Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TÉCNICO DE ENFERMAGEM 2 SUMÁRIO PALAVRA DO PROFESSOR-AUTOR ............................................................................... 04 1. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO NA UTI ............................................................. 05 2. HUMANIZAÇÃO NA UTI ........................................................................................ 20 3. O PACIENTE COM PROBLEMAS CARDÍACOS NA UTI .................................... 23 4. PACIENTES COM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS ........................................... 32 5. PACIENTE NEUROLÓGICO E POLITRAUMA NA UTI ....................................... 35 6. PROBLEMAS RENAIS NA UTI .............................................................................. 40 7. PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS E TERAPIA NUTRICIONAL NA UTI ...... 45 8. QUEIMADURAS .................................................................................................... 51 9. MORTE ENCEFÁLICA E ESCALAS UTILIZADAS NA UTI ................................. 57 10. MEDICAÇÕES MAIS UTILIZADAS NA UTI .......................................................... 63 11. CHOQUES E TIPOS DE CHOQUES .................................................................... 66 REFERENCIAS ....................................................................................................... 69 3 PALAVRA DO PROFESSOR-AUTOR A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente muito complexo que exige muitas habilidades de todos os profissionais envolvidos no atendimento desses pacientes, principalmente da equipe de enfermagem que lida diariamente e diretamente com cada um dos pacientes presentes nesse ambiente. Na UTI, os pacientes são geralmente totalmente dependentes dos cuidados da equipe de enfermagem e, esse cuidado, deve ser ofertado de forma segura. É necessário que os profissionais tenham muita competência técnica e entendam as principais patologias e agravos que levam o paciente a UTI, bem como os procedimentos mais executados e os tratamentos preconizados. Esta apostila traz, de forma, sucinta, todos os aspectos referentes ao cuidado de enfermagem ao paciente crítico. E o seu principal objetivo é fornecer uma base teórica para que o aluno compreenda um pouco da complexidade do ambiente da UTI e a importância de uma equipe de enfermagem competente para oferecer um cuidado de qualidade para esses pacientes críticos. 4 1. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO NA UTI • O estabelecimento de saúde em que a UTI está inserida deve estar inscrito no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) e manter atualizada a quantidade de leitos de UTI existentes. É obrigatória a existência de Unidade de Terapia Intensiva em todo hospital terciário, e nos secundários que apresentem capacidade igual ou superior a 100 leitos, bem como nos especializados. É obrigatória a existência de Unidade de Terapia Intensiva Neonatal nos hospitais que realizem mais de 4000 partos por ano (1 leito para cada 80 recém nascidos/ano com peso de nascimento abaixo de 2500g). • O número de leitos da Unidade de Terapia Intensiva em cada hospital deve corresponder a um mínimo de 6% do total de seus leitos, não podendo ser inferior a 05 (cinco) leitos por unidade. O Hospital Materno-Infantil que realiza pré-natal e parto de gestantes de alto risco deve ter Unidades de Tratamento Intensivo Adulto e Neonatal. • O serviço de saúde, público ou privado, deve prever e prover os recursos humanos e materiais necessários à operacionalização das Unidades de Terapia Intensiva. A UTI deve ter profissionais qualificados, com treinamento específico, atendendo aos requisitos mínimos deste Regulamento Técnico. Todos os profissionais da UTI devem ser vacinados em conformidade com a legislação vigente ou contra doenças epidemiologicamente importantes. • A equipe da UTI deve implantar e implementar ações de farmacovigilância, tecnovigilância, hemovigilância e vigilância do controle de infecção e eventos adversos, conforme definidas pelo Programa de Controle de Infecção e Eventos Adversos (PCIPEA). A equipe da UTI deve notificar os casos suspeitos, surtos e eventos adversos à coordenação do PCIPEA no prazo de até 24 (vinte e quatro) horas, colaborando na investigação epidemiológica e na adoção de medidas de controle. A equipe da UTI deve orientar os familiares e acompanhantes dos pacientes, quando houver, em ações de controle de infecção e eventos adversos. ➢ Infra - estrutura física A UTI deve obedecer aos requisitos de Unidades de Terapia Intensiva determinados na RDC/Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002, RDC/Anvisa n. 307, 5 de 14 de novembro de 2002 e RDC/Anvisa nº. 189, de 18 de julho de 2003, e prover meios de garantir a privacidade dos pacientes. • A Sala de Entrevistas (Figura 1) passa a ser considerada como “Ambiente de Apoio”; Os seguintes “Ambientes de Apoio” podem ser situados fora do ambiente da UTI, desde que sejam de fácil acesso: Sala de entrevistas, Copa, Sanitários com vestiários para funcionários (masculino e feminino), Depósito de material de limpeza e Rouparia. • Os lavatórios para higienização das mãos podem ter formatos e dimensões variadas, porém a profundidade deve ser suficiente para que se lavem as mãos sem encostá-las nas paredes laterais ou bordas da peça e tampouco na torneira. Figura 1. Sala de entrevistas/visitas na UTI Fonte: Internet. ➢ Recursos humanos A Unidade de Terapia Intensiva deve dispor, da seguinte equipe: • Um Médico Coordenador (MC), legalmente habilitado, com título de especialista em medicina intensiva, específico para a modalidade de assistência da UTI sob sua responsabilidade (adulto, neonatal ou pediátrica); • O MC pode assumir a responsabilidade por, no máximo, 02 (duas) UTI; • Em caso de UTI Neonatal, o MC poderá ter título de especialista em Neonatologia ou em Medicina Intensiva Pediátrica; • A UTI deve contar com um MC substituto para responder em caso de impedimento do RT, atendendo aos mesmos requisitos de formação profissional deste; 6 • Um médico diarista para no máximo 10 (dez) leitos ou fração (ver), com título de especialista em medicina intensiva específico para a modalidade de assistência da UTI na qual está lotado; • Nas unidades que dispõe de um número máximo de 10 (dez) leitos, o Médico Coordenador pode exercer cumulativamente a função de médico diarista; • Em caso de UTI Neonatal, o diarista pode ter título de especialista em Neonatologia ou em Medicina Intensiva Pediátrica. • Um médico plantonista, exclusivo da unidade, para no máximo 10 (dez) leitos ou fração, por turno; • O médico plantonista que presta assistência ao paciente neonatal e pediátrico deve ter formação em pediatria; • Um enfermeiro coordenador, responsável pela coordenação da equipe de enfermagem, exclusivo da unidade na qual está lotado, capacitado para atendimento em terapia intensiva e com experiência de, no mínimo, 03 (três) anos de trabalho no tipo de UTI que estará coordenando; • O enfermeiro coordenador deverá contar com um substituto para responder em caso de impedimento, atendendo aos mesmos requisitos de formação profissional do enfermeiro coordenador. • Um enfermeiro assistencial, exclusivo da unidade, para no máximo 05 (cinco) leitos ou fração, por turno; • Um fisioterapeuta, exclusivo da unidade, para no máximo 10 (dez) leitos ou fração, por turno; • Um técnico de enfermagem exclusivo da unidade, para no máximo 02 (dois) leitos, por turno; • Um auxiliar administrativo exclusivo da unidade; • Um funcionário responsável pelo serviço de limpeza, exclusivo da unidade, por turno; ➢ Competências/responsabilidades e atribuições • O médico coordenador e o enfermeiro coordenadortêm a responsabilidade de planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos. • O médico coordenador deve garantir a implantação de um programa de educação permanente para toda a equipe, devidamente registrado, contemplando: 7 o Elaboração e revisão de normas e rotinas técnicas; o Incorporação de novas tecnologias; o Capacitação de novos profissionais; o Atualização de conhecimento de todos os profissionais. • A equipe da UTI deve: o Possuir estrutura organizacional documentada; o Preservar a identidade e a privacidade do paciente, assegurando um ambiente de respeito e dignidade; o Promover ambiência acolhedora; o Incentivar e promover a participação da família na atenção ao paciente; o Garantir o direito a acompanhante para pacientes pediátricos e adolescentes; o Fornecer orientações aos familiares e aos pacientes, quando couber, em linguagem clara, sobre o estado de saúde do paciente e a assistência a ser prestada desde a admissão até a alta; promover ações de humanização da atenção à saúde; o Dispor de manual de normas e rotinas técnicas implantadas. • O manual de normas e rotinas técnicas deve ser elaborado em conjunto com os setores envolvidos na assistência ao paciente grave, considerando o PCIPEA, • O manual deve ser assinado pelo MC e pelo enfermeiro coordenador; atualizado anualmente ou sempre que houver a incorporação de novas tecnologias ou procedimentos e estar disponível para todos os profissionais da unidade. • O manual de normas e rotinas técnicas deve contemplar, no mínimo, os seguintes procedimentos: o Médicos; o De enfermagem; o De fisioterapia; o De biossegurança; o De processamento de artigos e superfícies; o De controle de operação e manutenção de equipamentos; o De transporte do paciente grave. 