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Atividades humanas e a biodiversidade

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Atividades humanas e a biodiversidade
APRESENTAÇÃO
O tema de estudo desta Unidade de Aprendizagem é a relação da biodiversidade com os serviços 
ecossistêmicos e o bem-estar humano. 
Entre os assuntos abordados estão os níveis de estudo da biodiversidade e os tipos de serviços 
ecossistêmicos. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a biodiversidade.•
Contrastar os serviços ecossistêmicos e as atividades humanas.•
Relacionar a diversidade do ecossistema com o seu bem-estar.•
DESAFIO
Você provavelmente possui um lugar natural especial, onde se sente confortável, as suas 
energias se recarregam e o seu espírito se revigora.
Analise a biodiversidade desse lugar. Examine se o seu bem-estar está associado com a 
biodiversidade.
Apresente uma fotografia do seu lugar especial e descreva uma análise da relação do seu bem-
estar com a biodiversidade.
INFOGRÁFICO
O Infográfico representa a relação da biodiversidade com os serviços ecossistêmicos e o bem-
estar humano.
CONTEÚDO DO LIVRO
A Introdução do capítulo 56 Biologia da Conservação e Mudança Global, da obra Biologia, de 
Campbell & Reece, 10ª edição, do ano de 2015, versa de forma ampla sobre a crise da 
biodiversidade. No item 56.1, o texto aborda a relação da biodiversidade e as atividades 
humanas. Estude este item até os Serviços Ecossistêmicos.
Equipe de tradução
Anne D. Villela (Cap. 2 e 3)
Doutora em Biologia Celular e Molecular pela Pontif ícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). 
Ardala Breda (Caps. 4, 5, 16, 17, 21)
Pesquisadora do Departamento de Bioquímica na Texas A&M University. Ph.D. em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS. 
Armando Divan Molina Junior (Caps. 26 a 34)
Biólogo. Pesquisador do Centro de Ecologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
Mestre em Ecologia pela UFRGS. Doutor em Fisiologia Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Christian Viezzer (Caps. 11, 49, 50 e 51)
Mestre em Engenharia e Tecnologia de Materiais pela PUCRS. Doutor em Ciência e Tecnologia dos Materiais-PPGEM pela UFRGS. 
Pós-Doutor em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS.
Denise Cantarelli Machado (Caps. 7, 12, 13, 19, 24 e 25)
Bióloga. Professora da Faculdade de Medicina e Coordenadora do Laboratório de Biologia Celular e Molecular e do 
Centro de Terapia Celular do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUCRS. Especialista em Biotecnologia. Mestre em Genética pela UFRGS. 
Doutora em Imunologia pela University of Sheffield, Inglaterra. 
Pós-Doutora em Imunologia Molecular pela University of Sheffield e National Institutes of Health (NIH), Bethesda, USA.
Gaby Renard (Caps. 3, 6, 14, 15, 18, 20, 22, 23 e 45, Iniciais, Apêndices)
Pesquisadora da Quatro G Pesquisa & Desenvolvimento Ltda., TECNOPUC. 
Mestre e Doutora em Ciências Biológicas: Bioquímica pela UFRGS.
Jocelei Maria Chies (Cap. 6)
Pesquisadora da Quatro G Pesquisa & Desenvolvimento Ltda., TECNOPUC. Mestre em Genética pela UFRGS. 
Doutora em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília (UnB). 
Jordana Dutra de Mendonça (Caps. 12, 13)
Mestre em Ciências Biológicas: Bioquímica pela UFRGS.
Laura Roberta Pinto Utz (Caps. 22 a 25)
Mestre em Biologia Animal pela UFRGS. 
Doutora em Marine Estuarine and Environmental Sciences (MEES) pela University of Maryland at College Park. 
Leandro Vieira Astarita (Cap. 10)
Biólogo. Professor adjunto da Faculdade de Biociências da PUCRS. 
Doutor em Ciências (ênfase em Botânica) pela Universidade de São Paulo (USP).
Leonardo Krás Borges Martinelli (Cap. 9)
Pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Tuberculose (INCT-TB/PUCRS). Mestre em Engenharia Biomédica pela PUCRS. 
