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Curso de Contabilidade EAD na ESAB

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www.esab.edu.br
Contabilidade
Contabilidade
Vila Velha (ES)
2013
Escola Superior Aberta do Brasil
Diretor Acadêmico
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Núcleo de Educação a Distância
Beatriz Christo Gobbi
Coordenadora do Curso de Administração EAD 
Rosemary Riguetti
Coordenador do Curso de Pedagogia EAD
Claudio David Cari
Coordenador do Curso de Sistemas de Informação EAD
David Gomes Barboza
Diretor Geral 
Nildo Ferreira
Produção do Material Didático-Pedagógico
Delinea Tecnologia Educacional / Escola Superior Aberta do Brasil
Diretoria Executiva
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Margarete Lazzaris Kleis
Thiago Kleis Pereira
Conteudista
Elaine Cristina Rodrigues Voges
Coordenação de Projeto
Andreza Lopes
Patrícia Battisti
Supervisão de Design Educacional
Barbara da Silveira Vieira
Supervisão de Revisão Gramatical
Andrea Minsky
Supervisão de Design Gráfico
Laura Martins Rodrigues
Design Educacional
Renata Oltramari
Revisão Gramatical
Elaine Monteiro Seidler
Érica da Silva Martins Valduga
Paulo de Tarso Vieira
Design Gráfico
Neri Gonçalves Ribeiro 
Diagramação
Fernando Andrade
Equipe Acadêmica da ESAB
Coordenadores dos Cursos
Docentes dos Cursos
Copyright © Todos os direitos desta obra são da Escola Superior Aberta do Brasil.
www.esab.edu.br
Av. Santa Leopoldina, nº 840
Coqueiral de Itaparica - Vila Velha, ES
CEP 29102-040
Apresentação
Caro estudante,
Seja bem vindo à ESAB. A Escola Superior Aberta do Brasil, funda-se no princípio 
básico de atuar com educação a distância, utilizando como meio, tão somente, 
a internet. Em 2004,foi especialmente credenciada para ofertar cursos de pós-
graduação a distância, via e-learning, utilizando-se de software próprio denominado 
Campus Online.
Em 2009 foi credenciada com Instituição de Ensino Superior – IES, através da 
portaria MEC nº 1242/2009, de 30 de dezembro de 2009, ocasião em que também foi 
autorizada a ofertar o curso de pedagogia – licenciatura, na modalidade presencial, 
conforme portaria MEC nº 14/2010, de 9 de janeiro de 2010.
Em outubro de 2012 recebeu o Prêmio Top Educação 2012, da Editora Segmento, 
sendo reconhecida como a Melhor Instituição de Ensino EAD para Docentes.
Em 2013 é aprovada para a oferta dos cursos de: Administração (Bacharelado); 
Pedagogia (Licenciatura) e Sistemas de Informação (Bacharelado), todos na 
modalidade EAD, com avaliação máxima das comissões avaliadoras.
É com muita satisfação que apresentamos a você, acadêmico, a disciplina de 
Contabilidade, que tem como objeto de estudo as técnicas de registro das 
informações administrativas e financeiras de uma organização, viabilizando a 
emissão das Demonstrações Contábeis e de diversos relatórios para a gestão 
empresarial. 
Muito além da apresentação das técnicas de registros para a elaboração do Balanço 
Patrimonial, da Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração de Fluxo de Caixa, Demonstração 
do Valor Adicionado e das Notas Explicativas, a disciplina de Contabilidade está 
intimamente relacionada com o aprimoramento das técnicas de evidenciação 
para melhor satisfazer as necessidades dos usuários das informações contábeis, e 
principalmente do administrador.
Como muitos devem saber, o mundo empresarial vem se transformando ao longo 
dos anos em virtude da grandeza de variáveis existentes no mercado que afetam 
diretamente a estrutura organizacional, exigindo desses empresários agilidade e 
flexibilidade da informação para a tomada de decisões.
Diante desse cenário, nesta disciplina, com o intuito de melhor aprofundá-la, 
foi necessário buscar técnicas de ensino que motivassem você, acadêmico de 
Administração, a compreender e valorizar a importância do registro das informações 
administrativas e financeiras. Com isso, bem mais que entender a respeito da técnica 
de registro, você compreenderá sobre o melhor uso das informações contábeis a favor 
da administração de um negócio.
Para finalizar, salientamos que este caderno de estudos está dividido em 48 unidades 
e subdividido em seções, com a finalidade de apresentar as bases teóricas e práticas 
sobre o registro das informações contábeis e a elaboração das Demonstrações 
Contábeis.
As primeiras unidades, numeradas de 1 a 6, promovem uma reflexão sobre a 
evolução histórica da Contabilidade, campo de atuação e a função da Contabilidade. 
Já as unidades 7 a 12, apresentam as características da informação contábil e seus 
usuários, o entendimento sobre patrimônio das entidades, a origem e a aplicação 
de recursos. Na sequência, as unidades 13 a 18 proporcionam a compreensão sobre 
as contas contábeis, a elaboração dos relatórios contábeis, também denominados 
demonstrações financeiras. Nas unidades 19 a 24, busca-se o conhecimento sobre as 
contas que envolvem a apuração do resultado. Nas unidades 25 a 30, apresenta-se 
a técnica de ensino que viabiliza o entendimento sobre o registro das informações 
contábeis, denominada Contabilidade por Balanços Sucessivos. Já as unidades 31 
a 36 corroboram com o conhecimento sobre a apuração de resultado e elaboração 
da Demonstração do Resultado do Exercício – DRE, da Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido – DMPL e dos principais livros contábeis. Na sequência, as 
unidades 37 a 42 viabilizam a elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa e 
da Demonstração do Valor Adicionado – DVA. E, para finalizar, nas unidades 43 a 
48 busca-se a interpretação das informações contábeis geradas e a importância 
da Contabilidade na elaboração e execução do Planejamento Empresarial. Esta 
disciplina possui como principal fonte de estudo os livros Contabilidade Empresarial 
e Contabilidade Básica, ambos do autor José Carlos Marion, conforme a referência 
bibliográfica, sendo considerado um grande estudioso da ciência contábil.
Bom estudo!
Equipe Acadêmica da ESAB
Objetivo
Identificar as características e a importância da informação contábil; propor o 
entendimento sobre a técnica de escrituração contábil e promover o conhecimento 
sobre a elaboração e interpretação das Demonstrações Financeiras.
Competências e habilidades
• Saber aplicar adequadamente o registro das informações administrativas e
financeiras.
• Aprender como elaborar e interpretar as Demonstrações Contábeis em
concordância com a legislação e princípios contábeis.
• Adquirir competências para a elaboração de informações para tomada de decisões.
Ementa
Elementos da Contabilidade: definições, aplicação, campo de atuação da 
Contabilidade, função da Contabilidade, exigências legais e finalidade. Patrimônio. 
Balanço patrimonial, grupo de contas do balanço patrimonial. Demonstração do 
resultado do exercício. Noções de débito e crédito. Demonstração das mutações 
do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, demonstração do valor adicionado e 
noções da situação financeira e econômica por meio das demonstrações contábeis.
Sumário
1. Elementos da Contabilidade............................................................................................8
2. Definições da Contabilidade ..........................................................................................13
3. Aplicação da Contabilidade ...........................................................................................17
4. Campo de atuação da Contabilidade .............................................................................22
5. Função da Contabilidade ...............................................................................................28
6. Pilares da Contabilidade ................................................................................................32
7. Características da informação contábil e seus principais usuários .................................38
8. Os relatórios contábeis ..................................................................................................42
9. O patrimônio .................................................................................................................4610. Origem e aplicação de recursos .....................................................................................51
11. Os regimes da Contabilidade .........................................................................................60
12. Exercícios resolvidos ......................................................................................................64
13. As demonstrações financeiras .......................................................................................72
14. O Balanço Patrimonial ...................................................................................................76
15. Grupo de contas patrimoniais e de resultado ................................................................82
16. Contas do ativo .............................................................................................................88
17. Contas do passivo ..........................................................................................................93
18. Exercícios resolvidos ......................................................................................................97
19. Contas do Patrimônio Líquido .....................................................................................104
20. Contas de resultado: o registro nas contas de receita e suas deduções ........................109
21. Contas de Resultado: gastos, custos e despesas ..........................................................114
22. Exercícios resolvidos ....................................................................................................119
23. Apuração do resultado do exercício .............................................................................125
24. Exercícios resolvidos ....................................................................................................130
25. A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) .......................................................135
26. Exercícios resolvidos ....................................................................................................141
27. A escrituração contábil ................................................................................................147
28. A contabilidade por Balanços Sucessivos .....................................................................152
29. Exercícios resolvidos ....................................................................................................159
30. Método das Partidas Dobradas....................................................................................166
31. Exercícios resolvidos ....................................................................................................177
32. O Balancete de Verificação ..........................................................................................187
33. Exercícios resolvidos ....................................................................................................192
34. Os livros contábeis.......................................................................................................203
35. A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – DMPL ..................................208
36. Exercícios resolvidos ....................................................................................................217
37. A Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC ...................................................................223
38. Exemplos de DFC .........................................................................................................230
39. A Demonstração do Valor Adicionado – DVA ...............................................................239
40. Exemplo de DVA ..........................................................................................................246
41. Notas Explicativas .......................................................................................................250
42. A publicação das demonstrações financeiras ..............................................................257
43. A análise financeira através das demonstrações contábeis ..........................................262
44. Exercícios resolvidos ....................................................................................................267
45. Análise econômica por meio das demonstrações contábeis ........................................275
46. Exercícios resolvidos ....................................................................................................280
47. O papel da Contabilidade na elaboração e execução
do Planejamento Empresarial .....................................................................................287
48. A nova lei das Sociedades Anônimas e a Contabilidade Internacional .........................292
Glossário ............................................................................................................................297
Referências ........................................................................................................................304
www.esab.edu.br 8
1 Elementos da Contabilidade
Objetivo
Apresentar a história da Contabilidade, destacando seus principais 
marcos ao longo dos anos.
