Buscar

20 - Tópicos da Lei Complementar n 101 2000 LRF

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 110 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
1 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 
 
 
Aula 12 – LRF – pós-edital 
Contabilidade Pública para Auditor do TCE/SC 
Profs. Indio Artiaga do Brasil e 
Marcel Guimarães 
2021 
 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
2 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Sumário 
SUMÁRIO ..................................................................................................................................................2 
CONTEXTO DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL .................................................................................. 3 
CONCEITO INICIAIS .................................................................................................................................. 4 
ABRANGÊNCIA DA LRF ............................................................................................................................................ 4 
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA ................................................................................................................................... 4 
REGRA DE OURO .................................................................................................................................................... 6 
DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO ....................................................................................................................... 7 
DÍVIDA PÚBLICA ..................................................................................................................................................... 7 
LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E OPERAÇÕES DE CRÉDITO ............................................................................................... 9 
RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES .................................................................................................................... 11 
OPERAÇÕES DE CRÉDITO ....................................................................................................................................... 15 
Contratação .................................................................................................................................................. 15 
Vedações ....................................................................................................................................................... 17 
Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária ..................................................................... 20 
Operações de crédito com o Bacen ................................................................................................................. 22 
Garantias e Contragarantias .......................................................................................................................... 23 
DOS RESTOS A PAGAR .......................................................................................................................................... 26 
ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS ................................................................................... 27 
ESCRITURAÇÃO DAS CONTAS ................................................................................................................................. 27 
CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS ................................................................................................................................ 29 
RELATÓRIO RESUMIDO DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL .................... 30 
RELATÓRIO RESUMIDO DE EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA – RREO .................................................................................. 30 
RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL – RGF ..................................................................................................................... 33 
QUESTÕES COMENTADAS ...................................................................................................................... 38 
LISTA DE QUESTÕES...............................................................................................................................84 
GABARITO ............................................................................................................................................. 99 
REFLEXÃO ............................................................................................................................................ 100 
RESUMO DIRECIONADO ....................................................................................................................... 101 
CONCEITO INICIAIS ............................................................................................................................................. 101 
DÍVIDA E ENDIVIDAMENTO ................................................................................................................................... 102 
ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS ...................................................................................................... 107 
RREO E RGF .................................................................................................................................................... 107 
 
 
 
 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
3 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Aula 12 – LRF tópicos selecionados: aspectos 
contábeis 
 Tudo bem, pessoal? Seguindo o nosso conteúdo, adentramos um dos assuntos mais legais e atuais da nossa 
matéria: a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei complementar nº 101/2000): aspectos contábeis. 
 Essa Lei é um verdadeiro paradigma no ordenamento jurídico brasileiro e, claro, na Contabilidade Pública. 
As atualizações/alterações mais relevantes se deram por meio das Leis Complementares nos 131/2009, 173/2020 e 
178/2021. 
 Nesta aula, veremos tópicos selecionados da LRF voltados para seus aspectos contábeis, tais como: conceito 
de dívida pública, endividamento e restos a pagar, escrituração e consolidação das contas, e estrutura do Relatório 
de Gestão Fiscal e Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO. 
 Desde pronto, alertamos que esta aula não tratará da parte do Capítulo IV (Planejamento), que trata, dentre 
outros assuntos, de renúncia de receita, despesas obrigatórias de caráter continuado, controle da despesa total 
com pessoal, etc. Esses pontos serão vistos em aulas de Administração Financeira e Orçamentária. 
Vocês estão prontos? Então, vamos que vamos! 
Contexto da Lei de Responsabilidade Fiscal 
A Lei Complementar nº 101/2000, a famosa Lei de Responsabilidade Fiscal, estabeleceu “normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal”, surgiu num contexto econômico e político em que 
fazia-se necessário criar normativos que disciplinassem a aplicação eficiente e transparente dos recursos públicos, 
bem como previssem mecanismos para punir os maus gestores públicos. 
O objetivo central da LRF, para além da melhoria da gestão e transparência fiscal, é o equilíbrio fiscal, que 
se quer alcançar pela imposição de restrições para o crescimento da despesa e pela fixação de limites para gastos 
com pessoal e endividamento, assim entendidos como variáveis-chave de controle presentes na lei. 
Isso foi feito sobre alguns “pilares”, por assim dizer: o planejamento, a transparência, o controle e a 
responsabilização. 
A LRF é uma norma com abrangência nacional, isto é, deve ser observada pela União, estados, Distrito 
Federal e municípios. Por ocasião da LRF, esses entes devem administrar com prudência suas receitas e despesas, 
evitar desequilíbrios orçamentários e o endividamento excessivo. 
Após esse breve introito, passemos aos pontos que nos importam para fins de prova. Eles se concentrarão 
nos seguintes artigos: 
Capítulo VII (arts. 29 a 42): dívida, endividamento, operações de crédito, Restos a Pagar.Capítulos IX, seções II a IV (arts. 50 a 59): escrituração e consolidação das contas, Relatório Resumido de 
Execução Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
4 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Conceito iniciais 
Antes de adentrarmos os aspectos contábeis da LRF propriamente ditos, precisamos estudar alguns 
conceitos que a introduzem para melhor compreender o que iremos estudar mais à frente. 
Basicamente, veremos a sua abrangência, o conceito de Receita Corrente Líquida e a Regra de Ouro. Vamos 
lá! 
Abrangência da LRF 
Pessoal, a Lei de Responsabilidade Fiscal possuía abrangência nacional, isto é, suas disposições afetam a 
União, Estados, Municípios e o Distrito Federal (art. 1º, §2º). 
Mais do que isso, as disposições da LRF obrigam a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
deixando claro que abrange os seguintes Poderes, órgãos e entidades (art. 1º, §3º, I e III): 
• O Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o 
Ministério Público. 
• As respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, fundações e empresas estatais dependentes. 
Notem que a LRF também abrange empresas estatais dependentes. Vamos relembrar seu conceito (art. 2º, 
III): 
Empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente controlador recursos financeiros 
para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos, no último 
caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. 
 Disso, inferimos que a aplicação da LRF não alcança as estatais independentes. 
 Por fim, vale lembrar dois conceitos já difundidos, mas que podem ser úteis no entendimento desta aula: 
Ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal e cada Município; 
Empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, direta ou 
indiretamente, a ente da Federação 
 Vejamos agora um dos mais importantes conceitos da LRF: a Receita Corrente Líquida. 
Receita Corrente Líquida 
 Pode-se definir Receita Corrente Líquida – RCL da seguinte forma (art. 2º, IV, §§1º e 2º): 
Receita Corrente Líquida: somatório das receitas correntes, ou seja, as receitas tributárias, de 
contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras 
receitas também correntes, deduzidos: 
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e 
as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; 
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
5 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de 
previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9º do art. 
201 da Constituição. 
 Serão computados no cálculo da Receita Corrente Líquida os valores pagos e recebidos em 
decorrência da Lei Complementar no 87/1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias. 
 Não serão considerados na receita corrente líquida do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e 
de Roraima os recursos recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o inciso V do § 
1o do art. 19. 
Apesar das múltiplas deduções, nos interessa saber que a RCL é o montante oriundo da soma das receitas e 
que está passível de ser alocado pelo ente da Federação para gastos diversos. 
Atenção!! As receitas de capital não entram no cômputo da RCL. 
Vejamos as deduções da RCL mencionadas anteriormente de modo detalhado por ente da Federação: 
União Estados e DF Municípios DF, Amapá e 
Roraima 
Valores transferidos a Estados e 
Municípios por determinação 
constitucional ou legal 
Valores transferidos a 
Municípios por determinação 
constitucional 
 