Doutor em Biologia Celular e Molecular pela PUCRS.
Paulo Luiz de Oliveira (Caps. 2, 8, 35 a 39, 40 a 44 e 52 a 56)
Biólogo. Professor titular aposentado do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências da UFRGS. Mestre em Botânica pela UFRGS. 
Doutor em Ciências Agrárias pela Universität Hohenheim, Stuttgart, República Federal da Alemanha.
Rodrigo Gay Ducati (Cap. 1)
Pesquisador pós-doutor no Albert Einstein College of Medicine (Bronx, NY - EUA). Mestre em Genética e Biologia Molecular pela UFRGS. 
Doutor em Biologia Celular e Molecular pela UFRGS. 
Thamires Barreto Ferreira (Caps. 46, 47 e 48)
Bióloga. Graduada em Ciências Biológicas pela PUCRS. 
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
B615 Biologia de Campbell [recurso eletrônico] / Jane B. Reece ... 
 [et al.] ; [tradução : Anne D. Villela ... et al.] ; revisão 
 técnica : Denise Cantarelli Machado, Gaby Renard, Paulo 
 Luiz de Oliveira. – 10. ed. – Porto Alegre : Artmed, 2015.
 Editado como livro impresso em 2015.
 ISBN 978-85-8271-230-6
 1. Biologia. I. Reece, Jane B.
CDU 573
Tesouro psicodélico
Movendo-se com rapidez sobre um afloramento rochoso, uma lagartixa estaca abruptamente em uma mancha de luz solar. Um biólogo da con-
servação percebe o movimento, vira-se e depara-se com uma lagartixa com 
as cores do arco-íris, as pernas e a cauda em cor de laranja vivo, o corpo de 
um azul chamativo e a cabeça manchada de amarelo e verde. A lagartixa-psi-
codélica-da-rocha (Cnemaspis psychedelica) (Figura 56.1) foi descoberta 
em 2009 durante uma expedição à região de Greater Mekong, no sudeste da 
Ásia. Seu hábitat conhecido está restrito a Hon Khoai, ilha que ocupa apenas 
8 km2, ao sul do Vietnã. Outras novas espécies encontradas durante a mes-
ma série de expedições incluem o macaco-elvis (Rhinopithecus strykeri, ver 
ilustração inferior à esquerda), que exibe um “penteado” semelhante ao de 
Elvis Presley. Entre 2000 e 2010, os biólogos identificaram mais de mil novas 
espécies apenas na região de Greater Mekong.
Até agora, os cientistas descreveram e denominaram formalmente 
cerca de 1,8 milhões de espécies de organismos. Alguns biólo-
gos acreditam que hoje existem cerca de mais 10 milhões 
de espécies; outros estimam que o número chegue a 100 
milhões de espécies. Algumas das maiores concen-
trações de espécies são constatadas nos trópicos. 
Infelizmente, as florestas tropicais estão sendo 
derrubadas em uma taxa alarmante, para ocu-
pação e sustentação de uma população humana 
crescente. As  taxas de desmatamento no Vietnã 
(Figura 56.2) estão entre as mais altas do mundo. 
Como ficarão a lagartixa-psicodélica-da-rocha e 
 Figura 56.1 Qual será o destino dessa recém-descri-
ta espécie de lagartixa?
56
Biologia da Conservação e 
Mudança Global
C O N C E I T O S - C H A V E
 56.1 As atividades humanas 
ameaçam a biodiversidade 
da Terra
 56.2 A conservação de popu-
lações enfoca o tamanho 
populacional, a diversida-
de genética e os hábitats 
críticos
 56.3 A conservação regional e 
da paisagem ajuda a sus-
tentar a biodiversidade
 56.4 A Terra está mudando rapi-
damente como consequên-
cia de ações humanas
 56.5 O desenvolvimento susten-
tável pode melhorar vidas 
humanas junto com a con-
servação da biodiversidade
BIOLOGIA DE CAMPBELL 1255
outras espécies recentemente descobertas, se essas ativi-
dades continuarem desenfreadas?