A Contabilidade, como tantas outras ciências, evoluiu com a sociedade, 
e por esse motivo, antes de começarmos a trabalhar o conteúdo dessa 
disciplina, vamos conhecer a evolução histórica da Contabilidade. Para 
isso, apresentaremos seus principais marcos e referencial teórico. Vamos lá?
A Contabilidade é uma ciência que teve sua origem na necessidade da 
humanidade em controlar seu patrimônio. Então, desde a antiguidade, 
a Contabilidade tem o seu papel dentro da sociedade, contribuindo e 
evoluindo com ela. 
Podemos considerar a Contabilidade como uma ciência que tem por 
finalidade observar e registrar os atos administrativos e financeiros de 
uma organização, gerando informações à gestão empresarial. Por esse 
motivo, ela é considerada uma ciência social que registra e controla as 
riquezas patrimoniais das organizações. 
Segundo Marion (2009a, p. 28), “[...] a Contabilidade é uma ciência 
social, pois estuda o comportamento das riquezas que se integram no 
patrimônio em face das ações humanas (portanto, a contabilidade se 
ocupa de fatos humanos)”.
www.esab.edu.br 9
 A Contabilidade surgiu com a limitação da memória humana em registrar e armazenar 
informações, e tão logo se desenvolveu com a evolução da humanidade. 
Embora, a Ciência Contábil possua em sua fonte de dados números e muitos cálculos, 
ela se ocupa com os fatos humanos e, por esse motivo, não pode ser tratada como uma 
Ciência Exata, mas sim como uma Ciência Social.
Marion (2009a) afirma que, embora a Contabilidade utilize métodos 
quantitativos, não pode ser tratada como uma ciência matemática 
(ou exata), pois ela registra fatos que ocorreram em razão das atitudes 
humanas.
Você sabia que a Ciência Contábil é considerada uma das ciências 
mais antigas da civilização? Isso mesmo! Acredita-se que sua origem 
é tão antiga quanto à origem do homem. Outra explicação atribuída 
ao surgimento da Contabilidade é a limitação da memória humana 
em registrar e arquivar as suas riquezas, então, desde a antiguidade, a 
humanidade já utilizava as técnicas de contabilidade para registrar e 
armazenar seus bens.
A contabilidade surgiu basicamente da necessidade de donos de patrimônio que 
desejavam mensurar, acompanhar a variação e controlar suas riquezas. Daí pode-se 
afirmar que a contabilidade surgiu em função de um usuário específico, o homem 
proprietário de patrimônio, que de posse das informações contábeis, passa a conhecer 
melhor sua “saúde” econômico-financeira, tendo dados para propiciar tomada de 
decisões mais adequadas. (MARION, 2009a, p. 28)
Dessa forma, a Contabilidade acompanha a sociedade desde a sua forma 
mais primitiva e foi conquistando o seu espaço na vida do ser humano. 
Outro fato importante foi o surgimento do comércio, em que as relaçõeshumanas foram se desenvolvendo com a troca de algo para o seu próprio 
benefício. 
Contudo, o desenvolvimento do comércio e o direcionamento das 
pessoas para as relações de compra e venda fortaleceu a Contabilidade na 
necessidade da humanidade organizar e gerir suas riquezas.
www.esab.edu.br 10
Saiba mais
Para melhor entender e visualizar a história da 
Contabilidade, sugerimos que você assista ao 
vídeo “História da Contabilidade”, elaborado pela 
Fundação Brasileira de Contabilidade, disponível 
clicando aqui.
Outros fatores importantes nessa história foram as violentas batalhas 
entre povos que contribuíram fortemente para a criação de uma 
sistemática entre fornecedor e cliente, bem como os controles de 
contingências de guerra que contribuíram para a sistemática de controle 
de bens e estoque.
O cenário de evolução da humanidade entre guerras e grandes batalhas é 
denominada por Marion (2009a) como “cenário contábeis primitivos”, 
pois o comércio e a indústria se encontravam em estágio embrionário, 
comparados aos dias atuais. Nessa fase, o proprietário do patrimônio era 
considerado a figura central das ações empresariais.
Conhecendo a história da humanidade, denota-se que a evolução 
da escrita, o nascimento da moeda nas relações de comércios, o 
descobrimento das Américas, e a revolução industrial incentivada 
pela invenção da máquina a vapor e a administração de pessoas em 
galpões industriais foram alguns marcos históricos que colaboraram 
positivamente para o crescimento da Ciência Contábil, bem como da 
Administração.
Contudo, o grande marco histórico da Contabilidade encontra-se no 
ano de 1494, na Itália, quando surge o Método das Partidas Dobradas, 
publicado por Frei Luca Pacioli, que deu origem à teoria contábil do 
débito e do crédito. A teoria de Frei Luca Pacioli, em que para todo 
débito exige um crédito, foi tão inteligente e brilhante que permanece 
sendo aplicada até nos dias atuais. 
http://www.youtube.com/watch?v=d2zGmgWfoqE
www.esab.edu.br 11
Com o passar dos anos, a sociedade também evoluiu com as relações de 
trabalho e com as relações políticas de governo, contribuindo fortemente 
com a criação das leis trabalhistas e tributárias.
No que diz respeito à evolução da Contabilidade no Brasil, relata-se que, 
por volta de 1754, deu-se início ao primeiro curso profissionalizante 
de Contabilidade, sendo os graduados desse curso denominados de 
guarda-livros. Já na época do Brasil Colônia, duas escolas se destacaram 
devido à imensa contribuição ao crescimento profissional contábil no 
Brasil: a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em 1902, em São 
Paulo, que seguiu as técnicas das escolas italiana e alemã; e a Faculdade 
de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, em 1946, 
que adotou os métodos da escola norte-americana, sendo criado também 
nessa época um centro de pesquisas contábeis.
Portanto, ao logo do tempo, novos usuários da informação contábil 
foram surgindo, conforme cita Marion: 
[...] o banqueiro, o fornecedor de mercadoria a prazo, o governo, o administrador 
(que recebeu a incumbência de administrar o patrimônio para o empreendedor), 
os acionistas (tanto controladores como os minoritários, em virtude de grupo de 
pessoas concentrarem recursos em função de um empreendimento), os empregados, 
os clientes, os sindicatos, os partidos políticos e outros segmentos da sociedade. 
(MARION, 2009a, p. 29)
Ainda para complementar, Marion (2009b) relata que a Contabilidade 
é muito antiga e sempre existiu para auxiliar os gestores a tomarem 
decisões, e com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se 
dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para a maioria das 
empresas.
Marion (2009a) considera os tempos atuais um cenário moderno da 
Contabilidade, onde as ações empresariais não estão mais voltadas 
somente para o dono, mas para toda a organização. As organizações 
devidamente estruturadas crescem significativamente, tentando 
acompanhar o avanço tecnológico do mercado, mesmo diante de uma 
realidade de instabilidade de preço e mercado.
www.esab.edu.br 12
Estudo complementar
Este momento é oportuno para uma leitura 
complementar ao conteúdo abordado até aqui. 
Sugerimos a leitura do artigo denominado 
“Cenários Contábeis”, de Elizabeth Krummenacher 
Marçal, aqui, que aborda a evolução histórica de 
maneira prática e objetiva.
Saiba que o profissional Contábil gerencia todo o sistema de banco 
de dados de uma organização, propiciando informações para os 
administradores na tomada de decisão. Porém, acredita-se que ainda 
precisamos evoluir muito quanto ao gerenciamento e à transparência da 
informação contábil, a qual está simultaneamente ligada com a evolução 
da gestão empresarial diante da competência profissional e da postura 
ética.
Agora que chegamos ao final desta unidade, temos a percepção do 
quanto a Contabilidade evoluiu ao longo dos anos e, principalmente, 
que ela não deve ser utilizada apenas para atender às exigências legais 
do governo, mas sim como uma ferramenta no auxílio da tomada de 
decisão.
http://contabilidadenatv.blogspot.com.br/2009/06/cenarios-contabeis.html
www.esab.edu.br 13
2 Definições da Contabilidade
Objetivo
Promover a compreensão sobre os principais conceitos da 
Contabilidade e sua evolução.
Continuando nossos estudos sobre a Contabilidade, vamos nos aprofundar 
sobre os seus principais conceitos, seu objeto e objetivos de estudos.
Vimos, na unidade anterior, o quanto a Contabilidade evoluiu com a 
sociedade e o quanto contribuiu para a gestão empresarial. Desse modo, 
a Contabilidade é uma Ciência Social que trata dos registros dos atos e 
fatos praticados por gestores em seu negócio. Como já visto na unidade 
anterior, a Contabilidade está preocupada com o registro do patrimônio 
das organizações. 
Sendo assim, o objeto de estudo da Ciência Contábil é o patrimônio das 
organizações. Tais organizações podem estar estruturadas na forma de pessoa 
física ou pessoa jurídica, com um propósito comum ‒ estudaremos mais 
sobre isso na unidade 3. Segundo Marion (2009b, p. 28), “A Contabilidade 
pode ser estudada de modo geral (para todas as empresas) ou em particular 
(aplicada em certo ramo de atividade ou setor da economia)”.
