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APOSTILA UTI (3) (2)

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TÉCNICO DE ENFERMAGEM
2 
 
SUMÁRIO 
 
PALAVRA DO PROFESSOR-AUTOR ............................................................................... 04 
 
1. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO NA UTI ............................................................. 05 
 
2. HUMANIZAÇÃO NA UTI ........................................................................................ 20 
 
3. O PACIENTE COM PROBLEMAS CARDÍACOS NA UTI .................................... 23 
 
4. PACIENTES COM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS ........................................... 32 
 
5. PACIENTE NEUROLÓGICO E POLITRAUMA NA UTI ....................................... 35 
 
6. PROBLEMAS RENAIS NA UTI .............................................................................. 40 
 
7. PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS E TERAPIA NUTRICIONAL NA UTI ...... 45 
 
8. QUEIMADURAS .................................................................................................... 51 
 
9. MORTE ENCEFÁLICA E ESCALAS UTILIZADAS NA UTI ................................. 57 
 
10. MEDICAÇÕES MAIS UTILIZADAS NA UTI .......................................................... 63 
 
11. CHOQUES E TIPOS DE CHOQUES .................................................................... 66 
 
REFERENCIAS ....................................................................................................... 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
PALAVRA DO PROFESSOR-AUTOR 
 
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente muito complexo que 
exige muitas habilidades de todos os profissionais envolvidos no atendimento 
desses pacientes, principalmente da equipe de enfermagem que lida diariamente e 
diretamente com cada um dos pacientes presentes nesse ambiente. 
Na UTI, os pacientes são geralmente totalmente dependentes dos cuidados 
da equipe de enfermagem e, esse cuidado, deve ser ofertado de forma segura. É 
necessário que os profissionais tenham muita competência técnica e entendam as 
principais patologias e agravos que levam o paciente a UTI, bem como os 
procedimentos mais executados e os tratamentos preconizados. 
Esta apostila traz, de forma, sucinta, todos os aspectos referentes ao cuidado 
de enfermagem ao paciente crítico. E o seu principal objetivo é fornecer uma base 
teórica para que o aluno compreenda um pouco da complexidade do ambiente da 
UTI e a importância de uma equipe de enfermagem competente para oferecer um 
cuidado de qualidade para esses pacientes críticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO NA UTI 
• O estabelecimento de saúde em que a UTI está inserida deve estar inscrito 
no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e manter 
atualizada a quantidade de leitos de UTI existentes. É obrigatória a existência 
de Unidade de Terapia Intensiva em todo hospital terciário, e nos secundários 
que apresentem capacidade igual ou superior a 100 leitos, bem como nos 
especializados. É obrigatória a existência de Unidade de Terapia Intensiva 
Neonatal nos hospitais que realizem mais de 4000 partos por ano (1 leito para 
cada 80 recém nascidos/ano com peso de nascimento abaixo de 2500g). 
• O número de leitos da Unidade de Terapia Intensiva em cada hospital deve 
corresponder a um mínimo de 6% do total de seus leitos, não podendo ser 
inferior a 05 (cinco) leitos por unidade. O Hospital Materno-Infantil que realiza 
pré-natal e parto de gestantes de alto risco deve ter Unidades de Tratamento 
Intensivo Adulto e Neonatal. 
• O serviço de saúde, público ou privado, deve prever e prover os recursos 
humanos e materiais necessários à operacionalização das Unidades de 
Terapia Intensiva. A UTI deve ter profissionais qualificados, com treinamento 
específico, atendendo aos requisitos mínimos deste Regulamento Técnico. 
Todos os profissionais da UTI devem ser vacinados em conformidade com a 
legislação vigente ou contra doenças epidemiologicamente importantes. 
• A equipe da UTI deve implantar e implementar ações de farmacovigilância, 
tecnovigilância, hemovigilância e vigilância do controle de infecção e eventos 
adversos, conforme definidas pelo Programa de Controle de Infecção e 
Eventos Adversos (PCIPEA). A equipe da UTI deve notificar os casos 
suspeitos, surtos e eventos adversos à coordenação do PCIPEA no prazo de 
até 24 (vinte e quatro) horas, colaborando na investigação epidemiológica e 
na adoção de medidas de controle. A equipe da UTI deve orientar os 
familiares e acompanhantes dos pacientes, quando houver, em ações de 
controle de infecção e eventos adversos. 
➢ Infra - estrutura física 
 
A UTI deve obedecer aos requisitos de Unidades de Terapia Intensiva 
determinados na RDC/Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002, RDC/Anvisa n. 307, 
5 
 
de 14 de novembro de 2002 e RDC/Anvisa nº. 189, de 18 de julho de 2003, e prover 
meios de garantir a privacidade dos pacientes. 
• A Sala de Entrevistas (Figura 1) passa a ser considerada como “Ambiente de 
Apoio”; Os seguintes “Ambientes de Apoio” podem ser situados fora do 
ambiente da UTI, desde que sejam de fácil acesso: Sala de entrevistas, Copa, 
Sanitários com vestiários para funcionários (masculino e feminino), Depósito 
de material de limpeza e Rouparia. 
• Os lavatórios para higienização das mãos podem ter formatos e dimensões 
variadas, porém a profundidade deve ser suficiente para que se lavem as 
mãos sem encostá-las nas paredes laterais ou bordas da peça e tampouco na 
torneira. 
Figura 1. Sala de entrevistas/visitas na UTI 
 
Fonte: Internet. 
 
➢ Recursos humanos 
 A Unidade de Terapia Intensiva deve dispor, da seguinte equipe: 
• Um Médico Coordenador (MC), legalmente habilitado, com título de 
especialista em medicina intensiva, específico para a modalidade de 
assistência da UTI sob sua responsabilidade (adulto, neonatal ou pediátrica); 
• O MC pode assumir a responsabilidade por, no máximo, 02 (duas) UTI; 
• Em caso de UTI Neonatal, o MC poderá ter título de especialista em 
Neonatologia ou em Medicina Intensiva Pediátrica; 
• A UTI deve contar com um MC substituto para responder em caso de 
impedimento do RT, atendendo aos mesmos requisitos de formação 
profissional deste; 
6 
 
• Um médico diarista para no máximo 10 (dez) leitos ou fração (ver), com título 
de especialista em medicina intensiva específico para a modalidade de 
assistência da UTI na qual está lotado; 
• Nas unidades que dispõe de um número máximo de 10 (dez) leitos, o Médico 
Coordenador pode exercer cumulativamente a função de médico diarista; 
• Em caso de UTI Neonatal, o diarista pode ter título de especialista em 
Neonatologia ou em Medicina Intensiva Pediátrica. 
• Um médico plantonista, exclusivo da unidade, para no máximo 10 (dez) leitos 
ou fração, por turno; 
• O médico plantonista que presta assistência ao paciente neonatal e pediátrico 
deve ter formação em pediatria; 
• Um enfermeiro coordenador, responsável pela coordenação da equipe de 
enfermagem, exclusivo da unidade na qual está lotado, capacitado para 
atendimento em terapia intensiva e com experiência de, no mínimo, 03 (três) 
anos de trabalho no tipo de UTI que estará coordenando; 
• O enfermeiro coordenador deverá contar com um substituto para responder 
em caso de impedimento, atendendo aos mesmos requisitos de formação 
profissional do enfermeiro coordenador. 
• Um enfermeiro assistencial, exclusivo da unidade, para no máximo 05 (cinco) 
leitos ou fração, por turno; 
• Um fisioterapeuta, exclusivo da unidade, para no máximo 10 (dez) leitos ou 
fração, por turno; 
• Um técnico de enfermagem exclusivo da unidade, para no máximo 02 (dois) 
leitos, por turno; 
• Um auxiliar administrativo exclusivo da unidade; 
• Um funcionário responsável pelo serviço de limpeza, exclusivo da unidade, 
por turno; 
➢ Competências/responsabilidades e atribuições 
• O médico coordenador e o enfermeiro coordenadortêm a responsabilidade 
de planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos. 
• O médico coordenador deve garantir a implantação de um programa de 
educação permanente para toda a equipe, devidamente registrado, 
contemplando: 
7 
 
o Elaboração e revisão de normas e rotinas técnicas; 
o Incorporação de novas tecnologias; 
o Capacitação de novos profissionais; 
o Atualização de conhecimento de todos os profissionais. 
• A equipe da UTI deve: 
o Possuir estrutura organizacional documentada; 
o Preservar a identidade e a privacidade do paciente, assegurando um 
ambiente de respeito e dignidade; 
o Promover ambiência acolhedora; 
o Incentivar e promover a participação da família na atenção ao paciente; 
o Garantir o direito a acompanhante para pacientes pediátricos e 
adolescentes; 
o Fornecer orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, 
em linguagem clara, sobre o estado de saúde do paciente e a 
assistência a ser prestada desde a admissão até a alta; promover 
ações de humanização da atenção à saúde; 
o Dispor de manual de normas e rotinas técnicas implantadas. 
• O manual de normas e rotinas técnicas deve ser elaborado em conjunto com 
os setores envolvidos na assistência ao paciente grave, considerando o 
PCIPEA, 
• O manual deve ser assinado pelo MC e pelo enfermeiro coordenador; 
atualizado anualmente ou sempre que houver a incorporação de novas 
tecnologias ou procedimentos e estar disponível para todos os profissionais 
da unidade. 
• O manual de normas e rotinas técnicas deve contemplar, no mínimo, os 
seguintes procedimentos: 
o Médicos; 
o De enfermagem; 
o De fisioterapia; 
o De biossegurança; 
o De processamento de artigos e superfícies; 
o De controle de operação e manutenção de equipamentos; 
o De transporte do paciente grave. 
8 
 