8 • A UTI deve contar com a presença, em tempo integral, do médico plantonista, do enfermeiro assistencial, do fisioterapeuta e dos técnicos de enfermagem do turno. ➢ Materiais e equipamentos A UTI deve manter disponível na unidade, para uso exclusivo, de acordo com a faixa etária e peso do paciente os seguintes itens: • Cama (Figura 2) com ajuste de posição, grades laterais e rodízios ou berços com ajuste de posição, grades laterais e rodízios (para serviços pediátricos) ou incubadora com parede dupla ou berço de terapia intensiva (para serviços neonatais): 01(um) por leito; • Equipamento para monitoração contínua de eletrocardiograma (monitor cardíaco (Figura 2)): 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; • Equipamento para monitoração de pressão arterial não invasiva (monitor): 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; • Equipamento de oximetria de pulso: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; • Equipamento para monitoração de pressão invasiva: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 10 (dez) leitos; • Ventilador pulmonar mecânico micro processado: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) equipamento para cada 05 (cinco) leitos, sendo que cada equipamento deve dispor de, no mínimo, 02 (dois) circuitos; • Equipamento para ventilação mecânica não invasiva: 01(um) para cada 05 (cinco) leitos quando o ventilador pulmonar mecânico microprocessado não possuir recursos para realizar a modalidade de ventilação não invasiva; • Equipamentos de interface facial para ventilação pulmonar não invasiva, adaptáveis às idades dos pacientes, 02 (duas) para cada 05 (cinco) leitos para a UTI adulto ou pediátrica e 02 (duas) para cada 02 (dois) leitos para a UTI neonatal ou mista; 9 • Ressuscitador manual do tipo balão auto inflável com reservatório e máscara facial: 01(um) por leito, com reserva operacional de 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos; • Conjunto de nebulização em máscara: 01(um) por leito; • Máscara facial que permita diferentes concentrações: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos, exceto para os serviços neonatais; • Equipamento para infusão contínua e controlada de drogas (bomba de infusão): 03 (três) por leito, com reserva operacional de 05 (cinco) equipamentos para cada 10 (dez) leitos, sendo que, em caso de nutrição enteral, deve ser reservada uma bomba de infusão específica para esta finalidade; • Termômetro: 01(um) por leito; • Estetoscópio: 01(um) por leito; • Capnógrafo: 01 (um) por unidade; • Material de emergência para reanimação, composto por carro ou maleta de emergência, contendo medicamentos, ressuscitador manual com reservatório, máscaras, laringoscópio completo, tubos endotraqueais, conectores, máscaras laríngeas, cânulas de Guedel e fio guia estéril: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração; • Aparelho desfibrilador e cardioversor, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos para a UTI-Adulto e 01 (um) para a UTI-Pediátrica ou mista e 01 (um) para a UTI- Neonatal; • Marca passo cardíaco temporário, eletrodos e gerador: 01 (um) para a UTI adulto e 01 (um) para a UTI pediátrica ou mista; • Aspirador a vácuo portátil: 01 (um) por unidade; • Eletrocardiógrafo portátil: 01 (um) para cada 20 leitos, exceto UTI-Pediátrica, Mista ou Neonatal, que deverão ter acesso a este equipamento no próprio hospital 24 horas por dia; negatoscópio: 01 (um) por unidade, exceto quando a UTI utilizar radiologia digital; oftalmoscópio: 01 (um) por unidade; • Otoscópio: 01 (um) por unidade; • Equipamento para aferição de glicemia capilar: 01 (um) por unidade; • Fitas para aferição de, glicemia capilar, glicosúria e densidade urinária; 10 • Material de intubação traqueal, um conjunto de laringoscópio com lâminas e cânulas endotraqueais de tamanhos variados: 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos; • Material para diálise peritoneal em sistema fechado; • Material para drenagem torácica em sistema fechado; • Material para punção pericárdica; • Material para curativos; • Material para flebotomia; • Material para acesso venoso profundo; • Material para punção lombar; • Material para drenagem liquórica em sistema fechado; • Material para cateterismo vesical de demora em sistema fechado; • Material para traqueostomia; • Foco cirúrgico portátil; • Relógio visível para todos os leitos; • Geladeira, exclusiva para guarda de medicamentos, com monitorização e controle da temperatura, 01 (uma) por unidade; 8.1.40 balança portátil: 01 (uma) por unidade; As Unidades de Terapia Intensiva pediátrica e neonatal, além do mencionado, devem dispor de: • Aparelho de fototerapia: 01 (um) para cada 02 (dois) leitos neonatais; • Poltrona removível destinada ao acompanhante: 01 (uma) para cada leito pediátrico; • Estadiômetro (régua para aferição de estatura): 01 (um) para a unidade; • Fita métrica: 01 (uma) por leito neonatal; • Balança: 01 (uma) para a unidade; • Material para cateterismo umbilical e exsanguíneo transfusão. • Capacetes ou tendas para oxigenoterapia. A UTI deve possuir equipamentos e instrumentos de acordo com a complexidade do serviço e necessários ao atendimento de sua demanda. Os equipamentos e materiais utilizados, nacionais e importados, devem estar regularizados junto à Anvisa, de acordo com a legislação vigente. Novos equipamentos ou materiais podem substituir os listados neste regulamento técnico, desde que tenham 11 comprovada sua eficácia propedêutica e terapêutica e sejam regularizados pela Anvisa. Figura 2 – Leito de UTI e UTI neonatal com equipamentos específicos. Fonte: Internet. A equipe da UTI deve: • Manter instruções escritas referentes a equipamentos e materiais, que podem ser substituídas ou complementadas por manuais do fabricante em língua portuguesa; • Assegurar o estado de integridadedo equipamento; • Monitorar o registro da realização das manutenções preventivas e corretivas. • Manter os equipamentos de reserva em condições de uso. O hospital em que a UTI está inserida deve garantir que o paciente receba assistência, por meios próprios ou terceirizados, na própria unidade, a serviços como: assistência vascular, assistência ortopédica; assistência social; assistência psicológica; assistência farmacológica; assistência hemoterápica etc. O hospital em que a UTI está inserida deve dispor, na própria estrutura hospitalar, por meio próprio ou terceirizado, dos seguintes serviços diagnósticos e terapêuticos: • Serviço radiológico convencional; • Serviço de ecodopplercardiografia, com especialidade pediátrica para os pacientes pediátricos e neonatais; • Serviço de eletroencefalografia; assistência cirúrgica geral O hospital em que a UTI está inserida deve garantir o acesso aos seguintes serviços diagnósticos e terapêuticos, na sua estrutura ou em outro estabelecimento, por meio de acesso formalizado: 12 • Assistência cirúrgica cardiovascular, com especialidade pediátrica; • Assistência cirúrgica vascular • Assistência cirúrgica neurológica; • Assistência cirúrgica ortopédica; • Assistência cirúrgica urológica; • Assistência cirúrgica buco-maxilo-facial; • Assistência radiológica intervencionista; • Serviço de tomografia computadorizada. ➢ Processos assistenciais • Todo paciente internado em UTI deve receber assistência integral e interdisciplinar. • Todo paciente internado em UTI deve ser avaliado quanto ao seu estado clínico em todos os turnos e nas intercorrências clínicas pelas equipes médica, de enfermagem e de fisioterapia, com registro legível, assinado e datado em prontuário. • As assistências nutricional, farmacêutica, psicológica, fonoaudiológica, de assistência social e de terapia ocupacional devem estar integradas às demais atividades assistenciais prestadas ao paciente. • A avaliação de outros profissionais envolvidos na assistência ao paciente quando realizada, deve ser registrada, assinada e datada em prontuário, de forma legível. • A equipe da UTI deve proceder ao uso racional de antimicrobianos, estabelecendo protocolos de forma interdisciplinar com as equipes de Controle de Infecção e de Farmácia Hospitalar. ➢ Transporte dos pacientes A UTI deve ter disponível, para transporte de pacientes graves: • Maca para transporte de pacientes adultos e pediátricos, com grades laterais, suporte para soluções parenterais e suporte para cilindro de oxigênio, exceto para os serviços neonatais; • Incubadora para transporte de pacientes neonatais. • Cilindro transportável de oxigênio; • Ventilador mecânico para transporte; 13 • Equipamento portátil para monitoração contínua de eletrocardiograma, oximetria de pulso e pressão arterial não invasiva; • Medicamentos de emergência como: antiarrítmico, anti-hipertensivo, barbitúrico, benzodiazepínico, bronco dilatador, diurético, drogas vasoativas, vasodilatador e vasoconstritor coronarianos, anticonvulsivante, glicose hipertônica e isotônica, solução fisiológica e água destilada, dentre outros; • Materiais e equipamentos de emergência, incluindo ressuscitador manual com reservatório, jogo de laringoscópio completo, máscaras, tubos endotraqueais, conectores e cânulas de Guedel de numeração correspondente ao paciente transportado, fio guia estéril, dentre outros. Em caso de transporte intra-hospitalar, o paciente deve ser transportado com o prontuário, com o registro de todas as informações relativas ao seu quadro clínico, procedimentos e evolução durante o transporte. No transporte de pacientes intubados e sob ventilação mecânica, a equipe deverá ter em sua composição pelo menos 1 médico, 1enfermeira e 1 técnico de enfermagem. Em caso de transferência inter hospitalar, o paciente deverá ser acompanhado de um relatório de transferência, o qual será entregue no local de destino do paciente. Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo de um médico e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o atendimento de urgência e emergência. Figura 3 - Transporte de pacientes críticos Fonte: Internet. ➢ Critérios de admissão e alta Pela Resolução CFM nº 2.156/2016, a admissão na UTI deve ser dada, prioritariamente, aos pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, 14 com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico. Já os pacientes estáveis, que necessitam de monitorização intensiva contínua, por conta do alto risco de precisarem de intervenção imediata (com ou sem limitação de intervenção terapêutica), devem ser admitidos prioritariamente em unidades de cuidados intermediários (semi intensivas). Para pacientes com doença em processo terminal irreversível ou sem possibilidade de recuperação, o CFM recomenda as unidades de cuidados paliativos como as mais adequadas. No entanto, mesmo nestas situações, o ingresso desses pacientes em uma UTI pode ser justificado em caráter excepcional, “considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista”. A Resolução CFM nº 2.156/2016 orienta que todas as solicitações de vagas para unidade de tratamento intensivo (UTI) deverão ser justificadas e registradas no prontuário do paciente pelo médico solicitante. Ela também determina que o serviço de UTI de cada instituição hospitalar desenvolva protocolos internos, baseados em critérios de internação e alta da nova norma, que estejam de acordo com as necessidades específicas dos pacientes, levando em conta as limitações do hospital, tais como tamanho da UTI e capacidade de intervenções terapêuticas. Esses protocolos devem ser divulgados pelo diretor clínico ao corpo clínico do hospital e aos gestores do sistema de saúde. Melhor acolhimento –pacientes com doença incurável e em fase terminal podem ser tratados com dignidade em outras unidades de internação, como enfermaria, apartamentos, unidades intermediárias e de unidades de cuidados paliativos. É preciso ressaltar que, nestes casos, o médico deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal, sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, se for o caso. Este entendimento é disciplinado no artigo 41 do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 1.931/09) e também na Resolução CFM nº 1.805/2006, que normatiza o atendimento a pacientes em fase terminal de doenças-crônicas. Esta última estabelece que, nesta etapa, é permitido ao médico, respeitando-se a vontade do paciente ou de seu representante legal, limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral, https://sistemas.cfm.org.br/normas/visualizar/resolucoes/BR/2009/1931 15 Sobre a alta das unidades de terapia intensiva, a Resolução CFM nº 2.156/2016 a permite desde que o paciente tenha seu quadro clínico controlado ou estabilizado. Paciente para o qual tenha se esgotado todo o arsenal terapêutico curativo ou restaurativo e que possa permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se possível, junto com sua família, também é condição para a alta. A Resolução determina ainda que as decisões sobre admissão e alta em UTI devem ser feitas de forma explícita, sem discriminação por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política, deficiência, ou quaisquer outras formas de discriminação. A norma estabelece também que a admissão e a alta UTI são de atribuição e competência do médico intensivista,levando em consideração a indicação médica, e devem ser comunicadas à família ou responsável legal. Paciente crítico – Os pacientes que necessitam de internação em UTI têm gravidade e possibilidade de recuperação variáveis, segundo o documento. O paciente crítico pode necessitar, por exemplo, de intervenção imediata, pois, na maioria das síndromes associadas a falências orgânicas, o prognóstico é tempo- dependente. “Alguns estudos evidenciaram que uma demora de quatro horas, ou mais, para a admissão de paciente grave na UTI pode contribuir para o aumento da mortalidade e maior tempo de permanência na UTI para recuperação”, aponta a justificativa da Resolução. A norma do CFM descreve como paciente crítico aquele que apresenta instabilidade de um ou mais sistemas orgânicos, com risco de morte. Estes necessitam de suporte para disfunções, como ventilação mecânica, hemodiálise e suporte circulatório mecânico. Também são considerados críticos os pacientes sem nenhuma falência orgânica, mas com alto risco de descompensação e que, por esse motivo, necessitam de vigilância e monitoração contínuas. A admissão de um paciente na UTI deverá ser priorizada de acordo com uma escala de 1 a 5, em que quanto mais baixo o número, maior prioridade o paciente terá, considerando, inclusive, as suas chances de recuperação. No número 5 da escala, estão pacientes com doença incurável e na fase terminal, ou ainda moribundos, sem possibilidade de recuperação. O texto da resolução explicita que, "em geral, esses pacientes não são apropriados para admissão na UTI (exceto se forem potenciais doadores de órgãos)". A norma ressalva, no entanto, que o seu 16 ingresso pode ser justificado "em caráter excepcional" e condicionado ao critério do médico. ➢ Visitante e acompanhante na UTI Há mais de uma década e meia, o relacionamento com o paciente sob tratamento hospitalar vem sendo valorizado, o visitante passou a ser considerado como parte contribuinte na recuperação do doente. No entanto, sendo o hospital um lugar insalubre, pelas atividades exercidas e pela clientela, há necessidades de informações claras para a proteção de ambos, pacientes e visitantes, quanto a possíveis contaminações. Preconiza – se que tais informações devem ser efetuadas por escrito (em folheto impresso), em linguajar claro, sendo que sejam ressaltados alguns pontos sobre a visita. Visitantes com qualquer tipo de doença infecciosa, tipo gastroenterites, respiratórias ou outras, bem como portadores de febre, dermatites, abscessos, não devem visitar pacientes. Quando a visita é imprescindível, o visitante deverá fazer uso de avental, máscara e realizar a antissepsia rigorosa das mãos antes e após a visita (Figura 4). Todo visitante deve ser supervisionado na lavagem das mãos prévia e posteriormente à visita. Para visitas a pacientes imuno suprimidos (transplantados, quimioterapia e outras drogas) ou imuno deprimidos (doenças que diminuam a resistência orgânica, pós – operatório de grandes cirurgias), bem como unidades de alto risco como UTIs, Hematologia, Berçário de Alto Risco, Hemodiálise entre outros, o visitante deverá obedecer rigorosamente ao protocolo daquelas unidades de internação. Crianças não podem ser visitantes hospitalares a não ser em situações justificáveis. Esta avaliação deverá ser feita pela enfermeira. Médico, ou psicólogo e a criança ter acompanhante pessoa responsável e orientada para as informações da rotina. Cuidados de lavagem das mãos antes e após a visita devem ser observadas rigorosamente (enfatizada pela idade e pelo fato de colocar a mão na boca). A restrição do número de visitantes por paciente está indicada para evitar a superlotação dentro das unidades de internamento, o que dificulta a orientação e supervisão adequadas. O visitante não deve trazer alimentos ao paciente; quando permitido, deverão ser entregues à enfermagem (acondicionados em embalagens fechadas), em condições que favoreçam sua conservação e consumo o mais breve possível. Rotineiramente, não são permitidas sacolas trazidas pelos visitantes, 17 evitando que sejam colocadas no chão, sobre a cama, ou mesa de refeições. O visitante não deverá utilizar a cama do paciente ou qualquer outra (sentar, deitar), evitando dessa maneira, carregar micro organismos tanto para o leito hospitalar quanto para sua roupa. Em relação à plantas e flores, recomenda – se sua colocação do lado de fora dos quartos dos pacientes; proibição nas unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos e outras áreas onde existam pacientes de maior risco e grande concentração de procedimentos invasivos. Recomenda-se que crianças (menores de 12 anos) não entrem na UTI enquanto o parente não estiver lúcido. Deve entrar 2 parentes até a porta da UTI, porém um só entra na UTI, a não ser que o visitante seja idoso ou menor de