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Linguística Aplicada à Língua Espanhola I

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Prévia do material em texto

2017
Linguística apLicada à 
Língua EspanhoLa i
Prof. Wellington Freire Machado
Copyright © UNIASSELVI 2017
Elaboração:
Prof. Wellington Freire Machado
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
468.24
M149l Machado, Wellington Freire
Linguística aplicada à língua espanhola / Wellington Freire 
Machado. Indaial: UNIASSELVI, 2017.
 
234 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0117-7
1.Língua Espanhola. 
I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
aprEsEntação
Prezado acadêmico, primeiramente receba as boas-vindas ao Livro 
de Estudos de Linguística Aplicada à Língua Espanhola I. É com entusiasmo 
que compartilhamos este material planejado exclusivamente pensando em 
você, estudante do curso de Letras da UNIASSELVI. A criação desta obra 
instrucional baseou-se em princípios pedagógicos que visam não somente 
ao melhor aproveitamento da disciplina, mas também a sua autonomia no 
âmbito das questões aqui apresentadas.
Antes de começarmos é importante que você saiba que a Linguística 
Aplicada à Língua Espanhola I é uma das disciplinas basilares do curso 
de Letras – Espanhol. O estudo desta matéria possibilita ao acadêmico um 
entendimento teórico-prático de temas que circundam a linguagem humana 
e a comunicação, algo inerente a todos nós. 
Ao estudar gradualmente este material você avançará em temas 
importantes, como a linguagem, os fenômenos linguísticos, o processo 
de ensino e aprendizagem, a aquisição da língua espanhola como língua 
estrangeira, o desenvolvimento das competências oral e escrita, o ensino de 
espanhol no Brasil e muito mais.
O conhecimento adquirido nesta etapa fortalecerá a sua futura 
prática em sala de aula ao ensinar a língua espanhola, instrumentalizando-o 
a identificar impasses de ensino e aprendizagem e a traçar estratégias para 
o melhor aproveitamento dos seus alunos. Além disso, você se sentirá 
mais confiante em relação às questões ligadas à língua, à linguagem e aos 
parâmetros que refletem sobre o ensino de uma língua estrangeira.
Desejamos a você um excelente estudo. Desbrave com prazer o 
incrível universo do curso de Letras da UNIASSELVI.
Prof. Wellington Freire Machado
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é 
veterano, há novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA 
 LÍNGUA ESPANHOLA ............................................................................................... 1
TÓPICO 1 – UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA .................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PARÂMETROS FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA LINGUÍSTICA ........................... 4
3 DICOTOMIAS SAUSSURIANAS E CONCEITOS IMPORTANTES ....................................... 9
3.1 LÍNGUA E FALA ............................................................................................................................. 9
3.2 SINCRONIA E DIACRONIA ......................................................................................................... 10
3.3 SINTAGMA E PARADIGMA......................................................................................................... 12
3.4 SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO (SIGNO LINGUÍSTICO) .................................................... 14
4 ESTRUTURALISMO E GERATIVISMO ......................................................................................... 16
5 FUNCIONALISMO: A TERCEIRA ONDA DOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS ...................... 18
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 20
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 21
TÓPICO 2 – LINGUÍSTICA TEÓRICA DA LÍNGUA ESPANHOLA........................................... 23
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 23
2 PERSPECTIVAS DE ESTUDO DA LINGUÍSTICA TEÓRICA ................................................... 24
3 AS LINGUAGENS ESCRITA E ORAL E SEUS PADRÕES ......................................................... 29
4 A CONSTITUIÇÃO DAS LÍNGUAS NEOLATINAS ................................................................... 34
5 A LÍNGUA ESPANHOLA E SUAS ORIGENS ............................................................................... 39
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 42
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 43
TÓPICO 3 – LINGUÍSTICA APLICADA À LÍNGUA ESPANHOLA ........................................... 45
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 45
2 A LINGUÍSTICA APLICADA À LÍNGUA ESPANHOLA: HISTÓRIA DA 
 DISCIPLINA E CONCEPÇÃO INICIAL ......................................................................................... 46
3 PERSPECTIVA AMPLIADA DE ESTUDO DA LINGUÍSTICA APLICADA .......................... 49
4 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA LINGUÍSTICA APLICADA ............................................................. 51
4.1 LOGOPÉDIA .................................................................................................................................... 51
4.2 PLANIFICAÇÃO LINGUÍSTICA .................................................................................................. 52
4.3 LEXICOGRAFIA .............................................................................................................................. 53
4.4 TERMINOLOGIA ............................................................................................................................ 54
4.5 TRADUÇÃO ASSISTIDA POR COMPUTADOR........................................................................ 54
4.6 FONÉTICA APLICADA ................................................................................................................. 54
4.7 LINGUÍSTICA FORENSE ...............................................................................................................54
4.8 ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA .............................................................................. 55
5 ESTUDO LINGUÍSTICO E ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA ............................................ 55
5.1 MARCO COMUM EUROPEU DE REFERÊNCIA PARA AS LÍNGUAS ................................ 57
5.2 ALGUMAS EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DE ESPANHOL .................................................... 61
6 AVALIAÇÕES E CERTIFICAÇÕES LINGUÍSTICAS ................................................................... 65
6.1 DIPLOMA DE ESPAÑOL COMO LENGUA EXTRANJERA (DELE) ..................................... 66
sumário
VIII
6.2 CERTIFICADO DE ESPAÑOL LENGUA Y USO (CELU) .......................................................68
6.3 PROFICIÊNCIA EM LEITURA ....................................................................................................70
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................71
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................72
UNIDADE 2 – A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA COMO 
 LÍNGUA ESTRANGEIRA (LE) ................................................................................75
TÓPICO 1 – A ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR NO PROCESSO 
 ENSINO-APRENDIZAGEM DO ESPANHOL COMO LE E SUAS 
 DIFERENTES PERSPECTIVAS ...................................................................................77
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................77
2 CONCEITOS-CHAVE EM LINGUÍSTICA APLICADA .............................................................78
2.1 APRENDIZAGEM X AQUISIÇÃO DE E/LE .............................................................................78
2.2 L2 E LE .............................................................................................................................................80
2.3 BILINGUISMO ..............................................................................................................................81
3 PERSPECTIVA SOCIOAFETIVA DE ENSINO DE E/LE ............................................................82
4 PERSPECTIVA COGNITIVA E METACOGNITIVA ..................................................................84
5 PERSPECTIVA INTERACIONAL ...................................................................................................86
6 PERSPECTIVA SOCIAL ....................................................................................................................88
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................90
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................91
TÓPICO 2 – ENSINAR ESPANHOL NO SÉCULO XXI: O ENSINO DA LÍNGUA 
 E SUAS FINALIDADES ................................................................................................93
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................93
2 O ENSINO DE ESPANHOL COM FINS DE TURISMO ............................................................94
3 O ENSINO DE ESPANHOL COM FIM COMERCIAL ...............................................................99
4 O ENSINO DE ESPANHOL COM FINS JURÍDICOS ................................................................100
5 O ENSINO DE ESPANHOL A CRIANÇAS ..................................................................................102
6 ESPANHOL PARA FINS ACADÊMICOS .....................................................................................106
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................109
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................110
TÓPICO 3 – O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESPANHOLA NO BRASIL ........113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 O BRASIL E A LÍNGUA ESPANHOLA: UMA RELAÇÃO NADA NOVA ............................114
3 O APRENDIZADO FORMAL DE ESPANHOL NO BRASIL: DOS PRIMÓRDIOS 
 À ATUALIDADE .................................................................................................................................116
4 OPÇÕES ALTERNATIVAS DE APRENDIZAGEM DA LÍNGUA NO BRASIL ....................119
5 PROBLEMA INICIAL DE BRASILEIROS APRENDENDO ESPANHOL ..............................120
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................123
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................124
TÓPICO 4 – O ENSINO DE ESPANHOL NO BRASIL VISTO DE DENTRO: 
 PERSPECTIVA DOCENTE E NOÇÃO DE ERRO....................................................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 A NOÇÃO DE ERRO EM LINGUÍSTICA APLICADA .............................................................126
3 A INTERFERÊNCIA LINGUÍSTICA RELATADA POR PROFESSORES DE 
 ALUNOS BRASILEIROS ..................................................................................................................128
4 DETECTADO O ERRO, COMO CORRIGIR O ALUNO? ..........................................................130
IX
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................134
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................135
TÓPICO 5 – ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA: BASE TEÓRICA PARA 
 COMPREENSÃO DE PROCESSOS EMPÍRICOS ...................................................137
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................137
2 A INTERLÍNGUA COMO CAMINHO PERCORRIDO PELO FALANTE NÃO NATIVO .137
3 ANÁLISE CONTRASTIVA: UM DOS PRIMEIROS MÉTODOS ............................................142