Por toda a biosfera, as atividades humanas estão alte-
rando as estruturas tróficas, o fluxo de energia, a ciclagem 
química e os distúrbios naturais – processos ecossistêmi-
cos dos quais nós e todas as outras espécies dependem 
(ver Capítulo 55). Alteramos fisicamente quase a meta-
de da superf ície terrestre no nosso planeta e utilizamos 
mais da metade de toda a superf ície de água doce aces-
sível. Nos oceanos, os estoques da maioria das espécies 
de peixes mais importantes estão diminuindo devido à 
exploração excessiva. Segundo algumas estimativas, tal-
vez estejamos levando mais espécies à extinção do que o 
grande asteroide que desencadeou as extinções em mas-
sa no final do período Cretáceo, há 65,5 milhões de anos 
(ver Figura 25.18).
A biologia é a ciência da vida. Portanto, é oportuno 
que este capítulo dediqueuma perspectiva global às mu-
danças que acontecem pela Terra, dando ênfase a uma 
disciplina que busca preservar a vida. A biologia da con-
servação integra ecologia, fisiologia, biologia molecular, 
genética e biologia evolutiva para conservar a diversidade 
biológica em todos os níveis. Os esforços para sustentar os 
processos ecossistêmicos e conter a perda de biodiversida-
de também conectam as ciências da vida com as ciências 
sociais, economia e humanidades.
Neste capítulo, daremos especial atenção à crise da 
biodiversidade e estudaremos algumas das estratégias con-
servacionistas que estão sendo adotadas para retardar a 
taxa de perda de espécies. Também examinaremos como 
as atividades humanas estão alterando o ambiente pelas 
mudanças climáticas, depleção do ozônio e outros pro-
cessos globais. Por fim, consideraremos como as decisões 
sobre prioridades de conservação a longo prazo poderiam 
afetar a vida na Terra.
CONCEITO 56.1
As atividades humanas ameaçam a 
biodiversidade da Terra
A extinção é um fenômeno natural que vem ocorrendo 
desde o começo da evolução da vida; a responsável pela 
crise atual da biodiversidade é a alta taxa de extinção 
(ver Conceito 25.4). Como só é possível estimar o número 
de espécies hoje existentes, não conseguimos determinar a 
taxa exata de perda de espécies. No entanto, sabemos que a 
taxa de extinção é alta e que as atividades humanas amea-
çam a biodiversidade da Terra em todos os níveis.
Três níveis de biodiversidade
A biodiversidade – abreviatura de diversidade biológica – 
pode ser considerada em três níveis principais: diversidade 
genética, diversidade de espécies e diversidade de ecossis-
temas (Figura 56.3).
 Figura 56.2 Derrubada de floresta tropical no Vietnã.
Diversidade genética em uma população de arganazes
Diversidade de espécies em um ecossistema costeiro de sequoias
Diversidade de comunidades e ecossistemas
ao longo da paisagem de uma região inteira
 Figura 56.3 Três níveis de biodiversidade. Os cromosso-
mos ampliados no diagrama superior simbolizam a variação genéti-
ca dentro da população.
1256 REECE, URRY, CAIN, WASSERMAN, MINORSKY & JACKSON
Diversidade genética
A diversidade genética consiste não apenas na variação ge-
nética individual dentro de uma população, mas também 
na variação genética entre populações, muitas vezes asso-
ciada com adaptações às condições locais (ver Capítulo 23). 
Se uma população é extinta, a espécie pode então perder 
parte da diversidade genética que torna possível a microe-
volução. Essa erosão da diversidade genética, por sua vez, 
reduz o potencial adaptativo da espécie.
Diversidade de espécies
A consciência pública da crise da biodiversidade está cen-
trada na diversidade de espécies – as diferentes espécies 
em um ecossistema ou em toda a biosfera (ver Capítulo 54). 
