA, 2009).
A partir das veiculações dos feitos esportivos relacionados ao volei-
bol no país, os atletas e as atletas passaram a ser reconhecidos e a modali-
dade passou a ter visibilidade entre os outros esportes praticados no país. 
A seleção masculina brasileira se sagrou campeã do Mundialito de 1981 e 
o saque “jornada nas estrelas” passou a ser conhecido ao ser realizado pelo 
jogador Bernard. No mesmo ano, foi vice-campeã no Campeonato Mun-
dial. Os resultados expressivos conquistados nesse contexto fizeram com 
que as empresas passassem a investir nos times brasileiros, ainda mais ao 
considerarem que os jogos seriam televisionados. O retorno publicitário 
foi considerável. O esporte tornou-se viável e interessante aos olhos do 
mercado. No ano de 1983, foi promovido um jogo de voleibol entre Brasil 
e URSS, que lotou o estádio do Maracanã e comprovou que o voleibol 
tinha grande potencial de público. O voleibol tornou-se a segunda modali-
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 24 –
dade na preferência do brasileiro, atrás apenas do futebol (MARCHI JR., 
2004; MOREIRA, 2009).
Figura 1.3 – Vôlei brasileiro conquistava espaço há 35 anos com jogo no Maracanã
Fonte: https://esportes.r7.com/esportes-olimpicos/volei-brasileiro-conquistava-espaco-
ha-35-anos-com-jogo-no-maracana-26072018 Acesso em: 16 jul. 2019.
No ano de 1984, a conquista da primeira medalha olímpica brasileira 
do voleibol nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, conquistada pela seleção 
masculina, projetou a famosa “Geração de Prata” e marcou um momento 
exponencial da modalidade no voleibol nacional. Nas palavras de Marchi 
Jr., “por conta das características de profissionalização, cientificidade e 
aperfeiçoamento técnico é que entendemos identificar nessa Olimpíada 
a representação da “virada” que o voleibol brasileiro assumiu” (MAR-
CHI JR., 2004, p. 151). O amadorismo cedera espaço para novas relações 
profissionais e econômicas para o esporte em questão demarcando a sua 
passagem para o profissionalismo (MARCHI JR., 2004).
– 25 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
Figura 1.4 – Conquista da primeira medalha olímpica brasileira do voleibol
Fonte: https://esportes.r7.com/esportes-olimpicos/volei-brasileiro-conquistava-espaco-
ha-35-anos-com-jogo-no-maracana-26072018 Acesso em: 16 jul. 2019.
Ao contrário da seleção masculina, que apresentava destaque mundial 
em termos de resultados, lotava ginásios e aglutinava numerosos telespec-
tadores que ovacionavam times com nomes de empresas vestidos de unifor-
mes com nome de empresas, o voleibol feminino brasileiro ainda disputava 
a hegemonia sul-americana com a seleção peruana. Nesse contexto, foi ela-
borada uma estratégia de marketing que ressaltava a beleza das mulheres 
jogadoras de voleibol a partir da qual as jogadoras eram incentivadas a se 
embelezarem para os jogos, os comentadores a ressaltar aspectos da sua 
beleza física e até mesmo salientar a beleza dos uniformes de voleibol ao 
serem comparados aos de basquetebol (naquele momento, o voleibol dis-
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 26 –
putava a popularidade com o basquetebol). As “Musas do Vôlei” passaram 
a ser reconhecidas nacionalmente e o voleibol feminino obteve lugar de 
destaque entre as práticas esportivas no país (MOREIRA, 2009).
Os jogadores e as jogadoras do Brasil se tornaram ídolos e o destaque 
internacional fez com que muitos deles fossem convidados a representar 
times no exterior do país, porém a saída dos atletas foi dificultada pela 
CBV, pois comprometia o Projeto Voleibol proposto por Nuzman. Quando 
a seleção brasileira masculina conseguiu o feito histórico de ser campeã 
olímpica no ano de 1992, nas Olimpíadas de Barcelona, o voleibol bra-
sileiro passou a ser referência nacional e mundial entre as modalidades 
como o modelo a ser seguido (MARCHI JR., 2004).
Figura 1.5 – Seleção brasileira de voleibol masculino é campeã olímpica no ano de 
1992, nas Olimpíadas de Barcelona
Fonte: http://sportv.globo.com/site/programas/rio-2016/noticia/2016/06/barcelona-92-atletas-
lembram-ouro-no-volei-e-final-antecipada-com-eua.html Acesso em: 16 jul. 2019.
– 27 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
As transformações ocorridas no voleibol brasileiro, fundamentalmente 
entre as décadas de 1970, 1980 e 1990, evidenciaram a importância da insti-
tucionalização da modalidade no Brasil, bem como das ações e relações esta-
belecidas entre os agentes e instituições (esportivas, midiáticas, empresariais, 
políticas, etc.) interessadas na modalidade. As modificações abordadas no for-
mato do voleibol ao longo dessa trajetória indicam e explicam as suas facetas 
na configuração atual enquanto uma modalidade esportiva de destaque que 
pode ser praticada em diferentes instâncias, e, consequentemente, com poten-
cial para abarcar profissionais do esporte em diferentes nichos de trabalho.
Alguns fatos são memoráveis na estruturação do voleibol brasileiro, tais 
quais: a rivalidade entre as seleções femininas do Brasil e de Cuba, que movi-
mentou a mídia mundial por conta dos confrontos entre as seleções2; a “Era 
Bernardinho”, que rendeu ao voleibol do Brasil quatro medalhas olímpicas, 
três campeonatos mundiais, 12 títulos da Superliga e a ascensão do voleibol 
do país e em nível mundial; o trabalho do técnico José Roberto Guimarães, o 
único técnico no mundo que conquistou medalhas olímpicas nos dois naipes; 
a criação da Superliga, a criação do Centro de Desenvolvimento do Voleibol 
em Saquarema (RJ) no ano de 2003 (VALPORTO, 2007).