• A UTI deve contar com a presença, em tempo integral, do médico plantonista, 
do enfermeiro assistencial, do fisioterapeuta e dos técnicos de enfermagem 
do turno. 
➢ Materiais e equipamentos 
A UTI deve manter disponível na unidade, para uso exclusivo, de acordo com 
a faixa etária e peso do paciente os seguintes itens: 
• Cama (Figura 2) com ajuste de posição, grades laterais e rodízios ou berços 
com ajuste de posição, grades laterais e rodízios (para serviços pediátricos) 
ou incubadora com parede dupla ou berço de terapia intensiva (para serviços 
neonatais): 01(um) por leito; 
• Equipamento para monitoração contínua de eletrocardiograma (monitor 
cardíaco (Figura 2)): 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) 
equipamento para cada 10 (dez) leitos; 
• Equipamento para monitoração de pressão arterial não invasiva (monitor): 
01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 
10 (dez) leitos; 
• Equipamento de oximetria de pulso: 01(um) por leito, com reserva operacional 
de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; 
• Equipamento para monitoração de pressão invasiva: 01 (um) para cada 05 
(cinco) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 
(dez) leitos; 
• Ventilador pulmonar mecânico micro processado: 01(um) por leito, com 
reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, 
sendo que cada equipamento deve dispor de, no mínimo, 02 (dois) circuitos; 
• Equipamento para ventilação mecânica não invasiva: 01(um) para cada 05 
(cinco) leitos quando o ventilador pulmonar mecânico microprocessado não 
possuir recursos para realizar a modalidade de ventilação não invasiva; 
• Equipamentos de interface facial para ventilação pulmonar não invasiva, 
adaptáveis às idades dos pacientes, 02 (duas) para cada 05 (cinco) leitos 
para a UTI adulto ou pediátrica e 02 (duas) para cada 02 (dois) leitos para a 
UTI neonatal ou mista; 
9 
 
• Ressuscitador manual do tipo balão auto inflável com reservatório e máscara 
facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) para cada 05 
(cinco) leitos; 
• Conjunto de nebulização em máscara: 01(um) por leito; 
• Máscara facial que permita diferentes concentrações: 01 (um) para cada 02 
(dois) leitos, exceto para os serviços neonatais; 
• Equipamento para infusão contínua e controlada de drogas (bomba de 
infusão): 03 (três) por leito, com reserva operacional de 05 (cinco) 
equipamentos para cada 10 (dez) leitos, sendo que, em caso de nutrição 
enteral, deve ser reservada uma bomba de infusão específica para esta 
finalidade; 
• Termômetro: 01(um) por leito; 
• Estetoscópio: 01(um) por leito; 
• Capnógrafo: 01 (um) por unidade; 
• Material de emergência para reanimação, composto por carro ou maleta de 
emergência, contendo medicamentos, ressuscitador manual com reservatório, 
máscaras, laringoscópio completo, tubos endotraqueais, conectores, 
máscaras laríngeas, cânulas de Guedel e fio guia estéril: 01 (um) para cada 
10 (dez) leitos ou fração; 
• Aparelho desfibrilador e cardioversor, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos para a 
UTI-Adulto e 01 (um) para a UTI-Pediátrica ou mista e 01 (um) para a UTI-
Neonatal; 
• Marca passo cardíaco temporário, eletrodos e gerador: 01 (um) para a UTI 
adulto e 01 (um) para a UTI pediátrica ou mista; 
• Aspirador a vácuo portátil: 01 (um) por unidade; 
• Eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) para cada 20 leitos, exceto UTI-Pediátrica, 
Mista ou Neonatal, que deverão ter acesso a este equipamento no próprio 
hospital 24 horas por dia; negatoscópio: 01 (um) por unidade, exceto quando 
a UTI utilizar radiologia digital; oftalmoscópio: 01 (um) por unidade; 
• Otoscópio: 01 (um) por unidade; 
• Equipamento para aferição de glicemia capilar: 01 (um) por unidade; 
• Fitas para aferição de, glicemia capilar, glicosúria e densidade urinária; 
10 
 
• Material de intubação traqueal, um conjunto de laringoscópio com lâminas e 
cânulas endotraqueais de tamanhos variados: 01 (um) para cada 05 (cinco) 
leitos; 
• Material para diálise peritoneal em sistema fechado; 
• Material para drenagem torácica em sistema fechado; 
• Material para punção pericárdica; 
• Material para curativos; 
• Material para flebotomia; 
• Material para acesso venoso profundo; 
• Material para punção lombar; 
• Material para drenagem liquórica em sistema fechado; 
• Material para cateterismo vesical de demora em sistema fechado; 
• Material para traqueostomia; 
• Foco cirúrgico portátil; 
• Relógio visível para todos os leitos; 
• Geladeira, exclusiva para guarda de medicamentos, com monitorização e 
controle da temperatura, 01 (uma) por unidade; 8.1.40 balança portátil: 01 
(uma) por unidade; 
As Unidades de Terapia Intensiva pediátrica e neonatal, além do mencionado, 
devem dispor de: 
• Aparelho de fototerapia: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos neonatais; 
• Poltrona removível destinada ao acompanhante: 01 (uma) para cada leito 
pediátrico; 
• Estadiômetro (régua para aferição de estatura): 01 (um) para a unidade; 
• Fita métrica: 01 (uma) por leito neonatal; 
• Balança: 01 (uma) para a unidade; 
• Material para cateterismo umbilical e exsanguíneo transfusão. 
• Capacetes ou tendas para oxigenoterapia. 
A UTI deve possuir equipamentos e instrumentos de acordo com a complexidade 
do serviço e necessários ao atendimento de sua demanda. Os equipamentos e 
materiais utilizados, nacionais e importados, devem estar regularizados junto à 
Anvisa, de acordo com a legislação vigente. Novos equipamentos ou materiais 
podem substituir os listados neste regulamento técnico, desde que tenham 
11 
 
comprovada sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela 
Anvisa. 
 
Figura 2 – Leito de UTI e UTI neonatal com equipamentos específicos. 
 
Fonte: Internet. 
 
A equipe da UTI deve: 
• Manter instruções escritas referentes a equipamentos e materiais, que podem 
ser substituídas ou complementadas por manuais do fabricante em língua 
portuguesa; 
• Assegurar o estado de integridadedo equipamento; 
• Monitorar o registro da realização das manutenções preventivas e corretivas. 
• Manter os equipamentos de reserva em condições de uso. 
O hospital em que a UTI está inserida deve garantir que o paciente receba 
assistência, por meios próprios ou terceirizados, na própria unidade, a serviços 
como: assistência vascular, assistência ortopédica; assistência social; assistência 
psicológica; assistência farmacológica; assistência hemoterápica etc. O hospital em 
que a UTI está inserida deve dispor, na própria estrutura hospitalar, por meio próprio 
ou terceirizado, dos seguintes serviços diagnósticos e terapêuticos: 
• Serviço radiológico convencional; 
• Serviço de ecodopplercardiografia, com especialidade pediátrica para os 
pacientes pediátricos e neonatais; 
• Serviço de eletroencefalografia; assistência cirúrgica geral 
O hospital em que a UTI está inserida deve garantir o acesso aos seguintes 
serviços diagnósticos e terapêuticos, na sua estrutura ou em outro estabelecimento, 
por meio de acesso formalizado: 
12 
 
• Assistência cirúrgica cardiovascular, com especialidade pediátrica; 
• Assistência cirúrgica vascular 
• Assistência cirúrgica neurológica; 
• Assistência cirúrgica ortopédica; 
• Assistência cirúrgica urológica; 
• Assistência cirúrgica buco-maxilo-facial; 
• Assistência radiológica intervencionista; 
• Serviço de tomografia computadorizada. 
➢ Processos assistenciais 
• Todo paciente internado em UTI deve receber assistência integral e 
interdisciplinar. 
• Todo paciente internado em UTI deve ser avaliado quanto ao seu estado 
clínico em todos os turnos e nas intercorrências clínicas pelas equipes 
médica, de enfermagem e de fisioterapia, com registro legível, assinado e 
datado em prontuário. 
• As assistências nutricional, farmacêutica, psicológica, fonoaudiológica, de 
assistência social e de terapia ocupacional devem estar integradas às demais 
atividades assistenciais prestadas ao paciente. 
• A avaliação de outros profissionais envolvidos na assistência ao paciente 
quando realizada, deve ser registrada, assinada e datada em prontuário, de 
forma legível. 
• A equipe da UTI deve proceder ao uso racional de antimicrobianos, 
estabelecendo protocolos de forma interdisciplinar com as equipes de 
Controle de Infecção e de Farmácia Hospitalar. 
➢ Transporte dos pacientes 
 A UTI deve ter disponível, para transporte de pacientes graves: 
• Maca para transporte de pacientes adultos e pediátricos, com grades laterais, 
suporte para soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio, exceto 
para os serviços neonatais; 
• Incubadora para transporte de pacientes neonatais. 
• Cilindro transportável de oxigênio; 
• Ventilador mecânico para transporte; 
13 
 
• Equipamento portátil para monitoração contínua de eletrocardiograma, 
oximetria de pulso e pressão arterial não invasiva; 
• Medicamentos de emergência como: antiarrítmico, anti-hipertensivo, 
barbitúrico, benzodiazepínico, bronco dilatador, diurético, drogas vasoativas, 
vasodilatador e vasoconstritor coronarianos, anticonvulsivante, glicose 
hipertônica e isotônica, solução fisiológica e água destilada, dentre outros; 
• Materiais e equipamentos de emergência, incluindo ressuscitador manual 
com reservatório, jogo de laringoscópio completo, máscaras, tubos 
endotraqueais, conectores e cânulas de Guedel de numeração 
correspondente ao paciente transportado, fio guia estéril, dentre outros. 
Em caso de transporte intra-hospitalar, o paciente deve ser transportado com o 
prontuário, com o registro de todas as informações relativas ao seu quadro clínico, 
procedimentos e evolução durante o transporte. No transporte de pacientes 
intubados e sob ventilação mecânica, a equipe deverá ter em sua composição pelo 
menos 1 médico, 1enfermeira e 1 técnico de enfermagem. Em caso de transferência 
inter hospitalar, o paciente deverá ser acompanhado de um relatório de 
transferência, o qual será entregue no local de destino do paciente. 
Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo de 
um médico e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o 
atendimento de urgência e emergência. 
Figura 3 - Transporte de pacientes críticos 
 
Fonte: Internet. 
 
