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Maria Cecilia Barbieri Gorski - Rios e Cidades_Ruptura e Reconciliação

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Maria Cecília Barbieri Gorski
RIOS E CIDADES: 
RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana 
Mackenzie como requisito para a obtenção do título de 
Mestre em Arquitetura e Urbanismo
Orientadora: Prof.ª Drª Angélica A. Tanus Benatti Alvim
São Paulo
2008
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
Aprovada em agosto de 2008
Maria Cecília Barbieri Gorski
RIOS E CIDADES: 
RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
Dissertação apresentada à Universidade Presbiteriana 
Mackenzie como requisito para a obtenção do título de 
Mestre em Arquitetura e Urbanismo
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
BANCA EXAMINADORA
Prof.ª Drª Angélica Aparecida Tanus Benatti Alvim
Prof. Dr. Vladimir Bartalini
Prof. Dr. Valter Caldana
A Nelson, 
meu pai que me guiou para a vida e a profi ssão
Ao Michel
A Pedro e Laura 
A Maria Ruth e Maria
pelo que representam para mim
AGRADEÇO
À minha orientadora Profª Drª Angélica Tanus Benatti Alvim 
pela dedicação, entusiasmo e carinho no acompanhamento 
do trabalho 
A
Carolina Bracco e Roberto Rüsche pela ativa participação e 
pelas pesquisas realizadas
Flávio Ventura pelos croquis
Claudia Perrota pela revisão
Francine Sakata e Guilherme Marinho pela editoração 
A
Alejandra Devecchi
Estevam Otero
Mario Thadeu Leme de Barros
Mia Lehrer
Patrícia Akinaga
Sadalla Domingos
pelas informações e esclarecimentos complementares à 
pesquisa
Ao Prof. Dr. Abilio Guerra por me incentivar a ingressar no 
mestrado
A Profª Drª Gilda Collet Bruna pelo apoio
Aos professores e colegas do Mackenzie pela qualidade e 
prazer da convivência
A Rosa Kliass por ter me apresentado à profi ssão e me 
motivado com sua paixão diante do trabalho
A Stela, irmã querida de todas as horas
À minha família e aos amigos queridos, pelo carinho, 
paciência e incentivo
A equipe do escritório, fi rme e solidária
Ciça Souza, Débora, Deise, Priscila e Renato
Ao MackPesquisa por cooperar na viabilização do trabalho
Deparei-me pela primeira vez com a temática de recupera-
ção de rios urbanos, em 1995, em viagem exploratória para 
arquitetos paisagistas, organizada pela ABAP, quando esti-
vemos frente a frente com o rio que acabou se tornando 
alvo de um dos estudos de caso – o rio Don, na cidade de 
Toronto.
Vários colegas que vêm trabalhando este tema contribuí-
ram para que o interesse pelo tema acabasse me conduzindo 
de volta à escola. Jorge Oseki, Lúcia Costa, Nathan Cormier, 
Paulo Pellegrino e Vladimir Bartalini estão entre eles. Lem-
bro-me bem do professor John Lyle quando veio ao Brasil 
a convite da FAUUSP, e apresentou o conceito dos planos 
de renaturalização de rios urbanos, elaborando na lousa os 
croquis que substituíam o canal retifi cado de um rio, por um 
traçado sinuoso. 
Trabalhar esse processo parecia uma hipótese muito distan-
te... 
Agora, já não mais.
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS 
INTRODUÇÃO
PARTE I
CAPÍTULO 1. CURSOS D’ÁGUA E MEIO URBANO: DO CONVÍVIO À 
RUPTURA
1.1 Os cursos d’água como fatores de desenvolvimento: algumas 
considerações
1.2 A percepção e a valorização dos rios
1.3 O rio e a paisagem
1.4 O rio e a bacia hidrográfi ca como sistema de drenagem
1.5 O rio e a vegetação
1.6 Componentes físicos de um curso d’água 
1.7 O rio como fonte de recursos hídricos
1.8 A abordagem setorial da água e suas conseqüências
1.9 A deterioração dos cursos d’água sob efeito dos impactos do 
meio urbano
CAPÍTULO 2. CURSOS D’ ÁGUA E MEIO URBANO: EM BUSCA DO 
REENCONTRO 
2.1 Redesenhando a paisagem a partir dos cursos d’ água 
2.1.1 Importantes precursores da inclusão da dimensão paisagística em 
projetos de saneamento e drenagem: Olmsted nos EUA e Saturnino 
Brito no Brasil 
2.1.2 Abordagens inovadoras: a contribuição de Mc Harg e Lyle 
2.2 Os cursos d’água nos eventos mundiais sobre o Meio Ambiente 
2.3 Novas abordagens no rumo da recuperação
PARTE II. PLANOS E PROJETOS DE RECUPERAÇÃO DE 
CURSOS D’ÁGUA URBANOS. ESTUDOS DE CASOS [1991–2006 ]
Critérios e justifi cativa da seleção dos casos
Método de Análise dos Casos
CAPÍTULO 3. ESTUDO DOS CASOS INTERNACIONAIS (ESTADOS 
UNIDOS E CANADÁ)
3.1 O Plano de Recuperação do Rio Don: Bring Back the Don
3.1.1 Contextualização
3.1.2 Motivos que levaram à elaboração do Plano
3.1.3 Atores
3.1.4 Objetivos
3.1.5 Diretrizes
3.1.6 Propostas
3.1.7 O desenvolvimento do Plano
3.1.8 Implementação
8
9
10
18
18
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94
 98
3.2 O Plano de Revitalização do Rio Los Angeles
3.2.1 Contextualização
3.2.2 Motivos que levaram à elaboração do Plano
3.2.3 Atores
3.2.4 Objetivos
3.2.5 Diretrizes
3.2.6 Propostas
3.2.7 Implementação
3.3 O Plano de Recuperação da Orla do Rio Anacostia
3.3.1 Contextualização
3.3.2 Motivos que levaram à elaboração do Plano
3.3.3 Atores
3.3.4 Objetivos
3.3.5 Diretrizes
3.3.6 Propostas
3.3.7 Implementação
CAPÍTULO 4. ESTUDO DOS CASOS NACIONAIS
4.1 O Plano de Ação Estruturador de Piracicaba: Projeto Beira-Rio
4.1.1 Contextualização
4.1.2 Motivos que levaram à elaboração do Plano
4.1.3 Atores
4.1.4 Objetivos
4.1.5 Diretrizes
4.1.6 Propostas
4.1.7 Implementação
4.2 O Plano da Bacia do Rio Cabuçu de Baixo
4.2.1 Contextualização
4.2.2 Motivos que levaram à elaboração do Plano
4.2.3 Atores
4.2.4 Objetivos
4.2.5 Diretrizes
4.2.6 Propostas
4.2.7 Implementação
4.3 Parque Mangal das Garças
4.3.1 Contextualização
4.3.2 Motivos que levaram à elaboração do Plano
4.3.3 Atores
4.3.4 Objetivos
4.3.5 Diretrizes
4.3.6 Propostas
4.3.7 Implementação
CAPÍTULO 5. REFERÊNCIAS DE PLANEJAMENTO E PROJETOS DE 
CURSOS D’ÁGUA EM MEIO URBANO
5.1 Referências de planejamento e projeto selecionadas a partir dos casos
5.1.1 Recuperação e Proteção do Meio Ambiente
5.1.2 Articulação com as políticas urbanas 
5.1.3 Inserção do rio no tecido urbano
5.1.4 Valorização da identidade local e do sentido de cidadania
5.1.5 Implementação, Monitoramento e Gestão
5.2 Síntese das referências signifi cativas: 10 recomendações para 
projetos de recuperação de rios urbanos 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
117
131
149
155
172
189
199
201
231
232
237
RESUMO
Este trabalho versa sobre a relação rio-cidade. Os rios que já 
se constituíram como elementos geográfi cos de grande atra-
tividade, entram em processo de degradação, principalmente 
a partir da metade do século XX, sob o impacto da intensa 
urbanização. Recentemente, com o advento das discussões 
ambientais sob o paradigma da sustentabilidade, os rios, no 
meio urbano, passam a ser alvos de projetos de recuperação 
e valorização. O objetivo desse trabalho é discutir, a partir 
da análise de um conjunto de planos de recuperação de rios 
urbanos, internacionais e nacionais, quais os princípios que 
orientam essa nova abordagem. Busca-se estabelecer um pa-
drão de comparação entre os casos, com o intuito de extrair 
dessas experiências referências relevantes passíveis de apli-
cação em planos e projetos do mesmo gênero.
ABSTRACT
This work runs upon the relationship between rivers and cities. 
Rivers, which were once attractive geographic elements, impai-
red by an intense urbanization process, have been falling into 
degradation, mainly from the mid-20th century on. Recently, 
under the sustainability paradigm, as worldwide environmental 
issues evolve, urban rivers become targets of recovering and 
valorization processes The goal of this thesis is, after analyzing 
a set of national and international recovering stream plans, to 
examine the principles that led this contemporary approach. 
Itis intended to defi ne a comparative pattern among selected 
cases with the purpose of drawing out from these experien-
ces considerable references to be applied into similar plans and 
projects.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Escultura do rio Mississipi. Fonte: HUNTER (1978, p. 261)
Figura 2: Componentes da apreciação e compreensão da paisagem. Fonte: 
SARAIVA (1999, p. 226)
Figura 3: Pressão Urbana em Porto Velho. Fonte: Arquivo Michel Gorski
Figura 4: Componentes físicas de um c. Fonte: RILEY (1998, p. 29), modifi cado 
pela autora.