Recursos transfe-
ridos pela União 
para custear 
despesas com 
pessoal* 
Contribuição do empregador e 
trabalhador para a Seguridade 
Social 
 
Contribuição social do PIS e 
PASEP 
 
Contribuição dos servidores 
para Previdência e Assistência 
social 
Contribuição dos servidores 
para Previdência e Assistência 
social 
Contribuição dos servidores 
para Previdência e Assistência 
social 
Receita com compensação 
financeira entre diversos 
Regimes de Previdência Social 
Receita com compensação 
financeira entre diversos 
Regimes de Previdência Social 
Receita com compensação 
financeira entre diversos 
Regimes de Previdência Social 
*Esses recursos integram a RCL da União. 
Atenção!! 
A Receita Corrente Líquida – RCL será apurada somando-se as receitas 
arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores, excluídas as 
duplicidades (art. 2º, §3º). 
Exemplo: A RCL correspondente a maio de 2019 corresponde ao somatório 
das receitas correntes arrecadadas no período de junho de 2018 a maio de 
2019 (que contém 12 meses), excluídas as duplicidades e efetuadas as 
deduções pertinentes. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
6 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Regra de Ouro 
Chegou a hora da nossa tão esperada Regra de Ouro (Golden Rule)! 
 
Exatamente! Primeiramente temos o que diz a Constituição Federal em seu art. 167, inciso III. Vejamos: 
Art. 167. São vedados: 
[...] 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas 
as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo 
Poder Legislativo por maioria absoluta; 
Em outras palavras, é vedado que o montante de “empréstimos contraídos” seja superior às despesas de 
capital (investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida), excetuando os empréstimos autorizados 
pelo Poder Legislativo, por maioria absoluta, mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade 
precisa. Esquematicamente: 
operações de crédito > despesas de capital 
 
operações de crédito ≤ despesas de capital 
 
Dito isso, a LRF também traz a Regra de Ouro, mas sem a exceção mencionada. Vejamos: 
Art. 12. [...] 
O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de 
capital constantes do projeto de lei orçamentária; 
Vale mencionar o teor da ADIN 2.238-5, já transitada em julgado, que foi parcialmente procedente quanto 
ao art. 12, §2º. O Supremo Tribunal Federal – STF conferiu interpretação a esse dispositivo conforme o que dispõe 
a CF/1988, ou seja, explicitou que a proibição não abrange operações de crédito autorizadas mediante créditos 
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados por maioria absoluta pelo Poder Legislativo. 
 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
7 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Dívida e Endividamento 
 Neste tópico veremos os conceitos mais relevantes do Capítulo VII – Da Dívida e do Endividamento, os 
artigos nele contidos, exemplos e questões resolvidas sobre esses dispositivos. 
Dívida Pública 
 Pessoal, Dívida Pública pode ser definida da seguinte maneira (STN): 
 Refere-se a todas as dívidas contraídas pelo ente da Federação para financiamento do seu deficit 
orçamentário, nele incluído o refinanciamento da própria dívida, e para outras operações com finalidades 
específicas, definidas em lei. 
 Nesse sentido, o art. 29 da LRF traz as seguintes definições correlatas à Dívida Pública (art. 29, I a V, §§ 1º a 
4º): 
Dívida Pública consolidada ou fundada: montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações 
financeiras do ente da Federação,assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da 
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a doze meses; 
 Será incluída na dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de 
responsabilidade do Banco Central do Brasil. 
 Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze 
meses cujas receitas tenham constado do orçamento (art. 29, §3º). Note então que as operações de 
crédito, independentemente do prazo de amortização (inferior ou superior a doze meses), cuja receita 
conste do respectivo orçamento integram a dívida fundada. 
 Igualmente, integram a dívida pública consolidada os precatórios judiciais emitidos a partir de 
05/05/2000 (data de publicação da LRF) e não pagos durante a execução do orçamento em que forem 
incluídos (art. 30, §7º). 
Dívida Pública mobiliária: dívida pública representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do 
Banco Central do Brasil, Estados e Municípios. 
 A LRF manda apartar a dívida por títulos (mobiliária) da consolidada, em virtude de um maior 
acompanhamento e controle da dívida oriunda de títulos públicos. 
Operação de Crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão 
e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda 
a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o 
uso de derivativos financeiros; 
 Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo 
ente da Federação. 
Concessão de Garantia: compromisso de adimplência de obrigação financeira ou contratual assumida por 
ente da Federação ou entidade a ele vinculada; 
Refinanciamento da Dívida Mobiliária: emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da 
atualização monetária. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
8 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício 
financeiro, o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no 
orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária. 
 Mesmo que o ente esteja acima dos limites de despesa com pessoal, ele poderá realizar 
operações de crédito para refinanciamento da dívida mobiliário. 
 
Atenção!! 
Essas definições costumam ser exigidas de FORMA LITERAL em questões 
de concurso, razão pela qual pedimos a vocês muita atenção a elas! 
 
Muita 
Atenção!! 
Títulos de responsabilidade do Bacen ➔ Dívida Pública Consolidada 
Títulos emitidos pela União (Bacen inclusive) ➔ Dívida Pública Mobiliária 
Todavia, ressalte-se que, por força do art. 34 da LRF, o Bacen está proibido 
de emitir títulos da dívida pública desde 05/05/2002. 
 A seguir, expomos um esquema resumido das definições para facilitar a sua fixação: 
 
Atenção!! 
Embora não esteja expresso na LRF, a rolagem de dívida também é 
considerada operação de crédito por força da Resolução nº 43/2001 do 
Senado Federal! 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
9 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 Vamos ver como esse tema é exigido em prova. 
Questão para fixar 
(Cespe – Prefeitura de Fortaleza/CE – 2017) Integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de 
prazo inferior a doze meses e cujas receitas tenham sido contabilizadas no orçamento. 
RESOLUÇÃO: 
 Exatamente conforme o texto do §3º do art. 29 da LRF. Vejamos: 
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas as seguintes definições: [...] 
§ 3º Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas 
receitas tenham constado do orçamento. 
Gabarito: CERTO 
Limites da Dívida Pública e Operações de Crédito 
 A LRF atribui ao Presidente da República a responsabilidade de submeter, até 90 dias após a publicação da 
LRF, as seguintes propostas (art. 30, I, II): 
Ao Senado Federal: proposta de limites globais para o montante da dívida consolidada da União, 
Estados e Municípios, bem como de limites e condições relativos a: 
1) operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de 
suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; 
2) concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; 
3) montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 Vale mencionar que isso está previsto no art. 52 da Constituição Federal, VI, VII, VIII e IX. 
Ao Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites para o montante da dívida mobiliária 
federal acompanhado da demonstração de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada 
da União, mencionado no item anterior. 
 Vale mencionar que isso está previsto no art. 48 da Constituição Federal, XIV. 
 Lembrem-se de que: 
 
Senado 
Federal
Limites globais para o montante da 
dívida consolidada da União, Estados
e Municípios
Resolução
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
10 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 
 
 Nesse sentido, o Senado Federal editou as Resoluções nº 40/2001 e 43/2003 sobre os temas mencionados. 
Vejamos a seguir suas informações mais relevantes: 
Resolução nº 40/2001-Senado Federal: 
1) Limites da dívida consolidada líquida dos Estados e do Distrito Federal: 2 vezes a sua Receita 
Corrente Líquida; 
2) Limites da dívida consolidada líquida dos Municípios: 1,2 vez a sua Receita Corrente Líquida. 
 Sendo que dívida consolidada líquida é a dívida consolidada deduzida das disponibilidades de 
caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres financeiros. 
Resolução nº 43/2001-Senado Federal: 
1) O montante global das operações realizadas em um exercício financeiro não poderá ser superior a 
16% da sua Receita Corrente Líquida; 
 Esse limite não engloba garantia e Antecipação de Receita Orçamentárias, cujos limites serão 
mencionados a seguir; 
2) O comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos da dívida consolidada, 
inclusive relativos a valores a desembolsar de operações de crédito já contratadas e a contratar, não 
poderá exceder a 11,5%; 
3) O saldo global das garantias concedidas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios não 
poderá exceder a 22% da Receita Corrente Líquida; 
 Esse limite pode chegar a 32% da Receita Corrente Líquida, desde que sejam cumpridas algumas 
condições previstas na Resolução nº 43/2001-Senado Federal; 
4) O saldo devedor das operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária não poderá 
exceder, no exercício em que estiver sendo apurado, a 7% da Receita Corrente Líquida. 
 
