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Aluna: Flávia P. Crusoé DIREITO FINANCEIRO Profª Daniela Borges INTRODUÇÃO AO DIREITO FINANCEIRO 1. Conceito O Direito Financeiro tem suas raízes da Constituição Federal de 1988 e se relaciona com outros ramos do direito. É o ramo do Direito Público Interno que disciplina os procedimentos de percepção de ingressos, administração e gastos destinados ao cumprimento das finalidades públicas, organizando os recursos constitutivos da Fazenda Pública, Administração Direta e Indireta. DIREITO FINANCEIRO = DISCIPLINA JURÍDICA DA ATIVIDADE FINCANEIRA DO ESTADO → OBTENÇÃO E APLICAÇÃO DE DINHEIRO PELO ESTADO Segundo Paulo Nader, o Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a despesa pública. Já Alionar Baleeiro define como o conjunto de normas que regulamentam a atividade financeira desenvolvida pelo Estado. Para Carlos Alberto de Morais, o Direito Financeiro pode ser definido como o ramo didaticamente autônomo do direito, formado pelo conjunto harmónico das proposições jurídico-normativas que disciplinam as relações jurídicas decorrentes do desempenho da atividade financeira do Estado, exceto o que se refira à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de tributos. → Regido pelos: Artigos 70 ao 75 da CF/88 Artigos 163 ao 169 da CF/88; Lei 4.320/64 → formalmente lei ordinária, materialmente lei complementar; Lei Complementar 101/2000 → Lei da Responsabilidade Fiscal; O objeto, então, é a atividade financeira do Estado, que se desdobra em receita, despesa, orçamento e crédito público. 1.1. Relações com demais ramos do direito Se relaciona, como já citado, com outros ramos do direito, como a ciência da finanças, o Direito Constitucional, o Direito Administrativo e o Direito Tributário e, ainda, com o Direito Penal. O Direito Tributário coloca o tributo dentro de uma perspectiva microscópica, enquanto no Financeiro é macroscópica. O Direito Financeiro se interesse pelo tributo como receita, na medida em que o dinheiro entra nos cofres públicos. No momento em que o contribuinte paga, a relação tributária se extingue e é justamente quando o Direito Financeiro passa a se ocupar com mais propriedade do tributo. O tributo é a forma de receita principal e no direito financeiro estudamos o tributo quando entra nos cofres públicos. O Estado traz a administração dos recursos e por isso, o Direito Financeiro e o Direito Administrativo se relacionam. A doutrina traz o distanciamento entre ambas também, pois enquanto o Administrativo estuda o Estado em uma perspectiva estática. Mas, se o bem for alienado, o dinheiro que ingressa em razão da alienação, é de objeto financeiro. Então, se o poder público comprar o bem, é de objeto deste. No Administrativo, estudamos a discricionariedade como um raciocínio e um fator muito importante desta área, em que o gestor pode decidir com critérios de oportunidade e conveniência. Já no Financeiro, essa discricionariedade deve ser zero, pois o gestor deve decidir com base na lei. Então, se na Lei Orçamentária consta que 500 mil está destinado a uma creche, o prefeito não pode pegar esse dinheiro e colocar no posto de saúde. Assim sendo, ele pode fazer um Projeto de Lei para que haja a alteração, mas não simplesmente decidir o que irá fazer. O Financeiro tem uma base constitucional muito grande. Não adianta somente conhecermos a norma de Direito Financeiro que está na Constituição e sim, o fato de ela estar na Constituição. É preciso compreender o impacto e os desdobramentos de termos essas normas na CF. Aluna: Flávia P. Crusoé 2. Princípios Fundamentais São os basilares que afetam a compressão do Direito Financeiro. São os princípios: Legalidade; Separação dos Poderes e funções; Federalismo (Autonomia financeira); Democracia. Estado de Direito, que surge em resposta ao Absolutismo, é aquele no qual limita o poder daqueles que o exercem, através da Constituição, estabelecendo a base do poder, o povo. Assim, o Estado de Direito que estamos inseridos hoje, possui o Poder Legislativo que consagra a vontade do povo, originando-se os princípios da legalidade, da separação dos poderes e o federalismo. O federalismo, por sua vez, diz que o poder é, verticalmente, descentralizado entre entes dotados de autonomia e unidos por um vínculo indissolúvel. Não é sobre hierarquia, mas sim sobre amplitude, não há federação sem a autonomia dos entes, baseado no tripé, essencialmente, a autonomia financeira para o Direito Financeiro, vez que todos os entes federativos realizam a atividade financeira do Estado. A Constituição de 88 em seu art. 1º traz que a República Federativa é um Estado democrático de direito e com isso, trazemos a legalidade e a estrutura orçamentaria para que a população, por meio da representação direta, participe das decisões para onde vai o dinheiro. Mas, atualmente, vivemos uma crise de representatividade. A democracia significa entender que as pessoas pensam diferente e daremos um grande passo na civilidade se, as pessoas pensando diferente, acompanharem os seus parlamentares e cobrarem coerência e integridade. 3. Política Financeira, Política Fiscal e Programa Constitucional A política fiscal é a política arrecadatória do Estado, enquanto a política financeira é mais ampla, incluindo, por exemplo, a forma de que o Estado gasta o dinheiro arrecadado. Ambas precisam estar conectadas com o Programa Constitucional. O Programa Constitucional, se estabelece, por sua vez, com caráter instrumental entre as políticas, para se entender como se vai, efetivamente, ter sua aplicabilidade na prática. Assim, a atividade financeira só Estado é completamente instrumental, sendo o meio que torna possível todas as outras atividades do Estado, mesmo não sendo essa o fim dela mesma. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 1. Histórico O conceito de Estado que se vive hoje é vivido a muito tempo na humanidade. Então, dentro do modelo de Estado Democrático do Direito, a atividade financeira do Estado é reflexo direto do paradigma do Estado em que se vive, ou seja, o que ele é naquele momento de vida, da história, de tempo. O Estado Liberal surge no momento de Estado mínimo, sem interferência, com poderes reduzidos. Assim, uma vez implantado, surgem desafios que não foram esperados, trazendo problemas, já que partiu de uma concepção de realidade formal. Assim, foi sendo traçado outro modelo de Estado, atribuindo ao Estado outras funções, de intervenção, de modo que ele atuava positivamente para garantir o mínimo de dignidade humana a todos. 2. Conceito A ideia central do conceito é a obtenção e destinação do dinheiro. A atividade financeira é a presença constante de uma pessoa jurídica do direito público, com conteúdo monetário e com a instrumentalidade da atividade financeira do Estado, ou seja, para a realização da sua atividade fins, alcançando os interesses públicos. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO = TODA ATIVIDADE MARCADA PELA OBTENÇÃO, GESTÃO OU APLICAÇÃO DE RECURSOS MONETÁRIOS, REALIZADA PELO ESTADO, PARA REALIZAÇÃO DAS SUAS ATIVIDADES FINS É importante destacar que conteúdo monetário não é conteúdo econômico, vez que o segundo não é regulado pelo Direito Financeiro, por não se tratar de uma atividade financeira. Aluna: Flávia P. Crusoé Assim, começa-se a tratar das necessidades gerais, coletivas e públicas. -Necessidade Geral: agrupamento de necessidades individuais homogêneas. Ex.: beber água. -Necessidade Coletiva: necessidades que surgem de uma contraposição e interesses, bastando que a coletividade de conforme com seu financiamento. Já não é de todos, haja vista que há pessoas que querem e pessoas que não querem, mas estas percebem que aquela necessidade é válida, como por exemplo. Ex.: Em um bairro, querem um campo de futebol e outros querem construiruma praça. De maneira geral, há um consenso que o campo de futebol é melhor. -Necessidade Pública: necessidades escolhidas dentre as coletivas, pelos governantes do Estado, como aquelas que devem ser satisfeitas pelo Poder Público. NORMAS GERAIS DE DIREITO FINANCEIRO 1. Competência A Constituição dá competência tanto legislativa quanto administrativa para nossos entes federativos. O Estado somente pode fazer aquilo que lhe é expressamente permitido. Ademais, todos os entes federativos, em que há uma descentralização de poder, são dotados de autonomia e faz parte desta a autonomia financeira, ou seja, a gestão do dinheiro. O próprio art. 24, CF, ao outorgar as competências concorrentes à União, Estados e DF, reconhecendo a autonomia do direito financeiro o nomeia expressamente no inciso I. Aqui, ela não menciona os Município, mas nos §§ do art. 24 diz que cabe a União Federal estabelecer normas gerais, pois se são mais de 5 mil entes federativos realizando atividade financeira, devemos ter uma uniformização mínima/racionalidade mínima, a fim de não termos um caos. Nesse aspecto, ressalte-se que a competência dos Município para legislar sobre direito financeiro, nos termos do art. 30, II, CF, para “suplementar a legislação estadual e federal no que couber”. 2. Lei complementar sobre normas gerais Artigos 70 ao 75 da CF/88 Artigos 163 ao 169 da CF/88; Art. 165, §9º Cabe à lei complementar: I - Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a Organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentarias e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. Lei 4.320/64 → formalmente lei ordinária, materialmente lei complementar; Lei Complementar 101/2000 → Lei da Responsabilidade Fiscal; ATIVIDADE FINANCEIRA Presença de pessoa jurídica de direito público Instrumentalidade da Atividade Financeira do Estado Conteúdo monetário Aluna: Flávia P. Crusoé Todos os Estados e Município precisam obedecer essas leis federais. Na prática, cada ente federativo estabelecerá leis sobre o dia a dia de sua atividade financeira, sendo uma lei de operacionalização. Pensando na gestão de uma empresa privada, não só pensamos no dia de hoje, mas no ano. 1. Leis O Estado precisa ter um planejamento e a estratégica financeira do estado se da de três formas: Plano Plurianual – PPA; Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO; Lei Orçamentária Anual – LOA. Por serem leis de iniciativa própria do executivo, eram consideradas atos administrativos travestidos de Lei, e por essa razão não seriam passível um controle de constitucionalidade. A partir de 2003, o STF entendeu que, por mais que sejam atos administrativos, se houver um afronto direto ao texto da constituição, será sim passivo um controle de constitucionalidade. No primeiro ano do governo, o gestor traça o PPA para o restante dos 4 anos, de modo que o último ano sempre será o próximo governante, ou seja, o primeiro ano de sua gestão também será guiada pelo último ano do PPA do gestor anterior. 2. Estratégia Financeira Como citado, se da de três formas: PPA, LDO e LOA. Todas as três formas são autorizativas, de modo que permite que tudo ali estabelecido seja realizado, não tendo caráter obrigatório, mas não permite realizar nada além do que esta ali previsto. 2.1. Plano Plurianual – PPA É um planejamento estratégico que orienta o Estado e a sociedade no sentido de viabilizar os objetivos da República, declarando e organizando as políticas públicas e intenções de atuação de Governo. Se preocupa, ainda, com os resultados, com a efetividade do Governo e possui vigência de 4 anos. Assim, são traçadas as metas para 4 anos. uma lei na qual planejará investimentos, obras, programas que durarão mais de dois anos, ou seja, quando há panejamento a médio e longo prazo. Não é impositivo, e sim autorizativo, de modo que, não obriga o governante a realizar o que está previsto no PPA, apenas autoriza ele fazer tudo o que está previsto, não podendo o gestor fazer além do que foi estabelecido no plano. Vai existir uma comissão mista e permanente para avaliar o PPA, analisá-lo e verificar se irá existir alguma alteração e, depois, vota para sua aprovação. O PPA é elaborado no primeiro ano, estabelecendo o que o governante pretende fazer nos próximos 4 anos, e deve ter concluída até 31 de agosto, existindo outro prazo para ser votada. 2.2. Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO Estabelece as diretrizes para criação e alteração da LOA, além alteração da legislação tributária do próximo exercício. A LDO dispõe sobre a política de aplicação das agencias financeiras oficiais de fomento. Possui vigência de 18 meses e deve ser elaborada até 15 de abril de cada ano. É a adequação do PPA ao dinheiro que se tem, considerando fatores que podem influenciar, como a cotação do dólar. Ela define as despesas e as receitas, definindo o que se deve arrecadar e o que se deve gastar, possuindo dois anexos: anexos de metas fiscais e anexo de riscos fiscais: 2.2.1. Anexos de Metas Fiscais Metas anuais, resultados nominal e primário a dívida pública Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior Demonstrativo das metas anuais Evolução do patrimônio líquido Situação dos regimes previdência social e fundos de natureza Aluna: Flávia P. Crusoé 2.2.2. Anexo de Riscos Fiscais 2.3. Lei Orçamentária Anual Vai listar as autorizações de gastos no exercício seguinte. 3. Ciclo Orçamentário O orçamento é a previsão de receitas e autorização de despesas para um período de um exercício, que no Brasil, corresponde a 1 ano civil. O PPA perpassa o governo daquele que o criou. Assim, é necessário que seja seguido o ciclo, que nada mais é do que seguir o PPA, em seguida a LDO e, por fim, a LOA São características do ciclo orçamentário: Receita x Despesas: deve haver uma paridade entre as receitas e as despesas, de modo que não se pode gastar mais do que se ter. Autorização para gastos: diz respeito sobre a necessidade de autorização para os gastos pelo governante, não podendo ele gastar sem que haja uma autorização prévia, seguindo o PPA, a LDO e a LOA. Finança nacional: é todo o dinheiro que o Estado possui; Gestão: para onde vai o dinheiro, sendo organizada, de acordo, com o que as três leis que compõem o ciclo orçamentário representam; Controle pela sociedade: é a aplicação do princípio da transparência; Articulação entre Estados e União: as leis devem ser traçadas de acordo para que de fato as receitas batem, havendo uma harmonia entre Municípios, Estados e União. 