➢ Critérios de admissão e alta 
Pela Resolução CFM nº 2.156/2016, a admissão na UTI deve ser dada, 
prioritariamente, aos pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, 
14 
 
com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte 
terapêutico. Já os pacientes estáveis, que necessitam de monitorização intensiva 
contínua, por conta do alto risco de precisarem de intervenção imediata (com ou 
sem limitação de intervenção terapêutica), devem ser admitidos prioritariamente em 
unidades de cuidados intermediários (semi intensivas). 
Para pacientes com doença em processo terminal irreversível ou sem 
possibilidade de recuperação, o CFM recomenda as unidades de cuidados paliativos 
como as mais adequadas. No entanto, mesmo nestas situações, o ingresso desses 
pacientes em uma UTI pode ser justificado em caráter excepcional, “considerando 
as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista”. 
A Resolução CFM nº 2.156/2016 orienta que todas as solicitações de vagas 
para unidade de tratamento intensivo (UTI) deverão ser justificadas e registradas no 
prontuário do paciente pelo médico solicitante. Ela também determina que o serviço 
de UTI de cada instituição hospitalar desenvolva protocolos internos, baseados em 
critérios de internação e alta da nova norma, que estejam de acordo com as 
necessidades específicas dos pacientes, levando em conta as limitações do hospital, 
tais como tamanho da UTI e capacidade de intervenções terapêuticas. Esses 
protocolos devem ser divulgados pelo diretor clínico ao corpo clínico do hospital e 
aos gestores do sistema de saúde. 
Melhor acolhimento –pacientes com doença incurável e em fase terminal 
podem ser tratados com dignidade em outras unidades de internação, como 
enfermaria, apartamentos, unidades intermediárias e de unidades de cuidados 
paliativos. É preciso ressaltar que, nestes casos, o médico deve oferecer todos os 
cuidados paliativos disponíveis, levando sempre em consideração a vontade 
expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal, sem 
empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, se for o caso. 
Este entendimento é disciplinado no artigo 41 do Código de Ética Médica 
(Resolução CFM nº 1.931/09) e também na Resolução CFM nº 1.805/2006, que 
normatiza o atendimento a pacientes em fase terminal de doenças-crônicas. Esta 
última estabelece que, nesta etapa, é permitido ao médico, respeitando-se a vontade 
do paciente ou de seu representante legal, limitar ou suspender procedimentos e 
tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados 
necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de 
uma assistência integral, 
https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2009/1931
15 
 
Sobre a alta das unidades de terapia intensiva, a Resolução CFM nº 
2.156/2016 a permite desde que o paciente tenha seu quadro clínico controlado ou 
estabilizado. Paciente para o qual tenha se esgotado todo o arsenal terapêutico 
curativo ou restaurativo e que possa permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI 
de maneira digna e, se possível, junto com sua família, também é condição para a 
alta. 
A Resolução determina ainda que as decisões sobre admissão e alta em UTI 
devem ser feitas de forma explícita, sem discriminação por questões de religião, 
etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião 
política, deficiência, ou quaisquer outras formas de discriminação. A norma 
estabelece também que a admissão e a alta UTI são de atribuição e competência do 
médico intensivista,levando em consideração a indicação médica, e devem ser 
comunicadas à família ou responsável legal. 
Paciente crítico – Os pacientes que necessitam de internação em UTI têm 
gravidade e possibilidade de recuperação variáveis, segundo o documento. O 
paciente crítico pode necessitar, por exemplo, de intervenção imediata, pois, na 
maioria das síndromes associadas a falências orgânicas, o prognóstico é tempo-
dependente. “Alguns estudos evidenciaram que uma demora de quatro horas, ou 
mais, para a admissão de paciente grave na UTI pode contribuir para o aumento da 
mortalidade e maior tempo de permanência na UTI para recuperação”, aponta a 
justificativa da Resolução. 
A norma do CFM descreve como paciente crítico aquele que apresenta 
instabilidade de um ou mais sistemas orgânicos, com risco de morte. Estes 
necessitam de suporte para disfunções, como ventilação mecânica, hemodiálise e 
suporte circulatório mecânico. Também são considerados críticos os pacientes sem 
nenhuma falência orgânica, mas com alto risco de descompensação e que, por esse 
motivo, necessitam de vigilância e monitoração contínuas. 
A admissão de um paciente na UTI deverá ser priorizada de acordo com uma 
escala de 1 a 5, em que quanto mais baixo o número, maior prioridade o paciente 
terá, considerando, inclusive, as suas chances de recuperação. No número 5 da 
escala, estão pacientes com doença incurável e na fase terminal, ou ainda 
moribundos, sem possibilidade de recuperação. O texto da resolução explicita que, 
"em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se 
forem potenciais doadores de órgãos)". A norma ressalva, no entanto, que o seu 
16 
 
ingresso pode ser justificado "em caráter excepcional" e condicionado ao critério do 
médico. 
➢ Visitante e acompanhante na UTI 
 Há mais de uma década e meia, o relacionamento com o paciente sob 
tratamento hospitalar vem sendo valorizado, o visitante passou a ser considerado 
como parte contribuinte na recuperação do doente. No entanto, sendo o hospital um 
lugar insalubre, pelas atividades exercidas e pela clientela, há necessidades de 
informações claras para a proteção de ambos, pacientes e visitantes, quanto a 
possíveis contaminações. 
 Preconiza – se que tais informações devem ser efetuadas por escrito (em 
folheto impresso), em linguajar claro, sendo que sejam ressaltados alguns pontos 
sobre a visita. Visitantes com qualquer tipo de doença infecciosa, tipo 
gastroenterites, respiratórias ou outras, bem como portadores de febre, dermatites, 
abscessos, não devem visitar pacientes. Quando a visita é imprescindível, o visitante 
deverá fazer uso de avental, máscara e realizar a antissepsia rigorosa das mãos 
antes e após a visita (Figura 4). Todo visitante deve ser supervisionado na lavagem 
das mãos prévia e posteriormente à visita. 
 Para visitas a pacientes imuno suprimidos (transplantados, quimioterapia e 
outras drogas) ou imuno deprimidos (doenças que diminuam a resistência orgânica, 
pós – operatório de grandes cirurgias), bem como unidades de alto risco como UTIs, 
Hematologia, Berçário de Alto Risco, Hemodiálise entre outros, o visitante deverá 
obedecer rigorosamente ao protocolo daquelas unidades de internação. 
 Crianças não podem ser visitantes hospitalares a não ser em situações 
justificáveis. Esta avaliação deverá ser feita pela enfermeira. Médico, ou psicólogo e 
a criança ter acompanhante pessoa responsável e orientada para as informações da 
rotina. Cuidados de lavagem das mãos antes e após a visita devem ser observadas 
rigorosamente (enfatizada pela idade e pelo fato de colocar a mão na boca). 
 A restrição do número de visitantes por paciente está indicada para evitar a 
superlotação dentro das unidades de internamento, o que dificulta a orientação e 
supervisão adequadas. O visitante não deve trazer alimentos ao paciente; quando 
permitido, deverão ser entregues à enfermagem (acondicionados em embalagens 
fechadas), em condições que favoreçam sua conservação e consumo o mais breve 
possível. Rotineiramente, não são permitidas sacolas trazidas pelos visitantes, 
17 
 
evitando que sejam colocadas no chão, sobre a cama, ou mesa de refeições. 
 O visitante não deverá utilizar a cama do paciente ou qualquer outra (sentar, 
deitar), evitando dessa maneira, carregar micro organismos tanto para o leito 
hospitalar quanto para sua roupa. 
 Em relação à plantas e flores, recomenda – se sua colocação do lado de fora 
dos quartos dos pacientes; proibição nas unidades de terapia intensiva, centros 
cirúrgicos e outras áreas onde existam pacientes de maior risco e grande 
concentração de procedimentos invasivos. 
 Recomenda-se que crianças (menores de 12 anos) não entrem na UTI 
enquanto o parente não estiver lúcido. Deve entrar 2 parentes até a porta da UTI, 
porém um só entra na UTI, a não ser que o visitante seja idoso ou menor de idade e 
necessite de amparo. Podem entrar religiosos (identificados na Capelania) para 
confortar e orar pelos pacientes, se solicitado pelas famílias. 
 Objetos pessoais, jóias, dinheiro, etc., não podem permanecer com o paciente 
na UTI. Se seu paciente portava alguma coisa de valor, procure se informar durante 
o dia com a enfermeira – chefe ou o setor de internação. Algumas coisas são 
pessoais como escova de dentes, tipo de pasta dental, desodorantes, sabonetes e 
poderão ser levados para o paciente. Mesmo que seu paciente esteja desacordado 
(em coma) terá seus dentes escovados, banho, etc. 
Figura 4 - Roupas adequadas para visitantes na UTI 
 
Fonte: Internet 
 
RESUMO 
É obrigatória a existência de UTI em todo hospital terciário, e nos secundários que 
apresentem capacidade igual ou superior a 100 leitos, bem como nos 
especializados. É obrigatória a existência de UTI Neonatal nos hospitais que 
realizem mais de 4000 partos por ano. A UTI deve obedecer aos requisitos de 
18 
 