4 ANÁLISE DE ERROS .........................................................................................................................144
5 COMPETÊNCIA COMUNICATIVA ..............................................................................................145
5.1 SUBCOMPETÊNCIA GRAMATICAL ........................................................................................145
5.2 SUBCOMPETÊNCIA SOCIOLINGUÍSTICA .............................................................................146
5.3 SUBCOMPETÊNCIA DISCURSIVA ...........................................................................................149
5.4 SUBCOMPETÊNCIA ESTRATÉGICA ........................................................................................150
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................152
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................153
UNIDADE 3 – AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLA COMO LE E A 
 COMPETÊNCIA ORAL E ESCRITA .......................................................................155
TÓPICO 1 – A AQUISIÇÃO DA LE ...................................................................................................1571 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................157
2 A AQUISIÇÃO DO ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA: LINHAS GERAIS ...157
3 DIFERENÇA DA AQUISIÇÃO DA LE E DA LM ........................................................................161
4 MOTIVAÇÕES PESSOAIS QUE FACILITAM O PROCESSO .................................................164
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................166
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................167
TÓPICO 2 – TEORIAS DE AQUISIÇÃO DE LÍNGUAS ...............................................................169
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................169
2 CONDUTIVISMO REFUTADO ......................................................................................................170
3 TEORIAS AMBIENTALISTAS ........................................................................................................173
3.1 O FENÔMENO DA ACULTURAÇÃO .......................................................................................174
3.2 DESNATIVIZAÇÃO ......................................................................................................................176
3.3 ACOMODAÇÃO ...........................................................................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................179
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................180
TÓPICO 3 – A QUESTÃO DO BILINGUISMO ..............................................................................181
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................181
2 BILINGUISMO SOCIAL...................................................................................................................182
3 BILINGUISMO INDIVIDUAL ........................................................................................................184
4 DIGLOSSIA .........................................................................................................................................185
5 ALTERNÂNCIA DE CÓDIGO .........................................................................................................188
6 O BOM APRENDIZ DE LÍNGUA ...................................................................................................192
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................195
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................196
TÓPICO 4 – A COMPETÊNCIA ORAL E ESCRITA DA LÍNGUA ESPANHOLA 
 COMO LE .........................................................................................................................197
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................197
2 A PRÁTICA ORAL NO ÂMBITO INDIVIDUAL E INSTRUTIVO .........................................198
X
3 A COMPETÊNCIA ESCRITA E A REDAÇÃO DE TEXTOS .....................................................201
4 OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ..........203
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................206
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................207
TÓPICO 5 – QUESTÕES IMPORTANTES NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE L2: 
 A INFORMAÇÃO TRANSFORMADA EM CONHECIMENTO.........................209
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................209
2 INPUT/ADUCTO .................................................................................................................................210
2.1 HIPÓTESE DO INPUT COMPREENSÍVEL ...............................................................................214
2.2 HIPÓTESE DO FILTRO AFETIVO E A MOTIVAÇÃO ............................................................215
2.3 HIPÓTESE DO MONITOR ...........................................................................................................219
2.4 HIPÓTESE DA ORDEM NATURAL ..........................................................................................221
3 INTAKE/EDUCTO ...............................................................................................................................222
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................224
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................225
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................227
1
UNIDADE 1
LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E 
APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• distinguir as concepções de Língua, Linguagem, Fala e Linguística;
• entender o processo constitutivo e o propósito da Linguística Geral, da 
Linguística Teórica e da Linguística Aplicada da Língua Espanhola en-
quanto ciências;
• situar-se teoricamente nas bases que alicerçam o conhecimento linguístico 
moderno, reconhecendo e aplicando conceitos como sincronia, diacronia, 
sintagma, paradigma e signo linguístico;
• conhecer os principais estudos da Linguística como ciência da linguagem 
humana;
• orientar-se historicamente na constituição da língua espanhola;
• identificar a linguagem e seus padrões;
• reconhecer as perspectivas de estudo da língua espanhola;
• relacionar os estudos linguísticos a temas voltados ao ensino de língua es-
panhola.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
TÓPICO 2 – LINGUÍSTICA TEÓRICA DA LÍNGUA ESPANHOLA
TÓPICO 3 – PERSPECTIVAS DE ATUAÇÃO NA LINGUÍSTICA APLICADA 
À LÍNGUA ESPANHOLA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
1 INTRODUÇÃO
No presente tópico, vamos abordar os conceitos de língua, linguagem, 
fala e linguística. Estes conceitos são considerados vitais para o entendimento que 
construiremos ao longo de todo o livro. Ao assentarmos esta base estaremos aptos 
para avançar em direção a questões específicas, afunilando progressivamente rumo 
ao nosso destino: a linguística aplicada ao ensino do espanhol. Antes de começar, 
gostaria de lançar um questionamento a você. Alguma vez já refletiu sobre a 
importância da língua no desenvolvimento da humanidade? Já parou para pensar 
como seria difícil a vida sem um sistema linguístico-comunicativo eficaz?
No filme “A Guerra do Fogo”, de 1981, os autores recriaram um período 
da pré-história anterior ao uso da língua, no qual os hominídeos se expressavam 
através de uma linguagem especial em que prevaleciam elementos como o corpo, 
as expressões faciais, os movimentos repetitivos e os grunhidos. Todos estes de 
importância vital para o contato em uma realidade na qual a comunicação, tal 
como se conhece hoje, simplesmente não existia. É fato conhecidoque na história 
da humanidade a linguagem é uma das capacidades humanas que mais exerceu 
fascínio nos povos de diversas culturas. De acordo com Margarida Petter, em 
estudo publicado no livro “Introdução à Linguística”, os primeiros estudos da 
língua remontam ao século IV a.C., sendo o interesse pela língua perceptível 
através de "mitos, lendas, cantos, rituais ou por trabalhos eruditos que buscam 
conhecer essa capacidade humana" (2003, p. 6).
No desenvolvimento deste tópico abordaremos o surgimento da 
Linguística moderna como disciplina e também a importância de Ferdinand 
de Saussure (1857-1913) para os estudos linguísticos do século XIX até a 
contemporaneidade. Como você já deve ter percebido, toda ciência humana possui 
referentes (obras fundadoras e pessoas que se destacaram) que são indispensáveis 
para o conhecimento que se produz posteriormente. Ao entendermos o papel de 
Saussure no âmbito dos estudos linguísticos, logo estaremos aptos para passar 
à etapa seguinte: as vertentes que surgiram após este momento inicial. Neste 
caso, observaremos o surgimento de duas correntes importantes na história dos 
estudos linguísticos, o Estruturalismo e o Funcionalismo.
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
4
No campo do cinema, a linguagem é um tema que exerce grande 
fascínio. Um exemplo recente é o filme "A Chegada" (2016), do diretor 
Denis Villeneuve. De acordo com a Revista Época, em matéria publicada 
em 2 de desembro 2016, a trama "usa o aprendizado de um idioma 
extraterrestre para provar que as palavras podem moldar nossa visão de 
mundo". Com essa ideia, encontrada na hipótese linguística de Sapir-
Whorf, os autores mesclam ficção científica com teorias linguísticas 
e constroem uma interessante obra ficcional. Veja mais em: <http://
epoca.globo.com/cultura/noticia/2016/12/o-filme-chegada-mostra-
como-linguagem-influencia-nossos-pensamentos.html>.
DICAS
Divulgação do filme 
“A Chegada”
2 PARÂMETROS FUNDAMENTAIS PARA O ESTUDO DA 
LINGUÍSTICA
Para estudarmos os parâmetros que fundamentam o estudo da Linguística, 
primeiramente estabeleceremos um itinerário de viagem que compreende 
paradas essenciais, tais como: 
a) Contexto histórico e conceito de Linguística. 
b) Quem foi Ferdinand de Saussure? 
c) Qual a diferença entre os termos Língua, Fala, Linguagem e Linguística?
A Linguística, como disciplina acadêmica, não surgiu antes do século XIX. 
Ferdinand de Saussure, autor da obra de referência “Curso de Linguística Geral” 
(1916), afirma que esta ciência, que se constitui em torno dos fatos da língua, 
passou por pelo menos três fases sucessivas antes de reconhecer "o seu verdadeiro 
e único objeto" (SAUSSURE, 2006, p. 7).
FIGURA 1 – LINGUAGEM HUMANA 
FONTE: Disponível em: <https://www.comaudi.com/wp-content/
uploads/2017/03/p%C3%A9rdida-auditiva-669x272.png>. Acesso em: 6 
out. 2017.
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
5
Veremos quais foram as três fases pelas quais a linguagem passou antes 
de chegarmos ao que hoje se entende por Linguística: 
A primeira fase foi a Gramática. Esta disciplina, de acordo com Saussure 
(2006, p. 7), visa "unicamente a formular regras para distinguir as formas 
corretas das incorretas; é uma disciplina normativa, muito afastada da pura 
observação e cujo ponto de vista é forçosamente estreito". Você provavelmente 
já consultou gramáticas normativas para esclarecer dúvidas relativas ao uso 
das regras estabelecidas pela gramática tradicional. A gramática tradicional, 
tal como a conhecemos hoje, com frequência é objeto de crítica da Linguística 
Contemporânea. Nos próximos tópicos entenderemos o porquê disso. 
A segunda fase foi a Filologia. Saussure (2006, p. 7) ressalta que a Filologia 
não se preocupava unicamente com a língua como objeto, mas sim visava 
interpretar, fixar e comentar os textos, levando em consideração e ocupando-se 
da "história literária, dos costumes e das instituições". 