idade e necessite de amparo. Podem entrar religiosos (identificados na Capelania) para confortar e orar pelos pacientes, se solicitado pelas famílias. Objetos pessoais, jóias, dinheiro, etc., não podem permanecer com o paciente na UTI. Se seu paciente portava alguma coisa de valor, procure se informar durante o dia com a enfermeira – chefe ou o setor de internação. Algumas coisas são pessoais como escova de dentes, tipo de pasta dental, desodorantes, sabonetes e poderão ser levados para o paciente. Mesmo que seu paciente esteja desacordado (em coma) terá seus dentes escovados, banho, etc. Figura 4 - Roupas adequadas para visitantes na UTI Fonte: Internet RESUMO É obrigatória a existência de UTI em todo hospital terciário, e nos secundários que apresentem capacidade igual ou superior a 100 leitos, bem como nos especializados. É obrigatória a existência de UTI Neonatal nos hospitais que realizem mais de 4000 partos por ano. A UTI deve obedecer aos requisitos de 18 Unidades de Terapia Intensiva determinados na RDC/Anvisa n. 50, de 21 de fevereiro de 2002, RDC/Anvisa n. 307, de 14 de novembro de 2002 e RDC/Anvisa nº. 189, de 18 de julho de 2003, e prover meios de garantir a privacidade dos pacientes. O médico coordenador e o enfermeiro coordenador têm a responsabilidade de planejar, implementar e garantir a qualidade dos processos. O manual de normas e rotinas técnicas deve contemplar, no mínimo, os seguintes procedimentos: Médicos; De enfermagem; De fisioterapia; De biossegurança; De processamento de artigos e superfícies; De controle de operação e manutenção de equipamentos; De transporte do paciente grave. Todo paciente grave deve ser transportado com o acompanhamento contínuo de um médico e de um enfermeiro, ambos com habilidade comprovada para o atendimento de urgência e emergência 2. HUMANIZAÇÃO NA UTI Na maioria das vezes, os pacientes internados em uma UTI são dependentes e mediante a falta de controle de si mesmo sentem-se imponentes, e ao seu redor ficam pessoas ativas e ocupadas, o que frequentemente pode ser um coadjuvante para a instalação de sentimentos de isolamento e ansiedade. Tem-se visto nos últimos anos um considerável aprimoramento e crescimento de ações concretas destinadas a promover a humanização da assistência hospitalar no âmbito das UTI’s, visto que a Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente que concentra pacientes graves, mas recuperáveis e cuidados por profissionais que se empenham em maximizar suas chances de vida, e de uma vida melhor e com uma assistência de qualidade e humanizada. O termo humanizar se refere a tornar benévolo, afável, tratável, fazer adquirir hábitos sociais polidos; civilizar. De acordo com valores éticos consiste em tornar uma pratica bela, por mais que ela lide com o que tem de mais doloroso, triste e degradante na natureza humana. É a possibilidade de assumir uma posição de reconhecimentodos limites e ética de respeito ao semelhante. No trabalho de humanização o ponto chave é o fortalecimento desta posição ética de articulação do cuidado técnico cientifico conhecido e dominado, ao cuidado que incorpora a exploração, necessidade e o acolhimento do imprevisível, do incontrolável, ao indiferente e singular. Os pacientes que necessitam de uma internação dessa complexidade não precisam 19 de um atendimento mecanicista que visa somente a parte tecnológica e cientifica da situação, eles necessitam que o profissional que o está atendendo promova a assistência diretamente voltada a ele como ser humana que precisa de atenção biopsicossocial e espiritual. É normal deparar-se com a cena de um paciente internado ser tratado como se fosse mais um leito ou um caso de doença, com regras institucionais rígidas em relação a acompanhantes e visitas. São determinados os horários de visitas e a quantidade de pessoas que podem visitar, levando em consideração a instituição e não a necessidade do paciente. O paciente é descaracterizado do seu mundo real no momento da internação com a exigência de entrega de todos os seus pertences, além do estresse que os doentes são submetidos, no ambiente da UTI são privados da companhia de pessoas queridas da família e amigos. É importante manter a familiar informada, levar a eles o conhecimento de tudo o que está acontecendo, principalmente o que se faz aos pacientes internados e como é o trabalho dos funcionários dessa unidade, para melhor entender e conhecer o que é uma UTI, assim é mais fácil para a família ficar segura de que a pessoa internada receberá toda a assistência de que necessita. É necessário que haja uma interação entre quem cuida e quem é cuidado, e que nessa interação aconteçam trocas de informações e sentimentos. Segundo AMIB (2004) a humanização é um conjunto que engloba: o ambiente físico, o cuidado dos pacientes e seus familiares e as relações entre a equipe de saúde. As interações dentro da UTI visam tornar efetiva a assistência ao indivíduo doente, considerando-o como um todo bio-psico- sócio-espiritual. O profissional de saúde deve promover um ambiente de equilíbrio favorável que o paciente e seus familiares se sintam tranquilos e confiantes para enfrentarem e compreenderem o tratamento. • Ambiente da UTI Algumas medidas podem ser tomadas para tornar o local mais adequado para um atendimento humanizado. A seguir listaremos algumas dessas medidas. a) Cor: usar tons claros com o objetivo de transmitir tranquilidade, paz e sensação de ambiente limpo; b) Luz: deve-se, sempre que possível, usar a luz natural para dar noção de tempo e espaço. 20 c) Temperatura: manter a temperatura agradável, respeitando os limites recomendados. d) Ruídos: manter o ambiente calmo e silencioso, minimizando o desconforto do paciente; e) Boxe individual: para garantir a privacidade dos pacientes. f) Sala de espera: para o recebimento dos familiares. Deve ser um local aconchegante e tranquilo. • Relacionamento entre profissional e paciente/familiares A humanização não está relacionada apenas as mudanças no ambiente físico, mas ao comportamento e atitudes da equipe diante do paciente e sua família (Figura 5). Por isso, é necessário que o profissional tenha, além das habilidades técnicas, a sensibilidade para enxergar as necessidades humanas dos pacientes. Algumas ações podem contribuir para o fortalecimento desse relacionamento humanizado, tais como: o Os profissionais devem se identificar pelo nome e demonstrar disponibilidade; o Todo paciente deve ser tratado pelo nome; o Oferecer segurança emocional e física; o Saber ouvir o paciente e valorizar suas queixas; o Aliviar a dor e o sofrimento; o Proporcionar privacidade; o Respeitar e dar apoio a família nos momentos difíceis; o Respeitar e apoiar os colegas de trabalho; o Demonstrar paciência; o Permitir a presença de um acompanhante por mais tempo de acordo com a necessidade do paciente; o Oferecer informações pessoalmente e diariamente aos familiares; o Respeitar as particularidades religiosas de cada paciente; o Permitir que os familiares acompanhem o processo de tratamento; o Fornecer cuidados paliativos em casos terminais; o Demonstrar atitude, respeito, ética e profissionalismo; o Informar ao paciente todos os procedimentos que serão realizados; o Preservar a autonomia do paciente e familiar. Figura 5 – Humanização na UTI 21 Fonte: Internet. 3. O PACIENTE COM PROBLEMAS CARDÍACOS NA UTI São várias as patologias do sistema cardiovascular que podem levar o paciente a UTI. Entre eles se destacam os pós-operatórios de cirurgias cardíacas, doença cardíaca coronariana, aterosclerose, emergências hipertensivas, insuficiência cardíaca congestiva, angina e infarto agudo do miocárdio. O diagnóstico dessas patologias é feito geralmente através de exames como eletrocardiograma, radiografia de tórax, ecocardiograma, exames laboratoriais para investigar as enzimas cardíacas e exame clínico e anamnese. Entre os cuidados de enfermagem mais importantes estão: - Verificar e registrar periodicamente os sinais vitais do paciente, principalmente pressão arterial, frequência cardíaca e ritmo cardíaco; - Administrar oxigenoterapia para aliviar o desconforto respiratório; - Posicionar o paciente de acordo com seu nível de conforto; - Fornecer cuidados de maneira calma e eficiente; - Manter o ambiente tranquilo; - Manter o paciente em repouso; - Administrar medicações prescritas de acordo com a causa do problema cardiovascular; - Monitorizar e avaliar a presença de edemas; - Manter acesso salinizado, de acordo com prescrição médica; - Avaliar e monitorizar o débito urinário; - Registrar rigorosamente os líquidos administrados e eliminados. - Avaliar o nível de dor do paciente; - Avaliar as respostas do paciente ao tratamento imposto e possíveis reações adversas; 22 - Prevenir complicações; ➢ RESSUCITAÇÃO CARDIOPULMONAR NA UTI A doença cardiovascular é a principal causa de morte entre homens, mulheres e crianças em todo o mundo, este fato é sem duvida uma das maiores preocupações entre os seres humanos. Existem relatos da ressuscitação cardiopulmonar desde a Antiguidade, onde muitos avanços têm acontecido nos últimos anos contribuindo para que muitas vidas possam ser salvas. Doenças do coração são responsáveis