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Trabalho de direito ambiental

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
TRABALHO DE DIREITO AMBIENTAL (AVA2)
LETICIA DOS REIS DE MIRANDA
Rio de Janeiro – RJ
2020
1. Introdução
Em novembro de 2015, houve um trágico acidente causado pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em Minas Gerais, que deixou 19 mortos e várias pessoas feridas e desabrigadas, causando também problemas irreversíveis ao meio ambiente.
2. Princípios do Direito Ambiental que foram violados no acidente da barragem de Mariana
a) Princípio da Prevenção: esse princípio objetiva evitar a poluição e a degradação ambiental, baseando-se na ideia de que já existe uma base científica que torna possível afirmar que determinados impactos ambientais já são conhecidos. Esse princípio foi violado, pois algumas medidas poderiam impedir a concretização do acidente. Era necessário, por exemplo, que a Samarco, prevendo que isso poderia acontecer, investisse no que fosse possível como uma forma de cautela. 
b) Princípio da Precaução: entende-se que em alguns casos, há ausência da certeza científica formal, por isso, caso ocorra risco de um dano sério ou irreversível, caberá a implementação de medidas visando minimizar um possível desastre. Portanto, tal princípio também foi violado, já que não foi levado em consideração que a negligência poderia causar um enorme desequilíbrio ao meio ambiente e riscos à vida humana. 
c) Princípio do Poluidor Pagador: o poluidor e o predador são obrigados a recuperar e/ou indenizar os danos causados, como prevê o art. 4°, VII da Lei n° 6.938/1981. No caso em questão, nota-se que houve violação desse princípio, haja vista que o rio continuou poluído e três anos após o acidente, a Samarco ainda não havia indenizado todas as vítimas.
3. Órgãos competentes para realizar o licenciamento e fiscalização das atividades mineradoras 
O licenciamento é um processo administrativo que visa proteger o meio ambiente e diminuir os impactos, através de um controle prévio, de forma que as atividades humanas não venham gerar estragos ao meio ambiente, sendo assim, cabe ao órgão responsável pela gestão ambiental, decidir se irá conceder ou não a licença. Esse processo tem previsão no art. 6° da Resolução 237 do CONAMA e por esse dispositivo entende-se que para estabelecer a qual órgão compete o licenciamento, se faz necessário, primeiramente, verificar a natureza de cada atividade. Por exemplo: se a extensão dos impactos for apenas local, o órgão competente será órgão ambiental municipal.
Com relação à fiscalização, a atividade mineradora era regulada pelo extinto DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e atualmente é regulada pela ANM (Agência nacional de Mineração). Esse órgão é responsável por administrar, fiscalizar, regular o exercício de todas as atividades mineradoras, objetivando controlar os recursos minerais. 
4. Aplicação da teoria do risco integral no caso da barragem de Mariana 
A teoria do risco integral impõe ao poluidor uma responsabilidade objetiva integral, ou seja, para que ele seja responsabilizado, leva-se em consideração apenas os pressupostos do dano e o nexo causal, não admitindo excludente de responsabilidade.
No caso estudado, pode-se aplicar a teoria em questão, pois o STJ entendeu que a responsabilidade civil por dano ambiental é fundamentada nessa teoria, bastando apenas que determinada ação ou omissão cause um resultado prejudicial ao ambiente. Isso ocorre pois o dano ao meio ambiente é agressivo e muitas vezes torna-se irreversível. 
Sobre essa responsabilidade, Jeanne da Silva Machado explica que:
Na responsabilidade por dano ambiental, não se perquire a culpa, pois o dano provocado não permite a liberação da sua reparação; o meio ambiente, uma vez degradado, permanecerá prejudicando injustamente a vida presente e, principalmente, a vida futura, sendo indispensável encontrar soluções atuais e adequadas para promover a justiça e a equidade. (MACHADO, 2006).
5. Tríplice punição do agente causador
 Quando se trata de dano ambiental, o agente responsável por ele responderá nas esferas civil, administrativa e penal, como prevê o art. 225, §3° da CF/88. No caso da barragem de Mariana, a empresa Samarco, assim como seus diretores e alguns técnicos sofreram a Tríplice Responsabilização. 
A Responsabilidade civil consiste na obrigação de reparar o dano causado, ela obriga os responsáveis pelo crime a construir e ou indenizar os prejudicados. Tem fundamento na teoria do risco integral, sendo assim, são pressupostos para a responsabilização civil por crime ambiental o dano e o nexo de causalidade. No caso da barragem de Mariana, a Samarco, através de ação civil pública, foi responsabilizada na esfera civil para indenizar as vítimas e os moradores do local e, restaurar o ambiente degradado.
Na responsabilidade administrativa, o infrator estará sujeito a advertências, pagamento de multas, interdição de atividade, suspensão de benefícios etc. No caso abordado em questão, foram aplicadas 68 multas pelos governos de MG e ES e o IBAMA aplicou uma multa preliminar à empresa Samarco, no valor de 250 milhões de reais, por ter causado o desastre.
