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DESCRIÇÃO Apresentação anatômica dos elementos que compõem o sistema nervoso e o sistema tegumentar. PROPÓSITO Entender aspectos morfofuncionais do sistema nervoso e do sistema tegumentar é fundamental para o profissional da área de saúde. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os conceitos gerais sobre o sistema nervoso MÓDULO 2 Reconhecer os elementos que compõem o sistema nervoso central MÓDULO 3 Reconhecer os elementos que constituem o sistema nervoso periférico e o sistema tegumentar INTRODUÇÃO O sistema nervoso é o sistema-chave para a homeostase do corpo; seus constituintes são responsáveis por controlar os processos moleculares para a manutenção da vida, por meio de impulsos nervosos. Ele está intimamente relacionado com os demais sistemas, sendo o responsável por percepções, comportamentos, movimentos voluntários e involuntários do corpo. Portanto, além de desempenhar um papel na manutenção da vida vegetativa, também interfere na nossa vida na relação com o meio. O sistema tegumentar, por sua vez, é composto de pele, cabelo, glândulas sudoríparas e oleosas, unhas e receptores sensoriais. Esse sistema ajuda a manter a temperatura corporal, protege o corpo e fornece informações sensoriais sobre o ambiente circundante. Iremos estudar os aspectos do sistema tegumentar em conjunto com alguns elementos do sistema nervoso periférico. AVISO: orientações sobre unidades de medida. Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das unidades. javascript:void(0) MÓDULO 1 Identificar os conceitos gerais sobre o sistema nervoso GENERALIDADES SOBRE O SISTEMA NERVOSO Com uma massa de apenas 2kg, cerca de 3% do peso corporal total, o sistema nervoso é um dos menores e o mais complexo dos demais sistemas do corpo humano. PARA QUE O CORPO FUNCIONE COM EFICÁCIA, SEUS SISTEMAS, TECIDOS E CÉLULAS PRECISAM TRABALHAR DE FORMA COORDENADA. SE CADA CÉLULA SE COMPORTASSE SEM LEVAR EM CONTA O QUE AS OUTRAS ESTÃO FAZENDO, O RESULTADO SERIA O CAOS FISIOLÓGICO E A MORTE. O sistema nervoso emprega meios elétricos e químicos para enviar e receber mensagens muito rapidamente de uma célula para outra. Sua tarefa de coordenação é realizada em três etapas básicas: Por meio das terminações nervosas sensoriais, recebe informações sobre mudanças no corpo e no ambiente externo e transmite mensagens codificadas para a medula espinal e o encéfalo. A medula espinal e o encéfalo processam essas informações, relacionam-nas com experiências anteriores e determinam qual resposta é apropriada para as circunstâncias. A medula espinal e o encéfalo enviam essa resposta para os demais tecidos/células, que executam uma determinada ação. Imagem: Shutterstock.com DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA NERVOSO O desenvolvimento do sistema nervoso é iniciado já nos primeiros estágios da gestação e progride de forma gradativa, como veremos a seguir: TERCEIRA SEMANA Formação da neuroectoderme O primeiro traço embrionário do sistema nervoso central aparece no início da terceira semana de desenvolvimento. Uma faixa dorsal chamada neuroectoderme aparece ao longo do comprimento do embrião e se torna mais espessa para formar a placa neural. Essa estrutura está destinada a dar origem à maioria dos neurônios e a todas as células da glia, exceto a micróglia, que vem do mesoderma. Formação do sulco neural Conforme o desenvolvimento progride, a placa neural afunda e as suas bordas engrossam, formando assim um sulco neural com uma dobra neural elevada ao longo de cada lado. As dobras neurais se fundem ao longo da linha média, começando na região cervical (pescoço) do sulco neural e progredindo rostralmente (em direção à cabeça) e caudalmente (em direção à cauda). Formação do tubo neural Em quatro semanas, esse processo cria um canal chamado tubo neural. Por um tempo, o tubo neural fica aberto para o líquido amniótico nas extremidades rostral e caudal. Essas aberturas fecham em 25 e 27 dias, respectivamente. O lúmen do tubo neural torna-se um espaço cheio de líquido que mais tarde constitui o canal central da medula espinal e os ventrículos (cavidades) do encéfalo. Após o fechamento, o tubo neural se separa do ectoderma subjacente, afunda um pouco e desenvolve processos laterais que mais tarde dão origem às fibras nervosas motoras. Formação da crista neural Algumas células ectodérmicas que originalmente se situam ao longo da margem do sulco neural se separam e formam uma coluna longitudinal em cada lado, chamada de crista neural. ATENÇÃO As células da crista neural dão origem à maior parte do sistema nervoso periférico, incluindo os nervos e gânglios sensoriais e autônomos; as células de Schwann; as meninges; melanócitos da pele; a derme e alguns ossos da cabeça e pescoço e algumas outras estruturas. QUARTA SEMANA Formação das vesículas primárias e das flexuras cervical e cefálica O tubo neural exibe três protuberâncias, as vesículas primárias, que são chamadas de: PROSENCÉFALO MESENCÉFALO ROMBENCÉFALO Enquanto essas vesículas se desenvolvem, o tubo neural se curva na junção do rombencéfalo e da medula espinal para formar a flexura cervical e na região do mesencéfalo para formar a flexura cefálica. QUINTA SEMANA Formação das vesículas secundárias O tubo neural flete mais ainda e se subdivide em cinco vesículas secundárias: O prosencéfalo se divide em dois: o telencéfalo e diencéfalo. O mesencéfalo não se divide. O rombencéfalo se divide em duas vesículas: o metencéfalo e o mielencéfalo. O telencéfalo tem um par de protuberâncias laterais que mais tarde se tornam os hemisférios cerebrais, e o diencéfalo exibe um par de pequenas vesículas ópticas em forma de cúpula que se tornam as retinas dos olhos. DÉCIMA QUARTA SEMANA Espiralamento das células de Schwann e dos oligondendrócitos As células de Schwann e os oligodendrócitos começam a espiralar ao redor das fibras nervosas, estabelecendo camadas de mielina e dando às fibras uma aparência branca. VOCÊ SABIA No entanto, há pouca mielina no encéfalo, mesmo no nascimento; com isso, não é possível identificar uma distinção visível entre a substância cinzenta e a branca do encéfalo do recém- nascido. A mielinização ocorre rapidamente na infância e é isso, muito mais do que a multiplicação ou o aumento dos neurônios, que explica a maior parte do crescimento cerebral pós-natal. A mielinização não é concluída até o final da adolescência. TERCEIRO MÊS Surgimento dos nervos espinais e da medula espinal A medula espinal se estende por todo o comprimento do embrião. À medida que as vértebras se desenvolvem, os nervos espinais surgem da medula e passam lateralmente para emergir entre as vértebras, a partir do forame intervertebral. A COLUNA VERTEBRAL, NO ENTANTO, CRESCE MAIS RÁPIDO DO QUE A MEDULA ESPINAL (OU ESPINHAL). Ao nascer, a medula espinal termina no canal vertebral no nível da terceira vértebra lombar (L3) e, na idade adulta, termina no nível de L1 a L2. À medida que a coluna vertebral se alonga, as raízes nervosas espinais se alongam, de modo que ainda emergem entre as mesmas vértebras, mas o canal vertebral inferior é ocupado por um feixe de raízes nervosas (cauda equina) em vez da medula espinal. Imagem: Shutterstock.com DIVISÕES DO SISTEMA NERVOSO A divisão anatômica compreende: SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) Que consiste no encéfalo e na medula espinal. Esses elementos são protegidos pelo crânio e pela coluna vertebral. SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) Que compreende todos os elementos que não são do sistema nervoso central; isto é: nervos, gânglios, plexos entéricos e receptores sensoriais. SISTEMANERVOSO PERIFÉRICO Nervos Um nervo é um feixe de centenas a milhares de axônios mais o tecido conjuntivo e os vasos sanguíneos associados que ficam fora do SNC. VOCÊ SABIA Existem 12 pares de nervos cranianos que emergem do encéfalo e 31 pares de nervos espinhais que emergem da medula. Cada nervo segue um caminho definido e corre para uma região específica do corpo. Gânglios Os gânglios são pequenas massas de tecido nervoso, consistindo principalmente de corpos celulares de neurônios, localizados fora do SNC. Os gânglios estão intimamente associados aos nervos cranianos e espinais. Plexos entéricos Os plexos entéricos são extensas redes de neurônios localizadas nas paredes de órgãos do trato gastrointestinal. ATENÇÃO Os neurônios desses plexos ajudam a regular o sistema digestivo. Receptores sensoriais Os receptores sensoriais se referem a uma estrutura do sistema nervoso que monitora mudanças no ambiente externo ou interno. Os exemplos de receptores incluem receptores de toque na pele, fotorreceptores no olho e receptores olfativos no nariz. O sistema nervoso periférico pode ser dividido funcionalmente em componentes sensitivo e motor, que podem ser subdivididos em somático ou visceral. DIVISÃO SENSITIVA (AFERENTE) Carrega sinais dos receptores para o SNC: A porção somática sensitiva leva sinais da pele, dos músculos, dos ossos e das articulações para o SNC. A porção visceral sensitiva leva sinais dos órgãos e das vísceras da cavidade torácica e abdominal para o SNC. DIVISÃO MOTORA (EFERENTE) Carrega sinais do SNC para glândulas e músculos: A porção somática motora carrega o sinal para os músculos esqueléticos, gerando contrações. A porção visceral motora (sistema nervoso autônomo) leva os sinais do SNC para as glândulas e para os músculos cardíaco e liso (involuntários). Esse sistema nervoso autônomo possui duas divisões, simpática e parassimpática. Essa terminologia pode dar a impressão de que o corpo tem vários sistemas nervosos — central, periférico, sensorial, motor, somático e visceral —, mas esses são apenas termos de conveniência. EXISTE APENAS UM SISTEMA NERVOSO E ESSES SUBSISTEMAS SÃO PARTES INTERCONECTADAS DE UM TODO. Imagem: Shutterstock.com