Quanto mais espécies são perdidas por extinção, a diver-
sidade de espécies diminui. A Lei das Espécies em Perigo 
(Endangered Species Act, ESA) dos Estados Unidos define 
uma espécie em perigo como a que está “em perigo de 
extinção ao longo da sua área de distribuição ou em par-
te significativa dela”. Consideram-se espécies ameaçadas 
aquelas que provavelmente estarão em perigo no futuro 
próximo. A seguir, são apresentados alguns dados estatísti-
cos que ilustram o problema da perda de espécies:
 d De acordo com a União Internacional para Conserva-
ção da Natureza e Recursos Naturais (International 
Union for Conservation of Nature and Natural Resour-
ces, IUCN), 12% das 10.000 espécies de aves conheci-
das e 21% das 5.500 espécies de mamíferos conhecidas 
estão ameaçadas.
 d Um levantamento do Centro de Conservação Vegetal 
mostrou que das quase 20.000 espécies vegetais co-
nhecidas nos Estados Unidos, 200 foram extintas des-
de que esses registros têm sido mantidos e 730 estão 
em perigo ou ameaçadas.
 d Na América do Norte, pelo menos 123 espécies animais 
de água doce foram extintas desde 1900 e centenas de 
outras espécies estão ameaçadas. A taxa de extinções 
da fauna de água doce da América do Norte é em torno 
de cinco vezes maior do que a dos animais terrestres.
A extinção de espécies também pode ser local; uma 
espécie pode ser perdida em um sistema de rios, mas so-
breviver em um sistema adjacente. A extinção global de 
uma espécie significa que ela foi perdida em todos os ecos-
sistemas em que vivia, deixando-os permanentemente em-
pobrecidos (Figura 56.4).
Diversidade de ecossistemas
A variedade dos ecossistemas da biosfera é o terceiro nível 
de diversidade biológica. Devido às muitas interações en-
tre populações de espécies diferentes em um ecossistema, 
a extinção local de uma espécie pode ter impacto negativo 
sobre outras espécies no ecossistema (ver Figura 54.18). 
Por exemplo, os morcegos denominados “raposas voado-
ras” são importantes polinizadores e dispersores de semen-
tes nas Ilhas do Pacífico, onde são cada vez mais caçados 
como iguaria (Figura 56.5). Os biólogos da conservação 
temem que a extinção das raposas voadoras prejudique 
também as plantas nativas das Ilhas Samoa, onde quatro 
quintos das espécies arbóreas dependem desses animais 
para a polinização ou a dispersão das sementes.
Alguns ecossistemas já foram muito afetados por 
ações humanas e outros estão sendo alterados em ritmo 
acelerado. Desde o início da colonização europeia, mais 
da metade das áreas úmidas contíguas aos Estados Unidos 
foi drenada e convertida para atividades agrícolas e outros 
usos. Na Califórnia, no Arizona e no Novo México, apro-
ximadamente 90% das comunidades ciliares nativas foram 
afetadas por pastejo excessivo, controle de inundações, ati-
vidades de lazer na água, abaixamento do lençol freático e 
invasão de plantas exóticas (não nativas).
Águia-das-filipinas
Golfinho-do-
-rio-yangtze
 Figura 56.4 A cem batimentos cardíacos da extinção. Es-
tes são dois membros do Clube dos Cem Batimentos Cardíacos, 
denominação dada pelo biólogo E. O. Wilson, da Universidade de 
Harvard, ao grupo de espécies com menos de 100 indivíduos rema-
nescentes na Terra. O golfinho-do-rio-yangtze provavelmente esteja 
extinto, mas alguns indivíduos foram avistados em 2007.
 ? Para documentar que uma espécie foi de fato extinta, quais 
fatores você necessitaria considerar?
 Figura 56.5 O morcego “raposa voadora” das Marianas 
(Pteropus mariannus), um importante polinizador em risco 
de extinção.