A terceira fase, de acordo com Saussure (2006, p. 9), começou quando 
se descobriu que as línguas podiam ser comparadas, o que deu origem ao que 
Saussure chama de "Filologia Comparativa" ou "Gramática Comparada". Os 
estudos comparativos vieram por meio da mão de nomes significativos, como 
Max Müller, G. Curtius e August Schleichter. Apesar de significar um avanço ao 
possuir "o mérito incontestável de abrir um campo novo e fecundo", esta escola 
não chegou a constituir a verdadeira ciência linguística, pois "jamais se preocupou 
em determinar a natureza do seu objeto de estudo" (SAUSSURE, 2006, p. 9).
Ao ensinar a Linguística – e provavelmente sequer desconfiar que 
postumamente se transformaria no primeiro grande nome referencial desta 
disciplina –, Saussure (2006) afirma que a Linguística nasceu dos estudos 
das línguas românicas com as línguas germânicas: "Os estudos românicos, 
inaugurados por Diez – sua Gramática das Línguas Românicas data de 1836-1838 
–, contribuíram particularmente para aproximar a Linguística do seu verdadeiro 
objeto” (SAUSSURE, 2006, p. 11).
Se a Gramática trata das regras da língua e a Filologia trata da interpretação, 
do que, afinal, trata a Linguística e qual a sua tarefa? Saussure responde a esta 
pergunta de modo categórico. Leia com atenção a citação a seguir, pois ela define 
com clareza o pensamento de Saussure em relação ao tema:
A matéria da Linguística é constituída inicialmente por todas 
as manifestações da linguagem humana, quer se trate de povos 
selvagens ou de nações civilizadas, de épocas arcaicas, clássicas ou de 
decadência, considerando-se em cada período não só a linguagem 
correta e a "bela linguagem", mas todas as formas de expressão. Isso 
não é tudo: como a linguagem escapa as mais das vezes à observação, 
o linguista deverá ter em conta os textos escritos, pois somente eles lhe 
farão conhecer os idiomas passados ou distantes:
A tarefa da linguística será:
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
6
a) fazer a descrição e a história de todas as línguas que puder abranger, 
o que quer dizer: fazer a história das famílias de línguas e reconstituir, 
na medida do possível, as línguas-mães de cada família;
b) procurar as forças que estão em jogo, de modo permanente e 
universal, em todas as línguas, e deduzir as leis gerais às quais se 
possam referir os fenômenos peculiares da história;
c) delimitar-se e definir-se a si própria (SAUSSURE, 2006, p. 13, 
grifo nosso).
Você recorda dos filmes “A Guerra do Fogo” e “A Chegada”, que mencionamos 
nas páginas anteriores? São obras ficcionais que expressam a vitalidade da linguagem humana 
no processo de comunicação e, por essa razão, importantes para a Linguística, visto que 
abordam a linguagem a partir de perspectivas que vão além das regras e da interpretação por 
si mesmas. São situações mediadas pelo contexto e pelas condições (como no filme A Guerra 
do Fogo), e também por hipóteses ficcionalmente verossímeis (como no filme A Chegada).
NOTA
Nesse momento você já deve ter percebido que o nome de Ferdinand de 
Saussure aparece diversas vezes neste texto introdutório e possivelmente deve 
estar se perguntando a razão disso. Afinal, é normal que você esteja curioso para 
saber quem foi Saussure.
FIGURA 2 – FERDINAND DE SAUSSURE (1857-1913)
FONTE: Disponível em: <https://www.leme.pt/biografias/s/
saussure.jpg>. Acesso em: 22 out. 2017.
Ferdinand de Saussure nasceu em Genebra no dia 26 de novembro de 
1857. Segundo Luis Casteleiro Oliveros (2000, p. 17), desde muito jovem dedicou-
se ao estudo das ciências. Ao mudar-se para Leipzig, em 1876, cidade que a esta 
altura se constituía como a capital dos estudos linguísticos, Saussure teve como 
professor ninguém menos que Jorge Curtius (1820-1885), um dos primeiros 
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
7
gramáticos comparativos que o autor cita na terceira fase antecessora aos estudos 
linguísticos. Saussure não deixou livros publicados sobre linguística e o que 
temos hoje é resultado dos esforços empreendidospor seus ex-alunos que, após 
sua morte, converteram as anotações de aula em obras póstumas. É graças a 
Saussure que hoje entendemos uma série de dicotomias linguísticas (oposições), 
todas de importância inegável para o entendimento da Linguística. As principais 
dicotomias saussurianas são: sincronia e diacronia, língua e fala, significante e 
significado, sintagma e paradigma. Estudaremos cada uma dessas definições no 
Subtópico 3 desta unidade.
O Curso de Linguística Geral (1916), de Ferdinand de 
Saussure, é uma obra fundamental para o estudo da linguística moderna, 
pois congrega importantes apanhados e conceitos até hoje úteis para a 
disciplina. O livro não foi publicado por Saussure em vida e trata-se de 
uma obra póstuma editada por Charles Bally e Albert Sechehaye, com 
base nos cursos oferecidos por Saussure na Université de Genève no 
começo do século XX.
NOTA
Primeira edição do 
“Curso de Linguística 
Geral”
Agora que já sabemos o que é a Linguística, do que ela se ocupa, o que 
a antecedeu e já sabemos também quem é a principal referência primária no 
âmbito moderno desta disciplina, que tal diferenciarmos os conceitos de Língua, 
Linguagem, Fala e Linguística?
QUADRO 1 – DEFINIÇÕES DE LÍNGUA, LINGUAGEM, FALA E LINGUÍSTICA
Língua
A língua é um grande sistema constituído por regras. De acordo com Margarida 
Petter (2003, p. 10), a língua é "um sistema de signos" - "um conjunto de unidades 
que se relacionam organizadamente dentro de um todo”. É a “parte social da 
linguagem", exterior ao indivíduo; não pode ser modificada pelo falante e obedece 
às leis do contrato social estabelecido pelos membros da comunidade".
Em uma visão complementar, José Luiz Fiorin (2003, p. 3) afirma que “as línguas 
não são nomenclaturas, mas formas de categorizar o mundo”.
Linguagem
Se a língua é a “parte social da linguagem”, a linguagem está relacionada à 
individualidade. Petter (2003, p. 9) relembra que Saussure considerou a linguagem 
"heteróclita e multifacetada", pois abrange vários domínios; “é ao mesmo tempo 
física, fisiológica e psíquica; pertence ao domínio individual e social”. 
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
8
Fala
Ato enunciativo. É individual e, segundo Petter (2006, p. 10), resulta das 
"combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua; expressa-se 
pelos mecanismos psicofísicos (atos de fonação) necessários à produção dessas 
combinações".
Linguística
Contemporaneamente, o objeto de estudos da linguística é tripartido em Língua, 
Linguagem e Fala. De acordo com Petter (2003, p. 10), “A distinção linguagem/
língua/fala situa o objeto da Linguística para Saussure. Dela decorre a divisão 
do estudo da linguagem em duas partes: uma que investiga a língua e outra que 
analisa a fala. As duas partes são inseparáveis, visto que são interdependentes: a 
língua é condição para se produzir a fala, mas não há língua sem o exercício da 
fala. Há necessidade, portanto, de duas Linguísticas: a Linguística da língua e a 
Linguística da fala. Saussure focalizou em seu trabalho a Linguística da língua, 
"produto social depositado no cérebro de cada um", sistema supraindividual que 
a sociedade impõe ao falante”. 
Segundo o Dicionário Houaiss (s.d., s.p.) da Língua Portuguesa, Heteróclito é 
tudo aquilo que “se afasta, se desvia das regras e das normas estabelecidas”.
NOTA
Vamos visualizar? Observe o diagrama que elaboramos para você.
FIGURA 3 – DIAGRAMA DE LÍNGUA, LINGUAGEM, FALA E LINGUÍSTICA
* Social (comum a todos)
* Organizada (possui regras)
* Individual e Social
* Heteróclita e Multifacetada 
(várias formas de expressão).
Individual (utiliza o código 
da língua + mecanismos 
psicofísicos)
Ciência cujo objeto de estudo 
é a tríade Língua, Linguagem 
e Fala.
FONTE: Adaptado de Saussure (2006) e Fiorin (2003) 
FONTE: O autor
Língua
Linguagem
Fala
Linguística
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
9
3 DICOTOMIAS SAUSSURIANAS E CONCEITOS IMPORTANTES
Ao falarmos sobre o legado de Ferdinand de Saussure, com frequência nos 
deparamos com o conceito de dicotomias saussurianas, mas o que significa o termo 
"Dicotomia?". Consultamos dois dicionários para tentar entender melhor este 
conceito. O primeiro deles é o Dicionário Aurélio (s.d., s.p.), para esta publicação, a 
dicotomia é uma “divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos, em geral 
contrários, que lhe esgotam a extensão”. Para o Dicionário Michaelis (s.d., s.p.), o 
termo "dicotomia" consiste em uma "classificação em que se divide cada coisa ou 
cada proposição em duas". Na verdade, ambas as definições se complementam, 
expressando-se de modo diferente. Vale lembrar que o termo dicotomia não é usado 
somente no âmbito dos estudos linguísticos, mas também por outras áreas. Para a 
Teologia, por exemplo, o corpo e a alma constituem a dicotomia mais importante. 