Figura 5: O Ciclo Hidrológico. Fonte: MACBROOM (1998, p.7) apud LECCESE, 
et al. ( 2004, p. 19)
Figura 6: Relação entre superfície impermeabilizada e superfície de escoa-
mento. Fonte: LECCESE, et al. (2004, p. 76), modifi cado pela autora.
Figura 7: Ciclo de recarga dos aqüíferos. Fonte: United States Geological 
Survey (USGS). Disponível em: <http://ga.water.usgs.gov/edu/watercyclegwdis-
charge.html>. Acesso 26 set. 2007
Figura 8: Mudanças Biológicas: Meio Ambiente Terrestre. Impactos da canali-
zação sobre as funções naturais do rio. Fonte: RILEY (1998, p. 101), modifi cado 
pela autora.
Figura 9: Impactos da canalização sobre as funções naturais do rio: Mudanças 
Biológicas no meio ambiente aquático. Fonte: RILEY (1998, p. 101), modifi cado 
pela autora.
Figura 10: Impactos da canalização sobre as funções naturais do rio - Mudan-
ças Físicas. Fonte: RILEY (1998, p. 101), modifi cado pela autora.
Figura 11: Planta e Projeto de Santos, em 1910, feita pelo Eng. Saturnino de 
Brito. Disponível em: http://www.novomilenio.inf.br/santos/. Acesso 8 mar. 
2008
Figura 12: Percurso natural do rio Tietê e a proposta de melhoramento. Fonte: 
ZUCCOLO (2000, contracapa fi nal).
Figura 13: Woodlands – Passarelas sobre valetas gramadas garantem a aces-
sibilidade do pedestre e a drenagem. Fonte: Revista Landscape Architecture (v. 
95, n. 7, p. 61, jul.2005)
Figura 14: Woodlands – Desenho sustentável que visa proteger as áreas de 
recarga dos corpos d` água. Fonte: Revista Landscape Architecture (v. 95, n. 7, 
p. 64, jul.2005)
Figura 15: Evolução dos paradigmas ambientais, segundo Colbin e Schulkin, 
1992. Fonte: CORREIA (1994) apud SARAIVA (1999, p. 28)
Figura 16: DREISTETL, H. e GRAU, D. New waterspaces: planning, building and 
designing with water. Boset, Birkäuser, 2005.
Figura 17: DREISTETL, H. e GRAU, D. New waterspaces: planning, building and 
designing with water. Boset, Birkäuser, 2005.
Figura 18: DREISTETL, H. e GRAU, D. New waterspaces: planning, building and 
designing with water. Boset, Birkäuser, 2005.
Figura 19: DREISTETL, H. e GRAU, D. New waterspaces: planning, building and 
designing with water. Boset, Birkäuser, 2005.
26
31
33
36-37
39
48
51
52
53
54-55
65
65
69
69
73
86
86
86
86
Figura 20: Grande Bio – Região de Toronto. Localização da Bacia Hidrográfi ca 
do Rio Don. Fonte: HOUGH (1995, p.52)
Figura 21: Fisiografi a da área de Toronto. Destaca-se a cota do antigo Lago 
Iroquois em relação a cota atual do Lago Ontário. Fonte: HOUGH (1995, p.54)
Figura 22: Bacia Hidrográfi ca do Rio Don. Fonte: HOUGH (1995, p.53)
Figura 23: O rio Don e sistema viário. Disponível em: <http://www.toronto.ca/
don/lower_don_map_large.htm>. Acesso em: 18 nov. 2007
Figura 24: Rio Don em 1891. Disponível em: <http//www.toronto.ca/don/>. 
Acesso em 18 nov. 2007
Figura 25: Meandros originais do rio Don, desconfi gurados pela canalização. 
Fonte: HOUGH (1995, p.56)
Figura 26: Acessibilidade dos bairros em relação ao vale. Fonte: HOUGH (1995, 
p.58)
Figura 27: Foto aérea da foz do rio Don e o lago Ontário. Fonte: Toronto Wa-
terfront Revitalization Task Force Report (2000, p. 07). Disponível em: <http://
www.toronto.ca/waterfront/fung_report.htm>. Acesso em 14 jun. 2008
Figura 28: Vista para a parte sul, em direção ao lago Ontário. Disponível em: 
<http://www.toronto.ca/don/>. Acesso em 18 nov. 2007
Figura 29: Obra de engenharia do século XX. Disponível em: <http://www.
toronto.ca/don/>. Acesso em 18 nov. 2007
Figura 30: Voluntários na construção de alagados construídos na parte baixa 
do rio Don. Disponível em: <http://www.toronto.ca/don/galleries.htm>. Acesso 
em 18 nov. 2007
Figura 31: Refl orestamento das margens do rio. Disponível em: <http://www.
toronto.ca/don/treeplanting.htm>. Acesso em 18 nov. 2007
Figura 32: Participação da sociedade civil no refl orestamento e construção de 
trilhas. Disponível em: <http://www.toronto.ca/don/summer_volunteers.htm>. 
Acesso em 18 nov. 2007
Figura 33: Proposta para a orla do centro de Toronto. Fonte: Toronto Wa-
terfront Revitalization Task Force Report (2000, p. 42 e 43). Disponível em: 
<http://www.toronto.ca/waterfront/fung_report.htm>. Acesso em 14 jun. 2008
Figura 34: Proposta para a foz do rio Don. Disponível em <http://www.toronto.
ca/don/vision.htm>. Acesso 18 nov. 2007
Figura 35: Novo boulevard na orla de Toronto. Fonte: Toronto Waterfront Revi-
talization Task Force Report (2000, p. 72). Disponível em: <http://www.toronto.
ca/waterfront/fung_report.htm>. Acesso em 14 jun. 2008
Figura 36: Vista oeste do centro da cidade. Toronto Waterfront Revitalization 
Task Force Report (2000, p. 48). Disponível em: <http://www.toronto.ca/water-
front/fung_report.htm>. Acesso em 14 jun. 2008
Figura 37: Situação no século XX. Disponível em: <http://www.toronto.ca/
don/>. Acesso em 18 nov. 2007
Figura 38: Situação proposta para o século XXI. Disponível em: <http://www.
toronto.ca/don/>. Acesso em 18 nov. 2007
Figura 39: Plano Estratégico para o Baixo Don – categorização dos segmentos. 
Fonte: HOUGH (1995, p.63) - Adaptado pela autora
Figura 40: Plano estratégico para o baixo Don. Fonte: HOUGH (1995, p. 63)
Figura 41: Trecho 1 - Rosedale Marshes, proposta conceitual: banhados, mean-
dros, pistas de caminhada e recreação passiva. Fonte: HOUGH (1995, p. 65)
Figura 42: Trecho 1 - Rosedale Marshes: Várzea do rio Don. Fonte: HOUGH 
(1995, p. 64)
99
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114
Figura 43: Trecho 2 - River Channel, proposta conceitual: arborização, ciclovias, 
pistas de caminhada e lugares para apreciação da água. Fonte: HOUGH (1995, 
p. 66)
Figura 44: Trecho 2 - River Channel: Rio Don canalizado. Fonte: HOUGH (1995, p. 66)
Figura 45: Trecho 3 – Portlands Delta: O porto industrial e a foz existente do 
Don. Fonte: HOUGH (1995, p. 67)
Figura 46: Trecho 3 - Portlands Delta, proposta conceitual: banhado na foz do 
rio associado com a futura renovação urbana. Fonte: HOUGH (1995, p. 67)
Figura 47: A bacia Hidrográfi ca do Rio Los Angeles e o trecho de intervenção. 
Fonte: LARRMP (2005, p. 52)
Figura 48: A extensão do rio Los Angeles – das montanhas de Santa Mônica 
até Long Beach Harbor. Fonte: LARRMP (2005, p. 06)
Figura 49: O rio Los Angeles e seus tributários. Fonte: LARRMP (2005, p. 07)
Figura 50: O rio Los Angeles – Do passado ao presente. Fonte: LARRMP (2005, 
p. 15)
Figura 51: Expansão da cidade de Los Angeles, em 1887. Vista para o vale 
Elysian. Fonte: LARRMP (2005, p. 14)
Figura 52: Pré-canalização do rio Los Angeles, 1910. Fonte: LARRMP(2005, p. 
15)
Figura 53: Foto aérea do trecho central da área de revitalização. Fonte: 
LARRMP (2005, p. 141)
Figura 54: Potenciais incrementos do corredor do rio Los Angeles. Fonte: 
LARRMP (2005, p. 62 e 63)
Figura 55: Melhoria do acesso ao rio. Fonte: LARRMP (2005, p. 24)
Figura 56: Proposta de revitalização do rio Los Angeles. Fonte: LARRMP (2005, 
p. 24)
Figura 57: Proposta para o canal secundário para fornecer acessibilidade e 
atividade para a orla. Fonte: LARRMP (2005, p. 149)
Figura 58: Proposta de um parque no trecho Canoga, para aumentar as áreas 
públicas adjacentesao rio. Fonte: LARRMP (2005, p. 10)
Figura 59: Situação atual, rio canalizado. Fonte: Civitas - Urban Design, Plan-
ning, Landscape Architecture. Disponível em : <http://www.civitasinc.com>. 