Senado 
Federal
Limites e condições para:
operações de crédito externas e
internas de todos os entes e entidades
controladas;
concessão de garantia da União;
montante da dívida mobiliária dos
entes subnacionais.
Resolução
Congresso 
Nacional
Limites do montante da dívida 
mobiliária federal.
Lei
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
11 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Atenção!! 
Obviamente aconselhamos você a estudar todos os limites, mas saiba 
desde já que os da Resolução nº 40/2001-Senado Federal (limites da 
dívida consolidada líquida dos Estados, Municípios e Distrito Federal) 
caem bem mais em prova! 
 
Mais 
Atenção!! 
Apesar de a LRF prever que deve ser estabelecido limite para a dívida 
consolidada da União, tal resolução ainda não foi editada! 
 No entanto, esses limites não são “imexíveis”. A LRF prevê hipóteses em que os limites da dívida poderão 
ser revisados. Isso ocorre em razão de (art.30, §6º): 
1) Instabilidade econômica; 
2) Alterações nas políticas monetária ou cambial. 
 Essa revisão deve ser proposta pelo Presidente da República ao Senado Federal ou ao Congresso 
Nacional. 
 A LRF prevê também que: 
1) Os limites devem ser apresentados em percentual da RCL (o que realmente acontece, conforme vimos 
nas Resoluções nos 41 e 43/2001-Senado Federal) para cada esfera de governo e aplicados igualmente 
a todos os entes da Federação que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos (art. 
30, §3º); 
2) Para fins de verificação do atendimento do limite, a apuração do montante da dívida consolidada 
será efetuada ao final de cada quadrimestre (art. 30, §4º). Para municípios de até 50 mil habitantes, 
essa apuração pode ser semestral. 
3) Conforme vimos no tópico anterior, os precatórios judiciais não pagos durante a execução do 
orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos 
limites (art. 30, §7º). 
Recondução da Dívida aos Limites 
 Apesar dos limites da dívida consolidada líquida mencionados no tópico anterior, pode acontecer 
DESCUMPRIMENTO desses limites por parte dos entes da Federação. 
 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
12 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 Isso mesmo! Mas calma! Vejamos como se dá a apuração desse descumprimento e o que o ente precisa fazer 
para reconduzir a dívida consolidada ao limite. Todas essas informações estão no art. 31 da LRF, que veremos a 
seguir: 
Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um 
quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo o excedente 
em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro. 
 Certo! Agora sabemos que: 
1) O limite da dívida consolidada líquida é aferido ao final de cada quadrimestre; 
2) Caso o ente ultrapasse o limite, ele deve reconduzir a dívida consolidada líquida ao seu limite até o 
fim dos três quadrimestres subsequentes; 
3) No primeiro quadrimestre subsequente ao “estouro”, o ente deve reduzir o que passou do limite, o 
excedente, em pelo menos 25%. 
Esquematicamente: 
 
A LRF também estabelece algumas restrições ao ente que deixou sua dívida consolidada líquida ultrapassar 
o limite. Vejamos (art. 31, §1º, I e II): 
§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido: 
I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de 
receita, ressalvadas as para pagamento de dívidas mobiliárias; 
II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras 
medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o. 
 Ainda que não tenhamos visto como se dá essa limitação de empenho, basta que você saiba que 
é uma das medidas que o ente sofre enquanto estiver com o seu “limite estourado”. 
 É justo, certo? Se o ente não está se enquadrando no limite estabelecido, o qual visa sobretudo à 
responsabilidade fiscal, faz sentido que ele sofra algumas restrições até retornar ao limite 
 Além disso, devem ser observados os seguintes casos especiais previstos na LRF: 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
13 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
1) Duplicação do prazo (ou seja, passando de 3 para 6 quadrimestres) no caso de crescimento real baixo 
(inferior a 1%) ou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período 
igual ou superior a quatro trimestres (art. 66, caput); 
2) Ampliação em até quatro quadrimestres do prazo para readequação ao limite na hipótese de se 
verificarem mudanças drásticas na condução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo 
Senado Federal (art. 66, §4º); 
3) Suspensão do prazo para readequação ao limite no caso de calamidade pública reconhecida pelo 
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legislativas, na hipótese dos Estados e 
Municípios, enquanto perdurar a situação (art. 65, I). Também pode haver suspensão do prazo na 
ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo Congresso Nacional, nos termos de decreto 
legislativo, em parte ou na integralidade do território nacional e enquanto perdurar a situação (art. 65, 
§1º). 
 Mas pode acontecer que o ente não consiga se reenquadrar no limite de dívida consolidada líquida dentro 
dos três quadrimestres subsequentes ao estouro, tornando-se um “devedor contumaz”. 
 