Para o Direito, o público e o privado. Na filosofia oriental, Taoísmo, a dicotomia 
mais importante é o símbolo do Yin-Yang. O Yin representa e energia feminina 
(Lua), ao passo que o Yang representa a masculina (Sol). 
FIGURA 4 – O YIN-YANG
FONTE: Disponível em: <https://upload.wikimedia.org/
wikipedia/commons/thumb/1/17/Yin_yang.svg/1200px-
Yin_yang.svg.png>. Acesso em: 20 out. 2017.
No âmbito da Linguística, as dicotomias saussurianas mais conhecidas são 
quatro: língua e fala, sincronia e diacronia, sintagma e paradigma e significante 
e significado. 
Entender como funcionam as dicotomias saussurianas permitirá que você 
pense elementos que são fundamentais para a linguística teórica. Vamos nessa?
O tema Língua e Fala você conheceu brevemente no Subtópico 2, 
quando distinguimos os conceitos de Língua, Linguagem, Fala e Linguística. É 
importante mencionar que estes dois conceitos constituem uma dicotomia para 
Saussure. Enquanto a língua é um sistema de regras de uso coletivo, a fala é um 
ato individual de enunciação que concretiza a língua. A existência de uma está 
ligada à existência da outra. Nesse caso, a fala existe como realização da língua. A 
língua e a fala também são conhecidas em linguística como langue e parole. 
3.1 LÍNGUA E FALA
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
10
Linguagem
FalaLíngua
Enquanto a língua está depositada no cérebro de todos, a fala compreende, 
de acordo com Saussure (2006), combinações individuais (que dependem da 
vontade do falante) e atos de fonação voluntários, que são necessários para a 
execução dessas combinações. É exatamente essa relação entre uma e outra que 
convertem o tema língua-fala em uma dicotomia, visto que são extremidades que 
se correlacionam e existem em função uma da outra.
3.2 SINCRONIA E DIACRONIA
Os conceitos de sincronia e diacronia são de importância vital para os 
estudos linguísticos. Saussure estabeleceu dois tipos de linguísticas: a linguística 
sincrônica e a linguística diacrônica. A sincrônica se ocupa de um recorte 
temporal (por exemplo, a língua no século XV). Já a linguística diacrônica se 
ocupa com as transformações da língua através do tempo (a língua nos séculos 
XV, XVI, XVII, XVIII...). Segundo Pietroforte (2005, p. 102), o significado das 
palavras sincronia e diacronia está ligado à origem na língua grega: "Diacronia, 
do grego dia "através" e chrónos "tempo", quer dizer "através do tempo", e 
sincronia, do grego syn "juntamente" e chrónos "tempo", significa "ao mesmo 
tempo". Observe a seguinte imagem:
Ao discorrer sobre o tema, Saussure (2006, p. 27) afirma que o estudo da 
linguagem comporta duas partes: “uma, essencial, tem por objeto a língua, que 
é social em sua essência e independente do indivíduo; esse estudo é unicamente 
psíquico; outra, secundária, tem por objeto a parte individual da linguagem, vale 
dizer, a fala, inclusive a fonação e é psico-física”.
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
11
FIGURA 5 – SINCRONIA E DIACRONIA
FONTE: O autor
Na Figura 5 percebemos os séculos dispostos temporalmente (as linhas 
horizontais).O estudo do momento da língua em um destes séculos constitui o 
que chamamos de Sincronia. Por outro lado, ao compararmos a língua através 
do tempo, estamos realizando uma perspectiva dentro da linguística diacrônica.
Um estudo diacrônico poderia se preocupar, por exemplo, com a 
evolução do pronome "você". Se buscarmos nos primórdios da língua portuguesa 
encontraremos a forma "vossa mercê". Com o passar do tempo adotou-se o 
"vosmecê". Posteriormente, "vancê" e atualmente "você". Hoje, no século XXI, há 
registros orais em que os falantes da língua utilizam somente a forma "Cê". 
FIGURA 6 – DIACRONIA
FONTE: O autor
Agora, imagine a seguinte situação: você está cursando a disciplina de 
Literatura da Língua Portuguesa e em algum momento o professor pede para 
que você leia uma cantiga de amor do período trovadoresco, ainda no tempo em 
que o português não existia tal como o conhecemos hoje. Observe a Cantiga da 
Ribeirinha, atribuída a Paio Soares de Taveirós:
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
12
FIGURA 7 – SINCRONIA
FONTE: O autor
O poema, que data do período de formação da língua portuguesa, possui 
um vocabulário que nos permite compreender melhor o estágio da língua 
naquele tempo específico. Por exemplo, a palavra "mentre" (verso 2) possui o 
mesmo significado de simultaneidade da palavra "enquanto" do português atual. 
O "Semelha" (verso 12) significa "parecer", ou dá indícios de que se desdobrou na 
palavra "semelhança". Um estudo diacrônico não se preocuparia em comparar (ver 
como essa palavra se modificou até chegar no estágio atual), mas compreender a 
língua tal como ela se apresentava no período estudado. Por exemplo: no século 
XII, o vocábulo “mentre” possuía a carga semântica de simultaneidade.
A Cantiga da Ribeirinha é considerada o primeiro texto literário na língua galaico-
portuguesa. O registro pertence a um período chamado “Trovadorismo” (literatura oral) e sua 
data é incerta, havendo divergências se a ocorrência remonta ao ano 1889, 1198, ou 1200.
NOTA
3.3 SINTAGMA E PARADIGMA
Imagine a seguinte situação: Você precisa muito dizer algo a alguém, mas 
desiste de falar por não saber como fazer, pois acredita que o assunto é sério 
demais para falar sem pensar. Você então decide se recolher e pensar melhor nas 
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
13
palavras que vai utilizar. É necessário ser suave diante da situação. Ao recolher-
se você buscou e escolheu as palavras disponíveis no seu paradigma, como se 
elas estivessem disponíveis em um compartimento do seu cérebro. Ao finalmente 
decidir falar, você trouxe as seguintes palavras escolhidas para o seu sintagma: A 
dicotomia paradigma e sintagma é vital quando pensamos nos processos língua, 
linguagem e fala. Mais uma vez, é preciso evocar as formas horizontais e verticais 
para compreender como se dá essa relação. É através do paradigma que se torna 
possível fazer as escolhas (eixo vertical). São estas escolhas que se combinam em 
um Sintagma (eixo horizontal). Segundo Petroforte (2005, p. 116), “O paradigma 
não é qualquer associação de signos pelo som e pelos sentidos, mas uma série de 
elementos linguísticos suscetíveis de figurar no mesmo ponto do enunciado, se o 
sentido for outro”. Vamos entender na prática?
Paradigma
Sintagma
Observe a seguinte frase:
O Brasil é o melhor país do mundo.
A todo momento o falante da língua escolhe palavras na hora de falar. 
Estas palavras estão no que, linguisticamente, entendemos por paradigma. São as 
possibilidades que a língua oferece para expressar o que queremos. Esta escolha 
se dá em oposição a tantas outras formas possíveis. Desse modo, repare agora as 
outras formas possíveis de combinação no exemplo dado.
O Canadá é o melhor país do mundo.
O Japão é o melhor país do mundo.
O Equador é o melhor país do mundo.
Cada escolha pressupõe a seleção de outras combinações possíveis de acordo 
com a língua. Por exemplo, se a frase se referisse a países como “”Itália”, “Suíça” ou 
“Alemanha”, o artigo masculino “O” mudaria para o artigo feminino “A”. 
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
14
A Itália é o melhor país do mundo.
A Suíça é o melhor país do mundo.
A Alemanha é o melhor país do mundo.
É importante lembrar que as combinações não são aleatórias e não podem 
transgredir o sistema da língua. Por exemplo: Jamais poder-se-ia dizer “Brasil O é 
melhor país mundo DO”. Por outro lado, outros elementos do sintagma poderiam 
ser substituídos por outros termos. Por exemplo, a palavra “melhor” concorre 
com a palavra “pior”. A palavra “mundo” concorre com a palavra “continente”. 
Perceba o que Petroforte (2005, p. 116-117) diz a respeito deste tema: 
No sintagma não se combinam quaisquer elementos aleatoriamente. A 
combinação no sintagma obedece a um padrão definido pelo sistema. 
Assim, por exemplo, podem-se combinar um artigo e um nome e, nesse 
caso, o artigo deve sempre preceder o nome. Em português, é possível 
a combinação o irmão, mas não a combinação irmão o. Por essa razão, 
não se deve confundir paradigma com língua e sintagma com fala. 
Tanto um quanto outro pertencem ao sistema, aquele por estabelecer 
os elementos que podem figurar num dado ponto da cadeia falada e 
este por obedecer a um padrão rígido de combinação.
Sintagma: Horizontal – onde se combinam os elementos escolhidos no paradigma.
Paradigma: Vertical – são as possibilidades de escolha que possui o falante da língua.
