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Estatuto da Advocacia e Código de Ética e Disciplina da OAB Comentados - Alvaro

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em	caso	de	reprodução	no	exterior	(art.	104	da	Lei	n.	9.610/98).
Fechamento	desta	edição:	08.10.2018
Produção	digital:	Geethik
CIP	–	BRASIL.	CATALOGAÇÃO	NA	FONTE.
SINDICATO	NACIONAL	DOS	EDITORES	DE	LIVROS,	RJ.
G65e
Gonzaga,	Alvaro	de	Azevedo
Estatuto	 da	 Advocacia	 e	 novo	 Código	 de	 Ética	 e	 Disciplina	 da	 OAB	 comentados	 /	 Alvaro	 de	 Azevedo	Gonzaga,	 Karina	 Penna
Neves,	Roberto	Beijato	Junior.	–	5.	ed.	–	Rio	de	Janeiro:	Forense;	São	Paulo:	MÉTODO,	2019.
ISBN	978-85-309-8318-5
1.	Brasil.	 [Estatuto	da	Advocacia	e	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil	 (1994)].	2.	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil.	3.	Advogados	–
Estatuto	legal,	leis,	etc.	–	Brasil.	4.	Ética	jurídica	–	Brasil.	I.	Neves,	Karina	Penna.	II.	Beijato	Junior,	Roberto.	III.	Título.
18-51360 CDU:	347.965.8(81)
Meri	Gleice	Rodrigues	de	Souza	–	Bibliotecária	CRB-7/6439
Dedicamos	este	livro	a	todos	os	advogados	militantes	e	profissionais	do	Direito	que	ensinam	ética	em	seu	labor	diário.
Nesta	edição,	atualizamos	alguns	julgados,	reforçamos	argumentos	de	posições	já	defendidas	e	apresentamos	as	recentes	alterações	do
Diário	Oficial	da	OAB	e	da	regulamentação	do	processo	eletrônico.
No	mais,	colocamo-nos	à	disposição	dos	leitores	para	as	ricas	observações	que	recebemos	de	aproveitamento	da	obra.
Além	do	texto	da	obra,	foram	gravados	breves	vídeos	que	cumprem	com	um	papel	complementar	a	fim	de	dialogar	com	o	leitor	sobre
as	inovações	da	matéria.	Tais	vídeos	podem	ser	acessados	pelo	QR	Code	abaixo:
São	Paulo,	outubro	de	2018.
Os	Autores
Após	pouco	mais	de	um	ano	de	vigência	do	Novo	Código	de	Ética	e	Disciplina,	pudemos	perceber	e	avaliar	com	mais	acuro	como	os
tribunais	de	ética	vêm	se	posicionando	sobre	os	novos	institutos	deste	diploma.
Foram	feitas	as	atualizações	necessárias,	não	apenas	dos	julgados,	mas	também	dos	primeiros	traços	do	Processo	Virtual	(Provimento	nº
176/2017)	na	OAB.
Eis	que	apresentamos	esta	4ª	edição,	com	os	votos	de	que	este	livro	se	renove	com	o	mesmo	ânimo	da	advocacia.
Os	Autores
A	obra	Estatuto	da	Advocacia	e	Novo	Código	de	Ética	e	Disciplina	da	OAB	comentados,	desde	sua	primeira	edição,	alcançou	grande
repercussão	e	foi	acolhida	pelos	meios	jurídico	e	universitário	e	pelos	candidatos	ao	Exame	da	Ordem,	fato	este	que	nos	envaidece,	mas
aumenta	ainda	mais	nossa	responsabilidade.
Cientes	disso,	apresentamos	a	3ª	edição	desta	obra	revista,	ampliada	e	já	contemplada	com	os	mais	recentes	julgamentos	dos	Tribunais
de	Ética	de	todo	Brasil.
São	Paulo,	março	de	2017.
Os	Autores
Em	28	dias	o	ciclo	lunar	se	completa.
Nem	em	nossas	melhores	projeções	seria	esse	o	período	para	esgotar	a	primeira	edição	deste	livro.
As	ricas	contribuições	dos	colegas	da	advocacia,	dos	julgadores	dos	TEDs,	de	todo	o	Brasil,	bem	como	de	nossos	colegas	de	docência,
proporcionaram	o	aprimoramento	desta	obra.
Além	disso,	fomos	atentos	às	alterações	do	texto	do	Novo	CED,	do	EOAB	e	do	Regulamento	Geral,	em	especial	às	Resoluções	1	a	7	do
Conselho	Federal.
Grande	conquista	da	sociedade	e	da	Advocacia	consiste	na	inserção	da	definição	e	da	possibilidade	de	solicitação	de	inclusão	do	nome
social	de	advogadx	travesti	ou	transexual	que	se	identifica	e	é	socialmente	reconhecidx	como	tal,	mediante	seu	requerimento.
Aguardando	as	observações	para	o	constante	aprimoramento	deste	livro,	agradecemos.
São	Paulo,	julho	de	2016.
Os	Autores
O	Novo	Código	de	Ética	festeja	a	democracia	que	temos	e	que	conquistamos	com	muito	suor	ao	longo	da	história.	Temos	certeza	de	que
a	OAB	não	 só	 lutou	 por	 essa	 conquista	 como	 continua	 sendo	 uma	 constante	 guardiã	 da	manutenção	 dos	 pressupostos	 de	 nosso	Estado
Democrático	de	Direito,	e,	nesse	diapasão,	um	novo	Código	de	Ética	contribui	para	aprimorar	ainda	mais	nossa	profissão.
Sabemos	que	a	ética	não	deve	ser	debatida	apenas	no	campo	abstrato,	sem	aplicação	concreta.	Sabemos,	também,	que	ela,	mais	que	um
norte	distante,	deve	 ser	um	 lema	constante.	A	ética	é	 fundamental	para	a	proteção	da	classe	dos	advogados.	A	 independência	e	o	 sigilo
profissionais,	a	postura	digna,	leal	e	urbana	e	o	respeito	aos	contratos	são	essenciais	ao	bom	conceito	do	advogado	na	sociedade.	Devemos
nos	 portar	 com	 a	 dignidade	 das	 pessoas	 probas	 e	 respeitar	 o	 cliente	 para	 exigir	 o	 recíproco	 respeito,	 pois	 ética	 e	 prerrogativas	 são
indissociáveis	da	advocacia.
Um	 Código	 de	 Ética,	 maduro,	 que	 surge	 sob	 o	 desígnio	 da	 participação.	 Uma	 proposta	 elaborada	 por	 uma	 comissão	 de	 notáveis
conselheiros	federais,	sob	a	relatoria	do	decano	do	plenário	e	medalha	Rui	Barbosa,	Paulo	Roberto	de	Gouveia	Medina,	sendo	submetida	a
uma	densa	abertura	para	consulta	pública	pela	internet	e	às	instituições	e	entidades,	avaliada	pelo	colégio	de	presidentes	de	seccionais	e,
finalmente,	apreciada	pelos	representantes	da	advocacia	brasileira,	legitimados	pelo	Estatuto	a	representar	a	classe.
Possível	 apontar	 alguns	 embargos	 ao	 texto,	 mas,	 seguramente,	 este	 Código	 contempla	 muitas	 das	 exigências	 hodiernas	 da	 prática
advocatícia.	O	futuro	que	se	discutia	hoje	é	presente	para	nossa	advocacia.
Esperamos	que	a	experiência	docente	e	acadêmica	aliada	à	experiência	prática	profissional	destes	que	subscrevem	possam	ser	elementos
delineadores	deste	trabalho	que	se	apresenta.
São	Paulo,	abril	de	2016.
Os	Autores
Em	A	Era	dos	Direitos,	Norberto	Bobbio	 traz	a	 lume	a	 importância	da	concepção	de	pessoa	solidificada	pela	cristandade.	Embora	o
conceito	 já	 estivesse	 presente	 na	 humanidade,	 foi	 no	 ambiente	 teológico,	 cristão,	 que	 a	 ideia	 de	 igualdade	 mínima	 entre	 os	 homens,
atribuída	pelo	fato	de	pertencerem	à	mesma	espécie	e	serem	filhos	do	mesmo	pai,	se	cristalizou.
As	Revoluções	 Francesa	 e	Americana	 secularizam	 essa	 condição,	 e,	 a	 partir	 de	 então,	 passou	 a	 existir	 no	 plano	 institucional,	 e	 do
Direito,	o	reconhecimento	de	um	conjunto	de	garantias	mínimas	a	qualquer	ser	humano.	Trata-se,	sem	dúvida	alguma,	do	conceito	mais
revolucionário	de	toda	a	História	Humana,	pois	implicou	uma	série	de	mudanças	na	forma	como	um	homem	vê	o	outro.	Esse	outro	deixa	de
ser	algo	passível	de	apropriação.	A	escravidão,	por	exemplo,	passa	a	ser	vista,	pela	maioria	das	sociedades,	como	uma	prática	repudiável.	E
é	 justamente	 dessa	 ideia	 de	 igualdade	 que	 se	 origina	 a	 ideia	 de	 liberdade.	 Como	 apontaRonald	 Dworkin,	 em	A	Virtude	 Soberana,	 a
igualdade	é	a	virtude	primária	da	qual	derivam	todas	as	demais.
A	 partir	 desse	 entendimento,	 a	 humanidade	 ruma	 para	 uma	 expansão	 cada	 vez	maior	 de	 direitos	 e	 inicia-se,	 assim,	 um	 patamar	 de
civilidade	e	dignidade	nunca	antes	observados	nas	relações	humanas.	A	adoção	universal	de	valores	democráticos	se	traduz,	no	ambiente	do
Direito,	na	constituição	do	Estado	democrático	de	Direito,	o	qual	se	afirma	de	maneira	definitiva,	sobretudo	no	mundo	ocidental,	após	a
Segunda	Guerra	Mundial.
Os	 aspectos	 históricos,	 embora	 verdadeiros	 e	 necessários	 para	 compreendermos	 como	 chegamos	 até	 aqui,	 não	 são	 suficientes	 para
explicar	de	que	forma	isso	ocorreu.	O	processo	evolutivo	de	que	tratamos,	ainda	que	possa	ser	observado	por	qualquer	estudante	de
Direito	 em	 livros	 de	 Teoria	 Geral	 do	 Estado,	 não	 se	 deu	 de	 forma	 linear,	 direta.	 Os	 avanços	 não	 estiveram	 imunes	 a	 tropeços	 e
retrocessos,	muito	menos	representaram	o	abandono	de	condutas	autoritárias	do	Estado,	as	quais	passaram	a	coexistir	com	as	democracias
constituídas,	 sob	 a	 forma	 de	 “medidas	 de	 exceção”.	O	 nazismo,	 o	 fascismo	 e	 as	 ditaduras	militares	 na	América	 Latina	 são,	 talvez,	 os
exemplos	mais	emblemáticos	dessa	interseção	entre	democracia	e	autoritarismo.
A	 decretação	 de	 governos	 de	 exceção,	 caracterizados	 pela	 suspensão	 dos	 direitos	 da	 sociedade,	 ou	 de	 uma	 parcela	 dela,	 sob	 a
justificativa	de	que	havia	um	inimigo	a	ser	combatido,	foi	uma	constante	ao	longo	do	século	XX.
O	 exemplo	mais	 dramático	 na	modernidade	 de	 sujeição	 do	 ser	 humano	 à	 violência	 institucional	 do	Estado	 foi	 o	 do	 aprisionado	 no
campo	de	concentração,	sem	direito	à	defesa,	desprovido	de	qualquer	proteção	–	a	“vida	nua”,	tal	como	descrito	por	Giorgio	Aganbem	–,
identificado	não	por	um	nome,	mas	por	um	número,	 uma	 inscrição.	A	mesma	violência	 é	praticada	hoje	 em	Guantánamo	e	nas	prisões
brasileiras,	onde	milhares	de	pessoas	são	encarceradas	preventivamente	sem	ainda	ter	exercido	o	seu	direito	de	defesa.
Mais	recentemente,	tivemos	no	Patriotic	Act,	declarado	nos	Estados	Unidos	após	os	ataques	às	torres	gêmeas,	um	exemplo	acabado	da
incorporação	de	medidas	de	exceção	em	um	governo	democrático.	O	combate	ao	terrorismo	justificou	a	perseguição	a	uma	comunidade	–
no	caso,	a	árabe,	e,	mais	especificamente,	praticante	do	islamismo	–,	identificada	como	inimiga.	E,	assim,	essas	pessoas	foram	destituídas
de	seus	direitos,	o	que	resultou,	na	prática,	na	possibilidade	de	que	fossem	investigadas	sob	tortura,	presas	sem	indicação	de	culpa	ou	crime
cometido	e,	principalmente,	sem	direito	à	defesa.
Na	América	Latina,	as	medidas	de	exceção	são	ainda	mais	ardilosas,	pois	embora	não	se	criem	 legislações	que	permitam	ao	Estado
declarar	parcela	da	sociedade	como	inimiga,	a	fatia	maior	dessa	sociedade	–	representada	pela	pobreza	–	é	tratada	como	tal.	No	continente,
ao	se	confundir	deliberadamente	a	 figura	do	bandido	com	a	pobreza,	 subtraem-se	os	direitos	da	população	mais	vulnerável,	para	que	se
possa	atingi-lo.	O	“bandido”,	nesta	circunstância,	é	 tido	como	 inimigo	social,	e	não	como	cidadão	que	erra,	mas	permanece	detentor	de
direitos	 mínimos,	 tal	 qual	 ocorre	 quando	 o	 acusado	 ou	 criminoso	 pertence	 à	 parcela	 social	 economicamente	 incluída.	 Tampouco	 é	 o
indivíduo	que,	ao	ser	acusado	de	cometer	um	crime,	é	processado	e	julgado,	mas,	sim,	aquele	que	é	alcunhado	como	tal	pela	mídia	e	assim
designado	por	um	certo	consenso	social.