por muitas mortes em todo o mundo. Sabemos que o sucesso na recuperação de uma parada cardíaca respiratória (PCR) depende de uma série de intervenções, dentro e fora dos hospitais. Se uma dessas ações for negligenciada, a recuperação da vítima poderá não acontecer de forma adequada, deixando alterações neurológicas irreversíveis. A PCR possui várias causas, dentre as mais comuns cita-se a obstrução de vias aéreas por corpos estranhos ou queda da base da língua, o choque elétrico, overdose de drogas, choque hemorrágico e ataque cardíaco. A equipe deve estar treinada e capacitada para a sua realização, pois está técnica deve ser desempenhada com seriedade absoluta, onde os fatores tempo x vida são essenciais. A American Heart Association (AHA) é uma entidade americana responsável por grande parte dos protocolos de primeiros socorros e emergências médicas que são utilizados no mundo. Através de pesquisas muito bem fundamentadas, a AHA é responsável pelas atualizações neste protocolo. A RCP é um conjunto de procedimento utilizados na vítima de PCR, na tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea - DEFINIÇÃO • Cessação abrupta das funções cardíaca, respiratória e cerebral. • São sinais clínicos da PCR: o Inconsciência; o Ausência de pulso; o Ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou respiração agônica (gasping). • É determinadapor quatro ritmos cardíacos: assistolia, atividade elétrica sem pulso (AESP), fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem pulso⁽¹⁾. 23 - DADOS EPIDEMIOLÓGICOS: • 35% das mortes no Brasil são por causas cardiovasculares, resultando em 300 mil óbitos/ano • Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada cardiorrespiratória (PCR), em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são cruciais para melhor resultado do atendimento SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR) • O atendimento da PCR é descrito na literatura como Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), que compreende uma sequência de manobras e procedimentos destinados a manter a circulação cerebral e cardíaca, e garantir a sobrevida do paciente⁽⁴⁾. • As Diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015, propõe novas recomendações sobre a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). Uma das alterações, foi a utilização de “Cadeias de Sobrevivência” distintas para pacientes que sofrem uma PCR no ambiente intra ou extra-hospitalar. Essa alteração aconteceu devido as diferenças existentes nos processos até que os pacientes sejam encaminhados à unidade de cuidados intensivos, onde serão fornecidos os cuidados pós-PCR. RECONHECIMENTO E ACIONAMENTO IMEDIATO DO SERVIÇO MÉDICO DE EMERGÊNCIA O profissional de saúde deve reconhecer a PCR: • Avalie a responsividade: Chame o paciente pelo nome! • Avalie a respiração e pulso simultaneamente por 10 segundos. • Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e pulso, solicite a outro profissional, de forma clara e objetiva, que: o Acione a equipe médica; o Traga o carro de emergência; o Traga o desfibrilador/DEA. Após os comandos, iniciar imediatamente a Sequência de Atendimento C – A – B: • C: Compressões torácicas de alta qualidade; • A: Vias aéreas – abrir vias aéreas; 24 • B: Boa ventilação – garantir via aérea avançada. RCP IMEDIATA DE ALTA QUALIDADE • Após o acionamento do serviço médico, deve-se iniciar as compressões torácicas e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por causa cardíaca ou não cardíaca⁽⁴⁾. Compressões Torácicas de Alta Qualidade: • Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem flexionar os cotovelos (Figura 6); • Frequência: 100 a 120 compressões/ minuto; • Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas (6 cm); • Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se sobre o tórax entre as compressões; • Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as compressões por mais de 10 segundos; • Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível. Figura 6 – Compressão torácica na RCP. Fonte: Internet. Relação Ventilação-Compressão adequada: • Sem via aérea avançada: o Realizar abertura de vias aéreas; o Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30 compressões: 2 ventilações (até a garantia de uma via aérea avançada); • Com via aérea avançada: 25 o Compressões contínuas a uma frequência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações por minuto) RÁPIDA DESFIBRILAÇÃO • Assim que chegar o Desfibrilador Externo Automático (DEAs/DAEs): Verificar o ritmo; • Em caso de ritmo chocável (Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular sem Pulso): o Aplique 1 choque; o Reinicie a RCP por 2 minutos até o DEA avisar sobre a verificação do ritmo; o Continue até que o Suporte Avançado de Vida assuma ou a vítima se movimente. • Em caso de ritmo não chocável: o Reinicie a RCP por 2 minutos, até ser avisado pelo DEA para verificação do ritmo; o Continue até que o pessoal do SAV assuma ou até que a vítima se movimente É essencial que a equipe de enfermagem esteja atualizada e capacitada para a execução dos protocolos da instituição, entendendo suas particularidades, uma vez que um bom atendimento pode determinar a sobrevivência do paciente. Medicamentos mais utilizadas na PCR⁽³′⁴⁾: • Epinefrina – vasopressor para ressuscitação, pode ser utilizada logo após o início da PCR devido a um ritmo não chocável; • Lidocaína e Amiodarona – ambas são indicadas para evitar recorrência da fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso; • Beta bloqueadores – indicada para tratamento pós-PCR por FV ou TVSP, pois está relacionado com maior probabilidade de sobrevivência. No entanto, devem ser avaliados caso a caso, pois podem ocasionar uma grave instabilidade hemodinâmica, exacerbar a bradiarritmia e insuficiência cardíaca. Alguns pacientes que já eram cardiopatas e faziam uso de Beta-bloqueadores antes, pode ser indicado manter a prescrição para melhor prognóstico. Cuidados pós-PCR • Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR: o Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o 26 RCE; o Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo sistema de tratamento pós-PCR; o Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis; o Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica; o Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar ventilação excessiva e hiperóxia. RESUMO São várias as patologias do sistema cardiovascular que podem levar o paciente a UTI. Entre eles se destacam os pós-operatórios de cirurgias cardíacas, doença cardíaca coronariana, aterosclerose, emergências hipertensivas, insuficiência cardíaca congestiva, angina e infarto agudo do miocárdio. Doenças do coração são responsáveis por muitas mortes em todo o mundo. Sabemos que o sucesso na recuperação de uma parada cardiorrespiratória (PCR) depende de uma série de intervenções, dentro e fora dos hospitais. Se uma dessas ações for negligenciada, a recuperação da vítima poderá não acontecer de forma adequada, deixando alterações neurológicas irreversíveis. A American Heart Association (AHA) é uma entidade americana responsável por grande parte dos protocolos de primeiros socorros e emergências médicas que são utilizados no mundo. A RCP é um conjunto de procedimentos utilizados na vítima de PCR, na tentativa de restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sanguínea. 4. PACIENTES COM PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS Seja qual for a patologia que leve o paciente à Unidade de Terapia Intensiva, ele estará sujeito à insuficiência no sistema respiratório. Isto se comprova pelo alto índice, nas Unidades de Terapia Intensiva, de pacientes com insuficiência respiratória como causa primária da internação, ou secundária em pacientes já internados devido a outras afecções. Insuficiência Respiratória existe quando um paciente não é capaz de manter as tensões de seus gases sanguíneos dentro dos limites normais. O tipo de insuficiência respiratória encontrada em UTI tem evolução relativamente rápida, ao contrário da deterioração gradual das doenças respiratórias crônicas. Ela 27 resulta da incapacidade progressiva do sistema respiratório remover dióxido de carbono do sangue venoso e de adicionar oxigênio a ele, por um período que varia desde alguns momentos até alguns dias. Alguns fatores podem ser considerados como predisponentes à insuficiência respiratória: obesidade, idade avançada e exacerbação da doença pulmonar crônica (enfisema, bronquite crônica). Estas causas primárias são agravadas pelo uso de drogas anestésicas, por lesão da caixa torácica ou distensão abdominal, levando a alterações ventilatórias. Além disso, a dor e a imobilização contribuem muito para a instalação do processo de atelectasia. Vale ainda destacar a distinção entre insuficiência respiratória aguda e crônica. A primeira se instala em minutos ou horas e se caracteriza por instabilidade,isto é, a troca gasosa piora à medida que o quadro evolui. Já a segunda, se instala ao longo de dias, semanas ou meses e se estabiliza através de mecanismos fisiológicos compensatórios. Os objetivos do tratamento de pacientes com IRespA incluem: alívio do desconforto respiratório com resolução dos sinais e sintomas relacionados à hipoxemia e/ou hipercapnia, reversão da acidose respiratória e da hipoxemia, além de uma oferta de oxigênio adequada aos tecidos do organismo. O tratamento é essencialmente de suporte enquanto “se ganha tempo” para correção do fator precipitante e a terapia da doença de base. Figura 7- Dispositivos utilizados para tratamento da IResp A, Cateter nasal; B, Máscara de Venturi (1, fonte de O2 a 100% em orifício padrão conforme a FIO2desejada, 2, entrada de ar ambiente); C, Máscara de aerosol (1, oxigênio do nebulizador); D, Máscara com reservatório (1, reservatório preenchido com O2 a 100%, 2, membrana unidirecional para inalação, 3, membrana 28 unidirecional para exalação, 4, entrada de ar ambiente de segurança). Fonte: Internet. 