BIOLOGIA DE CAMPBELL 1257
Biodiversidade e bem-estar humano
Por que deveríamos nos preocupar com a perda da bio-
diversidade? Uma razão é o que o biólogo E. O. Wilson 
chama de biofilia: nosso sentimento de conexão com a 
natureza e todas as formas de vida. A crença de que as ou-
tras espécies têm direito à vida é um tema generalizado em 
muitas religiões e a base de um argumento moral de que 
deveríamos proteger a biodiversidade. Existe também uma 
preocupação com as futuras gerações humanas. Parafrase-
ando um antigo provérbio, G. H. Brundtland, ex-primeiro-
-ministro da Noruega, disse: “Devemos considerar que o 
nosso planeta é um empréstimo de nossos filhos, em vez de 
um presente de nossos ancestrais”. Além dessas justificati-
vas filosóficas e morais, a diversidade de espécies e a di-
versidade genética nos trazem muitos benef ícios práticos.
Benefícios da diversidade de espécies e da 
diversidade genética
Muitas espécies que estão ameaçadas têm o potencial 
de fornecer medicamentos, alimento e fibras para uso 
humano, tornando a biodiversidade um recurso natural 
crucial. Os produtos do ácido acetilsalicílico para antibióti-
cos foram derivados originalmente de recursos naturais. Na 
produção de alimentos, se perdermos populações vegetais 
nativas intimamente relacionadas com espécies cultivadas, 
perdemos recursos genéticos que poderiam ser usados para 
melhorar características das culturas, como a resistência a 
doenças. Por exemplo, os melhoristas vegetais responde-
ram aos surtos devastadores de um vírus do gênero Tenui-
virus (grassy stunt virus) que ataca o arroz (Oriza sativa) 
rastreando7.000 populações dessa espécie e de seus paren-
tes próximos, para obter resistência ao vírus. Constatou-
-se que uma população de uma única espécie próxima, o 
arroz-indiano (Oryza nivara), era resistente ao vírus, e os 
cientistas introduziram a característica de resistência nas 
variedades comerciais do arroz. Hoje, a população original 
resistente à doença aparentemente está extinta na natureza.
Nos Estados Unidos, cerca de 25% das prescrições mé-
dicas elaboradas em farmácias contêm substâncias origi-
nalmente derivadas de vegetais. Na década de 1970, os pes-
quisadores descobriram que a vinca-rosa, nativa da ilha de 
Madagascar, na costa da África, contém alcaloides que ini-
bem o crescimento de células cancerígenas (Figura 56.6). 
Essa descoberta levou ao tratamento de duas formas letais 
de câncer, o linfoma de Hodgkin e um tipo de leucemia 
infantil, resultando em remissão na maioria dos casos. 
Madagascar é também o local de ocorrência de cinco ou-
tras espécies de vincas, uma das quais está próxima da ex-
tinção. A perda dessas espécies significaria perder todos os 
possíveis benef ícios medicinais que elas podem oferecer.
Cada espécie extinta significa a perda de genes únicos, 
alguns dos quais podem codificar proteínas extremamente 
úteis. A enzima Taq-polimerase foi extraída inicialmente de 
uma bactéria, Thermus acquaticus, encontrada em fontes 
termais no Parque Nacional de Yellowstone. Essa enzima é 
essencial para a reação em cadeia da polimerase (PCR), pois 
é estável sob as temperaturas altas necessárias a PCR auto-
matizada (ver Figura 20.8). O DNA de muitas outras espécies 
de procariotos, vivendo em uma variedade de ambientes, é 
utilizado na produção em massa de proteínas para novos 
medicamentos, alimentos, substitutos do petróleo, outras 
substâncias químicas industriais e outros produtos. Contu-
do, como milhões de espécies podem ser extintas antes de 
as descobrirmos, estamos desperdiçando o valioso potencial 
genético guardado em suas exclusivas bibliotecas de genes.
Serviços ecossistêmicos
Os benef ícios que espécies individuais proporcionam ao 
homem são substanciais, mas a salvação dessas espécies é 
apenas uma parte do motivo para salvar os ecossistemas, 
Os seres humanos evoluíram em ecossistemas terrestres, 
e dependemos desses sistemas e de seus habitantes para 
nossa sobrevivência. Os serviços ecossistêmicos englo-
bam todos os processos pelos quais os ecossistemas na-
turais ajudam a sustentar a vida humana. Os ecossistemas 
purificam nosso ar e nossa água. Eles desintoxicam e de-
compõem nossos resíduos e reduzem os impactos de con-
dições climáticas e inundações extremas. Os organismos 
nos ecossistemas polinizam nossas culturas e controlam 
pragas, bem como criam e preservam nossos solos. Além 
disso, esses serviços são fornecidos de graça.