 Nesse caso, o ente será punido com o seguinte impedimento (art. 31, §2º): 
§2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também 
impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
 Dentre as transferências voluntárias encontram-se os recursos de convênios. 
 Por fim, cabe citar os seguintes dispositivos sobre este assunto: 
1) As restrições mencionadas no §1o (visto anteriormente), mencionadas anteriormente, aplicam-se 
imediatamente se o montante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano 
do mandato do Chefe do Poder Executivo (art. 31, §3º). 
 Esse dispositivo, na verdade, é inócuo. Isso porque o ente está sujeito às restrições do 
quadrimestre seguinte ao do descumprimento do limite, independentemente de ser ou não o último ano 
de mandado. Entendemos que houve um equívoco na lei nesse ponto, pois, na verdade, o ideal teria sido 
referenciar a restrição de que trata o § 2º (impedimento de se receber transferência voluntária) em caso de 
violação ao limite no 1º quadrimestre do último ano de mandato. Assim, parece ter havido um erro de 
digitação que acabou tornando o § 3º em mera peça decorativa, já que não produz qualquer efeito. 
2) O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a relação dos entes que tenham ultrapassado os 
limites das dívidas consolidada e mobiliária (art. 31, §4º). 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
14 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
3) As mesmas regras que vimos se aplicam nos casos de descumprimento dos limites da dívida 
mobiliária e das operações de crédito internas e externas (art. 31, §5º). 
 Vamos ver como esse assunto é exigido em prova. 
Questão para fixar 
(BIO-RIO – IF/RJ – 2015) Com relação a dívida e endividamento, no que concerne à Lei de Responsabilidade Fiscal, 
se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, 
deverá ser a ele reconduzida até o término dos: 
 A) dois subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 50% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, 
o ente que nele houver incorrido estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por 
antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária e, 
adicionalmente, obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras 
medidas, limitação de empenho. Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, 
o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
 B) dois subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 50% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, 
o ente que nele houver incorrido estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, exceto por 
antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária e, 
adicionalmente, obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, mas sem necessariamente 
promover limitação de empenho. Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, 
o ente receberá transferências voluntárias da União ou do Estado limitadas a 50% do total anual anterior. 
 C) três subsequentes, reduzindoo excedente em pelo menos 25% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, 
o ente que nele houver incorrido estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por 
antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária e, 
adicionalmente, obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras 
medidas, limitação de empenho. Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, 
o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
 D) dois subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 50% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, 
o ente que nele houver incorrido estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, exceto por 
antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária e, 
adicionalmente, obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras 
medidas, limitação de empenho. Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, 
o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
 E) dois subsequentes, reduzindo o excedente em pelo menos 50% no primeiro. Enquanto perdurar o excesso, 
o ente que nele houver incorrido estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, exceto por 
antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária e, 
adicionalmente, obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, mas sem necessariamente 
promover limitação de empenho. Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, 
o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado. 
RESOLUÇÃO 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
15 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 Questão longa e de decoreba, mas ótima para consolidarmos o que acabamos de ver. Vamos analisar as 
alternativas: 
 Conforme dispõe o art. 31 da LRF, o prazo para o ente de readequar aos limites de dívida pública consolidada 
se estende até o término dos TRÊS quadrimestres subsequentes, sendo que a redução do excedente no primeiro 
trimestre é de pelo menos 25%. Com isso, podemos descartar as letras A), B), D) e E), tornando a letra C) a correta! 
 Além disso a letra B) está mais errada ainda porque se o ente não se readequar nos três quadrimestres 
subsequentes, ele fica impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado e não apenas 50% 
dessas. 
Gabarito: LETRA C 
Operações de Crédito 
Contratação 
 Os arts. 32 e 33 da LRF disciplinam acerca das operações de créditos ou, de forma simplificada, 
“empréstimos” e assemelhados. 
 Segundo a LRF, cabe ao Ministério da Fazenda (atualmente Ministério da Economia) verificar o 
cumprimento dos limites e condições relativos à realização de operações de crédito de cada ente da Federação, 
inclusive das empresas por eles controladas, direta ou indiretamente (art. 32, caput). 
Atenção!! 
As regras que se seguirão serão muito citadas nos tópicos seguintes. Elas 
são a base para a contratação de operações de crédito, em geral, 
operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária e 
concessão de garantias e contragarantias. 
 Nesse sentido, o ente interessado deve formalizar seu pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos 
técnicos e jurídicos, demonstrando a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da operação e o 
atendimento das seguintes condições (art. 32, §1º, I a VI): 
1) existência de prévia e expressa autorização para a contratação, no texto da lei orçamentária, em 
créditos adicionais ou lei específica; 
2) inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos recursos provenientes da operação, exceto no 
caso de operações por antecipação de receita; 
3) observância dos limites e condições fixados pelo Senado Federal; 
4) autorização específica do Senado Federal, quando se tratar de operação de crédito externo; 
5) atendimento do disposto na chamada “Regra de Ouro” da Constituição Federal; 
6) observância das demais restrições estabelecidas na LRF. 
Atenção!! 
A Regra de Ouro (constante na Constituição Federal) dispõe que é vedada 
a realização de operações de créditos que excedam o montante das 
despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
16 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder 
Legislativo por maioria absoluta. 
 Após, seguem alguns dispositivos que versam sobre procedimentos. Vamos listá-los: 
1) As operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas, no texto da lei orçamentária ou de 
créditos adicionais, serão objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades (art. 32, 
§2º); 
2) Para fins do disposto na chamada Regra de Ouro mencionada anteriormente, considera-se, em cada 
exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de 
capital executadas, observado o seguinte (art. 32, §3º, I e I): 
 a) não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou 
financiamento a contribuinte, com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de 
competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste; 
 b) se o empréstimo ou financiamento a que se refere o item anterior for concedido por instituição 
financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital; 
3) Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e do Banco Central do Brasil, o Ministério da 
Fazenda efetuará o registro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, 
garantido o acesso público às informações, que incluirão (art. 32, §4º, I e I): 
 a) encargos e condições de contratação; 
 b) saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e 
concessão de garantias. 
4) Os contratos de operação de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação 
automática de débitos e créditos (art. 32, §5º). 
 Isso impede de maneira formal o chamado “encontro de contas” no âmbito de contratos de 
operação de crédito. 
5) O prazo de validade da verificação dos limites e das condições acima e da análise realizada para a 
concessão de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no máximo, 270 (duzentos e 
setenta) dias, a critério do Ministério da Fazenda (atualmente Ministério da Economia). 
6) Poderá haver alteração da finalidade de operação de crédito de Estados, do Distrito Federal e de 
Municípios sem a necessidade de nova verificação pelo Ministério da Economia, desde que haja prévia e 
expressa autorização para tanto, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou em lei específica, 
que se demonstre a relação custo-benefício e o interesse econômico e social da operação e que não 
configure infração a dispositivo da LRF. 
 Por fim, vamos elencar algumas regras constantes da LRF que versam sobre a limitação e/ou procedimentos 
a serem adotados no caso de operações de crédito: 
1) A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação, exceto quando 
relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação atende às 
condições e limites estabelecidos. (art. 33, caput); 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
17 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
2) A operação realizada com infração do disposto na LRF será considerada nula, procedendo-seao seu 
cancelamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos 
financeiros (art. 33, §1º). 
3) Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva 
específica na lei orçamentária para o exercício seguinte (art. 33, §2º); 
4) Enquanto não efetuado o cancelamento ou a amortização ou constituída a reserva acima referida, 
aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3º do art. 23, quais sejam: proibição de receber 
transferências voluntárias, de obter garantia direta ou indireta de outro ente; e de contratar operações 
de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução 
das despesas com pessoal (art. 33, §3º); 
5) Também se constituirá reserva, no montante equivalente ao excesso, se não atendido o disposto no 
Regra de Ouro prevista na constituição, consideradas as sanções mencionadas acima (art. 33, §3º). 
 A seguir, vejamos um resumo esquemático sobre os pontos mais relevantes deste tópico: 
 
Vedações 
 Passemos às vedações impostas pela LRF acerca de operações de crédito: 
1) Conforme dissemos anteriormente, o Banco Central do Brasil – Bacen não emitirá títulos da dívida 
pública a partir de 05/05/2002 – dois anos após a publicação desta Lei Complementar (art. 34). 
 A ideia foi centralizar a emissão desses títulos no Tesouro Nacional. 
2) É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por 
intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
18 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou 
postergação de dívida contraída anteriormente (art. 35). 
 Ou seja, os entes da Federação não podem emprestar dinheiro uns para os outros diretamente ou 
por meio de suas entidades. 
 Entretanto, há exceções a essa regra. Vejamos: 
 a) são permitidas operações entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, 
inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a (art. 35, §1º): 
 i) financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes (art. 35, §1º, I); e 
 ii) refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente (art. 35, §1º, II) 
 Aqui temos um perfeito exemplo de como o legislador preferiu complicar o entendimento ao invés 
de facilitar. A ideia aqui é a seguinte: o ente pode contrair operação de crédito junto a instituição financeira 
estatal para: 
 i) financiar, direta ou indiretamente, despesa de capital; 
 ii) refinanciar dívida contraída junto à própria instituição financeira concedente. 
 Bem mais claro, certo? 
Exemplo: empréstimos tomados por um município junto ao BNDES para construir uma ponte ou para 
refinanciar dívida antiga com o próprio BNDES. 
 b) Essa vedação não impede Estados e Municípios de comprar títulos da dívida da União como 
aplicação de suas disponibilidades (art. 35, §2º). 
3) É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a 
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo (art. 36). 
 Entretanto, instituições financeiras controladas podem adquirir, no mercado, títulos da dívida 
pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação 
de recursos próprios (art. 36, parágrafo único). 
 