De uma atividade recreacional praticada nos momentos de lazer, o 
voleibol passou a se relacionar com outros campos e a se ressignificar, 
tornando-se uma atividade profissional focada no rendimento esportivo e 
almejando o aprofundamento
científico e profissional, bem como a inter-
disciplinaridade da equipe técnica das equipes. As passagens abordadas 
neste subcapítulo revelam como ocorreu a passagem de uma modalidade 
esportiva da prática para o consumo. Temos, na atualidade, o voleibol edu-
cacional no contraturno, no lazer, como treinamento físico, como esporte 
de competição escolar, como alto-rendimento, entre tantas outras oportu-
nidades de caráter diferenciado que revela grande quantidade de opções 
com diferentes significados e finalidades para o profissional que pretende 
atuar com ele. A explicação histórica, além de evidenciar heróis e datas 
importantes, tem relevância na compreensão de como o fenômeno espor-
tivo se inseriu e se transformou em determinadas sociedades de acordo 
com suas características culturais e diferentes demandas.
2 Em 1991, a seleção feminina brasileira encerrou uma década de hegemonia das rivais 
cubanas (VALPORTO, 2007).
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 28 –
Síntese
Este capítulo tratou sobre a origem, criação, disseminação e evolução 
do voleibol. Iniciou-se com a abordagem da sua concepção como um novo 
jogo com finalidade de atender à demanda por uma atividade recreativa com 
menor contato e vigor físico que pudesse ser praticada no inverno pelos 
“senhores de negócios” da ACM de Massachusetts. A sua disseminação 
se deu motivada pela ampliação dos núcleos internacionais da ACM, pela 
incursão do voleibol enquanto conteúdo programático nas escolas norte-
-americanas e pela prática desta modalidade no tempo livre das forças arma-
das norte-americanas durante a Segunda Guerra Mundial. De uma atividade 
voltada ao público de meia-idade, passou a ter uma conotação de esporte 
vigoroso, sobretudo a partir da prática dos soldados. O voleibol se disse-
minou pelo mundo sob este tripé da elite clubística cristã, da educação e do 
lazer e se estabeleceu nos continentes adquirindo novas facetas de acordo 
com aspectos socioculturais desses locais. No Brasil, o voleibol percorreu o 
caminho do amadorismo da profissionalização e da espetacularização trans-
formando-se paulatinamente em um produto de grande valor econômico, 
ampliando suas possibilidades das mais diversificadas práticas (educacio-
nal, lazer, competitiva, de alto rendimento, etc.) e tomando um formato pró-
prio que, ao longo do tempo, o popularizou, massificou e o transformou no 
segundo esporte na preferência do brasileiro. A trajetória histórica abordada 
dá luz ao estágio atual do voleibol como uma referência internacional de 
rendimento e nacional de gestão e administração esportiva.
 Saiba mais
Resultados do Voleibol Brasileiro nos 
Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos
Década de 1970
1970 – Campeonato Mundial
12º lugar masculino
13º lugar feminino
1972 – Jogos Olímpicos
8º lugar masculino
– 29 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
1974 – Campeonato Mundial
9º lugar masculino
15º lugar feminino
1976 – Jogos Olímpicos
7º lugar masculino
1978 – Campeonato Mundial
6º lugar masculino
7º lugar feminino
Década de 1980
1980 – Jogos Olímpicos
5º lugar masculino
7º lugar feminino
1982 – Campeonato Mundial
2º lugar masculino
8º lugar feminino
1984 – Jogos Olímpicos
2º lugar masculino
7º lugar feminino
1986 – Campeonato Mundial
4º lugar masculino
5º lugar feminino
1988 – Jogos Olímpicos
4º lugar masculino
6º lugar feminino
Década de 1990
1990 – Campeonato Mundial
4º lugar masculino
7º lugar feminino
1992 – Jogos Olímpicos
1º lugar masculino
4º lugar feminino
1994 – Campeonato Mundial
5º lugar masculino
2º lugar feminino
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 30 –
1996 – Jogos Olímpicos
5º lugar masculino
3º lugar feminino
1998 – Campeonato Mundial
4º lugar masculino
4º lugar feminino
Década de 2000
2000 – Jogos Olímpicos
6º lugar masculino
3º lugar feminino
2002 – Campeonato Mundial
1º lugar masculino
7º lugar feminino
2004 – Jogos Olímpicos
1º lugar masculino
4º lugar feminino
2006 – Campeonato Mundial
1º lugar masculino
2º lugar feminino
2008 – Jogos Olímpicos
2º lugar masculino
1º lugar feminino
2010 – Campeonato Mundial
1º lugar masculino
2º lugar feminino
2012 – Jogos Olímpicos
2º lugar masculino
1º lugar feminino
2014 – Campeonato Mundial
2º lugar masculino
7º lugar feminino
2016 – Jogos Olímpicos
1º lugar masculino
5º lugar feminino
– 31 –
Histórico do voleibol: criação, trajetória e evolução 
2018 – Campeonato Mundial
2º lugar masculino
7º lugar feminino
2021 – Jogos Olímpicos
4º lugar masculino
2º lugar feminino
Atividades
1. Por qual(ais) motivo(s) o voleibol foi criado pelo professor 
William Morgan em 1985?
2. Descreva o início do desenvolvimento do voleibol em dois con-
tinentes diferentes.
3. Cite dois fatores importantes na disseminação do voleibol ao 
redor do mundo.
4. Justifique a importância do ingresso da mídia e das empresas 
patrocinadoras no voleibol do Brasil.
2
A dinâmica do jogo 
de voleibol: regras 
atualizadas e noções 
de arbitragem 
O presente capítulo tem por objetivo apresentar as caracte-
rísticas específicas do jogo de voleibol, bem como as suas prin-
cipais regras e noções básicas de arbitragem. É essencial que o 
profissional que pretende atuar com o voleibol tenha o conheci-
mento da dinâmica de funcionamento do jogo. Algumas pergun-
tas básicas se tornam importantes nesse sentido, tais quais: Qual 
é o objetivo do jogo? Quais são as “ferramentas” necessárias para 
atingir tal objetivo? Quais são as faltas mais recorrentes no jogo? 
