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ÁGUAS RESIDUÁRIAS I PROFESSORA: Lorena Dornelas Marsolla Doutoranda em Eng. Ambiental Mestre em Eng. Ambiental lorena.marsolla@faesa.br Faculdades Integradas Espírito-Santenses Aula 05 O enquadramento dos corpos de água representa o estabelecimento da meta de qualidade da água a ser alcançada, ou mantida, em um segmento de corpo de água, de acordo com os usos pretendidos, segundo a Resolução do CONAMA nº 357/2005. O objetivo desse instrumento é assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas, bem como diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes. Fonte: Agência Nacional de Águas – ANA. Planos de recursos hídricos e enquadramento dos corpos de água. cadernos de capacitação em recursos hídricos, volume 5. Brasília, 2013. http://www.cbh.gov.br/EstudosETrabalhos/20140108101800_CadHidrico_vol 5_completo.pdf Enquadramento de mananciais LANÇAMENTO DE EFLUENTES O esgoto tratado é lançado nos corpos receptores (mananciais), De acordo com o grau de tratamento do esgoto, o seu o lançamento em corpos d’água podem alterar as propriedades físicas, químicas e biológicas do manancial, Necessário o tratamento do efluente para não causar prejuízos ao manancial, O tratamento do efluente leva em conta as características Do corpo receptor, atendimento à legislação, a capacidade receptora e a capacidade de autodepuração dos corpos d’água. LANÇAMENTO DE EFLUENTES Determinação da qualidade permitida para o efluente a ser lançado, incluindo o nível de tratamento necessário e a eficiência a ser atingida na remoção de DBO, Importante a compreensão de consumo de oxigênio dissolvido pelo lançamento de matéria orgânica no manancial. AUTODEPURAÇÃO AUTODEPURAÇÃO Resestabelecimento de equilíbrio no meio aquático, após alterações induzidas pelo lançamento de efluentes, Água depurada: as características da água não sejam conflitantes com a sua utilização prevista em cada trecho do seu curso. • Capacidade de assimilação dos mananciais • Não admitir o lançamento de cargas poluidoras acima do limite que o corpo d’água possa suportar AUTODEPURAÇÃO AUTODEPURAÇÃO AUTODEPURAÇÃO AUTODEPURAÇÃO Autodepuração Zona de Degradação Zona de Decomposição Ativa Zona de Recuperação Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Degradação: • Início ponto de lançamento dos despejos, perturbação do sistema; • Água turva (cor acinzentada); • Precipitação de partículas (sólidos) lodo no leito do corpo d’água; • Proliferação de bactérias (consumo de matéria orgânica); • Redução da concentração de oxigênio dissolvido; • Sensível diminuição de seres vivos, desaparecimento de seres menos adaptadas e predominância de seres mais resistentes; • Prevalência de decomposição aeróbia (pouco odor); • Presença de oxigênio não permita a decomposição aneróbia. Autodepuração Zona de Degradação Zona de Decomposição Ativa Zona de Recuperação Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Decomposição Ativa: • Início microrganismo desempenha ativamente da decomposição de MO; • Água estado mais deteriorado, cor cinza-escura; • Oxigênio dissolvido menor concentração, total consumo; • Prevalência ativa da decomposição anaeróbia, bancos de lodos; • Desprendimento de gases mal cheirosos (metano, gás sulfídrico, etc); • Ambiente fétido e escuro; • Biota aeróbia é substituída por outra anaeróbia; • População de bactérias decresce; Fim da 2º zona: • Oxigênio passa a ser reposto ar atmosférico ou fotossíntese; • Água começa a ficar mais clara (ainda impróprio p/ os peixes); • Fim da 2ª zona oxigênio elevar-se. Autodepuração Zona de Degradação Zona de Decomposição Ativa Zona de Recuperação Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Recuperação: • Início Etapa de recuperação • MO consumida nas etapas anteriores, pouco sedimento no fundo. • Aumento de oxigênio dissolvido (reaeração atmosférica), • Sem condições anaeróbias, • Mudança da fauna e flora aquática, • Proliferação de algas que reoxigenam o meio; • Cor esverdeada intensa (alimento p/ crustáceos, larvas de insetos, vermes, etc., que servem de alimentos p/ os peixes); • Amônia oxidada a nitritos e nitratos (+ fosfatos fertilizam o meio, favorecendo a proliferação de algas); Autodepuração Zona de Degradação Zona de Decomposição Ativa Zona de Recuperação Zona de Águas Limpas Características das zonas de autodepuração Zona de Águas Limpas: • Água características diferentes das águas poluídas; • Água encontra-se “eutrófica”; • Condições similares anterior à poluição (OD, MO, bactérias); • Presença das algas devido a nutrientes, • Presença de moluscos, peixes... • Ecossistema atinge ao clímax. LANÇAMENTO DE EFLUENTES ZONAS DE MISTURA LANÇAMENTO DOS ESGOTOS • As condições nos pontos de lançamento dos esgotos, sua mistura, são as condições iniciais dos modelos de qualidade das águas, Equação de mistura: Média das concentrações e vazões dos componentes que se misturam (rio- esgoto e/ou rio e afluente) C = concentração do parâmetro na mistura (mg/L ou g/m³) Ci = concentração do componente (esgoto lançado e ou curso d’água) (mg/L ou g/m³) Qi = vazão do componente (esgoto lançado e ou curso d’água) (L/s ou m³/s) C = 𝐶𝑖.