Acesso em 18 mai. 2008
Figura 60: Situação proposta – recuperação das várzeas e do acesso ao rio. 
Fonte: Civitas - Urban Design, Planning, Landscape Architecture. Disponível 
em: <http://www.civitasinc.com>. Acesso em 18 mai. 2008
Figura 61: Situação atual. Fonte: Civitas - Urban Design, Planning, Landscape 
Architecture. Disponível em : <http://www.civitasinc.com>. Acesso em 18 mai. 
2008
Figura 62: Proposta – Tratamento paisagístico. Fonte: Civitas - Urban Design, 
Planning, Landscape Architecture. Disponível em : <http://www.civitasinc.
com>. Acesso em 18 mai. 2008
Figura 63: Propostas de recuperação dos espaços públicos e melhoria do aces-
so ao rio. Fonte: Mia Lehrer & Associates, Landscape Architecture. Disponível 
em: <http://www.mlagreen.com>. Acesso em 19 mai. 2008
Figura 64: Idem
Figura 65: Idem
Figura 66: Idem
Figura 67: Idem
Figura 68: Idem
114
114
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119
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128
128
Figura 69: Alternativas de tratamento do canal em função das áreas dispo-
níveis e respectivas características hidrológicas – capacidade e velocidade do 
canal. Fonte: LARRMP (2005, p. 39)
Figura 70: Propostas de recuperação dos trechos canalizados à curto e longo 
prazo. Fonte: LARRMP (2005, p. 62 e 63)
Figura 71: A bacia hidrográfi ca do rio Anacostia e o Washington D.C. Disponível 
em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Anacostia_River>. Acesso em 03 mar. 2008
Figura 72: Washington é dividido em quatro quadrantes: noroeste, nordeste, 
sudeste e sudoeste, delimitados por eixos que determinam a posição do edi-
fício do Capitólio. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Image:DC_sa-
tellite_image.jpg>. Acesso em 03 mar. 2008
Figura 73: Bacia Hidrográfi ca do rio Anacostia. Fonte: “The Anacostia Water-
front Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p.26)
Figura 74: Localização da área do plano de intervenção. Fonte: “The Anacostia 
Waterfront Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, 
p.4)
Figura 75: Projeto para o “Mall”, Plano McMillan, 1901. Fonte: “The Anacostia 
Waterfront Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, 
p.13)
Figura 76: Plano para o Sistema de Parques Metropolitanos, da Comissão de 
Parques do Senado, 1902. Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework Plan 
– District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p.13)
Figura 77: Plano de Pierre Charles L’Enfant (parceria com Thomas Jefferson) 
para a cidade em 1793. Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework Plan - 
District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p.12)
Figura 78: Corredor do rio Anacostia e suas proximidades na década de 1960. 
O rio Anacostia fl ui no sentido diagonal, de nordeste para sudoeste. Disponível 
em: <http://en.wikipedia.org/wiki/Anacostia_River>. Acesso em 03 mar. 2008
Figura 79: Foto aérea da bacia hidrográfi ca do Anacostia – Localização de áreas 
sub-utilizadas (Ortofoto – 1999). Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework 
Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p.14-15)
Figura 80: Vista aérea do rio Anacostia e o distrito de Columbia – Washington. 
Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework Plan - District of Columbia, Offi ce 
of Planning” (2003, p. 2)
Figura 81: Expansão da área de desenvolvimento econômico do norte e oeste 
para o quadrante sudeste de Washington, através do Anacostia. Fonte: “The 
Anacostia Waterfront Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Plan-
ning” (2003, p. 9)
Figura 82: Mapa de Washington. Localização do parque e do Corredor da Rua 
“M”, em relação ao Anacostia e Capitólio. Fonte: Revista Landscape Architectu-
re (v. 95, n. 6, p. 108, mai. 2005)
Figura 83: Plano geral para a recuperação do rio Anacostia. Fonte: “The Ana-
costia Waterfront Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” 
(2003, p.133)
Figura 84: Século 21 - Visão das margens do rio Anacostia no centro de 
crescimento, Washington. Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework Plan - 
District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p. 8)
Figura 85: Propostas para melhoria do passeio público e aumento da vitalidade 
do espaço público. Fonte: Revista Landscape Architecture (v. 95, n. 6, p. 109, 
mai. 2005)
Figura 86: Idem
Figura 87: Idem
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Figura 88: Desenho artístico – Proposta de um novo centro de educação 
ambiental na Ilha Kingman. Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework Plan 
- District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p.22)
Figura 89: Desenho artístico – Proposta para Avenida Pensilvânia, com nova 
iluminação e passeio público para acessar o rio e o Parque. Fonte: “The Ana-
costia Waterfront Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” 
(2003, p. 36)
Figura 90: Proposta para melhoria das condições ambientais dos caminhos 
com arborização de árvores nativas para sombreamento. Fonte: Revista Lands-
cape Architecture (v. 95, n. 6, p. 115, mai. 2005)
Figura 91: Proposta para proporcionar atividades noturnas no parque e ruas 
adjacentes. Fonte: Revista Landscape Architecture (v. 95, n. 6, p. 114, mai. 2005)
Figura 92: Perspectiva da reconstrução dos bairros a sudeste de Washing-
ton – Proposta de uso habitacional na orla. Fonte: “The Anacostia Waterfront 
Framework Plan - District of Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p. 4)
Figura 93: Idem. 
Figura 94: Ilustrações das possíveis situações cotidianas após a recuperação do 
rio Anacostia. Fonte: “The Anacostia Waterfront Framework Plan - District of 
Columbia, Offi ce of Planning” (2003, p. 1)
Figura 95: Antigo aterro sanitário das ilhas Kingman e Heritadge a ser trans-
formado em parque. Fonte: Revista Landscape Architecture (v. 98, n. 3, p. 105 
mar. 2008)
Figura 96: Proposta para recuperação da orla com a inserção de atividades 
náuticas e espaços verdes de lazer. Fonte: Revista Landscape Architecture (v. 
98, n. 3, p. 111, mar. 2008)
Figura 97: Bacias Hidrográfi cas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Dis-
ponível em; <http://www.ipplap.com.br/projetos_beirario_introducao3.php>. 
Acesso em 12 jul. 2007
Figura 98: Foto aérea do trecho urbano do rio Piracicaba e entorno em 2000. 
Fonte: PAE (2003, p.100)
Figura 99: Orla do rio Piracicaba, presença da atividade pesqueira. Fonte: 
Levantamento fotográfi co realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 100: Engenho, patrimônio arquitetônico de Piracicaba. Fonte: Levanta-
mento fotográfi co realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 101: Vista da orla do rio em direção ao salto de Piracicaba. Fonte: 
Levantamento fotográfi co realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 102: Vista das margens do rio para o centro de Piracicaba. Em destaque 
o edifício Prefeitura. Fonte: Levantamento fotográfi co realizado em 10 jul. 
2007, pela autora.
Figura 103: Vista das orlas do rio Piracicaba. Fonte: Levantamento fotográfi co 
realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 104: Proposta de recuperação do rio Piracicaba sobre a foto aérea 2000. 
Fonte: Proposta de Adequação Ambiental e Paisagística do Trecho Urbano do 
Rio Piracicaba e Entorno in IPPLAP (2003, Anexo 8).
Figura 105: Escala Urbana do Projeto Beira-Rio, dividido em oito trechos. Dis-
ponível em: <http://www.ipplap.com.br/projetos_beirario_introducao3.php>. 
Acesso em 12 jul. 2007
Figura 106: Escala Setorial - Propostas para os trechos 1 e 2. Fonte: PAE (2003, 
p. 55)
Figura 107: Projeto Start – Foco nos Trechos 1 e 2. Fonte: PAE (2003, p.56)
Figura 108: Idem.
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Figura 109: Desenhos artísticos da proposta do Projeto Beira – Rio. Fonte: PAE 
(2003, p. 83)
Figura 110: Idem. Fonte: PAE (2003, p. 84)
Figura 111: Idem. Fonte: PAE (2003, p. 86)
Figura 112: Idem. Fonte: PAE (2003, p. 85)
Figura 113: Antes - Passeio público de difi cultando o acesso ao rio. Fonte: 
Levantamento fotográfi co realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 114: Depois - Recuperação da acessibilidade das calçadas e contato com 
o rio. Fonte: Levantamento fotográfi co realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 115: Rua do Porto, substituição de estruturas em avanço sobre a mar-
gem por superfícies alternadamente compostas por deques de madeira, britas 
e jardins. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/institucional/inst118/
inst118.asp>. Acesso 20 mai. 2008.
Figura 116: Vista da Rua do Porto com acessos à margem do Rio Piracicaba. 
Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/institucional/inst118/inst118.
asp>. Acesso 20 mai. 2008.
Figura 117: Trilha - Piso permeável para pedestres e pescadores ao longo da 
margem. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/institucional/inst118/
inst118.asp>. Acesso 20 mai. 2008.
Figura 118: Trilha: Piso permeável para pedestres e pescadores ao longo da 
orla. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/institucional/inst118/inst118.
asp>. Acesso 20 mai. 2008.
Figura 119: Revitalização da Rua do Porto – 1º Fase do Projeto Beira - Rio. 
Fonte: Levantamento fotográfi co realizado em 10 jul. 2007, pela autora.