Quais são os possíveis empecilhos encontrados durante uma 
partida e como é possível contorná-los? Como posso otimizar 
os talentos individuais para atingir a boa performance do grupo 
durante as partidas? Esses questionamentos nos alertam para o 
fato de que, além dos aspectos técnicos e físicos, as questões táti-
cas têm peso importantíssimo no sucesso do profissional que atua 
com o voleibol. Só se torna possível compreender taticamente o 
jogo ao dominar elementos básicos da constituição da dinâmica 
de funcionamento do jogo.
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 34 –
É preponderante que o profissional do voleibol conheça as regras de 
jogo. Ao longo do tempo, o voleibol readequou suas regras no intuito de 
tornar o jogo mais dinâmico e atrativo (MARCHI JR., 2004), assim como 
foi tratado no Capítulo 1. Nesse sentido, após tratadas as características e 
especificidades do jogo de voleibol, serão abordadas as principais regras 
do jogo, tomando como referência principal o documento formulado no 
35º Congresso da FIVB de 2016, que regulamenta o jogo de voleibol do 
ano de 2017 até 2020. Na sequência, serão apresentadas as incumbências 
do primeiro e do segundo árbitro, do apontador e dos juízes de linha, dos 
principais responsáveis pelo andamento do jogo, bem como serão ilus-
tradas noções básicas de arbitragem. Acredita-se que, com os elementos 
abordados neste capítulo, o leitor poderá visualizar a forma de funciona-
mento do jogo de voleibol, e, com isso, terá maiores chances de que seu 
trabalho seja bem-sucedido, seja nas aulas de educação física escolar, no 
contraturno, no lazer, rendimento, alto rendimento, etc.
2.1 A dinâmica do jogo
O voleibol é uma modalidade que possui peculiaridades em rela-
ção às outras modalidades esportivas coletivas (PESSOA; BERTOLLO; 
CARLAN, 2009). É indispensável que o profissional do voleibol conheça 
as suas características/especificidades, pois são elas que dão sentido à pró-
pria dinâmica do jogo. A falta de conhecimento sobre a dinâmica de jogo 
acarreta em limitações que dificultam o processo ensino-aprendizagem e 
tiram a coerência do treinamento. Dessa forma, quanto mais cedo a dinâ-
mica do jogo for entendida e incorporada pelos aprendizes, maiores serão 
as chances de sucesso ao longo das suas vivências/carreiras esportivas. 
Em síntese, deve-se ater não somente ao “como
devo fazer” (aprimora-
mento dos gestos técnicos), mas também ao “o que, quando e por que devo 
fazer”, ou seja, ao sentido do jogo.
O objetivo do jogo de voleibol é fazer com que a bola atinja o solo 
adversário, antes que ela toque o chão dentro do espaço defendido pelo seu 
time. Para tanto, é permitido que os componentes de uma mesma equipe 
toquem no máximo três vezes na bola durante uma jogada, com exce-
ção do toque do bloqueio, no intuito de: 1) recepcionar/defender a bola 
– 35 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
sacada/atacada pelo adversário e remetê-la para o levantador; 2) preparar 
da melhor forma possível a bola para os atacantes do time; 3) atacar efeti-
vamente visando atingir o solo adversário ou tocar no adversário sem que 
ele tenha a possibilidade de controlar a bola para a consecução da jogada.
Para a obtenção do êxito nos rallies1, é necessário considerar que: 
1) o voleibol é uma modalidade esportiva coletiva de não invasão; 2) os 
fundamentos do voleibol são extremamente técnicos, envolvem paciência 
e persistência em seu aprendizado e necessitam de constante aperfeiçoa-
mento; 3) o jogo é realizado no espaço aéreo e a movimentação durante o 
jogo de voleibol é peculiar; 4) os erros individuais são evidentes durante 
uma partida e, muitas vezes, podem resultar em ponto para o adversário, 
portanto, é fundamental que os praticantes desenvolvam e exercitem o 
controle emocional; 5) a ação de um jogador interfere diretamente na do 
outro, portanto, é necessário desenvolver o espírito de grupo.
No voleibol, não se pode utilizar o espaço da quadra adversária para 
a realização de jogadas do seu time, e, assim, torna-se impossível impedir 
diretamente a ação dos jogadores do outro time em relação à bola na situa-
ção de melhor prepará-la para o ataque (BIZZOCCHI, 2004). Essa carac-
terística de jogo faz com que seja preponderante desenvolver habilidades 
específicas (aprimoramento técnico) e controle de bola, pois é necessário a 
todo o tempo dominar a bola atacada pelo adversário enviando-a em boas 
condições para o levantador do seu time através de um breve contato com 
seu corpo, sem poder retê-la. Também é indispensável que se desenvolva 
visão de jogo (aprimoramento tático) para se antecipar a partir do bom 
posicionamento em quadra e realizar a defesa com êxito visando preparar 
o contra-ataque de sua equipe.
Os fundamentos do voleibol são habilidades construídas a partir de 
padrões fundamentais de movimento (correr, saltar, rolar, etc.) combina-
dos entre si e somados a rebatidas na bola realizadas no plano aéreo por 
meio do contato com as pontas dos dedos, palmas das mãos e antebraços 
(locais do corpo pouco acostumados com a batida da bola). Considerando 
1 “Uma jogada completa, desde o instante em que o saque foi realizado (momento em 
que a bola entra em jogo), até o apito do árbitro indicando o seu término, em função de 
alguma irregularidade, chama-se rally.” (BOJIKIAN, 1999, p. 21)
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 36 –
que o número de toques na bola por jogada é limitado, que a bola não pode 
encostar no chão em momento algum durante os rallies e o fato de que ela 
não pode ser retida pelo jogador, é exigido que ele desenvolva alto grau de 
coordenação motora, agilidade e raciocínio rápido. Desse modo, ao ensi-
nar os gestos técnicos do voleibol, os educadores precisam ter paciência 
e atenção redobrada (BIZZOCCHI, 2004; BOJOKIAN, 1999; PESSOA; 
BERTOLO; CARLAN, 2009).