TECIDO NERVOSO O tecido nervoso compreende dois tipos de células: neurônios e neuróglia. Essas células se combinam de várias maneiras em diferentes regiões do sistema nervoso. NEURÔNIOS Além de formar as redes de processamento do encéfalo e da medula espinal, os neurônios também conectam todas as regiões do corpo ao encéfalo e à medula espinal. COMO CÉLULAS ESPECIALIZADAS, CAPAZES DE ALCANÇAR GRANDES EXTENSÕES E FAZER CONEXÕES COMPLEXAS COM OUTRAS CÉLULAS, OS NEURÔNIOS FORNECEM A MAIORIA DAS FUNÇÕES EXCLUSIVAS DO SISTEMA NERVOSO, COMO SENTIR, PENSAR, LEMBRAR, CONTROLAR A ATIVIDADE MUSCULAR E REGULAR AS SECREÇÕES GLANDULARES. Como resultado de sua especialização, a maioria dos neurônios perdeu a capacidade de sofrer divisões mitóticas. A unidade funcional do sistema nervoso é o neurônio; os neurônios desempenham o papel comunicativo do sistema e possuem três propriedades fisiológicas fundamentais que são necessárias para essa função: EXCITABILIDADE CONDUTIVIDADE SECREÇÃO EXCITABILIDADE Capacidade de fornecer uma resposta mediante mudanças ambientais chamadas estímulos. Os neurônios desenvolveram essa propriedade ao mais alto grau. CONDUTIVIDADE Respondem a estímulos produzindo sinais elétricos que chegam rapidamente a outras células em locais distantes. SECREÇÃO Quando o sinal elétrico atinge o final de uma fibra nervosa, o neurônio secreta uma substância química chamada neurotransmissor, que estimula a próxima célula. A maioria dos neurônios tem três partes: UM CORPO CELULAR DENDRITOS UM AXÔNIO O corpo celular, também conhecido como pericário, contém um núcleo rodeado por citoplasma que inclui organelas celulares típicas, como lisossomos, mitocôndrias e um complexo de Golgi. Imagem: Shutterstock.com Anatomia básica de um neurônio. Os corpos celulares neuronais contêm ribossomos livres e grupos proeminentes de retículo endoplasmático rugoso, denominados corpos de Nissl. Os ribossomos são os locais de síntese de proteínas. Proteínas recentemente sintetizadas produzidas por corpos de Nissl são usadas para substituir componentes celulares, como material para o crescimento de neurônios e para a regeneração dos axônios danificados do sistema nervoso periférico. O citoesqueleto inclui neurofibrilas compostas por feixes de filamentos intermediários que fornecem a forma e suporte da célula e microtúbulos, que auxiliam na movimentação de materiais entre o corpo celular e o axônio. OS DENDRITOS E OS AXÔNIOS SE ENQUADRAM NO TERMO “FIBRA NERVOSA”, UM TERMO GERAL PARA QUALQUER PROCESSO NEURONAL (EXTENSÃO) QUE EMERGE DO CORPO DE UM NEURÔNIO. Os dendritos são as porções receptoras ou de entrada de um neurônio. As membranas plasmáticas dos dendritos e os corpos celulares contêm numerosos locais de receptores para a ligação de mensageiros químicos de outras células. Os dendritos geralmente são curtos, estreitos e altamente ramificados. Em muitos neurônios, os dendritos formam uma série de processos em forma de árvore que se estendem do corpo celular. Seu citoplasma contém corpos de Nissl, mitocôndrias e outras organelas. O axônio, por sua vez, é único e propaga impulsos nervosos em direção a outro neurônio, a uma fibra muscular ou a uma célula de glândula. O axônio é uma projeção longa, fina e cilíndrica que frequentemente se junta ao corpo celular. A parte do axônio mais próxima ao corpo do neurônio é o segmento inicial do axônio. Um axônio contém mitocôndrias, microtúbulos e neurofibrilas. Como o retículo endoplasmático rugoso não está presente, a síntese de proteínas não ocorre no axônio. O citoplasma de um axônio, denominado axoplasma, é circundado por uma membrana plasmática conhecida como axolema. Ao longo do comprimento de um axônio, ramos laterais chamados de axônios colaterais podem se ramificar, normalmente em um ângulo reto com o axônio. O axônio e seus colaterais terminam se dividindo em muitos processos finos chamados de terminais axônicos. O local de comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora é chamado de sinapse. As pontas de alguns terminais dos axônios se dilatam em estruturas em forma de bulbo chamadas de bulbos terminais sinápticos; outros exibem uma série de inchaços chamados varicosidades axonais. Os bulbos terminais sinápticos contêm muitos sacos minúsculos envoltos por membrana, chamados vesículas sinápticas, que armazenam uma substância química, o neurotransmissor, que é uma molécula liberada de uma vesícula sináptica que excita ou inibe outro neurônio, fibra muscular ou célula da glândula. Muitos neurônios contêm dois ou até três tipos de neurotransmissores, cada um com efeitos diferentes na célula receptora (pós- sináptica). EXEMPLO Os neurônios apresentam grande diversidade em tamanho e forma. Por exemplo, seus corpos celulares variam em diâmetro de 5 micrômetros até 135 micrômetros. O padrão de ramificação dendrítica é variado e distinto para neurônios em diferentes partes do sistema nervoso. Alguns neurônios pequenos não têm um axônio e muitos outros têm axônios muito curtos. Dessa maneira, eles podem ser classificados de acordo com a sua estrutura ou função. Iremos ver a classificação estrutural. Classificação estrutural É dada de acordo com o número de processos que se estendem do corpo neuronal. Dessa maneira, um neurônio pode ser classificado em: MULTIPOLAR BIPOLAR UNIPOLAR MULTIPOLAR Quando o neurônio possui vários dendritos e um axônio; a maioria desses neurônios são encontrados no sistema nervoso central. BIPOLAR Quando o neurônio possui um dendrito e um axônio; podem ser encontrados na retina, no ouvido interno e na porção olfatória do encéfalo. UNIPOLAR Quando o neurônio tem dendritos e um axônio fusionados para formar um processo contínuoque emerge do corpo celular. Esses neurônios são mais apropriadamente chamados de neurônios pseudounipolares porque eles surgem no embrião como neurônios bipolares. Durante o desenvolvimento, os dendritos e o axônio se fundem e se tornam um único processo. Os dendritos da maioria dos neurônios unipolares funcionam como receptores sensoriais que detectam um estímulo sensorial, como toque, pressão, dor ou estímulos térmicos. A zona de gatilho para impulsos nervosos em um neurônio unipolar está na junção dos dendritos e do axônio. Os corpos celulares da maioria dos neurônios unipolares estão localizados nos gânglios dos nervos espinhais e cranianos. Imagem: Shutterstock.com Tipos de neurônios. NEURÓGLIAS As neuróglias, ou células da glia, são células menores, mas superam em muito o número de neurônios (25 vezes). A neuróglia sustenta, nutre e protege os neurônios os tornando funcionais e, ao contrário dos neurônios, continua a se dividir ao longo da vida. No feto, as células gliais formam uma estrutura que orienta os jovens neurônios em migração até seus destinos. GLIA javascript:void(0) A palavra “glia” significa “cola”, o que aponta para sua função de suporte. OS NEURÔNIOS E A NEUROGLIA DIFEREM ESTRUTURALMENTE, DEPENDENDO SE ESTÃO LOCALIZADOS NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL OU NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO. ESSAS DIFERENÇAS NA ESTRUTURA SE CORRELACIONAM COM AS DIFERENÇAS NA FUNÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO. ATENÇÃO Sempre que um neurônio maduro não está em contato sináptico com outra célula, ele é coberto por células gliais. Isso evita que os neurônios entrem em contato uns com os outros, exceto em pontos especializados para transmissão de sinais, e confere precisão às suas vias de condução. As células da glia não geram ou propagam potenciais de ação, porém podem se multiplicar e dividir no sistema nervoso maduro. São seis tipos de neuroglia, que estão divididas da seguinte maneira: Encontrados apenas no SNC Astrócitos Oligodendrócitos Micróglia Células ependimárias Estão presentes no SNP Células de Schwann Células satélites Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Tipos de neuroglia ASTRÓCITOS OLIGODENDRÓCITOS MICRÓGLIAS CÉLULAS EPENDIMÁRIAS CÉLULAS DE SCHWANN CÉLULAS SATÉLITES ASTRÓCITOS Possuem forma de estrela, têm muitos processos alongados e são as maiores e mais numerosas neuroglias (aproximadamente 90%). Existem dois tipos de astrócitos: protoplasmáticos e fibrosos. Astrócitos protoplasmáticos têm muitos processos de ramificação curtos e são encontrados na massa cinzenta do SNC. Astrócitos fibrosos têm muitos processos longos, não ramificados e estão localizados principalmente na substância branca do SNC. OLIGODENDRÓCITOS São semelhantes aos astrócitos, porém são menores e contêm menos processos alongados. Os processos de oligodendrócitos são responsáveis pela formação e manutenção da bainha de mielina (bainha de Schwann) ao redor dos axônios do SNC. A bainha de mielina é formada por glicoproteínas em várias camadas que cobrem alguns axônios, isolando-os e aumentando a velocidade de condução do impulso nervoso. Tais axônios são chamados de mielinizados e compõem a substância branca do SNC. MICRÓGLIAS São pequenas células com processos delgados que emitem várias projeções. As micróglias funcionam como fagócitos, portanto, removem os resíduos celulares formados durante o desenvolvimento normal do sistema nervoso e fagocitam os patógenos e o tecido nervoso danificado. CÉLULAS EPENDIMÁRIAS São células cuboidais dispostas em uma única camada. Essa camada possui microvilosidades e cílios. Essas células revestem os ventrículos do encéfalo e o canal central da medula espinal (espaços preenchidos com líquido cefalorraquidiano – o líquor –, que protege e nutre o encéfalo e a medula espinal). Funcionalmente, as células ependimárias produzem, monitoram e auxiliam na circulação do líquido cefalorraquidiano. Eles também formam a barreira sangue- líquido cefalorraquidiano. CÉLULAS DE SCHWANN Circundam os axônios do SNP. Formam a bainha de mielina ao redor dos axônios. Um único oligodendrócito mieliniza vários axônios, mas cada célula de Schwann mieliniza um único axônio. Uma única célula de Schwann também pode conter até 20 ou mais axônios amielínicos (sem bainha de mielina). As células de Schwann participam da regeneração dos axônios, que é mais facilmente realizada no SNP do que no SNC. CÉLULAS SATÉLITES São células planas que circundam os corpos celulares dos neurônios dos gânglios do SNP. Além de fornecer suporte estrutural, as células satélites regulam as trocas de materiais entre os corpos celulares neuronais e o líquido intersticial. Imagem: Shutterstock.com Tipos de neuroglia. CONCEITOS GERAIS DO SISTEMA NERVOSO O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro fala sobre os principais tópicos abordados neste conteúdo. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. SABE-SE QUE O PRIMEIRO TRAÇO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL APARECE NO INÍCIO DA TERCEIRA SEMANA DE DESENVOLVIMENTO. UMA FAIXA DORSAL CHAMADA NEUROECTODERME APARECE AO LONGO DO COMPRIMENTO DO EMBRIÃO E SE TORNA MAIS ESPESSA PARA FORMAR A PLACA NEURAL. A PARTIR DAÍ, ACONTECEM ALGUNS DESDOBRAMENTOS E, POR FIM, AS VESÍCULAS PRIMÁRIAS SÃO FORMADAS. QUAL DAS ALTERNATIVAS APRESENTA UMA DAS VESÍCULAS CEREBRAIS PRIMÁRIAS? A) Mesencéfalo B) Telencéfalo C) Metencéfalo D) Diencéfalo E) Ponte 2. A BAINHA DE MIELINA É UM REVESTIMENTO GLICOPROTEICO QUE REVESTE ALGUNS AXÔNIOS, ISOLANDO-OS E AUMENTANDO A VELOCIDADE DE CONDUÇÃO DO IMPULSO NERVOSO. DEVIDO A ESSE REVESTIMENTO, OS AXÔNIOS POSSUEM ASPECTO BRANCO E FORMAM A SUBSTÂNCIA BRANCA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. QUAIS CÉLULAS SÃO RESPONSÁVEIS PELA FORMAÇÃO DA BAINHA DE MIELINA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL E NO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO, RESPECTIVAMENTE? A) Astrócitos e células de Schwann B) Células de Schwann e oligodendrócitos C) Oligodendrócitos e células de Schwann D) Oligodendrócitos e astrócitos E) Bulbo e astrócitos GABARITO 1. Sabe-se que o primeiro traço embrionário do sistema nervoso central aparece no início da terceira semana de desenvolvimento. Uma faixa dorsal chamada neuroectoderme aparece ao longo do comprimento do embrião e se torna mais espessa para formar a placa neural. A partir daí, acontecem alguns desdobramentos e, por fim, as vesículas primárias são formadas. Qual das alternativas apresenta uma das vesículas cerebrais primárias? A alternativa "A " está correta. O mesencéfalo é uma das três vesículas primárias, junto com o prosencéfalo e rombencéfalo. 2. A bainha de mielina é um revestimento glicoproteico que reveste alguns axônios, isolando-os e aumentando a velocidade de condução do impulso nervoso. Devido a esse revestimento, os axônios possuem aspecto branco e formam a substância branca do sistema nervoso central. Quais células são responsáveis pela formação da bainha de mielina no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico, respectivamente? A alternativa "C " está correta. Os oligodendrócitos são encontrados nos axônios do SNC, formando a bainha de mielina nesta divisão do sistema nervoso, enquanto as células de Schwann são responsáveis por formar a bainha de mielina nos axônios do SNP. MÓDULO 2 Reconhecer os elementos que compõem o sistema nervoso central MENINGES O SNC é envolvido por três membranas, as meninges, que ficam entre o tecido nervoso e o osso. São elas: DURA-MÁTER ARACNOIDE PIA-MÁTER Eles protegem o encéfalo e dão suporte para artérias, veias e seios durais. DURA-MÁTER Na cavidade craniana, a dura-máter consiste em duas camadas: UMA CAMADA PERIOSTEAL EXTERNA Equivalente ao periósteo dos ossos cranianos. UMA CAMADA MENÍNGEA INTERNA Apenas a camada meníngea continua no canal vertebral, onde forma uma bainha ao redor da medula espinal. Essa lâmina interna da dura-máter está presa aos ossos do neurocrânio em lugares limitados — ao redor do foramemagno, da sela túrcica e dos processos clinoides, da crista etmoidal e das suturas do crânio, porém forma um ligeiro espaço denominado de espaço epidural. Em alguns lugares, as duas camadas da dura-máter são separadas por seios durais, espaços que coletam o sangue que circulou pelo encéfalo. Os dois seios durais principais são: SEIO SAGITAL SUPERIOR SEIO TRANSVERSO SEIO SAGITAL SUPERIOR Localizado logo abaixo do crânio ao longo da linha sagital média. SEIO TRANSVERSO Que se estende horizontalmente da parte posterior da cabeça em direção a cada orelha. O sangue dos seios durais desembocam, em última instância, nas veias jugulares internas do pescoço. Os demais seios são: Seio cavernoso Seio esfenoparietal Seio sagital inferior Seio reto Seio occipital Seio petroso superior e inferior Seio sigmoide Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Existem alguns pontos de anastomose entre os seios venosos e a circulação venosa extracraniana, como entre o seio sagital superior e as veias emissárias da cavidade nasal, entre o seio cavernoso e o plexo pterigoideo (veia de Vesalius), entre o seio transverso e as veias emissárias mastoideas, condilares e as veias diploicas. Essas anastomoses podem servir de via de rota para infecções ou inflamações. Imagem: Shutterstock.com Alguns seios da dura-máter. Note a foice do cérebro e, na sua superfície superior, o seio sagital superior. Note também a presença das veias diploicas. A dura-máter possui desdobramentos que separam algumas partes do SNC: FOICE DO ENCÉFALO Estende-se pela fissura longitudinal do encéfalo como uma parede vertical entre os hemisférios cerebrais direito e esquerdo e tem a forma de uma foice. TENTÓRIO DO CEREBELO Estende-se horizontalmente sobre a fossa craniana posterior e separa o cerebelo do encéfalo sobrejacente, delimitando os andares supra e infratentoriais. FOICE DO CEREBELO É vertical e separa parcialmente as metades direita e esquerda do cerebelo. ARACNOIDE A aracnoide é uma membrana transparente sobre a superfície do encéfalo. É uma película fina, bastante aderente ao SNC. Em algumas regiões, há um espaço subdural que separa a dura- máter da aracnoide. PIA-MÁTER A pia-máter é uma membrana muito fina e delicada que segue de perto todos os contornos da superfície do encéfalo e se aprofunda nos sulcos dele. Consiste em células escamosas/cuboidais finas dentro de feixes entrelaçados de fibras de colágeno e algumas fibras elásticas finas. ATENÇÃO Dentro da pia-máter, existem muitos vasos sanguíneos que fornecem oxigênio e nutrientes para o SNC. Extensões membranosas de forma triangular da pia-máter suspendem a medula espinal no meio de sua bainha dural. Essas extensões, chamadas ligamentos denticulados, são espessamentos da pia-máter. Eles se projetam lateralmente e se fundem com a aracnoide e a superfície interna da dura- máter entre as raízes nervosas anterior e posterior dos nervos espinhais em ambos os lados. O espaço subaracnoide separa a aracnoide da pia-máter, e nele podemos encontrar o líquor. Imagem: Shutterstock.com As membranas que revestem o SNC. MEDULA ESPINAL ANATOMIA EXTERNA A medula espinal tem forma aproximadamente oval, sendo ligeiramente achatada anterior e posteriormente. Em adultos, ela se estende do bulbo, a parte inferior do encéfalo, até a borda superior da segunda vértebra lombar. Em recém-nascidos, estende-se até a terceira ou quarta vértebra lombar. Durante a primeira infância, tanto a medula espinal quanto a coluna vertebral crescem mais devido ao desenvolvimento geral do corpo. O alongamento da medula cessa por volta dos 4 ou 5 anos de idade, mas o crescimento da coluna continua. Assim, a medula não se estende por todo o comprimento da coluna do adulto. O COMPRIMENTO DA MEDULA ADULTA VARIA DE 42 A 45CM E SEU DIÂMETRO MÁXIMO É DE APROXIMADAMENTE 1,5CM. Quando a medula é vista externamente, duas intumescências podem ser observadas. A superior é denominada de intumescência cervical e estende da quarta vértebra cervical (C4) até a primeira vértebra torácica (T1). Os nervos espinais que suprem os membros superiores nascem dessa intumescência. Já a inferior é chamada de intumescência lombar, estende-se da nona (T9) à décima segunda vértebra torácica (T12). Os nervos que entram e saem dos membros inferiores surgem do aumento lombar. Nesse sentido, ambas intumescências são pontos de surgimento dos plexos nervosos (braquial e lombossacral). Inferior à intumescência lombar, a medula espinal termina como uma estrutura cônica afilada chamada de cone medular que termina no nível do disco intervertebral entre a primeira e a segunda vértebra lombar (L1-L2) em adultos. Surgindo do cone medular está o filamento terminal, uma extensão da pia-máter que se estende inferiormente, funde-se com a aracnoide e a dura-máter e ancora a medula espinal no cóccix. A medula dá origem aos nervos espinais, que se ramificam da medula espinal, e correm lateralmente de modo a sair do canal vertebral pelo forame intervertebral entre as vértebras adjacentes. No entanto, como a medula é mais curta do que a coluna vertebral, os nervos que surgem das regiões lombar, sacral e coccígea da medula não deixam a coluna no mesmo nível em que saem da medula. As raízes desses nervos espinais inferiores angulam-se inferiormente ao longo do filamento terminal no canal vertebral como fios de cabelo. Consequentemente, as raízes desses nervos são coletivamente chamadas de cauda equina. Imagem: Shutterstock.com ANATOMIA INTERNA Uma seção transversa da medula revela regiões de substância branca que circundam um núcleo interno de substância cinzenta. A substância branca consiste principalmente de feixes de axônios mielinizados de neurônios. Duas fissuras penetram na substância branca da medula espinal e a dividem em lados direito e esquerdo. A fissura mediana anterior é um sulco largo no lado anterior (ventral). O sulco mediano posterior é um sulco estreito no lado posterior (dorsal). Foto: Shutterstock.com Corte