Unidades de Terapia Intensiva determinados na RDC/Anvisa n. 50, de 21 de 
fevereiro de 2002, RDC/Anvisa n. 307, de 14 de novembro de 2002 e RDC/Anvisa 
nº. 189, de 18 de julho de 2003, e prover meios de garantir a privacidade dos 
pacientes. O médico coordenador e o enfermeiro coordenador têm a 
responsabilidade de planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos. O 
manual de normas e rotinas técnicas deve contemplar, no mínimo, os seguintes 
procedimentos: Médicos; De enfermagem; De fisioterapia; De biossegurança; De 
processamento de artigos e superfícies; De controle de operação e manutenção de 
equipamentos; De transporte do paciente grave. Todo paciente grave deve ser 
transportado com o acompanhamento contínuo de um médico e de um enfermeiro, 
ambos com habilidade comprovada para o atendimento de urgência e emergência 
 
 
2. HUMANIZAÇÃO NA UTI 
 Na maioria das vezes, os pacientes internados em uma UTI são dependentes e 
mediante a falta de controle de si mesmo sentem-se imponentes, e ao seu redor ficam 
pessoas ativas e ocupadas, o que frequentemente pode ser um coadjuvante para a 
instalação de sentimentos de isolamento e ansiedade. 
 Tem-se visto nos últimos anos um considerável aprimoramento e crescimento de 
ações concretas destinadas a promover a humanização da assistência hospitalar no 
âmbito das UTI’s, visto que a Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente que concentra 
pacientes graves, mas recuperáveis e cuidados por profissionais que se empenham em 
maximizar suas chances de vida, e de uma vida melhor e com uma assistência de 
qualidade e humanizada. 
 O termo humanizar se refere a tornar benévolo, afável, tratável, fazer adquirir hábitos 
sociais polidos; civilizar. De acordo com valores éticos consiste em tornar uma pratica 
bela, por mais que ela lide com o que tem de mais doloroso, triste e degradante na 
natureza humana. É a possibilidade de assumir uma posição de reconhecimentodos 
limites e ética de respeito ao semelhante. No trabalho de humanização o ponto chave é o 
fortalecimento desta posição ética de articulação do cuidado técnico cientifico conhecido 
e dominado, ao cuidado que incorpora a exploração, necessidade e o acolhimento do 
imprevisível, do incontrolável, ao indiferente e singular. 
 Os pacientes que necessitam de uma internação dessa complexidade não precisam 
19 
 
de um atendimento mecanicista que visa somente a parte tecnológica e cientifica da 
situação, eles necessitam que o profissional que o está atendendo promova a assistência 
diretamente voltada a ele como ser humana que precisa de atenção biopsicossocial e 
espiritual. 
 É normal deparar-se com a cena de um paciente internado ser tratado como se 
fosse mais um leito ou um caso de doença, com regras institucionais rígidas em relação a 
acompanhantes e visitas. São determinados os horários de visitas e a quantidade de 
pessoas que podem visitar, levando em consideração a instituição e não a necessidade 
do paciente. O paciente é descaracterizado do seu mundo real no momento da 
internação com a exigência de entrega de todos os seus pertences, além do estresse que 
os doentes são submetidos, no ambiente da UTI são privados da companhia de pessoas 
queridas da família e amigos. 
 É importante manter a familiar informada, levar a eles o conhecimento de tudo o 
que está acontecendo, principalmente o que se faz aos pacientes internados e como é o 
trabalho dos funcionários dessa unidade, para melhor entender e conhecer o que é uma 
UTI, assim é mais fácil para a família ficar segura de que a pessoa internada receberá 
toda a assistência de que necessita. 
 É necessário que haja uma interação entre quem cuida e quem é cuidado, e que 
nessa interação aconteçam trocas de informações e sentimentos. Segundo AMIB (2004) 
a humanização é um conjunto que engloba: o ambiente físico, o cuidado dos pacientes e 
seus familiares e as relações entre a equipe de saúde. As interações dentro da UTI visam 
tornar efetiva a assistência ao indivíduo doente, considerando-o como um todo bio-psico-
sócio-espiritual. 
 O profissional de saúde deve promover um ambiente de equilíbrio favorável que o 
paciente e seus familiares se sintam tranquilos e confiantes para enfrentarem e 
compreenderem o tratamento. 
• Ambiente da UTI 
Algumas medidas podem ser tomadas para tornar o local mais adequado para um 
atendimento humanizado. A seguir listaremos algumas dessas medidas. 
a) Cor: usar tons claros com o objetivo de transmitir tranquilidade, paz e sensação de 
ambiente limpo; 
b) Luz: deve-se, sempre que possível, usar a luz natural para dar noção de tempo e 
espaço. 
20 
 
c) Temperatura: manter a temperatura agradável, respeitando os limites 
recomendados. 
d) Ruídos: manter o ambiente calmo e silencioso, minimizando o desconforto do 
paciente; 
e) Boxe individual: para garantir a privacidade dos pacientes. 
f) Sala de espera: para o recebimento dos familiares. Deve ser um local 
aconchegante e tranquilo. 
• Relacionamento entre profissional e paciente/familiares 
 A humanização não está relacionada apenas as mudanças no ambiente físico, 
mas ao comportamento e atitudes da equipe diante do paciente e sua família (Figura 
5). Por isso, é necessário que o profissional tenha, além das habilidades técnicas, a 
sensibilidade para enxergar as necessidades humanas dos pacientes. Algumas ações 
podem contribuir para o fortalecimento desse relacionamento humanizado, tais como: 
o Os profissionais devem se identificar pelo nome e demonstrar disponibilidade; 
o Todo paciente deve ser tratado pelo nome; 
o Oferecer segurança emocional e física; 
o Saber ouvir o paciente e valorizar suas queixas; 
o Aliviar a dor e o sofrimento; 
o Proporcionar privacidade; 
o Respeitar e dar apoio a família nos momentos difíceis; 
o Respeitar e apoiar os colegas de trabalho; 
o Demonstrar paciência; 
o Permitir a presença de um acompanhante por mais tempo de acordo com a 
necessidade do paciente; 
o Oferecer informações pessoalmente e diariamente aos familiares; 
o Respeitar as particularidades religiosas de cada paciente; 
o Permitir que os familiares acompanhem o processo de tratamento; 
o Fornecer cuidados paliativos em casos terminais; 
o Demonstrar atitude, respeito, ética e profissionalismo; 
o Informar ao paciente todos os procedimentos que serão realizados; 
o Preservar a autonomia do paciente e familiar. 
Figura 5 – Humanização na UTI 
21 
 
 
Fonte: Internet. 
 
3. O PACIENTE COM PROBLEMAS CARDÍACOS NA UTI 
 São várias as patologias do sistema cardiovascular que podem levar o paciente a 
UTI. Entre eles se destacam os pós-operatórios de cirurgias cardíacas, doença cardíaca 
coronariana, aterosclerose, emergências hipertensivas, insuficiência cardíaca congestiva, 
angina e infarto agudo do miocárdio. O diagnóstico dessas patologias é feito geralmente 
através de exames como eletrocardiograma, radiografia de tórax, ecocardiograma, 
exames laboratoriais para investigar as enzimas cardíacas e exame clínico e anamnese. 
 Entre os cuidados de enfermagem mais importantes estão: 
- Verificar e registrar periodicamente os sinais vitais do paciente, principalmente 
pressão arterial, frequência cardíaca e ritmo cardíaco; 
- Administrar oxigenoterapia para aliviar o desconforto respiratório; 
- Posicionar o paciente de acordo com seu nível de conforto; 
- Fornecer cuidados de maneira calma e eficiente; 
- Manter o ambiente tranquilo; 
- Manter o paciente em repouso; 
- Administrar medicações prescritas de acordo com a causa do problema 
cardiovascular; 
- Monitorizar e avaliar a presença de edemas; 
- Manter acesso salinizado, de acordo com prescrição médica; 
- Avaliar e monitorizar o débito urinário; 
- Registrar rigorosamente os líquidos administrados e eliminados. 
- Avaliar o nível de dor do paciente; 
- Avaliar as respostas do paciente ao tratamento imposto e possíveis reações 
adversas; 
22 
 
- Prevenir complicações; 
 
➢ RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR NA UTI 
 A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre homens, 
mulheres e crianças em todo o mundo, este fato é sem duvida uma das maiores 
preocupações entre os seres humanos. Existem relatos da ressuscitação cardiopulmonar 
desde a Antiguidade, onde muitos avanços têm acontecido nos últimos anos contribuindo 
para que muitas vidas possam ser salvas. 
 Doenças do coração são responsáveis por muitas mortes em todo o 
mundo. Sabemos que o sucesso na recuperação de uma parada cardíaca 
respiratória (PCR) depende de uma série de intervenções, dentro e fora dos 
hospitais. Se uma dessas ações for negligenciada, a recuperação da vítima poderá não 
acontecer de forma adequada, deixando alterações neurológicas irreversíveis. 
 A PCR possui várias causas, dentre as mais comuns cita-se a obstrução 
de vias aéreas por corpos estranhos ou queda da base da língua, o choque 
elétrico, overdose de drogas, choque hemorrágico e ataque cardíaco. 
A equipe deve estar treinada e capacitada para a sua realização, pois 
está técnica deve ser desempenhada com seriedade absoluta, onde os fatores 
tempo x vida são essenciais. A American Heart Association (AHA) é uma entidade 
americana responsável por grande parte dos protocolos de primeiros socorros e 
emergências médicas que são utilizados no mundo. Através de pesquisas muito bem 
fundamentadas, a AHA é responsável pelas atualizações neste protocolo. A RCP é um 
conjunto de procedimento utilizados na vítima de PCR, na 
tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea 
- DEFINIÇÃO 
• Cessação abrupta das funções cardíaca, respiratória e cerebral. 
• São sinais clínicos da PCR: 
o Inconsciência; 
o Ausência de pulso; 
o Ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou respiração agônica 
(gasping). 
• É determinadapor quatro ritmos cardíacos: assistolia, atividade elétrica sem pulso 
(AESP), fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem pulso⁽¹⁾. 
23 
 
- DADOS EPIDEMIOLÓGICOS: 
• 35% das mortes no Brasil são por causas cardiovasculares, resultando em 300 mil 
óbitos/ano 
• Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada 
cardiorrespiratória (PCR), em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas 
são cruciais para melhor resultado do atendimento 
SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) 
 
• O atendimento da PCR é descrito na literatura como Ressuscitação 
Cardiopulmonar (RCP), que compreende uma sequência de manobras e 
procedimentos destinados a manter a circulação cerebral e cardíaca, e garantir a 
sobrevida do paciente⁽⁴⁾. 
• As Diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015, propõe novas 
recomendações sobre a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento 
Cardiovascular de Emergência (ACE). Uma das alterações, foi a utilização de 
“Cadeias de Sobrevivência” distintas para pacientes que sofrem uma PCR no 
ambiente intra ou extra-hospitalar. Essa alteração aconteceu devido as diferenças 
existentes nos processos até que os pacientes sejam encaminhados à unidade de 
cuidados intensivos, onde serão fornecidos os cuidados pós-PCR. 
 