1. Suporte ventilatório mecânico O suporte ventilatório mecânico seja de forma invasiva ou não invasiva está indicado nos quadros de IRespA com os seguintes objetivos: o Alívio do desconforto respiratório o Correção da acidose respiratória e da hipoxemia o Reversão da fadiga muscular respiratória o Reversão e/ou e prevenção de atelectasias o Diminuição do consumo de O2 da musculatura respiratória o Aumento da oferta de O2 aos tecidos o Diminuição da hipertensão intracraniana Se possível, o suporte ventilatório com pressão positiva pode ser ofertado de forma não-invasiva por máscaras ou interfaces especiais. Tal estratégia deve ser considerada em casos menos graves de pacientes com exacerbação de DPOC e outras condições clínicas (vide capítulo de VNI) desde que não apresente as contra indicações abaixo: o Agitação psicomotora intensa o Alterações do nível de consciência (Escore de Glasgow inferior a 8) o Instabilidade hemodinâmica, choque o Arritmias graves o Incapacidade de proteção das vias aeras superiores, comprometimento da eficiência da tosse o Lesões faciais que impossibilitem uso de máscaras o Hemorragia digestiva alta Obviamente para a grande maioria dos casos, sobretudo os mais graves, se fará necessária a intubação traqueal. Vale ressaltar que trata-se de um procedimento com indicação em bases clínicas, não se devendo aguardar resultados de gasometria arterial para a tomada de decisão quanto a intubação. Cuidados gerais de enfermagem diante de insuficiência respiratória - Aspiração das vias aéreas; - Posicionamento adequado do paciente; 29 - Precauções contra aspiração; - Assistência ventilatória; - Monitorização hidroeletrolítica; Monitorização respiratória; Monitorização de sinais vitais. RESUMO O tipo de insuficiência respiratória encontrada em UTI tem evolução relativamente rápida, ao contrário da deterioração gradual das doenças respiratórias crônicas. Ela resulta da incapacidade progressiva do sistema respiratório remover dióxido de carbono do sangue venoso e de adicionar oxigênio a ele, por um período que varia desde alguns momentos até alguns dias. Alguns fatores podem ser considerados como predisponentes à insuficiência respiratória: obesidade, idade avançada e exacerbação da doença pulmonar crônica (enfisema, bronquite crônica). 5. PACIENTE NEUROLÓGICO E POLITRAUMA NA UTI Milhares de pessoas são acometidos diariamente por problemas neurológicos, tais como Acidente Vascular Encefálico (AVE), Hemorragia subaracnóidea (HSA), Aneurismas, Trauma Crânio Encefálico (TCE), Trauma Raquimedular (TRM) etc. E, na maioria dos casos, esses pacientes necessitam de tratamento cirúrgico e intensivo pois necessitam de monitorização completa e contínua. A assistência de enfermagem é indispensável na monitorização neurológica, pois está inteiramente envolvida desde o preparo dos materiais utilizados na assistência de enfermagem e aos pacientes até a manutenção correta das monitorizações invasivas, bem como na prevenção de complicações. A avaliação de enfermagem do paciente neurológico deve incluir o monitoramento do nível de consciência, a reação pupilar, as funções motoras e a observação dos sinais vitais. A atuação da enfermagem em uma UTI deve estar voltada para a detecção precoce de alterações hemodinâmicas e neurológicas. As doenças neurológicas podem ter diferentes origens: hereditária/genética ou congênita, ou seja, dependente de um distúrbio do desenvolvimento embrionário ou fetal do sistema Nervoso Central ou Periférico; adquirida ao longo dos diferentes períodos da vida, desde a fase neonatal até à velhice. O paciente com sequelas neurológicas 30 apresenta uma série de alterações orgânicas e psíquicas em decorrência da não aceitação da doença e, consequente, não aceitação do seu corpo, visualizado como representante desta condição. Os distúrbios neurológicos comumente causam lesões temporárias ou permanentes que prejudicam o indivíduo em suas funções tornando-o um dependente parcial ou total de outras pessoas. Eles podem limitar de modo significativo o desempenho funcional do indivíduo, com consequências negativas nas relações pessoais, familiares, sociais e, sobretudo na qualidade de vida. A cirurgia neurológica é indicada para diversos distúrbios neurológicos. Ela é parte integrante do tratamento de pacientes neurológicos, dentre eles: tumores cerebrais, malformações arteriovenosas e aneurismas. No paciente com problema neurológico, geralmente, o nível de consciência diminui à medida que a PIC se eleva. Inicialmente, o paciente pode evidenciar inquietação, confusão e combatividade. Isso descompensa, então, os níveis inferiores de consciência, variando da letargia até a obnubilação e ao coma. As reações pupilares começam a diminuir, com pupilas lentamente reativas até chegarem a pupilas fixas e dilatadas. O exame pupilar deve ser realizado e deve incluir o tamanho e simetria (comparação do lado Direito e Esquerdo), foto reação e simetria. A agitação, as contraturas musculares, os tremores e relacionar a presença de cefaleia com variações de PA. Outro item importante é a presença de convulsões, pois estas indicam inicio das alterações agudas no SNC. Elas devem ser observadas e acompanhadas quanto à hora de início e término, onde começaram os movimentos ou rigidez, tipo de movimento da parte comprometida. As intervenções de Enfermagem para tratar a PIC elevada incluem a manutenção do alinhamento corporal, evitar mudar a posição lateral da cabeça de forma brusca e a flexão ostensiva do quadril, para evitar o aumento da pressão intra-abdominal. A rotação lateral da cabeça também pode causar compressão da veia jugular diminuindo ou cessando a drenagem do sangue venoso. O enfermeiro ao cuidar do paciente neurológico deve estar sempre atento, pois o seu quadro pode alterar rapidamente e ele deve saber lidar com as intercorrências, não pode estar só atento ao monitor. O enfermeiro deve ter o cuidado com a elevação da cabeceira do paciente, com o período de troca dos cateteres, com as anotações dos parâmetros registrados pelos equipamentos, assim como os horários e aprazamentos dos 31 medicamentos administrados ao paciente, sem esquecer-se das coletas de sangue para gasometria e principalmente oferecer uma assistência humanizada, sem medos e receios de complicações, mas com confiança e conhecimento para enfrenta-las. Cuidados gerais de enfermagem ao paciente neurológico: - Avaliação Neurológica do Paciente - Monitorização hemodinâmica - Estabelecer acesso venoso de grosso calibre - Avaliação do nível de consciência (Escala de Coma de Glasgow) - Avaliação do padrão respiratório - Posicionamento adequado- Avaliar a presença de movimentos involuntários ➢ POLI TRAUMA NA UTI O poli trauma é uma síndrome decorrente de lesões múltiplas, com reações sistêmicas sequenciais que podem levar à falha ou a disfunção de órgãos ou sistemas vitais não diretamente lesados pelo trauma. Epidemiologicamente, o trauma representa, atualmente, a terceira causa de morte Mundial. Segundo as estatísticas, em um dia médio, 170.0 homens, mulheres e crianças sofrem traumatismos, e aproximadamente 400 morrem com resultado de suas lesões. Lesão acidental é o maior assassino de pessoas entre as idades de 1 a 4 anos. A vítima do trauma é considerada parcialmente grave, pois seu estado poderá se deteriorar rapidamente atingindo várias partes do organismo e colocando o indivíduo em risco de vida. Dessa forma a gravidade da lesão são determinadas pelos traumas que podem ser menores, quando atinge um único sistema, ou maiores, quando as lesões são graves e atinge múltiplos sistemas. O avanço tecnológico traz com ele os acidentes de trânsito, tornando-os muitos frequentes em nosso meio, o que eleva o índice das lesões traumáticas podendo levar o indivíduo à inatividade. Apesar dos grandes esforços das equipes responsáveis pelo atendimento ao poli traumatizado, as taxas de morbidade e mortalidade ainda são assustadoras. Nos poli traumatismos referem que a mortalidade é classificada em três níveis subsequentes: imediata, precoce e tardia. No índice de imediata, as mortes são relativas às que acontecem logo após o acidente devido a lesões cerebrais graves, traumatismos cervicais e lesões em grandes vasos ou coração. A taxa de mortalidade precoce refere às 32 mortes ocorridas dentro de duas horas após o trauma, causadas por traumatismos crânio encefálico, torácico, abdominal e