transversal da medula espinal. A massa cinzenta da medula espinal tem o formato da letra “H” e consiste em dendritos e corpos celulares de neurônios, axônios amielínicos e neuroglia. A comissura cinzenta forma a barra transversal do H. No centro da comissura cinzenta, há um pequeno espaço chamado canal central; estende-se por todo o comprimento da medula sendo preenchido com líquido cefalorraquidiano. Em sua extremidade superior, o canal central é contínuo com o quarto ventrículo (Um espaço que contém o líquido cefalorraquidiano) no bulbo. Anterior à comissura cinzenta está a comissura branca anterior, que conecta a substância branca dos lados direito e esquerdo da medula. Na massa cinzenta da medula espinal e do encéfalo, aglomerados de corpos celulares neuronais formam grupos funcionais chamados núcleos. Os núcleos sensitivos recebem informações de receptores via neurônios sensitivos, e os núcleos motores fornecem saída para os tecidos efetores por meio dos neurônios motores. A massa cinzenta em cada lado da medula espinal é subdividida em regiões chamadas cornos: CORNOS CINZENTOS POSTERIORES (DORSAIS) Contêm corpos celulares e axônios de interneurônios, bem como axônios de neurônios sensitivos. Isso ocorre, pois, os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão localizados no gânglio da raiz posterior (dorsal) de um nervo espinal. CORNOS CINZENTOS ANTERIORES (VENTRAIS) Contêm núcleos motores somáticos, que são agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores somáticos que fornecem impulsos nervosos para a contração dos músculos esqueléticos. CORNOS CINZENTOS LATERAIS Estão entre os cornos cinzentos posterior e anterior, presentes apenas nos segmentos torácico e lombar superior da medula espinal. Contêm núcleos motores autônomos, que são agrupamentos de corpos celulares de neurônios motores autônomos que regulam a atividade do músculo cardíaco,do músculo liso e das glândulas. A substância branca da medula espinal, assim como a substância cinzenta, é organizada em regiões. Os cornos anteriores e posteriores dividem a substância branca de cada lado em três áreas amplas chamadas colunas: COLUNAS BRANCAS ANTERIORES (VENTRAIS) COLUNAS BRANCAS POSTERIORES (DORSAIS) COLUNAS BRANCAS LATERAIS Cada coluna, por sua vez, contém feixes distintos de axônios, com origem ou destino comum, que transportam informações semelhantes. Esses feixes, que podem se estender por longas distâncias para cima ou para baixo na medula, são chamados de tratos: TRATOS SENSITIVOS (ASCENDENTES) Consistem em axônios que conduzem os impulsos nervosos em direção ao encéfalo. TRATOS MOTORES (DESCENDENTES) Consistem em axônios que transportam os impulsos nervosos do encéfalo. COMENTÁRIO Os tratos sensitivos e motores da medula são contínuos no encéfalo. Vários desses tratos sofrem decussação (Interseção em forma de X) à medida que passam para cima ou para baixo no tronco encefálico e na medula espinal — o que significa que eles passam do lado esquerdo do corpo para o direito ou vice-versa. Como resultado, o lado esquerdo do encéfalo recebe informações sensoriais principalmente do lado direito do corpo e envia seus comandos motores para esse lado, enquanto o lado direito do encéfalo detecta e controla principalmente o lado esquerdo do corpo. QUANDO A ORIGEM E O DESTINO DE UM TRATO ESTÃO EM LADOS OPOSTOS DO CORPO, DIZEMOS QUE SÃO CONTRALATERAIS ENTRE SI. QUANDO UM TRATO NÃO DECUSSA, A ORIGEM E O DESTINO DE SUAS FIBRAS ESTÃO NO MESMO LADO DO CORPO, PORTANTO, SÃO IPSILATERAIS. Imagem: Shutterstock.com Medula espinal. ORGANIZAÇÃO GERAL DO ENCÉFALO O encéfalo e a medula espinal se desenvolvem a partir do tubo neural (ectoderma). A parte anterior do tubo neural se expande junto com o tecido da crista neural associado. Constrições nesse tubo expandido logo aparecem, criando três regiões chamadas vesículas cerebrais primárias: prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Imagem: Shutterstock.com Diferenciação do SNC. Tanto o prosencéfalo quanto o rombencéfalo se subdividem, formando vesículas cerebrais secundárias. O prosencéfalo dá origem ao telencéfalo e diencéfalo; o rombencéfalo desenvolve-se em metencéfalo e mielencéfalo. As várias vesículas cerebrais dão origem às seguintes estruturas adultas: TELENCÉFALO Cérebro e ventrículos laterais. DIENCÉFALO Tálamo, hipotálamo, epitálamo e terceiro ventrículo. MESENCÉFALO Mesencéfalo e aqueduto do cérebro. METENCÉFALO Ponte, cerebelo e parte superior do quarto ventrículo. MIELENCÉFALO Bulbo e parte inferior do quarto ventrículo. O encéfalo adulto consiste em quatro partes principais: tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo e encéfalo. O tronco encefálico é contínuo com a medula espinal e consiste em bulbo, ponte e mesencéfalo. Posteriormente ao tronco cerebral está o cerebelo. Superior ao tronco encefálico está o diencéfalo, que consiste no tálamo, hipotálamo e epitálamo. Apoiado no diencéfalo e no tronco encefálico está o encéfalo, a maior parte do encéfalo. TRONCO ENCEFÁLICO O tronco encefálico é a parte do encéfalo situada entre a medula espinal e o diencéfalo. Consiste em três estruturas: mesencéfalo, ponte e bulbo. Estendendo-se através do tronco cerebral está a formação reticular, uma região semelhante a uma rede de matéria cinzenta e branca intercalada. Imagem: Shutterstock.com Elementos do tronco encefálico e outras estruturas. MESENCÉFALO O mesencéfalo se estende da ponte até diencéfalo e tem cerca de 2,5cm de comprimento. O aqueduto do mesencéfalo (Aqueduto cerebral) passa pelo mesencéfalo, conectando o terceiro ventrículo acima com o quarto ventrículo abaixo. O mesencéfalo contém núcleos e tratos, assim como a medula e a ponte. A parte anterior do mesencéfalo contém feixes pares de axônios conhecidos como pedúnculos que consistem em axônios dos tratos corticoespinal, corticobulbar e corticopontino, que conduzem impulsos nervosos de áreas motoras no córtex cerebral para a medula espinal, a medula e a ponte, respectivamente. A parte posterior do mesencéfalo, chamada teto do mesencéfalo, contém quatro elevações arredondadas. COLÍCULOS SUPERIORES COLÍCULOS INFERIORES Os núcleos conhecidos como colículos superiores, servem como centros reflexos para certas atividades visuais. Por meio de circuitos neurais a partir da retina do olho, aos colículos superiores e, finalmente, aos músculos extrínsecos do olho, estímulos visuais provocam movimentos oculares para rastrear imagens em movimento e estacionárias. Os colículos superiores também são responsáveis pelos reflexos que governam os movimentos da cabeça, dos olhos e do tronco em resposta a estímulos visuais. Os colículos inferiores, fazem parte da via auditiva, transmitindo impulsos dos receptores da audição do ouvido interno para o cérebro. Esses dois núcleos também são centros reflexos para o reflexo do susto, movimentos repentinos da cabeça, dos olhos e do tronco que ocorrem quando você é surpreendido por um barulho alto. ATENÇÃO O mesencéfalo contém vários outros núcleos, incluindo a substância negra esquerda e direita que são grandes e de pigmentação escura. Os neurônios que liberam dopamina, estendendo-se da substância negra aos núcleos da base, ajudam a controlar as atividades musculares subconscientes. A perda desses neurônios está associada à doença de Parkinson. Também estão presentes os núcleos rubros esquerdo e direito, que parecem avermelhados devido ao seu rico suprimento de sangue e um pigmento contendo ferro em seus corpos celulares neuronais. Os axônios do cerebelo e do córtex cerebral formam sinapses nos núcleos vermelhos, que ajudam a controlar os movimentos musculares. O TERCEIRO (OCULOMOTOR) E QUARTO (ABDUCENTE) PARES DE NERVOS CRANIANOS POSSUEM NÚCLEOS NO MESENCÉFALO. PONTE A ponte fica diretamente superior ao bulbo e anterior ao cerebelo e tem cerca de 2,5 cm de comprimento. A ponte consiste em núcleos e tratos, assim como o bulbo. COMO O PRÓPRIO NOME INDICA, A PONTE CONECTA PARTES DO ENCÉFALO UMAS ÀS OUTRAS. ESSAS CONEXÕES SÃO FORNECIDAS POR FEIXES DE AXÔNIOS. ALGUNS AXÔNIOS DA PONTE CONECTAM OS LADOS DIREITO E ESQUERDO DO CEREBELO. OUTROS FAZEM PARTE DOS TRATOS SENSORIAIS ASCENDENTES E DOS TRATOS MOTORES DESCENDENTES. A ponte tem dois componentes estruturais principais: uma região ventral e uma região dorsal. A região ventral da ponte forma uma grande estação retransmissora sináptica que consiste em centros cinzentos espalhados chamados de núcleos pontinos. SAIBA MAIS Entrando e saindo desses núcleos, estão numerosos tratos de matéria branca, cada um dos quais fornece uma conexão entre o córtex (camada externa) de um hemisfério cerebral e o do hemisfério oposto do cerebelo. Esse circuito complexo desempenha um papel essencial na coordenação e na maximização da eficiência da produção motora voluntária em todo o corpo. A região dorsal da ponte é mais parecida com as outras regiões do tronco encefálico: o bulbo e o mesencéfalo. Ela contém os tratos ascendentes e descendentes junto com os núcleos dos nervos cranianos. Também dentro da ponte está o grupo respiratório pontino que, com o centro respiratório do bulbo, ajuda a controlar a respiração. O QUINTO (TRIGÊMEO), SEXTO (ABDUCENTE), SÉTIMO (FACIAL) E OITAVO (VESTIBULOCOCLEAR) PARES DE NERVOS CRANIANOS POSSUEM NÚCLEOS NA PONTE. BULBO O bulbo é contínuo com a parte superior da medula espinal; ele forma a parte inferior do tronco encefálico. Começa no forame magno e se estende até a borda inferior da ponte, a uma distância de cerca de 3cm. A matéria branca do bulbo contém todos os tratos sensoriais e motores que se estendem entre a medula e outras partes do encéfalo. A matéria branca do bulbo contém todos os tratos sensoriais e motores que se estendem entre a medula e outras partes do encéfalo. Logo acima da junção da medula com a medulaespinal, 90% dos axônios na pirâmide esquerda cruzam para