Logo, se o objeto de estudo da Contabilidade é o patrimônio das 
organizações, o objetivo dessa ciência é prover dados, informações, 
relatórios para tomada de decisão. Para Marion (2009b), todas as 
movimentações administrativas e possíveis de mensuração monetária 
são registradas pela contabilidade, que, de forma prática e sistematizada, 
resume os dados registrados por meio de relatórios, os quais devem ser 
utilizados pelos gestores na tomada de decisões.
Frequentemente tomamos decisões importantes, não é mesmo? 
Dentro de uma organização, a situação não é diferente, pois os gestores 
decidem a todo instante sobre o futuro dos negócios. Por esse motivo, a 
www.esab.edu.br 14
Contabilidade é tão importante para os gestores, afirma Marion (2009b), 
quando relata sobre a necessidade de dados, de informações corretas, de 
subsídios que auxiliam na tomada de decisão apropriada. 
Ainda, detalha Marion (2009a), as decisões podem estar no simples fato de 
o gestor comprar ou alugar uma máquina, a determinação de um preço de 
produto, contratar uma dívida de curto ou longo prazo, a quantidade de 
materiais em estoque, a possibilidade de redução dos custos e a produção 
necessária, por exemplo. Prontamente, a Contabilidade é uma grande 
ferramenta no gerenciamento de tais decisões.
Portanto, a “Contabilidade é a linguagem dos negócios”, afirma Marion 
(2009a, p. 26). Essa ciência tem a capacidade de medir os resultados das 
empresas, avaliar o desempenho dos negócios, dando diretrizes para as 
decisões certas.
Relatando melhor a Contabilidade na prática, Marion (2009a) destaca que:
Observamos com certa frequência que várias empresas, principalmente as pequenas, 
têm falido ou enfrentam sérios problemas de sobrevivência. Ouvimos empresáriosque criticam a carga tributária, os encargos sociais, a falta de recursos, os juros altos 
etc., fatores esses, sem dúvida, contribuem para debilitar a empresa. Entretanto, 
descendo fundo em nossas investigações, constatamos que, muitas vezes, a 
“célula cancerosa” não repousa nessas críticas, mas na má gerência, nas decisões 
tomadas sem respaldo, sem dados confiáveis. Por fim observamos, nesses casos, 
uma contabilidade irreal, distorcida, em consequência de ter sido elaborada única e 
exclusivamente para atender às exigências fiscais. (MARION, p. 26, 2009a)
Sendo assim, a administração não pode mais tomar decisões sobre a 
produção, marketing, investimentos, financiamentos, pessoal, custos etc. 
sem a participação da Contabilidade.
O mercado atual vive um momento em que aplicar recursos, que 
muitas vezes são escassos, e ainda gerar lucros requer do administrador 
muito além da experiência profissional. Para Marion (2009a, p.26), “A 
experiência e o feeling do administrador não são mais fatores decisivos no 
quadro atual; exige-se um elenco de informações reais, que norteiem tais 
decisões”. Essas informações estão contempladas nos relatórios contábeis.
www.esab.edu.br 15
Para sua reflexão
Marion (2009a) nos propõe uma reflexão sobre o 
artigo “Empresa do século”, na Revista “Revenda 
Construção”, nº 26, de julho de 1999, na qual o 
grande homem de negócio, Olavo Setúbal, diz: “O 
que um engenheiro entendia de finanças? Nada. 
Então fui estudar contabilidade. E me serviu por 
toda a vida. Todas as pessoas que desejam ter 
uma empresa, primeiramente devem entender 
disso”, destaca Olavo Setúbal, já falecido. Os 
ensinamentos desse homem foram muito bem 
aproveitados na constituição do Banco Itaú. 
Tomando como base o que foi discutido nas 
unidades, você acha que Olavo Setúbal tem razão? 
Por quê?
As respostas a essas reflexões formam parte de sua 
aprendizagem e são individuais, não precisando 
ser comunicadas ou enviadas aos tutores.
Dessa forma, percebemos o quanto a Contabilidade pode auxiliar a 
administração no gerenciamento dos negócios, por meio de análises amplas 
ou específicas, embora essa imagem da Contabilidade tenha se perdido no 
tempo, sendo utilizada apenas para atender às exigências do fisco.
Relata Marion (2009a, p. 26) que
O objetivo principal da contabilidade, portanto, conforme a Estrutura Conceitual 
Básica da Contabilidade, é o de permitir a cada grupo principal de usuários a avaliação 
da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como 
fazer inferências sobre suas tendências futuras. 
No Brasil, atualmente, a Contabilidade encontra-se num momento 
de extrema fortificação e adaptação das novas Normas Brasileiras de 
Contabilidade, as quais foram publicadas a partir do ano de 2007, 
tendo destaque a Lei nº 11.638/07, Medida Provisória nº 449/08 
www.esab.edu.br 16
e Lei nº 11.941/09. Sendo uma legislação nova e como na maioria 
das vezes as normas se antecipam aos seus usuários, já que eles não 
participam na elaboração delas, contadores e empresários estão em fase 
de entendimento e aplicação das referidas normas.
Saiba também que as empresas de desenvolvimento de software e de 
gerenciamento de informação da área contábil precisam se adequar 
simultaneamente com seus usuários, o que torna esta fase de adaptação 
ainda mais complexa.
Outro ponto importante, que merece bastante atenção, é que as 
informações apuradas pela Contabilidade não se restringem apenas 
à área interna da empresa, mas também a todos os seus seguidores. 
Destaca Marion (2009a) que o processo decisório decorrente das 
informações contábeis não se restringe apenas aos limites da empresa, aos 
administradores e gerentes, mas também a outros segmentos, tais como: 
investidores, fornecedores, bancos, governo, sindicatos, clientes e outros.
No entanto, um aspecto que dificulta bastante a credibilidade das 
informações contábeis é a linguagem técnica e específica atribuída a elas, 
que na maioria das vezes não são de fácil entendimento pelos gestores das 
organizações.
Diante desse cenário, podemos perceber que a Contabilidade evoluiu 
bastante quanto às suas normas, porém, ainda precisa ser mais bem 
entendida e interpretada pelos seus usuários.
Logo, pode-se perceber que o administrador deve utilizar as informações 
contábeis para atingir o sucesso do seu negócio, e a contabilidade deve 
ser melhor aproveitada nesse processo.
Nesta unidade, aprendemos que o objeto de estudo da Contabilidade 
é o Patrimônio das organizações, e seu objetivo é prover os usuários de 
informações para a tomada de decisão. Também estudamos o quanto a 
Contabilidade é importante para a administração das organizações, por 
meio das análises e interpretações de dados administrativos e financeiros. 
Na próxima unidade, estudaremos com mais detalhes sobre a aplicação 
da Contabilidade. 
www.esab.edu.br 17
3 Aplicação da Contabilidade
Objetivo
Discutir a aplicação da Contabilidade e sua contribuição para a 
sociedade.
Nesta unidade, vamos aprofundar nosso conhecimento sobre a 
aplicabilidade e contribuição da Contabilidade para a sociedade. 
Até agora, já vimos que a Contabilidade pode ser estudada de maneira 
geral, seguindo teorias e técnicas para todas as empresas, ou ainda, seu 
estudo em modo particular, para um único indivíduo. Não é mesmo?
Portanto, a Contabilidade pode ser realizada tanto para Pessoa Física ou 
Pessoa Jurídica. Marion (2009b) conceitua Pessoa Física como pessoa 
natural, ser humano e indivíduo sem qualquer exceção, em que a sua 
existência termina com a morte.
Na sequência, Marion (2009b) define como Pessoa Jurídica “[...] a união 
de indivíduos que, através de um contrato reconhecido por lei, formam 
uma nova pessoa, com personalidade distinta da de seus membros”.
Além dessa visão conceitual, cabe destacar que a pessoa jurídica pode 
ser constituída com a intenção de gerar lucros. Podemos citar, como 
exemplo, as empresas industriais e comerciais, ou ainda instituições 
que podem ser constituídas sem a intenção de gerar lucro, comumente 
denominadas de entidades sem fins lucrativos, que são as cooperativas, 
associações culturais, entidades religiosas, entre outras.
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Saiba mais
Este momento é oportuno para deixarmos bem 
claro as diferenças entre Pessoa Física e Pessoa 
Jurídica, não é mesmo? Para isso, recomendamos 
a leitura do artigo do Sebrae, postado no Blog Dica 
do Brasil Profissões. O artigo aponta as principais 
diferenças entre Pessoa Física e Pessoa Jurídica e 
suas implicações diante da sociedade civil atual, 
fundamentados pelo Código Civil Nacional. Clique 
aqui e boa leitura.
Saiba que essa distinção entre Pessoa Física e Pessoa Jurídica é muito 
importante para a Contabilidade, pois, geralmente, o empresário tende a 
confundir o patrimônio particular com o patrimônio da empresa, e estes 
devem ser organizados e contabilizados separadamente.
No entanto, a Contabilidade está inserida na vida de todos os indivíduos 
de maneira imperceptível, mas com impactos significantes. Então, 
Marion (2009b, p. 30) determina que “Quando se faz Contabilidade 
para a pessoa física (embora não seja comum) ou pessoa jurídica, essa 
pessoa é denominada entidade contábil”. Assim, toda pessoa (física 
ou jurídica) mantida por uma Contabilidade é denominada entidade 
contábil, e é constituída com a intenção de gerar lucro ou não.