Talvez por não atribuirmos um valor monetário aos 
serviços dos ecossistemas naturais, geralmente os subva-
lorizamos. Em 1997, o ecólogo Robert Costanza e seus co-
laboradores estimaram o valor dos serviços ecossistêmicos 
da Terra em 33 trilhões de dólares por ano, quase o dobro 
do produto interno bruto de todos os países no mundo na-
quela época (18 trilhões de dólares). Pode ser mais realista 
fazer essa contabilidade em uma escala menor. Em 1966, 
a cidade de Nova Iorque investiu mais do que 1 bilhão de 
dólares para desapropriar terras e restaurar hábitats nas 
Montanhas Catskill, a fonte da maior parte da água doce 
consumida na cidade. Esse investimento foi estimulado 
pela crescente poluição da água por esgoto, pesticidas e 
fertilizantes. Ao aproveitar os serviços ecossistêmicos para 
purificar naturalmente sua água, a cidade economizou 8 
bilhões de dólares que seriam gastos para construção de 
uma nova estação de tratamento de água e 300 milhões de 
dólares por ano para mantê-la em funcionamento.
Existem cada vez mais evidências de que o funciona-
mento dos ecossistemas e, portanto, a sua capacidade de 
prestar serviços estão vinculados à biodiversidade. À me-
dida que as atividades humanas reduzem a biodiversida-
de, estamos diminuindo a capacidade dos ecossistemas do 
 Figura 56.6
A vinca-rosa (Catha-
ranthus roseus), espé-
cie vegetal que salva 
vidas.
1258 REECE, URRY, CAIN, WASSERMAN, MINORSKY & JACKSON
planeta de desempenhar processos cruciais para a nossa 
própria sobrevivência.
Ameaças à biodiversidade
Muitas atividades humanas diferentes ameaçam a biodi-
versidade em escalas local, regional e global. As ameaças 
impostas por essas atividades são de quatro tipos princi-
pais: perda de hábitat, espécies introduzidas, sobre-explo-
ração e mudança global.
Perda de hábitats
A alteração de hábitats pelo homem é a maior ameaça à bio-
diversidade em toda a biosfera. A perda de hábitat tem sido 
produzida por fatores como a agricultura, expansão urbana, 
plantio de florestas monoespecíficas, mineração e polui-
ção. Conforme discutido adiante neste capítulo, a mudança 
climática global já está alterando hábitats e terá um efeito 
maior ainda neste século. Quando não há hábitat alterna-
tivo disponível ou uma espécie é incapaz de se deslocar, a 
perda do hábitat pode significar extinção. A IUCN vincula a 
destruição de hábitats para 73% das espécies que foram ex-
tintas, em perigo, vulneráveis ou raras nos últimos séculos.
A perda e a fragmentação de hábitats podem ocorrer 
em regiões imensas. Cerca de 98% das florestas tropicais 
secas da América Central e do México têm sido desmata-
das. A derrubada da floresta pluvial tropical no estado de 
Veracruz, México, principalmente para a pecuária bovina, 
resultou na perda de mais de 90% da floresta original, res-
tando manchas florestais relativamente pequenas e isola-
das. Outros hábitats naturais têm sido fragmentados por 
atividades humanas (Figura 56.7).
Em quase todos os casos, a fragmentação de hábitats 
leva à perda de espécies, pois as populações menores em 
hábitats fragmentados têm maior probabilidade de extin-
ção local. As pradarias cobriam cerca de 800.000 hectares 
no sul do estado de Wisconsin, quando os primeiros euro-
peus chegaram, mas hoje ocupam apenas 800 hectares; a 
maior parte das pradarias originais nessa área é atualmente 
utilizada para o cultivo de lavouras. Os levantamentos da 
diversidade vegetal de 54 remanescentes de pradarias em 
Wisconsin, realizados em 1848-1954 e 1987-1988, mostra-
ram que esses locais perderam de 8 a 60% de suas espécies 
vegetais no período entre os dois inventários.