A responsabilidade penal é subjetiva, sendo assim, deve haver a comprovação do dolo, culpa e nexo causalidade, dentro do fato ocorrido em detrimento do ambiente, além disso, a pessoa jurídica também pode ser punida nessa esfera. No caso da barragem de Mariana, o MPF denunciou 22 pessoas e a Samarco por homicídio qualificado e dolo eventual.
6. Lei de Crimes Ambientais em relação à punição de pessoa jurídica 
A pessoa jurídica, ao gerar danos ao meio ambiente, também poderá ser responsabilizada nas esferas civil, penal e administrativa. O art. 3° da Lei n° 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais) trata sobre esse assunto. De acordo com esse dispositivo, as pessoas jurídicas responderão nessas três esferas caso “a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade”. O parágrafo único dispõe que: “A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato”.
Os arts. 21 a 24 da referida lei, tratam sobre a punição da pessoa jurídica. Ao analisá-los, entende-se que poderão ser aplicadas as seguintes penas: Multa, restritivas de direitos e prestação de serviços à comunidade. Em relação à pena restritiva de direitos, o art. 22 da Lei n° 9.605/98 estabelece que poderá haver suspensão total ou parcial e interdição do estabelecimento, obra ou atividade e proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações. Já a prestação de serviços à comunidade consiste em “custeio de programas e de projetos ambientais, execução de obras de recuperação de áreas degradadas, manutenção de espaços públicos, contribuições a entidades ou culturais públicas” (art. 22 da Lei n° 9.605/98).
Por fim, o art. 24 dessa mesma Lei, dispõe que se a pessoa jurídica buscar permitir, facilitar ou ocultar a prática do crime ambiental, será decretada sua liquidação, ou seja, será dissolvida e o patrimônio pertencente a ela será considerado instrumento do crime.
7. Ação interposta para indenização das vítimas e o retorno ao estado anterior
 A ação civil pública é um tipo de ação que pode ser interposta visando a indenização das vítimas e o retorno ao estado anterior, já que seus objetivos na esfera ambiental são: a proteção dos interesses da coletividade em caso de danos ambientais, ressarcimento ao prejuízo causado e o retorno ao estado anterior. 
De acordo com o art. 5° da Lei n° 7.347/85, os legitimados ativos para interpor essa ação, são: o Ministério Público, a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, a Defensoria Pública, a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista e as associações.
8. Conclusão
Conclui-se, portanto, que o grande desastre causado pelo rompimento da barreira poderia ter sido evitado, caso fossem observadas e cumpridas as exigências necessárias. Além disso, esse acidenteficou marcado por gerar um enorme impacto social e ambiental, sendo classificado como um dos maiores desastres ambientais do Brasil.
REFERÊNCIAS
ÂMBITO JURÍDICO. Princípios gerias do direito ambiental. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-ambiental/principios-gerais-do-direito-ambiental/>. Acesso em: 27 out. 2020.
BRASIL. Lei n° 6.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e de outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm>. Acesso em: 27 out. 2020.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6938.htm>. Acesso em: 27 out. 2020.
BRASIL. Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7347orig.htm>. Acesso em: 27 out. 2020.
BRASIL. Resolução n° 237, de 19 de dezembro de 1997. Disponível em: <http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html>. Acesso em: 27 out. 2020.
ESTADO DE MINAS GERAIS. Três anos depois, ninguém foi preso pela tragédia de Mariana. Disponível em: <https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2019/01/26/interna_gerais,1024701/tres-anos-depois-ninguem-foi-preso-pela-tragedia-de-mariana.shtml>. Acesso em: 27 out. 2020.
GEP SOLUÇÕES AMBIENTAIS. A Agência Nacional de Mineração: o que é e para que serve. Disponível em: <https://gepsolucoesambientais.com.br/a-agencia-nacional-de-mineracao-anm-o-que-e-e-para-que-serve/>. Acesso em: 27 out. 2020.
GLOBO.COM. Comarca de Mariana vai julgar ação para indenizar atingidos por desastre. Disponível em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/desastre-ambiental-em-mariana/noticia/2016/08/comarca-de-mariana-vai-julgar-acao-para-indenizar-atingidos-por-desastre.html>. Acesso em: 27 out. 2020.
JUSBRASIL. O caso Samarco e a responsabilidade ambiental. Disponível em: <https://fellipesd.jusbrasil.com.br/artigos/255747257/o-caso-samarco-e-a-responsabilidade-ambiental>. Acesso em: 27 out. 2020. 
JUS. Responsabilidade da pessoa jurídica nos crimes ambientais. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/56169/responsabilidade-da-pessoa-juridica-nos-crimes-ambientais>. Acesso em: 27 out. 2020. 
MACHADO, Jeanne da Silva, A Solidariedade na Responsabilidade Ambiental, Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006.
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