NOTA
3.4 SIGNIFICANTE E SIGNIFICADO (SIGNO LINGUÍSTICO)
Até aqui conhecemos dicotomias importantes para os estudos linguísticos, 
como as dualidades sincronia-diacronia e sintagma-paradigma. Vamos pensar 
agora no signo linguístico. Você provavelmente já deve ter questionado a razão 
de certas coisas possuírem o nome que têm. Por exemplo, haveria alguma 
relação lógica entre a palavra que designa “cavalo” com o conceito equino ao 
qual se associa? Sabemos que este animal possui nomes diferentes em outras 
línguas, como caballo (espanhol), horse (inglês), pferd (alemão), cheval (francês) 
ou cal (romeno) e com frequência nos perguntamos: os nomes nestes idiomas 
são associados ao conceito por alguma razão natural ou socialmente decidiu-se 
nomeá-los assim sem justificativa alguma?
Para entender isso é importante levar em consideração dois conceitos 
que vamos estudar nos parágrafos seguintes: significante (imagem acústica) e 
significado (conceito).
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
15
O signo linguístico é um conceito que abrange a dicotomia significante 
e significado. Segundo Saussure (2006, p. 80), o signo linguístico “une não uma 
coisa e uma palavra”, mas sim “um conceito e uma imagem acústica". A imagem 
acústica não é um som material, mas a “impressão psíquica desse som”.
FIGURA 8 - O SIGNO LINGUÍSTICO BIPARTIDO EM CONCEITO E 
IMAGEM ACÚSTICA
FONTE: Saussure (2006)
Saussure (2006) relembra que as palavras da língua (significante) são imagens 
acústicas para nós. O signo linguístico, portanto, é a combinação do conceito (ordem 
semântica) com a imagem acústica (ordem fonológica). Segundo Ernani Viotti (2003, 
p. 21): “Ao impor uma formatação à massa amorfa do pensamento, a língua cria o 
significado, que é um conceito. Ao impor uma formatação à massa amorfa fônica/
gestual, a língua cria o significante, que é uma imagem acústica (no caso das línguas 
orais) ou ótica (no caso das línguas de sinais)”.
Sobre o questionamento que lançamos no primeiro parágrafo, sobre a 
relação entre o nome e o conceito ser algo natural ou convencionado, Saussure 
afirma que o signo linguístico é arbitrário. Isto significa dizer que não há uma 
relação óbvia entre o significante (imagem acústica) e o significado (conceito). 
Não há um motivo que justifique.
O autor cita o exemplo do signo mar: “a ideia de "mar" não está ligada por 
relação alguma interior à sequência de sons /m-a-r/ que lhe serve de significante; 
poderia ser representada igualmente bem por outra sequência, nãoimporta qual” 
(SAUSSURE, 2006, p. 81-82). Nesse sentido, o significante /mar/ poderia estar 
associado a outro conceito qualquer. Não há uma relação óbvia entre eles. É nesse 
sentido que o signo linguístico é arbitrário (não tem regras).
Significante: a palavra – grafia e som (imagem acústica) no caso das línguas 
orais ou os gestos, no caso das línguas de sinais.
Significado: O conceito ao qual nos remete o significante.
NOTA
Conceito
Imagem
acústica
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
16
4 ESTRUTURALISMO E GERATIVISMO
No âmbito acadêmico existem correntes que defendem entendimentos 
próprios em relação a determinados fenômenos ou objetos de estudo. A visão 
sobre um conceito, por exemplo, pode ter definições distintas de acordo com a 
linha de estudos “A” ou “B”. Nos estudos linguísticos, a primeira referência que 
temos se chama Estruturalismo. 
O estruturalismo é uma corrente de estudos linguísticos que, muitas vezes, 
confunde-se com o surgimento da linguística moderna, já que surgiu na esteira das 
ideias de Saussure. O autor suíço defendia que a língua se assemelhava a um jogo 
de xadrez no qual o que interessa são as regras que determinarão o movimento 
das peças. Não por acaso, em seu “Curso de Linguística Geral” Saussure afirmou 
que a língua é um sistema cujas partes “podem e devem ser consideradas em 
sua solidariedade sincrônica” (SAUSSURE, 2006, p. 102). Isso significa dizer que 
cada elemento possui um papel funcional ao integrar o grande todo. Interessa, 
então, pensar um elemento em relação ao outro, e não na função independente de 
cada um. O exemplo do jogo de xadrez é uma analogia coerente com essa ideia: 
recorde que cada peça do jogo (rei, rainha, cavalo, bispo, torre e peão) possui 
movimentos predeterminados por regras que embasam o jogo.
FIGURA 9 – JOGO DE XADREZ: CADA PEÇA É MOVIDA POR REGRAS 
PREDETERMINADAS
FONTE: Disponível em: <https://www.ibusiness.de/cgi-bin/resize/
upload/bilder/334866jg.jpg?maxheight=900&maxwidth=1600>. 
Acesso em: 20 out. 2017.
Recentemente, você foi apresentado às dicotomias de Saussure e percebeu 
que o entendimento delas nos condiciona a uma compreensão sistemática da 
língua. Certamente, recordará que para Saussure a LÍNGUA era o principal objeto 
de estudo da Linguística. Dentro dessa perspectiva, os estruturalistas entendem 
a língua como forma (estrutura), e por isso são conhecidos – em um sentido mais 
amplo – também como formalistas.
Além do estruturalismo, na metade do século XX registrou-se o surgimento 
de outra importante teoria de base formalista: o gerativismo chomskyano. 
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
17
FIGURA 10 – NOAM CHOMSKY
FONTE: Disponível em: <https://upload.
wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/bb/
Noam_Chomsky%2C_2004.jpg/1200px-Noam_
Chomsky%2C_2004.jpg>. Acesso em: 20 out. 2017.
Fato incontestável é que por quase meio século o estruturalismo dominou 
os estudos linguísticos até o surgimento do gerativismo, em 1957, com a publicação 
da obra “Estruturas Sintáticas”. Noam Chomsky, o precursor desta corrente, 
nasceu na Filadélfia (Estados Unidos da América) em 1928. Entre tantas das suas 
contribuições científicas, a mais representativa para os estudos linguísticos é a 
Sintaxe Gerativa. 
Se para Saussure a linguística deveria descrever os elementos fundamentais 
do sistema linguístico, para Chomsky (2004) a linguística deveria explicar o caráter 
gerativo das línguas naturais. Na verdade, Chomsky não nega a relevância do 
descritivismo característico do estruturalismo, mas entende que qualquer falante 
da língua pode gerar uma infinita quantidade de sentenças.
Segundo Eni Orlandi (1986, p. 37), Chomsky propõe “uma teoria a que 
chama de gramática e centra seu estudo na sintaxe. Esta, segundo ele, constitui 
um nível autônomo, central para a explicação da linguagem. A finalidade dessa 
gramática não é ditar normas, mas dar conta de todas (e apenas) as frases 
gramaticais, isto é, que pertencem à língua". Ainda hoje o Gerativismo inspira 
importantes estudos no âmbito dos estudos linguísticos.
Você recorda das análises sintáticas que fazia no Ensino Médio na 
disciplina de Língua Portuguesa? Muito do que hoje se entende por sintaxe se 
deve aos estudos gerativistas da década de cinquenta e aos seus desdobramentos.
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
18
FIGURA 11 – ANÁLISE SINTÁTICA
FONTE: Chomsky (2004)
Para o Gerativismo importa a forma, a língua como sistema. Nesse sentido, 
tanto o Estruturalismo como o Gerativismo são teorias que encontram afinidades 
significativas uma na outra. E são justamente essas afinidades que possibilitarão 
a crítica e, por conseguinte, o surgimento de uma terceira onda nos estudos 
linguísticos: os estudos de base funcionalista. Agora, já não mais apenas a Língua, 
mas também os aspectos de mudança e variação como parte da grande Língua.
5 FUNCIONALISMO: A TERCEIRA ONDA DOS ESTUDOS 
LINGUÍSTICOS 
Observamos, até o presente ponto, duas correntes focadas na forma (o 
Estruturalismo e o Gerativismo). Foi em contraposição às ideias defendidas por ambas 
as teorias que, na década de setenta, surgiu o que hoje conhecemos por Funcionalismo 
linguístico, apesar de anteriormente já existirem registros esparsos do que mais tarde 
surgiu como uma teoria linguística. De acordo com Fiorin (2003, p. 22), "a gramática 
funcional leva em consideração o uso das expressões linguísticas na interação verbal; 
inclui na análise da estrutura gramatical toda a situação comunicativa: o propósito do 
evento da fala, os participantes e o contexto discursivo".
O Funcionalismo está ligado ao Círculo Linguístico de Praga, local onde 
foram gerados importantes estudos para o desenvolvimento desta corrente. As 
teses de Praga são nove teses que englobam estudos que se dedicam ao estudo 
da língua, sempre utilizando por base o estudo do tcheco e das línguas eslavas.