Atenção!! 
A vedação de emissão de títulos da dívida pública pelo Banco Central do 
Brasil após 2 anos de publicação da LRF é tema frequente de cobrança em 
concurso! 
 Também, a LRF elencou transações equiparadas a operações de crédito, as quais TAMBÉM estão vedadas. 
Vejamos: 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
19 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
1) Captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato gerador 
ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do disposto no § 7º do art. 150 da Constituição (art. 37, I); 
 O dispositivo constitucional citado faz menção à possibilidade de restituição da quantia paga caso 
não se realize o fato gerador presumido. 
2) Recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou 
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da 
legislação (art. 37, II); 
3) Assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com fornecedor de 
bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando 
esta vedação a empresas estatais dependentes (art. 37, III); 
4) Assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento 
a posteriori de bens e serviços (art. 37, IV). 
Todos os casos acima são entendidos como “empréstimos” segundo a LRF. Ok? 
 Vejamos um resumo esquemático sobre as vedações relativas a operações crédito vistas neste tópico. 
 
 Vamos ver como esse assunto é exigido em prova. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
20 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Questão para fixar 
(Cespe – TCE/PA – 2016) Com base nas normas legais relativas à gestão de recursos financeiros da União, dos 
estados, do Distrito Federal e dos municípios, como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue o item a seguir. 
 De acordo com a LRF, são proibidas operações de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente 
federativo que a controle na qualidade de beneficiário do empréstimo. 
RESOLUÇÃO 
 Exatamente! Esse entendimento está de acordo com o caput do art. 36 da LRF. Vejamos: 
 Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a 
controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo. 
 A título informativo, lembrem-se da exceção a essa regra contida no parágrafo único do mesmo artigo o qual 
permite que a instituição financeira controlada adquira, no mercado, títulos da dívida pública para atender 
investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios. 
Gabarito: CERTO 
Operações de Crédito por Antecipação de Receita Orçamentária 
A LRF disciplina também as operações de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária – ARO, as 
quais consistem basicamente em “empréstimos” que dão em garantia receita orçamentária futura. Vejamos o que 
a LRF estabelece sobre sua destinação e condições para realização: 
1) A operação de crédito por antecipação de receita destina-se a atender insuficiência de caixa durante 
o exercício financeiro e cumprirá as exigências mencionadas que se aplicam às operações de crédito 
mencionadas anteriormente (contidas no art. 32) e mais as seguintes (art. 38, caput e I a IV): 
 a) realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício; 
 b) deverá ser liquidada (nesse caso é o mesmo que pago), com juros e outros encargos incidentes, 
até o dia dez de dezembro de cada ano; 
 c) não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, 
obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; 
 d) estará proibida: 1) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente 
resgatada; e 2) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal. 
“E qual o impacto dessas operações de crédito por ARO na Regra de Ouro?” 
Não há, desde que liquidadas até o dia dez de dezembro de cada ano! (art. 38, §1º) 
Esquematicamente: 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
21 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 
 
A partirdaqui, pode contrair 
operação de crédito por ARO 
 
Pode contrair operação de 
crédito por ARO 
 
Tem que liquidar (pagar) as 
operações de crédito por ARO, com 
juros e outros encargos incidentes. 
 
 
 
 10/01/2019 10/12/2019 
NÃO pode contrair operações de crédito por ARO no 
último ano de governo ou se existir outra não 
resgatada integralmente. 
 Se as operações de crédito por ARO forem liquidadas 
(pagas) até 10 de dezembro → não serão computadas 
para apuração da Regra de Ouro. 
Sobre esse assunto, a LRF faz apenas mais duas observações: 
1) As operações de crédito por antecipação de receita realizadas por Estados ou Municípios serão 
efetuadas mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo 
competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil (art. 38, §2º). 
2) O Banco Central do Brasil manterá sistema de acompanhamento e controle do saldo do crédito 
aberto e, no caso de inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição credora (art. 
38, §3º). 
Vejamos como isso foi exigido em concursos. 
Questão para fixar 
(Cespe – TCE/PR – 2016) A operação de crédito por antecipação de receita (ARO) 
 A) pode ser livremente contratada pelos entes da Federação, desde que se realize procedimento licitatório 
da modalidade concorrência com as instituições financeiras interessadas. 
 B) pode ser contratada até o final do mandato do governador ou do prefeito. 
 C) pode ser realizada independentemente de haver outra operação da mesma natureza não integralmente 
resgatada. 
 D) deve ser integralmente liquidada até o dia 31 de dezembro de cada ano. 
 E) não poderá prever tarifas ou outros encargos, além da taxa de juros da operação, cobrados pela instituição 
financeira contratada. 
RESOLUÇÃO 
 Excelente questão para treinarmos esse assunto. Vamos analisar as alternativas: 
 A alternativa A) está errada, porque operações de crédito por ARO podem ser efetuadas por Estados ou 
Municípios mediante abertura de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo competitivo 
eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil (LRF, art. 38, §2º). 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
22 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 A alternativa B) está errada, porque operações de crédito por ARO são proibidas no último ano de mandato 
do Presidente, Governador ou Prefeito Municipal (LRF, art. 38, IV, b). 
 A alternativa C) está errada, porque operações de crédito por ARO são proibidas enquanto existir operação 
anterior da mesma natureza não integralmente resgatada (LRF, art. 38, IV, a). 
 A alternativa D) está errada, porque a liquidação, com juros e outros encargos incidentes, deve ser realizada 
até o dia dez de dezembro de cada ano (LRF, art. 38, II). 
 A alternativa E) está certa, porque, de fato, não será autorizada se forem cobrados outros encargos que 
não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a 
esta substituir (LRF, art. 38, III). 
Gabarito: LETRA E 
Operações de crédito com o Bacen 
O legislador se preocupou bastante com a interação com o Bacen para prevenir erros e falhas que até a 
aprovação da LRF eram bastante comuns. 
Assim, além das vedações gerais às operações de créditos que comentamos anteriormente (arts. 35, 36 e 
37), a LRF traz disposições específicas sobre operações de crédito com o Bacen. Vejamos: 
1) O Bacen, via de regra, não pode comprar de título da dívida na data de sua colocação no mercado, ou 
seja, diretamente da União (art. 39, I). Todavia, há exceção a essa regra: 
 a) O Bacen só poderá comprar diretamente títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida 
mobiliária federal que estiver vencendo na sua carteira (art. 39, §2º), sendo que essas operações devem 
ser realizadas à taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público (art. 39, §3º); 
2) O Bacen não pode permutar, ainda que temporariamente, título da dívida de ente da Federação por 
título da dívida pública federal. Igualmente, não é permitida operação de compra e venda, a termo, 
daquele título, cujo efeito final seja semelhante à permuta (art. 39, II). Aqui também existe uma 
exceção: 
 a) Essa vedação não se aplica ao estoque de Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, 
existente na carteira das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante novas operações de 
venda a termo (art. 39, §1º); 
3) O Bacen não pode conceder garantias (art. 39, III). 
A última vedação referente a operações de crédito com o Bacen é destinada ao Tesouro Nacional.: 
É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida pública federal existentes na carteira do 
Bacen, ainda que com cláusula de reversão. 
Mas como vocês já devem ter adivinhado, é claro que há uma exceção a essa regra: o Tesouro Nacional 
pode adquirir títulos da dívida pública federal da carteira do Bacen se for para reduzir a dívida mobiliária (art. 39, 
§4º). Um pouco confuso, certo? Neste ponto, talvez vocês estejam assim: 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
23 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 
Mas nada temam, a ideia é simples. Vejamos um exemplo análogo: 
Suponha que fosse possível emitir nota promissória1 “ao portador” e que haja uma em seu nome, tendo ela 
sido comprada pelo Banco do Brasil.2 Essa nota promissória agora integra a carteira do Banco do Brasil, certo? 
Você então decide recomprá-la, mas existe uma restrição estabelecendo que você só pode recomprar a nota 
promissória com a finalidade de reduzir a sua dívida, ou seja, você só pode recomprar se prometer que vai “rasgá-
la”, impedindo, assim, que você queira revendê-la no futuro. Assim, você “se pagaria” e sua dívida seria reduzida. 
Agora, ficou mais claro? 
Vejamos um resumo esquemático sobre os pontos mais relevantes deste tópico: 
 