o lado direito, e 90% dos axônios na pirâmide direita cruzam para o lado esquerdo. Esse cruzamento é chamado de decussação das pirâmides e explica por que cada lado do cérebro controla os movimentos voluntários no lado oposto do corpo. A medula também contém vários núcleos. Alguns desses núcleos controlam as funções vitais do corpo. EXEMPLO São exemplos de núcleos no bulbo que regulam as atividades vitais: o centro cardiovascular e o centro de ritmicidade. O centro cardiovascular regula a taxa e a força dos batimentos cardíacos e o diâmetro dos vasos sanguíneos, e o centro respiratório ajusta o ritmo básico da respiração. O bulbo possui outros centros, como o de vômito, deglutição e espirro. Lateralmente à pirâmide, há uma protuberância em forma oval chamada de oliva. Dentro da oliva está o núcleo olivar inferior, que recebe informações do córtex cerebral, do núcleo vermelho do mesencéfalo e da medula espinal. Os neurônios do núcleo olivar inferior estendem seus axônios para o cerebelo, onde regulam a atividade dos neurônios cerebelares. Ao influenciar a atividade dos neurônios cerebelares, o núcleo olivar inferior fornece instruções que o cerebelo usa para fazer ajustes na atividade muscular. OS NÚCLEOS ASSOCIADOS ÀS SENSAÇÕES DE TOQUE, PRESSÃO, VIBRAÇÃO E PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE ESTÃO LOCALIZADOS NA PARTE POSTERIOR DO BULBO. Esses núcleos são o núcleo grácil direito e esquerdo e o núcleo cuneiforme. Os axônios sensoriais ascendentes do fascículo grácil e do fascículo cuneiforme, que são dois tratos nas colunas posteriores da medula espinal, formam sinapses nesses núcleos. Os neurônios pós- sinápticos então retransmitem as informações sensoriais para o tálamo, no lado oposto do encéfalo. Os axônios ascendem ao tálamo em uma faixa de substância branca chamada lemnisco medial, que se estende pela medula, pela ponte e pelo mesencéfalo. Os tratos das colunas posteriores e os axônios do lemnisco medial são conhecidos coletivamente como a via do lemnisco medial da coluna posterior. SAIBA MAIS O bulbo também contém núcleos que são componentes das vias sensoriais para gustação, audição e equilíbrio. O oitavo (vestibulococlear), o nono (glossofaríngeo), o décimo (vago), o décimo primeiro (acessório) e o décimo segundo (hipoglosso) pares de nervos cranianos estão associados ao bulbo. CEREBELO E DIENCÉFALO CEREBELO Consiste nos hemisférios cerebelares direito e esquerdo conectados por uma ponte estreita, denominada de verme (vermis) cerebelar. Cada hemisfério exibe dobras estreitas e paralelas que são separadas por sulcos rasos. O LOBO ANTERIOR E O LOBO POSTERIOR GOVERNAM OS ASPECTOS SUBCONSCIENTES DOS MOVIMENTOS DOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS. O LOBO FLOCULONODULAR NA SUPERFÍCIE INFERIOR CONTRIBUI PARA O EQUILÍBRIO. O cerebelo possui um córtex superficial de substância cinzenta e uma camada mais profunda de substância branca. Em uma seção sagital, a substância branca mostra um padrão ramificado, chamado Arbor vitae (Árvore da vida) . Cada hemisfério também tem quatro massas de substância cinzenta chamadas núcleos profundos embutidos na substância branca. Todas as entradas cerebelares vão para o córtex, e todas as saídas vêm dos núcleos profundos. O cerebelo está conectado ao tronco cerebral por três pares de estruturas chamados de pedúnculos cerebelares: Os dois pedúnculos cerebelares inferiores o conectam ao bulbo. Os dois pedúnculos médios o conectam à ponte. Os dois pedúnculos superiores o conectam ao mesencéfalo. Os pedúnculos consistem em grossos feixes de fibras nervosas que transportam sinais para dentro e para fora do cerebelo. O cerebelo monitora os movimentos do corpo a partir de informações provenientes dos músculos e das articulações por meio dos tratos espinocerebelares, que chegam pelos pedúnculos inferiores. Os pedúnculos médios carregam sinais do encéfalo sobre o que os músculos foram ordenados a fazer, permitindo que o cerebelo compare o comando com o desempenho. Esses pedúnculos também carregam informações dos olhos e dos ouvidos para a audição e para a percepção da posição e do movimento do corpo. A saída pelos pedúnculos superiores leva a vários pontos no mesencéfalo e no tálamo. O tálamo retransmite sinais cerebelares ao córtex cerebral para que o encéfalo possa fazer ajustes finos no desempenho muscular. Imagem: Shutterstock.com Esquema demonstrando a anatomia do cerebelo. Foto: Shutterstock.com Corte sagital do cerebelo demonstrando a “árvore da vida”. Embora componha apenas 10% da massa do encéfalo, o cerebelo tem cerca de 60% da área de superfície do córtex cerebral e mais da metade de todos os neurônios cerebrais — cerca de 100 bilhões deles. Suas células minúsculas e densamente espaçadas são os neurônios mais abundantes em todo o encéfalo. Seus neurônios mais distintos, entretanto, são as células grandes globosas de Purkinje. ATENÇÃO Esses neurônios têm uma profusão tremenda de dendritos comprimidos em um único plano como uma árvore. Seus axônios viajam para os núcleos profundos, onde fazem sinapses nos neurônios de saída que emitem fibras para o tronco cerebral. A função do cerebelo era desconhecida na década de 1950. Na década de 1970, passou a ser considerado um centro de controle da coordenação motora. Agora, entretanto, a tomografia por emissão de pósitrons (PET), a imagem por ressonância magnética funcional (fMRI) e os estudos comportamentais de pessoas com lesões cerebelares criaram uma visão muito mais ampla da função cerebelar. DIENCÉFALO O diencéfalo forma uma massa centralizada do tecido cerebral imediatamente superior ao mesencéfalo. É quase completamente circundado pelos hemisférios cerebrais e contém numerosos núcleos envolvidos em uma ampla variedade de processamento sensorial e motor entre os centros cerebrais superiores e inferiores. O DIENCÉFALO SE ESTENDE DO TRONCO ENCEFÁLICO AO CÉREBRO E CIRCUNDA O TERCEIRO VENTRÍCULO. É DIVIDIDO EM TÁLAMO, HIPOTÁLAMO E EPITÁLAMO. PROJETANDO-SE DO HIPOTÁLAMO ESTÁ A HIPÓFISE, OU GLÂNDULA PITUITÁRIA. OS TRATOS ÓPTICOS QUE CARREGAM OS NEURÔNIOS DA RETINA ENTRAM NO DIENCÉFALO. VAMOS ESTUDAR SUAS PORÇÕES SEPARADAMENTE. Tálamo Mede cerca de 3cm de comprimento e constitui 80% do diencéfalo. É formado por massas ovais de substância cinzenta organizadas em núcleos com tratos intercalados de substância branca. Imagem: Shutterstock.com Tálamo. Uma ponte de matéria cinzenta chamada de adesão intertalâmica (Massa intermediária) une as metades direita e esquerda do tálamo em cerca de 70% dos indivíduos. Uma camada vertical de substância branca em forma de Y chamada lâmina medular interna divide a substância cinzenta dos lados direito e esquerdo do tálamo e consiste em axônios mielinizados que entram e saem dos vários núcleos talâmicos. Os axônios que conectam o tálamo e o córtex cerebral passam pela cápsula interna, uma faixa espessa de substância branca lateral ao tálamo. O TÁLAMO É A PRINCIPAL ESTAÇÃO DE RETRANSMISSÃO PARA A MAIORIA DOS IMPULSOS SENSORIAIS QUE ALCANÇAM AS ÁREAS SENSORIAIS PRIMÁRIAS DO CÓRTEX CEREBRAL A PARTIR DA MEDULA E DO TRONCO ENCEFÁLICO. ALÉM DISSO, O TÁLAMO CONTRIBUI PARA AS FUNÇÕES MOTORAS, TRANSMITINDO INFORMAÇÕES DO CEREBELO E DOS NÚCLEOS DA BASE PARA A ÁREA MOTORA PRIMÁRIA DO CÓRTEX CEREBRAL. O TÁLAMO TAMBÉM RETRANSMITE IMPULSOS NERVOSOS ENTRE DIFERENTES ÁREAS DO ENCÉFALO E DESEMPENHA UM PAPEL NA MANUTENÇÃO DA CONSCIÊNCIA. Hipotálamo É uma pequena parte do diencéfalo localizada inferiormente ao tálamo. É composto por cerca de uma dúzia de núcleos em quatro regiões principais: REGIÃO MAMILAR REGIÃO TUBERAL REGIÃO SUPRAÓPTICA REGIÃO PRÉ-ÓPTICA REGIÃO MAMILAR Contém os corpos mamilares. REGIÃO TUBERAL Contém o infundíbulo (conecta o hipotálamo à hipófise). REGIÃO SUPRAÓPTICA Situada superiormente ao quiasma óptico. REGIÃO PRÉ-ÓPTICA Com origem no diencéfalo. Imagem: Shutterstock.com Hipotálamo. Ohipotálamo controla muitas atividades do corpo e é um dos principais reguladores da homeostase. Os impulsos sensoriais relacionados aos sentidos somático e visceral chegam ao hipotálamo, assim como os impulsos dos receptores para visão, paladar e olfato. Outros receptores dentro do hipotálamo monitoram continuamente a pressão osmótica, o nível de glicose no sangue, as concentrações de hormônios e a temperatura do sangue. Também é responsável pelo controle do sistema nervoso autônomo, pela produção e regulação de padrões de emoções (raiva, dor, prazer etc.), pela regulação da saciedade, da temperatura corporal, do ciclo circadiano, da produção de hormônios e das diversas outras funções. Epitálamo Pequena região superior e posterior ao tálamo, consiste na glândula pineal e nos núcleos habenulares. A glândula pineal tem o tamanho aproximado de uma ervilha e projeta-se da linha média posterior do terceiro ventrículo. A glândula pineal faz parte do sistema endócrino porque secreta o hormônio melatonina. Os núcleos habenulares estão envolvidos no olfato, especialmente nas respostas emocionais geradas por ele. Imagem: Shutterstock.com Alguns elementos do diencéfalo. TELENCÉFALO (CÉREBRO) O telencéfalo embrionário torna-se o cérebro que permite a capacidade de ler, escrever e falar; fazer cálculos e compor música; lembrar o passado, planejar o futuro e imaginar coisas que nunca existiram. ATENÇÃO É a principal região da percepção sensorial, das ações motoras voluntárias, da memória e dos processos mentais, como pensamento, julgamento e imaginação, que mais distinguem os humanos dos outros animais. O cérebro é dividido em um lado direito e esquerdo, chamados de hemisférios cerebrais. Cada hemisfério é marcado por dobras grossas chamadas de giros, que são separadas por sulcos. Um sulco muito profundo, a fissura longitudinal, separa os hemisférios direito e esquerdo um do outro. Na parte inferior dessa fissura, os hemisférios são conectados