A perda de hábitat é também uma ameaça importan-
te à biodiversidade aquática. Cerca de 70% dos recifes de 
corais, entre as comunidades aquáticas mais ricas em es-
pécies da Terra, têm sido danificados por atividades hu-
manas. Na taxa atual de destruição, 40 a 50% dos recifes, 
hábitat de ⅓ das espécies de peixes marinhos, poderiam 
desaparecer nos próximos 30 a 40 anos. Os hábitats de água 
doce também estão sendo perdidos, muitas vezes como 
consequência de barragens, reservatórios, modificação 
de canais e regulação de fluxo que hoje afetam a maioria 
dos rios do mundo. Por exemplo, as mais de 30 barragens 
e eclusas construídas ao longo da bacia do Rio Mobile, no 
sudeste dos Estados Unidos, alteraram a profundidade e o 
fluxo do rio. Ao mesmo tempo em que proporcionaram os 
benef ícios da usina hidroelétrica e aumentaram o tráfego 
de navios, essas barragens e eclusas a ajudaram a levar à 
extinção mais 80 espécies de mexilhões e caracóis.
Espécies introduzidas
Espécies introduzidas, também chamadas de espécies 
exóticas, são aquelas que os seres humanos, intencional ou 
acidentalmente, deslocam uma espécie dos locais onde ela 
é nativa para novas regiões geográficas. As viagens dos se-
res humanos por navio e avião aceleraram a transferência 
de espécies. Livres dos predadores, parasitos e patógenos 
que limitam suas populações nos hábitats nativos, essas es-
pécies introduzidas podem se expandir rapidamente por 
uma nova região.
Algumas espécies introduzidas transtornam sua nova 
comunidade, muitas vezes predandoorganismos nativos 
ou competindo com eles por recursos. A serpente-arbo-
rícola-marrom foi introduzida acidentalmente na ilha 
de Guam, a partir de outras partes do Pacífico Sul, como 
“passageiro clandestino” em um cargueiro militar após a 
Segunda Guerra Mundial. Desde então, 12 espécies de aves 
e 6 espécies de lagartos foram extintas de Guam devido à 
predação pelas serpentes. O devastador mexilhão-zebra, 
espécie de molusco filtrador, foi introduzido nos Grandes 
Lagos da América do Norte em 1988, mais provavelmente 
na água de lastro de navios procedentes da Europa. Os me-
xilhões-zebra formam densas colônias e têm impactado 
ecossistemas de água doce, ameaçando espécies aquáticas 
nativas. Eles têm igualmente obstruído estruturas de cap-
tação de água, causando bilhões de dólares de prejuízo aos 
sistemas doméstico e industrial de abastecimento de água.
Com boas intenções, mas com efeitos desastrosos, os 
seres humanos têm introduzido deliberadamente muitas 
espécies. Uma planta asiática denominada kudzu (gênero 
Pueraria), introduzida pelo Departamento de Agricultura 
dos Estados Unidos para ajudar a controlar a erosão no sul 
do país, tem ocupado grandes áreas da paisagem regional 
(Figura 56.8). O estorninho europeu foi trazido intencio-
nalmente para o Central Park em Nova Iorque, em 1890, 
por um grupo de cidadãos, com a intenção de introduzir 
todos os vegetais e animais mencionados nas peças de 
Shakespeare. Ele rapidamente se expandiu pela América do 
 Figura 56.7 Fragmentação de hábitats nos contrafortes 
de Los Angeles. O desenvolvimento nos vales pode confinar os 
organismos que habitam as faixas estreitas de encosta.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
DICA DO PROFESSOR
No vídeo, enfatizamos a relação da biodiversidade com os serviços ecossistêmicos e o bem-estar 
humano.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Os ecólogos concluem que há uma crise da biodiversidade porque: 
A) A biofilia torna os seres humanos eticamente responsáveis pela proteção de outras 
espécies.
B) Os cientistas finalmente descobriram e contaram a maioria das espécies da Terra e agora 
podem calcular com precisão a taxa de extinção atual.