Figura 120: Calçadão da Rua do Porto. Disponível em: <http://www.vitruvius.
com.br/institucional/inst118/inst118.asp>. Acesso 20 mai. 2008.
Figura 121: Localização da área de estudo - Bacia do rio Cabuçu de Baixo no 
contexto da RMSP. Fonte: Barros (2007, p. 23).
Figura 122: Principais cursos d`água da Bacia do Cabuçu de Baixo - Bananal, 
Guaraú, Bispo e Cabuçu de Baixo trecho fi nal. Fonte: Barros (2007, p. 25)
Figura 123: Córrego Cabuçu de Baixo – Bacia do Cabuçu de Baixo. Fonte: 
CANHOLI (2005, p.256)
Figura 124: Imagem Satélite Landsat - Bacia do rio Cabuçu de Baixo e sua 
urbanização. Fonte: BARROS (2007, p. 24)
Figura 125: Localização da microbacia do Córrego do Bananal. Fonte: BARROS 
(2007, p. 84)
Figura 126: Detalhe da área de inundação prevista para 25 anos, situação 
atual. Fonte: BARROS (2007, p. 103)
Figura 127: Ocupação densa na Bacia Cabuçu de Baixo. Fonte: BARROS (2007, 
p. 33)
Figura 128: Favela consolidada nas margens do córrego Canivete (afl uente do 
córrego Bananal). Fonte: BARROS (2007, p. 65)
Figura 129: Ocupação desordenada nas margens do córrego Bananal. Fonte: 
BARROS (2007, p. 32)
Figura 130: Av. Inajar de Souza: Canalização do rio Cabuçu de Baixo (canal a 
céu aberto). Fonte: BARROS (2007, p. 34)
Figura 131: Idem.
Figura 132: Entulho, solo e lixo dispostos junto às margens do córrego do 
Bananal – Área crítica de inundações na bacia. Fonte: BARROS (2007, p. 85)
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Figura 133: Idem.
Figura 134: Programa de Ação1: Reservatório Bananal – Bacia de detenção (a) . 
Fonte: BARROS (2007, p. 35)
Figura 135: Canalização do córrego Guaraú a montante do reservatório (b). 
Fonte: BARROS (2007, p. 35)
Figura 136: Medidas em rua de fundos de vale: Caminhos Verdes Fonte: BAR-
ROS (2007, p. 125)
Figura 137: Programa 2: Preservação e Recuperação Ambiental – Situação 
atual. Fonte: BARROS (2007, p. 128)
Figura 138: Programa 2: Preservação e Recuperação Ambiental – Proposta. 
Fonte: BARROS (2007, p. 129)
Figura 139: Programa 2 – Programa de Preservação e Recuperação Ambiental. 
Fonte: BARROS (2007, p. 137)
Figura 140: Programa 2 – Programa de Preservação e Recuperação Ambiental. 
Fonte: BARROS (2007, p. 138)
Figura 141: Programa 3 – Parque Linear do Bananal. Fonte: BARROS (2007, p. 
141)
Figura 142: Programa 3 – Parque Linear do Bananal. Fonte: BARROS (2007, p. 
142)
Figura 143: Localização do município de Belém em relação ao estado do Pará. 
Disponível em: <http://www.pt.wikipedia.org>. Acesso em 10 out. 2007.
Figura 144: Localização do rio Guamá em relação a cidade de Belém. Disponível 
em: <http://www.belem.pa.gov.br/>. Acesso em 10 out. 2007.
Figura 145: Localização da área de intervenção antes da implantação do par-
que. Fonte: Google Earth. Acesso em 16 nov. 2007.
Figura 146: Vista aérea da área de intervenção e o rio Guamá. Fonte: Arquivo 
Rosa Grená Kliass, cedido para a autora.
Figura 147: Vista aérea do terreno cedido pela marinha ao Estado do Pará. 
Fonte: Arquivo Rosa Grená Kliass, cedido para a autora.
Figura 148: Situação encontrada: Muro inviabilizando o contato da população 
com as margens do rio Guamá. Fonte: Arquivo Rosa Kliass, cedido para autora.
Figura 149: Corte das aningas, degradação e perda do equilíbrio ecológico 
local. Fonte: Arquivo Rosa Kliass, cedido para autora.
Figura 150: Implantação do Parque Mangal das Garças. Fonte: Revista Lands-
cape Architecture (v. 96, n. 4, p.123, abr. 2006).
Figura 151: Vista geral do parque à beira do rio Guamá: lago, Farol de Belém 
e Memorial Amazônico da Navegação. Fonte: Arquivo Rosa Kliass, cedido para 
autora.
Figura 152: Vista do interior do Parque. O lago Cavername para o Farol de 
Belém. Fonte: Arquivo Rosa Kliass, cedido para autora.
Figura 153: Vista aérea do parque com o rio Guamá. Fonte: Arquivo Rosa 
Kliass, cedido para autora.
Figura 154: Memorial Amazônico da Navegação e o mirante sobre o rio Gua-
má. Fonte: Arquivo Rosa Kliass, cedido para autora.
Figura 155: Proteção de margem com faxinas fi xadas com estacas. Fonte: 
Baden-Wurtt in COSTA (2001, p. 41) apud CARDOSO (2003).
Figura 156: Proteção de margem com estacas de madeira colocadas transver-
salmente. Fonte: Baden-Wurtt in SELLES (2001, p. 37)apud CARDOSO (2003).
Figura 157: Proteção de margens com entreleçamento de varas colocadas 
transversalmente. Fonte: SELLES (2001, p. 37) Apud CARDOSO (2003).
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Figura 158: Proteção de margem com raízes e pedras. Fonte: LFW - Munique in 
SELLES (2001, p. 45) apud CARDOSO (2003).
Figuras 169: Evolução da remoção de um canal onde não há limitação com 
expansão da margem vegetada Fonte: COSTA (2001, p. 143) apud CARDOSO 
(2003)
Figura 160: Idem.
Figura 161: Idem.
Figura 162: Idem.
Figura 163: Propostas de curto prazo: inserção de vegetação no topo das 
margens canalizadas. Fonte: Adaptado pela autora de Los Angeles River Revi-
talization Master Plan, disponível em <http://ladpw.org/wmd/watershed/LA/
LA_River_Plan.cfm>. Acesso em 17/06/2007.
Figura 164: Proposta de acesso ao rio. Fonte: Adaptado pela autora de Los An-
geles River Revitalization Master Plan, disponível em <http://ladpw.org/wmd/
watershed/LA/LA_River_Plan.cfm>. Acesso em 17/06/2007.
Figura 165: Proposta para melhoria da transposição do rio, valorizando o pe-
destre, com passarelas, ciclovias e pistas de caminhada. Fonte: Adaptado pela 
autora de Los Angeles River Revitalization Master Plan, disponível em <http://
ladpw.org/wmd/watershed/LA/LA_River_Plan.cfm>. Acesso em 17/06/2007.
Figura 166: Leito do rio com “by-pass” para lagoa de retenção. Fonte: Adap-
tado pela autora de Los Angeles River Revitalization Master Plan, disponível 
em <http://ladpw.org/wmd/watershed/LA/LA_River_Plan.cfm>. Acesso em 
17/06/2007.
Figura 167: Aumento da vazão dos defl úvios em consequência da impermea-
bilização crescente do meio urbano. Fonte: Adaptadopela autora de DREISEITL 
(2007, p. 25).
Figura 168: Diminuição da vazão dos defl úvios em consequência da microdre-
nagem: infi ltração na escala do lote e do bairro. Fonte: Adaptado pela autora 
de DREISEITL (2007, p. 25).
Figura 169: Bio-retenção nas calçadas: condução das águnas pluviais para os 
canteiros plantados. Fonte: Adaptado pela autora de Revista Landscape Archi-
tecture (v. 95, n. 6, p. 109, mai. 2005).
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LISTA DE QUADROS
Quadro 01: Principais processos poluidores da água. Fonte: BARROS et al. 
(1995, p.38) apud CARDOSO (2003, p.20)
Quadro 02: Principais causas e fontes de degradação dos rios, lagos e 
estuários. Fonte: LECCESSE, et al. (2004, p.14)
Quadro 03: Eventos mundiais relacionados com a legislação brasileira e a 
preservação dos recursos hídricos
Quadro 04: Sistematização dos tipos de medidas de defesa contra as 
cheias. Fonte: PARK (1981) apud SARAIVA (1999, p. 320)
Quadro 05: Recuperação e proteção do sistema fl uvial.
Quadro 06: Articulação com as políticas urbanas.
Quadro 07: Inserção do rio no tecido urbano.
Quadro 08: Valorização da identidade local e do sentido de cidadania.
Quadro 09: Implementação, monitoramento e gestão.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Coefi ciente de escoamento superfi cial, em função das caracte-
rísticas das bacias. Fonte: JORGE & UEHARA (1999, p. 102), apud CARDOSO 
(2003, p. 17)
Tabela 02: Consumo total de água. Fonte: TUNDISI (2003, p. 32)
Tabela 03: Proporção de municípios, por condição de esgotamento sanitá-
rio, segundo as Grandes Regiões – 2000. Fonte: Relatório do IBGE. Disponí-
vel em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/27032002pnsb.
shtm>. Acesso 01 out. 2007
Tabela 04: Erosão em função da topografi a. Fonte: U.S. Forest (1969) apud 
CARDOSO (2003, p.18)
Tabela 05: Projeção de População e Domicílios. Fonte: Programas Integra-
dos Regionais - SABESP - MP-2001
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INTRODUÇÃO
As cidades contemporâneas são palco de problemas sociais, 
econômicos e ambientais, principalmente nos países em de-
senvolvimento, onde as disparidades sociais e a carência de 
recursos fi nanceiros e técnicos para equacionar as questões 
de infra-estrutura urbana e de gestão ambiental são mais 
acentuadas. 