Vamos adiante então! 
Garantias e Contragarantias 
Antes de começar, vamos explicar o que vem a ser garantias e contragarantias. 
 
1 Título cambiário em que seu criador assume a obrigação direta e principal de pagar o valor correspondente no título. 
2 A situação narrada é esdrúxula segundo nosso ordenamento jurídico, tendo por finalidade apenas ilustrar o §4º do art. 39 da 
LRF. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
24 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Garantia: algo que assegura o cumprimento de obrigação em uma transação (que no nosso caso é um 
empréstimo) entre as partes. Assim, se o compromisso não for devidamente honrado pela parte que 
tomou o empréstimo, a garantia é executada em prol da parte que concedeu o empréstimo. Essa garantia 
também pode ser ofertada por alguém estranho à transação (isso ocorre, por exemplo, quando a 
instituição financeira estabelece como condicionante para a transação que seja ofertada garantida 
soberana (garantia dada por um Estado ou o seu banco central). 
Exemplo: O Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID empresta R$ 10 bi para o Acre fazer obras 
rodoviárias e metroviárias e a garantia da transação é ofertada pela União, digamos R$ 2 bi. Assim, se o 
empréstimo não for pago ao BID, a garantia ofertada pela União será executada em prol do BID. 
Contragarantia: algo que assegura o cumprimento de obrigação em uma transação para a qual já foi 
ofertada garantia, de tal maneira que possibilite o regresso contra aquele que ofertou a garantia. 
Exemplo: No caso anterior, a União, por sua vez, exige do Acre que seja prestada contragarantia, de tal 
maneira que se o empréstimo não for pago ao BID pelo Acre, a garantia ofertada pela União será executada 
em prol do BID e a contragarantia do Acre será executada em prol da União. 
Agoraque esse assunto de garantia e contragarantia está desmistificado, vejamos como a LRF disciplina o 
assunto: 
1) Os entes poderão conceder garantia em operações de crédito internas ou externas, observados as 
regras aplicáveis a operações de crédito que vimos anteriormente (art. 32), os limites e as condições 
estabelecidos pelo Senado Federal (no caso da União) e as normas emitidas pelo Ministério da 
Economia acerca da classificação de capacidade de pagamento dos mutuários (também chamada de 
Capag), além das regras que veremos a seguir (art. 40, caput): 
 a) A garantia estará condicionada ao oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior 
ao da garantia a ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas obrigações 
junto ao garantidor e às entidades por este controladas, observado o seguinte (art. 40, §1º): 
 i) não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do próprio ente (art. 40, §1º, I); 
 ii) a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município, ou pelos Estados aos 
Municípios, poderá consistir na vinculação de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes 
de transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garantidor para retê-las e empregar o 
respectivo valor na liquidação da dívida vencida (art. 40, §1º, II); 
 Vale mencionar que essa vinculação de receitas tributárias, mencionada acima, é uma das 
exceções expressas ao princípio da não afetação prevista na própria Constituição Federal em seu art. 167, 
IV: 
 Art. 167. São vedados: 
 IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da 
arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos 
de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, 
como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de 
crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; 
2) No caso de operação de crédito junto a organismo financeiro internacional, ou a instituição federal 
de crédito e fomento para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a ente que 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
25 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
atenda as exigências legais para o recebimento de transferências voluntárias, além das regras para 
operações de crédito que vimos anteriormente (art. 32) e, no caso da União, os limites e as condições 
estabelecidos pelo Senado Federal (art. 40, §2º); 
3) É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo Senado Federal (art. 40, §5º); 
4) É vedado às entidades da administração indireta, inclusive suas empresas controladas e subsidiárias, 
conceder garantia, ainda que com recursos de fundos (art. 40, §6º). Entretanto essa vedação possui 
exceções. Vejamos: 
 a) concessão de garantia por empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, bem como a 
prestação de contragarantia nas mesmas condições (art. 40, §7º, I); 
 b) concessão de garantia por instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei (art. 
40, §7º, II); 
Ufa! Muitas regras para o oferecimento de garantias e contragarantias, hein? 
A capacidade de pagamento do mutuário, a “Capag”, mencionada anteriormente e constante do caput do 
artigo 40, é uma espécie de “nota” ou “rating” concedida a estados e municípios e tem o seu cálculo resultante de 
três indicadores: endividamento, poupança corrente e índice de liquidez. 
A vida é realmente dura para concurseiros, então é claro que temos mais exceções! De fato, as condições 
que acabamos de elencar e explicar NÃO se aplicam para garantias prestadas: 
1) Por instituições financeiras estatais, que se submeterão às normas aplicáveis às instituições 
financeiras privadas, de acordo com a legislação pertinente; 
 Ou seja, caso o Banco do Brasil preste alguma garantia em operação de crédito, o fará conforme 
normas aplicáveis a instituições financeiras privadas como Bradesco, Santander, Itaú, etc. (art. 40, §8º, I). 
2) Pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza financeira por ela controladas, direta e 
indiretamente, quanto às operações de seguro de crédito à exportação (art. 40, §8º, II). 
Para fechar este tópico, vamos ver duas situações passíveis de acontecer quando a dívida de um ente é 
honrada por outro, ou seja, quando a garantia for executada: 
1) Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de garantia prestada, a União e os Estados poderão 
condicionar as transferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento (art. 40, §9º); 
2) O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela União ou por Estado, em decorrência de 
garantia prestada em operação de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou financiamentos 
até a total liquidação da mencionada dívida (art. 40, §10º); 
3) A alteração da metodologia utilizada para fins de classificação da capacidade de pagamento (Capag) 
de Estados e Municípios deverá ser precedida de consulta pública, assegurada a manifestação dos 
entes. 
 A ideia aqui é que o ente que não honrou o empréstimo, ocasionando a execução da garantia 
prestada por outro, fica com o “nome sujo”, ou seja, tem seu acesso a novos créditos ou financiamentos 
suspenso, até a total liquidação da dívida não honrada anteriormente. 
Por fim, encerramos o assunto referente a operações de crédito na LRF! Porém, antes de passar para o 
próximo tópico, vejamos um resumo esquemático dos seus pontos mais relevantes: 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
26 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 
Dos Restos a Pagar 
Esse assunto é disciplinado na LRF em apenas dois dispositivos: o art. 42 e seu parágrafo único. Entretanto, 
ele é bastante cobrado em concursos, além de ser bastante polêmico em sua aplicação prática. Dada sua 
importância, vamos enunciá-lo e depois explicá-lo: 
Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art. 20, nos últimos dois quadrimestres 
do seu mandato, contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, 
ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de 
caixa para este efeito. 
Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa serão considerados os encargos e 
despesas compromissadas a pagar até o final do exercício. 
Esse artigo visa, sobretudo, evitar que um dirigente mandatário deixe para seu sucessor um “legado maldito” 