RECONHECIMENTO E ACIONAMENTO IMEDIATO DO SERVIÇO MÉDICO DE 
EMERGÊNCIA 
O profissional de saúde deve reconhecer a PCR: 
• Avalie a responsividade: Chame o paciente pelo nome! 
• Avalie a respiração e pulso simultaneamente por 10 segundos. 
• Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e 
pulso, solicite a outro profissional, de forma clara e objetiva, que: 
o Acione a equipe médica; 
o Traga o carro de emergência; 
o Traga o desfibrilador/DEA. 
Após os comandos, iniciar imediatamente a Sequência de Atendimento C – A – B: 
• C: Compressões torácicas de alta qualidade; 
• A: Vias aéreas – abrir vias aéreas; 
24 
 
• B: Boa ventilação – garantir via aérea avançada. 
RCP IMEDIATA DE ALTA QUALIDADE 
• Após o acionamento do serviço médico, deve-se iniciar as compressões torácicas 
e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por causa cardíaca ou 
não cardíaca⁽⁴⁾. 
Compressões Torácicas de Alta Qualidade: 
• Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem flexionar 
os cotovelos (Figura 6); 
• Frequência: 100 a 120 compressões/ minuto; 
• Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas (6 cm); 
• Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se sobre o tórax 
entre as compressões; 
• Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as compressões por 
mais de 10 segundos; 
• Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível. 
Figura 6 – Compressão torácica na RCP. 
 
Fonte: Internet. 
Relação Ventilação-Compressão adequada: 
• Sem via aérea avançada: 
o Realizar abertura de vias aéreas; 
o Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30 compressões: 2 ventilações (até 
a garantia de uma via aérea avançada); 
• Com via aérea avançada: 
25 
 
o Compressões contínuas a uma frequência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação 
a cada 6 segundos (10 respirações por minuto) 
RÁPIDA DESFIBRILAÇÃO 
• Assim que chegar o Desfibrilador Externo Automático (DEAs/DAEs): Verificar o 
ritmo; 
• Em caso de ritmo chocável (Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem 
Pulso): 
o Aplique 1 choque; 
o Reinicie a RCP por 2 minutos até o DEA avisar sobre a verificação do ritmo; 
o Continue até que o Suporte Avançado de Vida assuma ou a vítima se 
movimente. 
• Em caso de ritmo não chocável: 
o Reinicie a RCP por 2 minutos, até ser avisado pelo DEA para verificação do 
ritmo; 
o Continue até que o pessoal do SAV assuma ou até que a vítima se 
movimente 
 É essencial que a equipe de enfermagem esteja atualizada e capacitada para a 
execução dos protocolos da instituição, entendendo suas particularidades, uma vez que 
um bom atendimento pode determinar a sobrevivência do paciente. 
Medicamentos mais utilizadas na PCR⁽³′⁴⁾: 
• Epinefrina – vasopressor para ressuscitação, pode ser utilizada logo após o início 
da PCR devido a um ritmo não chocável; 
• Lidocaína e Amiodarona – ambas são indicadas para evitar recorrência da 
fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso; 
• Beta bloqueadores – indicada para tratamento pós-PCR por FV ou TVSP, pois 
está relacionado com maior probabilidade de sobrevivência. No entanto, devem 
ser avaliados caso a caso, pois podem ocasionar uma grave instabilidade 
hemodinâmica, exacerbar a bradiarritmia e insuficiência cardíaca. Alguns 
pacientes que já eram cardiopatas e faziam uso de Beta-bloqueadores antes, pode 
ser indicado manter a prescrição para melhor prognóstico. 
Cuidados pós-PCR 
• Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR: 
o Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o 
26 
 
RCE; 
o Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo 
sistema de tratamento pós-PCR; 
o Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis; 
o Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica; 
o Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar 
ventilação excessiva e hiperóxia. 
 
 
RESUMO 
 
 São várias as patologias do sistema cardiovascular que podem levar o paciente a 
UTI. Entre eles se destacam os pós-operatórios de cirurgias cardíacas, doença cardíaca 
coronariana, aterosclerose, emergências hipertensivas, insuficiência cardíaca congestiva, 
angina e infarto agudo do miocárdio. Doenças do coração são responsáveis por muitas 
mortes em todo o mundo. Sabemos que o sucesso na recuperação de uma parada 
cardiorrespiratória (PCR) depende de uma série de intervenções, dentro e fora dos 
hospitais. Se uma dessas ações for negligenciada, a recuperação da vítima poderá não 
acontecer de forma adequada, deixando alterações neurológicas irreversíveis. A 
American Heart Association (AHA) é uma entidade americana responsável por grande 
parte dos protocolos de primeiros socorros e emergências médicas que são utilizados no 
mundo. A RCP é um conjunto de procedimentos utilizados na vítima de PCR, na 
tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea. 
 
4. PACIENTES COM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS 
 Seja qual for a patologia que leve o paciente à Unidade de Terapia Intensiva, ele 
estará sujeito à insuficiência no sistema respiratório. Isto se comprova pelo alto índice, 
nas Unidades de Terapia Intensiva, de pacientes com insuficiência respiratória como 
causa primária da internação, ou secundária em pacientes já internados devido a outras 
afecções. Insuficiência Respiratória existe quando um paciente não é capaz de manter as 
tensões de seus gases sanguíneos dentro dos limites normais. 
 O tipo de insuficiência respiratória encontrada em UTI tem evolução relativamente 
rápida, ao contrário da deterioração gradual das doenças respiratórias crônicas. Ela 
27 
 
resulta da incapacidade progressiva do sistema respiratório remover dióxido de carbono 
do sangue venoso e de adicionar oxigênio a ele, por um período que varia desde alguns 
momentos até alguns dias. 
 Alguns fatores podem ser considerados como predisponentes à insuficiência 
respiratória: obesidade, idade avançada e exacerbação da doença pulmonar crônica 
(enfisema, bronquite crônica). Estas causas primárias são agravadas pelo uso de drogas 
anestésicas, por lesão da caixa torácica ou distensão abdominal, levando a alterações 
ventilatórias. Além disso, a dor e a imobilização contribuem muito para a instalação do 
processo de atelectasia. 
 Vale ainda destacar a distinção entre insuficiência respiratória aguda e crônica. A 
primeira se instala em minutos ou horas e se caracteriza por instabilidade,isto é, a troca 
gasosa piora à medida que o quadro evolui. Já a segunda, se instala ao longo de dias, 
semanas ou meses e se estabiliza através de mecanismos fisiológicos compensatórios. 
 Os objetivos do tratamento de pacientes com IRespA incluem: alívio do desconforto 
respiratório com resolução dos sinais e sintomas relacionados à hipoxemia e/ou 
hipercapnia, reversão da acidose respiratória e da hipoxemia, além de uma oferta de 
oxigênio adequada aos tecidos do organismo. O tratamento é essencialmente de suporte 
enquanto “se ganha tempo” para correção do fator precipitante e a terapia da doença de 
base. 
Figura 7- Dispositivos utilizados para tratamento da IResp 
 
A, Cateter nasal; B, Máscara de Venturi (1, fonte de O2 a 100% em orifício padrão 
conforme a FIO2desejada, 2, entrada de ar ambiente); C, Máscara de aerosol (1, 
oxigênio do nebulizador); D, Máscara com reservatório (1, reservatório preenchido 
com O2 a 100%, 2, membrana unidirecional para inalação, 3, membrana 
28 
 
unidirecional para exalação, 4, entrada de ar ambiente de segurança). 
Fonte: Internet. 
 
1. Suporte ventilatório mecânico 
O suporte ventilatório mecânico seja de forma invasiva ou não invasiva está 
indicado nos quadros de IRespA com os seguintes objetivos: 
o Alívio do desconforto respiratório 
o Correção da acidose respiratória e da hipoxemia 
o Reversão da fadiga muscular respiratória 
o Reversão e/ou e prevenção de atelectasias 
o Diminuição do consumo de O2 da musculatura respiratória 
o Aumento da oferta de O2 aos tecidos 
o Diminuição da hipertensão intracraniana 
Se possível, o suporte ventilatório com pressão positiva pode ser ofertado de 
forma não-invasiva por máscaras ou interfaces especiais. Tal estratégia deve ser 
considerada em casos menos graves de pacientes com exacerbação de DPOC e 
outras condições clínicas (vide capítulo de VNI) desde que não apresente as contra 
indicações abaixo: 
o Agitação psicomotora intensa 
o Alterações do nível de consciência (Escore de Glasgow inferior a 8) 
o Instabilidade hemodinâmica, choque 
o Arritmias graves 
o Incapacidade de proteção das vias aeras superiores, comprometimento da 
eficiência da tosse 
o Lesões faciais que impossibilitem uso de máscaras 
o Hemorragia digestiva alta 
Obviamente para a grande maioria dos casos, sobretudo os mais graves, se fará 
necessária a intubação traqueal. Vale ressaltar que trata-se de um procedimento 
com indicação em bases clínicas, não se devendo aguardar resultados de 
gasometria arterial para a tomada de decisão quanto a intubação. 
Cuidados gerais de enfermagem diante de insuficiência respiratória 
- Aspiração das vias aéreas; 
- Posicionamento adequado do paciente; 
29 
 
- Precauções contra aspiração; 
- Assistência ventilatória; 
- Monitorização hidroeletrolítica; Monitorização respiratória; Monitorização de 
sinais vitais. 
 