Esse	 amesquinhamento	 das	 garantias	 asseguradas	 pelo	 Estado	 democrático	 de	 Direito	 é,	 certamente,	 a	 principal	 razão	 pela	 qual	 o
exercício	da	advocacia	é	tão	importante	no	mundo	contemporâneo.
Como	 salvaguardar	 direitos	 fundamentais	 do	 ser	 humano	 em	 um	momento	 da	 história	 tão	 complexo	 e	 contraditório,	 talvez,	 seja	 a
questão	crucial	da	advocacia	hoje.	De	um	lado,	temos	uma	conjuntura	mundial	que,	com	todos	os	seus	conflitos	e	disparidades,	é	menos
conturbada	em	relação	às	tragédias	e	aos	genocídios	observados	no	período	anterior	à	Guerra	Fria,	um	período	de	relativa	paz	no	mundo,
em	que	a	maioria	dos	países	ocidentais	tem	regimes	democráticos	e	em	que	os	Direitos	Humanos,	pela	primeira	vez	na	história,	passam	a
contar	 com	 tribunais	 internacionais.	 De	 outro,	 por	 uma	 contradição	 que	 faz	 parte	 da	 humanidade,	 temos	 instituições	 cada	 vez	 mais
permeadas	por	uma	perspectiva	punitivista,	que,	embora	tenha	no	Direito	Penal	o	seu	foco	maior,	espalha-se	por	todos	os	demais	âmbitos
do	Direito.
Mais	do	que	nunca	na	história	da	modernidade,	a	advocacia,	nesse	mundo	violento	e	de	desagregação	social,	mostra-se	uma	profissão
fundamental	 para	 resgatar	 o	 que	 de	 melhor	 a	 humanidade	 produziu	 até	 aqui.	 O	 advogado	 é	 o	 guardião	 dos	 valores	 maiores	 da	 nossa
civilização	 e,	 tal	 qual	 um	 templário	da	 contemporaneidade,	 tem	como	missão	 lutar	 por	 igualdade	 e	 liberdade.	De	 todas	 as	 profissões,	 a
advocacia	 é	 a	 que	 tem	 a	 qualidade	 de	 se	 voltar	 à	 defesa	 do	 ser	 humano	 como	 tal	 –	 não	 como	 objeto	 nem	 como	 inimigo.	Toda	 a	 ética
profissional	tem	de	estar	voltada	para	essa	perspectiva.
Ouso	 dizer	 que,	 das	 funções	 do	 Direito,	 a	 advocacia	 representa	 o	 papel	 mais	 nobre,	 pois	 é	 aquela	 que,	 exercida	 sem	 função	 de
autoridade,	impõe	limite	ao	poder	do	Estado.	O	advogado,	ao	contrário	do	promotor	e	do	juiz,	não	goza	da	possibilidade	do	uso	legítimo	da
força,	e	é	por	meio	da	palavra	que	combate	o	emprego	da	violência	–	institucionalizada	ou	não.
Por	 guerrear	 unicamente	 com	 essa	 arma	 pacífica,	 o	 exercício	 profissional	 da	 advocacia	 deve	 ter	 como	 primado	 a	 garantia	 de	 suas
prerrogativas	em	relação	à	ação	do	Estado,	como	forma	de	assegurar	a	defesa	dos	seus	assistidos,	ou	seja,	da	cidadania	que	ele	protege.	É
importante	 destacar	 que	 tais	 prerrogativas	 não	 são	meros	 direitos	 pessoais	 do	 advogado,	mas,	 sim,	 instrumentos	 para	 a	 preservação	 de
valores	fundamentais,	o	que,	em	essência,	significa	a	defesa	do	ser	humano	como	alguém	provido	de	um	mínimo	de	proteção	 jurídica	e
política.
A	violência	contra	o	advogado	se	exerce	mais	intensamente	nos	dias	de	hoje	no	plano	simbólico,	à	medida	que	o	associam	com	a	defesa
do	crime	e	da	figura	do	criminoso.	O	advogado	não	defende	o	crime	nem	a	conduta	humana	ou	sequer	a	pessoa	do	acusado.	Ele	defende	os
diretos	da	pessoa,	a	condição	humana	na	sua	dimensão	jurídico-política.
Para	que	possa	ao	mesmo	tempo	superar	essa	simbologia	equivocada,	proteger	valores	essenciais	e	combater	o	uso	abusivo	da	violência
institucional,	o	advogado	deve	contar	com	uma	legislação	que	regule	a	profissão	e	garanta	que	seja	exercida	de	forma	plena.	Logo,	essa
também	é	uma	batalha	que	deverá	travar	com	paixão.
O	jovem	que	ingressa	na	carreira	profissional	precisa	estar	convicto	de	que	defender	suas	prerrogativas	não	é	apenas	um	direito	dele,
mas	também	um	dever,	e	que	ao	fazê-lo	não	está	agindo	em	favor	de	si	próprio,	e	sim	de	toda	a	categoria	profissional	e,	mais	ainda,	da
sociedade	e	das	garantias	conquistadas	ao	longo	de	todo	um	processo	civilizatório.	É	preciso	não	se	desviar	da	certeza	de	que	cada	vez	que
ele	defender	os	direitos	de	um	indivíduo,	a	cidadania	e	a	humanidade	serão	defendidas	pelo	que	de	humano	há	em	cada	um	de	nós.
Pedro	Estevam	Serrano
Advogado,	Professor	de	Direito	Constitucional	da	PUC-SP,	Mestre	e	Doutor	em	Direito	do	Estado	pela	PUC-SP,	Pós-doutorado	pela
Universidade	de	Lisboa.
A	deontologia	jurídica,	matéria	que	se	dedica	ao	estudo	dos	deveres	atinentes	aos	profissionais	do	Direito,	é	fundamental	ao	exercício
ético	e	à	dignidade	da	advocacia.	Etimologicamente,	deontos	significa	o	dever	de	fazer,	e	 logos	 representa	o	discurso	sobre	determinada
matéria,	 versando,	 portanto,	 a	 deontologia	 jurídica	 sobre	 as	 condutas	 que	 devem	 ser	 adotadas	 pelos	 advogados	 no	 cumprimento	 de	 seu
mister.
A	advocacia,	como	função	indispensável	à	administraçãoda	Justiça,	assim	consagrada	pela	Constituição	da	República	de	1988,	em	seu
artigo	 133,	 deve	 obedecer	 a	 normas	 e	 condutas	 éticas	 que	 sejam	 condizentes	 com	 a	 relevância	 e	 o	 caráter	 público	 das	 funções
desempenhadas.
As	condutas	e	os	valores	considerados	éticos	não	são	absolutos,	atemporais,	tampouco	são	passíveis	de	dedução	abstrata	ou	metafísica.
Transformam-se	ao	longo	da	história	e	são	forjados	concretamente,	como	expressão	e	reflexo	das	posturas	consideradas	por	determinado
grupo	ou	sociedade	adequadas	e	desejáveis.
Assim	também	ocorre	com	a	ética	profissional,	que	se	atualiza	à	medida	que	se	modernizam	as	práticas	profissionais,	as	relações	sociais
e	a	percepção	da	sociedade	a	respeito	do	bom	e	do	justo.
A	 partir	 dessa	 necessidade	 social	 de	 atualização,	 o	 Conselho	 Federal	 da	 OAB,	 contando	 com	 a	 participação	 de	 toda	 a	 advocacia
brasileira,	aprovou	um	novo	Código	de	Ética	e	Disciplina	para	a	classe,	visando	modernizar	as	normativas	éticas	que	regem	o	exercício	da
profissão,	bem	como	fortalecer	o	compromisso	indissociável	que	o	advogado	deve	firmar	com	os	valores	democráticos	e	seus	constituintes.
Zelar	 pelo	 caráter	 de	 essencialidade	 e	 indispensabilidade	 da	 profissão,	 atuar	 com	 independência,	 honestidade,	 decoro	 e	 veracidade,
contribuir	para	o	aprimoramento	das	instituições,	do	Direito	e	das	leis	são	apenas	alguns	dos	deveres	ratificados	pelo	novo	diploma.
Não	se	trata	de	meros	conselhos	ou	recomendações	para	o	bom	desempenho	da	profissão.	Os	deveres	instituídos	pelo	Código	de	Ética	e
Disciplina	consubstanciam-se	em	normas	cogentes,	vinculam	todos	os	advogados	à	sua	observância,	sob	pena	de	cometimento	de	infração
disciplinar.
Por	 isso,	 este	 livro	 carrega	 uma	 dupla	 importância.	 De	 um	 lado,	 lança	 luzes	 sobre	 a	 nova	 regulamentação	 das	 condutas	 éticas	 da
advocacia,	incitando	a	classe	não	apenas	a	conhecer,	mas	a	respeitar	diuturnamente	esses	deveres	no	trato	com	seus	clientes	e	com	as	partes
processuais,	assim	como	na	condução	dos	processos	e	dos	casos	em	que	atua.
De	 outro	 lado,	 exalta	 a	 observância	 das	 normas	 de	 conduta	 ético-profissional	 como	 motivo	 provocador	 de	 profundos	 reflexos	 na
sociedade,	 a	 qual	 passa	 a	 contar	 com	 serviços	 de	 profissionais	 comprometidos	 com	 a	 defesa	 dos	 direitos,	 destemidos	 e	 independentes,
atuando	em	prol	da	defesa	e	do	devido	processo	legal,	perquirindo,	em	última	instância,	a	realização	da	justiça	e	a	garantia	das	liberdades
recíprocas,	fundamentais	à	vida	em	sociedade.
A	obra	solidifica	o	entendimento	de	que	o	advogado	ético,	que	coloca	à	frente	de	sua	atuação	profissional	a	defesa	de	seu	cliente	e	da
ordem	constitucional,	é	peça	fundante	e	indispensável	à	construção	de	uma	sociedade	verdadeiramente	justa	e	democrática.
Marcus	Vinicius	Furtado	Coêlho
Advogado	e	Ex-Presidente	do	Conselho	Federal	da	OAB
ESTATUTO	DA	ADVOCACIA	E	A	ORDEM	DOS	ADVOGADOS	DO	BRASIL
TÍTULO	I	–	DA	ADVOCACIA
Capítulo	I	–	Da	Atividade	da	Advocacia
Capítulo	II	–	Dos	Direitos	do	Advogado
Capítulo	III	–	Da	Inscrição
Capítulo	IV	–	Da	Sociedade	de	Advogados
Capítulo	V	–	Do	Advogado	Empregado
Capítulo	VI	–	Dos	Honorários	Advocatícios
Capítulo	VII	–	Das	Incompatibilidades	e	Impedimentos
Capítulo	VIII	–	Da	Ética	do	Advogado
Capítulo	IX	–	Das	Infrações	e	Sanções	Disciplinares
TÍTULO	II	–	DA	ORDEM	DOS	ADVOGADOS	DO	BRASIL
Capítulo	I	–	Dos	Fins	e	da	Organização
Capítulo	II	–	Do	Conselho	Federal
Capítulo	III	–	Do	Conselho	Seccional
Capítulo	IV	–	Da	Subseção
Capítulo	V	–	Da	Caixa	de	Assistência	dos	Advogados
Capítulo	VI	–	Das	Eleições	e	dos	Mandatos
TÍTULO	III	–	Do	Processo	na	OAB
Capítulo	I	–	Disposições	Gerais
Capítulo	II	–	Do	Processo	Disciplinar
Capítulo	III	–	Dos	Recursos
TÍTULO	IV	–	DAS	DISPOSIÇÕES	GERAIS	E	TRANSITÓRIAS
CÓDIGO	DE	ÉTICA	E	DISCIPLINA	DA	ORDEM	DOS	ADVOGADOS	DO	BRASIL
TÍTULO	I	–	DA	ÉTICA	DO	ADVOGADO
Capítulo	I	–	Dos	Princípios	Fundamentais
Capítulo	II	–	Da	Advocacia	Pública
Capítulo	III	–	Das	Relações	com	o	Cliente
Capítulo	IV	–	Das	Relações	com	os	Colegas,	Agentes	Políticos,	Autoridades,	Servidores	Públicos	e	Terceiros
Capítulo	V	–	Da	Advocacia	Pro	Bono
Capítulo	VI	–	Do	Exercício	de	Cargos	e	Funções	na	OAB	e	na	Representação	da	Classe
Capítulo	VII	–	Do	Sigilo	Profissional
Capítulo	VIII	–	Da	Publicidade	Profissional
Capítulo	IX	–	Dos	Honorários	Profissionais
TÍTULO	II	–	DO	PROCESSO	DISCIPLINAR
Capítulo	I	–	Dos	Procedimentos
Capítulo	II	–	Dos	Órgãos	Disciplinares
Seção	I	–	Dos	Tribunais	de	Ética	e	Disciplina
Seção	II	–	Das	Corregedorias-Gerais
TÍTULO	III	–	DAS	DISPOSIÇÕES	GERAIS	E	TRANSITÓRIAS
TABELA	COMPARATIVA	DO	NOVO	CÓDIGO	DE	ÉTICA	E	DISCIPLINA
ÍNDICE	ALFABÉTICO-REMISSIVO	DO	NOVO	CÓDIGO	DE	ÉTICA	E	DISCIPLINA
a)
b)
c)
d)
a)
	Comentários
As	atividades	privativas	inauguram	o	EAOAB	antes	mesmo	de	qualquer	requisito	ou	definição	sobre	o	que	é	o	advogado,	qual	o	seu
papel	na	sociedade	e	os	requisitos	indispensáveis	para	sua	inscrição	nos	quadros	do	Conselho	Seccional.
O	inciso	I	trata	de	atividades	propriamente	judiciais,	enquanto	o	inciso	II	elenca	a	caracterização	típica	de	atividades	extrajudiciais	que
dependem	não	somente	da	formação	em	direito,	como	da	regular	inscrição	do	advogado	nos	quadros	da	OAB.