Estudo complementar
O que você sabe sobre entidades sem fins 
lucrativos? Para aprofundar seu conhecimento, leia 
o artigo: “O Novo Código Civil e as Entidades Sem 
Fins Lucrativos: Adaptações do Estatuto”, escrito 
pelo Senador Flávio Arns e disponível aqui.
http://www.brasilprofissoes.com.br/blogs/dicas-do-bp/pessoa-f%C3%ADsica-x-pessoa-jur%C3%ADdica
http://www.brasilprofissoes.com.br/blogs/dicas-do-bp/pessoa-f%C3%ADsica-x-pessoa-jur%C3%ADdica
http://www.elobrasil.org.br/sites/default/files/O%20Novo%20C%C3%B3digo%20Civil%20e%20as%20Entidades%20Sem%20Fins%20Lucrativos:%20Adapta%C3%A7%C3%B5es%20do%20Estatuto.pdfwww.esab.edu.br 19
As entidades são constituídas de dados gerados a partir de atos e fatos 
administrativos e financeiros, promovidos pelos indivíduos que atuam 
nelas. Logo, Marion (2009b, p. 29) prontamente define os indivíduos 
que necessitam das informações contábeis como usuários que “[...] são 
pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação 
da empresa e buscam na Contabilidade suas respostas”.
Sendo assim, os usuários da informação contábil são todas as pessoas 
que se interessam pela situação da empresa e buscam por meio da 
Contabilidade as suas respostas e orientações para o futuro.
Os usuários da Contabilidade são inúmeros, e logo Marion (2009b) 
relata que:
Evidentemente, os gerentes (administradores), não são os únicos que se utilizam da 
Contabilidade. Os investidores (sócios ou acionistas), ou seja, aqueles que aplicam 
dinheiro na empresa, estão interessados basicamente em obter lucro, por isso se 
utilizam dos relatórios contábeis, analisando se a empresa é rentável; os fornecedores 
de mercadoria a prazo querem saber se a empresa tem condições de pagar suas 
dívidas; os bancos, por sua vez, emprestam dinheiro desde que a empresa tenha 
condições de pagamento; o governo quer saber quanto de impostos foi gerado 
para os cofres públicos; outros interessados desejam conhecer melhor a situação da 
empresa: os empregados, os sindicatos, os concorrentes etc. (MARION, 2009b, p. 29)
Dessa forma, percebemos o quanto é importante a Contabilidade para as 
entidades, sejam elas pessoas físicas ou jurídicas. 
Quanto ao funcionamento da Contabilidade, Marion (2009a) esclarece 
que ela tem a função básica de coletar dados, registrar os dados e 
processá-los, emitir relatórios aos seus inúmeros usuários para dar auxílio 
à tomada de decisão.
A atuação da Contabilidade é muito bem retratada por Marion (2009a) 
na figura a seguir:
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Administração
Investidores
Bancos
Governo
Relatórios
Área de atuação do contador
Coleta de dados Registro dos dadose processamento
Outros Interessados
Usuários
(tomada de decisão)
Figura 1 – Área de atuação do Contador.
Fonte: Adaptada de Marion (2009a).
Vimos que a Contabilidade tem a função primordial de produzir 
informações para os vários usuários na intenção de auxiliar na tomada de 
decisão. Imediatamente, analisando a figura anterior, você pode perceber 
que os usuários da Contabilidade encontram-se de forma interna e 
externa diante da empresa.
Podemos entender como usuários internos os administradores, os 
proprietários, os gerentes, os funcionários, entre outros. Já como 
usuários externos, podemos citar os bancos, o governo, os investidores, 
e outros.
Outro fator no cenário da Contabilidade que merece bastante destaque 
é a compreensibilidade da informação contábil por seus usuários, pois 
alguns estudos apontam que a falta de instrução e formação por parte dos 
empresários acarreta em distorções e prejuízo à qualidade da informação 
contábil. Vale dizer que no Brasil ainda existem muitos profissionais 
contábeis com capacidade limitada e convencional, não atuando de 
forma eficiente na gestão das empresas.
Com o que estudamos até aqui, podemos concluir que a Contabilidade 
é mantida para pessoas físicas ou pessoas jurídicas que por meio de seus 
usuários direcionam o futuro da empresa.
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Contudo, administradores e contadores precisam desenvolver suas 
habilidades interpretativas de dados, bem como suas competências de 
gerenciamento e tomada de decisão.
Chegamos ao final desta unidade com um melhor entendimento sobre a 
atuação da Contabilidade diante das entidades contábeis, que podem ser 
constituídas para gerar lucro ou não. Percebemos também a importante 
função da Contabilidade na coleta, no processamento dos dados e na 
emissão de relatórios. Detectamos que a Contabilidade se relaciona por 
intermédio de usuários que podem ser internos ou externos. Vimos 
também que, muito além de fornecer informações, a Contabilidade deve 
ser melhor inserida e aproveitada pela Administração, pois se reconhece 
que a união desses dois modelos de profissionais geram muito sucesso na 
carreira e na gestão do negócio. 
Fórum
Caro estudante, dirija-se ao Ambiente Virtual de 
Aprendizagem da instituição e participe do nosso 
Fórum de discussão. Lá você poderá interagir com 
seus colegas e com seu tutor de forma a ampliar, 
por meio da interação, a construção do seu 
conhecimento. Vamos lá?
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4 Campo de atuação da Contabilidade
Objetivo
Ampliar os conhecimentos quanto ao campo de atuação da 
Contabilidade com as demais áreas, principalmente com a 
Administração.
Prosseguindo nossos estudos sobre Contabilidade, nesta unidade vamos 
estudar sobre o campo de atuação da Contabilidade para a sociedade.
Já vimos que a Contabilidade pode ser estudada de maneira geral, 
seguindo teorias e técnicas para todas as empresas, ou ainda, seu estudo 
em modo particular, para um único indivíduo. Dessa forma, o impacto 
da Contabilidade na sociedade acontece de forma imperceptível, porém 
seus reflexos sobre as ações do indivíduo são brilhantes.
Sobre esse contexto, Marion (2009b, p. 29) ressalta que a Contabilidade 
pode ser aplicada sobre diversas áreas, admitindo-se variáveis 
denominações, como, por exemplo, em empresas:
• comerciais, denomina-se Contabilidade Comercial;
• industriais, denomina-se Contabilidade Industrial;
• públicas, denomina-se Contabilidade Pública;
• bancárias, denomina-se Contabilidade Bancária; 
• hospitalares, denomina-se Contabilidade Hospitalar;
• agropecuárias, denomina-se Contabilidade Agropecuárias;
• de seguros, denomina-se Contabilidade Securitária etc. 
Então, como você pode perceber, toda empresa precisa de um 
profissional contábil, principalmente diante da realidade das empresas 
brasileiras, em que muitas fecham as portas no primeiro ano de 
existência, em virtude da ineficiência e falta de gestão por parte dos 
empreendedores.
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Saiba mais
Diante desse cenário da realidade das empresas 
brasileiras, convidamos você para a leitura do 
artigo de Thais Herédia: “Empresas brasileiras 
sobrevivem por mais tempo, mas 15% ainda 
‘morrem’ no 1° ano”. Esse artigo relata muito bem 
um panorama sobre a atualidade das empresas no 
Brasil. Clique aqui.
Diante da diversidade dos tipos de negócio, a Contabilidade é 
segmentada conforme a sua necessidade de gestão da informação. Marion 
(2009a) então classifica a Contabilidade em três grupos.
• Contabilidade Financeira: é a contabilidade geral, necessária a 
todas as empresas, pois fornece informações básicas a seus usuários 
e é obrigatória para fins fiscais. Em alguns casos ela recebe outras 
denominações, tais como: Contabilidade Agrícola (aplicada às 
empresas agrícolas); Contabilidade Bancária (aplicada aos bancos); 
Contabilidade Comercial (aplicada às empresas comerciais) etc.
• Contabilidade de Custos: está voltada para o cálculo e a 
interpretação dos custos dos bens fabricados ou comercializados, ou 
dos serviços prestados pela empresa.
• Contabilidade Gerencial: é destinada para fins internos, e 
diferencia-se das outras contabilidades, pois não se prende aos 
princípios tradicionais aceitos pelos contadores. O profissional 
desta modalidade contábil é conhecido como controller (MARION, 
2009a, p. 30).
Com o que estudamos até aqui, percebemos que a Contabilidade 
Financeira está direcionada a atender às exigências do Fisco e da 
legislação com a emissão das Demonstrações Financeiras, guias 
de impostos e as declarações ao Fisco. Já a Contabilidade de 
Custos é focada no ambiente fabril, com a aplicação de controles e 
monitoramento dos gastos durante o processo de produção. E por fim, 
a Contabilidade Gerencial executa as análises sobre todos os dados 
coletados, de acordo com a necessidade da Administração.
http://www.perfilcontabil.com.br/artigos_ver.php?id=5441
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Evidentemente, compreendemos que a Contabilidade de Custos 
e a ContabilidadeGerencial só existem se houver a Contabilidade 
Financeira, e quanto melhor estruturada e elaborada a Contabilidade 
Financeira, melhores serão as análises gerenciais e de custos.
Cabe destacar que a implantação da Contabilidade de Custos no Brasil 
ainda é muito cara, pois depende de sistemas de informações interativos e 
de profissionais gabaritados. Entretanto, o administrador pode começar 
com controles simples e sem muito investimento e, ao longo do tempo, 
ir aprimorando com os resultados alcançados. 
Desse modo, cabe aos administradores e contadores uma nova reflexão 
sobre a sua atual gestão de empresas, pois as teorias e técnicas são 
muitas e as possibilidades de sonegação e desvios também. Ambos os 
profissionais são responsáveis pelo crescimento do país, por meio do 
ganho de dinheiro de negócios próprios ou de terceiros. Porém, muitos 
não sabem o quanto o seu papel é importante na sociedade em que 
atuam.