RESUMO 
 
O tipo de insuficiência respiratória encontrada em UTI tem evolução relativamente rápida, 
ao contrário da deterioração gradual das doenças respiratórias crônicas. Ela resulta da 
incapacidade progressiva do sistema respiratório remover dióxido de carbono do sangue 
venoso e de adicionar oxigênio a ele, por um período que varia desde alguns momentos 
até alguns dias. Alguns fatores podem ser considerados como predisponentes à 
insuficiência respiratória: obesidade, idade avançada e exacerbação da doença pulmonar 
crônica (enfisema, bronquite crônica). 
 
5. PACIENTE NEUROLÓGICO E POLITRAUMA NA UTI 
 Milhares de pessoas são acometidos diariamente por problemas neurológicos, tais 
como Acidente Vascular Encefálico (AVE), Hemorragia subaracnóidea (HSA), 
Aneurismas, Trauma Crânio Encefálico (TCE), Trauma Raquimedular (TRM) etc. E, na 
maioria dos casos, esses pacientes necessitam de tratamento cirúrgico e intensivo pois 
necessitam de monitorização completa e contínua. 
 A assistência de enfermagem é indispensável na monitorização neurológica, pois 
está inteiramente envolvida desde o preparo dos materiais utilizados na assistência de 
enfermagem e aos pacientes até a manutenção correta das monitorizações invasivas, 
bem como na prevenção de complicações. A avaliação de enfermagem do paciente 
neurológico deve incluir o monitoramento do nível de consciência, a reação pupilar, as 
funções motoras e a observação dos sinais vitais. A atuação da enfermagem em uma UTI 
deve estar voltada para a detecção precoce de alterações hemodinâmicas e 
neurológicas. 
 As doenças neurológicas podem ter diferentes origens: hereditária/genética ou 
congênita, ou seja, dependente de um distúrbio do desenvolvimento embrionário ou fetal 
do sistema Nervoso Central ou Periférico; adquirida ao longo dos diferentes períodos da 
vida, desde a fase neonatal até à velhice. O paciente com sequelas neurológicas 
30 
 
apresenta uma série de alterações orgânicas e psíquicas em decorrência da não 
aceitação da doença e, consequente, não aceitação do seu corpo, visualizado como 
representante desta condição. 
 Os distúrbios neurológicos comumente causam lesões temporárias ou permanentes 
que prejudicam o indivíduo em suas funções tornando-o um dependente parcial ou total 
de outras pessoas. Eles podem limitar de modo significativo o desempenho funcional do 
indivíduo, com consequências negativas nas relações pessoais, familiares, sociais e, 
sobretudo na qualidade de vida. 
 A cirurgia neurológica é indicada para diversos distúrbios neurológicos. Ela é parte 
integrante do tratamento de pacientes neurológicos, dentre eles: tumores cerebrais, 
malformações arteriovenosas e aneurismas. 
 No paciente com problema neurológico, geralmente, o nível de consciência diminui à 
medida que a PIC se eleva. Inicialmente, o paciente pode evidenciar inquietação, 
confusão e combatividade. Isso descompensa, então, os níveis inferiores de consciência, 
variando da letargia até a obnubilação e ao coma. As reações pupilares começam a 
diminuir, com pupilas lentamente reativas até chegarem a pupilas fixas e dilatadas. O 
exame pupilar deve ser realizado e deve incluir o tamanho e simetria (comparação do 
lado Direito e Esquerdo), foto reação e simetria. A agitação, as contraturas musculares, 
os tremores e relacionar a presença de cefaleia com variações de PA. 
 Outro item importante é a presença de convulsões, pois estas indicam inicio das 
alterações agudas no SNC. Elas devem ser observadas e acompanhadas quanto à hora 
de início e término, onde começaram os movimentos ou rigidez, tipo de movimento da 
parte comprometida. 
 As intervenções de Enfermagem para tratar a PIC elevada incluem a manutenção do 
alinhamento corporal, evitar mudar a posição lateral da cabeça de forma brusca e a 
flexão ostensiva do quadril, para evitar o aumento da pressão intra-abdominal. A rotação 
lateral da cabeça também pode causar compressão da veia jugular diminuindo ou 
cessando a drenagem do sangue venoso. 
 O enfermeiro ao cuidar do paciente neurológico deve estar sempre atento, pois o seu 
quadro pode alterar rapidamente e ele deve saber lidar com as intercorrências, não pode 
estar só atento ao monitor. O enfermeiro deve ter o cuidado com a elevação da cabeceira 
do paciente, com o período de troca dos cateteres, com as anotações dos parâmetros 
registrados pelos equipamentos, assim como os horários e aprazamentos dos 
31 
 
medicamentos administrados ao paciente, sem esquecer-se das coletas de sangue para 
gasometria e principalmente oferecer uma assistência humanizada, sem medos e receios 
de complicações, mas com confiança e conhecimento para enfrenta-las. 
Cuidados gerais de enfermagem ao paciente neurológico: 
- Avaliação Neurológica do Paciente 
- Monitorização hemodinâmica 
- Estabelecer acesso venoso de grosso calibre 
- Avaliação do nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow) 
- Avaliação do padrão respiratório 
- Posicionamento adequado- Avaliar a presença de movimentos involuntários 
➢ POLI TRAUMA NA UTI 
 O poli trauma é uma síndrome decorrente de lesões múltiplas, com reações 
sistêmicas sequenciais que podem levar à falha ou a disfunção de órgãos ou sistemas 
vitais não diretamente lesados pelo trauma. Epidemiologicamente, o trauma representa, 
atualmente, a terceira causa de morte Mundial. Segundo as estatísticas, em um dia 
médio, 170.0 homens, mulheres e crianças sofrem traumatismos, e aproximadamente 
400 morrem com resultado de suas lesões. Lesão acidental é o maior assassino de 
pessoas entre as idades de 1 a 4 anos. 
 A vítima do trauma é considerada parcialmente grave, pois seu estado poderá se 
deteriorar rapidamente atingindo várias partes do organismo e colocando o indivíduo em 
risco de vida. Dessa forma a gravidade da lesão são determinadas pelos traumas que 
podem ser menores, quando atinge um único sistema, ou maiores, quando as lesões são 
graves e atinge múltiplos sistemas. 
 O avanço tecnológico traz com ele os acidentes de trânsito, tornando-os muitos 
frequentes em nosso meio, o que eleva o índice das lesões traumáticas podendo levar o 
indivíduo à inatividade. Apesar dos grandes esforços das equipes responsáveis pelo 
atendimento ao poli traumatizado, as taxas de morbidade e mortalidade ainda são 
assustadoras. 
 Nos poli traumatismos referem que a mortalidade é classificada em três níveis 
subsequentes: imediata, precoce e tardia. No índice de imediata, as mortes são relativas 
às que acontecem logo após o acidente devido a lesões cerebrais graves, traumatismos 
cervicais e lesões em grandes vasos ou coração. A taxa de mortalidade precoce refere às 
32 
 
mortes ocorridas dentro de duas horas após o trauma, causadas por traumatismos crânio 
encefálico, torácico, abdominal e hemorragia; nesse tempo, os pacientes ainda 
apresentam grandes chances de recuperação quando atendidos adequadamente. E as 
estatísticas de mortalidade tardia relacionam à ocorrência de septicemia e falência 
múltiplas dos órgãos, podendo também estar ligada ao traumatismo crânio encefálico. 
 Apesar do índice de mortalidade ainda ser elevado, os números da mortalidade 
imediata tem regredido nos últimos anos. Isso decorrente de uma melhoria na qualidade 
e rapidez do atendimento pré-hospitalar e à evolução dos protocolos que sistematizam o 
atendimento inicial ao paciente poli traumatizado. Atualmente, pacientes em condições de 
extrema gravidade podem ser recuperados no local do acidente, para depois, então, ser 
encaminhados aos centros especializados para tratamento. 
• Tipos de Traumatismos 
 O doente poli traumatizado é, quase sempre, um doente em estado crítico, devido a 
gravidade e complexidade das lesões que apresenta, pelo que as equipas de 
enfermagem devem estar atentas e preparadas para atuar aos diversos níveis. Como 
frequentemente coexistem várias lesões, será em seguida realizada uma breve 
abordagem às principais situações em traumatologia, nomeadamente: 
• Traumatismo craniano; • Traumatismo vertebro medular; 
• Lesões maxilo-faciais; 
• Traumatismo torácico; 
• Traumatismo abdominal; 
• Traumatismo pélvico; 
• Lesões genito-urinárias; 
• Traumatismo das extremidades 
 O tratamento hospitalar ao poli traumatizado inicialmente inclui a preparação do 
ambiente para o paciente buscando o material de intubação, soluções salinas aquecidas, 
preparo dos monitores, comunicação com a radiologia para que esta se prepare. O 
pessoal que recebe este tipo de paciente deve estar paramentado para proteção 
individual contra hepatite, AIDS, etc., usando avental cirúrgico, máscara, luvas e óculos 
de proteção. 
 O paciente é abordado segundo o ATLS, de maneira simples e objetiva, buscando 
cuidar de: 
1. Vias aéreas (imobilização cervical). 
33 
 
2. Respiração e ventilação. 
3. Circulação e controle da hemorragia. 
4. Avaliação do estado neurológico. 
5. Analisar exposição: despir o paciente, mas prevenir hipotermia. 
 