O	EAOAB	procura	tratar,	desde	seu	início,	das	atividades	que	devem	ser	consideradas	como	privativas	para	o	exercício	da	advocacia,
elencando	uma	série	de	deveres	a	serem	observados	pelos	advogados,	merecendo	destaque:
Postulação	 em	 Juízo:	 postular	 é	 pedir,	 solicitar	 a	 prestação	 de	 algo.	 Segundo	 dispõe	 o	 EAOAB,	 o	 advogado	 é	 o	 único	 com
capacidade	postulatória,	 previsão	 encontrada	 também	no	Novo	Código	de	Processo	Civil	 em	 seu	 art.	 103,	caput,	 enquanto	 seu
parágrafo	único	dispõe	que	 “lícito	 à	parte	postular	 em	causa	própria	quando	 tiver	 habilitação	 legal”,	 devendo	as	partes	possuir
capacidade	processual	para	estar	(e	não	postular)	em	juízo.	Qualquer	exceção	a	esta	regra	deve	estar	legalmente	estabelecida.
Assessoria,	Consultoria,	Direção	e	Gerência	Jurídica:	todas	estas	atividades	são	privativas	do	advogado	regularmente	inscrito
na	OAB,	não	podendo	ser	exercida	por	bacharel	ou	por	estagiário,	configurando-se	exercício	ilegal	da	profissão	nos	termos	dos
arts.	47	da	Lei	de	Contravenções	Penais	e	4º	do	RGEAOAB.
Visto	em	Atos	Constitutivos	de	Sociedade:	por	exigência	legal,	toda	pessoa	jurídica	deve	ter	seus	atos	constitutivos	assinados	por
advogado.	 Para	 que	 o	 contrato	 social	 surta	 seus	 efeitos,	 portanto,	 o	 advogado	 deverá	 acompanhar	 e	 subscrever	 o	 instrumento,
somente	 tendo	seu	 registro	deferido	pela	Junta	Comercial	nestes	casos,	considerando-se	nulo	o	ato	na	sua	ausência,	 seguindo	o
regramento	da	Lei	de	Registros	Públicos,	em	seu	art.	114,	incisos	e	parágrafo	único.
A	 exceção	 faz-se	 para	 micro	 e	 pequenas	 empresas,	 que,	 por	 força	 da	 Lei	 Complementar	 123/2006,	 dispensa	 a	 presença	 de
advogado	para	sua	constituição,	portanto	sendo	assim	realizada.
Atos	 Extrajudiciais	 Determinados	 por	 Lei:	 ainda	 que	 para	 atos	 extrajudiciais	 não	 se	 exija	 a	 capacidade	 postulatória,	 é
importante	mencionar	que	em	alguns	casos	a	lei	exige	a	presença	de	um	advogado	para	ratificá-los	e	para	que	surta	seus	efeitos
legais,	como	em	inventários,	separações	e	divórcios	extrajudiciais,	nos	termos	dos	arts.	610	e	733	do	Novo	Código	de	Processo
Civil	de	2015,	tendo	como	fundamento	a	Resolução	35/2007	do	Conselho	Nacional	de	Justiça.
Em	razão	da	ADIn	1.127-8,	o	Supremo	Tribunal	Federal	entendeu	que	a	postulação	em	juízo,	apesar	de	ato	privativo	do	advogado,	deve
ser	relativizada	em	alguns	casos,	tornando	dispensável	o	advogado	em	oito	hipóteses:
Habeas	Corpus:	 o	 §	 1º	 procura	 esposar	 entendimento	 sobre	 a	 não	 obrigatoriedade	 de	 advogados	 para	 impetração	 de	Habeas
Corpus,	isto	porque	o	texto	constitucional	já	resguardou	como	garantia	fundamental	e	cláusula	pétrea	de	todo	e	qualquer	cidadão,
insculpido	no	art.	5º,	LXVIII,	ratificado	igualmente	pelo	Código	de	Processo	Penal,	no	art.	654,prevendo	que	“O	habeas	corpus
poderá	ser	impetrado	por	qualquer	pessoa,	em	seu	favor	ou	de	outrem,	bem	como	pelo	Ministério	Público”.	O	advogado,	assim,	é
dispensável	para	impetração	de	habeas	corpus,	uma	vez	que	se	impetra	como	cidadão,	juntando	cédula	de	RG	ou	título	de	eleitor
para	tanto.	Mesmo	quando	quem	o	impetra	é	advogado,	não	o	faz	no	exercício	regular	de	sua	profissão,	mas	sim	como	cidadão.
b)
c)
d)
e)
f)
g)
h)
O	Superior	Tribunal	de	Justiça,	por	exemplo,	recebeu,	em	25	de	junho	de	2015,	Habeas	Corpus	escrito	à	mão	em	papel	higiênico
enviado	 de	 paciente	 preso	 na	 penitenciária	 de	Guarulhos	 I	 (SP),	 e,	 em	 20	 de	 abril	 de	 2015,	 a	mesma	Corte	 Superior	 já	 havia
registrado	outro	pedido	encaminhado	da	mesma	maneira.	Em	2014,	um	detento	do	Ceará	redigiu	suas	razões	em	um	pedaço	de
lençol.
Vale	ressaltar	que	a	EC	45/2004	determina	que	para	concursos	se	comprovem	três	anos	de	efetivo	exercício	da	advocacia,	o	que	se
faz	por	pelo	menos	cinco	atos	privativos	de	advogado	ao	ano,	não	entrando	no	cômputo	impetrações	de	habeas	corpus,	devendo-se
levar	em	consideração	a	listagem	feita	pelo	REGOAB,	em	seu	art.	5º,	parágrafo	único	e	alíneas,	constituindo-se	em	rol	taxativo	de
possibilidades.
Ainda	no	tocante	ao	Habeas	Corpus,	 existem	discussões	doutrinárias	e	 judiciais	acerca	da	possibilidade	de	Recurso	em	HC	ser
realizado	pelo	próprio	paciente,	sem	a	necessidade	de	advogado	e	de	capacidade	postulatória,	posição	esta	que	faz	sentido,	uma
vez	que	a	capacidade	para	recorrer	decorre	da	capacidade	para	postular,	como	extensão	do	direito	de	ação	e	se	o	habeas	corpus	é
assegurado	a	todos	sem	a	necessidade	de	capacidade	postulatória,	perde	o	sentido	a	jurisprudência	negar	o	exercício	pleno	deste
direito.
Juizados	 Especiais	 de	 Pequenas	Causas	 e	 Juizados	 Especiais	 Federais:	 em	 ambos	 os	 casos	 é	 possível	 a	 postulação	 sem	 a
necessidade	de	advogado.	No	Juizado	Especial	de	Pequenas	Causas,	regulado	pela	Lei	9.099/1995,	pode	a	parte	comparecer	em
juízo	para	propor	demanda	de	até	20	salários	mínimos,	por	força	do	art.	9º,	enquanto	no	Juizado	Especial	Federal,	regulado	pela
Lei	10.259/2001,	pode-se	propor	demanda	de	até	60	salários	mínimos,	conforme	dispõe	o	art.	10	sem	a	presença	de	advogado.
Ressalte-se	que	nos	Juizados	Especiais	de	Pequenas	Causas	se	podem	pleitear	valores	de	até	40	salários	mínimos,	momento	no
qual	a	presença	do	advogado	se	fará	obrigatória.
Sobre	os	Juizados	Especiais	Criminais,	inclusive	os	federais,	a	presença	do	advogado	será	sempre	requisito	obrigatório,	de	acordo
com	o	art.	68	da	Lei	9.099/1995	e	do	já	decidido	pelo	STF	na	ADIn	3.168/DF.
Justiça	do	Trabalho:	mesma	maneira	 deve-se	 observar	 e	 estender	 este	 entendimento	 à	 Justiça	 do	 Trabalho,	 em	 que	 impera	 o
princípio	do	jus	postulandi,	nos	moldes	dispostos	no	art.	791	da	CLT,	estipulando	que	“os	empregados	e	os	empregadores	poderão
reclamar	pessoalmente	perante	a	Justiça	do	Trabalho	e	acompanhar	as	suas	reclamações	até	o	final”,	tendo	sido	relativizado	para
alcançar	apenas	os	atos	posteriores	à	postulação	inicial,	além	de	não	incidir	nas	ações	de	competência	direta	do	Tribunal	Superior
do	Trabalho,	por	força	da	Súmula	425/10:
“JUS	POSTULANDI	NA	JUSTIÇA	DO	TRABALHO.	ALCANCE.	Res.	165/2010,	DEJT	divulgado	em	30.04.2010	e	03	e
04.05.2010.
O	jus	postulandi	 das	 partes,	 estabelecido	 no	 art.	 791	 da	CLT,	 limita-se	 às	Varas	 do	Trabalho	 e	 aos	Tribunais	Regionais	 do
Trabalho,	não	alcançando	a	ação	rescisória,	a	ação	cautelar,	o	mandado	de	segurança	e	os	recursos	de	competência	do	Tribunal
Superior	do	Trabalho.”
Assim,	 verificamos	 que	 não	 há	 necessidade	 de	 advogado	 para	 a	 postulação	 trabalhista,	 mas,	 se	 a	 parte	 estiver	 representada	 por
causídico,	diferentemente	do	habeas	corpus,	entrará	para	o	cômputo	dos	atos	privativos	de	advogado	para	concurso	público.
Justiça	de	Paz:	a	competência	 legal	da	Justiça	de	Paz	existe	desde	a	Constituição	do	 Império	de	1824,	permanecendo	na	atual
Carta	 Política	 de	 1988,	 tendo	 como	 fundamento	 celebrar	 casamentos,	 verificar	 de	 ofício	 ou	 após	 impugnação	 o	 processo	 de
habilitação	e	exercer	funções	conciliatórias	sem	caráter	jurisdicional.
Ação	Revisional	Penal:	o	Código	de	Processo	Penal	prevê	em	seu	art.	623	que	“A	revisão	poderá	ser	pedida	pelo	próprio	réu	ou
por	procurador	legalmente	habilitado	ou,	no	caso	de	morte	do	réu,	pelo	cônjuge,	ascendente,	descendente	ou	irmão”,	de	modo	que
a	 ação	 de	 revisão	 penal	 poderá	 ser	 proposta	 sem	 a	 presença	 de	 advogado	 pelo	 próprio	 réu	 e	 em	 caso	 de	 falecimento,	 aqueles
habilitados	como	seu	cônjuge,	ascendentes,	descendentes	ou	mesmo	seu	irmão.
Processo	Disciplinar	Administrativo:	o	STF,	quando	do	julgamento	do	Recurso	Extraordinário	434.059,	assentou	o	entendimento
de	que	“a	falta	de	defesa	técnica	por	advogado	no	processo	administrativo	disciplinar	não	ofende	a	Constituição”,	previsão	inserida
na	Súmula	Vinculante	nº	5,	o	que	objetiva	a	dispensa	do	advogado.
Ação	Direta	de	Inconstitucionalidade	Proposta	pelo	Presidente	da	República:	o	Presidente	da	República,	quando	empossado,
poderá	 apresentar	 ADIn	 perante	 o	 STF	 sem	 a	 necessidade	 de	 que	 advogado	 assine	 a	 petição,	 embora	 se	 recomende	 o
acompanhamento	por	um	causídico.
Lei	de	Alimentos:	o	Diploma	Legal	estabeleceu	que	a	pessoa,	quando	considerada	pobre	na	acepção	 jurídica	do	 termo,	poderá
procurar	diretamente	ou	com	advogado	o	 juízo	competente	para	 recebimento	dos	alimentos	devidos	por	 força	do	art.	 2º	da	Lei
5.478/68.
Observação:	Mandado	 de	 Segurança,	 Ação	 Popular,	 Ação	 Civil	 Pública	 e	 Ação	 Coletiva	 exigem	 a	 presença	 de	 advogado	 em	 sua
postulação.
Apesar	 de	 os	 cursos	 jurídicos,	 de	 maneira	 geral,	 trabalharem	 com	 os	 estudantes	 para	 prepará-los	 aos	 conflitos	 judiciais,	 devemos
ressaltar	que	o	advogado	pode	também	ter	papel	importante	na	Mediação	e	na	Arbitragem,	com	bases	nas	Leis	9.307/1996	e	13.140/2015
para	resolução	de	conflitos.
Ainda	que	mediadores,	árbitros	ou	conciliadores,	as	disposições	do	NCED	recaem	sobre	os	advogados	que	exercem	essas	funções,	bem
como	do	EAOAB,	de	modo	que	devem	igualmente	receber	honorários	por	sua	atuação	quando	da	instauração	desses	litígios	(arts.	2º,	VI,
48,	§	4º,	e	77	do	NCED).
O	NCPC	 tratou	 igualmente	de	estabelecer,	entre	os	arts.	165	e	175,	disposições	 referentes	à	 importância	da	mediação,	conciliação	e
arbitragem	para	os	advogados,	não	apenas	atuando	no	papel	de	mediador,	árbitro	ou	conciliador,	mas	também	para	propagar	e	incentivar	a
utilização	 desses	meios	 para	 resolução	 de	 litígios,	 que	 deve	 ser	 estimulada	 pelo	 Estado	 e	 pelos	magistrados,	 segundo	 dispõe	 o	mesmo
Diploma	Processual	Civil,	em	seu	art.	3º,	§§	1º	a	3º.	Nas	palavras	do	Professor	Paulo	Lôbo:
“O	 trato	do	 advogado	 com	mediadores	 e	 árbitros	 leigos	 importa	 conduta	profissional	 desformalizada	 e	 aberta,	 porque	deve
sempre	estar	disponível	para	a	 transação,	com	espírito	conciliador.	O	advogado	não	pretende	que	 se	diga	o	direito	contra	o
outro,	a	vitória	de	um	e	a	derrota	do	outro,	mas	a	justiça	possível	e	preferencialmente	negociada.	Sua	aptidão	para	conciliar	é
mais	importante”.	(LÔBO,	Paulo	Luiz	Netto.	Comentários	ao	Estatuto	da	Advocacia	e	da	OAB.	São	Paulo:	Saraiva,	2010,	p.