É claro que não podemos deixar de abordar sobre a pesada carga 
tributária do Brasil, que promove os desvios financeiros nas organizações, 
mas os profissionais precisam refletir sobre a ética e zelo da profissão.
Percebemos novamente como é importante a interação entre os 
profissionais da Contabilidade e da Administração, pois é visível a 
necessidade dos administradores de informações confiáveis para auxiliar 
nas decisões certas. É importante destacar que a Contabilidade tem a 
responsabilidade de orientar a administração para o melhor caminho da 
gestão administrativa e financeira, mas cabe ao administrador as decisões 
corretas.
E além de decisões certas, os profissionais do mercado atual também são 
cobrados por inovação e criatividade.
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Saiba mais
Quando falamos sobre decisões empresariais, 
talvez venha em nossa mente assuntos financeiros 
e administrativos, mas as grandes decisões de 
profissionais que ganharam o mundo relatavam 
sobre inovação. Diante disto, motivamos a sua 
curiosidade sobre o artigo publicado na revista 
“Exame”, que aborda as 36 decisões que mudaram 
o mundo. Acesse o texto clicando aqui.
Sobre grandes decisões conversam Administradores e Contadores, por 
esse motivo, precisamos compreender as teorias tradicionais e promover 
ações inovadoras.
As empresas com profissionais inovadores e criativos conseguem 
implantar uma Contabilidade interativa, atingindo todos os seus estágios 
e setores, e conquistam suas metas com mais eficiência, assim, o sucesso é 
garantido.
Você sabia que o profissional da Contabilidade pode atuar de várias 
formas, sendo um contador autônomo, público ou na empresa, ou ainda, 
na área do ensino?
Sendo assim, Marion (2009a) detalha na figura a seguir as alternativas 
profissionais de um contador:
http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0703/noticias/36-decisoes-que-mudaram-o-mundo-m0048532
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Contador geral, contador 
de custo, controle
Auditor interno
Controlador fiscal
Cargos administrativos
Auditor independente
Consultor
Escritório de contabilidade
Perito contábil
Professor
Pesquisador
Escritor
Consultor
Contador público
Fiscal de tributos
Controlador de arrecadação
Tribunal de contas
Contador
Na empresa
Independente
No ensino
Orgão público
Figura 2 – Alternativas profissionais do contador.
Fonte: Adaptada de Marion (2009a).
Embora este não seja o momento de detalhar especificamente as 
características de cada atividade do profissional contábil, devemos ter o 
entendimento sobre a amplitude e impacto desse profissional na gestão 
dos negócios.
Outro ponto importante que percebemos é a atuação da Contabilidade 
em várias áreas afins. Além da Administração, a Economia, onde Marion 
(2009a, p. 32) destaca que “Poderíamos dizer que essas duas ciências 
estão intimamente ligadas à Contabilidade, que lhes expõe quantitativa e 
qualitativamente os dados econômicos”.
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O mercado de trabalho cresceu muito nos últimos anos, sendo a 
área contábil considerada uma das melhores remunerações, o que 
estimulou um crescimento de 70% dos estudantes de contabilidade nas 
universidades, bem como um índice de desemprego zero, um enorme 
leque de opções e a ausência de preconceito contra faixa etária, conforme 
relata Marion (2009a).
Dica
Se você ficou curioso para compreender 
melhor sobre o mercado da profissão contábil, 
convidamos você a complementar seus estudos 
com a leitura do resumo da palestra do Professor 
Marion, cujo tema é “Contabilidade, uma profissão 
fascinante”, clicando aqui.
Para complementar a relevância dessa profissão, Marion (2009a, p. 35) 
referencia o best-seller “Pai rico, Pai pobre”, de Kiyosaki e Lecchter, o 
qual afirma que “[...] ninguém pode ser bem-sucedido se não conhecer a 
Contabilidade”.
Chegamos ao final de mais uma unidade, complementando nossos 
estudos sobre a Contabilidade, na qual percebemos com detalhes o 
campo de atuação dessa ciência e sua interatividade com as demais áreas, 
e principalmente com a Administração. Na próxima unidade, vamos 
aprofundar nossos estudos sobre a função da contabilidade diante do 
processamento de dados e geração de informações.
http://www.acontecendo.org.br/palestra/contabilidade-uma-profissao-fascinante-marion.pdf
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5 Função da Contabilidade
Objetivo
Refletir sobre o papel da Contabilidade diante das organizações e da 
sociedade.
Continuando nossos estudos sobre a Contabilidade, vamos nos 
aprofundar quanto à função da Contabilidade diante das organizações. 
A Contabilidade, desde a sua existência, teve seu foco na administração 
do patrimônio de pessoas e organizações, mas, no contexto atual, exige 
muito mais de seus profissionais em relação ao desempenho de seus 
usuários.
Portanto, no cenário atual, com a otimização de dados para a tomada de 
decisão em diferentes níveis hierárquicos, a Contabilidade passou a ser 
utilizada de forma mais eficiente para fins gerenciais, de modo a analisar 
e controlar os resultados obtidos pela organização.
É válido ressaltar que cada organização possui suas particularidades, 
ou seja, cada uma delas possui seus produtos, suas tecnologias, seus 
profissionais e, com esse conjunto, tentam se manter no mercado. Em 
função disso, a informação contábil auxilia a gestão de decisões com 
análises financeiras e econômicas e análise do ambiente interno e externo 
da organização.
Saiba que a Contabilidade, juntamente com a Administração, constituem 
peças importantes na competitividade e rentabilidade da organização. 
Destaca Marion (2009a) que, atualmente, vivemos num momento de 
ampliar recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência, sendo 
uma tarefa primordial das organizações na preservação do seu lugar no 
mercado. A concorrência é forte e arrojada e, desse modo, as organizações 
necessitam de relatórios aprimorados para atingir a eficácia dos seus 
negócios.
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Os relatórios e demonstrativos contábeis registram os atos e fatos da 
administração da empresa, e por esse motivo surgem dados do passado 
que podem ser projetados no futuro. Marion (2009a) destaca a existência 
de um elenco de informações reais que norteiam as decisões da empresa, 
cujos acertos ou desacertos estão comprovados em dados do passado.
Acredita-se que não há limite para o uso das informações contábeis, 
que a organização está inserida num sistema aberto. Sobre isso, Marion 
(2009a) relata que as informações apuradas pela Contabilidade não 
se restringem aos administradores e gerentes, mas também a outros 
segmentos.
• Investidores: é por meio dos relatórios contábeis que se identifica 
a situação econômica e financeira da empresa; dessa forma, o 
investidor tem às mãos os elementos necessários para decidir sobre as 
melhores alternativas de investimentos. Os relatórios evidenciam a 
capacidade da empresa em gerar lucros e outras informações.
• Fornecedores de bens e serviços a crédito: usam os relatórios para 
analisar a capacidade de pagamento da empresa compradora.
• Bancos: utilizam os relatórios paraaprovar empréstimos, limite de 
crédito etc.
• Governo: não usa relatórios só com a finalidade de arrecadação de 
impostos, mas também para dados estatísticos, no sentido de melhor 
redimensionar a economia (IBGE, por exemplo).
• Sindicatos: utilizam os relatórios para determinar a produtividade 
do setor, fator preponderante para reajuste de salários. 
• Outros interessados: funcionários, órgão de classe, pessoas e 
diversos institutos, como a CVM, CRC, clientes, concorrentes, 
fornecedores etc.
Outro usuário da informação contábil não citado anteriormente são 
os funcionários, esses são considerados como usuários internos, pois é 
por meio da Contabilidade que eles sabem se a empresa tem condições 
de pagar seus salários e benefícios, bem como suas perspectivas de 
crescimento diante da organização.
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Para sua reflexão
Evidentemente que a Contabilidade registra os 
atos e fatos acontecidos na organização, não 
podendo modificar nenhum dado coletado, 
sob pena do Código Civil e o Código de Ética do 
Contador. Mas vivemos numa realidade onde 
a carga tributária brasileira é muito alta o que 
propicia a sonegação por parte dos empresários. 
Diante disto, será que os relatórios contábeis 
representam a realidade da gestão dos negócios?
As respostas a essas reflexões formam parte de sua 
aprendizagem e são individuais, não precisando 
ser comunicadas ou enviadas aos tutores.
Quando analisamos a função da Contabilidade diante das organizações, 
vimos que, muito além de relatórios financeiros, ela promove análises 
para os gestores da empresa, quanto à situação econômica (lucro ou 
prejuízo) e situação financeira (capacidade de pagar suas dívidas). 
Quando o gestor necessita de informações quanto aos seus resultados, 
lucro ou prejuízo, a Contabilidade faz uma relação entre as operações que 
geraram ganhos e aquelas que provocam perdas. Numa linguagem mais 
contábil, a análise é feita sobre tudo aquilo que a empresa vendeu versus 
os custos e despesas para realização das vendas. 
É evidente que toda empresa quer lucro, mas nem todo lucro 
gera dinheiro em caixa e, por esse motivo, a Contabilidade realiza 
conjuntamente a análise financeira da empresa, pois esta depende das 
políticas de pagamento e recebimento aplicadas pelo gestor.
Portanto, a análise financeira verifica se a empresa tem dinheiro em giro 
e se este supre a necessidade dos pagamentos das contas. Marion (2009a) 
relata que a simples comparação entre informações contábeis propicia 
uma visão panorâmica da situação financeira da empresa, a curto e longo 
prazo. Logo, esse modelo de análise verifica a capacidade de pagamento 
das contas e a capacidade de recebimento das vendas.
www.esab.edu.br 31
Ambas as análises contábeis levam em consideração as variáveis 
econômicas, as políticas de mercado, a concorrência, as dificuldades e 
vantagens dos fornecedores, entre outras.