Fiorin (2003, p. 23) afirma que os desdobramentos que o Funcionalismo 
apresenta na atualidade "concordam com o fato de que a língua é, antes de tudo, 
instrumento de interação social, usado para estabelecer relações comunicativas 
entre os usuários". Isso significa dizer que, para os funcionalistas, é na parole 
(fala) que se encontra o grande fenômeno linguístico de interesse dos seguidores 
desta corrente de estudos.
TÓPICO 1 | UMA VISÃO GERAL DA LINGUÍSTICA
19
Você se lembra da hipótese linguística de Sapir-Whorf que mencionamos 
ao falar sobre o filme “A Chegada”? Eduard Sapir é um dos linguistas referenciais para o 
funcionalismo linguístico. Foi ele quem, com Benjamin Lee Whorf, postulou a hipótese 
linguística de que o pensamento humano é moldado pela linguagem e pela cultura.
NOTA
FIGURA 12 – EDUARD SAPIR
FONTE: Disponível em: <http://linguisticanthropology.org/wp-
content/uploads/2014/06/et0924b.jpg>. Acesso em: 20 out. 
2017.
Você recordará que para o Estruturalismo havia a dicotomia Língua e 
Fala (Langue e Parole). Já para o Funcionalismo não há essa divisão, visto que 
esta corrente enxerga a Língua e a Fala como uma mesma entidade. O bloco 
funcionalista nos estudos linguísticos se preocupa com questões ligadas à 
língua (sistema), à linguagem (formas de manifestação desse sistema) e à fala 
(manifestação individual do falante). São os estudos funcionalistas que permitem, 
por exemplo, que se diga que o objeto da linguística hoje é a Língua, a Linguagem 
e a Fala, tal como a definição que apresentamos nos pressupostos fundamentais 
para o estudo da linguística nesta unidade.
20
Neste tópico, você aprendeu que:
• Existe uma série de parâmetros básicos para o estudo da Linguística.
• O marco de fundação da Linguística moderna foi fundado na figura de 
Ferdinand de Saussure.
• Existem delimitações conceituais dos termos Língua, Fala, Linguagem e 
Linguística.
• Existiram três fases pelas quais passaram os estudos linguísticos.
• As dicotomias saussurianas de língua e fala, sincronia e diacronia, sintagma 
e paradigmae significante e significado são importantes para o estudo da 
linguística.
• As principais correntes linguísticas do século XX.
RESUMO DO TÓPICO 1
21
1 Marque a questão incorreta:
a) A Diacronia se ocupa com a língua através de um recorte, ao passo que a 
Sincronia se preocupa com as transformações da língua através do tempo.
b) O paradigma é o âmbito das possibilidades, já o sintagma é a realização das 
escolhas paradigmáticas.
c) O significante se constitui por uma imagem acústica e o significado constitui 
o conceito ao qual se atrela o significante.
d) A linguagem é heteróclita e a língua é organizada.
e) No sintagma não se combinam quaisquer elementos aleatoriamente.
2 Considere as seguintes afirmações:
I - Enquanto a língua é um sistema de regras de uso coletivo, a fala é um ato 
individual de enunciação que concretiza a língua.
II - A Linguagem é heteróclita e multifacetada.
III - A Filologia constitui a terceira fase que antecedeu a Linguística como 
disciplina moderna.
IV - A Gramática trata das regras da língua.
V - O Curso de Linguística Geral é uma obra póstuma, encontrada nos pertences 
pessoais de Saussure e publicada posteriormente por dois ex-alunos do mestre.
Assinale a alternativa correta:
a) ( ) I, II, III, e V estão corretas.
b) ( ) V e II estão incorretas.
c) ( ) III e V estão incorretas.
d) ( ) Somente a V é correta.
e) ( ) Todas as alternativas estão incorretas.
AUTOATIVIDADE
22
23
TÓPICO 2
LINGUÍSTICA TEÓRICA DA LÍNGUA ESPANHOLA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1, você foi introduzido aos estudos linguísticos. Aprendeu conceitos 
importantes, conheceu autores notórios e descobriu que existem teorias linguísticas 
que são fundamentais para o conhecimento desta disciplina. Agora, munido dessas 
informações, você está apto para adentrar no Tópico 2, no qual discorreremos sobre 
o que se entende por Linguística Teórica da Língua Espanhola no âmbito científico. 
Neste aprendizado, possivelmente você deve estar se questionando: se a 
linguística geral engloba as perspectivas sincrônica e diacrônica, qual perspectiva 
abarcará a linguística teórica?
A linguística teórica se propõe a entender como o idioma se organiza, 
tentando compreender minimamente cada uma das partes (fonemas, morfemas, 
orações, discursos) que o conformam como tal. Hernández de Mota (2000, p. 60) 
afirma que: 
La lingüística teórica o descriptiva se encarga de definir la forma como 
un idioma está organizado (estructura gramatical) descubriendo las 
unidades que lo conforman y determinando su posible combinación 
para expresar diversos significados; también investiga la utilidad 
y el nivel jerárquico de cada uno de sus elementos, ej. los sonidos 
se unen para formar morfemas; una palabra forma parte de una 
frase; una frase es elemento constitutivo de una oración y, a su vez, 
las oraciones se conectan entre sí para formar unidades complejas 
denominadas discursos.
Compreender como se organiza a linguística teórica em língua espanhola 
é importante para que entendamos como o estudo dessa disciplina pode ser 
funcional no processo de ensino e aprendizagem da língua espanhola, quando 
podemos lançar mão de subsídios e ferramentas para melhor compreender o 
idioma que visamos aprender.
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FIGURA 13 – RAMOS DA LINGUÍSTICA
FONTE: Mota (2000)
Fonética
No âmbito da linguística teórica, a Fonética é a disciplina que vai se 
ocupar de como se pronunciam os sons que formam parte da linguagem humana. 
De acordo com Mota (2000, p. 62), a Fonética "Describe cómo es producido cada 
sonido fisiológicamente: qué órganos vocales entran en juego, de dónde proviene 
y cómo se conduce el aire empleado en su producción y otras características 
importantes". Isto significa dizer que a Fonética se preocupa com a articulação 
das palavras no aparelho fonador. 
Já vimos que o signo é composto pelo significante e pelo significado. 
A Fonética se preocupa justamente com a parte significante, jamais com o 
significado. Você também já deve ter percebido que ao aprendermos uma nova 
língua, com frequência nos deparamos com sons que não existem ou que estão 
em desuso no português. Um exemplo clássico é o /r/ em espanhol. Você recorda 
o som que este /r/ faz no começo de palavras como “Ratón” “Ritmo” e “Ruta”? 
Observe a figura a seguir:
2 PERSPECTIVAS DE ESTUDO DA LINGUÍSTICA TEÓRICA
A linguística teórica se divide basicamente em áreas de especialização: a 
fonética, a fonologia, a morfologia, a sintaxe, a análise do discurso, a pragmática 
e a semântica. Cada uma dessas áreas se ocupa de aspectos específicos da 
linguagem. Você recorda que no Tópico 1 vimos que a linguagem é definida 
como multifacetada (possui várias faces) e que também abrange vários 
domínios, sendo então "física, fisiológica e psíquica"? (PETTER, 2003, p. 9). É 
no âmago destes desdobramentos que se dividem as áreas de especialização da 
linguística teórica.
Teórica
Linguística
Aplicada
Análise discursiva
Sintaxe
Fonética
Pragmática Outras
Psicolinguística
Sociolinguística
Neurolinguística
Linguística matemática
Linguística computacional
Morfologia
Fonologia
TÓPICO 2 | LINGUÍSTICA TEÓRICA DA LÍNGUA ESPANHOLA
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FIGURA 14 – APARELHO FONADOR
FONTE: Disponível em: <http://blogdelinguistica.blogspot.com.br>. Acesso em: 7 
ago. 2017.
Lábio superior
Dentes superiores
Dentes inferiores
Lábio inferior
Cordas vocais
Fossas nasais
Palato
Abóbada palatina Véu palatino
Alvéolos
Língua
Laringe
Epiglote
Faringe
Úvulacanal respiratório
Ao pronunciarmos estas palavras pronunciamos um /r/ vibrante. Para 
conseguir alcançá-lo precisamos elevar a língua até os alvéolos, vibrando-a 
(localize os alvéolos na figura). Esta é a particularidade deste som. Ao pronunciar 
as palavras em língua espanhola é importante que saibamos como fazê-lo e é 
justamente neste aspecto que o conhecimento da Fonética da língua espanhola 
pode ser uma ferramenta de grande auxílio no processo. No exemplo dado, 
mencionamos o caso da letra /r/ (que de acordo com a fonética possui duas 
possibilidades de pronúncia). Tanto a produção de vogais como as consoantes 
poderão ser descritas pela Fonética.
Fonologia
Se a Fonética se preocupa com a acústica, com os sons que o nosso aparelho 
fonador é capaz de fazer para pronunciar o aspecto significante do signo, a 
Fonologia se preocupa com a função e a organização do sistema sonoro da língua. 