1. Calendário Orçamentários LEI PRAZO DE ENCAMINHAMENTO PRAZO DE VOTAÇÃO PPA 31 de agosto do primeiro ano de gestão do presidente eleito 31 de dezembro do mesmo ano LDO 15 de abril 17 de julho LOA 31 de agosto do ano anterior à que ela se refere 31 de dezembro do mesmo ano Obs.: A cada governo serão criadas quatro LOAs, de modo que, no primeiro ano de gestão do presidente eleito, ela será encaminhada, no dia 31 de agosto, baseada no PPA do governo anterior, e, a partir do segundo ano de gestão do presidente eleito, a LOA será baseada só PPA votado no seu governo. DESPESAS PÚBLICAS 2. Conceito É o fluxo da quantia do dinheiro. Toda e qualquer tipo de gasto publico, podendo ocorrer de forma programada ou de urgência. É aplicação de certa quantia, em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente dentro de uma autorização legislativa para execução de fim a cargo do governo. Possui dois sentidos: Previsão orçamentária de despesas, de caráter geral e abstrato; Utilização, peloagente público competente, de recursos previstos nas dotações orçamentárias. Necessariamente vai ser um fluxo de saída de dinheiro dos cofres público, feita por um ente público, visando um interesse público, antecedida por uma previsão orçamentária. DESPESAS PÚBLICAS = EM DINHEIRO → ANTECEDIDA POR PREVISÃO ORÇAMENTÁRIA → FEITA POR UM ENTE PÚBLICO → VISANDO UM INTERESSE PÚBLICO No Brasil, é crime realizar despesa sem lei que a autorize, de modo que não necessariamente uma autorização de despesa vai fazer com que ela realmente aconteça. Para que o Estado possa gastar, é preciso autorização legislativa, que se da através da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e da Lei de Orçamentária Anual – LOA. Assim, Aluna: Flávia P. Crusoé a partir do momento em que há a instituição da despesa nas Leis Orçamentárias, ela passa a ser inclusa no orçamento público. São as características das despesas publicas: Economia: a despesa pública vai onerar imediatamente os cofres públicos, interferindo diretamente na economia do Estado. É justamente a saída do dinheiro dos cofres para que se possa pagar as despesas necessárias para a manutenção do Estado. Política: diz sobre o que o chefe executivo quer trazer como marca do seu governo, onde quer direcionar o seu investimento, estabelecendo como será a gerência do gestor das despesas públicas, se relacionando com a autonomia do chefe executivo, sempre respeitando o mínimo exigido. Jurídica: antigamente era uma to único exclusiva do executivo, passando a ser exigido pela Constituição o valor mínimo que deve ser investido em certos setores. Constitucionalmente previsto: a Constituição traz previsão mínima para certos setores, podendo o gestor gastar mais em determinados setores, desde que estabelecido na LOA – criada por ele mesmo, um ano antes de ser cumprida. Caso o gestor que não cumpra esse mínimo, pode o contribuinte, o cidadão, entrar com uma ação contra o Estado, requerendo que seja cumprido o estabelecido. Judicialização: qualquer cidadão tem direito de ingressar com uma ação contra o Estado, com o objetivo de se requerer que seja cumprido o mínimo de investimento no setor determinado legalmente. Caso o sujeito que ingressou com a ação ganhe, o Estado dá um título, alegando que ele possui um crédito a receber do Estado, não necessariamente recebendo o valor. Em regra, o crédito do precatório deveria ser incluso na LOA do não seguinte, mas na prática, como o Estado possui vários precatórios a pagar, termina não sendo incluso, demorando mais anos para que o sujeito receba, salvo exceções que estabelecem uma prioridade de recebimento, sendo esses os precatórios alimentar e de idoso, que realmente são incluídos na Lei do ano seguinte. Existe a possibilidade de se vender o precatório, para pessoas que por exemplo possuem dívidas. 3. Função e Evolução das Despesas Públicas Importante perceber que as despesas públicas são reflexo do modelo de Estado no qual se vive e de suas prioridades. Hoje, se vive em um modelo de Estado que continua com o compromisso de garantir os direitos sociais, chamando também a iniciativa privada para auxiliar, não deixando de ter gastos pois não deixa de atuar. Há tendência de aumento real das despesas públicas, podendo decorrer das seguintes causas: Progresso técnico e a cumulação de capital; Alteração do papel do Estado; Influência das guerras; Causas financeiras. 4. Classificação É uma só, Vez que a doutrina e a lei classificam da mesma forma, se dividindo em: Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: DESPESAS CORRENTES Aquela de manutenção, de custeio das estrutura do Estado, seja com saúde, educação, segurança, entre outros. São as despesas de custeio (as de pessoas civis, pessoas militares, as de material de consumo, serviços de terceiros e encargos diversos) e as transferências correntes (subvenções sociais, subvenções econômicas; inativos pensionistas, salário família e abono familiar, juros da Dívida Pública, contribuições de previdência social e diversas transferências corrente). DESPESAS DE CAPITAL Aquela de investimento, aquela que de alguma forma vai trazer um aumento para o património estatal, seria um investimento público. Aqui o Estado visa um retorno, um lucro, no futuro com essa despesa. Tem um impacto positivo no patrimônio, mesmo o dinheiro saindo, mas existe um acréscimo no patrimômio por causa daquela despesa. São investimentos transferências, amortização de dívida pública. São os investimentos (obras públicas, serviços em Regime de Programação Especial, equipamentos e instalações, material permanente, participação em Constituição ou aumento de Capital de Empresas ou Entidades Industriais ou agrícolas), as inversões financeiras (aquisição de Imóveis, participação em Constituição ou aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais Aluna: Flávia P. Crusoé ou Financeiras, aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento, constituição de Fundos Rotativos, concessão de Empréstimos e diversas Inversões Financeiras) e as transferências de capital (Amortização da Dívida Pública, auxílios para Obras Públicas, auxílios para Equipamentos e Instalações, auxílios para Inversões Financeiras e outras contribuições.) Ex.: Quando um ente federativo amortiza empréstimos, o pagamento dessas amortizações é enquadrado como despesa de capital, já os juros é despesa corrente, pois não tem nenhum impacto positivo no patrimônio. 5. Realização/efetivação de Despesas É como se da o processo de efetivação, como sai dos cofres públicos, ou seja, a forma por meio a qual o Estado paga. Quando o Estado paga por transferência, se tem como rastrear quem recebeu o dinheiro, possuindo, então, uma forma de rastreio maior e melhor só que se o Estado pagasse em cache, haja vista que é necessário um rigor no procedimento de efetivação das despesas públicas. A realização da despesa pública no Brasil se dá em quatro etapas, quais sejam: → Empenho da Despesas: tem uma relação com o princípio do equilíbrio orçamentário, existindo para que o ente federativo não gaste mais do que ele arrecada, sendo o empenho uma das garantias para que isso seja realmente feio na prática. É a reserva de recursos na dotação inicial ou no saldo existente para garantir a fornecedores, ou seja, reservar, dentro de um determinado valor, o que se destinará para aquela despesa, não podendo se empenhar mais do que se tem em dotação. Cria uma obrigação ao Estado, interna, sem criar um direito adquirido para o credor. Não cria obrigação jurídica de pagar. Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição. Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos. Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a dedução desta do saldo da dotação própria. A nota de emprenho é um documento indicando o quem é o credor, a construtora por exemplo, qual a descrição da finalidade daquela despesa, obra da praça por exemplo, e qual o valor que está sendo emprenhado e, mais importante ainda, é a conta da dotação original menos o empenho. Geralmente é gerado pelo próprio sistema → Liquidação: é a verificação do direito adquirido pelo credor em face dos títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. É a fase em que o devedor, o ente público, verifica tudo o que comprova o direito do credor de receber. Ou seja, só pode pagar, depois de liquidar. Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular liquidação.Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito. § 1° Essa verificação tem por fim apurar: I - a origem e o objeto do que se deve pagar; II - a importância exata a pagar; III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. § 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base: I - o contrato, ajuste ou acordo respectivo; II - a nota de empenho; III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço. → Ordem de pagamento: despacho exarado pela autoridade competente veiculando determinação para que a despesa seja paga, é o “paga-se”. Aluna: Flávia P. Crusoé Lei 4.320/64, Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga. → Pagamento: extingue a obrigação com o efetivo pagamento da despesa, sempre por transferência bancária, atualmente. Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento. 6. Créditos Orçamentários Muitas das despesas públicas podem ocorrer de urgência, sem estarem presentes, anteriormente, na legislação. Essas despesas são chamadas de créditos adicionais, se dividindo em suplementar, especial ou extraordinária. Lei 4.320/64 Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento. Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em: I - Suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária; → AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA PRÉVIA II - Especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica → AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA PRÉVIA III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública. → AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA POSTERIOR Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por decreto executivo. Crédito Adicional Suplementar É o crédito de reforço, ou seja, quando é aberto o crédito para reforçar o que esta previsto na LOA. Ocorre quando a lei previu um valor, mas inferior, que não foi suficiente para cobrir aquela certa necessidade, tendo que se aumentar o valor estipulado para aquele determinado serviço ou bem, através de um projeto lei, colocado em votação, no legislativo. Serve para cobrir, suplementar o valor que já estava previsto. Crédito Adicional Especiais Ocorre quando não há uma despesa sem previsão na LOA para aquela finalidade, para onde vai o dinheiro. Crédito Adicional Extraordinária Ocorre quando não há previsão na lei, se dando em hipóteses especificas, como guerra externa, calamidade pública ou comoção social. Pelo seu carater de urgência e ser excepcional, pode ser criado através de medida provisória, não sendo necessária uma lei levada ao legislativo. Em qualquer das hipóteses, deve haver dinheiro para arcar com as despesas. 7. Precatórios Após obter o ganho de causa contra o Poder Público, o titular do direito resguardado com a ação judicial passa a ser detentor de um título, denominado de precatório, ou seja, é o reconhecimento judicial de uma dívida que o ente público tem com o autor da ação, seja ele pessoa física ou jurídica. É uma previsão de fila, de ordem para pagamento. PRECATÓRIO = FORMA DE PAGAMENTO DECORRENTE DE DECISÃO JUDICIAL Precatórios de pequeno valor Se o crédito federal for até 60 salários mínimos, estadual até 40 e municipal até 30 salários, o recebimento é dado com dinheiro, com as devidas atualizações, e não em forma de crédito público. A partir disso, já não é mais considerado pequeno valor. Precatórios alimentares Seriam as pensões, as dívidas trabalhistas, que possuem prioridade por ter relação com a sobrevivência do ser humano, necessários, de modo que de fato entram na LOA do ano seguinte – junto com os dos maiores de 60 anos, sendo devolvidas dentro do prazo anual. Precatórios comuns Aqueles que não são de pequeno valor, nem alimentares nem de idosos, seguindo a regra comum dos títulos, entrando na fila e sendo recebido em 10 a 15 anos, podendo ser vendido Aluna: Flávia P. Crusoé Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária (TRANSITADA EM JULGADO), far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. § 1º Os débitos de natureza alimentícia1 compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. → PRECATÓRIO DE NATUREZA ALIMENTAR § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. → NÃO É POR QUE É IDOSO OU PORTADOR DE DOENÇA GRAVE, E SIM PELA NATUREZA ALIMENTAR § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado Assim, a ordem de pagamento dos precatórios prioriza: Precatórios de natureza alimentar de titulares maiores de 60 anos ou portadores de doença grave; Precatórios de natureza alimentar, incluindo honorários de advogados. No Requisição de Pequeno Valor – RPV, o dinheiro sai na hora, de modo que se quer se inclui no regime do precatório. 8. Limitações de despesas Há uma preocupação geral com as despesas públicas, fazendo com que a Lei Complementar da Responsabilidade Fiscal traga requisitos gerais para a legalidade do aumento das despesas públicas e de sua realização. LC 101/2000 Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de: I - Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes; II - Declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias. ▪ Despesa Obrigatória de Caráter Continuado É uma despesa que gera uma obrigação legal por um período superior a 2 exercícios, ou seja, dois anos civis. Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a dois exercícios. § 1o Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrar a origem dosrecursos para seu custeio. § 2o Para efeito do atendimento do § 1o, o ato será acompanhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido no § 1o do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita ou pela redução permanente de despesa. § 3o Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. ▪ Das Despesas com Pessoal Cabe uma Lei complementar federal estabelecer os limites de gastos com despesas de pessoal. 1 Além de alimentos, o que é necessário para a sobrevivência do indivíduo. Aluna: Flávia P. Crusoé CF/88, Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: I - Se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; II - Se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: I - Redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; II - Exoneração dos servidores não estáveis. § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. LC 101/2000, Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita corrente líquida, a seguir discriminados: I - União: 50% (cinquenta por cento); II - Estados: 60% (sessenta por cento); III - Municípios: 60% (sessenta por cento). Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá exceder os seguintes percentuais: I - na esfera federal: a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas da União; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar; d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da União; II - na esfera estadual: a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Estado; b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; III - na esfera municipal: a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de Contas do Município, quando houver; b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo. LIMITES DE DESPESAS COM PESSOAL UNIÃO 50% da receita corrente líquida 2,5% para Legislativo 6% para Judiciário Aluna: Flávia P. Crusoé 40,9% para Executivo 0,6% para MP da União ESTADOS 60% da receita corrente líquida 3% para Legislativo 6% para Judiciário 49% para Executivo 2% para MP Federal MUNICÍPIOS 60% da receita corrente líquida 6% para Legislativo 54% para Executivo RECEITAS PÚBLICAS 1. Conceito É importante destacar que receita pública não é sinônimo de entrada ou ingresso, considerando a sua distinção doutrinária. Receita pública é entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. Por sua vez, a entrada é todo ingresso de dinheiro caracteriza uma entrada. Contudo nem todo ingresso corresponde a uma receita pública. Alguns ingressos são meras entradas de caixa, como, por exemplo, cauções, fianças, depósitos recolhidos ao tesouro, empréstimos contraídos pelo Poder Público, meros representativos de entradas provisórias que devem ser, oportunamente, devolvidas. Quanto ao seu conceito legal, a Lei n. 4.320/64, que estatui normas gerais de direito financeiro, não distinguiu receita pública de entrada, vale dizer, que não estabeleceu como requisito indispensável à configuração de receita pública o ingresso de dinheiro sem contrapartida no passivo nem o acréscimo patrimonial de entidade política. RECEITA PÚBLICA = INGRESSOS ORÇAMENTÁRIO A lei não definiu receita pública, mas podemos identificá-la, na acepção legal, como todo ingresso de recursos financeiros ao tesouro público pertencentes ao ente público, com ou sem contrapartida no passivo e independentemente de aumento patrimonial. Os ingressos orçamentários são aqueles pertencentes ao ente público arrecadados exclusivamente para aplicação em programas e ações governamentais, denominados receita pública. Ou seja, vai se chamar de receita pública o ingresso quando ele for orçamentário, ou seja, quando o dinheiro ingressar nos cofres públicos pertencendo ao ente federativo, podendo esse ingresso ser efetivo, ou seja, positivo, do ponto de vista patrimonial, ou não efetivo, quando há um correspondente no passivo, mas, para a Lei, tanto faz essa distinção. → Receita pública efetiva: aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não constituem obrigações correspondentes e por isto alteram a situação líquida patrimonial. É aquela proveniente das funções próprias do setor público enquanto agente arrecadador, como por exemplo, os impostos. → Receita pública não efetiva: aquela em que os ingressos de disponibilidades de recursos não alteram a situação líquida patrimonial. As receitas não-efetivas não partem da arrecadação, como por exemplo, as operações de crédito. Já o ingresso extra orçamentário é o ingresso do dinheiro nos cofres públicos de recursos que não estão na titularidade, na esfera patrimonial do ente público, mesmo havendo previsão lei para o uso desse dinheiro. São aquelespertencentes FINANCEIRO INGRESSOS ORCAMENTÁRIO EXTRA ORÇAMENTÁRIO ORÇAMENTÁRIO RECEITAS PÚBLICAS EFETIVA NÃO EFETIVA Aluna: Flávia P. Crusoé a terceiros arrecadados pelo ente público exclusivamente para fazer face às exigências contratuais pactuadas para posterior devolução. Possuem caráter provisório e são denominados recursos de terceiros. 2. Evolução Histórica Existem alguns poucos meios universais do Estado auferir receitas públicas. São eles: Realização de extorsões de outros povos ou o recebimento de doações voluntárias deles; Recolhimento das rendas produzidas pelos bens e empresas do Estado; Exigência coativa de tributos (maior fonte de recolhimento de receita) ou penalidades Empréstimos; Fabricação de dinheiro, metálico ou de papel. 3. Regulamentação jurídica Em linhas gerais, utiliza-se da Lei nº 4.320/64, chamada da Lei Geral do Orçamento e a Lei Complementar nº 101/2000, chamada de Lei de Responsabilidade Fiscal, além da Constituição. 4. Classificação das Receitas Públicas Receita pública possuem a classificação doutrinária e a legal. 4.1. Classificação doutrinária 4.1.1. Quanto à regularidade ou relativa periodicidade -Receita Ordinárias: ingressam com regularidade, por meio do normal desenvolvimento da atividade financeira do Estado. Fonte regular e permanente de recursos necessários ao atendimento das despesas públicas. Ex.: Tributos em regra e lucros das empresas estatais. -Receita Extraordinárias: auferidas em caráter excepcional e temporário, em função de determinada conjuntura. Ex.: Empréstimos e impostos extraordinários. 4.1.2. Quanto à origem É a classificação mais importante de doutrina. - Receita Originária: advém da exploração, pelo Estado explorando seu próprio patrimônio, através das suas atividades econômicas. Com isso, se submete ao regime do direito privado e não tem caráter coercitivo. Receita originária patrimonial: são geradas pela exploração do patrimônio mobiliário e imobiliário do Estado, como por exemplo Ex.: Aluguéis, venda de imóveis, compensação financeira (art, 20, §1º da CF/88). Receita originária industriais, comerciais e de serviços: são geradas pelo Estado na atividade empresarial. Ex.: Lucros advindos das estatais. -Receita Derivada: decorre do poder publico exercer sua soberania, tendo assim, um caráter coercitivo e regido pelo direito público. É caracterizada pelo constrangimento legal para sua arrecadação. É o jus imperii do Estado que lhe faculta impor sobre as relações econômicas praticadas pelos particulares. Ex.: Tributos, Receitas Transferidas, penas pecuniárias, confisco, entre outros. 4.1.3. Quanto à legalidade (Lei 4.320/64) -Receita Corrente: decorrente do poder impositivo do Estado, os tributos gerais e multas, da exploração de seu patrimônio e da exploração de atividades econômicas, como comércio, indústria, agropecuária e serviço, e, ainda, os recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas correntes. -Receitas de Capital: proveniente de realização de recursos financeiros de constituição de dívidas, oriundas de conversão em espécie, de bens e direitos, os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado destinados a atender as despesas de capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente. Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. § 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. Aluna: Flávia P. Crusoé § 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente 5. Receitas tributárias O conceito de tributo se dá através do conceito implícito na Constituição, vez que ela regula o sistema tributário nacional, de modo que, ao se analisar esses dispositivos, se percebe um conceito de tributo definido, para que se fosse definida a legislação. Assim, o legislador não é livre para definir o conceito de tributo, devendo seguir o que é disposto na Constituição. Isso que o Código Tributário Nacional faz, em seu art. 3º: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 5.1. Notas essenciais ao conceito de tributo Trata dos requisitos essenciais para que algo seja considerado um tributo, seus elementos de existência. → Relação jurídica (objeto): é preciso ter uma natureza jurídica de relação obrigacional. Assim, obrigatoriamente, o objeto deve ser “dar dinheiro”, ou seja, alguém obrigado a dar dinheiro a outra pessoa. → Natureza pecuniária (objeto): em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Ou seja, é o pagamento em moeda corrente, em dinheiro. → Obrigação “ex lege” (causa): a obrigação não pode ser decorrente da vontade, e sim da imposição do Estado no exercício da sua soberania. Dessa forma, é compulsória, sendo a obrigação ex lege, que não decorre do acordo de vontade, mas sim da lei. → Distinção das sanções por atos ilícitos (causa): não pode constituir sanção de ato ilícito, de modo que a obrigação tributária não decorre da prática de atos ilícitos, mas sempre em ocorrência de fatos lícitos, por isso o tributo não pode ser enquadrado como sanção. → Sujeito ativo da relação jurídica (sujeito): o sujeito ativo do tributo é a pessoa jurídica de direito público ou destinação dos recursos arrecadados, que possui discussão doutrinária acerca do assunto. TRIBUTO = OBRIGAÇÃO, PELO ESTADO, DE DAR DINHEIRO, EM DECORRÊNCIA DE FATO LÍCITO 6. Receitas não-tributárias Apesar da receita tributária ser a de maior volume, nem tudo é tributo. São elas: Receitas patrimoniais (patrimônio imobiliário e mobiliário); Decorrentes da exploração de atividades econômicas comerciais, industriais e de serviços; Decorrentes da imposição de penalidades; Decorrentes de operações de crédito; Decorrentes da vontade do cidadão. 