C) As atuais taxas de extinção são muito altas e muitas espécies estão ameaçadas de extinção.
D) Muitos medicamentos com potencial para salvar vidas estão sendo perdidos à medida que 
as espécies evoluem.
E) Os serviços ecossistêmicos são prestados por espécies específicas.
2) A manutenção da capacidade dos ecossistemas para fornecerem bens e serviços para 
a humanidade é importante porque: 
A) A maioria dos serviços fornecidos pelos ecossistemas não pode ser, de nenhuma forma, 
replicada.
B) A maioria dos serviços dos ecossistemas pode ser substituída por tecnologia, mas apenas a 
um alto custo.
C) Substitutos tecnológicos ocupam terras valiosas.
D) Os governos não podem funcionar sem cobrar impostos sobre os serviços dos 
ecossistemas.
E) Isso não é importante, pois os seres humanos podem sobreviver muito bem, mesmo com 
uma grande diminuição dos serviços prestados pelos ecossistemas.
3) Sobre as relações das atividades humanas e as ameaças à biodiversidade da Terra, 
não é possível afirmar que: 
A) A perda de diversidade genética em toda a biosfera também afeta o bem-estar humano.
B) A perda de recursos genéticos de culturas agrícolas é compensada pelo melhoramento 
genético.
C) A predação contínua de determinada população de planta pelo homem compromete a 
persistência, na Terra, de toda a espécie.
D) Algumas atividades humanas reduzem a biodiversidade do planeta e comprometem o 
próprio bem-estar humano.
E) Se salvarmos espécies individuais, já é suficiente para obtermos benefícios dos 
ecossistemas.
4) Em relação aos níveis de biodiversidade, qual alternativa está correta? 
A) A diversidade genética é composta unicamente pela variação genética dentro de uma 
população.
B) A diversidade genética entre populações está associada à riqueza de gens de cada espécie.
C) A consciência pública da crise de biodiversidade está centrada na diversidade de habitats.
D) Quando uma espécie é extinta, ela é extinta de todos os ecossistemas.
E) A extinção local de uma espécie pode ter um impacto negativo na riqueza total de espécies 
da comunidade.
5) Os serviços ecossistêmicos de suporte caracterizam-se por: 
A) Fornecer alimentos, fibras, ervas medicinais, água e combustíveis.
B) Oferecer satisfação estética, bem-estar, espiritualidade, oportunidades educacionais e 
recreacionais.
C) Decompor resíduos, oferecer água com qualidade e controlar doenças.
D) Realizar a produção primária, a formação do solo e a ciclagem de elementos químicos.
E) Regular o clima e as enchentes.
NA PRÁTICA
Um dos fundamentos da Agroecologia, ciência que embasa a produção agrícola de base 
ecológica, é o cultivo a partir de sementes crioulas, respeitando o pilar agroecológico de 
Conservação e Regeneração dos Recursos Naturais.
Sementes crioulas são aquelas, cultivadas e selecionadas pelos agricultores, com uma grande 
variação genética adaptadas às condições locais. Veja a imagem que demonstra a variedade de 
sementes crioulas de milho.
As características das sementes crioulas conferem maior resistência e rusticidade ao cultivos, 
sem necessitar de agrotóxicos e fertilizantes de síntese química para a produção.
Esse princípio agroecológico representa o entendimento dos seres humanos sobre a 
importância da conservação da biodiversidade.
Para obtenção das sementes, os agricultores participam de feiras de troca-troca ao redor do 
mundo. Em cada região, existem responsáveis por recolher, cultivar e armazenar sementes dos 
diferentes ecossistemas. São os chamados guardiões de sementes.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
SADAVA, D.; HELLER, H.C.; ORIANS, G.H.; PURVES, W.K.; HILLIS, D.M. Vida: a 
ciência da biologia. Vol. II. 8ªed. Porto Alegre: Artmed, 2009. Cap. 38. Item 38.4.
TOWSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L. Fundamentos em Ecologia. 3ªed. Porto 
Alegre: Artmed, 2010. Cap. 13. Item 13.1.2 / Cap. 14. Item 14.1

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