de dívidas sem disponibilidade de caixa suficiente para honrá-las. 
Desse modo, nos 8 meses finais do último ano de governo, o prefeito, governador e presidente, não podem 
contrair obrigação de despesa: 1) que não possa ser integralmente paga dentro desse exercício; ou 2) sem deixar 
disponibilidade de caixa suficiente para honrar as parcelas vincendas no exercício seguinte. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
27 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Reparem que isso tem tudo a ver com Restos a Pagar, que nada mais são que despesas empenhadas no 
exercício e não pagas até dia 31 de dezembro. 
A interpretação do que vem a ser contração de obrigação de despesa, ou do momento em que isso ocorre, é 
controversa. No entanto, o entendimento mais prudente, e que geralmente é aplicado no âmbito dos Tribunais de 
Contas, é o de que isso se dá no momento da assunção da obrigação, ou seja, da emissão do ato administrativo 
gerador da despesa, da data de assinatura do contrato, convênio, acordo, ajuste e outros instrumentos congêneres 
ou, na ausência desses, da data do empenho da despesa, na forma do artigo 62 da Lei 8.666/1993. 
Esse dispositivo estáplenamente alinhado com o art. 1º da LRF, o qual, como vimos, visa à responsabilidade 
na gestão fiscal, que tem como pressuposto a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem 
desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas. 
Vale mencionar que essa conduta é tão condenável perante o ordenamento jurídico brasileiro que a Lei nº 
10.028/2000, a Lei de Crimes Fiscais, pune com 1 a 4 anos de reclusão a conduta de ordenar ou autorizar a 
assunção de obrigação, nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura, cuja despesa 
não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não 
tenha contrapartida suficiente de disponibilidade de caixa. 
Vejamos como esse assunto tem sido exigido em prova. 
Questão para fixar 
(Cespe – TCE/PA – 2016) Com base no disposto na Lei de Responsabilidade Fiscal, julgue o item que se segue, 
acerca de restos a pagar e escrituração e consolidação das contas. 
 Nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, o titular do Poder Executivo pode contrair obrigação de 
despesa com parcelas a serem pagas no exercício seguinte, desde que haja suficiente disponibilidade de caixa para 
pagá-las. 
RESOLUÇÃO: 
 Exatamente! O art. 42 da LRF nos diz precisamente que as obrigações de despesa contraídas nos dois últimos 
quadrimestres do mandato devem ser integralmente cumpridas nesse exercício ou que deve haver 
disponibilidade de caixa de caixa suficiente para honrar as parcelas a serem pagas no exercício seguinte. 
Gabarito: CERTO 
Escrituração e Consolidação das contas 
 Neste tópico veremos a Seção II do Capítulo IX – Da Transparência, Controle e Fiscalização, os artigos nela 
contidos, exemplos e questões resolvidas sobre esses dispositivos. 
Escrituração das Contas 
 Além das demais normas de contabilidade pública, a LRF estabelece que a escrituração das contas públicas 
deverá observar as seguintes regras (art. 50, caput): 
1) a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de modo que os recursos vinculados a órgão, 
fundo ou despesa obrigatória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada (art. 50, I); 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
28 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
2) a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, 
apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa (art. 
50, II); 
 Observem que o dispositivo fala em despesas e obrigações (passivos), que sabemos que devem 
ser apurados pelo regime de competência. NÃO está se tratando de receitas nesse dispositivo! 
3) as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e conjuntamente, as transações e operações de 
cada órgão, fundo ou entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusive empresa 
estatal dependente (art. 50, III); 
4) as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas em demonstrativos financeiros e 
orçamentários específicos (art. 50, IV); 
5) as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e as demais formas de financiamento ou 
assunção de compromissos junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o 
montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, pelo menos, a natureza e o tipo de 
credor (art. 50, V); 
6) a demonstração das variações patrimoniais dará destaque à origem e ao destino dos recursos 
provenientes da alienação de ativos (art. 50, VI). 
 Além dessas regras, existem mais alguns cuidados e observações que a LRF prevê na escrituração das contas 
públicas: 
1) No caso das demonstrações conjuntas, serão excluídas as operações intragovernamentais (art. 50, 
§1º); 
 Esse cuidado é tomado com vistas a evitar duplicidades e eventual contabilização a maior de 
receitas principalmente. 
2) A edição de normas gerais para consolidação das contas públicas caberá ao órgão central de 
contabilidade da União, enquanto não implantado o Conselho de Gestão Fiscal, previsto na LRF em 
seu art. 67 (art. 50, §2º); 
 Esse conselho seria formado por representantes de todos os Poderes e esferas de Governo, do 
Ministério Público e de entidades técnicas representativas da sociedade e se debruçaria sobre questões 
afetadas à adoção de normas, padronização das prestações de contas, divulgação de análises, etc. No 
entanto, ainda não foi constituído (sua criação foi proposta no âmbito do Projeto de Lei nº 3.744/2000, que 
ainda tramita no Congresso Nacional). 
 O órgão central, no caso, é a Secretaria do Tesouro Nacional – STN. E dentre as normas gerais 
editadas para consolidação das contas públicas destaca-se o nosso querido Plano de Contas Aplicado ao 
Setor Público – PCASP. 
3) A Administração Pública manterá sistema de custos que permita a avaliação e o acompanhamento 
da gestão orçamentária, financeira e patrimonial. 
 O Sistema de Informações de Custos do Governo Federal – SIC – é um Data Warehouse (ou seja, 
um Banco de Dados que armazena dados históricos, possibilitando a geração de consultas e de relatórios 
estratégicos) que se utilizam da extração de dados dos sistemas estruturantes da administração pública 
federal, tal como SIAPE, SIAFI e SIGPlan, para a geração de informações. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
29 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 Esse sistema foi formalmente criado pela Portaria nº 157/2011-STN e foi estruturado na forma de 
um subsistema organizacional da administração pública federal brasileira e vinculado ao Sistema de 
Contabilidade Federal. 
Vejamos o resumo deste tópico de forma esquemática: 
 
Consolidação das Contas 
 Sobre a consolidação das contas públicas, a LRF dispõe o seguinte: 
1) O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação, nacional e por 
esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua 
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público (art. 51, caput); 
Essa consolidação é realizada por meio do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor 
Público Brasileiro (SICONFI), que pode ser consultado por meio do link www.siconfi.tesouro.gov.br. Nesse 
site é o possível consultar, entre outras informações, o Balanço do Setor Público Nacional (BSPN) que é o 
documento oficial que apresenta a consolidação anual, nacional e por esfera de governo, das contas dos 
entes da Federação – União, estados, Distrito Federal e municípios. 
2) Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da União nos seguintes 
prazos: 
 a) Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta de abril; 
 b) Estados, até trinta e um de maio (a partir de 2022, esse prazo também será trinta de abril). 
http://www.siconfi.tesouro.gov.br/
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
30 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
3) O descumprimento dos prazos previstos acima impedirá, até que a situação seja regularizada, que o 
ente da Federação receba transferências voluntárias e contrate operações de crédito, exceto as 
destinadas ao refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária. 
 Esquematicamente, 
 