Os rios urbanos, que já vinham passando por grandes trans-
formações, em especial a partir da intensa urbanização ocor-
rida após a década de 1950, têm sua condição de deterioração 
agravada com a precariedade do saneamento básico, com a 
crescente poluição ambiental, com as alterações hidrológicas 
e morfológicas, bem como com a ocupação irregular de suas 
margens. 
Por um lado, em todo o mundo, grande parte dos cursos 
d’água que se localizam no meio urbano sofreu, ao longo do 
tempo, um processo de degradação contínua, transforman-
do-se em alvo de esquecimento e rejeição. Por outro, o meio 
urbano vem sendo constantemente exposto a inundações, à 
carência de mananciais adequados para abastecimento pú-
blico, além de sofrer a desqualifi cação da paisagem fl uvial.
 A preocupação com os distúrbios ambientais vem evoluindo 
mais signifi cativamente a partir do fi nal da década de 1960, 
com os movimentos e conferências mundiais sobre Meio 
Ambiente promovidos desde então. 
Nesse contexto observa-se uma revisão das ações antrópicas 
sobre a bacia hidrográfi ca e sobre os recursos hídricos de for-
ma mais ampla. Inicialmente, sobressaem as visões dissocia-
das da relação rio-paisagem e rio enquanto recurso hídrico. 
Posteriormente, de forma mais acentuada a partir dos anos 
1990, tais visões se integram sistemicamente.
20
RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
No início da década de 1980, arquitetos e planejadores atuantes na área de planejamento 
e projeto da paisagem testaram e desenvolveram princípios e técnicas de intervenção pai-
sagística que visavam um equilíbrio ecológico. Em 1985, John Lyle1, considerado um dos 
arquitetos mais expressivos do grupo, publicou suas experiências no livro Design for human 
ecosystems.
Durante a década de 1990, diversas cidades situadas, predominantemente, nos países desen-
volvidos, implementaram planos e projetos considerados modelos, no que tange ao trata-
mento de sistemas ou corredores fl uviais urbanos sob o ponto de vista da integração com o 
meio urbano e com a microbacia ou a bacia hidrográfi ca em que se inserem.
Nessa medida, o objetivo geral desta pesquisa é justamente contribuir para ampliar o campo 
do conhecimento e a refl exão do processo de formulação e implementação de planos e pro-
jetos que visam à reconciliação dos rios ao meio urbano. A partir de um conjunto de casos 
considerados inovadores, foram reunidas referências projetuais de cunho ambiental, cultural 
e institucional que pudessem constituir parâmetros de intervenções, sempre de modo a ar-
ticular os cursos d’água ao meio urbano.
 Considerando que esse olhar parte de profi ssionais que trabalham num país em desenvolvi-
mento, com as limitações de atuação sobre o espaço público muito presentes, as indagações 
básicas que conduziram a pesquisa foram as seguintes: 
? Como re-integrar os cursos d’água à paisagem e à vida urbana dentro de parâme-
tros de qualidade ambiental? 
? Como planejar a paisagem, em seu processo dinâmico, repensando a natureza 
dentro do meio urbano consolidado? 
? Quais os projetos signifi cativos que envolvem esta temática nos últimos 15 anos e 
podem apresentar referências aplicáveis à nossa realidade?
Para responder a tais indagações, foram delineados os seguintes objetivos específi cos:
? Discutir um conjunto de planos e projetos paisagísticos de recuperação de cursos 
d’água urbanos, desenvolvidos ou implementados entre 1990 e 2006, buscando 
investigar as especifi cidades estabelecidas de acordo com o sítio, aspectos socio-
culturais e aspectos políticos e de gestão;
? Identifi car os princípios que norteiam os casos estudados, verifi cando os temas em 
que se subdividem e os objetivos, diretrizes e propostas decorrentes;
? Extrair referências projetuais passíveis de orientar a abordagem técnica e socio-
política de planos de recuperação de rios urbanos.
O recorte temporal estabelecido foi de 1990 a 2006, devido ao fato de esse período concen-
trar um conjunto de idéias e iniciativas relevantes, especialmente em países desenvolvidos, 
1 John Tillman Lyle, arquiteto paisagista e professor da Universidade Politécnica da Califórnia, em Pomona.
21
RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
voltadas para a recuperação dos rios de forma integrada à sua bacia hidrográfi ca. Particular-
mente no Brasil, nessa década foi instituída uma política integrada e participativa de recur-
sos hídricos, incorporando a bacia hidrográfi ca como unidade de planejamento e gestão.
A adoção do termo recuperação baseia-se nas defi nições da URBEM2 acerca dos tipos de 
intervenções possíveis no resgate dos sistemas fl uviais, sendo esta a defi nição que melhor 
se aplica aos casos selecionados e aos exemplos similares em geral. Recuperação3 signifi ca 
melhoria do corrente estado do curso d’água e seu entorno, tendo como objetivo uma valo-
rização geral das propriedades ecológicas, sociais, econômicas e estéticas. 
Ao se iniciar a seleção dos casos, o primeiro movimento tendia a abarcar apenas exem-
plos internacionais, apresentados fartamente em material bibliográfi co. Os casos brasileiros, 
além de pouco conhecidos, pareciam pouco numerosos. Porém, à medida que a busca foi 
sendo aprofundada, foram surgindo informações sobre ações de despoluição de córregos, 
sobre projetos de parques lineares e de planos preliminares visando intervenções maissig-
nifi cativas. 
A presente pesquisa teve então como objeto o estudo de seis planos de recuperação de 
cursos d’água de diferentes escalas, sendo três deles internacionais: rio Don, em Toronto, 
Canadá; rio Los Angeles, em Los Angeles, e rio Anacostia, em Washington D. C., estes dois 
últimos situados nos Estados Unidos. E três nacionais: rio Piracicaba, em Piracicaba; micro-
bacia do Cabuçu de Baixo, em São Paulo, ambos situados no estado de São Paulo, e Mangal 
das Garças, às margens do rio Guamá, em Belém, Pará.
A metodologia de pesquisa adotada consistiu basicamente na investigação bibliográfi ca e 
documental de cada caso, de caráter descritivo e analítico; em seguida, foram defi nidos os 
princípios e referências projetuais. As etapas foram:
? Revisão bibliográfi ca: montagem do quadro teórico conceitual examinando os 
conceitos e autores que discutem as principais refl exões sobre o tema; essa pes-
quisa incluiu consultas a livros, revistas e internet;
? Pesquisa documental, levantamento e sistematização dos documentos relaciona-
dos aos estudos de caso selecionados, especialmente os planos, projetos e legis-
lações;
2 URBEM - Urban River Basin Enhancement Methods é um programa da Comissão Européia (EC – European Comission) 
que envolve várias entidades parceiras de âmbito internacional e se dedica ao estudo de bacias hidrográfi cas urbanas.
3 Outros tipos de intervenção defi nidos pela URBEM: Restauração – visa restabelecer a condição original do curso 
d’água no tocante a suas características físicas, químicas e biológicas, ou seja, signifi ca um retorno de cunho funcio-
nal e estrutural ao estado pré-impacto antrópico; Reabilitação – processo que pode ser defi nido como um retorno 
parcial às condições funcionais e/ou estruturais do estado original ou pré-degradação do curso d’água ou trazendo 
de volta o equilíbrio funcional. Norteia-se pelos princípios ecológicos (biológicos, hidromorfológicos e físico-químicos) 
através da aplicação de medidas estruturais e não-estruturais; Renaturalização – abordagem naturalística visando 
recriar um ecossistema fl uvial natural, sem, contudo, restabelecer a condição original do curso d’água, pré-estado 
antrópico.
22
RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
? Defi nição de princípios norteadores da leitura e análise dos casos;
? Comparação entre os casos para identifi cação de referências elegíveis;
? Síntese das referências passíveis de serem aplicadas em planos e projetos de mes-
ma temática.
A dissertação divide-se em cinco capítulos, agrupados em duas partes:
A parte I trata do referencial teórico, contextualizando inicialmente o equilíbrio da relação 
rio-cidade e posterior ruptura, e contém os capítulos 1 e 2. 
O capítulo 1 traz breves considerações sobre a relação rio-cidade, buscando compreender 
o papel do rio no meio urbano num processo que evolui de uma relação de equilíbrio para 
uma relação de confl itos.
O capítulo 2 aborda os movimentos mundiais pró-recuperação ambiental e as visões de in-
tegração entre sociedade e natureza na perspectiva da reconciliação entre os rios e o meio 
urbano.
Na parte II, constituída pelos capítulos 3, 4 e 5, são detalhados os critérios que orientaram 
a seleção dos casos, bem como o método de análise e de comparação entre eles. 
Nos capítulos 3 e 4 apresenta-se, respectivamente ,o estudo do conjunto dos casos interna-
cionais e do conjunto dos casos nacionais, a partir de um roteiro pré-defi nido.
