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livramento condicional

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Consiste em uma antecipação provisória da liberdade do condenado, 
satisfeitos certos requisitos e mediante determinadas condições. 
• Do artigo 83 até o artigo 90 
 
Natureza jurídica 
Para Damásio de Jesus, trata-se de forma de execução da pena 
privativa de liberdade; para Celso Delmanto, trata-se de direito público 
subjetivo do condenado de ter antecipada a sua liberdade 
provisoriamente, desde que preenchidos os requisitos legais. 
 
Distinção com o sursis 
No livramento condicional, o sentenciado inicia o cumprimento da pena 
privativa obtendo, posteriormente, o direito de cumprir o restante 
em liberdade sob certas condições. 
No sursis, a execução da pena é suspensa mediante a imposição de 
certas condições e o condenado não chega a iniciar o cumprimento 
da pena imposta. 
Além disso, no livramento o período de prova corresponde ao 
restante da pena enquanto na suspensão condicional esse período 
não corresponde à pena imposta. 
 
Requisitos 
→ Objetivos: 
a) qualidade da pena: deve ser privativa de liberdade; 
b) quantidade da pena: deve ser igual ou superior a 2 anos; 
c) reparação do dano (salvo impossibilidade); 
d) cumprimento de parte da pena: 
• mais de 1/3, desde que tenha bons antecedentes e não 
seja reincidente em crime doloso; 
• mais de 1/2 se reincidente em crime doloso; 
• entre 1/3 e 1/2 se tiver maus antecedentes, mas não 
for reincidente em crime doloso; 
• mais de 2/3 se tiver sido condenado por qualquer dos 
crime previstos na Lei no 8.072/90 (Lei de Crimes 
hediondos ou crimes comparados). 
 
 
 
 
 
 
 
→ Subjetivos: 
(não ser residente em crimes específicos (hediondos ou equiparado) 
a) bom comportamento durante a execução da pena (Incluído pela Lei 
no 13.964, de 2019); 
b) não cometimento de falta grave nos últimos 12 (doze) meses 
(Incluído pela Lei no 13.964, de 2019); 
c) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído (Incluído pela Lei 
no 13.964, de 2019); 
d) aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho 
honesto (Incluído pela Lei no 13.964, de 2019); 
e) nos crimes previstos na Lei no 8.072/90, não ser reincidente 
específico. 
 
❖ Procedimentais: 
a) requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou parente em linha 
reta ou, ainda, proposta do diretor do estabelecimento ou do conselho 
penitenciário (art. 712 do CPP); 
• Qualquer pessoa dessas citadas acima podem pedir o 
livramento. 
b) parecer do conselho penitenciário (quando dele não partir a 
proposta) e do MP; 
c) relatório minucioso do diretor do estabelecimento penal a respeito 
do caráter do sentenciado, seu procedimento durante a execução da 
pena, suas relações com familiares e estranhos e, ainda, sobre sua 
situação financeira, grau de instrução e aptidão para o trabalho (art. 
714 do CPP). 
 
Condições do livramento 
→ Obrigatórias: art. 132, § 1º , da LEP. 
• proibição de ausentar-se da comarca sem comunicação 
ao juiz; 
• comparecimento periódico a fim de justificar atividade; 
• obter ocupação lícita dentro de prazo razoável. (Pode 
ser trabalho formal ou informal ) 
 
→ Facultativas: art. 132, § 2o da LEP. (Somente se o juiz pedir) 
• não mudar de residência sem comunicação ao juiz e à 
autoridade incumbida de fiscalizar; 
• recolher-se à habitação em hora fixada; 
• não frequentar determinados lugares. 
Livramento condicional Livramento condicional 
 
→ Judiciais: 
• nada impede que o juiz fixe outras a seu critério (art. 
85 do CP). 
 
→ Condição legal indireta: 
• são as causas de revogação do livramento. Assim são 
chamadas porque indiretamente acabam por constituir-
se em condições negativas. 
 
Revogação do livramento 
→ Obrigatória: 
• condenação irrecorrível à pena privativa de liberdade 
por crime praticado antes do benefício; 
• condenação irrecorrível à pena privativa de liberdade 
por crime praticado durante o benefício. 
 
→ Facultativa: 
• condenação irrecorrível, por crime ou contravenção, à 
pena não privativa de liberdade; 
• descumprimento das condições impostas. 
 
Opções do juiz na revogação facultativa: 
 poderá escolher entre qualquer destas: revogar o benefício, advertir 
novamente o sentenciado e exacerbar as condições impostas. 
 
Efeitos da revogação do livramento 
a) por crime praticado durante o benefício: não se desconta o tempo 
em que o sentenciado esteve solto e deve cumprir integralmente a 
sua pena, só podendo obter novo livramento com relação à nova 
condenação. 
Atenção: antes de iniciar o período de prova, o sentenciado foi 
advertido pelo juiz de que deveria comportar-se, ficando ciente de 
suas obrigações (cf. art. 137 da LEP). 
 
Ora, se, após ter sido advertido, praticou crime, isso significa que 
traiu a confiança do juízo, não sendo merecedor de nenhuma 
benesse. Dessa forma, vai cumprir preso todo o tempo 
correspondente ao período de prova, sendo irrelevante o período que 
cumpriu em liberdade. Além disso, sobre esse mesmo período não 
poderá obter novo livramento. 
 
b) por crime anterior ao benefício: é descontado o tempo em que o 
sentenciado esteve solto, devendo cumprir preso apenas o tempo 
que falta para completar o período de prova. Além disso, terá direito 
a somar o que resta da pena com a nova condenação calculando o 
livramento sobre esse total (art. 88 do CP e art. 141 da LEP). 
Atenção: no caso, não houve quebra do compromisso assumido ao 
ingressar no benefício, uma vez que se trata de crime praticado 
antes desse momento. Assim, a lei dá um tratamento diferenciado ao 
sentenciado, permitindo que ele conte, como tempo de cumprimento 
de pena, o período que cumpriu em liberdade e, ainda, que some o 
restante que vai cumprir preso com a pena imposta na nova 
condenação para, sobre esse total, calcular novo livramento; 
 
c) por descumprimento das condições impostas: não é descontado o 
tempo em que esteve solto e não pode obter novo livramento em 
relação a essa pena, uma vez que traiu a confiança do juízo. 
 
Extinção da pena 
Diz o artigo 89 do Código Penal: “o juiz não poderá declarar extinta a 
pena, enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que 
responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento” 
.Isso vale dizer que, no momento em que o sentenciado começa a ser 
processado, o período de prova prorroga-se até o trânsito em 
julgado da decisão deste processo para que se saiba se haverá ou 
não revogação do benefício. 
❖ Convém frisar que só haverá prorrogação se o processo 
originar-se de crime cometido na vigência do livramento e não 
de crime anterior. 
 
❖ Por uma razão, a condenação por crime praticado antes do 
benefício não invalida o tempo em que o sentenciado esteve em 
liberdade condicional; logo seria inútil prorrogar o livramento além 
do período de prova, pois a pena já estaria cumprida. 
 
❖ Da mesma forma, é importante lembrar que a mera 
instauração de inquérito policial não acarreta a prorrogação do 
benefício, pois a lei fala só em processo. 
 
Livramento condicional antes do 
trânsito em julgado 
O Superior Tribunal de Justiça já admitiu essa hipótese em casos nos 
quais o acusado já se encontrava preso provisoriamente por mais 
tempo do que o necessário para o benefício. 
 
Revogação sem a prévia oitiva do 
condenado 
É inadmissível a revogação do livramento condicional sem a prévia 
oitiva do condenado e a oportunidade de defender-se.

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