Municípios 
 
Com cópia para o 
Executivo Estadual 
 
 
Estados 
Nacional e por esfera de 
governo 
 
Consolidação das contas 
(para Poder Executivo da 
União) 
 até 30/abr até 31/mai até 30/jun 
 
 Passemos então ao nosso tópico final, sobre o Relatório Resumido de Execução Orçamentária e Relatório de 
Gestão Fiscal. 
Relatório Resumido de Execução Orçamentária e 
Relatório de Gestão Fiscal 
 Neste tópico veremos as Seções III e IV do Capítulo IX – Da Transparência, Controlee Fiscalização, os artigos 
nelas contidos, exemplos e questões resolvidas sobre esses dispositivos. 
 Os assuntos de que tratam as seções mencionadas são, respectivamente, o Relatório Resumido de Execução 
Orçamentária e Relatório de Gestão Fiscal. Peço toda a atenção de vocês porque eles simplesmente despencam 
em prova e nunca saem de moda em concursos. Vamos lá! 
Relatório Resumido de Execução Orçamentária – RREO 
 A LRF menciona que o RREO possui previsão constitucional no art. 165, §3º. Vejamos: 
Art. 165 [...] 
§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido 
da execução orçamentária. 
 O principal objetivo do RREO é o seguinte: 
 Permitir que a sociedade, por meio dos diversos órgãos de controle, conheça, acompanhe e analise 
o desempenho da execução orçamentária. 
 É interessante ter isso em mente para ajudar a memorizar as informações que constam no RREO. 
 A LRF estabelece que o RREO abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público (art. 52, caput), ou seja, é 
apenas um relatório por ente da Federação, sendo publicado até 30 dias após o encerramento de cada bimestre. 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
31 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Muita 
Atenção!! 
É publicado apenas UM RREO por ente da Federação. 
Ele é bimestral e é publicado até 30 dias após o encerramento do bimestre. 
Ou seja, são publicados seis RREO por ano. 
 Agora vamos ver as informações que compõem o RREO (art. 52, I, II, §§1º e 2º e art. 53, I a IV): 
1) Balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as: 
 a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão atualizada; 
 b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a despesa liquidada 
e o saldo; 
2) Demonstrativos da execução das: 
 a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada 
para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar; 
 b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando dotação 
inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício; 
 c) despesas, por função e subfunção. 
3) Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão destacadamente nas 
receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da dívida. 
4) Demonstrativos relativos a: 
 a) apuração da Receita Corrente Líquida – RCL, na forma de cálculo definida na LRF, sua evolução, 
assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício; 
 b) receitas e despesas previdenciárias apresentadas em demonstrativos financeiros e 
orçamentários específicos; 
 c) resultados nominal e primário; 
 d) despesas com juros; 
 e) Restos a Pagar, detalhando, por Poder (Executivo, Legislativo e Judiciário) e órgão (Ministério 
Público, Tribunal de Contas, Casas Legislativas, tribunais diversos, Conselho Nacional de Justiça, etc*), os 
valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar. 
*Vide art. 20 da LRF. 
 O descumprimento do prazo de 30 dias após o término do bimestre para a publicação do RREO sujeita o 
ente às sanções de: 
1) impedimento de recebimento de transferências voluntárias; 
2) impedimento de contratação de operações de crédito. 
 Muitas regras, certo? Mas isso não é tudo! Existem algumas regras a mais especificamente para o RREO do 
último bimestre. Vejamos (art. 53, §1º, I a III): 
1) O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de 
demonstrativos: 
 a) do atendimento do disposto à Regra de Ouro, conforme dispõe o art. 32, §3º (excluindo-se das 
despesas de capital eventuais empréstimos/financiamentos concedidos pelo ente da Federação, ou por 
instituição financeira controlada, a contribuinte com intuito de promover incentivo fiscal); 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
32 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 b) das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores 
públicos; 
 c) da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela 
decorrentes. 
 Esquematicamente: 
 
 Por fim, quando for o caso, serão apresentadas justificativas (art. 53, §2º, I e II): 
1) Da limitação de empenho; 
2) Da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e à evasão fiscal, 
adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança. 
Muita 
Atenção!! 
As bancas cobram bastante os itens do RREO tentando confundir o 
candidato com os itens do Relatório de Gestão Fiscal – RGF e vice-versa. 
Dica: leia bastante esses itens e faça muitos exercícios sobre RREO e RGF. 
 Aqui vai um mnemônico para ajudar na memorização dos itens do RREO: 
RREO = O BoDe foi 4 vezes para o RJ (Rio de Janeiro) e, no último bimestre, 2 vezes para RV (Rio Verde) 
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
33 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
Bo = Balanço Orçamentário 
De = Demonstrativo de Execução 
4 vezes para o R = RCL, Receitas e despesas previdenciária, Resultado nominal e primário, Restos a pagar 
J = despesa com Juros 
no último bimestre 2 vezes para R = Regime de Previdência, Regra de Ouro 
V = (demonstrativo) de Variação patrimonial 
 Nesses casos, quanto mais infame melhor para memorizar! 
 Por fim, não colocaremos o RREO aqui porque ele é muito extenso, mas vocês mesmo podem checá-lo no 
excelente site www.tesourotransparente.gov.br. Para isso, basta acessar o menu “categoria”, escolher a opção 
“publicações”, depois clicar em “relatórios” e, por fim, acessar o RREO selecionando o exercício e o bimestre de 
sua preferência. 
 Vamos ver agora como esse assunto foi cobrado em prova. 
Questão para fixar 
(Cespe – TCE/PA – 2016) No que diz respeito aos instrumentos de transparência, controle e fiscalização previstos 
na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), julgue o item a seguir. 
 A variação patrimonial decorrente das alienações de veículos de propriedade do estado do Pará deverá 
constar em demonstrativo que acompanhe o relatório resumido da execução orçamentária, referente aos meses 
de novembro e dezembro de cada exercício. 
RESOLUÇÃO: 
 Perfeito! Esse é justamente o disposto no art. 53, §1º, III da LRF. Vejamos: 
 Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a: [...] 
 § 1º O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado também de demonstrativos: [...] 
 III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes. 
 Ou seja, no último bimestre do ano (novembro e dezembro), a variação patrimonial decorrente das 
alienações de veículos estatais deverá constar do RREO. 
 Além disso, esse é o V do nosso mnemônico: 
RREO = O BoDe foi 4 vezes para o RJ (Rio de Janeiro) e, no último bimestre, 2 vezes para RV (Rio Verde) 
Gabarito: CERTO 
Relatório de Gestão Fiscal – RGF 
 Antes de iniciarmos com as disposições da LRF sobre o RGF, vejamos seu principal objetivo: 
 O RGF ocupa posição central no que diz respeito ao acompanhamento das atividades financeiras 
do Estado. 
http://www.tesourotransparente.gov.br/
Profs. Indio Artiaga do Brasil 
e Marcel Guimarães 
 Aula 12 
 
34 de 110| www.direcaoconcursos.com.br 
Contabilidade Pública 
 Constam do relatório as informações necessárias à verificação da conformidade com os limites 
relativos às despesas com pessoal, às dívidas consolidada e mobiliária, à concessão de garantias e às 
operações de crédito. 
 É interessante ter isso em mente para ajudar a memorizar as informações que nele constam. 
 Sobre o RGF, a LRF estabelece que (art. 54): 
 Ao final de cada quadrimestre será emitido

Continue navegando