7. Receitas transferidas Para muito entes federativos, é a principal fonte de receita. 7.1. Transferências voluntárias É a entrega de recursos a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional ou legal. Importante destacar que mesmo voluntária, é necessária a LOA, prevendo uma dotação específica para que haja a transferência voluntária. LC 101/2000 Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. Aluna: Flávia P. Crusoé § 1º São exigências para a realização de transferência voluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: I - Existência de dotação específica; III - observância do disposto no inciso X do art. 167 * da Constituição; IV - Comprovação, por parte do beneficiário, de: a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos; b) cumprimento doslimites constitucionais relativos à educação e à saúde; c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal; d) previsão orçamentária de contrapartida. § 2º É vedada a utilização de recursos transferidos em finalidade diversa da pactuada. § 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência social. *Art. 167. São vedados: X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Isto porque não há como permitir a ideia de que o ente federativo irá se sustentar através de empréstimos. 7.1. Transferências obrigatórias tributárias Só de da com o dinheiro arrecado. Estão previstas na Constituição Federal de 88 e ocorrem do ente mais amplo para o menos amplo. Assim, a União pode transferir para todos os outros entes, mas o Estado apenas aos Municípios. São as receitas tributárias da União que pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: RECEITA PREVISÃO LEGAL -Imposto de Renda Retido da Fonte – IRRF pelo próprio Estado ou Distrito Federal: receita transferida da união para os Estados ou para o DF do imposto de renda retido na fonte. Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: I - O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 20% dos impostos residuais que a União vier a criar: assim, se a União criar os impostos previstos, 20% da sua receita irá ser transferidas aos Estados e ao DF. Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: II - Vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 10% da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007) União Estado, Distrito Federal e Municípios Municípios Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos. § 1º A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos: (Renumerado do Parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021) I - Ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) II - Ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Aluna: Flávia P. Crusoé proporcional à exportação de produto industrializado: de modo que é dividido proporcionalmente entre os Estados, respeitando o teto de 20%. II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados. (Regulamento) § 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido. 26% da CIDE-Combustível: é uma contribuição que incide sobre todos os tipos de combustíveis. Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007) III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004) 30% do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF sobre o outro- financeiro: é um imposto que incide sobre alguns tipos de operação financeira. Assim, 30% vão para os Estados e os outros 70%, para os Municípios. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - Trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; São as receitas tributárias da União que os Municípios recebem, diretamente: RECEITA PREVISÃO LEGAL -Imposto de Renda Retido da Fonte – IRRF pelo próprio Município: Art. 158. Pertencem aos Municípios: I - O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem; 50% do ITR ou 100%, no caso da opção do art. 153, §4º, III da CF/88: muito municípios não optam pela fiscalização, vez que a realidade condicionada ao caso prático. Art. 158. Pertencem aos Municípios: II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda 70% do Imposto sobre Operações Financeiras – IOF sobre o outro- financeiro Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: § 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) II - Setenta por cento para o Município de origem. São as receitas tributárias da União que os Municípios recebem, indiretamente: RECEITA PREVISÃO LEGAL 25% da parcela de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI que o Estado-membro receber da União. Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007) § 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II. 25% da parcela de CIDE- Combustível que o Estado-membro receber da União. Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007) § 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na Aluna: Flávia P. Crusoé forma da lei a que se refere o mencionado inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) São as receitas tributárias que os Municípios recebem, diretamente, do Estado-membro no qual estão localizados: RECEITA PREVISÃO LEGAL 50% do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA Art. 158. Pertencem aos Municípios: III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotoreslicenciados em seus territórios; 25% do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias – ICMS Art. 158. Pertencem aos Municípios: IV - Vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. Segundo o art. 159, I, da Constituição, no que se refere aos fundos, a União Federal entregará 49% do produto da arrecadação dos impostos IR e IPI sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados na seguinte forma: 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios; 1% para o ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de cada ano; 1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro- Oeste. 8. Estimativa de receita e programação Existe uma importância que as receitas públicas sejam estimadas, como por exemplo, é na LOA, construída tecnicamente. Isto porque, o valor estimado para receber gera o valor estimado para gastar, de modo que, caso não receba aquilo que é previsto, haverá déficit, pois os gastos não vão se equivaler. LC 101/2000. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação. Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos. → CONSTITUCIONAL Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal. § 2o O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital (investimento) constantes do projeto de lei orçamentária. (Vide ADI 2238) → PROBIDO EMPRÉSTIMOS EM UM VALOR MAIOR DO QUE O PREVISTO PARA OS INVESTIMENTOS § 3o O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentárias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício subsequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias de cálculo. Assim, a estimativa considerará, a fim de chegar em um número técnico: Normas técnicas e legais; Efeitos das alterações na legislação; Efeitos da variação do índice de preços; Aluna: Flávia P. Crusoé Efeitos do crescimento econômico; Outros fatores relevantes. 