por um grosso feixe de fibras nervosas chamado corpo caloso — um marco proeminente para a descrição anatômica. O dobramento da superfície cerebral em giros permite que uma maior quantidade de córtex caiba na cavidade craniana. Os giros dão ao cérebro uma área de superfície de cerca de 2.500cm². Se o cérebro tivesse uma superfície lisa, teria apenas um terço da área e proporcionalmente menos capacidade de processamento de informações. Essa extensa dobradura é uma das maiores diferenças entre o cérebro humano e os encéfalos de superfície relativamente lisa da maioria dos outros mamíferos. Alguns giros têm anatomia consistente e previsível; outros variam do encéfalo para cérebro e do hemisfério direito para o esquerdo. Certos sulcos excepcionalmente proeminentes dividem cada hemisfério em cinco lobos que são anatômica e funcionalmente distintos. Os primeiros quatro deles são visíveis superficialmente e recebem os nomes dos ossos cranianos, aos quais estão relacionados, o quinto lobo não é visível superficialmente. Lobo frontal Situado posteriormente aos ossos frontais, está relacionado ao pensamento (cognição) e a outros processos mentais complexos, como fala e controle motor. Lobo parietal Situado profundamente aos ossos parietais, começa no sulco central e se estende até ao sulco parietoccipital, que o separa do lobo occipital. Está relacionado com a interpretação de sinais dos órgãos do sentido. Lobo occipital Situado profundamente ao osso occipital, caudalmente ao sulco parietoccipital, é o principal centro visual do cérebro. Lobo temporal Situado profundamente aos ossos temporais, encontra-se separado do lobo parietal pelo sulco lateral profundo. Relaciona-se com funções olfativas, auditivas, de aprendizado e memória, assim como com aspectos da visão e da emoção. Lobo insular (de Reil) ou ínsula Massa pequena, profundamente em relação ao sulco lateral; só é visível com a retração ou dissecção de parte da massa cerebral. Desempenha papel na gustação, na sensação visceral e no entendimento da fala. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Imagem: Shutterstock.com Alguns lobos do cérebro. A maior parte do volume do cérebro é formada por substância branca. O cérebro é composto por células da glia e fibras nervosas mielinizadas que conduzem sinais de uma região do cérebro para outra e entre o cérebro e os centros inferiores. Essas fibras viajam em feixes chamados tratos. Existem três tipos de tratos cerebrais: TRATOS DE PROJEÇÃO Carregam informações de outras regiões. TRATOS COMISSURAIS Levam informações de um hemisfério para outro por meio do corpo caloso e das comissuras anterior e posterior. TRATOS DE ASSOCIAÇÃO Conectam regiões diferentes de um mesmo hemisfério. Apesar de o cérebro ter a maior parte formada por substância branca, a região periférica do cérebro é composta por substância cinzenta: o córtex cerebral. O córtex cerebral apresenta dois tipos principais de neurônios: CÉLULAS ESTRELADAS CÉLULAS PIRAMIDAIS CÉLULAS ESTRELADAS São neurônios anaxônicos com corpos esferoidais e com dendritos que se projetam por curtas distâncias em todas as direções. Eles recebem informações sensoriais e as processam em nível local. CÉLULAS PIRAMIDAIS São altas e cônicas. Seu ápice aponta para a superfície do cérebro e tem um dendrito espesso com muitos ramos e com pequenos espinhos dendríticos. A sua base dá origem a dendritos orientados horizontalmente e um axônio que passa para a substância branca. O axônio também tem ramificações colaterais que fazem sinapses com outros neurônios no córtex ou nas regiões mais profundas do encéfalo. As células piramidais são os neurônios de saída do cérebro — são os únicos neurônios cerebrais cujas fibras deixam o córtex e se conectam com outras partes do SNC. NÚCLEOS DA BASE No fundo de cada hemisfério cerebral, estão três núcleos que são denominados coletivamente de núcleos da base. Dois dos núcleos basais estão lado a lado, lateralmente ao tálamo. Eles são o globo pálido que está mais próximo do tálamo e o putâmen, que está mais próximo do córtex cerebral, juntos, são chamados de núcleo lentiforme. O terceiro dos núcleos basais é o núcleo caudado que tem uma grande “cabeça” conectada a uma “cauda” menor por um longo “corpo” em forma de vírgula. Juntos, os núcleos lentiforme e caudado são conhecidos como corpo estriado. O claustrum é uma fina camada de substância cinzenta situada lateralmente ao putâmen. É considerado por alguns como uma subdivisão dos núcleos da base. Os núcleos da base recebem entrada do córtex cerebral e fornecem saída para as partes motoras do córtex por meio dos núcleos do grupo medial e ventral do tálamo. Uma das principais funções dos núcleos basais é ajudar a regular o início e o término dos movimentos: A atividade dos neurônios no putâmen precede ou antecipa os movimentos do corpo. A atividade dos neurônios no núcleo caudado ocorre antes dos movimentos dos olhos. O globo pálido ajuda a regular o tônus muscular necessário para movimentos corporais específicos. Os núcleos basais também controlam as contrações subconscientes dos músculos esqueléticos. São exemplos disso os balanços automáticos dos membros superiores ao caminhar e as risadas mediante a uma piada. Eles ajudam a iniciar e encerrar alguns processos cognitivos, como atenção, memória e planejamento, e podem agir com o sistema límbico para regular comportamentos emocionais. SISTEMA LÍMBICO É um importante centro de emoção e de aprendizado. Foi originalmente descrito na década de 1850 como um anel do córtex cerebral no lado medial do hemisfério, circundando o corpo caloso e o tálamo. Seus componentes mais proeminentes anatomicamente são: O giro cingulado, que se arqueia sobre o topo do corpo caloso nos lobos frontal e parietal. O hipocampo no lobo temporal. A amígdala imediatamente rostral ao hipocampo, também no lobo temporal. Outros componentesincluem os corpos mamilares e outros núcleos hipotalâmicos, alguns núcleos talâmicos, partes dos núcleos da base e partes do lobo frontal chamadas de córtex pré-frontal e orbitofrontal. OS COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO SÃO INTERCONECTADOS POR MEIO DE UM LOOP COMPLEXO DE TRATOS DE FIBRA, PERMITINDO PADRÕES UM TANTO CIRCULARES DE FEEDBACK ENTRE SEUS NÚCLEOS E NEURÔNIOS CORTICAIS. TODAS ESSAS ESTRUTURAS SÃO PARES, PORTANTO; EXISTE UM SISTEMA LÍMBICO EM CADA HEMISFÉRIO CEREBRAL. Por muito tempo, pensou-se que o sistema límbico estava associado ao olfato por causa de sua estreita associação com as vias olfativas, mas começando no início dos anos a partir de 1900, experimentos demonstraram papéis mais significativos na emoção e na memória. A maioria das estruturas do sistema límbico tem centros tanto para emoção de gratificação quanto para aversão: Centros de gratificação A estimulação de um desses centros produz uma sensação de prazer ou recompensa. Centros de aversão A estimulação de um desses centros produz sensações desagradáveis, como medo, desprazer ou tristeza. Os centros de gratificação dominam algumas estruturas límbicas, como o nucleus accumbens, enquanto os centros de aversão dominam outras, como a amígdala. Imagem: Shutterstock.com Algumas estruturas do sistema límbico e núcleos da base. VENTRÍCULOS E LÍQUOR O encéfalo possui quatro câmaras internas chamadas ventrículos. Os maiores são os dois ventrículos laterais, que formam um arco em cada hemisfério cerebral. Por meio de um poro denominado forame interventricular (de Monro), cada ventrículo lateral é conectado ao terceiro ventrículo, um estreito espaço mediano inferior ao corpo caloso. A partir do terceiro ventrículo, surge um canal chamado aqueduto cerebral (Aqueduto de Sylvius) , que desce pelo centro do mesencéfalo e alcança o quarto ventrículo, uma pequena câmara triangular entre a ponte e o cerebelo. Caudalmente, esse espaço se estreita e forma o canal central que se estende do bulbo até a medula espinal. No assoalho ou na parede de cada ventrículo, há uma massa esponjosa de capilares sanguíneos denominada plexo coroide. As células ependimárias, um tipo de neuroglia, cobrem cada plexo coroide, toda a superfície interna dos ventrículos e os canais do encéfalo e da medula. Os plexos coroides produzem líquido cefalorraquidiano. O líquido cefalorraquidiano, ou líquor, é um líquido límpido e incolor que preenche os ventrículos e os canais do SNC e a banha sua superfície externa. O encéfalo produz cerca de 500ml de líquor por dia, mas o fluido é constantemente reabsorvido na mesma proporção. SAIBA MAIS Cerca de 40% dele é formado no espaço subaracnoide externo ao encéfalo, 30% pelo revestimento ependimal geral dos ventrículos cerebrais e 30% pelos plexos coroides. A formação do líquor começa com a filtração do plasma pelos capilares sanguíneos do encéfalo. As células ependimárias modificam quimicamente o filtrado à medida que ele passa por elas para os ventrículos e para o espaço subaracnoide. O líquido flui continuamente através e ao redor do SNC, impulsionado pela sua própria pressão, pelo batimento dos cílios nas células ependimárias e pelas pulsações rítmicas do encéfalo produzidas por cada batimento cardíaco. Sua trajetória se dá da seguinte forma: O líquor, secretado nos ventrículos laterais, flui através do forame interventricular para o terceiro ventrículo e desce pelo aqueduto cerebral até o quarto ventrículo. O terceiro e o quarto ventrículos e seus plexos coroides adicionam mais fluido ao longo do caminho. Uma pequena quantidade de líquor preenche o canal central da medula espinal, mas, em última análise, o líquido cefalorraquidiano escapa por três poros nas paredes do quarto ventrículo: uma abertura mediana e duas laterais. Esses poros conduzem ao espaço subaracnoide na superfície do encéfalo e medula espinal. A partir daí, o líquor é absorvido desse espaço pelas granulações aracnoides, extensões da