Para Marion (2009a), também cabe ressaltar que as empresas que se 
destacam no mercado utilizam de maneira muito eficiente as informações 
contábeis, promovendo decisões mais concisas e corretas.
Entretanto, o empresário, diante da abertura ou gerenciamento de uma 
organização, tem que estar disposto a mensurar e diminuir riscos devido 
aos fatores que norteiam e ameaçam o sucesso do seu negócio. Diante 
disso, a função da Contabilidade fica ainda mais evidente e primordial, 
pois o uso dos relatórios e das análises contábeis são ferramentas básicas 
no processo de gestão da decisão.
Chegamos ao final de mais uma unidade, na qual aprofundamos nossos 
estudos sobre a função da Contabilidade, e compreendemos que o 
contador registra os atos e fatos do administrador, sem alterar ou criar 
dados. Vimos também que o uso da informação contábil pelos gestores 
das organizações, por meio das análises dos dados passados e projetados 
para o futuro, torna o processo de gestão muito mais eficiente. Na 
próxima unidade, vamos conhecer os principais pilares que norteiam a 
profissão contábil.
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6 Pilares da Contabilidade
Objetivo
Conhecer as principais regras da Contabilidade denominadas 
“Princípios da Contabilidade”.
Nesta unidade, vamos conhecer as principais regras dessa ciência, 
designadas “Princípios da Contabilidade”.
Já temos o entendimento de que o profissional contábil tem a função 
de coletar e registrar dados, transformando em informações para a 
administração. Agora iremos falar sobre os Pilares da Contabilidade. 
Esses pilares são genericamente designados de Princípios Contábeis 
e funcionam como regras básicas da Contabilidade que auxiliam os 
profissionais a agir de maneira ética e moral.
Então, os Pilares da Contabilidade são regras básicas da Contabilidade 
que genericamente são designadas de Princípios Contábeis.
Marion (2009b) destaca que a Contabilidade repousa em dois pilares 
da teoria contábil: a entidade contábil e a continuidade da empresa. 
Já estudamos que entidade contábil é a pessoa para quem é sustentada a 
Contabilidade, podendo ser uma pessoa física ou jurídica, não é mesmo?
De tal modo, entende-se que não há a necessidade de uma configuração 
jurídica para a entidade contábil existir, como trata Marion (2009b, p. 
147), ao dizer que “A moderna teoria contábil vem evidenciar que não 
há necessidade de uma notação jurídica, isto é, de personalidade jurídica 
(registro na Junta Comercial, Secretaria da Fazenda etc.) para identificar-
se uma entidade contábil”.
Diante desse contexto, podemos afirmar que determinado setor de uma 
empresa, ou indivíduo que se utiliza de informações contábeis, pode 
ser considerado como entidade contábil. Marion (2009b) assegura que 
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nesses casos podemos considerar os setores ou indivíduos como entidades 
ou subentidades contábeis.
Cabe ressaltar que nem sempre as entidades contábeis (empresas) são 
constituídas para gerar lucro, pois as igrejas, clubes, associações etc., são 
consideradas como entidades sem fins lucrativos, ou seja, como entidades 
contábeis que não visam lucro.
Diante do exposto, percebemos que ao constituirmos uma entidade 
contábil (empresa) constituímos uma notação de personalidade jurídica, 
desta forma, a pessoa física do sócio não pode ser confundida com 
a jurídica. Assim, compreendemos melhor que o dinheiro do sócio 
não deve ser misturado com o dinheiro do seu negócio, devendo ser 
consideradas contabilidades distintas.
Porém, é comum a necessidade dos sócios em tirar dinheiro da empresa, 
muito além dos lucros, e, dessa forma, a Contabilidade não pode se 
omitir em registrar tal fato, devido ao princípio da entidade, devendo 
registrar as saídas de caixa excedentes como empréstimos aos sócios. 
Marion (2009a, p. 148) relata que “[...] a contabilidade não pode 
impedir certos fatos que, de início, venham ferir um princípio básico, 
mas estabelecer corretivos e, se possível, tentar disciplinar os sócios em 
face das normas contábeis”.
Outro aspecto desafiador para a Contabilidade e Administração é a 
gestão de empresas familiares em que suas relações vão muito além do 
grau de parentesco e, nesse caso, a aplicação do princípio da entidade fica 
ainda mais difícil.
Além do princípio da entidade, o outro Pilar da Contabilidade é o 
princípio da Continuidade. Esse princípio aborda que toda entidade em 
funcionamento possui prazo indeterminado de encerramento.
Afirma Marion (2009b, p. 31) que “O segundo pilar é baseado no 
pressuposto de que a empresa é algo em andamento, em continuidade, 
que funcionará por prazo indeterminado”.
www.esab.edu.br 34
No entanto, nenhuma empresa é constituída com data de início 
e término, sempre com uma perspectiva de prosseguimento e 
desenvolvimento.
Desse modo, podemos observar que os pilares ou princípios da 
Contabilidade são normas a serem atentadas pelos profissionais 
contábeis. Tais princípios são regulamentados por órgãos de classe 
regulamentadora e fiscalizadora da profissão contábil, como, por 
exemplo, o CFC – Conselho Federal de Contabilidade.
Sobre a regulamentaçãodesses princípios, o Conselho Federal de 
Contabilidade publicou a Resolução CFC 530/81, os Princípios 
Fundamentais da Contabilidade, a serem adotados pelos profissionais 
contábeis dentro do território brasileiro. 
Essa resolução trata os princípios contábeis de forma hierárquica entre 
Postulados (Entidade e Continuidade), Princípios (Custo Histórico, 
Denominador Comum Monetário, Realização da Receita e Confrontação 
da Despesa e a Essência sobre a Forma) e Convenções (Objetividade, 
Materialidade, Consistência e Conservadorismo).
Como vimos, a Contabilidade distingue três grupos de princípios: os 
postulados, os princípios básicos e as normas convencionais.
Assim, considera-se que os postulados são proposições evidentes 
cuja aceitação é dada como verdade indiscutível. Marion (2009a, p. 
146) determina que os postulados “São axiomas, dogmas, máximas, 
proposições evidentes cuja aceitação como verdadeiras é indiscutível”. 
Vejamos os postulados:
• da Entidade: a entidade e seu patrimônio são distintos das pessoas
físicas ou jurídicas dos sócios e seus patrimônios particulares;
• da Continuidade: pressupõe-se que a entidade tenha duração
indeterminada.
A Resolução CFC 530/81 foi revogada pela Resolução CFC 750/93, que, por sua vez 
foi alterada pela Resolução CFC 1.282/10 sendo, posteriormente, revogada pela 
NBCTSPEC (Norma Brasileira de Contabilidade Técnica aplicada ao Setor Público 
- Estrutura Conceitual). Dessa forma, a informação contábil deve possuir, 
atualmente as características qualitativas descritas na NBSTSPEC se do setor 
público ou a Resolução 1.374/11 (NBCTGEC) para empresas privadas. Este assunto 
será melhor abordado no 4º Meg-Módulo, na disciplina de Teoria da Contabilidade.
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Marion (2009a, p. 147) define princípios como “[...] preceitos básicos 
que devem orientar os registros contábeis, mutáveis no tempo, sujeitos a 
discussão”. São eles:
• do Custo Histórico: resguardar o registro dos bens somente por 
intermédio de documento hábil de compra;
• da Realização de Receita e Confronto de Despesa: nenhuma 
venda poderá ser registrada antes da concepção da despesa;
• da Oportunidade: os registros das variações patrimoniais quando 
existir razoável certeza de sua ocorrência. Exemplo: a previsão de 
uma ação trabalhista;
• do Registro pelo Valor Original: os bens devem ser avaliados pelo 
seu custo;
• da Atualização Monetária: os valores do patrimônio devem estar 
demonstrados em moeda corrente, ou seja, atualizados em cada um 
de seus elementos;
• da Competência: as despesas e receitas são reconhecidas no período 
em que foram geradas e não na sua realização;
• da Prudência: adoção do menor valor para o ativo (bens e direitos) 
e maior valor para o passivo (obrigações) quando existirem 
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações 
patrimoniais, ou seja, preserva a saúde do Patrimônio Líquido. 
Exemplo: provisão de crédito de liquidez duvidosa e atualização 
mensal de impostos em atraso. 
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Já as Convenções, para Marion (2009a, p. 147), “[...] são restrições, 
delimitações, condicionamentos de aplicação aos princípios contábeis”. 
São elas:
• da Objetividade: o registro contábil deve ser o mais adequado e 
objetivo, para que não haja distorções nas informações. É importante 
a neutralidade do contador diante dos informes contábeis;
• da Materialidade: exercer controle e registros mais rigorosos para os 
valores mais relevantes;
• da Consistência: manter a uniformidade dos registros contábeis;
• do Conservadorismo: manter uma posição conservadora para 
antecipar o prejuízo e nunca antecipar o lucro.
Então, como podemos observar, a profissão contábil está amparada por 
uma estrutura conceitual que resguarda tal profissional em seu exercício 
de profissão.
Chegamos ao final de mais uma unidade, e certamente com nossos 
conhecimentos ampliados sobre a profissão contábil. Na próxima 
unidade, estudaremos sobre as características de informação contábil, sua 
dimensão e peculiaridades. Até breve!