No capítulo 5 são estabelecidos os princípios que orientam, com maior ou menor intensida-
de, os casos analisados, comparando cada caso a partir de quadros que sintetizam os obje-
tivos, as diretrizes e as propostas relacionados às temáticas abordadas. São estabelecidas, a 
partir da comparação, as referências relevantes passíveis de aplicação em planos e projetos 
do mesmo gênero. 
Por fi m, as considerações fi nais retomam os aspectos centrais da pesquisa, ressaltando prin-
cipalmente as referências projetuais e os desafi os que se colocam para o futuro dos rios e 
sua inserção no meio urbano brasileiro. 
PARTE I
CURSOS D’ÁGUA E MEIO URBANO:
DO CONVÍVIO À RUPTURA
1
Instalação de Eduardo Srur. Caiaques, 2006, no Rio Pinheiros, São Paulo/ SP. FOTO: E. Srur
25
RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
Na história das civilizações, de modo geral, os cursos d’água, 
rios, córregos, riachos integravam sítios atraentes para assen-
tamentos, indistintamente, de curta ou longa permanência 
e eram tidos como marcos ou referenciais territoriais. Figu-
ram no imaginário coletivo associados, predominantemente, 
aos mananciais, porém apresentam propriedades outras, tais 
como demarcadores de território, produtores de alimentos, 
corredores de circulação de pessoas e de produtos comer-
ciais e industriais, corredores de fauna e fl ora, geradores de 
energia, espaços livres públicos de convívio e lazer, marcos 
referenciais de caráter turístico, elementos determinantes de 
feições geomorfológicas e conexão entre elas. 
Hoje, porém, o sentimento geral a respeito do estado dos rios 
nas áreas urbanizadas parece repetir sempre a mesma canti-
lena saudosista e nostálgica – como já foram signifi cativos, 
quantas lembranças de sua fase de balneabilidade, quando 
representavam fonte de riqueza para o desenvolvimento da 
sociedade e para a formação das paisagens, no processo de 
interação com o meio urbano.
A evolução da urbanização foi conseguindo eclipsá-los e anu-
lar sua importância, quase restringindo sua presença apenas 
aos sintomas perturbadores; ou seja, mau cheiro, obstáculo 
à circulação e ameaça de inundações. Chega a parecer que a 
situação “cidades invadindo as águas, e águas invadindo as 
cidades” (COSTA, 2006, p.10) se generalizou como irreversí-
vel, inerente ao desenvolvimento.
Este capítulo objetiva, então, compreender as diversas fases 
pelas quais os rios vêm passando. Neste sentido, é funda-
mental entender como um de seus principais componentes, 
a água, como recurso hídrico indispensável para os seres vi-
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
Figura 01: Escultura do rio 
Mississipi de Isamu Noguchi
Fonte: HUNTER, 1978. p.2611
vos, foi sofrendo um processo de deterioração, chegando a representar um problema que 
afeta a saúde pública, acentuando a desvalorização desse sistema. 
Por se tratar de uma abordagem cujo foco de análise é o meio urbano, considera-se ne-
cessário pontuar os impactos resultantes da dinâmica sócio-espacial da urbanização que 
contribuíram para a alienação em relação aos rios.
1.1 Os cursos d’água como fatores de desenvolvimento: considerações
O rio permeia as manifestações culturais da mitologia, da história, da literatura, da música, 
da religião, da fi losofi a, da pintura, da escultura (Figura 1 ) e do cinema. Para diversas civili-
zações, sua presença foi, historicamente, sinônimo de riqueza e poder, mas também, por ou-
tro lado, de fúria, de força da natureza, tendo potencial destruidor e catastrófi co, trazendo 
doenças, arrasando cidades e dizimando populações (SARAIVA, 2005).
A lógica norteadora de inúmeras civilizações antigas na se-
leção do sítio para estabelecer suas aldeias foi a proximidade 
da água, quer seja por razões funcionais, estratégicas, cultu-
rais ou patrimoniais. A Mesopotâmia, por exemplo, como o 
nome já explicita, foi construída entre os rios Tigre e Eufra-
tes, e há também as cidades egípcias nas imediações do Nilo, 
as cidades da civilização greco-romana, junto à bacia do Me-
diterrâneo e ao rio Tibre, as civilizações orientais nas imedia-
ções do Himalaia, as cidades medievais européias – Londres, 
ao longo do Tâmisa; Paris, ao longo do Sena; Viena, ao longo 
do Danúbio; Praga, ao longo do Vlatva(idem, 1998). 
Também nos Estados Unidos, desde a sua colonização, as di-
versas aglomerações urbanas se formavam junto à costa ma-
rítima ou junto aos rios, tidos como eixos de deslocamento 
rumo a outras regiões ribeirinhas a serem conquistadas.
A emergente rede de transportes na América do 
Norte era uma intrincada mescla de rotas nave-
gáveis e terrestres, em que os rios eram sempre 
o principal elo: no início do século XIX as mer-
cadorias que se destinavam à região oeste eram 
embarcadas nos portos da costa oriental até Pits-
burgo de onde balsas transportavam-nas através 
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
dos rios Ohio e Mississipi por 1800 milhas até Nova Orleans (WRENN, 1983 apud OTTO, 
2004, p.1).
O Brasil apresenta uma situação similar, pois, segundo Rebouças (2006), é detentor de uma 
das mais extensas e ricas redes de rios perenes do mundo, por suas condições geológicas 
e climáticas dominantes, com grande extensão territorial, localizada geografi camente na 
faixa mais úmida da terra, entre o Trópico de Capricórnio e o Equador. 
Em certas regiões do Brasil, as populações ribeirinhas tiveram, e têm ainda, seu cotidiano 
associado ou abastecido pelos rios e córregos. Assim, a água é utilizada na habitação, na ati-
vação de engenhocas, como o monjolo ou roda d’água, e está presente em espaços de lazer, 
como o futebol de várzea. O leito fl uvial serve, ainda, para o deslocamento, para lavagem 
de roupas e atividades extrativistas, como a pesca, e para a mineração de pequena escala, 
de areia, argila e pedras. 
Pode-se tomar como exemplo a vila de São Paulo, em sua fase de colonização. Fundada em 
1554, estabeleceu-se num promontório localizado entre os rios Tamanduateí e Anhangabaú 
em sítio próximo a outros dois rios, Pinheiros e Tietê. O núcleo urbano permaneceu concen-
trado nessa colina histórica, debruçado sobre os rios Tamanduateí e Anhangabaú por quase 
três séculos (KAHTOUNI, 2004).
O Tietê, então chamado de Anhembi pelos indígenas, habitantes originais, era navegável e, 
cruzando o estado de São Paulo no sentido leste-oeste, possibilitou a exploração do interior 
do Brasil, ampliando a área de exploração da colonização portuguesa em direção às terras de 
Cuiabá, atual capital do estado do Mato Grosso. Os índios já se utilizavam das canoas para 
navegação, e os jesuítas e bandeirantes se serviram também daquela via fl uvial, na busca de 
mão de obra escrava e mineração. As monções, como eram chamadas as frotas de comércio 
e abastecimento, trafegavam pelo rio Tietê, partindo das localidades de Itu ou Porto Feliz 
até a sua foz, no rio Paraná. E dali seguiam por outros rios, passando pelo Paraná e Paraguai 
até as capitanias de Cuiabá e Mato Grosso. Essas viagens fl uviais ocorreram intensamente 
no período que vai desde o início do século XVIII até início do século XIX, ocasião em que 
as estradas terrestres foram sendo abertas. As últimas ocorreram por volta de 1838, quando 
uma epidemia de febre tifóide tomou conta das margens do Tietê, ocasionando muitas ví-
timas (HOLANDA, 1994).
Na visão de Delijaicov (1998), o rio Tietê é uma grande avenida, os rios Pinheiros e Taman-
duateí, avenidas secundárias e os pequenos rios, ruas de acesso mais localizado dentro desse 
sistema. O rio Tamanduateí era a via de articulação da vila de São Paulo com o Tietê, cujas 
várzeas, com o passar do tempo e o avanço da urbanização, foram sendo ocupadas e, pau-
latinamente, modifi cadas. 
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
Kahtouni (op.cit.) vai buscar um relato do engenheiro Teodoro Sampaio que rememora o 
percurso de canoa do Porto Geral1 a Santo André ou ao Porto do rio Tietê. Em relação ao 
rio Tietê, o processo de ocupação foi um pouco mais lento, pois a ocupação urbana naquela 
direção deu-se mais intensivamente a partir de meados do século XIX, quando se construiu 
a primeira ferrovia (1867) – a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí – ligando o interior do estado 
ao porto de Santos. As várzeas do Tietê eram usadas para atividades diversas, como pesca, 
recreação, hortas e lavagem de roupas.
Alguns outros exemplos de cidades ribeirinhas de grande porte como Blumenau, Recife, 
Cuiabá, Manaus, Porto Alegre têm nos rios um fator de vitalidade e atração turística, ainda 
que poluídos ou com suas características físicas alteradas. Belém do Pará é um exemplo 
signifi cativo. Situado em estratégica posição à beira do rio Guamá, que, confl uindo a outros 
rios, e se encontrando com o mar logo depois da baía de Marajó, possibilitou, no século 
XVII, a ligação direta com a metrópole portuguesa, que, através da rede hídrica da Bacia 
Amazônica, passava a controlar o norte do Brasil (DUARTE, 2006).