Os fundamentos do voleibol necessitam ser constantemente aprimo-
rados pelos jogadores, pois, durante os rallies, é necessário que eles reba-
tam a bola enviada pelo adversário à sua quadra com a precisão e o dire-
cionamento necessário para facilitar a preparação ofensiva do seu time. 
Da mesma forma, é preciso que o levantador escolha rapidamente o seu 
atacante com maior possibilidade de realizar o ponto e coloque a bola nas 
melhores condições possíveis para que ele, através do fundamento ataque, 
empregue a técnica e a potência necessárias para enviar a bola para o outro 
lado da rede, dificultando ao máximo o seu controle pelo time adversário 
(PESSOA; BERTOLLO; CARLAN, 2009).
Além de envolver a elaboração de gestos técnicos complexos, os 
jogadores necessitam desenvolver uma percepção contínua de cada situ-
ação de jogo, pois é necessário que se desloquem rapidamente até a bola 
para, somente a partir de então, bem posicionados, empregarem tais fun-
damentos nas ações de jogo. Nesse sentido, é necessário que se tenha boa 
noção de tempo, ritmo e espaço para, mesmo estando com o olhar voltado 
à bola no ar (plano alto), ajustar-se em relação à bola antes que ela toque 
o solo (plano baixo). Durante um jogo de voleibol, as condições estão em 
constante mudança, portanto, os deslocamentos e as técnicas precisam ser 
empregados a todo momento aciclicamente de acordo com as novas situ-
ações que o jogo apresenta a todo momento. O saque é o único momento 
em que o jogador depende apenas de si, visto que ele mesmo realiza o 
lançamento e a ação sobre a bola (BOJIKIAN, 1999).
A postura de jogo e a movimentação no voleibol também contêm 
suas peculiaridades. Como o alvo é o chão, diferentemente de outras 
modalidades esportivas coletivas nas quais se busca atingir o gol (alvo 
horizontal), o jogador adota uma postura mais baixa para interpor o solo 
com seu corpo e movimenta-se, em geral, rapidamente, em espaços mais 
– 37 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
reduzidos de ação. Os espaços de proteção da quadra são organizados/
divididos entre os seis jogadores do time que realizam passadas laterais, 
cruzadas, recuos e aproximações em velocidade e de acordo com a traje-
tória da bola nas mais diferentes situações do jogo (BIZZOCCHI, 2004; 
PESSOA; BERTOLLO; CARLAN, 2009).
As posições em quadra seguem uma lógica e é necessário que seja 
respeitada a ordem de saque. Para tanto, os jogadores realizam um rodízio 
no sentido dos ponteiros do relógio a cada ponto que reestabeleça a posse 
de bola para o seu time. O rodízio garante que, embora existam funções 
táticas especializadas de acordo com as características técnicas, táticas 
e biótipo dos jogadores (líberos, levantadores, atacantes), todos passem 
pela situação do saque e também exige que os jogadores adquiram rela-
tiva polivalência de ações e funções, pois independentemente da especi-
ficidade das suas posições, eles atuarão em diferentes locais da quadra 
(BIZZOCCHI, 2004).
No voleibol, a coletividade se sobrepõe à individualidade, pois um 
ataque bem sucedido depende de uma boa recepção/defesa e levantamento 
(BOJIKIAN, 1999). Destaca-se, então, a ideia de cooperação e de comuni-
cação dentro de quadra. Não existe a possibilidade de empate num jogo de 
voleibol (PESSOA; BERTOLLO; CARLAN, 2009), ou seja, o jogo não 
é definido por tempo, mas sim por uma quantidade específica de pontos 
conquistados. Tal situação acentua a competitividade entre as equipes. O 
caráter competitivo da modalidade somado ao fato de que um erro indi-
vidual se torna evidente e penaliza a equipe toda torna importante que os 
jogadores desenvolvam controle psicológico e resiliência para aprender a 
lidar com as suas frustrações nos momentos de dificuldade que o jogo os 
coloca (PESSOA; BERTOLLO; CARLAN, 2009). Essas características 
fazem do voleibol uma modalidade coletiva desafiadora, dinâmica, téc-
nica, estratégica, emocionante e de difícil aprendizado.
2.2 Principais regras do voleibol
Neste tópico, são listadas as principais regras do voleibol de maneira 
simplificada no intuito de instrumentalizar o profissional que atuará com 
essa modalidade para que compreenda a dinâmica do jogo. Para uma lei-
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 38 –
tura mais detalhada e aprofundada sobre as regras, recomenda-se consul-
tar na íntegra o documento oficial elaborado no 35º Congresso da FIVB 
de 20162, que regulamenta o jogo de voleibol
do ano de 2017 até 2020. 
Para o momento, foram sistematizadas as principais regras contidas no 
referido documento com a finalidade de apresentar o jogo de voleibol ao 
leitor deste material didático.
2.2.1 A quadra de jogo: principais demarcações
O jogo de voleibol acontece em uma superfície plana, regular e 
simétrica que compreende a área de jogo e a zona livre. A área de jogo é 
um retângulo que mede 18 metros por 9 metros. Esse retângulo, em qua-
dras cobertas, deve possuir cores claras. A zona livre é o espaço que cir-
cunda toda a área de jogo e deve medir, no mínimo, 3 metros de largura. 
O espaço livre é considerado do chão ao teto do ginásio e deve medir, no 
mínimo, 7 metros sem que haja qualquer obstáculo nesse espaço.
Figura 2.1 – Principais demarcações
Fonte: adaptada de Bojikian (1999), com elementos de Stock.adobe.com/NARANAT STUDIO
As duas linhas demarcatórias laterais e as duas de fundo medem 5 
centímetros, possuem cor clara e fazem parte da quadra de jogo. A linha 
2 Disponível em: http://2018.cbv.com.br. Acesso em: 27 ago. 2019.
– 39 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
central, responsável por dividir as duas quadras de jogo, estende-se sob a 
rede de uma linha lateral à outra. As duas quadras de jogo medem 9 metros 
quadrados cada que compreendem a linha central em suas dimensões. Em 
cada lado da quadra, existe uma linha demarcatória que termina a 3 metros 
da linha central. Essa linha define a zona de ataque. Para trás dessa linha, 
é considerado zona de defesa.