 
RESUMO 
Milhares de pessoas são acometidos diariamente por problemas neurológicos, tais como 
Acidente Vascular Encefálico (AVE), Hemorragia subaracnóidea (HSA), Aneurismas, 
Trauma Crânio Encefálico (TCE), Trauma Raquimedular (TRM) etc. E, na maioria dos 
casos, esses pacientes necessitam de tratamento cirúrgico e intensivo pois necessitam 
de monitorização completa e contínua. As doenças neurológicas podem ter diferentes 
origens: hereditária/genética ou congênita, ou seja, dependente de um distúrbio do 
desenvolvimento embrionário ou fetal do sistema Nervoso Central ou Periférico; adquirida 
ao longo dos diferentes períodos da vida, desde a fase neonatal até à velhice. A 
avaliação de enfermagem do paciente neurológico deve incluir o monitoramento do nível 
de consciência, a reação pupilar, as funções motoras e a observação dos sinais vitais. A 
atuação da enfermagem em uma UTI deve estar voltada para a detecção precoce de 
alterações hemodinâmicas e neurológicas. O poli trauma é uma síndrome decorrente de 
lesões múltiplas, com reações sistêmicas sequenciais que podem levar à falha ou a 
disfunção de órgãos ou sistemas vitais não diretamente lesados pelo trauma. 
Epidemiologicamente, o trauma representa, atualmente, a terceira causa de morte 
Mundial. A vítima do trauma é considerada parcialmente grave, pois seu estado poderá 
se deteriorar rapidamente atingindo várias partes do organismo e colocando o indivíduo 
em risco de vida. 
 
6. PROPLEMAS RENAIS NA UTI 
 A Injúria ou Insuficiência Renal Aguda (IRA) ocorre quando há uma agressão súbita 
aos rins, causando uma redução transitória do seu funcionamento. Após afastar o fator 
agressor, pode haver recuperação completa ou parcial da função renal ou até mesmo não 
recuperar. Enquanto na Doença Renal Crônica a lesão progride de maneira lenta e 
irreversível, na IRA ela se instala rapidamente e há chances de ser revertida, sem o 
paciente precisar de hemodiálise. Caso ocorra uma agressão grave e persistente aos 
http://doencarenal.com.br/novidades/doenca-renal-cronica/
34 
 
rins, a recuperação pode não ser completa. Então, o paciente que inicialmente 
apresentava uma IRA, pode passar a ter uma Doença Renal Crônica. 
 Quando ocorre uma lesão grave aos rins, a filtração do sangue pode ficar tão 
comprometida a ponto de ser necessária hemodiálise de urgência. Felizmente isso não 
acontece em todos os pacientes com IRA. 
 Pacientes idosos ou que já apresentam alguma doença renal prévia estão mais 
predispostos a desenvolver IRA. Os rins também “envelhecem” com o passar dos anos, 
portanto, pessoas idosas já apresentam uma função renal reduzida mesmo que não 
tenham nenhuma doença renal. 
 A IRA é uma complicação muito frequente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), 
contribuindo significativamente para o aumento da mortalidade nesse grupo de pacientes. 
Idealmente, todos os pacientes com IRA devem ser acompanhados por um nefrologista, 
que poderá identificar e afastar os fatores agressores para que seja interrompido o 
processo de lesão renal. Quanto maior for a demora para se interromper a agressão, 
maiores são as chances dos rins ficarem com sequelas e o paciente evoluir para uma 
Doença Renal Crônica. 
 Inúmeros são os fatores que podem causar uma Injúria Renal Aguda (IRA), 
citaremos aqui os mais relevantes: 
1. Desidratação: provocada geralmente por diarreia e vômitos intensos ou por abuso 
de diuréticos. 
2. Choque circulatório: queda da pressão arterial gerando uma baixa irrigação de 
sangue nos tecidos do corpo, inclusive os rins. É provocado geralmente por uma 
infecção muito grave e generalizada (sepse) ou por uma perda importante de 
líquidos, como nas hemorragias. 
3. Sepse: uma das principais causas de IRA em UTI ocorre quando o paciente 
apresenta uma infecção grave em alguma parte do corpo e as bactériasatingem a 
corrente sanguínea, podendo causar ou não um choque circulatório. 
4. Obstrução do canal urinário: provocada por cálculos, tumores ou pelo crescimento 
da próstata. Caso não seja realizada uma desobstrução rápida, a função renal 
pode piorar rapidamente, muitas vezes necessitando até de hemodiálise. 
5. Glomerulonefrite Aguda: muitas nefrites são diagnosticadas após o paciente ter 
apresentado um quadro de IRA. A confirmação diagnóstica deve ser feita 
rapidamente através de uma biópsia renal, para que o tratamento específico seja 
http://doencarenal.com.br/novidades/insuficiencia-renal-aguda/%22http:/doencarenal.com.br/doencas-renais/hemodialise/
http://doencarenal.com.br/doencas-renais/glomerulonefrites/
35 
 
iniciado o quanto antes. Muitas vezes a biópsia renal não está disponível, nestes 
casos opta-se por tratar o paciente mesmo sem a biópsia pela gravidade do 
quadro. 
6. Cirrose Hepática: o paciente cirrótico apresenta uma dilatação nos vasos 
sanguíneos do abdome, o que pode provocar uma baixa irrigação de sangue nos 
rins. 
7. Insuficiência cardíaca descompensada: o coração é a bomba de sangue do corpo, 
quando o paciente apresenta uma insuficiência cardíaca descompensada ocorre 
um baixo débito de sangue para todos os órgãos, inclusive os rins. 
 Se o paciente possui um bom funcionamento renal, é comum não apresentar 
sintomas diante de uma IRA leve ou moderada. Por outro lado, se a injúria for grave ou 
se o paciente já tiver um rim com Doença Renal Crônica avançada, poderá apresentar 
sintomas como mal estar, vômitos, aumento da pressão e falta de ar. Como a IRA pode 
não causar sintomas, a realização de exames laboratoriais e de imagem é muito 
importante para seu diagnóstico e para investigação dos possíveis fatores agressores. 
 Consideramos que um paciente apresenta uma IRA quando sua creatinina 
aumenta mais do que 0,3 mg/dL em 48 horas ou quando ocorre uma elevação da 
creatinina acima de 50% num período de 7 dias. Em todo paciente com IRA deve-se 
sempre tentar identificar o fator agressor e afastá-lo o mais rápido possível para prevenir 
que ocorram mais lesões. A partir da história que o paciente ou seus familiares contam, 
na maioria dos casos já se consegue identificar o que ocasionou a piora do 
funcionamento renal. Serão então realizados exames laboratoriais para a confirmação do 
diagnóstico. Em alguns casos são necessários exames de imagem como Ultrassom ou 
Tomografia Renal sem contraste para ajudar no diagnóstico da causa da IRA, 
principalmente naqueles pacientes em que se suspeita de uma obstrução do canal 
urinário. 
 Para o tratamento o primeiro passo é identificar e afastar o fator agressor aos rins o 
mais rápido possível. Então, devem ser adotadas medidas para minimizar o aparecimento 
de mais lesões renais: 
8. Suspender medicações tóxicas ao rim quando possível, muitas vezes esta medida 
é inviável pelo fato do medicamento ser essencial no tratamento de alguma 
doença. 
9. Evitar quedas na pressão arterial. Em uma Unidade de Terapia Intensiva 
36 
 
medicações específicas são usadas com esta finalidade. 
10. Impedir que o paciente fique desidratado 
11. Ajustar a dose de alguns medicamentos, principalmente dos antibióticos, 
adequando para a filtração renal atual do paciente. 
12. Evitar a realização de exames com contraste iodado se possível. Muitas vezes a 
realização do exame é imprescindível para o diagnóstico e tratamento, nestes 
casos, realiza-se uma profilaxia para prevenir a piora de função renal. 
 Mesmo após adotar todas essas medidas, alguns pacientes evoluem com piora da 
função renal, até chegar numa fase em que se torna obrigatório iniciar hemodiálise 
(Figura 8). Deve-se deixar claro que a hemodiálise não irá curar o rim, apenas substituirá 
sua função de filtrar o sangue enquanto os rins não se recuperam da lesão. 
 
Figura 8 – Hemodiálise. 
 
Fonte: Internet. 
 Para se realizar a diálise, é necessária a passagem de um Cateter de Hemodiálise 
(Cateter inserido em uma veia calibrosa do corpo para realização da hemodiálise. As 
veias de escolha geralmente são a jugular (localizada no pescoço) e a femoral (localizada 
na região da virilha). Possui 2 vias, uma é responsável pela retirada do sangue para 
passar na máquina de diálise, e a outra via é aquela que devolve o sangue para o corpo 
do paciente. Seu uso deve ser provisório, o uso prolongado aumenta o risco de infecção 
no cateter) em uma veia calibrosa do corpo, geralmente a veia jugular, localizada no 
pescoço. 
1. A insuficiência renal crônica (IRC), ou Doença Renal em Estágio Terminal (DRET), 
37 
 
é uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual fracassa a 
capacidade do corpo para manter os equilíbrios metabólico e hidroeletrolítico, 
resultando em uremia ou azotemia (retenção de ureia e outros resíduos 
nitrogenados no sangue). 
 Atualmente, as modalidades para o tratamento da DRC são a hemodiálise, diálise 
peritoneal ambulatorial contínua, diálise peritoneal automatizada e transplante renal, que 
permitem a manutenção da vida desses pacientes. A escolha do método de tratamento 
deve ser de forma individualizada, contemplando os aspectos clínicos, psíquicos e 
socioeconômicos do paciente. Entre as terapias de substituição da função renal, destaca-
se a hemodiálise (HD). 
 A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador (capilar ou filtro). O dialisador é 
formado por um conjunto de pequenos tubos chamados "linhas“. Durante a diálise, parte 
do sangue é retirado do corpo, passa através da linha em um lado, onde o sangue é 
filtrado e retorna ao paciente pela linha do lado oposto. Atualmente tem havido um grande 
progresso em relação à segurança e a eficácia das máquinas de diálise, tornando o 
tratamento bastante seguro. Existem alarmes que indicam qualquer alteração que ocorra 
no sistema (detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo do sangue, etc). 
• Intervenções de enfermagem 
o Manter o equilíbrio hidroelectrolítico; Manter o estado nutricional adequado; 
Manter a integridade cutânea; Manter a pele limpa e hidratada; Aplicar 
pomadas ou cremes para o conforto e para aliviar o prurido; Administrar 
medicamentos para o alívio do prurido, quando indicado; Evitar a constipação; 
Estimular dieta rica em fibras lembrando-se do teor de potássio de algumas 
frutas e vegetais; Estimular a atividade conforme a tolerância; Administrar 
analgésicos conforme prescrito; Proporcionar massagem para as caimbras 
musculares intensas. 
o Evitar a imobilização porque ela aumenta a desmineralização óssea; 
Administrar medicamentos conforme prescrito; Aumentar a compreensão e a 
aceitação do esquema de tratamento; Preparar o paciente para diálise ou 
transplante renal; Oferecer esperança de acordo com a realidade; Avaliar o 
conhecimento do paciente a respeito do esquema terapêutico, bem como as 
complicações e temores; Explorar alternativas que possam reduzir ou eliminar 
os efeitos colaterais do tratamento; Ajustar o esquema de tal modo que se 
38 
 
possa conseguir o repouso após a diálise; Oferecer pequenas refeições a 
cada 3 horas com a finalidade de reduzir as náuseas e facilitar a 
administração de medicamentos; Estimular o reforço para o sistema de apoio 
social e mecanismos de adaptação para diminuir o impacto do stress da 
doença renal crônica; Fornecer indicações de assistência social e apoio da 
psicologia; Discutir as opções da psicoterapia de apoio para a depressão; 
Encorajar e possibilitar que o paciente tome certas decisões. 
 
RESUMO 
 A Injúria ou Insuficiência Renal Aguda (IRA) ocorre quando há uma 
agressão súbita aos rins, causando uma redução transitória do seu 
funcionamento. Após afastar o fator agressor, pode haver recuperação completa 
ou parcial da função renal ou até mesmo não recuperar. Enquanto na Doença 
Renal Crônicaa lesão progride de maneira lenta e irreversível, na IRA ela se 
instala rapidamente e há chances de ser revertida, sem o paciente precisar de 
hemodiálise. 
 
7. PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS E TERAPIA NUTRICIONAL NA UTI 
 As queixas gastrointestinais altas incluem dor torácica, dor abdominal crônica e 
recorrente, dispepsia, sensação de globo, halitose, soluço, náuseas, vômitos e 
ruminação. A hemorragia digestiva, um dos problemas gastrointestinais que mais leva o 
paciente a UTI, é caracterizada por um sangramento em algum local do sistema 
digestivo. Ela pode ser classificada como hemorragia digestiva alta quando os locais do 
sangramento são o esôfago, o estômago e o duodeno ou hemorragia digestiva baixa, 
quando o sangramento ocorre no intestino delgado, grosso ou reto. 
Causas da hemorragia digestiva 
Algumas das possíveis causas da hemorragia digestiva são: 
Hemorragia digestiva alta: 
• Úlcera gástrica; 
• Úlcera duodenal; 
• Varizes esôfago gástricas; 
• Câncer no esôfago, estômago ou duodeno; 
• Perfuração do esôfago, estômago ou duodeno. 
http://doencarenal.com.br/novidades/doenca-renal-cronica/
http://doencarenal.com.br/novidades/doenca-renal-cronica/
39 
 
Hemorragia digestiva baixa: 
• Hemorroida; 
• Fissura anal; 
• Pólipo intestinal; 
• Doença de Crohn; 
• Diverticulose; 
• Câncer no intestino; 
• Perfuração do intestino; 
• Endometriose intestinal. 
 Tratamento para hemorragia digestiva 
 O tratamento para hemorragia digestiva varia conforme a causa da doença, 
podendo incluir a transfusão sanguínea, o uso de medicamentos e em alguns casos, 
cirurgia. Nos casos menos graves, o paciente poderá seguir o tratamento em casa, mas 
nos casos mais graves quando há uma grande perda de sangue, o internamento na UTI 
pode ser necessário. 
 
➢ TERAPIA NUTRICIONAL EM PACIENTES EM UTI 
 
 A terapia nutricional faz parte integral do tratamento de doentes graves internados 
em UTI. Praticar terapia nutricional nestes doentes envolve compreensão dos 
fenômenos e mecanismos patofisiológicos envolvidos em processos inflamatórios e 
infecciosos encontrados. 
 Pacientes admitidos em UTI, possuem um perfil metabólico nutricional 
característico que favorece o desenvolvimento da síndrome da resposta inflamatória 
sistêmica (SIRS). Esta pode evoluir para síndrome da disfunção de múltiplos órgãos 
(SDMO). A SDMO, em associação com hipermetabolismo, predispõe os pacientes 
críticos a um risco de óbito elevado, em torno de 30 a 85% independente da causa 
inicial. A mortalidade está diretamente relacionada com o número de órgãos envolvidos 
e a evolução do fator predisponente ou doença de base. 
 Avaliação nutricional do paciente crítico é muito importante já que pacientes 
previamente desnutridos tem menor capacidade energética de suportar longos período 
de jejum e hipermetabolismo. No entanto, as técnicas de avaliação nutricional 
atualmente disponíveis dificilmente podem ser aplicadas sem restrições aos doentes 
40 
 
críticos. Condições encontradas frequentemente em UTI que dificultam a avaliação são 
alterações dos compartimentos de composição corpórea por má distribuição de fluídos, 
preferência de síntese hepática de proteínas de fase aguda e imunossupressão pós 
traumática. 
 A escolha do suporte nutricional e da via de administração depende do estado 
clínico do paciente. A regra de ouro é “se o intestino funciona, use-o”. É importante notar 
que a nutrição parenteral total ou suplementar é indicada quando as necessidades 
nutricionais não são atendidas por alimentação oral ou enteral ou se a alimentação oral 
ou enteral for contraindicada. 
• Definição de Nutrição Enteral e Parenteral (Figura 9). 
 A nutrição enteral (NE) inclui suplementos nutricionais orais (SNO) e alimentação 
enteral por meio de sonda nasogástrica, nasoenteral ou percutânea. A NE fornece 
nutrientes e energia para as células mucosas, estimulando o metabolismo da célula 
epitelial, fluxo de bile e secreções pancreáticas, bem como liberando hormônios 
gastrointestinais (GI) enterotróficos e elevando o fluxo sanguíneo da mucosa. Enquanto 
a nutrição parenteral (NP) fornece nutrientes via infusão intravenosa, diretamente na 
circulação sistêmica, contornando o trato gastrointestinal (GI). 
 
Figura 9 – Nutrição Enteral e Nutrição Parenteral 
 
Fonte: Internet. 
 
• Indicações para NE e NP 
 A fim de evitar a desnutrição e os efeitos adversos relacionados, todos os 
41 
 
pacientes de UTI que não apresentam condições para uma dieta por via oral completa 
devem primeiro receber nutrição clínica, de preferência NE, dentro de 24 a 48 horas de 
internação. No entanto, a NE apenas geralmente não é suficiente para fornecer a 
quantidade de energia e proteína necessária. Isso pode resultar em déficits nutricionais 
que podem piorar os resultados clínicos. Nos casos de pacientes que recebem menos 
do que a alimentação enteral alvejada, após dois ou três dias deve-se considerar a NP 
suplementar para preencher a lacuna calórica. Quando a NE é contraindicada, a NP é 
recomendada. 
 A NE sozinha geralmente é insuficiente para fornecer a quantidade de energia e 
proteína necessária. Isso pode resultar em déficits nutricionais que podem piorar os 
resultados clínicos. Nesses casos, a NP pode ajudar a preencher a lacuna calórica. Se a 
NE for contraindicada ou uma tolerância limitada para NE por um período prolongado 
não permite a ingestão suficiente para atender a todas as necessidades nutricionais do 
paciente, a NP é indispensável para complementar ou substituir a alimentação por sonda 
enteral para evitar desnutrição relacionada a doença. 
 
• Vias de administração 
 As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são a periférica 
e a central. Na primeira podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares, 
hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de 
glicose e proteínas, vitaminas entre outros. A via mais utilizada é a central, sendo que a 
canulação da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineiramente usada para ter 
acesso à veia cava superior. O catéter deve posicionar-se no átrio direito, o que deve ser 
verificado através de RX. 
 Estipulada a via de administração, a solução pode ser instalada, respeitando 
sempre as condições estabelecidas quanto ao volume e as calorias, situação está 
controlada através da velocidade do gotejamento. As soluções base são hipertônicas, 
logo necessitam ser infundidas em veia central. 
• Indicações 
 Como já foi dito anteriormente, a Nutrição Parenteral pode ser usada como apoio 
ou exclusivamente, para aqueles casos em que o uso da via enteral é contra indicada, a 
seguir os mesmos serão expostos: 
- Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda elevada de N e alto 
gasto energético), logo a única terapia capaz de suprir tais necessidades é a parenteral. 
42 
 
Isto é possível através do fornecimento de emulsões lipídicas que apresentam alto teor 
calórico. 
- Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das maiores causas de mortalidade em 
pacientes com esta patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem objetivo de 
recuperar o estado nutricional desses pacientes. Estudos apontam que o tratamento 
convencional de fístula associada à Nutrição Parenteral tem promovido recuperação e 
fechamento precoces. 
- Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos alterados, 
principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos é 
favorável já que há síntese de proteínas no músculo (ideal para reparação hepática) e 
reduzem o catabolismo (consequente diminui produção de amônia), logo aos pacientes 
com tal patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos ramificados e baixa 
concentração de aromáticos. 
- Insuficiência

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