aracnoide semelhantes à couve-flor, que se projetam pela dura-máter para o seio sagital superior do encéfalo. O líquor penetra pelas paredes das granulações e mistura-se com o sangue nos seios da dura-máter, sendo, portanto, reabsorvido. De modo geral, o líquor possui três funções, a saber: FLUTUABILIDADE PROTEÇÃO ESTABILIDADE FLUTUABILIDADE O encéfalo fica suspenso no líquor, o que diminui drasticamente o seu peso total. Quando retirado do corpo, o encéfalo pesa cerca de 1,5kg, mas quando suspenso pelo líquor, seu peso efetivo é de apenas cerca de 50g. Na ausência de líquor, o encéfalo repousaria no crânio, destruindo o tecido nervoso por conta do peso; PROTEÇÃO O líquido cefalorraquidiano protege o encéfalo de bater no crânio quando a cabeça sofre um impacto. ESTABILIDADE O fluxo natural do líquor remove os resíduos metabólicos do tecido nervoso e regula homeostaticamente o meio. Ligeiras mudanças na composição do líquor podem causar mau funcionamento do sistema nervoso. Imagem: Shutterstock.com Sistema ventricular. NERVOS CRANIANOS OS NERVOS CRANIANOS PERTENCEM AO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO, PORÉM, DEVIDO À SUA RELAÇÃO COM ELEMENTOS DO SNC, OPTAMOS POR DESCREVÊ-LOS AQUI. Cada nervo craniano possui um número, designado por um numeral romano, e um nome. Os números indicam a ordem, de anterior para posterior, em que os nervos surgem do encéfalo. Os nomes designam a distribuição ou a função de um nervo. TRÊS NERVOS CRANIANOS (I, II E VIII) Carregam axônios de neurônios sensitivos especiais. Esses nervos são exclusivos da cabeça e estão associados aos sentidos especiais de olfato, visão e audição. Os corpos celulares da maioria dos neurônios sensitivos estão localizados em gânglios fora do encéfalo. CINCO NERVOS CRANIANOS (III, IV, VI, XI E XII) São classificados como nervos motores porque contêm apenas axônios de neurônios motores à medida que deixam o tronco cerebral. Os corpos celulares dos neurônios motores ficam nos núcleos do encéfalo. QUATRO NERVOS CRANIANOS (V, VII, IX E X) São nervos mistos, contendo axônios de ambos os neurônios sensoriais que entram no tronco encefálico e dos neurônios motores que saem do tronco encefálico. Veja a seguir: ● Nervo olfatório (I): É um nervo sensitivo e carrega impulsos relacionados à olfação. Inicia na cavidade nasal, em sua porção superior, graças à presença do epitélio olfatório. Feixes de axônio se estendem dessa região e ascendem para a cavidade craniana por meio da lâmina crivosa do osso etmoide, formando o nervo olfatório. Termina no telencéfalo pelos bulbos olfatórios. ● Nervo óptico (II): É um nervo sensitivo e está relacionado à visão. Os sinais visuais se iniciam nos cones e nos bastonetes da retina. Esses sinais são transmitidos para o nervo óptico, que se funde com o nervo contralateral e forma o quiasma óptico, o que constitui o trato óptico na massa cerebral. ● Nervo oculomotor (III): É responsável pela inervação de quase toda a musculatura do globo ocular. Inerva também o músculo ciliar, que ajusta a lente e o músculo da íris. ● Nervo troclear (IV): É um nervo motor e inerva o músculo oblíquo superior do globo ocular. ● Nervo trigêmeo (V): É um nervo misto e carrega esse nome devido à sua divisão em nervos oftálmico, maxilar e mandibular. Esse nervo é importante para inervação sensitiva da face, incluindo os dentes, as glândulas, a língua (não está relacionado à gustação). Inerva a musculatura da mastigação e alguns músculos relacionados ao palato mole e ao ouvido médio. ● Nervo abducente (VI): É um nervo motor e inerva o músculo reto lateral do globo ocular. Seu nome está relacionado ao fato de o músculo reto lateral fazer a abdução do olho. ● Nervo facial (VII): É um nervo misto e dá a inervação gustativa dos dois terços anteriores da língua, graças ao nervo corda do tímpano. Seus ramos motores inervam a musculatura da mímica facial, do músculo estilo-hioideo, da porção posterior do digástricoe do músculo estapédio. Ainda, emite ramos parassimpáticos para o gânglio pterigopalatino e submandibular, fornecendo inervação parassimpática para as glândulas lacrimais, nasais, palatinas, sublingual e submandibulares. ● Nervo vestibulococlear (VIII): Nervo sensitivo e possui dois ramos: um ramo vestibular e um ramo coclear. O ramo vestibular surge dos canais semicirculares, sáculo e utrículo do ouvido interno e corre em direção ao núcleo vestibular, na ponte e cerebelo, e está relacionado ao equilíbrio. Seu ramo coclear surge da cóclea no ouvido interno e termina no tálamo, levando o sentido de audição. ● Nervo glossofaríngeo (IX): É um nervo misto. Fornece a sensação gustativa do terço posterior da língua, inerva de forma aferente e eferente parte da faringe, emite ramos que vão para o seio e o corpo carotídeos, monitorando a pressão arterial e os níveis de oxigênio e gás carbônico no sangue. Também dá inervação sensitiva para o ouvido externo e leva fibras parassimpáticas para a glândula parótica (via gânglio ótico); ● Nervo vago (X): É um nervo misto. Está contido na bainha carotídea, no pescoço. Supre músculos da faringe, da laringe, do palato mole. Emite ramos para o seio e o corpo carotídeos. Ramos parassimpáticos para o pulmão, o coração, as glândulas e as vísceras do trato gastrointestinal; ● Nervo acessório (XI): É um nervo motor. Possui um componente craniano e um componente espinal. Inerva o músculo trapézio e o músculo esternocleidomastóideo. ● Nervo hipoglosso (XII): É um nervo motor. Surge do bulbo (núcleo do hipoglosso) e supre a musculatura da língua, importante para a fala e para a deglutição. Imagem: Shutterstock.com Vista inferior do encéfalo demonstrando os 12 pares de nervos cranianos. ELEMENTOS DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O especialista Elisaldo Mendes Cordeiro apresenta as principais estruturas do sistema nervoso central. VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. NUMA SECÇÃO TRANSVERSA DA MEDULA, PODEMOS OBSERVAR SUA ORGANIZAÇÃO PECULIAR. A SUBSTÂNCIA CINZA FORMA ALGO SEMELHANTE A LETRA H, ENQUANTO A SUBSTÂNCIA BRANCA SITUA- SE AO REDOR DESTA. SÃO ESTRUTURAS PRESENTES NA SUBSTÂNCIA BRANCA: A) Núcleos B) Cornos posteriores C) Colunas D) Canal central E) Bulbos 2. O NERVO VAGO É O DÉCIMO PAR DE NERVO CRANIANO. POSSUI ESSE NOME DEVIDO À SUA AMPLA DISTRIBUIÇÃO. DAS FUNÇÕES ABAIXO, QUAL NÃO SE ENQUADRA NA FUNÇÃO DESSE NERVO? A) Supre parte da musculatura da faringe. B) Emite ramos da porção parassimpática do sistema nervoso autônomo. C) Inerva o seio e o corpo carotídeos. D) Dá a sensação de gustação para o terço posterior da língua. E) Supre parte da musculatura da laringe. GABARITO 1. Numa secção transversa da medula, podemos observar sua organização peculiar. A substância cinza forma algo semelhante a letra H, enquanto a substância branca situa-se ao redor desta. São estruturas presentes na substância branca: A alternativa "C " está correta. As colunas são as regiões da substância branca na medula. A medula possui duas colunas anteriores, duas posteriores e duas laterais. Cada coluna contém um feixe de axônio com origem ou destino em comum, denominadas tratos. Os núcleos são aglomerados de corpos celulares de neurônios na substância cinzenta situados nos cornos. Já o canal central é o canal onde corre líquor. 2. O nervo vago é o décimo par de nervo craniano. Possui esse nome devido à sua ampla distribuição. Das funções abaixo, qual não se enquadra na função desse nervo? A alternativa "D " está correta. O sentido de gustação é dado por dois outros pares de nervos cranianos. O nervo facial (VII), que emite fibras especiais para os dois terços anteriores da língua, e o nervo glossofaríngeo (IX), que emite fibras especiais para o terço posterior da língua. MÓDULO 3 Reconhecer os elementos que constituem o sistema nervoso periférico e o tegumentar NERVOS ESPINHAIS E PLEXOS Os nervos espinais estão associados à medula e conectam o SNC aos receptores sensoriais, aos músculos e às glândulas em todas as partes do corpo. OS 31 PARES DE NERVOS ESPINAIS SÃO NOMEADOS E NUMERADOS DE ACORDO COM A REGIÃO E O NÍVEL DA COLUNA VERTEBRAL DE ONDE EMERGEM. EXISTEM, PORTANTO, OITO PARES DE NERVOS CERVICAIS (C1-C8), DOZE PARES DE NERVOS TORÁCICOS (T1-T12), CINCO PARES DE NERVOS LOMBARES (L1-L5), CINCO PARES DE NERVOS SACRAIS (S1-S5) E UM PAR DE NERVO COCCÍGEO (1CO). Nem todos os segmentos da medula espinal estão alinhados com suas vértebras correspondentes. Como vimos, a medula espinal termina perto do nível da borda superior da segunda vértebra lombar (L2) e das raízes dos nervos lombar, sacral e coccígeo para alcançar seus respectivos forames antes de emergir da coluna vertebral. Esse arranjo forma a cauda equina. Imagem: Shuttertock.com Vista posterior da medula espinal e dos nervos espinhais. Imagem: Shuttertock.com A cauda equina. O primeiro par cervical de nervos espinais emerge da medula entre o osso occipital e o atlas (C1). A maioria dos nervos espinais restantes emerge da medula pelo forame intervertebral entre as vértebras adjacentes: Os nervos C1-C7 saem do canal vertebral acima de suas vértebras correspondentes. O nervo espinal C8 sai do canal vertebral entre as vértebras C7 e T1. Os nervos T1-L5 saem do canal vertebral abaixo de suas vértebras correspondentes. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal As raízes dos nervos espinais sacrais (S1-S5) e os nervos coccígeos (Co1) entram no canal sacral, a parte do canal vertebral no sacro. Posteriormente, os nervos S1-S4 saem do canal sacral pelos quatro pares de forames sacrais anterior e posterior, e os nervos espinais S5 e Co1 saem do canal sacral pelo hiato sacral. Um nervo espinal típico tem duas conexões com a medula: UMA RAIZ POSTERIOR UMA RAIZ ANTERIOR As raízes posterior e anterior se unem para formar um nervo espinal no forame intervertebral. Como a raiz posterior contém axônios sensoriais e a raiz anterior contém axônios motores, um nervo espinal é classificado como um nervo misto. A raiz posterior contém um gânglio da raiz posterior no qual os corpos celulares dos neurônios sensoriais estão localizados. Imagem: Shutterstock.com Anatomia de um nervo espinal. Após passar por seu forame intervertebral, um nervo espinal se divide em vários ramos: RAMO POSTERIOR (DORSAL) RAMO ANTERIOR (VENTRAL) RAMO MENÍNGEO RAMOS COMUNICANTES RAMO POSTERIOR (DORSAL) Supre os músculos profundos e a pele do dorso. RAMO ANTERIOR (VENTRAL) Inerva os músculos e as estruturas dos membros superiores e inferiores e a pele das superfícies lateral e anterior do tronco. RAMO MENÍNGEO Reentra na cavidade vertebral pelo forame intervertebral e supre as vértebras, os ligamentos vertebrais, os vasos sanguíneos da medula espinal e das meninges. RAMOS COMUNICANTES Compõem o sistema nervoso autônomo. Os ramos ventrais dos nervos espinais, exceto os nervos torácicos de T2 a T12, não vão diretamente para as estruturas corporais que suprem. Em vez disso, formam redes nos lados esquerdo e direito do corpo, unindo-se a vários ramos anteriores de nervos adjacentes. Essa rede nervosa é conhecida como plexo. O corpo humano possui quatro grandes plexos: PLEXO CERVICAL PLEXO BRAQUIAL PLEXO LOMBAR PLEXO SACRAL Alguns autores descrevem a presença de um plexo coccígeo, que é menor. Frequentemente, os plexos lombar e sacral são descritos coletivamente como plexo lombossacral, devido à sua comunicação pelo tronco lombossacral. ATENÇÃO Emergindo dos plexos estão nervos com nomes que muitas vezes descrevem as regiões gerais a que servem ou o curso que seguem. Cada um dos nervos, por sua vez, pode ter vários ramos nomeados de acordo com as estruturas específicas que inervam. Os ramos ventrais dos nervos espinais torácicos (T2 a T12) não entram na formação desses plexos. Em vez disso, são conhecidos como nervos intercostais, sendo responsáveis pela inervação dos espaçosintercostais e das regiões adjacentes. Após deixar seu forame intervertebral, o ramo anterior do nervo T2 inerva os músculos intercostais do segundo espaço intercostal e supre a pele da axila e o aspecto posteromedial do braço. Os nervos T3-T6 se estendem ao longo dos sulcos costais das costelas e, em seguida, para os músculos intercostais e a pele da parede torácica anterior e lateral. Os nervos T7-T12 suprem os músculos intercostais e abdominais, junto com a pele adjacente. Os ramos posteriores dos nervos intercostais suprem os músculos profundos do dorso e a pele do dorso. PLEXO CERVICAL É formado pelos ramos ventrais dos primeiros quatro nervos cervicais (C1-C4), com contribuição do C5. Existe um em cada lado do pescoço, ao lado das primeiras quatro vértebras cervicais. O plexo cervical supre a pele e os músculos da cabeça, do pescoço e da parte superior dos ombros e do tórax. Os nervos frênicos surgem dos plexos cervicais e fornecem fibras motoras ao diafragma. Ramos do plexo cervical também correm paralelos a dois nervos cranianos: o acessório (XI) e o hipoglosso (XII). São ramos do plexo cervical: Nervo occipital menor (C2) Nervo auricular magno (C2-C3) Nervo cervical transverso (C2-C3) Nervos supraclaviculares (C3-C4) Alça cervical (C1-C3 + contribuição do nervo hipoglosso) Nervo frênico (C3-C5) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Imagem: Shutterstock.com Plexo cervical. PLEXO BRAQUIAL É formado pelos ramos ventrais de C5-T1, que se estendem inferior e lateralmente em cada lado das últimas quatro vértebras cervicais e da primeira vértebra torácica. Ele passa acima da primeira costela posterior à clavícula e, em seguida, entra na axila. Visto que o plexo braquial é complexo, uma explicação de suas várias partes é útil. TAL COMO ACONTECE COM O PLEXO CERVICAL E COM OUTROS PLEXOS, OS RAMOS ANTERIORES DOS NERVOS ESPINHAIS SÃO COMUMENTE DENOMINADOS DE RAÍZES. No plexo braquial, as raízes formam os troncos superior (C5-C6), médio (C7) e inferior (C8-T1). Posteriormente às clavículas, os troncos divergem em duas divisões: anterior e posterior. Nas axilas, as divisões se unem para formar os fascículos lateral, medial e posterior, denominados de acordo com sua relação com a artéria axilar. O plexo braquial inerva a maior parte do ombro e todo o membro superior dos ombros e membros superiores. Cinco grandes ramos terminais surgem do plexo braquial: Nervo axilar (C5-C6, fascículo posterior) Nervo radial (C5-T1, fascículo posterior) Nervo mediano (C5-T1, união do fascículo lateral com medial) Nervo musculocutâneo (C5-C7, fascículo lateral) Nervo ulnar (C8-T1, fascículo medial) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Além desses, o plexo braquial emite ramos colaterais que surgem das raízes, dos troncos ou dos fascículos: Nervo dorsal da escápula (C5) Nervo torácico longo (C5-C7) Nervo para o músculo subclávio (C5-C6) Nervo supraescapular (C5-C6) Nervos peitoral lateral (C5-C7) e medial (C8-T1) Nervos subescapular superior (C5-C6) e inferior (C5-C6) Nervo toracodorsal (C6-C8) Nervo cutâneo medial do braço (C8-T1) Nervo cutâneo medial do antebraço (C8-T1) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Imagem: Shutterstock.com Plexo braquial e seus ramos. PLEXO LOMBAR As raízes dos nervos espinhais de L1 a L4 formam o plexo. Ao contrário do plexo braquial, há uma mistura mínima de fibras no plexo lombar. Em cada lado das primeiras quatro vértebras lombares, o plexo lombar passa obliquamente para fora, entre as cabeças superficial e profunda do músculo psoas maior e anterior ao músculo quadrado lombar. Entre as cabeças do músculo psoas maior, as raízes dos plexos lombares se dividem em divisões anterior e posterior, que dão origem aos ramos periféricos dos plexos. O plexo lombar supre a parede abdominal anterolateral, órgãos genitais externos e parte dos membros inferiores. Seus ramos são: Nervo iliohipogástrico (L1) Nervo ilioinguinal (L1) Nervo genitofemoral Nervo cutâneo lateral da coxa (nervo cutâneo femoral lateral, L2-L3) Nervo femoral (L2-L4) Nervo obturatório (L2-L4) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Imagem: Shutterstock.com Plexo lombar. PLEXO SACRAL É formado pelas raízes de L4-L5 e S1-S4 e está situado em grande parte anterior ao sacro. O plexo sacral supre as nádegas, o períneo e os membros inferiores. Seus ramos são: Nervo glúteo superior (L4-S1) Nervo glúteo inferior (L5-S2) Nervo para o músculo piriforme (S1-S2) Nervo para o quadrado femoral e gêmeo inferior (L4-S1) Nervo para o obturador interno e gêmeo superior (L5-S2) Nervo cutâneo femoral posterior (S1-S3) Nervo pudendo (S2-S4) Nervo isquiático (L4-S3) Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Imagem: Shutterstock.com O nervo isquiático (em vermelho). É o maior nervo do corpo humano e se divide na fossa poplítea em nervo fibular comum e nervo tibial. DERMÁTOMOS A pele de todo o corpo é fornecida por neurônios sensoriais somáticos que transportam impulsos nervosos da pele para a medula espinal e para o encéfalo. Cada nervo contém neurônios sensoriais que servem a um segmento específico do corpo. ATENÇÃO Um dos nervos cranianos, o nervo trigêmeo (V), atende a maior parte da pele do rosto e do couro cabeludo. A área da pele que fornece entrada sensorial para o SNC por meio de um par de nervos espinais ou do nervo trigêmeo (V) é chamada de dermátomo. O suprimento nervoso nos dermátomos adjacentes se sobrepõem um pouco. Saber quais segmentos da medula espinal suprem cada dermátomo torna possível localizar regiões danificadas da medula. SE A PELE DE UMA DETERMINADA REGIÃO FOR ESTIMULADA, MAS A SENSAÇÃO NÃO FOR PERCEBIDA, OS NERVOS QUE FORNECEM ESSE DERMÁTOMO PROVAVELMENTE ESTÃO DANIFICADOS. JÁ EM REGIÕES ONDE A SOBREPOSIÇÃO É CONSIDERÁVEL, PODE OCORRER POUCA PERDA DE SENSIBILIDADE SE APENAS UM DOS NERVOS QUE IRRIGAM O DERMÁTOMO FOR DANIFICADO. As informações sobre os padrões de inervação dos nervos espinais também podem ser usadas terapeuticamente. Cortar raízes posteriores ou infundir anestésicos locais pode bloquear a dor de forma permanente ou temporária. Como os dermátomos se sobrepõem, a produção deliberada de uma região de anestesia completa pode exigir que pelo menos três nervos espinais adjacentes sejam cortados ou bloqueados por um anestésico. Os dermátomos estão representados na Imagem a seguir. Imagem: Shuttherstock.com Dermátomos. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O sistema nervoso autônomo (SNA) pode ser definido como um sistema nervoso motor que controla as glândulas, o músculo cardíaco e o músculo liso. Também é chamado de sistema motor visceral para distingui-lo do sistema motor somático, que controla os músculos esqueléticos. OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS-ALVO DO SNA SÃO AS VÍSCERAS DAS CAVIDADES TORÁCICA E ABDOMINOPÉLVICA (CORAÇÃO, PULMÕES, TRATOS DIGESTIVO E URINÁRIO) E ALGUMAS ESTRUTURAS DA PAREDE CORPORAL. O SNA TRABALHA DE FORMA INVOLUNTÁRIA, AO CONTRÁRIO DO SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO, RELACIONADO AOS MÚSCULOS ESQUELÉTICOS. EXEMPLO É válido lembrar que os efetores viscerais não dependem do SNA para funcionar, mas apenas para ajustar sua atividade às necessidades de mudança do corpo. O coração, por exemplo, continua batendo mesmo que todos os seus nervos autônomos sejam cortados, mas o SNA modula a frequência cardíaca em condições de repouso e exercício. O SNA tem duas divisões: simpática e parassimpática, que, embora inervem os mesmos órgãos-alvo e têm efeitos antagônicos ou cooperativos sobre eles, são diferentes quanto à anatomia e à função que desempenham: DIVISÃO SIMPÁTICA Adapta o corpo de várias maneiras para a atividade física — aumenta o estado de alerta, a frequência cardíaca, a pressão sanguínea, o fluxo de ar pulmonar, a concentração de glicose
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