1.2 A percepção e a valorização dos rios
A consciência por parte da população da dependência e da fi nitude dos recursos naturais, 
como a água, por exemplo, é um fator relevante de valoração e envolvimento no sentido da 
preservação, conservação ou recuperação, no caso, dos cursos d’água e dos mananciais de 
abastecimento urbano.
É expressiva a relação que os povos nativos do Brasil tinham com a água e a paisagem (i em 
tupi), como se pode notar nas palavras toponímicas que integram a nossa língua (NEIMAN, 
2005, p. 264): 
? Icatu – água boa
? Barueri – águas correntes
? Iguatemi – água verde
? Ipiranga – terra barrenta
? Tietê – ty-rio, ete-verdadeiro 
No Brasil, a relação harmoniosa de encontro da população com o rio ocorreu, de modo geral, 
até a metade do século XX, quando então se ampliaram os confl itos entre desenvolvimento, 
sociedade e meio físico, e a poluição e a difi culdade de acesso às áreas ribeirinhas foram 
expulsando a prática de esportes e lazer para longe das várzeas. 
1 Porto às margens do rio Tamanduateí.
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
Não basta despoluir o rio! Mesmo que ele volte a correr límpido, piscoso, potável, de 
nada modifi cará a percepção que a população tem do seu “esgoto a céu aberto”. O rio 
precisa voltar a se incorporar na vida do paulistano e, para isso, a única alternativa é 
reconstituí-lo como espaço de lazer (Ibid.p.266).
A identifi cação dos signifi cados e valores estéticos e ecológicos das paisagens fl uviais é um 
fator de compreensão da percepção e da utilização do rio pela população e do potencial 
de recuperação desses sistemas. Saraiva (1999) apresenta métodos de avaliação dessa per-
cepção que vêm sendo desenvolvidos com o objetivo de captar valores intangíveis (cênicos, 
estéticos e culturais) que deverão ser incluídos nas decisões dos planos de ordenação da 
paisagem e de uso do solo. Nessa avaliação são pesquisados e reunidos índices de relaciona-
mento entre homens e natureza, na perspectiva temporal e espacial num dado sítio. 
A autora elenca vários estudos e respectivas abordagens desde o fi nal da década de 1960 
até a década de 1990, sintetizando os principais fatores levados em conta na percepção, 
avaliação e preferência das paisagens fl uviais. São eles:
? Características formais ou aspectos estéticos da água e sua relação com a paisa-
gem – unidade como consistência e harmonia; vivacidade como forte impressão 
visual, contraste, textura, composição; variedade da apresentação da água e dos 
elementos a ela interligados, como o solo e a vegetação, e presença de elementos 
focais ou distintos;
? Características ecológicas - diversidade, integridade, composição e variedade de 
espécies;
? Componentes de apreciação cognitiva – simbolismo, complexidade, legibilidade 
e mistério.
Ao apresentar essa metodologia, Saraiva (op. cit.) pretende desvendar qual o envolvimento 
da população com as paisagens fl uviais e suas motivações estéticas e emocionais. Os cri-
térios e fatores a serem incluídos na avaliaçãodo curso d’água devem ser selecionados e 
organizados de acordo com o escopo dos projetos, com os tipos de impactos que vitimam 
os sistemas fl uviais e com as unidades paisagísticas que integram o mosaico paisagístico em 
questão.
Riley (1998) menciona em sua obra a valoração econômica em potencial nos planos de re-
cuperação dos rios, que envolverão, por exemplo, critérios de uso de solo, potencial turístico 
e criação de empregos. 
Brito e Silva (2006) lembram que a desvalorização crescente das áreas ribeirinhas concorre 
para transformá-las em paisagem residual sujeita a ocupações irregulares.
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
1.3 O rio e a paisagem
Na acepção de água em movimento, ao longo das eras, o rio foi esculpindo e alterando a 
superfície e o subsolo da terra, num processo dinâmico e contínuo, demarcando a morfolo-
gia urbana de forma visível (rios, canais, frentes marítimas) ou invisível (drenagem, esgotos, 
captação). O rio atua, ainda, como coadjuvante de outros elementos para a formação da 
paisagem natural e cultural, como a topografi a, solo, modelagem do relevo, vegetação. 
Por terem muito a oferecer além da água, como ressalta Costa (op.cit.), as paisagens fl uviais 
foram sendo apropriadas como paisagens urbanas que propiciavam circulação de bens e 
pessoas, energia e lazer, entre outras facilidades; daí, o autor infere que olhar e “ler” uma 
paisagem urbana por meio de sua bacia hidrográfi ca propicia um entendimento mais gene-
roso e abrangente do território.
A leitura da paisagem, no entanto, foi se tornando cada vez menos decifrável à medi-
da que as cidades foram intervindo em seu sítio, no desenho do processo de expansão, e 
transformando-o, ao vencer os obstáculos geográfi cos e ao plasmá-lo de acordo com suas 
conveniências.
Porém, para compreender a dinâmica da paisagem, a evolução dos cursos d’água e sua re-
lação com a sociedade, tendo-se a clareza das dimensões envolvidas, é necessário recorrer a 
algumas defi nições da palavra paisagem.
As mudanças do signifi cado de paisagem foram acompanhando a evolução das visões de 
mundo, das diversas áreas de conhecimento e dos vários contextos. 
Para Sorre (1962), a paisagem urbana expressa o conjunto de elementos que infl uíram na 
formação e no crescimento da cidade localizada em determinado sítio. O autor entende que 
o desenho da paisagem não foi baseado no traçado dos cursos d’água, mas teve de se adap-
tar à rede natural dos mesmos, sendo que os rios cumprem o papel de obstáculo, assim como 
todos os terrenos lindeiros a eles, baixos e inundáveis, sobre os quais a população vacila ao 
tentar localizar sua moradia. 
Santos (1985) defi ne paisagem como um conjunto de objetos geográfi cos, distribuídos sobre 
um território em sua confi guração geográfi ca ou espacial, apreendidos em sua continuidade 
visível, sendo que são os processos sociais que dão vida a esses objetos. Na paisagem, por 
meio das funções, os processos se concretizam em formas, ganhando signifi cação quando 
corporifi cados.
Em texto que trata da ecologia da paisagem, Metzger (2001) discorre sobre as acepções que 
a palavra paisagem pode assumir a partir do ângulo em que é empregada - pelos pintores, 
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
fotógrafos, turistas, planejadores ou ecólogos. E, como ecólogo, o autor propõe uma defi ni-
ção que visa abarcar abordagens diversas: um mosaico heterogêneo formado por unidades 
interativas, sendo que essa heterogeneidade existe, pelo menos, por um fator, um observa-
dor específi co e uma determinada escala.
Em refl exão acerca do vocábulo paisagem e do projeto da paisagem, Lyle (1996) cita J. B. 
Jackson (1984, apud ibid), segundo o qual, apesar dos diferentes signifi cados da palavra, 
prevalece a idéia de cenário ou cenas visíveis de diferentes ângulos. Lyle, porém, vai além 
da idéia de cenário e propõe a abordagem ecológica das últimas décadas, afi rmando que 
a apreensão que se tem da paisagem corresponde a uma manifestação visível de processos 
dinâmicos.
Para Saraiva (2005), a paisagem pressupõe a integração de três ordens de componentes 
relacionados, ou uma síntese espacial e temporal de relações entre homem e natureza, num 
dado sítio físico, de acordo com a fi gura reproduzida abaixo.
Figura 02: Componentes da 
apreciação e compreensão da 
paisagem
Fonte: SARAIVA (1999, p.226)
Ao discutir a relação do rio com a paisagem, a autora chama a atenção para o conjunto de 
processos físicos e ecológicos que condicionam o fl uxo das águas e para as variáveis espa-
ciais e temporais que afetam o sistema fl uvial. 
No diagrama acima, está inserido um importante componente, nem sempre tão explícito 
quando se faz uma análise da evolução da relação da sociedade com os sistemas fl uviais. 
Trata-se da percepção que envolve a avaliação estética, afetando emocionalmente os atores 
e derivando em valoração da paisagem, presente na situação de deterioração e também na 
de recuperação do ambiente.
Fadigas (2005) parece ter a mesma visão de Saraiva, apresentando uma abordagem similar 
quanto à dinâmica das paisagens e à atuação dos processos antrópicos e da natureza:
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
As paisagens fazem-se e desfazem-se, evoluem, ganham e perdem complexidade por 
ação conjugada do homem e da natureza. Nelas se ligam interativamente comporta-
mentos físicos, químicos e biológicos. Com uma intervenção humana que, direta ou 
indiretamente, condiciona e interfere com o ciclo e o percurso da água, tornando-o 
fácil, suave, controlado e aproveitando dela o máximo como recurso essencial à vida 
ou, pelo contrário, acelerando-o e fazendo-o violento, caprichoso, capaz das maiores 
destruições. Um castigo em vez de uma benesse (FADIGAS, 2005,p.35).
O autor esclarece sobre as situações de ação e reação integrantes do processo de evolução 
da paisagem quando coloca as conseqüências advindas da intervenção humana, que pode 
ser voluntária e fruto de decisões contidas num plano de intervenção, preservação ou ain-
da recuperação, ou alienada, com um total desconhecimento da abrangência dos sistemas 
envolvidos. 