Como você pode perceber, são áreas irmãs no âmbito dos estudos linguísticos. Ao 
se preocupar com a funcionalidade da fala, a Fonologia se preocupa com questões 
de diferenciação entre os fonemas no processo de produção de sentido, como 
no caso dos pares mínimos. Mota (2000) relembra que, ao se comparar os pares 
mínimos, «muro / duro», «mudo / dudo» y «mimo / mido», logo se comprova que 
os sons de /m/ e /d/ são fonemas diferenciados, pois a existência deles é capaz de 
modificar completamente o sentido e a função de uma palavra. Outra função da 
fonologia é pensar a estrutura silábica de uma língua, conforme exemplifica Mota 
(2000, p. 63) ao comparar a estrutura silábica do maia (Consoante+vogal+consoante) 
com o espanhol (consoante+vogal): “los patrones que forman (estructura 
silábica), por ejemplo, en los idiomas mayas predomina la secuencia de sonidos 
consonante+vocal+consonante (CVe) como en hin-q'ab' (mi mano en qanjob'aL) y 
en el español la combinación consonante+vocal (CV) como en «si-lla»”. 
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Na atualidade, mais de seis milhões de pessoas falam o maia. Sua maior 
ocorrência se dá na América Central e parte da América do Norte (sul do México), 
especialmente em países como Guatemala, México e Belize. É uma das línguas indígenas 
mais antigas de que se tem notícia e seus primórdios antecedem o período pré-colombiano 
(descoberta da América).
NOTA
Sintaxe
Você recorda que quando falamos sobre o gerativismo de Noam Chosmky 
mencionamos aexistência de uma sintaxe gerativa? Dentro daquela perspectiva 
importava a forma. A Sintaxe é o ramo da linguística teórica que vai se preocupar 
com as regras que permitem que se combine as palavras de forma linear, ou, 
como afirma Mota (2000, p. 64), "de manera que se formen unidades mayores 
de significado tales como frases y oraciones; la posibilidad de combinación 
es infinita". É a língua em seu aspecto horizontal, é a realização que se dá no 
sintagma. Observe a seguinte frase em espanhol:
FIGURA 15 – ANÁLISE SINTÁTICA
No exemplo dado percebe-se a função de cada um dos elementos da frase 
“El periodista escribió um artículo para el periódico”. A Sintaxe, então, ocupa-
se de compreender a relação estabelecida entre cada um desses elementos. Esta 
relação se dá em função de regras previamente estabelecidas.
FONTE: Mota (2000)
El periodista escribió un artículo para el periódico
artículo substantivo
artículo substantivo
artículo substantivo
frase nominalverbo
frase nominalpreposición
frase preposicional
frase verbalfrase nominal
Oración
El periodista escribió un artículo para el periódico.
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Morfologia
Se a Sintaxe se preocupa com a organização das palavras no sintagma, 
a morfologia se preocupa com a estrutura das palavras como unidades. Esta 
disciplina estudará a constituição das palavras através das unidades mínimas 
de significado (morfemas). A classificação dos morfemas se dá por morfemas 
independentes e morfemas dependentes. 
Os morfemas independentes possuem significado por si só sem necessitar 
que se unam com outro morfema (ocorre em palavras como: aunque, pero, desde, 
ella, él, azul, árbol, leche).
Já os morfemas dependentes são aqueles que precisarão unir-se a outros 
para constituir um significado. Os morfemas derivacionais prefixais, ou prefixos, 
se colocam antes da raiz (ou radical), modificando seu significado original. Um 
exemplo de prefixo em língua espanhola são as unidades "An" e "A". Ambos 
sinalizam negação ou anomalia: analfabeto; amorfo. 
Além dos prefixos (que vêm antes), há também os sufixos (que vêm depois). 
O sufixo "Filia", por exemplo, significa aficção por algo que está representado pela 
palavra raiz. É o caso de "bibliofilia" (aficção por livros) e "francofilia" (aficção pela 
língua francesa). Cabe salientar, contudo, que o âmbito dos estudos morfológicos 
constitui uma disciplina bastante completa. Os exemplos de morfemas que você 
acabou de ver constituem uma partícula mínima do que pode vir a ser estudado 
nessa disciplina.
Semântica
No âmbito linguístico, a Semântica estudará o significado das palavras. 
Em espanhol, também é conhecida pelos nomes de onomasiología, semología, 
semasiología y sematología (RAIMONDO, 1991, p. 251 apud Mota, 2000). O que 
importa entender é que a semântica se preocupará com a acepção individual ou 
não de palavras, frases, morfemas e orações. Entre outras atribuições, a Semântica 
preocupa-se com:
La construcción de definiciones para los vocablos de un idioma (léxico), 
con base en rasgos que le son característicos (semas), ej. Mujer: especie: 
+humano; sexo: +femenino; edad: [+adolescente, +joven, +adulto, + 
anciano]; número: [+individual, + colectivo].
Mujer: Ser humano de género femenino, pudiéndose asignar este 
término desde la etapa de la pubertad hasta la vejez, dependiendo 
de la cultura, para denotar una persona en particular (<<Esa mujer 
es interesante») o un grupo colectivo (<<La mujer y su papel en la 
sociedad»). En algunos contextos, durante la etapa de la infancia y 
la niñez la palabra es empleada con fines de identificación de género 
(<<Fue una mujercita» -la bebé que nació-) (RAIMONDO, 1991, p. 251 
apud MOTA, 2000, p. 66).
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
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Se pensarmos em comparação com a sintaxe, que se preocupa com a 
estrutura da língua e como ela se realiza no sintagma, a semântica vai se preocupar 
com o significado da realização sintagmática. Muitas vezes, você já deve ter se 
preocupado com o significado de uma palavra ou de uma frase específica. Em 
linhas gerais, essa é uma preocupação de ordem semântica. Nos domínios da 
linguística teórica esta é uma área de grande importância, visto que observa a 
língua no âmbito da sua realização.
Análise do Discurso
Se a Semântica se preocupa com o significado de unidades menores (como 
palavras, frases e orações), a análise do discurso vai se debruçar sobre as unidades 
maiores que a oração, como os parágrafos, os textos e os discursos. De acordo com 
Mota (2000), este ramo dos estudos linguísticos vai se preocupar com aspectos 
como o conteúdo, a coesão, a coerência, os referentes linguísticos e a temática.
Foi o filósofo francês Michel Pêcheux (1938-1983) um dos grandes baluartes 
da análise do discurso francês. Entre as principais obras do autor, destaca-se 
"Análise Automática do Discurso" (1969), “O discurso: estrutura ou acontecimento” 
(1983) e “Semântica e discurso: uma crítica da afirmação do óbvio” (1975).
FIGURA 16 – MICHEL PECHEUX (1938-1983): UM DOS GRANDES 
EXPOENTES DA ANÁLISE DO DISCURSO
FONTE: Disponível em: <http://www.labeurb.unicamp.br/portal/
UserFiles/Image/Michel1.JPG>. Acesso em: 24 out. 2017.
Pragmática
A Pragmática se centra, fundamentalmente, no uso que as pessoas dão ao 
seu idioma em contextos distintos. Este uso pode estar mediado por uma intenção 
definida. É o usar a língua para a produção de efeitos e geração de significados 
específicos. São importantes vários elementos, tais como:
• El efecto de lo que se dice o escribe en los demás.
• La función del contexto, del conocimiento previo y de las experiencias 
socioculturales en la expresión y la interpretación. Tannen (2000) 
menciona que en la India, las normas de cortesía sugieren que si 
alguien expresa admiración o gusto por algo que lleva su interlocutor, 
TÓPICO 2 | LINGUÍSTICA TEÓRICA DA LÍNGUA ESPANHOLA
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se espera que lo admirado le sea obsequiado; en América, la intención 
al expresar admiración conlleva únicamente agrado y nada más.
• «La forma como se establece, se mantiene y se modifica la relación 
entre interlocutores» o participantes en el acto comunicativo 
(RAIMONDO, 1991, p. 174 apud MOTA, 2000, p. 72).
Para pensar na importância da Pragmática, pensemos em uma figura de 
linguagem chamada ironia. Ao fazer um exame de memória, você seria capaz 
de lembrar quantas vezes já se valeu deste recurso para comentar algo? Ou 
então, quantas vezes alguém já utilizou esta figura com você? Se você não for 
adepto a este uso, talvez consiga recordar quantas vezes utilizou. Contudo, há 
muitas pessoas que usam a ironia com muita frequência. Se você for uma delas, 
certamente não conseguirá contar quantas vezes já a utilizou. O exercício da 
ironia em um discurso é uma função cabalmente analisada pela Pragmática. 
3 AS LINGUAGENS ESCRITA E ORAL E SEUS PADRÕES
No primeiro tópico, você aprendeu que a Língua é um grande sistema 
organizado e que constitui a parte social da linguagem. Já no segundo tópico, 
conheceu as diversas formas de se estudar essa língua. Nesta etapa, chegou o 
momento de compreendermos um conceito que é indispensável quando queremos 
ensinar ou aprender uma língua estrangeira: a norma estándar.
Você já deve ter percebido que a linguagem, por ser multifacetada, pode 
ser adequada a diversas situações comunicativas. Esta adaptabilidade se percebe, 
por exemplo, quando você precisa se dirigir ao reitor da universidade onde estuda 
ou a alguma autoridade. De acordo com a norma, no trato com essas pessoas é 
indispensável que utilizemos uma linguagem formal, mediada por pronomes de 
tratamentos (como Vossa Senhoria, Excelentíssimo, no caso do português), assim 
como outras palavras e expressões específicas. Em língua espanhola, essa forma 
de se comunicar é orientada pelo que se entende por norma estándar (padrão). 
