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Livramento Condicional

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Livramento condicional:
1. Conceito:
Benefício legal concedido ao condenado durante o cumprimento de pena, o livramento condicional permite que o condenado abrevie ressocialização. Para isto, irá cumprir parte de sua pena em liberdade, desde que presentes os requisitos objetivos e subjetivos de determinadas condições.
O livramento condicional poderá ser concedido se cumpridos os requisitos do artigo 83 do Código Penal. Ainda, é determinado pelo §2º do artigo 112 da Lei de Execução penal que a decisão sobre o livramento condicional sempre será motivada pela manifestação do MP e do defensor.
2. Requisitos:
Os requisitos necessários para o consentimento do livramento condicional estão descritos no artigo 83 do Código Penal, que dita:
“Art. 83 - O juiz poderá conceder livramento condicional ao condenado a pena privativa de liberdade igual ou superior a 2 (dois) anos, desde que: 
I - cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes;
II - cumprida mais da metade se o condenado for reincidente em crime doloso;
III - comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover à própria subsistência mediante trabalho honesto;
IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração;
V - cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.
Parágrafo único - Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir.”
Sendo assim, são os requisitos:
a) Pena privativa de liberdade igual ou superior a dois anos. Este se refere ao tempo mínimo de pena aplicada ao condenado. Com esta exigência, surge a hipótese de que, se o réu estiver cumprindo uma pena inferior a dois anos, não terá direito a este benefício. Sendo assim, é do interesse da defesa recorrer para pleitear pelo aumento da pena para completar os dois anos e, assim, ter tal benefício garantido.
b) Cumprida mais de um terço da pena se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes: sendo assim, se o agente tiver sido condenado anteriormente por crime culposo ou por contravenção penal, não será prejudicado ao receber este benefício.
c) Cumprida mais da metade, se o condenado for reincidente em crime doloso. 
d) Comprovado comportamento satisfatório durante a execução da pena, bem como o bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído e aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto. Desta forma, entende-se que só poderá usufruir deste benefício o condenado que cumprir os requisitos listados no artigo 39 da Lei de Execução Penal, ou seja, demonstrando assim, estarão que a pena está cumprindo sua função ressocializadora.
e) Tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pela infração. Este é um dos requisitos de ordem subjetiva, não tendo o condenado condições de fazê-lo, e provar efetivamente nos autos, ficará dispensado de cumprir este requisito, podendo gozar de liberdade condicional, se cumprido o restante dos requisitos.
f) Cumpridos mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, tráfico de pessoas e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza. Ou seja, cumprirá mais de dois terços da pena o agente que for condenado por qualquer das infrações penais previstas na Lei nº 8.072/90, não sendo reincidente específico nos crimes desta natureza. Por reincidência específica em crimes dessa natureza, entende-se qual o bem juridicamente protegido deve ser idêntico, não havendo necessidade de ser o mesmo tipo penal.
g) Nos casos em que o agente for condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. Sendo assim, estarão dispensados deste prognóstico os agentes condenados por crime culposo ou sem grave ameaça à pessoa.
	3. Condições e procedimento do livramento condicional:
O livramento condicional é um direito subjetivo do condenado que cumpre todos os requisitos do artigo 83. Nesta hipótese, o juiz deverá concedê-lo mediante às condições determinadas no artigo 85 do Código Penal.
Após o deferimento do livramento condicional, e especificadas as obrigações a serem cumpridas pelo condenado, o seguinte procedimento deverá ser realizado:
I. Expedição de carta de livramento com cópia em duas vias, remetida ao Conselho Penitenciário e outra à autoridade incumbida da execução;
II. Será designada data da cerimônia de livramento, onde será lida a sentença ao liberando, e será perguntado se este aceita as condições impostas;
III. Ao sair, será entregue ao liberando uma caderneta (que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa sempre que for exigida), o saldo de seu pecúlio e o que lhe pertencer.
	4. Revogação do livramento condicional:
Estão previstos nos artigos 86 e 87 as hipóteses de revogação do livramento condicional, sendo facultativa o segundo caso, e obrigatória na primeira.
A primeira hipótese ocorre se o agente vier a ser condenado em pena privativa de liberdade em sentença irrecorrível, por crime anterior ou cometido durante a vigência do benefício.
Há que se ressaltar, ainda, que, uma vez revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, segundo o disposto no artigo 88 do Código Penal.
Como pena por praticar crime durante a vigência do livramento condicional, o agente perderá todo o período em que permaneceu livre. No entanto, na hipótese do liberado vier a ser condenado por crime anterior, se somado tempo que resta para cumprir com a nova condenação não for adequada à permanência em liberdade, deverá ser revogado o benefício.
A segunda hipótese, facultativa, ocorre se o agente for condenado a pena que não seja privativa de liberdade ou irrecorrível, ou se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações impostas.
Antes de revogar o livramento, o liberado deverá ser ouvido em audiência própria, onde poderá se justificar.
	5. Extinção da pena:
Após o cumprimento de todo o período de prova sem que tenha havido revogação do benefício, será concedido ao liberado a extinção da pena, salvo quando não passar em julgado sentença em processo de crime cometido durante a vigência do livramento.
Nos casos em que o delito houver sido praticado antes da vigência do livramento, o liberado não perderá o tempo correspondente ao período em que esteve solto, e poderá ser declarada a extinção da pena privativa de liberdade, sem que tenha havido revogação.
	6. Bibliografia:
Curso de Direito Penal (Parte Geral) Volume I - Rogério Greco 2015

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