A partir das defi nições acima apresentadas, podemos sintetizar um conceito de paisagem: 
por ter um caráter dinâmico, pressupõe a interação de componentes ecossistêmicos bióticos 
e abióticos e componentes socioeconômicos e culturais, em processos que se corporifi cam, 
assumindo signifi cados apreendidos pelos atores através de uma percepção que inclui a 
valoração estética e emocional. Trata-se de um continuum que, para ser mais bem compre-
endido, é subdividido em mosaicos, defi nidos como subunidades paisagísticas.
Sendo assim, a idéia de paisagem como cenário estático e autônomo em relação à presença 
humana é descartada. E, recorrendo ao texto de Costa (op.cit. p.12), reafi rma-se a idéia de 
que “compreender o rio urbano como paisagem é também dar a ele um valor ambiental e 
cultural que avança na idéia de uma peça de saneamento e drenagem. É reconhecer que rio 
urbano e cidade são paisagens mutantes com destinos entrelaçados.” Essa afi rmação ratifi ca 
a iniciativa dos planos de recuperação dos rios urbanos, como será analisado nos capítulos 
3 e 4.
O rio, citado acima como elemento de destino entrelaçado com a paisagem urbana ou rural, 
não pode ser dissociado de sua bacia hidrográfi ca, a qual representa uma unidade espacial 
paisagística reconhecida e assumida como unidade de gestão. 
De acordo com Alvim (op. cit., 2003), um dos exemplos mais signifi cativos de abordagem de 
confl itos de recursos hídricos, adotando uma visão integrada que entendia a bacia hidro-
gráfi ca como unidade de planejamento e gestão desses recursos, foi o TVA – Tenessee Valley 
Authority, nosEstados Unidos, em 1933. Entre os vários países que adotaram essa visão da 
bacia hidrográfi ca, o autor também destaca a França, cujo modelo propõe a articulação da 
comunidade regional com outras esferas de planejamento, particularmente a territorial.
No Brasil, ao se tratar de paisagens urbanas relacionadas a cursos d’água, por exemplo quan-
do se cruza com um córrego na abertura de novas ruas, é muito comum lançar-se mão de 
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
galerias para interceptá-lo, estrangulá-lo, ou, ainda, embuti-lo em dutos, o que contribui 
para a descaracterização dos vales e para a ocorrência de inundações.
Figura 03: 
Pressão urbana em Porto Velho
Fonte: Arquivo Michel Gorski
1.4 O rio e a bacia hidrográfi ca como sistema de drenagem
De acordo com a defi nição de Jorge e Uehara (1998, p. 104, apud Cardoso, 2003),
a bacia hidrográfi ca ou bacia de drenagem de um rio é a área de drenagem que contém 
o conjunto de cursos d’água que convergem para esse rio, até a seção considerada, 
sendo portanto, limitada em superfície a montante, pelos divisores de água, que cor-
respondem aos pontos mais elevados do terreno e que separam bacias adjacentes. O 
conjunto de cursos d’água, denominado rede de drenagem, está estruturado, com todos 
os seus canais, para conduzir a água e os detritos que lhe são fornecidos pelos terrenos 
da bacia de drenagem.
Bacia hidrográfi ca, portanto, é área, território dotado de declividade que possibilita o esco-
amento das águas que se dirigem direta ou indiretamente para um corpo central. A bacia 
fl uvial contém vales sulcados por um rio principal e seus tributários, que podem formar 
outras bacias ou sub-bacias.
Um ecossistema fl uvial natural está estruturalmente ligado às condições geográfi cas e cli-
máticas características da região em que se encontra. As bacias hidrográfi cas e os rios estão 
integrados ao sistema que compõe o ciclo hidrológico dentro das condições acima men-
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
cionadas – as águas que evaporam, pela ação do aquecimento solar e pela transpiração da 
vegetação durante a fotossíntese, e se movimentam na atmosfera terrestre, circulando pela 
superfície do solo e pelo subsolo.
Esses sistemas drenam as águas para um determinado rio, lago ou oceano. As águas de sub-
solo, quando estão em cota de nível superior à cota de um curso d’água, percolam pelo solo 
alimentando esse curso d’água. Em uma bacia hidrográfi ca não impactada, as águas pluviais 
ou originadas da neve derretida são interceptadas por folhas das árvores e vegetação em 
geral, propiciando a infi ltração de grande parte desse contingente. Quando a capilaridade 
de uma bacia hidrográfi ca se reduz, dá-se o encurtamento do ciclo hidrológico, em que a 
proporção de infi ltração é bem menor que a de evaporação, ocasionando a contribuição 
concentrada de defl úvios e propiciando a incidência de inundações.
Os banhados ou alagados, as desembocaduras e as planícies de inundação dos rios são impor-
tantes componentes do sistema que contribuem para a drenagem, armazenando as águas, 
além de atuarem para a qualidade das águas, por meio da fi ltragem e do processamento 
metabólico, e abrigarem habitat para fauna e fl ora.
1.5 O rio e a vegetação
A vegetação atua na qualidade ambiental como fator de renovação do oxigênio, fi xador 
de partículas em suspensão, amenizador do clima, gerador de sombreamento e de umidade 
pelo processo de evapotranspiração, coadjuvante no sistema de drenagem e na prevenção 
de inundações. Retém a água, protege o solo contra a lixiviação e erosão, além de proteger 
as margens dos rios do assoreamento, assegurando a fi ltragem de suas águas e evitando a 
compactação do solo ao redor das nascentes. 
Essa vegetação presente ao longo dos cursos d’água recebe o nome de fl oresta ou mata 
ciliar, fl oresta galeria, mata beiradeira, mata de beira-rio ou mata ripária2, e se constitui em 
fator essencial, como acima mencionado, para a sua condição de equilíbrio, e também como 
fator de atração para o lazer e turismo, pelos aspectos de acolhimento, provendo sombra e 
valor estético. Como habitat da fauna e fl ora, as matas ripárias são consideradas ecossiste-
mas muito ricos pela diversidade de espécies que abrigam (RILEY, op.cit.). 
Segundo Ab’Saber (2000), esse tipo de vegetação apresenta estrutura e funcionalidade 
ecossistêmicas semelhantes; no entanto, a associação de espécies vegetais é muito variada. 
O autor acrescenta que, mesmo com uma leitura fi tofi sionômica rápida, pode-se perceber o 
2 Ripária é derivada do latim ripa, referindo-se às margens dos rios (RILEY, 1998).
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RIOS E CIDADES: RUPTURA E RECONCILIAÇÃO
quanto são diferentes as matas de várzeas daquelas de colinas e morros. Qualquer que seja 
a extensão, largura ou volume d’ água dos rios ou riachos, eles apresentam uma dinâmica 
que dá origem a diques marginais que são o suporte da vegetação ripária. Ab’Saber atesta 
que o Brasil “exibe o maior e mais diferenciado mostruário de diques marginais no cinturão 
das terras situadas entre os trópicos no planeta” (ibid., p.15). 
De maneira simplifi cada, menciona-se aqui como esse cientista estabelece a relação entre os 
processos hidrogeomorfológicos e os leitos dos rios. Os meandros dos rios amazônicos e tro-
picais da costa atlântica, por exemplo, se desenham em situações de baixa declividade, com 
predominância de argila em solução; enquanto rios e riachos do planalto central do Brasil, 
que carregam predominantemente solo arenoso com certa taxa de argila, são ladeados mais 
simetricamente por várzeas que margeiam os rios, denominadas veredas.
Lima e Zakia (2000) enfatizam o papel das matas ciliares como fi ltros que concorrem para 
a preservação da qualidade das águas retendo os sedimentos e nutrientes que escoam em 
direção aos rios. Outros aspectos abordados pelos autores relacionam-se às funções de es-
tabilização das margens através das raízes, de abastecimento do rio com material orgânico 
e de sombreamento. 
Para se ter uma idéia do desempenho das matas, das áreas vegetadas e da condição de per-
meablidade dos solos, associados a condições de declividade e sua relação com a capacidade 
de infi ltração das águas pluviais, é interessante verifi car a tabela abaixo.
Tabela 01: Coefi ciente de escoamento superfi cial, em função das características das bacias
Fonte: JORGE & UEHARA (1999, p. 102), apud CARDOSO (2003, p. 17)
Coeficiente de escoamento superficial (C), em função das características das bacias 
Características das Bacias C (%)
Superfícies impermeáveis 90-95
Terreno estéril montanhoso: material rochoso ou geralmente não-poroso, com reduzida ou nenhuma 
vegetação e altas declividades
80-90
Terreno estéril ondulado: material rochoso ou geralmente não-poroso, com reduzida ou nenhuma 
vegetação em relevo ondulado e com declividades moderadas
60-80
Terreno estéril plano: material rochoso ou geralmente não-poroso, com reduzida ou nenhuma 
vegetação e baixas declividades
50-70
Áreas de declividades moderadas, grandes porções de gramados, flores silvestres ou bosques, sobre 
manto fino de material poroso que cobre o material não-poroso
40-65
Matas e florestas de árvores decíduas em terrenos de declividades variadas 35-60
Florestas e matas de árvores de folhagem permanente em terreno de declividade variada 5-50
Pomares: plantações de árvores frutíferas com áreas abertas cultivadas ou livres de qualquer planta, a 
não ser gramas
15-40
Terrenos cultivados em plantações de cereais ou legumes, em zonas altas (fora de zonas baixas e 
várzeas)
15-40
Terrenos cultivados em plantações de cereais ou legumes, localizados em zonas baixas e várzeas 10-30

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