O tratamentoformal difere, por exemplo, do modo como nos comunicamos 
com pessoas com as quais temos intimidade (familiares, conhecidos e amigos 
íntimos). De acordo com Mota (2000, p. 40):
Las normas definen lo que es y no es permitido con uno u otro grupo; 
algunas comunidades optan por un lenguaje coloquial para con los 
familiares mientras otros/ especialmente en relación a los padres, 
prefieren el uso de un tono formal. Las normas sociales determinan 
cómo debe la gente expresarse según la intención (saludar, agradecer, 
pedir, amenazar etc.), la audiencia (tipo de oyente o lector), el lugar, el 
medio de comunicación etc.
A linguagem escrita, em língua espanhola, é normatizada por entidades 
como a Real Academia Española e pela Associação de Academias de Língua 
Espanhola. Este padrão de linguagem escrita se impõe frente às variações sociais 
e locais, em uma tentativa de unificar o idioma no plano textual, respeitando as 
particularidades de cada situação comunicativa.
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
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Nos exemplos a seguir selecionamos dois tipos de cartas redigidas para 
autoridades. O texto 1 trata de uma carta escrita pelo presidente do governo 
espanhol Mariano Rajoy e dirigida ao presidente do governo da Catalunha. Já no 
texto 2 se reproduz uma carta escrita por uma criança de oito anos e destinada ao 
presidente da Bolívia, Evo Morales.
Carta do presidente do governo da Espanha (Mariano Rajoy) ao 
presidente do governo da Catalunha.
E
S
P
A
N
H
A
Texto 1:
Estimado President:
Contesto la carta que me ha remitido, a la que adjunta el acuerdo 
aprobado por el Gobierno de la Generalitat de Cataluña, mediante el cual 
se solicita al gobierno español el inicio de negociaciones sobre los términos 
y las condiciones para la celebración de un referéndum en Cataluña, así 
como la Moción 122/XI aprobada por el pleno del Parlament de Cataluña 
el pasado 18 de mayo.
Como usted sabe, mi voluntad de dialogar y de llegar acuerdos con 
la Generalitat de Cataluña, como con cualquier otro gobierno autonómico, 
es plena y sincera. Esta disposición al diálogo y a la cooperación entre 
administraciones ha quedado de manifiesto a lo largo de estos años, en 
los que hemos llegado a numerosos acuerdos y prestado toda nuestra 
colaboración a la Generalitat. Son muchos los ámbitos en los que dicha 
colaboración ha redundado en beneficio de los ciudadanos de Cataluña.
He tenido ocasión de reiterarle, tanto en público como en privado, las 
obligaciones constitucionales que comporta tanto mi cargo como el suyo. La 
primera de ellas, ineludible para mí, es la defensa del orden constitucional. 
A nadie se le oculta que la propuesta política a la que se me invita consiste 
en pactar con el gobierno que usted preside, la forma de vulnerar el núcleo 
esencial de la Constitución española.
(…)
Como gobernante y representante del Estado, le invito a recuperar 
los planteamientos que, lejos de generar desencuentro y frustración, se 
ajusten al común marco de convivencia y respondan a las necesidades 
reales de los catalanes, y desde esa posición, logremos encontrar espacios 
de acuerdo en beneficio de todos.
Mariano Rajoy Brey
Presidente del Gobierno
Fonte: http://www.lamoncloa.gob.es/presidente/actividades
Paginas/2017/250517rajoycataluna.aspx
TÓPICO 2 | LINGUÍSTICA TEÓRICA DA LÍNGUA ESPANHOLA
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Texto da atriz Kate del Castillo sobre a existência
M
É
X
I
C
O
Texto 2:
Es increíble la manera en que me mira, como resguardando, 
aceptándome con todo y mis noches de nostalgia, mis días de tristeza, mis 
despertares bañada en llanto, mis noches de lujuria, mis tardes filosóficas, 
mis borracheras en soledad hasta quedarme dormida. Me mira sin juzgar. 
Aquí en este lugar que decidí llamar mi hogar, HOME. Mi único YO, donde 
floto, donde me vuelvo niña y a madrazos me he vuelto mujer, donde soy 
simplemente YO. Nada se mueve, nada existe sin que yo lo decida…lo 
he hecho mío. Un espacio. Un vacío que llené de mí a base de lágrimas, 
rechazo, lucha, alegrías, amor y desamor, crecimiento y madurez, cómo 
duele madurar, duele crecer, cabrón duele. Su mirada me penetra y sonrío.
Hasta lo más difícil que es ir en contra de mi misma, me ha costado mi 
hogar, home. Dejar, deshacerme, desligarme de…lo que creí era mío. Yo sé 
que nada me pertenece, que cuando muera, me iré sin maletas, sólo recuerdos 
y lo poco que quedará de mí, que será mucho pues…satisfacciones, tanto 
amor, tantas risas, tanto reconocimiento que tal vez no merecía, pero eso sí, 
plena, satisfecha y feliz me iré porque habré hecho y deshecho. Me habrán 
amado profundamente; he sido una mujer muy amada lo sé y tengo muy 
mala memoria pero de eso sí me acuerdo y para siempre, me han amado. 
Desde siempre me han amado.
Más de lo que yo he amado tal vez y no es que no haya amado con 
todo lo que soy, apasionada y profundamente, es que … apenas me di cuenta. 
Estoy aprendiendo a amar. Su mirada me da consuelo.
Nunca me he sentido tan vacía y tan feliz. Nunca me he sentido 
tan feliz pero tan vacía. Como sea da igual. Me doy las gracias a MÍ. Sólo 
a mí; por haber querido ser quien no era, como Dalí, mi ambición ha ido 
en aumento, ahora quiero ser KATE y lo estoy consiguiendo. La cultura, el 
poder, el conocimiento, la política, Hollywood, premios, no me darán una 
mejor tumba. Ser feliz será lo único que me dará a mí y a mis seres queridos 
paz cuando me vaya. Le entregaré cuentas al señor cuando me pregunte si 
fui feliz porque a eso me mandó no? Y tal vez mis cuentas se lean algo así:
LA PASÉ DE LA FREGADA,SIEMPRE QUISE MÁS Y MÁS, A LO 
TARUGO ME PUSE INTENSÍSIMA, ESPERÉ MÁS DE LA GENTE,ME 
ENOJÉ POR TONTERÍAS,ME CALLÉ CUANDO NO DEBÍ,ODIÉ, 
ENVIDIÉ,ME TRAICIONÉ, MALDIJE, JUZGUÉ …
… pero también me apasioné como desquiciada, me encabroné, me 
agarré a madrazos por amor, tuve pasión por mi profesión, defendí mi familia 
con los dientes, enloquecí de amor, tuve amistades que me sostuvieron las 
miles de veces que caí destrozada, viví intensamente, me lastimaron en lo más 
profundo, lastimé yo aún más, sentí morirme. Pero señor, no me arrepiento 
de un sólo momento, de una sola decisión porque por más estúpidas que 
fueron, salieron de mis entrañas, de mi par de ovarios, de mi corazón, de 
mi cabeza … de mí pues. Lucho y me hago más fuerte. FORTALEZA. Vivo 
y me hago más vulnerable.
VULNERABILIDAD. Siento su mirada, sin ver, puro amor, amor puro.
El “saber” me preocupaba tanto de chavita, quería dejar claro que no era 
tonta, era quien no quería ser y peor aún, quien no era ni seré. La vida es un instante 
de verdad, me da tristeza reconocerlo. Sólo quiero atenderme, sólo así podré superar
UNIDADE 1 | LINGUÍSTICA GERAL, TEÓRICA E APLICADA DA LÍNGUA ESPANHOLA
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No primeiro texto, percebemos uma manifestação cabal do uso da 
norma culta – ou do espanhol dito estándar -, no qual o autor respeita o padrão 
da linguagem escrita e se dirige formalmente a outra autoridade. Já no segundo 
texto, percebe-se a ausência significativa de sinais de pontuação. No entanto, 
coexistente com a não pontuação (se considerarmos que o texto supostamente 
foi escrito por uma criança de oito anos – o que é questionável), percebe-se uma 
notável tentativa de adequação linguística no que diz respeito ao destinatário. Ao 
longo da explanação, em nenhum momento a autora refere-se ao presidente de seu 
país de outra forma senão como “Señor Presidente” ou “Distinguidísimo Señor 
Presidente”, o que – neste aspecto – se compatibiliza com a norma estándar. Ambos 
os exemplos explicitam uma faceta do padrão da linguagem escrita normatizada 
pela Real Academia Española: um que se escreve por completo dentro da norma 
e outro que almeja alcançar este padrão. De acordo com Demonte (2005, p. 3):
El estándar es, además de la supravariante de prestigio, el conjunto 
“borroso” de rasgos y procesos fonéticos, morfológicos, sintácticos y 
léxicos que se describirían en parte en algunas gramáticas normativas, 
la idea de que

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