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Resumo
Ao longo dos estudos destas seis primeiras unidades da disciplina 
de Contabilidade, compreendemos melhor a evolução histórica da 
Contabilidade diante da sociedade, sua importância na gestão dos 
negócios e, principalmente, a função e aplicação dessa ciência por seus 
usuários diante da administração de empresas. Percebemos o quanto o 
administrador necessita da Contabilidade para tomar decisões certas, pois 
com ela é possível a análise dos dados passados e projetados no futuro. E, 
por fim, estudamos os princípios que norteiam o profissional contábil na 
execução de seus trabalhos.
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7 Características da informação contábil e seus principais usuários
Objetivo
Refletir sobre a dimensão e peculiaridades da informação contábil e 
conhecer seus principais usuários.
Até aqui, aprendemos que o objeto de estudo da Contabilidade é o 
patrimônio das organizações. Além disso, pudemos perceber que a 
Contabilidade proporciona a quantificação, a classificação, o registro, a 
demonstração e a análise das mutações do patrimônio de determinada 
entidade. 
Também é importante que você saiba que a Contabilidade gera 
informações quantitativas e qualitativas sobre o patrimônio das 
organizações, expressas em termos físicos e monetários.
Assim, o desempenho, a evolução, os riscos e as oportunidades do 
negócio são auferidos por meio das informações contábeis, ofertando 
uma compreensão segura e concisa sobre o estado em que se encontra a 
organização.
Saiba que as informações contábeis se propagam por diferentes meios, 
pelas demonstrações financeiras, pelo registro, pelos documentos, 
pelos mapas explicativos, pelos diagnósticos, pelas notas explicativas, 
pelos pareceres, entre outros previstos ou não em lei e utilizados pelos 
profissionais e usuários da informação contábil.
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Para sua reflexão
Os serviços contábeis estão embutidos de 
exagerada burocracia, como, por exemplo, 
emissão de guias de impostos, folha de 
pagamento etc. Contudo, para se agregar valor 
aos negócios, a Contabilidade deveria ser tratada 
como instrumento gerencial para o processo de 
decisão. Agora reflita: por que a grande maioria 
das empresas considera a Contabilidade como um 
mal necessário?
As respostas a essas reflexões formam parte de sua 
aprendizagem e são individuais, não precisando 
ser comunicadas ou enviadas aos tutores.
Já aprendemos que os usuários da informação contábil podem ser 
tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas que utilizam a informação 
contábil de forma permanente, ou não, no seu processo de gestão de 
decisões. Desse modo, os usuários da Contabilidade podem ser internos 
ou externos às organizações, podendo ser proprietários, investidores, 
fornecedores, clientes, gerentes, funcionários, bancos, autoridades 
governamentais e o público em geral.
A informação contábil possui alguns atributos, como a veracidade e a 
equidade, devendo satisfazer as necessidades comuns de seus diferentes 
usuários. Outro aspecto relevante é que a informação contábil não 
deve ser atribuída de forma a privilegiar usuários, devendo ser única e 
transparente.
A informação contábil deve, ainda, revelar a situação da organização 
aproximada da realidade, normalmente prevista em lei (societária e 
tributária). Também se obriga a ser “vestida” de algumas propriedades 
indispensáveis, tais como: confiabilidade, comparabilidade, 
compreensibilidade e tempestividade. Marion (2009b) denomina tais 
propriedades como características qualitativas da informação contábil.
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Entenda melhor, a confiabilidade é a propriedade que faz a informação 
ser aceita pelo usuário, e que este a utilize como base para suas decisões 
ou até mesmo a considere como elemento essencial. Marion afirma 
(2009b, p. 33) que “Para ser útil, a informação deve ser confiável, 
ou seja, deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar 
adequadamente aquilo que propõerepresentar”.
Portanto, para a informação contábil ser confiável, precisa considerar 
alguns aspectos, conforme cita Marion (2009b, p. 33):
• Primazia da Essência [...] sobre a forma [...]. A qualidade da informação é mais 
importante que obedecer a lei.
• Neutralidade (neutra, imparcial, induz a um julgamento justo).
• Prudência (certo grau de precaução em virtude das incertezas).
• Integridade (informação completa, sem omissão de itens materiais). 
A confiabilidade da informação contábil está fundamentada na 
veracidade, integridade e pertinência do seu conteúdo diante dos seus 
usuários.
No que diz respeito à comparabilidade da informação contábil, esta está 
vinculada na possibilidade do usuário em conhecer a evolução entre 
determinada informação ao longo do tempo. Marion (2009b, p. 33) 
afirma que “Os usuários devem poder comparar os relatórios contábeis 
de uma entidade ao longo do tempo, nos períodos sucessivos”. Ou seja, 
a informação contábil atinge melhor o resultado quando elaborada de 
forma comparativa (mês a mês, ano a ano etc.), para que o usuário tenha 
uma visão projetada dos dados.
Já a compreensibilidade da informação contábil tem relação com a 
clareza e objetividade da informação, compreendendo desde elementos 
de formalidade, organização, recursos gráficos até a redação e técnica 
utilizadas. Marion (2009b) comenta que a informação contábil deverá 
ser acessível a leigos.
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E por fim, a tempestividade da informação contábil está focada em 
chegar aos seus usuários em tempo hábil, para que não perca a sua 
finalidade.
A informação contábil está composta por diversas características que 
fazem com que seus usuários desenvolvam o processo de decisão. 
Porém, temos o conhecimento de que não adianta o empresário ser 
resguardado de boas informações se ele não utilizar de forma adequada 
seu conhecimento contábil. 
Nesta unidade, compreendemos a importância da informação contábil 
e suas principais características. Percebemos também que contadores e 
gestores necessitam ter conhecimento e devem desenvolver habilidades 
para o uso eficaz das informações contábeis, pois elas são ferramentas 
primordiais no processo de gestão das decisões. Alguns estudiosos 
compreendem que nenhuma empresa sobrevive sem a informação 
contábil, embora muitos empresários ainda resistam sobre o uso desta 
ferramenta. Na próxima unidade, vamos estudar os relatórios contábeis, 
sua interação com a gestão das empresas e principais exigências legais.
Estudo complementar
Você sabia que a crise financeira dos Estados 
Unidos teve relação com as características da 
Contabilidade mantida no mercado imobiliário? 
Pois bem, o artigo do professor Elenito Elias da 
Costa, analista econômico e financeiro, consultor 
do IBRACON, traz uma série de interrogações 
para ajudar a perceber a crise financeira com 
origem nos Estados Unidos e qual o papel e 
responsabilidade dos contabilistas e auditores. 
Faça a leitura do artigo disponível clicando aqui.
http://www.otoc.pt/downloads/files/1227698615_40e41_contabilidade.pdf
www.esab.edu.br 42
8 Os relatórios contábeis
Objetivo
Conhecer os objetivos dos relatórios contábeis e sua interação com a 
gestão das empresas, bem como as exigências legais.
Até o momento, estudamos sobre a Contabilidade e sua função, 
aplicabilidade e características da informação contábil. A partir deste 
momento, vamos conhecer os relatórios contábeis diante de seus 
objetivos e interação com a gestão empresarial, e ainda suas exigências 
legais. Vamos lá?
Antes de tudo, é importante saber que o relatório contábil objetiva 
relatar às pessoas que se utilizam da contabilidade os principais fatos 
registrados, que já aconteceram (do passado), e também relatórios dos 
fatos projetados para o futuro. 
No contexto atual de mercado, é necessário e primordial que a 
Contabilidade proporcione informações que satisfaçam às necessidades 
dos diferentes usuários, consciente de que estes necessitam de segurança e 
confiabilidade nas informações contábeis.
O registro contábil deve ser o mais adequado e objetivo, para que não 
haja distorções nas informações. Para que isso aconteça, é fundamental a 
neutralidade do contador diante dos informes contábeis.
Vale ressaltar que após o registro e processamento dos dados, a 
Contabilidade é capaz de obter inúmeras informações de forma 
quantitativa e qualitativa que são expressas por meio dos relatórios 
contábeis.
Portanto, Marion (2009a, p. 41) afirma que o “Relatório contábil é a 
exposição resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade”. 
Ou seja, tais relatórios possuem uma organização e formatação própria.
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Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as demonstrações 
financeiras ou demonstrações contábeis, sendo a última a mais utilizada 
pelos contadores (MARION, 2009a).
Em relação às exigências legais, Marion (2009b) esclarece que a Lei 
das Sociedades por Ações que regulamenta a Contabilidade no Brasil 
estabelece que, ao final de cada exercício social (12 meses), a empresa 
deverá elaborar e publicar suas demonstrações financeiras com base em 
seus registros contábeis.
As demonstrações financeiras exigidas por lei são listadas a seguir.
• Balanço Patrimonial (BP).
• Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
• Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA).
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC).
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA) – se companhia aberta 
(MARION, 2009b, p. 41).
Vamos entender cada uma dessas demonstrações? 
O Balanço Patrimonial tem a função de apresentar a situação 
financeira da empresa, ou seja, quanto à disponibilidade financeira e de 
endividamento. Marion (2009b) relata que o Balanço Patrimonial é uma 
das principais demonstrações contábeis. 
Já a Demonstração do Resultado do Exercício, segundo Marion 
(2009b, p. 98), “[...] é um resumo ordenado das receitas e despesas 
da empresa em determinado período, normalmente 12 meses”, o que 
sinaliza a situação econômica da empresa, ou seja, a situação de ganho ou 
perda em suas atividades operacionais. 
A Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados, em sua 
estrutura, segue uma forma resumida, a qual tem por objetivo evidenciar 
a distribuição do resultado ao final, o lucro líquido de cada exercício 
social. De acordo com Marion (2009a), a Demonstração dos Lucros e 
Prejuízos Acumulados é um instrumento de integração entre o Balanço 
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Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, por tratar da 
apuração do lucro e sua distribuição.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa visa a demonstrar as 
movimentações de entradas e saídas de recursos financeiros. Assim, 
Marion (2009a) relata que a Demonstração dos Fluxos de Caixa visa 
explicar as variações do disponível (caixa e bancos) da empresa.