A zona de saque é definida pelos 9 metros da linha de fundo da 
quadra de voleibol. A zona de substituição é delimitada pelo prolonga-
mento entre as linhas de ataque de ambas as quadras. A zona de troca 
dos líberos é delimitada pelo prolongamento entre as linhas de ataque e 
de fundo de sua quadra.
2.2.2 Temperatura ambiente
A temperatura mínima permitida para a realização do jogo de 
voleibol é de 10 ºC.
2.2.3 Rede, antenas e postes
Para os jogos entre equipes masculinas, a rede deve medir 2,43 
metros e, para os jogos entre equipes femininas, 2,24 metros. A rede mede 
um metro de largura por 9,50 metros de comprimento e é disposta vertical-
mente sobre o eixo da linha central da quadra e sua altura deve ser aferida 
a partir do centro da quadra. Em sua parte superior, a rede é composta por 
uma faixa horizontal medindo 7 centímetros e no bordo inferior. Existe 
outra faixa que mede 5 centímetros. Tangenciando a rede lateralmente, 
são dispostas duas faixas brancas com 5 centímetros de largura dispostas 
acima das linhas laterais da quadra.
As antenas são hastes flexíveis que medem 180 centímetros e ser-
vem para delimitar o espaço aéreo de jogo. Elas estão dispostas na 
parte exterior das faixas laterais da rede e, caso a bola as toque durante 
um rally, é considerada fora de jogo. Os postes que sustentam a rede 
ficam dispostos de meio metro a um metro de distância das linhas late-
rais da quadra.
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 40 –
Figura 2.2 – Rede, antenas e postes
Fonte: byj/Domínio Público.
2.2.4 A bola de voleibol
A bola de voleibol deve ser esférica, revestida por couro flexível e 
câmara interior feita de borracha. A sua circunferência é de 65 a 67 centí-
metros, seu peso é de 260 a 280 gramas. A calibragem da bola tem medi-
das oficiais de 4,5 libras. Todas as bolas utilizadas em uma partida devem 
possuir as mesmas características.
2.2.5 Os participantes
A equipe de voleibol é composta por 12 jogadores – em competições 
mundiais, esse número pode ser modificado para 14 atletas – além da comissão 
técnica, fisioterapeuta e médico. Somente as pessoas registradas em súmula 
podem participar da partida. O capitão da equipe e o líbero são indicados na 
súmula. Os jogadores reservas devem permanecer no banco ou na área de 
aquecimento durante o andamento da partida. Os bancos estão situados fora 
da zona livre. Os uniformes dos jogadores devem ser iguais, exceto do líbero. 
As camisetas são numeradas de 0 a 20 e a cor dos números deve contrastar 
com a do uniforme. É proibido o uso de objetos que possam causar lesões 
ou proporcionar alguma vantagem aos jogadores. O capitão da equipe assina 
– 41 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
a súmula antes e após a partida. Apenas aos capitães das equipes podem se 
dirigir aos árbitros para qualquer tipo de solicitação. Caso o capitão da equipe 
seja substituído, o técnico deve designar outro jogador temporariamente para 
exercer essa função até o retorno do capitão indicado na súmula.
Os técnicos são responsáveis por conduzir as suas equipes, indicando 
os jogadores que iniciarão a partida, a ordem de saque, as substituições e 
as solicitações de tempos. Ele sempre se reportará ao segundo árbitro para 
fazer suas solicitações. O técnico pode ficar sentado no banco tão próximo 
à mesa de arbitragem for possível e também lhe é permitido que caminhe 
ou fique de pé dentro do espaço da zona livre à frente do banco de reservas 
entre a linha de ataque e a área de aquecimento. Ele pode passar infor-
mações à sua equipe desde que não interfira no andamento da partida. O 
assistente técnico senta-se no banco, porém, não tem o direito de realizar 
intervenções no jogo. No entanto, ele pode assumir a equipe, caso, por 
algum motivo, o técnico principal seja desqualificado.
2.2.6 O formato de jogo
Uma equipe marca um ponto quando consegue atingir com a bola a 
quadra do adversário e quando a equipe adversária comete uma falta ou é 
penalizada. Uma falta é cometida quando um ou mais jogadores desres-
peitam alguma regra do jogo. Se a equipe que está com a posse da bola 
marca um ponto, ela continua sacando. Caso a equipe adversária marque 
um ponto, realiza um rodízio e recebe o direito de sacar.
Vence um set a equipe que marca 25 pontos primeiramente com uma 
diferença mínima de dois pontos. No set desempate (tie-break), é neces-
sário marcar 15 pontos antes. É ganhadora da partida a equipe que vencer 
três sets. Caso a equipe esteja incompleta ou não compareça ao local do 
jogo, ela perde por WxO de três sets a zero (25x0; 25x0; 25x0).
Antes de dar início ao aquecimento, o primeiro árbitro realiza o sor-
teio na presença dos capitães das equipes que se confrontarão para desig-
nar qual equipe começa o jogo sacando, assim como em qual dos lados as 
equipes devem jogar. O vencedor do sorteio opta por começar sacando ou 
escolher o lado da quadra onde a sua equipe iniciará a partida. As equipes 
têm direito de aquecer na rede antes do início do jogo por 10 minutos.
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 42 –
Cada equipe contará com seis jogadores em quadra. A formação ini-
cial passada pelo técnico ao segundo árbitro indica a ordem de saque dos 
jogadores. Ela deve permanecer durante todo o set. No momento da reali-
zação do saque, os jogadores devem estar dispostos em quadra de acordo 
com a ordem de saque. Caso algum dos jogadores não ocupe a sua posição 
correta no momento do saque, o ponto é dado para a equipe adversária. 