12)
Devemos	lembrar	que	o	advogado	não	existe	apenas	para	os	casos	em	que	tenha	litígios,	devendo	ele	zelar	pelo	melhor	interesse	do	seu
cliente	antes	de	tudo.	Buscar	o	justo	pode	significar	não	necessitar	o	ingresso	no	Judiciário,	resolvendo-se	a	questão	de	forma	conciliatória	e
rápida,	denotando	a	preocupação	do	advogado	com	o	seu	cliente.
O	Tribunal	de	Ética	e	Disciplina	de	São	Paulo	já	decidiu	sobre	o	exercício	irregular	da	profissão:
“E-3.279/06	 –	 EXERCÍCIO	 DA	 PROFISSÃO	 –	 CONSULTORIA	 JURÍDICA	 PRESTADA	 POR	 BACHAREL	 EM
DIREITO	–	IMPOSSIBILIDADE.
Não	basta	cursar	a	faculdade	de	direito,	obter	aprovação	e	ter	expedido	seu	diploma	ou	certificado	de	conclusão	do	curso,	para
ser	 advogado.	 Para	 ser	 advogado	 é	 precisoestar	 inscrito	 na	Ordem	dos	Advogados	 do	Brasil.	 São	 atividades	 privativas	 de
advocacia	a	postulação	em	juízo	e	as	atividades	de	consultoria,	assessoria	e	direção	jurídica.	São	nulos	os	atos	privativos	de
advogado	praticados	por	pessoa	não	inscrita	na	OAB,	sem	prejuízo	das	sanções	civis,	penais	e	administrativas	(artigos	1º	e	4º
do	EAOAB).	O	bacharel	em	direito	não	pode	sob	qualquer	hipótese	prestar	consultoria	jurídica,	que	é	atividade	privativa	da
advocacia,	sob	pena	de	cometer	crime	de	exercício	ilegal	da	profissão	(Regulamento	Geral	–	artigo	4º).”	(V.U.,	em	16/02/2006,
do	parecer	 e	 ementa	do	Rel.	Dr.	Luiz	Antônio	Gambelli	 –	Rev.	Dr.	Fabio	Kalil	Vilela	Leite	–	Presidente	Dr.	 João	Teixeira
Grande)
“EXERCÍCIO	DA	PROFISSÃO	–	ASSESSORIA	E	CONSULTORIA	JURÍDICAS	PRESTADAS	POR	BACHAREL
EM	DIREITO	E	ESTAGIÁRIO	–	IMPOSSIBILIDADE.
1	–	Os	cursos	jurídicos	não	formam	advogados,	mas	somente	bacharéis	em	direito,	que,	para	habilitarem-se	profissionalmente,
são	 obrigados	 a	 inscrever-se	 na	 OAB,	 cumprindo	 as	 exigências	 definidas	 no	 artigo	 8º	 do	 Estatuto,	 para	 só	 então	 serem
autorizados	a	exercer	as	atividades	da	advocacia	e	utilizar-se	da	denominação	de	advogado,	que	é	privativa	dos	 inscritos	na
Ordem	(artigo	3º	do	Estatuto).	Portanto,	o	bacharel	em	direito	não	pode	sob	qualquer	hipótese	prestar	assessoria	e	consultoria
jurídicas,	que	são	atividades	privativas	da	advocacia	(artigo	1º,	II,	do	Estatuto),	sob	pena	de	cometer	crime	de	exercício	ilegal
da	profissão	(Regulamento	Geral	–	artigo	4º).	2	–	O	estagiário,	mesmo	que	devidamente	inscrito,	também	não	poderá	prestar
assessoria	e	consultoria	jurídicas,	a	não	ser	que	o	faça	em	conjunto	com	advogado	e	sob	a	responsabilidade	deste	(art.	3º,	§	2º,
do	Estatuto).	3	–	O	advogado	é	o	primeiro	juiz	de	seus	atos,	portanto,	deve	decidir,	com	base	nas	normas	legais	e	de	acordo
exclusivo	 com	 sua	 consciência	 e	 deveres	 para	 com	 sua	 profissão,	 quais	 as	medidas	 que	 entende	 necessárias	 para	 coibir	 as
atitudes	que	julgue	prejudiciais	ao	pleno,	legal	e	ético	exercício	da	advocacia.”	(TED/OAB/SP.	Proc.	E-3.011/2004	–	v.u.,	em
19/08/2004,	do	parecer	e	ementa	do	Rel.	Dr.	Guilherme	Florindo	Figueiredo	–	Rev.	Dr.	Zanon	de	Paula	Barros	–	Presidente	Dr.
João	Teixeira	Grande)
Na	mesma	esteira,	vemos	decisão	do	Tribunal	de	Ética	e	Disciplina	de	Goiás:
“Ementa:	Assinatura	 em	Petição	 de	Não	 Inscritos	 na	OAB.	Advogado	 que	 permite	 a	 assinatura	 em	 petição	 a	 estudante	 de
Direito	não	inscrito	como	estagiário	comete	infração	ético	disciplinar.	Portanto,	há	que	se	aplicar	a	pena	de	censura	prevista	no
art.	 35,	 inciso	 I,	 do	EAOAB,	devendo	 constar	 dos	 assentamentos	 do	 inscrito,	 conforme	dispõe	o	 parágrafo	único	do	 artigo
citado,	constante	da	Lei	8.906/94.	Decisão:	Representação	julgada	procedente,	aplicando	ao	representado	a	pena	de	censura,
nos	termos	do	voto	da	Relatora.”	(P.	D.	n.º	11.173/99.	V.	U.	Presidente	da	1ª	Turma	do	TED/OAB/GO	–	Dr.	Célio	Medeiros
Cunha.	Relatora	–	Juíza	Dalva	Moura	da	Silva	Martins.	04.05.2004)
	Comentários
O	§	3º	traz	importante	vedação	para	divulgação	da	advocacia	com	outras	atividades.	Por	mais	nobre	que	seja	a	outra	profissão,	não	se
pode	ocorrer	a	divulgação	conjunta	com	a	advocacia.	A	vedação	ao	exercício	em	conjunto	com	outras	atividades	é	total	e	procura	privilegiar
a	profissão,	não	importando	se	a	outra	atividade	tenha	natureza	civil,	comercial,	público,	privada	ou	mesmo	não	lucrativa.
Igualmente,	não	se	pode	exercer	no	mesmo	espaço	profissão	conjunta	com	a	advocacia.	O	profissional	pode	ser	médico	e	advogado,
contador	e	advogado,	engenheiro	e	advogado,	mas	não	no	mesmo	espaço,	motivo	pelo	qual	a	identificação	deve	ser	clara	e	inequívoca	de
que	se	trata	tão	somente	de	escritório	de	advocacia.
Este	 parágrafo	 procura	 ratificar	 o	 esposado	 também	pelo	Código	 de	Ética	 e	Disciplina	 de	 2015,	 ao	 estipular	 em	 seu	 art.	 39	 que	 “a
publicidade	 profissional	 do	 advogado	 tem	 caráter	 meramente	 informativo	 e	 deve	 primar	 pela	 discrição	 e	 sobriedade,	 não	 podendo
configurar	captação	de	clientela	ou	mercantilização	da	profissão”,	bem	como	pelo	art.	4º	e	alíneas	do	Provimento	94/2000.
Com	o	Novo	Código	de	Ética	e	Disciplina,	aprovado	pelo	Conselho	Federal	da	OAB	em	4	de	novembro	de	2015,	procurou-se	dar	nova
roupagem	ao	dispositivo,	aumentando	as	possibilidades	de	divulgação	da	atividade	de	advogado,	tais	como	levar	em	consideração	o	avanço
tecnológico	e	das	mídias	sociais.
Apesar	disso,	as	empresas	e	comércios	em	geral	podem	possuir	um	departamento	 jurídico	para	 realizar	 todas	as	atividades	 jurídicas
delimitadas	no	objeto	do	contrato,	não	podendo	prestar	assessoria	jurídica	fora	do	objeto	do	contrato.	A	vedação	se	faz	como	maneira	de
evitar	a	comercialização	da	advocacia,	para	não	ocorrer	a	“casadinha”,	venda	de	um	serviço	em	conjunto	com	outro.
Sobre	o	tema,	verificamos	o	posicionamento	do	Tribunal	de	Ética	e	Disciplina	de	São	Paulo:
“E-3.259/05	 –	EMENTA	Nº	 1	 –	EXERCÍCIO	PROFISSIONAL	E	ATIVIDADE	ESTRANHA	À	ADVOCACIA	–	AS
ATIVIDADES	PRIVATIVAS	DA	ADVOCACIA	ESTÃO	PREVISTAS	NO	ARTIGO	 1º	DO	ESTATUTO	DA	OAB	 –
PROFERIR	 PALESTRAS	 É	 ATIVIDADE	 ESTRANHA	 À	 ADVOCACIA	 –	 O	 ADVOGADO,	 COMO	QUALQUER
OUTRO	 CIDADÃO,	 PODE	 EXERCER	 A	 FUNÇÃO	 DE	 PRELETOR,	 CONTUDO,	 A	 PROPAGANDA	 DAS
PALESTRAS	A	SEREM	PROFERIDAS	JAMAIS	PODERÁ	SER	FEITA	EM	CONJUNTO	COM	SUA	ATIVIDADE
PROFISSIONAL,	SOB	PENA	DE	INFRAÇÃO	AO	§	3º	DO	ARTIGO	1º	DO	ESTATUTO	DA	OAB.
Não	poderá	 ser	divulgado	o	exercício	da	advocacia	 em	conjunto	com	a	atividade	de	 ‘preletor’.	Se	a	 condição	de	 ‘preletor’
admite	propaganda,	o	exercício	da	advocacia	não	a	admite.	O	advogado	na	divulgação	de	sua	profissão	(publicidade,	e	não
propaganda)	deverá	 restringir-se	aos	ditames	dos	artigos	28	a	34	do	Código	de	Ética	e	Disciplina,	da	Resolução	nº	2/92	do
Tribunal	de	Ética	e	Disciplina	da	OAB/SP	–	Turma	Deontológica	e	do	Provimento	94/2000	do	Conselho	Federal	da	OAB.”
(V.U.,	em	17/11/2005,	da	ementa	e	parecer	da	Relatora	Dr.ª	Maria	do	Carmo	Whitaker	–	Revisor	Dr.	Benedito	Édison	Trama	–
Presidente	ad	hoc	Dr.	Fabio	Kalil	Vilela	Leite)
“EXERCÍCIO	 DE	 OUTRAS	 ATIVIDADES	 PROFISSIONAIS	 SIMULTANEAMENTE	 COM	 A	 ADVOCACIA	 –
CORRETOR	DE	IMÓVEIS,	DESPACHANTE	POLICIAL	E	CORRETOR	DE	SEGUROS.
Proibição	total	quanto	ao	exercício	conjunto	com	a	atividade	de	despachante	policial	(art.	28	da	Lei	n.	8.906/94	e	art.	1º	do
Provimento	62/88).	Inexistência	de	impedimento	ou	incompatibilidade	com	relação	às	atividades	de	corretagem,	embora	não
recomendável.	Necessidade	imperiosa	de	preservação	dos	preceitos	éticos	e	de	ordem	pública,	não	podendo,	por	consequência,
serem	as	atividades	conjuntas	exercidas	no	mesmo	espaço	físico	nem	angariar	causas	ou	clientes	e	comprometer	o	direito/dever
de	 sigilo	 profissional	 e	 inviolabilidade	 do	 escritório	 de	 advocacia,	 além	 da	 estrita	 obediência	 ao	 parágrafo	 3º	 do	 art.	 1º	 do
EAOAB,	que	veda	a	divulgação	de	advocacia	em	conjunto	com	outra	atividade,	melhor	entendido	pela	leitura	do	art.	31	do
Código	de	Ética	e	Disciplina.”	(TED/OAB/SP.	Proc.	E	–	1.389	–	V.U.	–	Rel.	Dr.	Benedito	Édison	Trama	–	Rev.	Dr.	José	Carlos
Magalhães	Teixeira	–	Presidente	Dr.	Robison	Baroni)
E	o	Tribunal	de	Ética	e	Disciplina	do	Rio	Grande	do	Sul	segue	o	mesmo	entendimento:
“Ementa:	 DIVULGAÇÃO	 DOS	 SERVIÇOS	 DE	 ADVOCACIA	 CONJUNTAMENTE	 COM	 CORRETAGEM	 DE
IMÓVEIS.
Representação	procedente.	Incorre	em	sanção	ética	disciplinar	aquele	que	divulga	serviços	de	advocacia	conjuntamente	com
corretagem	de	imóveis.”	(TED/OAB/RS.	Julgamento	em	18	de	Setembro	de	2007,	Processo/ano:	239993/2006,	Relator:	Carlos
Felipe	Vizzotto	de	Castro,	Decisão:	Unânime,	Órgão	Julgador:	Quinta	Turma)
Há,	 entretanto,	 um	 limite	 para	 incursão	 na	 pena	 de	 exercer	 a	 atividade	 em	 conjunto,	 isto	 é,	 nem	 sempre	 o	 advogado	 estará
necessariamente	infringindo	o	dispositivo	em	comento,	uma	vez	que	ele	pode	exercer	outras	atividades,	desde	que	em	locais	distintos	ou
quando	ambas	são	exercidas	no	mesmo	imóvel,	mas	em	salasdistintas.	Vemos	o	posicionamento	do	TED	de	São	Paulo	sobre	o	assunto:
“EXERCÍCIO	PROFISSIONAL	–	ADVOGADO	QUE	TAMBÉM	EXERCE	A	PROFISSÃO	DE	ENGENHEIRO	DE
SEGURANÇA	DO	TRABALHO.
Não	existe	proibição	para	que	o	advogado	exerça	outras	profissões.	Deve	fazê-lo	em	locais	distintos	e	sem	divulgação	conjunta
das	atividades	sob	pena	de	afronta	ao	art.	1º,	§	3º,	da	Lei	8.906/94	e	Resolução	13/97	deste	sodalício.	O	advogado	não	pode
ainda	 desenvolver	 essas	 atividades	 no	 mesmo	 local	 sob	 pena	 de	 violar	 o	 sigilo	 profissional,	 independência	 e	 liberdade
profissional	e	caracterizar	concorrência	desleal	e	mercantilização	vedados	pelo	EAOAB	e	CED.	Ementa	nº	2.”	(TED/OAB/SP.