hemorragia; nesse tempo, os pacientes ainda apresentam grandes chances de recuperação quando atendidos adequadamente. E as estatísticas de mortalidade tardia relacionam à ocorrência de septicemia e falência múltiplas dos órgãos, podendo também estar ligada ao traumatismo crânio encefálico. Apesar do índice de mortalidade ainda ser elevado, os números da mortalidade imediata tem regredido nos últimos anos. Isso decorrente de uma melhoria na qualidade e rapidez do atendimento pré-hospitalar e à evolução dos protocolos que sistematizam o atendimento inicial ao paciente poli traumatizado. Atualmente, pacientes em condições de extrema gravidade podem ser recuperados no local do acidente, para depois, então, ser encaminhados aos centros especializados para tratamento. • Tipos de Traumatismos O doente poli traumatizado é, quase sempre, um doente em estado crítico, devido a gravidade e complexidade das lesões que apresenta, pelo que as equipas de enfermagem devem estar atentas e preparadas para atuar aos diversos níveis. Como frequentemente coexistem várias lesões, será em seguida realizada uma breve abordagem às principais situações em traumatologia, nomeadamente: • Traumatismo craniano; • Traumatismo vertebro medular; • Lesões maxilo-faciais; • Traumatismo torácico; • Traumatismo abdominal; • Traumatismo pélvico; • Lesões genito-urinárias; • Traumatismo das extremidades O tratamento hospitalar ao poli traumatizado inicialmente inclui a preparação do ambiente para o paciente buscando o material de intubação, soluções salinas aquecidas, preparo dos monitores, comunicação com a radiologia para que esta se prepare. O pessoal que recebe este tipo de paciente deve estar paramentado para proteção individual contra hepatite, AIDS, etc., usando avental cirúrgico, máscara, luvas e óculos de proteção. O paciente é abordado segundo o ATLS, de maneira simples e objetiva, buscando cuidar de: 1. Vias aéreas (imobilização cervical). 33 2. Respiração e ventilação. 3. Circulação e controle da hemorragia. 4. Avaliação do estado neurológico. 5. Analisar exposição: despir o paciente, mas prevenir hipotermia. RESUMO Milhares de pessoas são acometidos diariamente por problemas neurológicos, tais como Acidente Vascular Encefálico (AVE), Hemorragia subaracnóidea (HSA), Aneurismas, Trauma Crânio Encefálico (TCE), Trauma Raquimedular (TRM) etc. E, na maioria dos casos, esses pacientes necessitam de tratamento cirúrgico e intensivo pois necessitam de monitorização completa e contínua. As doenças neurológicas podem ter diferentes origens: hereditária/genética ou congênita, ou seja, dependente de um distúrbio do desenvolvimento embrionário ou fetal do sistema Nervoso Central ou Periférico; adquirida ao longo dos diferentes períodos da vida, desde a fase neonatal até à velhice. A avaliação de enfermagem do paciente neurológico deve incluir o monitoramento do nível de consciência, a reação pupilar, as funções motoras e a observação dos sinais vitais. A atuação da enfermagem em uma UTI deve estar voltada para a detecção precoce de alterações hemodinâmicas e neurológicas. O poli trauma é uma síndrome decorrente de lesões múltiplas, com reações sistêmicas sequenciais que podem levar à falha ou a disfunção de órgãos ou sistemas vitais não diretamente lesados pelo trauma. Epidemiologicamente, o trauma representa, atualmente, a terceira causa de morte Mundial. A vítima do trauma é considerada parcialmente grave, pois seu estado poderá se deteriorar rapidamente atingindo várias partes do organismo e colocando o indivíduo em risco de vida. 6. PROPLEMAS RENAIS NA UTI A Injúria ou Insuficiência Renal Aguda (IRA) ocorre quando há uma agressão súbita aos rins, causando uma redução transitória do seu funcionamento. Após afastar o fator agressor, pode haver recuperação completa ou parcial da função renal ou até mesmo não recuperar. Enquanto na Doença Renal Crônica a lesão progride de maneira lenta e irreversível, na IRA ela se instala rapidamente e há chances de ser revertida, sem o paciente precisar de hemodiálise. Caso ocorra uma agressão grave e persistente aos http://doencarenal.com.br/novidades/doenca-renal-cronica/ 34 rins, a recuperação pode não ser completa. Então, o paciente que inicialmente apresentava uma IRA, pode passar a ter uma Doença Renal Crônica. Quando ocorre uma lesão grave aos rins, a filtração do sangue pode ficar tão comprometida a ponto de ser necessária hemodiálise de urgência. Felizmente isso não acontece em todos os pacientes com IRA. Pacientes idosos ou que já apresentam alguma doença renal prévia estão mais predispostos a desenvolver IRA. Os rins também “envelhecem” com o passar dos anos, portanto, pessoas idosas já apresentam uma função renal reduzida mesmo que não tenham nenhuma doença renal. A IRA é uma complicação muito frequente em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), contribuindo significativamente para o aumento da mortalidade nesse grupo de pacientes. Idealmente, todos os pacientes com IRA devem ser acompanhados por um nefrologista, que poderá identificar e afastar os fatores agressores para que seja interrompido o processo de lesão renal. Quanto maior for a demora para se interromper a agressão, maiores são as chances dos rins ficarem com sequelas e o paciente evoluir para uma Doença Renal Crônica. Inúmeros são os fatores que podem causar uma Injúria Renal Aguda (IRA), citaremos aqui os mais relevantes: 1. Desidratação: provocada geralmente por diarreia e vômitos intensos ou por abuso de diuréticos. 2. Choque circulatório: queda da pressão arterial gerando uma baixa irrigação de sangue nos tecidos do corpo, inclusive os rins. É provocado geralmente por uma infecção muito grave e generalizada (sepse) ou por uma perda importante de líquidos, como nas hemorragias. 3. Sepse: uma das principais causas de IRA em UTI ocorre quando o paciente apresenta uma infecção grave em alguma parte do corpo e as bactériasatingem a corrente sanguínea, podendo causar ou não um choque circulatório. 4. Obstrução do canal urinário: provocada por cálculos, tumores ou pelo crescimento da próstata. Caso não seja realizada uma desobstrução rápida, a função renal pode piorar rapidamente, muitas vezes necessitando até de hemodiálise. 5. Glomerulonefrite Aguda: muitas nefrites são diagnosticadas após o paciente ter apresentado um quadro de IRA. A confirmação diagnóstica deve ser feita rapidamente através de uma biópsia renal, para que o tratamento específico seja http://doencarenal.com.br/novidades/insuficiencia-renal-aguda/%22http:/doencarenal.com.br/doencas-renais/hemodialise/ http://doencarenal.com.br/doencas-renais/glomerulonefrites/ 35 iniciado o quanto antes. Muitas vezes a biópsia renal não está disponível, nestes casos opta-se por tratar o paciente mesmo sem a biópsia pela gravidade do quadro. 6. Cirrose Hepática: o paciente cirrótico apresenta uma dilatação nos vasos sanguíneos do abdome, o que pode provocar uma baixa irrigação de sangue nos rins. 7. Insuficiência cardíaca descompensada: o coração é a bomba de sangue do corpo, quando o paciente apresenta uma insuficiência cardíaca descompensada ocorre um baixo débito de sangue para todos os órgãos, inclusive os rins. Se o paciente possui um bom funcionamento renal, é comum não apresentar sintomas diante de uma IRA leve ou moderada. Por outro lado, se a injúria for grave ou se o paciente já tiver um rim com Doença Renal Crônica avançada, poderá apresentar sintomas como mal estar, vômitos, aumento da pressão e falta de ar. Como a IRA pode não causar sintomas, a realização de exames laboratoriais e de imagem é muito importante para seu diagnóstico e para investigação dos possíveis fatores agressores. Consideramos que um paciente apresenta uma IRA quando sua creatinina aumenta mais do que 0,3 mg/dL em 48 horas ou quando ocorre uma elevação da creatinina acima de 50% num período de 7 dias. Em todo paciente com IRA deve-se sempre tentar identificar o fator agressor e afastá-lo o mais rápido possível para prevenir que ocorram mais lesões. A partir da história que o paciente ou seus familiares contam, na maioria dos casos já se consegue identificar o que ocasionou a piora do funcionamento renal. Serão então realizados exames laboratoriais para a confirmação do diagnóstico. Em alguns casos são necessários exames de imagem como Ultrassom ou Tomografia Renal sem contraste para ajudar no diagnóstico da causa da IRA, principalmente naqueles pacientes em que se suspeita de uma obstrução do canal urinário. Para o tratamento o primeiro passo é identificar e afastar o fator agressor aos rins o mais rápido possível. Então, devem ser adotadas medidas para minimizar o aparecimento de mais lesões renais: 8. Suspender medicações tóxicas ao rim quando possível, muitas vezes esta medida é inviável pelo fato do medicamento ser essencial no tratamento de alguma doença. 9. Evitar quedas na pressão arterial. Em uma Unidade de Terapia Intensiva 36 medicações específicas são usadas com esta finalidade. 10. Impedir que o paciente fique desidratado 11. Ajustar a dose de alguns medicamentos, principalmente dos antibióticos, adequando para a filtração renal atual do paciente. 