Imediatamente, o posicionamento errado deve ser retificado. A rotação 
ocorre assim que a equipe que não está sacando (equipe receptora) efetua 
um ponto. Então, os jogadores devem avançar uma posição no sentido dos 
ponteiros do relógio. O jogador que está na posição 1 avança para a 6, o 
que está na 6 avança para a 5, o jogador que ocupa a posição 5 passa para 
a 4, da 4 para a 3, da 3 para a 2 e da 2 para a 1.
O motivo pelo qual as posições na quadra são definidas no sentido 
contrário ao do rodízio oficial do jogo consiste no fato de que os números 
das posições indicam a ordem dos sacadores, ou seja, o jogador da posição 
1 é o primeiro a sacar, quando ocorre o rodízio, é o jogador da posição 2, 
e assim sucessivamente, conforme indica a figura a seguir.
Figura 2.3 – Sentido do rodízio
4 3 2
5 6 1
Sentido do Rodízio
Fonte: adaptada de Bojikian (1999, p. 22).
2.2.7 As ações de
jogo
A bola é considerada “em jogo” a partir do momento em que o saca-
dor efetua o saque. A bola é considerada “dentro” quando atinge a qua-
– 43 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
dra, inclusive as linhas demarcatórias. A bola é considerada “fora” quando 
entra em contato com o solo estando completamente fora da quadra de 
jogo e das suas linhas de delimitação ou quando toca as antenas, cordas de 
sustentação da rede, a rede após as faixas laterais ou qualquer outro objeto 
ou estrutura não pertencente à quadra de jogo.
É considerado um “toque” quando a bola entra em contato com qual-
quer parte do corpo de um jogador. Durante uma jogada, uma equipe tem 
o direito de realizar três toques, com exceção do bloqueio. Caso realize 
mais de três toques, a equipe perde o ponto por infringir tal regra. Nesse 
caso, a arbitragem aponta a falta denominada “quatro toques”. Um joga-
dor não pode tocar duas vezes consecutivas na bola, uma vez que, nesse 
caso, o ponto é dado à outra equipe pela infração denominada de “dois 
toques”, a não ser no caso do toque no bloqueio ou no caso da recepção 
de um saque, contanto que os toques ocorram durante uma mesma ação. 
Não é permitida a retenção da bola em nenhum momento do rally. Caso 
o jogador segure a bola, é marcada a falta “condução”. A bola que tocar 
a rede durante a realização de uma jogada pode ser recuperada, contanto 
que dentro do limite dos três toques da equipe.
Os jogadores não podem invadir o espaço aéreo da quadra adversária 
interferindo na jogada da outra equipe. Pode-se tocar a bola por cima da 
rede do outro lado da quadra apenas após a realização do ataque do adver-
sário. Não se pode invadir a quadra adversária por baixo da rede de forma 
a interferir na jogada do adversário. É considerada a “invasão por baixo” 
quando o jogador ultrapassa totalmente a linha central com o(s) pé(s). Não 
é permitido tocar a rede entre as antenas durante o rally.
Durante a ação do saque, o jogador precisa estar com os pés inteira-
mente para fora da quadra. Ele deve golpear a bola no máximo em oito 
segundos após o apito do primeiro árbitro autorizando o saque. Não é 
permitido ao jogador líbero efetuar o saque. Ele deve substituir o jogador 
apenas após ter participado do rally ao qual deu início através do saque.
Um jogador posicionado na zona defensiva pode realizar um ataque 
apenas se o último contato do seu pé foi feito para trás da linha dos 3 metros. 
Para essa ação, se realizado o golpe para cima do bordo superior da rede, 
não se pode pisar na linha dos 3 metros ou avançar para a zona de ataque. 
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 44 –
Não é permitido ao líbero golpear a bola para a quadra adversária, caso 
a bola esteja acima do bordo superior da rede, nem na situação de ataque 
e nem de bloqueio. Da mesma forma, não é permitido que um jogador 
ataque a bola levantada de toque pelo líbero disposto na zona de ataque.
2.2.8 Interrupções no jogo
É permitido a cada equipe dois tempos para descanso/orientações e 
seis substituições por set. O tempo pode ser pedido pelo técnico ou pelo 
capitão da equipe na ausência do técnico. Um jogador pode ser substituído 
e retornar ao jogo apenas uma vez durante o set. O líbero pode entrar/sair 
de quadra durante a partida, contanto que a bola esteja fora de jogo, sem 
que seja necessário pedir ao árbitro a sua substituição. Este jogador deve 
atuar na zona defensiva, ou seja, deve trocar com jogadores que estejam 
nas posições 1, 5 e 6.
O intervalo é o tempo para a troca de sets e tem a duração de 3 
minutos. Após cada set, as equipes trocam de quadra e têm o intervalo 
de 3 minutos antes de reiniciar a partida. Para o set decisivo (tie-break), 
é realizado novamente o sorteio pelo primeiro árbitro na presença dos 
capitães das equipes. No tie-break, há a mudança do lado da quadra 
no oitavo ponto sem intervalo, ou seja, os jogadores trocam o lado da 
quadra e logo se posicionam para dar seguimento ao jogo.
2.3 Noções básicas de arbitragem
Este subtópico aborda noções básicas acerca da equipe de arbi-
tragem, suas principais atribuições e principais faltas ocorridas em 
um jogo de voleibol. A equipe de arbitragem de um jogo de voleibol 
é formada pelo primeiro árbitro, segundo árbitro, juízes de linha e 
apontador. Suas localizações no espaço de jogo estão ilustradas na 
figura a seguir.