Proc.	E-3.080/04	–	v.m.,	em	09/12/04,	do	parecer	e	ementa	do	Rel.	Dr.	Carlos	Roberto	Fornes	Mateucci	–	Rev.	Dr.	Fábio	Kalil
Vilela	Leite	–	Presidente	Dr.	João	Teixeira	Grande)
“ESCRITÓRIO	DE	ADVOCACIA	 –	 EXERCÍCIO	CONCOMITANTE	COM	OUTRA	ATIVIDADE	REGULAMENTADA
NO	MESMO	LOCAL	–	CORRETOR	DE	IMÓVEIS	–	NECESSIDADE	DE	DISTINÇÃO.
A	 atividade	 de	 corretor	 de	 imóveis	 pode	 ser	 desenvolvida	 simultaneamente	 com	 o	 exercício	 da	 Advocacia,	 não	 estando
elencada	em	nenhuma	das	hipóteses	de	impedimento	ou	incompatibilidade	previstas	nos	artigos	28	a	30	do	Estatuto	vigente.
Necessidade	 de	 preservação	 dos	 preceitos	 éticos	 e	 de	 ordem	 pública,	 não	 podendo,	 por	 consequência,	 serem	 as	 atividades
conjuntas	exercidas	no	mesmo	espaço	físico	nem	angariar	causas	ou	clientes.	Não	caracterização	da	prática	da	infração	ético-
disciplinar	prevista	no	artigo	33,	parágrafo	único,	do	Estatuto	da	Advocacia	e	artigo	5o,	do	Código	de	Ética	e	Disciplina,	vez
que	 as	 duas	 atividades,	 embora	 desenvolvidas	 nas	 dependências	 do	 mesmo	 imóvel,	 apresentam	 instalações	 distintas,	 não
restando	comprometido	o	direito/dever	de	sigilo	profissional	e	a	 inviolabilidade	do	escritório	de	advocacia.”	(TED/OAB/SP.
Proc.	 E-	 087/09	 –	 v.m.,	 em	 25/03/11,	 Rel.	 (voto	 divergente)	Dr.	Achilles	 Benedicto	 Sormani	 –	 Presidente	Dr.	Ailton	 José
Gimenez)
	Comentários
O	 art.	 2º	 do	 EAOAB	 disciplina	 aquilo	 que	 já	 é	 consagrado	 pela	 Constituição	 Federal	 de	 1988,	 que	 tratou	 em	 seu	 art.	 133	 que	 “o
advogado	é	indispensável	à	administração	da	justiça,	sendo	inviolável	por	seus	atos	e	manifestações	no	exercício	da	profissão,	nos	limites
da	lei”.	Conforme	ensinamentos	do	Professor	Paulo	Lôbo:
“O	princípio	da	 indispensabilidade	não	foi	posto	na	Constituição	como	favor	corporativo	aos	advogados	ou	para	 reserva	de
mercado	profissional.	Sua	ratio	é	de	evidente	ordem	pública	e	de	relevante	interesse	social,	como	instrumento	de	garantia	de
efetivação	da	cidadania.	É	garantia	da	parte	e	não	do	profissional”.	 (LÔBO,	Paulo	Luiz	Netto.	Comentários	ao	Estatuto	da
Advocacia	e	da	OAB.	São	Paulo:	Saraiva,	2010,	p.	40)
Ao	 considerarmos	 sob	 o	 viés	 constitucional	 e	 com	 base	 no	 EAOAB,	 verificamos	 que	 o	 advogado	 goza	 de	 quatro	 características
principais,	 sendo	 elas:	 Indispensabilidade;	 Inviolabilidade;	 Função	 Social	 e	 Independência,	 que	 permeiam	 tanto	 este	 Estatuto,	 como	 o
Código	de	Ética	e	Disciplina	e	o	Regulamento	Geral.
Observa-se	 também	 que	 a	 Carta	 Política	 surge	 após	 um	 momento	 conturbado	 da	 História	 brasileira,	 garantindo-se	 ao	 advogado	 a
prerrogativa	 de	 indispensável	 à	manutenção	 da	 própria	 democracia	 e	 como	 fundamento	 para	 o	 acesso	 à	 justiça,	 de	modo	 que	 o	 art.	 5º
estipula	no	inciso	XXXV	que	“a	lei	não	excluirá	da	apreciação	do	Poder	Judiciário	lesão	ou	ameaça	a	direito”.
O	ministério	privado	do	advogado,	isto	é,	o	exercício	regular	da	profissão,	é	uma	atividade	enaltecedora	das	instituições	democráticas	e
deve	sempre	ser	enaltecido	como	preponderante	para	sua	manutenção.
Ao	se	enfatizar	que	o	advogado	presta	serviço	público	e	exerce	função	social,	não	significa	sua	imediata	promoção	ao	funcionalismo
público	sem	a	necessidade	de	concurso	público,	o	que	é	vedado	pela	Constituição	Federal.
Pelo	 contrário,	 verificamos	que	o	EAOAB	dispôs	que	 às	vistas	da	 sociedade	o	desempenho	do	 advogado,	 seja	 em	atos	 judiciais	 ou
extrajudiciais,	é	necessário	para	que	se	cumpra	a	função	social,	delimitada	em	vários	institutos	da	Carta	Magna.
Percebe-se	 a	 importância	 do	 advogado	 para	 administração	 da	 justiça	 quando	 verificamos	 que	 se	 ressalta	 não	 apenas	 o	 seu	 múnus
público,	ou	seja,	sua	atividade	como	indispensável	à	sociedade	e	ao	exercício	da	cidadania.
Eleva-se	neste	sentido	a	relevância	do	seu	papel	na	sociedade,	que	não	se	limita	às	relações	processuais	ou	às	atividades	privativas	de
sua	competência.	Historicamente	a	advocacia	se	encontra	na	defesa	das	instituições	democráticas	brasileiras	e	na	luta	pela	prevalência	do
bem	social.
Por	 isso,	a	postulação	em	juízo	é	sempre	com	vistas	a	buscar	o	melhor	 interesse	do	seu	cliente,	utilizando-se	para	 tanto	de	 todos	os
meios	lícitos	e	idôneos	para	convencer	o	julgador	sobre	o	pleito	realizado.
O	 advogado,	 no	 exercício	 regular	 de	 suas	 funções,	 tem	 ainda	 a	 inviolabilidade	 por	 seus	 atos	 praticados	 e	manifestações	 realizadas,
sempre	se	balizando	de	acordo	com	os	preceitos	legais	em	vigor.
Deve,	 portanto,	 agir	 com	 prudência	 e	 contribuir	 para	 o	 bom	 desenvolvimento	 do	 processo	 judicial	 ou	 administrativo	 na	 defesa	 dos
interesses	dos	clientes,	sem	nunca	deixar	de	seguir	o	ordenamento	jurídico	e	a	ética	indispensável	à	profissão.
Lembremos	 que	 esta	 disposição	 é	 válida	 apenas	 e	 tão	 somente	 quando	 o	 advogado	 encontra-se	 exercendo	 a	 profissão.	 Em	 caso	 de
encontrar-se	em	sua	vida	privada,	esta	regra	não	poderá	ser	aplicada.
	Comentários
Como	extensão	do	art.	1º,	deste	EAOAB,	o	exercício	da	profissão	de	advogado,	 tanto	em	sua	atividade	como	em	sua	denominação,
devem	ser	privativos	aos	inscritos	nos	quadros	da	OAB,	o	que	implica	afirmar	que	somente	os	oficialmente	aprovados	no	Exame	Nacional
Unificado	 podem	 requerer	 a	 inscrição	 nas	 seccionais.	 A	 faculdade	 de	 direito	 não	 forma	 advogados,	mas	 é	 um	 dos	 requisitos	 para	 sua
inscrição.
Conforme	 já	mencionado	 (vide	 comentários	 ao	 art.	 1º	 do	 EAOAB),	 o	 exercício	 da	 atividade	 por	 pessoa	 não	 habilitada	 implica	 em
sanções	e	penalidade	legais	nas	esferas	criminal,	cível	e	disciplinar.	A	sujeição	a	esta	lei	é	ampla,	mas	gera	inúmeras	discussões	no	campo,
uma	vez	que	a	subordinação	ao	regime	da	lei	comporta	todos	os	profissionais	que	exercem	a	atividade	jurídica.
Atentemo-nos	 também	que	a	função	de	advogado	descrita	neste	dispositivo	somente	pode	ser	exercida	por	profissional	 regularmente
inscrito	no	Conselho	Seccional	da	OAB	do	seu	referido	Estado,	além	de	cumprir	com	todos	os	requisitos	indispensáveis	para	sua	efetivação
constantes	no	art.	8º,	deste	EAOAB,	que	serão	mais	bem	abordados	quando	da	análise	comentada	do	dispositivo.
Sendo	o	EAOAB	uma	norma	Federal,	aplica-se	a	todos	os	integrantes	no	âmbito	da	União	Federal,	dos	Estados,	Municípios,	Distrito
Federal	e	das	entidades	da	administração	direta	e	fundacional,	devendo	observar	as	disposições	do	Estatuto.
Embora	se	tenham	inúmeras	discussões	sobre	o	alcance	do	Código	de	Ética	e	Disciplina	(como	é	o	caso	dos	defensores),	quanto	à	Lei
não	podem	ficar	dúvidas,	estando	todos	sob	sua	guarda,	além	das	disposições	concernentes	ao	regime	próprio	de	cada	função.
Exemplo	 dessa	 discussão	 pode	 ser	 encontrado	 no	 art.	 4º,	 §	 6º,	 da	 Lei	 Complementar	 80/1994,	 com	 a	 redação	 dada	 pela	 Lei
Complementar	132/2009,	aduzindo	que	a	capacidade	postulatória	para	o	Defensor	Público	decorre	exclusivamente	da	sua	nomeação	e	posse
no	cargo	público.
O	texto,	porém,	não	permite	inferir	que	exista	a	dispensa	da	inscrição	do	Defensor	Público	nos	regulares	quadros	da	OAB.	Na	realidade,
o	dispositivo	demonstra	que	para	postulação	em	juízo	o	Defensor	Público	não	precisa	fazer	prova	do	instrumento	procuratório,	bastando
para	tanto	a	posse	no	cargo.	Esse	é	o	entendimento	seguido	pelo	Conselho	Federal	e	que	consideramos	o	correto,	valendoeste	raciocínio
para	os	Exames	de	Ordem.
	Comentários
O	estagiário,	compreendido	como	o	estudante	de	direito	cursante	do	4º	ou	5º	anos	e	regularmente	inscrito	nos	quadros	da	OAB,	pode
praticar	os	atos	descritos	no	caput	deste	artigo,	em	conjunto	com	outro	advogado,	jamais	sozinho,	ainda	que	“autorizado”	pelo	advogado.
Para	tanto,	deve	observar	o	EAOAB,	o	Código	de	Ética	e	Disciplina	e	o	Regulamento	Geral	da	OAB,	de	modo	que	a	responsabilidade	pelos
atos	praticados	pelo	estagiário	sempre	será	do	advogado	que	o	acompanha	e	o	instrui.
Embora	no	antigo	EAOAB,	de	1963,	o	estagiário	pudesse	praticar	 todos	os	atos	que	hoje	são	privativos	do	advogado,	devemos	nos
atentar	 que	 o	 caráter	 do	 estágio	 não	 é	 o	 de	 profissionalizar	 o	 estudante,	mas	 sim	 de	 instruí-lo	 na	 carreira,	 isto	 é,	 o	 estágio	 não	 é	 uma
profissão	e	o	local	em	que	ele	se	realiza,	mesmo	sendo	em	escritório	privados,	tem	como	único	intuito	a	educação	do	estagiário.	Bem	expôs
o	Professor	Paulo	Lôbo:
“Ao	 contrário	 do	 Estatuto	 anterior,	 que	 permitiu	 o	 exercício	 pelo	 estagiário	 dos	 atos	 não	 privativos	 de	 advogado,	 o	 novo
Estatuto	faculta	ao	primeiro	(regularmente	inscrito	na	OAB)	exercer	todos	os	atos,	desde	que	acompanhado	necessariamente
por	 advogado	 (incluindo	 o	 procurador	 ou	 o	 defensor	 público)	 e	 sob	 a	 responsabilidade	 deste.	A	 atuação	 do	 estagiário	 não
constitui	 atividade	 profissional;	 integra	 sua	 aprendizagem	 prática	 e	 tem	 função	 pedagógica”.	 (LÔBO,	 Paulo	 Luiz	 Netto.
Comentários	ao	Estatuto	da	Advocacia	e	da	OAB.	São	Paulo:	Saraiva,	2010,	p.	41)
Para	 se	 identificar,	 deve	 sempre	 colocar	 a	 categoria	 estagiário	 junto	 à	 petição	 ou	 documentos,	 ou	 seja,	 o	 número	 de	 sua	 inscrição
seguida	de	“–E”,	para	mostrar	que	não	se	trata	de	advogado,	podendo	incorrer	em	infração	disciplinar	caso	não	o	faça	(quem	responde	é	o
advogado	orientador	de	acordo	com	a	infração	e	o	disposto	no	Código	de	Ética	e	Disciplina.	O	estagiário,	no	máximo,	recebe	a	pena	de
censura).
Tem	como	direito:	retirar	e	devolver	autos	em	cartório;	obter	certidões	de	processo	em	curso	ou	findos;	participar	de	atos	extrajudiciais
quando	 autorizado	 ou	 substabelecido	 pelo	 advogado	 (como	 reunião	 de	 condomínio)	 e	 assinar	 petição	 de	 juntada	 sozinho,	 seguindo	 as
possibilidades	previstas	pelo	no	art.	29,	§§	1º	e	2º,	do	REGOAB.	Todos	esses	atos	praticados	pelo	estagiário	não	ensejam	o	exercício	da
atividade	profissional,	já	que	sua	função	é	unicamente	pedagógica	e	faz	parte	do	seu	aprendizado,	justificando-se	inclusive	a	necessidade	de
acompanhamento	por	advogado	responsável.