9. Renúncia de Receitas Públicas A renúncia da receita pública é o ato de abrir mão de receita, definido nos termos do §1º do art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal. É um conceito fiscal, ligado ao direito tributário. Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes condições: (Vide Medida Provisória nº 2.159, de 2001) (Vide Lei nº 10.276, de 2001) (Vide ADI 6357) I - Demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; → DEMONSTRAÇÃO DE CONFORMIDADE NA PRÓPRIA LOA II - Estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição. → DEMONSTRAR MEDIDA DE COMPENSAÇÃO § 1o A renúncia compreende anistia2, remissão3, subsídio4, crédito presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado. § 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou benefício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas as medidas referidas no mencionado inciso. → SE VIER FUNDAMENTADA COM O REQUESITO DA COMPENSAÇÃO, TERÁ VIGÊNCIA A PARTIR A PRÓPRIA COMPENSAÇÃO PASSAR A VALER § 3o O disposto neste artigo não se aplica: I - Às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; → POIS ESSES IMPOSTOS TÊM FUNÇÃO DE REGULADOR II - Ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos custos de cobrança. → CASO O ESTADO TENHA QUE GASTAR MAIS PARA COBRAR A DÍVIDA DO QUE O VALOR DELA Assim, caso ocorra uma remissão, ou qualquer outra causa de renúncia de uma receita pública, deverá ser demonstrado o impacto estimado que essa renúncia terá no ano que ocorreu e nos dois seguintes, e, ainda, deverá ser demonstrado de conformidade com a própria LOA, de modo a demonstrar que não afetará as metas de resultados fiscais previstas na lei, ou, demonstrar medida de compensação para aquele ano e os seus dois seguintes. ORÇAMENTO PÚBLICO 1. Conceito Existem três conceitos de orçamento. O primeiro trata da ideia do ato através do qual irá ser previsto e autorizadas as receitas e as despesas públicas, se tratando de um conceito mais nuclear, fundamental. Ao longo do tempo foi sendo mais elaborado, passando a se entender orçamento como o processo e conjunto integrado de documentos pelos quais se elaboram, se expressam, se aprovam, se executam e se avaliam os planos e programas de obras, serviços e encargos governamentais, com estimativa da receita e fixação das despesas de cada exercício financeiro. Ainda, não se deve perder de vista que o orçamento é um instrumento de exercício da democracia pelo qual os cidadãos exercem o direito, por intermédio de seus representantes, de decidir sobre as despesas que serão feitas pelo Estado. 2 ANISTIA: exclusão do crédito tributário que perdoa as penalidades pecuniárias que incidiram sobre os tributos, sendo concedidas por lei. 3 REMISSÃO: exclusão do crédito tributário, ocorrendo, portanto, após o lançamento tributário. 4 SUBSÍDIO: ou benefícios financeiros são transferências correntes ou desembolsos efetivos feitos pelo governo federal para equalizar juros ou preços ou para a assunção das dívidas decorrentes de saldos de obrigações de responsabilidade do Tesouro Nacional. Aluna: Flávia P. Crusoé 2. Evolução histórica É importante destacar que o orçamento sempre será reflexo do paradigma de Estado no qual a sociedade está inserida, de modo que o seu modelo determina a ideia de orçamento, por isso a importância de se entender a evolução da ideia de orçamento até a atualidade. O modelo de Estado surge liberal, de modo que o orçamento era reflexo desse estado mínimo, contemplando as premissas e os valores daquela época. Trata de um equilíbrio orçamentário e de uma neutralidade das finanças. Posteriormente,e considerando o Estado social, o orçamento passa a ser um reflexo de uma política econômica dirigida, centralizada e com intervenção dentro do contexto, mesmo em países capitalistas. É uma época que se trabalha com déficit orçamentário, onde se gasta mais do que se arrecada. Todavia, tem-se o espírito de se compensar o déficit depois, se estabelecendo um equilíbrio econômico em um orçamento cíclico CICLO = ANO 1: DÉFICIT → ANO 2: DÉFICIT → ANO 3: SUPERÁVIT → ANO 4: SUPERÁVIT → EQUILÍBRIO Hoje em dia, se tem o Estado Democrático de Direito, com o Estado garantidor de direitos fundamentais, dando mais espaço ao privado e atuando como regulador distorções econômicas, mas, ao mesmo tempo, preocupado com o equilíbrio orçamentário, colocando o equilíbrio nas contas públicas como prioridade. Tem um marco no direito financeiro brasileiro com a Lei de Responsabilidade Fiscal e uma emenda na Constituição. 3. Elementos essenciais do orçamento 4. Estrutura orçamentária A estrutura orçamentária relaciona-se com o PPA, LDO e LOA como as estruturas da gestão orçamentária do país, estabelecendo a importância do planejamento a longo prazo. O PPA (vigência de 4 ano) como o planejamento a médio prazo para os próximos 4 anos, enquanto a LDO (vigência de 1 ano) estabelece as diretrizes, se baseando no planejamento dos 4 anos do PPA e estabelecendo o “como” e “com o que”. Assim a LOA (vigência de 1 ano) estabelece a previsão das receitas e autorizar as despesas, quantificando, considerando os exatos termos da LDO. É importante destacar que são leis temporários, de modo que são renovadas considerando as suas respectivas vigências. Assim, a Constituição estabelece a Lei Complementar de caráter financeiro, ou seja, normas gerais de direito financeiro, que constituirão os fundamentos para a elaboração dos outros instrumentos normativos do sistema orçamentário. É uma lei normativa permanente com característica de lei sobre as leis do sistema, já que todas, que são de caráter temporário, nela deverão fundamentar-se. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 9º Cabe à lei complementar: ORÇAMENTO ELEMENTO ECONÔMICO: decorre da ideia de que o Estado gasta o dinheiro, infere diretamente na economia, e essa impacta diretamente no orçamento, na previsão de receita, de modo que a inflação, por exemplo, deve estar prevista na LDO. ELEMENTO JURÍDICO: foco do direito financeiro, ou seja, o que a Constituição estabelece. ELEMENTO POLÍTICO: O ser humano, por se só, já é um ser político. Assim, o elemento político do orçamento é decisivo, vez que como gastar o dinheiro é uma escolha política, balizadas pela Constituição. Aluna: Flávia P. Crusoé I - Dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; → CABE A LEI COMPLEMENTAR ESTABELECER NORMAS GERAIS II - Estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto nos §§ 11 e 12 do art. 166. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 100, de 2019) (Produção de efeito) O art. 165, §1º o Lei do Plano Plurianual estabelece de forma regionalizada as diretrizes, objetivos e metas da Administração Pública Federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. Todo PPA tem uma estrutura técnica, mas dependendo do governo pode ter outras nuances. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. § 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. Extravasam o orçamento anual em que foram iniciadas, vez que plano plurianual não tem vigência anual, mas quadrienal, conforme se depreende do art. 35, § 2º, I, do ADCT. Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido de forma progressiva, no prazo de até dez anos, distribuindo-se os recursos entre as regiões macroeconômicas em razão proporcional à população, a partir da situação verificada no biênio 1986-87. § 2º Até a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do plano plurianual, para vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato presidencial subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes do encerramento do primeiro exercício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa; A regra é que sempre se inicia no segundo ano do mandato e vai até o primeiro ano do mandato subsequente. A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende as metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientando a elaboração da lei orçamentária anual e, ainda, dispondo sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Trata-se de lei anual que deve ser elaborada nos termos da lei complementar de caráter financeiro, já indicada. Por sua natureza, deve preceder à elaboração orçamentária, porque é ele que vai dar as metas e prioridades que hão de constar do orçamento anual. Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. § 2º O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. A Lei Orçamentária Anual prevê receitas e fixa despesas para o exercício financeiro subsequentes. Engloba três orçamentos: -Orçamento fiscal – referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; -Orçamento de investimentos: aquele das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; Aluna: Flávia P. Crusoé -Orçamento da seguridade social: abrange todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - O orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - O orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundaçõesinstituídos e mantidos pelo Poder Público. A LOA é regida pelo princípio da exclusividade, de modo que só pode prever receitar, autorizar despesa, autorizar abertura de crédito suplementar e contratação de empréstimo. 5. Princípios orçamentários Os princípios orçamentários vão reger o direito financeiro em relação a estrutura orçamentária. São eles: Princípio da Legalidade: se aplica ao PPA, à LDO e à LOA; Trata da ideia de que a eleição não deve ser um cheque em branco, de modo que mesmo eleito, deve ter o aval da população, através das leis e a sua devida aprovação do judiciário. Nesse sentido, por exemplo, não cabe medida provisória para se fixar essas três leis. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - O plano plurianual; II - As diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) Princípio da Anualidade: vai reger a LDO e LOA. Não significa 365 dias, e sim que a LOA e LDO vão sempre reger o período equivalente à um exercício financeiro, que corresponde o período compreendido entre 1º de janeiro a 31 de dezembro. É a anualidade do direito financeiro. Todavia, antigamente, existia um princípio da anualidade que se aplicava ao direito tributário, que não foi recepcionado pela Constituição e, então, não existe mais. A exceção ao princípio é o plano plurianual não é regido pela anualidade, pois tem vigência de quatro anos, ou seja, pluri exercícios financeiros. Princípio da Unidade: só se aplica enquanto unidade de programa. Antigamente o direito financeiro era expresso por um único documento, mas hoje em dia, se for pensado nesse sentido, o princípio da unidade não se aplica. Mas é possível se falar em programa, planejamento único, e não mais um documento único, em uma unidade documental. Princípio da Universalidade: se aplica à LOA. Não se pode deixar nada de fora, de modo que diz que a Lei Orçamentária deve se contemplar e abarcar todas as receitas e autorizar todas as despesas do ente federativo. Aluna: Flávia P. Crusoé Princípio da Não-Vinculação da Receita de Impostos: se aplica à LOA. O princípio do caixa único trata da ideia de que só se pode tirar o dinheiro da conta única aquilo que está autorizado. Assim, cumpre destacar, de início, que vincular a receita seria direcioná-la à caixa específico e destiná-la à despesa, a gastos específicos, ficando, assim, vinculada. O princípio da não-vinculação trata da inconstitucionalidade da vinculação da receita de impostos, de modo que outras podem ser vinculadas, é admitida, mas não é a regra. Existem ressalvas, mas, o que não for ressalvado, caso seja vinculado, será inconstitucional. Art. 167. São vedados: IV - A vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Princípio da Exclusividade: se aplica à LOA. Diz que a LOA só pode prever receita e autorizar despesa e, ainda, autorizar a abertura de créditos suplementares e empréstimos. Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: § 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. Princípio da Quantificação dos Créditos Orçamentários: se aplica à LOA. Envolve o dever de a LOA quantificar, em número real, monetário, todas as receitas previstas e autorizar, quantificando, todas as despesas. Art. 167. São vedados: VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; Princípio da Programação: se aplica ao PPA, à LDO e à LOA. Tem por objetivo garantir planejamento a médio prazo, decorrendo, daí, várias regras do Direito Financeiro. Entre se o PPA, a LDO e a LOA se destacam, essencialmente, o princípio na relação de vinculação entre elas. Princípio do Equilíbrio Orçamentário: se aplica ao PPA, à LDO e à LOA. É o princípio segundo o qual não se pode gastar mais do que se ganha, o que garante, em tese, o não endividamento do país. Princípio da Transparência: se aplica ao PPA, à LDO e à LOA. É mais do que publicidade, vez que é tornar público e acessível, garantindo que o destinatário compreenda aquela informação, vez que o direito é público. 6. Elaboração das Leis Orçamentárias A Constituição não define um processo específico, mas sim o processo de elaboração da lei e, na parte do financeiro, estabelece particularidades da LOA, da LDO e do PPA. No Brasil, para ser lei, deve emanar, necessariamente, do poder legislativo, de modo que existem outras fontes normativas, que não emanam no legislativo, mas são classificados como portarias, instruções normativas, entre outros, mas não sendo do legislativo, não será lei, por mais que tenha força normativa. A elaboração das Leis Orçamentárias se divide em três fases: FASE INTRODUTÓRIA → FASE DELIBERATIVA → FASE EXECUTIVA Aluna: Flávia P. Crusoé → FASE INTRODUTÓRIA 1. Projeto de Lei – PL de iniciativa do Presidente (Chefe do Poder Executivo) que deve encaminhá-lo ao Congresso (Poder Legislativo), onde será apreciado pelas duas Casas. CF/88 Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - O plano plurianual; II - As diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. Importante destacar que a iniciativa é do Poder Executivo diz sobre a titularidade da apresentação, protocolização do PL, não a criação da lei, que sera sempre de competência do Poder Legislativo. CF/88. Art. 166. § 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. § 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo. Se o executivo não apresenta o PL, adota-se na iniciativa o PL apresentado no ano interior, como se esse estivesse sendo apresentado, iniciando, em seguida, a fase deliberativa. → FASE DELIBERATIVA 2. Chegando ao Congresso o projeto será apreciado, analisado por uma Comissão Mista, que deverá examiná-la e emitir um parecer. COMISSÃO MISTA = SENADORES + DEPUTADOS
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