– 45 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
Figura 2.4 – Localizações no espaço de jogo do árbitro, segundo árbitro, juízes de 
linha e apontador
Fonte: adaptada de Bojikian (1999) com elementos de Stock.adobe.com/NARANAT STUDIO
2.3.1 Primeiro Árbitro
O primeiro árbitro é a autoridade máxima do jogo, ou seja, o principal 
responsável pelo bom andamento da partida, podendo, inclusive, anular as 
decisões dos outros árbitros, caso julgue necessário. Ele atua em pé em 
cima da cadeira de arbitragem colocada na extremidade da rede, do lado 
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 46 –
oposto do segundo árbitro e do apontador. Se solicitado pelo capitão de 
uma das equipes, o primeiro árbitro poderá explicar as suas decisões. Cabe 
ao primeiro árbitro advertir verbalmente as equipes no caso de condutas 
antidesportivas não condizentes, bem como aplicar as sanções necessá-
rias quando infringidas as normas de comportamento num jogo. Antes do 
jogo, o primeiro árbitro tem a responsabilidade de verificar a situação da 
quadra de jogo, bem como as estruturas, os equipamentos e as condições 
climáticas, para autorizar ou não a realização da partida.
O primeiro árbitro realiza o sorteio e conduz o tempo de aquecimento 
das equipes. O primeiro árbitro apita para autorizar o saque, dando início 
ao jogo e aos rallies. Deve também apitar os seus términos quando alguma 
falta é realizada pelos jogadores. O segundo árbitro apita em conjunto e 
também realiza a sinalização manual oficial referente à falta realizada. 
A marcação da arbitragem indicada através da sinalização manual oficial 
aponta primeiramente o lado da quadra em que será realizado o próximo 
saque, e, na sequência, a natureza da falta realizada. Se necessário, aponta 
também o jogador que realizou a falta.
2.3.2 Segundo Árbitro
O segundo árbitro atua em pé, fora da quadra de jogo, do lado oposto 
ao primeiro árbitro. Embora não seja a principal autoridade do jogo, o 
segundo árbitro também possui suas competências, inclusive, substituindo 
o primeiro árbitro caso ele não possa continuar conduzindo a partida. O 
segundo árbitro faz o intermédio com o técnico e com a mesa apontadora. 
Ele observa os jogadores reservas no banco e na área de aquecimento e 
está incumbido de avisar o primeiro árbitro sobre qualquer irregularidade. 
Esse árbitro tem a incumbência de controlar o número de tempos e as 
substituições das equipes. É o principal responsável por fiscalizar a ordem 
de saque e o posicionamento da equipe receptora no momento do saque, 
enquanto o primeiro árbitro observa se o jogador que vai iniciar o rally 
comete alguma infração no momento do saque ou se há erro de posicio-
namento da equipe sacadora. O segundo árbitro observa, apita e sinaliza 
quando os jogadores invadem a quadra adversária por baixo, tocam na 
rede ou na antena ou quando há o contato da bola com qualquer estrutura/
objeto de fora da área de jogo. Ele também indica se a bola tocou o solo 
– 47 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
dentro ou fora da quadra de jogo quando o lance fica fora do campo de 
visão do primeiro árbitro.
2.3.3 Apontador e apontador assistente
Ao apontador, cabe a responsabilidade de redigir a súmula, ou seja, 
o documento oficial do jogo. Ele desempenha essa função sentado a uma 
mesa localizada à frente e do lado oposto da quadra ao primeiro árbitro, 
fora da zona livre, como atesta a figura. Entre os registros feitos pelo apon-
tador, estão: os nomes completos e a numeração dos jogadores,
os profis-
sionais que compõem a comissão técnica mediante entrega de documentos 
de identificação, a indicação dos capitães e líberos que atuarão no jogo.
Essas informações são lidas e assinadas pelos capitães das equipes 
antes do início do jogo. Durante a partida, o apontador registra os pontos 
marcados, controla a ordem de saque das equipes, comunicando-se com 
o segundo árbitro sobre qualquer erro identificado, imediatamente após o 
saque. O apontador também anota as substituições feitas pelas equipes e 
informa o segundo árbitro sobre o número de tempos já solicitados pelos 
técnicos, faz o registro das condutas impróprias, solicitações indevidas e 
controla o tempo de intervalo entre os sets.
Ao final do jogo, o apontador registra o resultado final, se algum 
evento extraordinário ocorreu durante a partida (algo que impossibilitou 
o andamento do jogo ou alguma reclamação protestada pelos capitães das 
equipes), assina a súmula e colhe as assinaturas dos capitães das equipes e 
dos árbitros. O apontador apita a volta do tempo técnico, o final dos sets e 
o retorno dos jogadores para o set subsequente. Sentado ao seu lado, atua 
um apontador assistente que o auxilia nas tarefas administrativas, prepara 
a folha de controle e registra as trocas envolvendo os líberos e opera o 
placar manual localizado acima da mesa.
2.3.4 Juízes de linha
Os juízes de linha são responsáveis por indicar se a bola atingiu a qua-
dra (“bola dentro”), se foi mandada para fora da quadra (“bola fora”), ou, 
se, antes de ir para fora, tocou em algum jogador da equipe receptora. Eles 
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 48 –
também auxiliam a arbitragem apontando quando um jogador pisa sobre a 
linha na hora do saque. Os juízes de linha ficam localizados nos ângulos 
da quadra mais próximos à mão direita dos árbitros, de um a dois metros 
de cada canto da quadra. Cada juiz de linha fica responsável por visualizar 
duas linhas laterais da quadra de acordo com a referida disposição.
2.3.5 Sinais manuais oficiais da arbitragem
Os árbitros se comunicam com os participantes da partida com o 
apito e a partir de um gestual apropriado e regulamentado para tal. Após 
o apito, indica-se, primeiramente, o lado que recebeu o ponto e que, por 
consequência, irá efetuar o próximo saque, e, na sequência, indica-se qual 
foi a natureza da falta realizada (conforme figura). O primeiro e o segundo 
árbitro executam essas ações e permanecem na posição por um instante 
para que os jogadores e a comissão técnica tenham tempo para entender a 
marcação. Os juízes de linha realizam as suas marcações com o auxílio de 
uma bandeira e possuem seus gestuais próprios para apontarem as faltas 
sob sua responsabilidade.
A figura a seguir indica as sinalizações utilizadas pela arbitragem 
de voleibol.