Mesmo	sendo	prática	comum,	o	estagiário	não	pode	despachar	com	o	juiz,	sendo	este	um	direito	legal	destinado	somente	ao	advogado.
Igualmente,	não	pode	figurar	em	publicidade	do	escritório	ou	no	nome	da	sociedade,	sob	pena	de	infração	disciplinar,	uma	vez	que	apenas
advogados	podem	constituir	sociedade.
Dispõe	o	artigo	29	do	Regulamento	Geral	o	seguinte:
Art.	 29.	 Os	 atos	 de	 advocacia,	 previstos	 no	 art.	 1º	 do	 Estatuto,	 podem	 ser	 subscritos	 por	 estagiário	 inscrito	 na	 OAB,	 em
conjunto	com	o	advogado	ou	o	defensor	público.
§	1º	O	estagiário	inscrito	na	OAB	pode	praticar	isoladamente	os	seguintes	atos,	sob	a	responsabilidade	do	advogado:
I	–	retirar	e	devolver	autos	em	cartório,	assinando	a	respectiva	carga;
II	–	obter	junto	aos	escrivães	e	chefes	de	secretarias	certidões	de	peças	ou	autos	de	processos	em	curso	ou	findos;
III	–	assinar	petições	de	juntada	de	documentos	a	processos	judiciais	ou	administrativos.
§	 2º	 Para	 o	 exercício	 de	 atos	 extrajudiciais,	 o	 estagiário	 pode	 comparecer	 isoladamente,	 quando	 receber	 autorização	 ou
substabelecimento	do	advogado.
Fato	recente	que	merece	menção	no	concernente	aos	limites	da	atuação	do	estagiário	se	dá	em	caso	ocorrido	no	TJDFT	(Tribunal	de
Justiça	do	Distrito	Federal	e	Territórios).	Na	data	de	7	de	fevereiro	de	2018,	uma	estagiária	de	direito	realizou	sustentação	oral	perante	a
Câmara	do	Tribunal,	nos	autos	da	Apelação	nº	0004403-81.2016.807.0001,	tendo	o	fato	sido	noticiado	pelo	próprio	órgão	jurisdicional	em
questão.
Diante	de	tal	fato,	resta	a	dúvida:	está	o	estagiário	autorizado	a	realizar,	isoladamente,	ato	de	sustentação	oral	perante	órgãos	do	Poder
Judiciário?
Por	óbvio,	não	se	inclui	entre	os	atos	que	o	estagiário	pode	praticar	isoladamente	a	formulação	de	sustentação	oral	perante	órgãos	do
Poder	Judiciário.
Primeiramente,	porque	 tal	ato	não	se	encontra	entre	as	exceções	 taxativas	previstas	no	§	1º	do	art.	29	do	RGEAOAB.	Em	segundo,
porque	a	realização	de	sustentação	oral	é,	por	excelência,	um	ato	postulatório.	Trata-se	da	oportunidade	conferida	ao	advogado	para	aduzir,
presencial	 e	 oralmente	 perante	 os	 julgadores,	 as	 razões	 por	meio	 das	 quais	 o	 pleito	 defendido	 deve	 ser	 atendido,	 ao	 final,	 requerendo
expressamente	a	concessão	do	pedido.
Trata-se,	assim,	de	um	ato	essencialmente	postulatório	e	que,	por	sua	natureza,	descabe	o	exercício	isolado	pelo	estagiário.
O	fato,	ademais,	de	o	advogado	responsável	se	posicionar	ao	lado	da	estudante	enquanto	esta	realizava	a	sustentação	em	nada	altera	a
ilicitude	da	prática.	Isto	porque	a	sustentação	oral	é	ato	único,	indivisível,	não	sendo	possível	cogitar	da	“subscrição	conjunta”	da	mesma	a
teor	do	caput	do	art.	29	do	RGEAOAB.	O	que	se	teve,	em	síntese,	foi	a	formulação	de	uma	sustentação	oral,	ato	privativo	de	advogado,	por
pessoa	não	inscrita	como	advogada	na	OAB	e,	portanto,	um	ato	nulo,	consoante	o	art.	4º	do	EAOAB.
Ademais,	 a	 admissibilidade	 do	 TJDFT	 destoa	 da	 jurisprudência	 pacificamente	 construída	 até	 então,	 que	 uniformemente	 inadmite	 a
realização	de	sustentação	oral	por	estagiário.	Transcrevemos:
HABEAS	 CORPUS.	 SUSTENTAÇÃO	 ORAL.	 ATO	 PRIVATIVO	 DE	 ADVOGADO.	 HOMICÍDIO	 QUALIFICADO.
PRISÃO	PREVENTIVA.	SUPERVENIÊNCIA	DA	SENTENÇA	CONDENATÓRIA.	PREJUÍZO	DA	IMPETRAÇÃO.
1.	Não	é	permitida	a	prática	de	sustentação	oral	por	estagiário	de	advocacia	(art.	124,	parágrafo	único,	do	RI/STF).
2.	A	superveniência	da	sentença	condenatória	altera	o	título	da	prisão	preventiva.	Precedentes.
3.	Habeas	corpus	prejudicado	(STF,	1ª	T.,	HC	nº	118.317/SP,	Rel.	Min.	Dias	Toffoli,	j.	em	22.10.2013).
HABEAS	 CORPUS.	 DIREITO	 PROCESSUAL	 PENAL.	 SUSTENTAÇÃO	 ORAL.	 DIREITO	 DO	 RÉU.	 ATUAÇÃO	 DE
ESTAGIÁRIO	EM	SESSÃO	DE	JULGAMENTO.	IMPOSSIBILIDADE.	NOMEAÇÃO	DE	DEFENSOR	DATIVO	PARA	O
ATO.	ORDEM	CONCEDIDA.
1.	É	defeso	ao	estagiário	de	Direito	a	prática	de	ato	privativo	de	advogado.
2.	A	denegação	da	sustentação	oral	do	recurso	viola	o	direito	à	ampla	defesa,	assegurado	aos	réus	pela	Constituição	Federal.
3.	Ordem	concedida	(STJ,	6ª	T.,	HC	nº	47.803/GO,	Rel.	Min.	Hamilton	Carvalhido,	j.	em	15.02.2007).
Ainda,	no	âmbito	do	próprio	TJDF:
(...)	Não	se	admite	que	a	sustentação	oral	seja	feita	por	estagiário	de	direito,	pois	ele	é	um	advogado	em	potencial,	mas	não	é
um	 advogado.	 Não	 padecendo	 o	 acórdão	 que	 se	 pretende	 rescindir	 de	 qualquer	 vício	 a	 justificar	 a	 sua	 rescisão,	 julga-se
improcedente	 a	 ação	 rescisória	 e	 prejudicada	 a	 medida	 cautelar	 (TJDFT,	 3ª	 Câmara	 Cível,	 Ação	 Rescisória	 nº
20050020107763/DF,	Rel.	Des.	Lécio	Resende,	j.	em	20.11.2006).
Feitas	tais	colocações,	concluímos	ser	vedada	ao	estagiário	inscrito	na	OAB	a	realização	de	sustentação	oral	em	sessão	de	julgamento,
violando	o	§	2º	do	art.	3º,	art.	34,	incisos	I	e	XXIX,	do	EAOAB,	bem	como	o	art.	29	do	RGEAOAB.
Ademais,	sobre	este	caso	em	específico,	conferir	o	artigo	do	coautor	Roberto	Beijato	Junior,	disponibilizado	no	CONJUR,	no	seguinte
link:	<https://www.conjur.com.br/2018-abr-15/roberto-beijato-sustentacao-oral-feita-estagiario-ilicita>.
Desde	a	edição	da	Lei	11.788	de	2008,	a	jornada	de	atividade	do	estagiário	em	geral	não	pode	ser	superior	a	seis	horas	diárias,	com
duração	máxima	de	dois	anos.	O	concedente	tem	ainda	a	facultatividade	da	concessão	de	auxílio-transporte	e	quando	o	período	de	estágio
for	igual	ou	superior	a	um	ano	no	mesmo	local,	oestagiário	terá	direito	a	férias.
O	estágio	compreende	a	carga	horária	de	300	horas	e	deve	ser	cumprido	dentro	ou	 fora	da	 faculdade	 (ou	parte	dentro	e	parte	 fora),
cabendo	também	a	ele	todas	as	hipóteses	de	incompatibilidade	destinadas	aos	advogados.	Dentro	dessa	carga	horária,	compreende-se	não
apenas	o	estágio	profissional,	como	também	o	estudo	do	Código	de	Ética	e	Disciplina,	deste	EAOAB	e	a	continuidade	com	a	excelência
acadêmica,	isto	é,	por	mais	importante	que	o	estágio	seja	na	vida	profissional	do	estudante,	ele	não	poderá	em	hipótese	alguma	atrapalhar
seus	estudos.
Para	a	carga	horária	ser	cumprida	em	sua	integralidade,	o	estudante	pode	estagiar	em	instituições	de	ensino,	em	seus	núcleos	de	prática
jurídica,	 na	Defensoria	 Pública,	 em	 escritórios	 de	 advocacia	 públicos	 ou	 privados,	 credenciados	 e	 fiscalizados	 pela	OAB.	 Em	 algumas
localidades,	existe	a	presença	do	Centro	de	Integração	Empresa-Escola	(CIEE)	que	procuram	intermediar	as	relações	entre	as	partes.
Os	Núcleos	de	Prática	Jurídica	(NPJ)	mantidos	pelas	instituições	de	ensino	possuem	como	característica	a	inserção	do	aluno	nas	rotinas
básicas	da	profissão,	tendo	caráter	duplamente	instrutivo:	ao	mesmo	tempo	em	que	possibilita	ao	estudante	tomar	conhecimento	das	práticas
comuns	da	profissão,	como	a	prestação	de	serviços	jurídicos	e	as	técnicas	de	negociação	coletiva,	de	arbitragem	e	de	conciliação,	procura
também	inseri-lo	nas	questões	rotineiras	dos	fóruns,	com	a	redação	de	atos	processuais	e	profissionais,	as	rotinas	processuais,	a	assistência	e
a	atuação	em	audiências	e	sessões.
(i)
(ii)
(iii)
(iv)
(v)
✓
✓
✓
✓
Sobre	o	estagiário,	além	do	julgado	já	elencado	sobre	a	impossibilidade	de	consultoria	por	parte	de	bacharéis	e	estudantes,	temos	ainda
a	impossibilidade	de	que	o	estagiário	participe	dos	honorários	sucumbenciais,	que	são	considerados	verbas	exclusivas	do	advogado	atuante
na	causa,	sendo	o	estágio	ainda	de	caráter	puramente	pedagógico:
“HONORÁRIOS	 SUCUMBENCIAIS	 –	 DESTINAÇÃO	 AO	 ADVOGADO	 –	 COMPENSAÇÃO	 EM	 ACORDO	 –
PARTICIPAÇÃO	DE	ESTAGIÁRIO.
I.	É	posicionamento	unânime	deste	Tribunal,	que	os	honorários	de	sucumbência	pertencem	 integralmente	ao	advogado,	que
não	deve	abrir	mão	deste	direito,	na	medida	em	que	foi	 fruto	de	 intensa	 luta	da	classe,	que	se	arrastou	por	muitos	e	muitos
anos,	só	sendo	coroada	de	êxito	com	o	advento	da	Lei	n.	8.906/94	–	Estatuto	da	Advocacia.
II.	É,	porém,	permitido	ao	advogado	na	montagem	de	acordo,	transigir	em	seus	honorários.	Em	caso	de	acordo,	quando	a	parte
paga	 os	 honorários	 do	 advogado	 ex-adverso,	 os	 honorários	 assim	 recebidos	 compensam	 os	 contratuais	 quando	 houver
estipulação	neste	sentido	expressamente	acertada	com	o	cliente	(E-3758/2009).
III.	O	estagiário	durante	o	período	de	estágio,	não	 faz	 jus	 aos	honorários	 sucumbenciais.	Segundo	ensina	Paulo	Luiz	Netto
Lôbo:	 ‘A	 atuação	 do	 estagiário	 não	 constitui	 atividade	 profissional;	 integra	 sua	 aprendizagem	 prática	 e	 tem	 função
pedagógica’.	 Portanto,	 tal	 atuação,	 que	 tem	 suas	 atividades	 isoladas	 restritas	 àquelas	 estabelecidas	 no	 artigo	 29	 do
Regulamento	Geral,	 e	 todas	 as	demais,	 sob	a	 responsabilidade	expressa	de	um	advogado,	nos	 termos	do	artigo	3º,	 §	2º,	 da
EAOAB,	por	se	tratar	de	aprendizagem	prática	e	com	finalidade	pedagógica,	não	se	constituindo	em	atividade	profissional,	não
gera	 participação	 nos	 honorários	 de	 sucumbência.	 Se,	 porventura,	 após	 inscrito	 na	 OAB	 como	 advogado,	 permanecer	 no
escritório	 em	 que	 estagiou	 e	 atuando	 no	 processo,	 terá	 direito	 aos	 honorários	 sucumbenciais,	 na	 proporção	 do	 trabalho
executado,	 no	 período	 e	 na	 estrita	 condição	 de	 advogado.	 Por	 outro	 lado,	 se	 houve	 algum	 acordo	 com	 o	 advogado	 que	 se
retirou	 em	 relação	 aos	 honorários	 de	 sucumbência,	 este	 tem	 que	 ser	 respeitado	 pelos	 três,	 como	 exige	 a	 ética.”	 (Proc.	 E-
4.045/2011	–	v.m.,	em	15/09/2011,	do	parecer	e	ementa	do	Rel.	Dr.	Guilherme	Florindo	Figueiredo,	com	declaração	de	voto
divergente	do	Julgador	Dr.	Luiz	Antonio	Gambelli	–	Rev.	Dr.	Zanon	de	Paula	Barros	–	Presidente	Dr.	Carlos	José	Santos	da
Silva)
	Comentários
O	dispositivo	 ratifica	 aquilo	 que	 já	 estudamos	 no	 art.	 1º,	 §§	 1º	 a	 3º,	 deste	EAOAB.	Todos	 os	 atos	 praticados	 por	 não	 inscritos	 nos
quadros	 da	 OAB,	 além	 de	 nulos,	 são	 passíveis	 de	 sanções	 civis	 (pelos	 prejuízos	 causados	 aos	 particulares	 ou	 ao	 Estado	 com	 os	 atos
praticados),	penais	(pelo	exercício	ilegal	da	profissão,	com	pena	de	detenção	de	15	dias	a	seis	meses,	pela	Lei	de	Contravenções	Penais	e
pelo	Regulamento	Geral	da	OAB)	e	administrativas	(com	as	sanções	disciplinadas	no	EAOAB	e	no	Código	de	Ética	e	Disciplina).