E por fim, a Demonstração do Valor Adicionado evidencia a riqueza 
gerada pela atividade da empresa e sua distribuição. Segundo Marion 
(2009a, p. 512), “O principal item que deveria compor o Relatório 
da Diretoria é a Demonstração do Valor Adicionado [...].” Perceba a 
dimensão da importância dessa demonstração financeira.
Nas unidades seguintes, detalharemos sobre cada uma dessas 
demonstrações contábeis exigidas por lei, compreendendo melhor sua 
estrutura e finalidade de apresentação.
Neste momento, cabe ressaltar que nos últimos anos tivemos grandes 
alterações na legislação societária e uma dessas mudanças foi a 
possibilidade da substituição da Demonstração dos Lucros e Prejuízos 
Acumulados pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, 
sendo esta última mais complexa em termos de mutações patrimoniais.
Além das demonstrações financeiras relacionadas, a Contabilidade 
também poderá viabilizar as notas explicativas que complementam 
a informação contábil, explorando as particularidades e evidências 
ocorridas no exercício social da empresa.
Você pode estar se perguntando: mas que notas explicativas são essas? 
As notas explicativas são semelhantesa notas de rodapé, servem para 
esclarecer determinadas situações diante do relatório contábil. Elas têm a 
função de detalhar as informações, são estruturadas de forma qualitativa 
e quantitativa e são sempre objetivas e concisas, remetendo aos usuários 
clareza e compreensão dos dados apresentados, ou seja, servem para 
auxiliar na leitura das demonstrações financeiras. Não se preocupe, este 
assunto será melhor debatido em unidades seguintes.
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Com a expansão dos mercados, os empresários necessitam muito mais 
do que só os relatórios contábeis padrões exigidos por lei. Desta forma, 
a Contabilidade se aprimorou ao longo do tempo e, por intermédio dos 
relatórios gerenciais, corrobora com o processo de tomada de decisão. 
Os relatórios gerenciais seguem a estrutura e formatação de cada 
empresa, absorvendo as características e necessidades de cada gestor, com 
projeções futuras de dados e até mesmo com o monitoramento e controle 
de dados.
Diante deste contexto, poderíamos citar como exemplo de relatório 
gerencial uma relação com o custo unitário e preço de venda unitário 
de cada produto, no qual o administrador poderá identificar o seu 
foco de produção; o relatório de projeção do fluxo de caixa, para que 
o administrador tenha a percepção dos recebimentos e pagamentos 
de sua atividade; e por fim, poderíamos citar o relatório de gastos por 
departamento, para que o administrador viabilize e motive metas de 
redução. 
Estudo complementar
Você sabia que existem dois tipos de sociedades 
que se destacam no Brasil: as sociedades limitadas 
e as anônimas? As sociedades limitadas são as 
mais comuns, nas quais a sociedade é constituída 
por quotas de responsabilidade. Já as sociedades 
anônimas possuem seu patrimônio estruturado 
em ações publicadas no mercado ou não.
Para saber mais sobre esses tipos de sociedades, 
visite o site clicando aqui.
Chegamos ao final de mais uma unidade, na qual conhecemos melhor 
os tipos de relatórios contábeis: aqueles instituídos por lei, e aqueles 
elaborados de acordo com a necessidade do usuário. Sigamos em frente!
http://www.empresassa.com.br/2010/04/negocio-proprio-tipos-de-sociedades.html
www.esab.edu.br 46
9 O patrimônio
Objetivo
Entender a grandeza e as características da estrutura do patrimônio 
das organizações e pessoas.
Antes de iniciarmos o estudo desta unidade, gostaríamos de fazer 
algumas perguntas: o que você entende por patrimônio? Você já pensou 
que sua casa, seu carro, sua profissão, fazem parte do seu patrimônio?
Agora, chegou o momento de aprofundarmos nossos conhecimentos 
sobre esse assunto. Vamos lá?
Primeiramente, identificamos como patrimônio todos os recursos e bens 
que uma entidade (pessoa ou empresa) possui. Mas o patrimônio não é 
feito somente de coisas boas, ele também retrata as dívidas que a entidade 
adquiriu.
Para Marion (2009b, p. 37), “Em Contabilidade, portanto, a palavra 
patrimônio tem sentido amplo: por um lado significa o conjunto de bens 
e direitos pertencentes a uma pessoa física ou empresa; por outro lado 
inclui as obrigações a serem pagas”.
Como você pode notar, o conceito de Patrimônio compreende os bens, 
os direitos e também as obrigações vinculados a uma entidade (pessoa 
física ou jurídica). 
Os bens correspondem a tudo que possa ser avaliado economicamente, 
logo, são todos os objetos de uma empresa que sejam para uso, 
troca ou consumo. São exemplos de bens: computadores, máquinas, 
equipamentos, software, móveis, imóveis, entre outros.
Saiba também que os bens podem ser classificados em tangíveis e 
intangíveis. O que isso quer dizer? Tangíveis são aqueles bens que 
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possuem existência física, são corpóreos, são palpáveis, como, por 
exemplo, móveis, veículos etc. Já os bens classificados como intangíveis 
são aqueles que não possuem existência física, ou seja, não são palpáveis, 
assim como software, patentes, marcas etc. 
Marion (2009a) explica que as marcas normalmente representam um 
valor significativo no patrimônio da entidade, como, por exemplo, 
a Nike, a Coca-Cola. O mesmo autor acrescenta que as patentes são 
documentos outorgados pelo Estado, que garantem a uma pessoa ou 
empresa o direito de explorar determinada invenção.
Saiba mais
Você sabe qual é a marca mais valiosa do 
mundo? Saiba um pouco mais sobre as marcas 
mais valiosas do mundo acessando aqui.
Além da classificação dos bens em tangíveis e intangíveis, também os 
classificamos em imóveis e móveis. Marion (2009b, p. 38) ainda divide 
bens em:
• Bens imóveis: são aqueles vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem
destruição ou danos: edifícios, construções, árvores etc.
• Bens móveis: são aqueles que podem ser removidos por si próprios ou por outras
pessoas: animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc.
Ainda tratando do patrimônio da entidade, temos os Direitos, 
que correspondem aos valores a receber de terceiros. Esses Direitos 
normalmente são denominados seguidos da expressão “a receber”. Por 
exemplo, duplicata a receber, promissória a receber etc.
Marion (2009b) afirma que o direito a receber mais comum deriva 
das vendas a prazo, ou seja, quando a empresa vende mercadorias a 
outras empresas e o pagamento não é efetuado no ato, mas no futuro. A 
https://www.interbrand.com/best-brands/best-global-brands/2019/ranking
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empresa vendedora, por exemplo, emite uma duplicata como documento 
comprobatório: esse direito denomina-se duplicatas a receber.
E o dinheiro depositado no banco, é considerado um bem porque 
é dinheiro ou um direito? Afinal, o dinheiro não está em poder da 
empresa? Para Marion(2009b, p. 39), o “[...] dinheiro depositado em 
bancos é um direito”, pois temos o direito de sacar determinada quantia 
depositada no banco a qualquer momento. Diante disso, cabe destacar 
que alguns contadores tem opinião contrária e afirmam que depósito 
bancário é um bem.
Até aqui aprendemos que podemos classificar o patrimônio em bens e 
direitos, não é mesmo? Agora, se perguntarmos: podemos considerar 
obrigações como patrimônio de uma empresa? O que você responderia? 
Sendo assim, podemos considerar obrigações como património de uma 
empresa, ou seja, todas as suas obrigações com terceiros. As obrigações 
constituem os compromissos que a empresa assumiu com terceiros, 
ou seja, dívidas a pagar, como fornecedores a pagar, contas a pagar, 
impostos a pagar, salários a pagar etc. Note que, na denominação 
das obrigações, usa-se a expressão “a pagar”. Para Marion (2009b), as 
dívidas são classificadas como obrigações exigíveis, ou seja, representam 
compromissos assumidos pela empresa e que serão reclamados na data do 
seu vencimento, com a exigência de pagamento.
Como você pode observar, as obrigações compreendem: fornecedores 
de mercadorias a prazo; governo, por meio de impostos a pagar; 
funcionário, por meio de salários a pagar; instituições financeiras, com 
empréstimos e financiamentos.
Assim, compreendemos que o patrimônio de uma entidade é composto 
por bens, direitos e obrigações. Marion (2009b) relata que, por 
convenção, a Contabilidade separa os bens e direitos das obrigações, 
colocando no lado positivo os bens + direitos e, no lado negativo, 
as obrigações. Com isso, temos a seguinte representação gráfica do 
patrimônio.
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Bens+direitos
Obrigações
Bens
Dinheiro Empréstimos a pagar
Mercadorias em Estoque Salários a pagar
Veículos Fornecedores a pagar
Máquinas Impostos a pagar
Móveis Aluguel a pagar
Marcas e Patentes Contas a pagar
Direitos
Bancos
Duplicatas e receber
Títulos a receber
Ações
Quadro 1– Representação gráfica do patrimônio.
Fonte: Elaborado pela autora (2012).
Para sua reflexão
Sugerimos, neste momento, que você faça um 
levantamento do seu patrimônio, relatando os 
bens e direitos de sua propriedade, bem como 
suas obrigações. Ainda lançamos um desafio: 
avalie a situação da sua riqueza somando bens e 
direitos, subtraindo destes a soma das obrigações.

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