Figura 2.5 – Sinalizações utilizadas pela arbitragem de voleibol
1. Autorização do Saque
Regras Relevantes: 12.3, 22.2.1.1 
Mover a mão indicando a direção do saque
– 49 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
2. Equipe que irá Sacar
Regras Relevantes: 22.2.3.1, 22.2.3.2, 22.2.3.4 
Estender o braço do lado da equipe que irá sacar
3. Mudança de Quadra
Regras Relevantes: 18.2 
Coloque os anteços, um a frente e outro atrás do 
corpo, e depois gire-os ao redor do corpo
4. Tempo de Descanso
Regras Relevantes: 15.4.1 
Coloque a palma de uma das mãos sobre os dedos da outra em 
posição vertical (formando um “T”) e indique a equipe requisitante
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 50 –
5. Substituição
Regras Relevantes: 15.5.1, 15.5.2, 15.8 
Movimento circular dos antebraços, um ao redor do outro
6a. Advertência por Conduta Imprópria
Regras Relevantes: 21.1, 21.6 
Mostrar o cartão amarelo como advertência
6b. Penalidade por Conduta Imprópria
Regras Relevantes: 21.3.1, 21.6, 23.3.2.2 
Mostrar o cartão vermelho como penalidade.
– 51 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
7. Expulsão
Regras Relevantes: 21.3.2, 21.6, 23.3.2.2 
Mostrar os dois cartões juntos
8. Desqualificação
Regras Relevantes: 21.3.3, 21.6, 23.3.2.2 
Mostrar cartões vermelho e amarelo separados para desqualificação
9. Final de Set (ou da partida)
Regras Relevantes: 6.2, 6.3 
Cruzar os antebraços em frente ao peito, com as mãos abertas
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 52 –
10. Bola que não foi arremessada ou solta na execução do saque
Regras Relevantes: 12.4.1 
Erguer o braço estendido, com a palma da mão voltada para cima
11. Retardo no Saque
Regras Relevantes: 12.4.4 
Erguer oito dedos, levemente separados
12. Falta de Bloqueio ou Barreira
Regras Relevantes: 12.5, 12.6.2.3, 14.6.3, 19.3.1.3, 23.3.2a, g, 24.3.2.4 
Levantar ambos os braços verticalmente com palmas votadas para frente
– 53 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
13. Falta de Posição ou de Rotação
Regras Relevantes: 7.5, 7.7, 23.3.2.3a, 24.3.2.2 
Fazer um movimento circular com dedo indicador
14. Bola “Dentro”
Regras Relevantes: 8.3 
Apontar o braço e os dedos para o chão
15. Bola Fora
Regras Relevantes: 8.4.1, 8.4.2, 8.4.3, 8.4.4, 24.3.2.5, 24.3.2.7 
Erguer os antebraços verticalmente, mãos abertas, 
palmas voltadas par o corpop
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 54 –
16. Condução
Regras Relevantes: 9.2.2, 9.3.3, 23.3.2.3b 
Levante o antebraço lentamente, com a palma da mão voltada para cima
17. Dois Toques
Regras Relevantes: 9.3.4, 23.3.2.3b 
Erguer dois dedos, levemente separados
18. Quatro Toques
Regras Relevantes: 9.3.1, 23.3.2.3b 
Erguer quatro dedos, levemente separados
– 55 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
19. Toque na rede por um Jogador - bola sacada não passa 
para a quadra adversária através do espaço de cruzamento
Regras Relevantes: 11.4.4, 12.6.2.1 
Indicar o lado relevante da rede com a mão correspondente aquele lado
20. Invasão sobre a Rede
Regras Relevantes: 11.4.1, 13.3.1, 14.3, 14.6.1, 23.3.2.3c 
Erguer quatro dedos, levemente separados
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 56 –
21. Falta do Golpe de Ataque
Regras Relevantes: 
• por um jogador da linha de trás, líbero ou no saque 
adversário 13.3.3, 13.3.4, 13.3.5, 23.3.2.3d e 24.3.2.4
• em um passe de vôlei executado com a ponta dos dedos pelo líbero, 
enquanto este em sua zona de ataque ou na extensão desta 13.3.6
Fazer um movimento para baixo com o antebraço, mão aberta
22. Penetração na Quadra Adversária
Bola cruzando o espaço inferor ou 
Sacador toca a quadra (linha de fundo) ou
Jogador pisa fora da sua Quadra no momento do golpe de saque
Regras Relevantes: 8.4.5, 11.2.2, 12.4.3, 23.3.2.3a, f, 24.3.2.1 
Apontar a linha central ou a linha em questão
– 57 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
23. Falta Dupla e Repetição do Rally
Regras Relevantes: 6.1.2.2, 17.2, 22.2.3.4 
Erguer os dois polegares verticalmente
24. Bola tocada para fora
Regras Relevantes: 23.3.2.3b, 24.2.2 
Passe a palma de uma das mãos sobre os dedos da outra em posição vertical
25. Advertência por retardamento e penalidade por retardamento
Regras Relevantes: 15.11.3, 16.2.2, 16.2.3, 23.3.2 
Cubra o pulso com o cartão amarelo (advertência) 
ou com o cartão vermelho (penalidade)
Fonte: Atlan Coelho.
Teoria e Fundamentos do Voleibol
– 58 –
Figura 2.6 – Sinalização de juízes de linha
1. Bola “Dentro”
Regras Relevantes: 8.3, 27.2.1.1 
Apontar a bandeira para baixo
2. Bola “Fora”
Regras Relevantes: 8.4.1, 27.2.1.1 
Erguer a bandeira verticalmente
– 59 –
A dinâmica do jogo de voleibol: regras atualizadas e noções de arbitragem 
3. Bola tocada para Fora
Regras Relevantes: 27.2.1.2 
Erguer a bandeira e tocá-la no topo com a palma da mão que está livre
4. Faltas no espaço de cruzamento, bola que toca objeto fora 
da área de jogo, ou falta com pé cometida por qualquer jogador

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