Tais	 restrições	 e	 penalidades	 se	 aplicam	 igualmente	 aos	 advogados	 que,	 apesar	 de	 regularmente	 inscritos,	 não	 podem	 exercer	 a
atividade,	como	nos	casos	de	impedimento,	suspensão,	licença	ou	quando	exerça	atividades	incompatíveis	com	a	advocacia,	possibilidades
que	estudaremos	em	seu	devido	tempo.
A	nulidade	apresenta	as	seguintes	características:
Pode	ser	declarada	de	ofício;
Pode	ser	provocada	por	qualquer	interessado	ou	pelo	Ministério	Público;
É	imprescritível,	não	convalescendo	com	o	tempo;
Apaga,	ao	ser	declarada,	os	efeitos	ab	initio	(ab	ovo)	(desde	o	início);
Não	pode	ser	suprida	ou	sanada.
Da	mesma	maneira	que	o	caput	do	art.	4º	procura	proteger	a	sociedade	dos	atos	praticados	por	quaisquer	pessoas	não	inscritas	na	OAB,
o	parágrafo	único	resguarda	o	mesmo	benefício	àqueles	que	porventura	são	atingidos	por	advogados	que,	mesmo	inscritos,	não	podem	por
algum	motivo	exercer	a	atividade.
O	 parágrafo	 único	 do	 referido	 dispositivo	 traz	 ainda	 as	 figuras	 do	 impedimento,	 suspensão,	 licenciamento	 e	 incompatibilidade,	 que
trabalharemos	no	seu	devido	tempo,	mas	para	efeitos	didáticos,	cumpre-nos	sintetizar	para	pleno	aproveitamento:
Impedido	é	o	advogado	que	tem	restrições	ao	exercício	da	advocacia	contra	determinada	pessoa	de	direito	público	devido	o	fato	de
possuir	uma	das	condições	dispostas	no	art.	30	do	EAOAB;
Suspenso	é	o	advogado	que	sofreu	como	punição	disciplinar	a	impossibilidade	temporária	–	e	não	definitiva	–	de	desempenhar	a
advocacia	(art.	37	do	EAOAB);
Licenciado	é	o	advogado	que	pediu	afastamento	temporário	–	e	não	definitivo	–	da	atividade,	com	a	interrupção	do	pagamento	da
anuidade	(art.	12	do	EAOAB);
Incompatível	é	o	advogado	que	passa	a	exercer	cargo	que	 impeça	o	exercício	da	advocacia,	como	por	exemplo,	a	magistratura,
sendo	definitivo	(art.	28	do	EAOAB).
Sobre	o	tema,	temos	o	posicionamento	do	TED	de	São	Paulo	que	considerou,	seguindo	o	disposto	no	art.	4º,	deste	EAOAB,	todos	os
atos	praticados	por	advogado	incompatível	como	nulos:
“E-3.137/2005	 –	 EMENTA	 Nº	 2	 –	 DIRIGENTE	 DE	 AUTARQUIA	 MUNICIPAL	 –	 PROIBIÇÃO	 DE	 ADVOGAR,
SALVO	 QUANTO	 AO	 EXERCÍCIO	 DA	 ADVOCACIA	 VINCULADA	 À	 RESPECTIVA	 FUNÇÃO	 –	 NULIDADE
ABSOLUTA	DOS	ATOS	PRATICADOS	–	DIREITO	DE	REPRESENTAÇÃO.
O	 advogado	 que	 tomar	 ciência	 de	 infração,	 por	 colega,	 do	 art.	 29	 do	 EAOAB	 tem	 o	 direito	 de	 promover	 a	 respectiva
representação,	 que	 não	 pode	 ser	 anônima.	 No	 entanto,	 o	 advogado,	 na	 representação,	 deve	 agir	 com	 redobrada	 cautela,
fundando-se	em	segura	convicção,	a	ser	exposta	em	peça	fundamentada.	Nos	termos	do	art.	4º	e	parágrafo	único	do	EAOAB,
são	nulos	os	atos	praticados	por	advogado	que	exerça	atividade	incompatível	com	a	advocacia.	Sobre	a	conduta,	em	processo
judicial,	que	deve	ser	tomada	por	advogado	que	toma	conhecimento	de	ato	praticado	em	infração	aos	arts.	4º	e	29	do	EAOAB,
não	cabe	manifestação	do	TED-I.	Não	 conhecimento,	 nesta	parte.”	 (V.U.,	 em	14/04/2005,	do	parecer	 e	 ementa	do	Rel.	Dr.
Fábio	de	Souza	Ramacciotti	–	Revª.	Drª.	Maria	do	Carmo	Whitaker	–	Presidente	Dr.	João	Teixeira	Grande)
	Comentários
O	dispositivo	visa	regular	a	forma	com	que	o	advogado	poderá	postular	em	juízo:	por	meio	do	instrumento	de	mandato,	devendo	paratanto	provar	a	outorga	dos	poderes	realizados	pelo	seu	cliente	por	meio	de	instrumento	particular	ou	público.
Uma	vez	constituído,	o	 instrumento	de	mandato	é	válido	desde	o	primeiro	ato	praticado	até	o	arquivamento	definitivo	da	demanda,
ficando	o	advogado	responsável	pelo	acompanhamento	de	todo	o	desenrolar	processual	neste	período.
A	depender	do	caso,	o	advogado	poderá	postular	em	juízo	sem	o	referido	instrumento,	desde	que	o	patrono	afirme	urgência	na	prestação
jurisdicional,	devendo	obrigatoriamente	apresentá-la	no	prazo	de	quinze	dias,	prorrogáveis	por	mais	quinze,	o	que	de	igual	modo	é	previsto
pelo	NCPC,	em	seu	art.	104,	caput	e	parágrafo	1º.
Importante:	caso	o	advogado	não	consiga	 juntar	o	 instrumento	após	o	prazo	 legal,	deverá	 informar	ao	 juízo,	que	poderá	nomear	um
advogado	dativo	ou	dilatar	outra	vez	mais	o	prazo,	através	de	um	juízo	valorativo	com	base	na	razoabilidade,	já	que	a	parte	não	pode	ser
prejudicada	em	seu	direito	e	ficar	sem	defesa.
Ainda,	é	um	dever	do	advogado	explicar	ao	seu	cliente,	de	forma	clara	e	inequívoca,	sobre	todos	os	riscos	e	dificuldades,	sem	incentivar
aventuras	jurídicas,	de	acordo	com	o	que	prevê	o	art.	29	do	CED.	Por	tal	motivo,	o	advogado	pode	recusar	um	mandato	se	apresentar	para
tanto	um	justo	motivo	ou	se	por	alguma	razão	tiver	impedimento	ético	com	relação	ao	fato	ou	ato	que	deva	desempenhar,	conforme	traz	o
mesmo	CED,	em	seu	art.	22.
O	 instrumento	 de	 procuração	 vai	 sempre	 habilitar	 o	 advogado	 para	 as	 práticas	 de	 todos	 os	 atos	 processuais	 em	 qualquer	 juízo	 ou
instância	(Procuração	ad	judicia),	salvo	aqueles	em	que	se	necessita	de	poderes	especiais	para	realizá-los	(Procuração	ad	judicia	et	extra),
restringindo	 o	 mandatário	 a	 praticar	 apenas	 aqueles	 atos	 outorgados,	 conforme	 dispõe	 o	 Código	 Civil	 (art.	 661,	 §	 1º),	 ou	 mesmo	 no
Processo	Penal	(art.	44),	para	oferecimento	de	representação	ou	em	queixa-crime.
O	Diploma	Processual	Civil	de	2015	traz	igualmente	em	seu	art.	105,	§§	1º	a	4º,	um	rol	de	especificidades	em	que	se	tem	a	necessidade
de	poderes	especiais	para	cumpri-las,	poderes	estes	que	devem	estar	expressos	na	procuração.	Uma	novidade	contida	no	NCPC	encontra-se
em	 consonância	 com	 a	 informatização	 do	 judiciário	 e	 do	 processo	 digital	 eletrônico,	 refere-se	 à	 possibilidade	 de	 assinatura	 digital	 da
procuração	 por	 meio	 de	 certificado	 do	 outorgante,	 facilitando	 o	 ajuizamento	 de	 demandas	 e	 a	 outorga	 de	 poderes	 ao	 advogado	 para
representação.
Vale	lembrar	que	a	lei	não	exige	o	reconhecimento	de	firma	do	outorgante	por	cartórios,	embora	alguns	órgãos	e	instituições	públicas
exijam	sua	apresentação,	como,	por	exemplo,	o	DETRAN	ou	o	PROCON,	ou	mesmo	quando	a	Lei	assim	o	exigir,	como,	por	exemplo,	no
caso	do	art.	654,	§	2º,	do	Código	Civil.
	Comentários
As	disposições	 trazidas	pelo	caput	do	art.	6º	 são	essenciais	para	o	bom	desempenho	das	 funções	 judiciais	e	para	a	administração	da
justiça,	 isto	 porque	 consagra	 com	 base	 no	 respeito	 mútuo	 que	 não	 existe	 hierarquia	 ou	 subordinação	 entre	 advogados,	 magistrados	 e
membros	do	Ministério	Público.
O	comportamento	deve	sempre	condizer	com	a	formação	em	direito	que	todos	possuem.	Deve-se	tratar	com	equidade	e	com	base	no
respeito	mútuo	inerente	não	apenas	à	profissão,	mas	também	à	convivência	pacífica	e	democrática.
Embora	seja	de	conhecimento	que	por	vezes	esta	disciplina	é	ignorada	por	uma	das	partes,	certo	é	que	procura	lastrear	a	boa	relação
entre	as	partes	envolvidas	nas	demandas,	bem	como	impedir	que	de	alguma	forma	se	estabeleçam	diferenças	ou	abusos	de	autoridade	por
parte	de	juízes	ou	promotores.
O	que	se	consagra,	na	verdade,	é	a	firmação	de	que	todos	prestam	um	múnus	público	à	sociedade	e	à	democracia	e,	por	isso,	encontram-
se	no	mesmo	patamar.
Ao	se	analisar	o	parágrafo	único,	vemos	que	suas	disposições	se	referem	especificamente	às	autoridades,	servidores	e	serventuários	da
justiça,	para	que	dispensem	aos	advogados	tratamento	digno	da	profissão	e	condições	para	seu	desempenho	pleno.
Esta	é,	todavia,	uma	disposição	de	mão	dupla,	haja	vista	que	também	os	advogados	devem	zelar	pelo	bom	ambiente	profissional	e	de
tratamento	destinados	tanto	às	autoridades,	servidores	e	serventuários,	como	às	partes	envolvidas	na	demanda.
O	advogado,	respeitando	a	todos,	sabendo	exercer	os	seus	direitos,	será	respeitado	no	exercício	da	profissão	e	não	apenas	por	juízes,
promotores	e	outros	advogados,	como	também	pelos	demais	servidores	da	justiça,	clientes	e	estagiários.
Vejamos	o	posicionamento	do	TED	de	São	Paulo	acerca	de	intimação	de	caráter	desrespeitoso	ao	advogado	e	à	classe:
“EXERCÍCIO	 PROFISSIONAL	 –	 INTIMAÇÃO	 JUDICIAL	 DE	 CARÁTER	 INTIMIDATÓRIO	 –	 AMEAÇAS
PUNITIVAS	PREVENTIVAS	–	COMENTÁRIOS	AOS	DEVERES	ÉTICOS	DO	ADVOGADO	DESNECESSÁRIOS	–
HIPÓTESE	 FUTURA	 DE	 EVENTUAL	 INFRAÇÃO	 ÉTICA	 E	 LITIGÂNCIA	 DE	 MÁ-FÉ	 NÃO	 PRATICADAS	 –
PRERROGATIVA	 FERIDA	 E	 OFENSA	 À	 DIGNIDADE	 DO	 ADVOGADO	 –	 COMPETÊNCIA	 DA	 DOUTA
COMISSÃO	DE	DIREITOS	E	PRERROGATIVAS.
Intimação	de	realização	de	audiência	conciliatória	com	alerta	ao	advogado	sobre	futuro	comportamento	ético	e	 litigância	de
má-fé	 inocorridos,	 ou	 seja,	 ‘se	 ocorrerem’,	 são	 absolutamente	 desnecessários,	 mormente	 in	 casu,	 ferindo	 prerrogativas
profissionais	 e	 abalando	 a	 dignidade	 da	 classe.	 Desrespeito	 ao	 artigo	 6º	 da	 Lei	 nº	 8.906/94,	 por	 tentar	 o	 magistrado	 se
sobrepujar	 ao	advogado.	Remessa	à	douta	Comissão	de	Direitos	e	Prerrogativas	 (Regimento	 Interno	da	OAB/SP,	artigo	69,
letras	‘a’	e	‘e’).”	(Proc.	E-3.349/2006	–	v.u.,	em	29/06/2006,	do	parecer	e	ementa	do	Rel.	Dr.	Benedito	Édison	Trama	–	Rev.