𝑄𝑖 𝑄𝑖 LANÇAMENTO DOS ESGOTOS • As condições nos pontos de lançamento dos esgotos, sua mistura, são as condições iniciais dos modelos de qualidade das águas, Equação de mistura: Média das concentrações e vazões dos componentes que se misturam (rio- esgoto e/ou rio e afluente) 21 2211 0 .. QQ CQCQ C C0 = concentração do constituinte da mistura (mg/L ou g/m³) C1 = concentração do componente 1 (mg/L ou g/m³), C2 = concentração do componente 2 (mg/L ou g/m³), Q1 = vazão do componente 1 (L/s ou m³/s) Q1 = vazão do componente 2 (L/s ou m³/s) EXERCICIOS EXERCÍCIO 1) Um rio recebe o lançamento de esgoto tratado, com as características descritas abaixo. Calcular a concentração de cada parâmetro (DBO, Temperatura e Oxigênio dissolvido) na zona de mistura. Rio: Vazão do rio= 733.536 L/s DBO= 1,0 mg/L OD= 9,0 mg/L Temperatura= 15ºC Esgotos Vazão do esgoto= 113.400 L/s DBO= 200 mg/L OD= 0,0 mg/L Temperatura= 20ºC Rio: Vazão do rio= 733.536 L/s DBO= 1,0 mg/L OD= 9,0 mg/L Temperatura= 15ºC Esgoto Vazão do esgoto= 113.400 L/s DBO= 200 mg/L OD= 0,0 mg/L Temperatura= 20ºC C0 = concentração da mistura (mg/L) C1 = concentração do componente 1 (mg/L) C2 = concentração do componente 2 (mg/L ) Q1 = vazão do componente 1 (L/s) Q1 = vazão do componente 2 (L/s ) 21 2211 0 .. QQ CQCQ C Cálculo de DBO na mistura: C DBO= (Qr . Cr + Qe . Ce) / Qr + Qe C DBO = (733.536 x 1,0 + 113.400 x 200) / 733.536 + 113.400 C DBO = 23.413.536 / 846.936 C DBO = 27,6 mg/L de DBO na mistura Cálculo da temperatura na mistura: Temp = (Qr . Tr + Qe . Te) / Qr + Qe Temp = (733.536 x 15 + 113.400 x 20) / 846.936 = 15,7ºC Cálculo de Oxigênio Dissolvido na mistura C OD= (Qr . Cr + Qe . Ce) / Qr + Qe C OD= (733.536 x 9,0 + 113400 x 0) / 846.936 = 7,8 mg/L de OD C0 = concentração da mistura (mg/L) C1 = concentração do componente 1 (mg/L) C2 = concentração do componente 2 (mg/L ) Q1 = vazão do componente 1 (L/s) Q1 = vazão do componente 2 (L/s ) 21 2211 0 .. QQ CQCQ C 2) Na cidade de Piracicaba um córrego poluído que recebe grande carga de esgoto não tratado desagua sobre o rio principal da cidade, em que este é utilizado para abastecimento público. Calcule as concentrações de oxigêniodissolvido (OD) e Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) no ponto de encontro do córrego com o rio (zona de mistura). Rio afluente (córrego) Rio principal Vazão = 2000 l/h Vazão = 50 l/s DBO = 7 g/m³ DBO = 4 mg/L OD = 2 mg/L OD = 0,008 g/L Rio afluente (córrego) Rio principal Vazão = 2000 l/h Vazão = 50 l/s DBO = 7 g/m³ DBO = 4 mg/L OD = 2 mg/L OD = 0,008 g/L Padronização da unidades Rio afluente (córrego) Rio principal Vazão = 0,55 l/s Vazão = 50 l/s DBO = 7 mg/L DBO = 4 mg/L OD = 2 mg/L OD = 8 mg/L Cálculo de DBO DBOmistura = (Qrio x DBOrio + Qcórrego x DB0córego) / ( Qrio + Qcórrego) DBOmistura = ( 50 x 4 + 0,55x7) / ( 0,55 + 50)= 4,03 mg/L Cálculo de OD ODmistura = (Qrio x ODrio + Qcórrego x ODcórrego) / ( Qrio + Qcórrego) ODmistura = (50 x 8 + 0,55 x 2) / ( 0,55+50)=7,93 mg/L REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA • SPERLING, Marcos Von. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3. ed. Belo Horizonte: DESA, 2005. – Capítulo 03 • JORDÃO, Eduardo Pacheco; PESSÔA, Constantino Arruda; Associação brasileira de engenharia sanitária e ambiental. Tratamento de esgotos domésticos. 4. ed. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2005 – Capítulo 04 Vídeo: Planos de Recursos Hídricos e o Enquadramento de Corpos d´Água https://www.youtube.com/watch?time_continue=281&v=f2Yj9NY ID9w Autodepuração de rios e corpos d'água https://www.youtube.com/watch?v=oumle2Uw_wI VALE A PENA CONFERIR https://www.youtube.com/watch?time_continue=281&v=f2Yj9NYID9w https://www.youtube.com/watch?time_continue=281&v=f2Yj9NYID9w https://www.youtube.com/watch?v=oumle2Uw_wI OBRIGADA Lorena Dornelas Marsolla lorena.marsolla@faesa.br
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