Fábio	Kalil	Vilela	Leite	–	Presidente	Dr.	João	Teixeira	Grande)
Também	merece	 destaque	 posicionamento	 sobre	 o	 dever	 de	 urbanidade	 no	 exercício	 profissional,	 devendo	 o	 advogado	 tratar	 com
respeito	a	todos	os	colegas	(não	somente	magistrados	e	promotores).	E	o	mesmo	se	aplica	ainda	que	o	advogado	seja	idoso,	não	podendo
abusar	e	desrespeitar	os	demais	simplesmente	por	sua	condição	de	idade	avançada.	Vejamos	como	o	TED	de	São	Paulo	expôs	a	questão:
“E-3.224/05	–	URBANIDADE	NO	EXERCÍCIO	PROFISSIONAL	–	IDOSO	–	PREFERÊNCIA	DE	TRATAMENTO.
Dever	de	urbanidade,	lhaneza,	respeito	ao	trabalho	do	ex-adverso	são	postulados	guindados	como	valores	a	serem	observados
pelos	advogados,	sem	qualquer	distinção.	A	confiança,	a	lealdade,	a	benevolência	devem	constituir	a	disposição	habitual	para
com	o	colega.	Deve	o	advogado	 tratar	os	colegas	com	respeito	e	discrição	 (arts.	44	e	45	do	Código	de	Ética	e	Disciplina).
Devem	os	advogados,	como	qualquer	cidadão,	tratar	os	idosos	com	o	respeito	e	deferência	que	as	cãs	lhes	conferem	e	com	a
preferência	que	a	 lei	 lhes	garante,	 fazendo	efetivos	os	preceitos	do	Estatuto	do	Idoso.	Nem	por	 isso	se	admite	do	advogado
idoso	que	abuse	de	sua	condição,	mormente	porque	deve,	para	com	todos,	a	mesma	cortesia	de	tratamento	que	possa	entender
ser	 direito	 seu,	 na	melhor	 interpretação	do	 artigo	3º	 do	Código	de	Ética	 e	Disciplina.”	 (V.U.,	 em	15/09/2005,	 do	parecer	 e
ementa	da	Rel.ª	Dra.	Beatriz	Mesquita	de	Arruda	Camargo	Kestener	–	Rev.	Dr.	Carlos	Roberto	Fornes	Mateucci	–	Presidente
Dr.	João	Teixeira	Grande)
(i)
(ii)
(iii)
(iv)
(v)
	Comentários
O	art.	 7º	 procura	 trazer	 um	 rol	 extensivo	de	direitos	 básicos	dos	 advogados,	 apresentando-se	 à	 profissão	da	mesma	maneira	 que	os
direitos	e	garantias	fundamentais	se	apresentam	aos	cidadãos.
Os	incisos	I	e	II	possuem	enorme	relevância	neste	sentido,	uma	vez	que	estabelecem	a	liberdade	conferida	ao	advogado	para	o	exercício
de	 sua	 profissão,	 em	 consonância	 com	 os	 direitos	 constitucionais	 que	 resguardam	 a	 mesma	 possibilidade,	 desde	 que	 se	 atendam	 aos
requisitos	legais,	de	acordo	com	o	inciso	XIII	do	art.	5º	da	Constituição	Federal.
Assegura	também	que,	para	real	liberdade	de	exercício	profissional,	o	advogado	tenha	o	escritório	como	inviolável,	na	mesma	medida
que	seus	instrumentos	de	trabalho,assim	como	suas	correspondências,	e-mails	e	telefonemas,	numa	clara	extensão	do	já	assegurado	pelo
texto	constitucional	aos	cidadãos	em	geral	quanto	às	residências	e	o	sigilo	das	correspondências,	em	conformidade	com	o	disposto	na	Carta
Política	de	1988,	em	seu	art.	5º,	incisos	XI	e	XII.
A	inviolabilidade	se	estende	a	documentos	que	se	encontrem	em	pastas,	maletas	ou	mochilas	do	advogado.	Devendo	apresentá-las	para
revista	policial,	deve-se	informar	sobre	a	condição	desses	documentos,	retirá-los	e	então	entregá-los	a	autoridade	para	que	realize	a	vistoria.
A	Lei	11.767/2008	promoveu	algumas	alterações	no	EAOAB,	revogando	disposições	e	incluindo	outras	para	dar	nova	redação	e	alcance
sobre	determinados	dispositivos,	esclarecendo	dúvidas	que	poderiam	ocorrer	em	sua	interpretação.	Foi	o	que	aconteceu	com	os	direitos	dos
advogados	sobre	a	inviolabilidade	e	o	sigilo	do	escritório	e	dos	instrumentos	do	seu	trabalho.
Por	evidência,	não	existem	direitos	absolutos	no	Brasil	e	o	advogado	não	foge	a	essa	regra.	Havendo	indícios	suficientes	de	autoria	e
materialidade,	a	autoridade	judiciária	competente	poderá	quebrar	o	sigilo	e	a	inviolabilidade,	desde	que	o	faça	de	maneira	fundamentada	por
decisão	motivada,	exigência	constitucional	encontrada	no	art.	93,	IX,	com	a	redação	conferida	pela	Emenda	Constitucional	45/2004.
A	busca	e	apreensão	existe	em	duas	modalidades	distintas:	a	criminal,	regida	pelos	arts.	240	a	250	do	Código	de	Processo	Penal	e	a
civil,	constante	nos	arts.	536	e	537	do	Novo	Código	de	Processo	Civil	de	2015,	exigindo-se	em	ambos	os	casos	que	a	descrição	do	objeto
seja	precisa,	não	se	podendo	extrapolar	a	ordem	judicial	contida	na	decisão	que	determinou	a	busca	e	apreensão.
Antes	da	expedição	do	mandado	de	busca	e	apreensão,	a	OAB	deverá	ser	notificada	para	enviar	representante	das	prerrogativas	com	o
fito	de	acompanhar	a	diligência.	Lembremos	que	o	mandado	não	pode	ser	genérico,	devendo	especificar	de	maneira	pormenorizada	o	que
será	apreendido	para	não	atingir	direitos	de	outras	pessoas	e	clientes	que	nada	tenham	de	relação	com	os	fatos	investigados.
Vemos	com	isso	que	para	se	violar	o	escritório	é	necessário	preencher	antes	cinco	requisitos	essenciais:
Ordem	judicial;
Expedida	por	juiz	competente;
Objeto	delimitado;
Decisão	fundamentada;	e
Presença	de	um	representante	da	OAB.
Por	isso,	o	§	7º	deixa	claro	que	esta	ressalva	não	se	estende	aos	clientes	do	advogado	que	estejam	sendo	investigados	pelo	mesmo	crime
que	deu	causa	à	quebra	da	inviolabilidade,	isto	é,	se	houver	suspeitas	de	que	o	cliente	é	coautor	ou	participe	junto	com	o	advogado,	poderá
ter	na	busca	e	apreensão	também	documentos	que	os	liguem	ao	mesmo	crime.
O	processo,	enquanto	garantidor	da	democracia	dentro	do	direito,	faz	com	que	o	escritório	e	os	objetos	do	advogado	também	o	sejam,
como	forma	de	manutenção	da	democracia.	É	o	instrumento	garantidor	do	sistema	democrático.
A	 inviolabilidade	 é	 requisito	 tão	 salutar	 no	 exercício	 da	 atividade	 advocatícia	 que	 nem	mesmo	 a	 OAB,	 em	 sede	 de	 procedimento
disciplinar	 administrativo	 instaurado	 em	 face	 de	 advogado,	 poderá	 quebrá-lo	 sem	 a	 devida	 autorização	 judicial,	 considerando-se	 como
ilícitas	quaisquer	provas	decorrentes	dessas	investigações.
A	 Polícia	 Federal,	 por	 inúmeras	 vezes,	 foi	 acusada	 de	 perpetrar	 abusos	 quando	 do	 cumprimento	 de	 diligências,	 algo	 que	 foi
constantemente	denunciado	pela	OAB	ao	Ministério	da	Justiça,	que	somente	em	2005	(ou	seja,	10	anos	após	a	promulgação	do	EAOAB)
baixou	a	Portaria	1.287,	que	regulamenta	a	execução	das	diligências	de	busca	e	apreensão	em	geral	realizadas	pelos	policiais	federais,	com
o	obrigatório	comando	de	um	delegado,	estipulando	em	seu	art.	1º	que	“ao	representar	pela	expedição	de	mandado	de	busca	e	apreensão,	a
autoridade	policial	indicará	fundamentadamente	as	razões	pelas	quais	a	autorização	da	diligência	é	necessária	para	a	apuração	dos	fatos	sob
investigação,	instruindo	o	pedido	com	todos	os	elementos	que,	no	seu	entender,	justifiquem	a	adoção	da	medida”,	sendo	complementado
pelo	parágrafo	único	 sobre	a	 especificidade	da	busca	e	apreensão,	de	modo	que	“a	 representação	da	autoridade	policial	 indicará,	 com	a
maior	precisão	possível,	o	local	e	a	finalidade	da	busca,	bem	como	os	objetos	que	se	pretende	apreender”.
Não	obstante	este	fato,	é	passível	de	verificação	a	“teoria	dos	frutos	da	árvore	envenenada”,	isto	porque,	caso	o	processo	se	valha	de
provas	consideradas	ilícitas,	todo	o	desenrolar	factual	será	atingido	por	sua	ilicitude.	Assim	conceituou	o	Ministro	Celso	de	Mello,	do	STF,
quanto	à	sobredita	teoria:
“A	QUESTÃO	DA	DOUTRINA	DOS	FRUTOS	DA	ÁRVORE	ENVENENADA	(‘FRUITS	OF	THE	POISONOUS	TREE’):	A
QUESTÃO	DA	ILICITUDE	POR	DERIVAÇÃO.
Ninguém	pode	ser	investigado,	denunciado	ou	condenado	com	base,	unicamente,	em	provas	ilícitas,	quer	se	trate	de	ilicitude
originária,	quer	se	cuide	de	ilicitude	por	derivação.	Qualquer	novo	dado	probatório,	ainda	que	produzido,	de	modo	válido,	em
momento	subsequente,	não	pode	apoiar-se,	não	pode	ter	fundamento	causal	nem	derivar	de	prova	comprometida	pela	mácula
da	ilicitude	originária.	–	A	exclusão	da	prova	originariamente	ilícita	–	ou	daquela	afetada	pelo	vício	da	ilicitude	por	derivação	–
representa	um	dos	meios	mais	expressivos	destinados	a	conferir	efetividade	à	garantia	do	‘due	process	of	law’	e	a	tornar	mais
intensa,	 pelo	 banimento	 da	 prova	 ilicitamente	 obtida,	 a	 tutela	 constitucional	 que	 preserva	 os	 direitos	 e	 prerrogativas	 que
assistem	a	qualquer	acusado	em	sede	processual	penal.	Doutrina.	Precedentes.	–	A	doutrina	da	ilicitude	por	derivação	(teoria
dos	 ‘frutos	da	 árvore	 envenenada’)	 repudia,	 por	 constitucionalmente	 inadmissíveis,	 os	meios	probatórios,	 que,	 não	obstante
produzidos,	validamente,	em	momento	ulterior,	acham-se	afetados,	no	entanto,	pelo	vício	(gravíssimo)	da	ilicitude	originária,
que	 a	 eles	 se	 transmite,	 contaminando-os,	 por	 efeito	 de	 repercussão	 causal.	 Hipótese	 em	 que	 os	 novos	 dados	 probatórios
somente	foram	conhecidos,	pelo	Poder	Público,	em	razão	de	anterior	transgressão	praticada,	originariamente,	pelos	agentes	da
persecução	 penal,	 que	 desrespeitaram	 a	 garantia	 constitucional	 da	 inviolabilidade	 domiciliar.	 –	 Revelam-se	 inadmissíveis,
desse	modo,	em	decorrência	da	ilicitude	por	derivação,	os	elementos	probatórios	a	que	os	órgãos	da	persecução	penal	somente
tiveram	 acesso	 em	 razão	 da	 prova	 originariamente	 ilícita,	 obtida	 como	 resultado	 da	 transgressão,	 por	 agentes	 estatais,	 de
direitos	e	garantias	constitucionais	e	legais,	cuja	eficácia	condicionante,	no	plano	do	ordenamento	positivo	brasileiro,	 traduz
significativa	 limitação	 de	 ordem	 jurídica	 ao	 poder	 do	Estado	 em	 face	 dos	 cidadãos.”	 (RHC	90.376/RJ,	Rel.	Min.	Celso	 de
Mello)
Qualquer	ato	que	viole	o	escritório	sem	preencher	esses	requisitos	constitui	abuso	de	poder	e	de	autoridade,	configurando-se	a	busca	e
apreensão	como	ilegal.	Se	o	mandado	for	genérico	é	nulo.
A	OAB	deverá	sempre	ser	notificada,	nomeando	um	representante,	que	será	encaminhado	ao	distrito	policial	na	hora	designada	para
acompanhar	a	diligência	(não	se	marca	diretamente	no	local	para	que	ele	não	tenha	informações	privilegiadas).
O	representante	será	responsável	por	lavrar	um	termo,	redigindo	tudo	o	que	considerar	pertinente	(questões	práticas	ou	abusos),	que	será
relatado	ao	Presidente	do	Conselho	Seccional	para	as	medidas	cabíveis.	Se	o	representante	considerar	o	abuso	extraordinário/absurdo,	ele
pode	abandonar	a	diligência,	informando	o	ocorrido.
Se	a	OAB	for	intimada	e	não	mandar	ninguém,	não	poderá	alegar	posterior	nulidade	da	busca	e	apreensão,	já	que	não	se	pode	produzir
nulidades	a	seu	favor,	mas	se	ela	não	for	intimada,	a	alegação	deverá	ser	feita.
Cabe	 ainda	 ao	 representante	 atentar	 se	 os	 objetos	 que	 estão	 sendo	 levados	 são	 aqueles	 descritos	 na	 decisão	 que	 deferiu	 a	 busca	 e
apreensão,	isto	porque	podem	levar	objetos	outros	que	não	fazem	parte	daquele	processo	e	com	isso	prejudicar

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