12. Evitar a realização de exames com contraste iodado se possível. Muitas vezes a realização do exame é imprescindível para o diagnóstico e tratamento, nestes casos, realiza-se uma profilaxia para prevenir a piora de função renal. Mesmo após adotar todas essas medidas, alguns pacientes evoluem com piora da função renal, até chegar numa fase em que se torna obrigatório iniciar hemodiálise (Figura 8). Deve-se deixar claro que a hemodiálise não irá curar o rim, apenas substituirá sua função de filtrar o sangue enquanto os rins não se recuperam da lesão. Figura 8 – Hemodiálise. Fonte: Internet. Para se realizar a diálise, é necessária a passagem de um Cateter de Hemodiálise (Cateter inserido em uma veia calibrosa do corpo para realização da hemodiálise. As veias de escolha geralmente são a jugular (localizada no pescoço) e a femoral (localizada na região da virilha). Possui 2 vias, uma é responsável pela retirada do sangue para passar na máquina de diálise, e a outra via é aquela que devolve o sangue para o corpo do paciente. Seu uso deve ser provisório, o uso prolongado aumenta o risco de infecção no cateter) em uma veia calibrosa do corpo, geralmente a veia jugular, localizada no pescoço. 1. A insuficiência renal crônica (IRC), ou Doença Renal em Estágio Terminal (DRET), 37 é uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual fracassa a capacidade do corpo para manter os equilíbrios metabólico e hidroeletrolítico, resultando em uremia ou azotemia (retenção de ureia e outros resíduos nitrogenados no sangue). Atualmente, as modalidades para o tratamento da DRC são a hemodiálise, diálise peritoneal ambulatorial contínua, diálise peritoneal automatizada e transplante renal, que permitem a manutenção da vida desses pacientes. A escolha do método de tratamento deve ser de forma individualizada, contemplando os aspectos clínicos, psíquicos e socioeconômicos do paciente. Entre as terapias de substituição da função renal, destaca- se a hemodiálise (HD). A hemodiálise é feita com a ajuda de um dialisador (capilar ou filtro). O dialisador é formado por um conjunto de pequenos tubos chamados "linhas“. Durante a diálise, parte do sangue é retirado do corpo, passa através da linha em um lado, onde o sangue é filtrado e retorna ao paciente pela linha do lado oposto. Atualmente tem havido um grande progresso em relação à segurança e a eficácia das máquinas de diálise, tornando o tratamento bastante seguro. Existem alarmes que indicam qualquer alteração que ocorra no sistema (detectores de bolhas, alteração de temperatura e do fluxo do sangue, etc). • Intervenções de enfermagem o Manter o equilíbrio hidroelectrolítico; Manter o estado nutricional adequado; Manter a integridade cutânea; Manter a pele limpa e hidratada; Aplicar pomadas ou cremes para o conforto e para aliviar o prurido; Administrar medicamentos para o alívio do prurido, quando indicado; Evitar a constipação; Estimular dieta rica em fibras lembrando-se do teor de potássio de algumas frutas e vegetais; Estimular a atividade conforme a tolerância; Administrar analgésicos conforme prescrito; Proporcionar massagem para as caimbras musculares intensas. o Evitar a imobilização porque ela aumenta a desmineralização óssea; Administrar medicamentos conforme prescrito; Aumentar a compreensão e a aceitação do esquema de tratamento; Preparar o paciente para diálise ou transplante renal; Oferecer esperança de acordo com a realidade; Avaliar o conhecimento do paciente a respeito do esquema terapêutico, bem como as complicações e temores; Explorar alternativas que possam reduzir ou eliminar os efeitos colaterais do tratamento; Ajustar o esquema de tal modo que se 38 possa conseguir o repouso após a diálise; Oferecer pequenas refeições a cada 3 horas com a finalidade de reduzir as náuseas e facilitar a administração de medicamentos; Estimular o reforço para o sistema de apoio social e mecanismos de adaptação para diminuir o impacto do stress da doença renal crônica; Fornecer indicações de assistência social e apoio da psicologia; Discutir as opções da psicoterapia de apoio para a depressão; Encorajar e possibilitar que o paciente tome certas decisões. RESUMO A Injúria ou Insuficiência Renal Aguda (IRA) ocorre quando há uma agressão súbita aos rins, causando uma redução transitória do seu funcionamento. Após afastar o fator agressor, pode haver recuperação completa ou parcial da função renal ou até mesmo não recuperar. Enquanto na Doença Renal Crônicaa lesão progride de maneira lenta e irreversível, na IRA ela se instala rapidamente e há chances de ser revertida, sem o paciente precisar de hemodiálise. 7. PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS E TERAPIA NUTRICIONAL NA UTI As queixas gastrointestinais altas incluem dor torácica, dor abdominal crônica e recorrente, dispepsia, sensação de globo, halitose, soluço, náuseas, vômitos e ruminação. A hemorragia digestiva, um dos problemas gastrointestinais que mais leva o paciente a UTI, é caracterizada por um sangramento em algum local do sistema digestivo. Ela pode ser classificada como hemorragia digestiva alta quando os locais do sangramento são o esôfago, o estômago e o duodeno ou hemorragia digestiva baixa, quando o sangramento ocorre no intestino delgado, grosso ou reto. Causas da hemorragia digestiva Algumas das possíveis causas da hemorragia digestiva são: Hemorragia digestiva alta: • Úlcera gástrica; • Úlcera duodenal; • Varizes esôfago gástricas; • Câncer no esôfago, estômago ou duodeno; • Perfuração do esôfago, estômago ou duodeno. http://doencarenal.com.br/novidades/doenca-renal-cronica/ http://doencarenal.com.br/novidades/doenca-renal-cronica/ 39 Hemorragia digestiva baixa: • Hemorroida; • Fissura anal; • Pólipo intestinal; • Doença de Crohn; • Diverticulose; • Câncer no intestino; • Perfuração do intestino; • Endometriose intestinal. Tratamento para hemorragia digestiva O tratamento para hemorragia digestiva varia conforme a causa da doença, podendo incluir a transfusão sanguínea, o uso de medicamentos e em alguns casos, cirurgia. Nos casos menos graves, o paciente poderá seguir o tratamento em casa, mas nos casos mais graves quando há uma grande perda de sangue, o internamento na UTI pode ser necessário. ➢ TERAPIA NUTRICIONAL EM PACIENTES EM UTI A terapia nutricional faz parte integral do tratamento de doentes graves internados em UTI. Praticar terapia nutricional nestes doentes envolve compreensão dos fenômenos e mecanismos patofisiológicos envolvidos em processos inflamatórios e infecciosos encontrados. Pacientes admitidos em UTI, possuem um perfil metabólico nutricional característico que favorece o desenvolvimento da síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS). Esta pode evoluir para síndrome da disfunção de múltiplos órgãos (SDMO). A SDMO, em associação com hipermetabolismo, predispõe os pacientes críticos a um risco de óbito elevado, em torno de 30 a 85% independente da causa inicial. A mortalidade está diretamente relacionada com o número de órgãos envolvidos e a evolução do fator predisponente ou doença de base. Avaliação nutricional do paciente crítico é muito importante já que pacientes previamente desnutridos tem menor capacidade energética de suportar longos período de jejum e hipermetabolismo. No entanto, as técnicas de avaliação nutricional atualmente disponíveis dificilmente podem ser aplicadas sem restrições aos doentes 40 críticos. Condições encontradas frequentemente em UTI que dificultam a avaliação são alterações dos compartimentos de composição corpórea por má distribuição de fluídos, preferência de síntese hepática de proteínas de fase aguda e imunossupressão pós traumática. A escolha do suporte nutricional e da via de administração depende do estado clínico do paciente. A regra de ouro é “se o intestino funciona, use-o”. É importante notar que a nutrição parenteral total ou suplementar é indicada quando as necessidades nutricionais não são atendidas por alimentação oral ou enteral ou se a alimentação oral ou enteral for contraindicada. • Definição de Nutrição Enteral e Parenteral (Figura 9). A nutrição enteral (NE) inclui suplementos nutricionais orais (SNO) e alimentação enteral por meio de sonda nasogástrica, nasoenteral ou percutânea. A NE fornece nutrientes e energia para as células mucosas, estimulando o metabolismo da célula epitelial, fluxo de bile e secreções pancreáticas, bem como liberando hormônios gastrointestinais (GI) enterotróficos e elevando o fluxo sanguíneo da mucosa. Enquanto a nutrição parenteral (NP) fornece nutrientes via infusão intravenosa, diretamente na circulação sistêmica, contornando o trato gastrointestinal (GI). Figura 9 – Nutrição Enteral e Nutrição Parenteral Fonte: Internet. • Indicações para NE e NP A fim de evitar a desnutrição e os efeitos adversos relacionados, todos os 41 pacientes de UTI que não apresentam condições para uma dieta por via oral completa devem primeiro receber nutrição clínica, de preferência NE, dentro de 24 a 48 horas de internação. No entanto, a NE apenas geralmente não é suficiente para fornecer a quantidade de energia e proteína necessária. Isso pode resultar em déficits nutricionais que podem piorar os resultados clínicos. Nos casos de pacientes que recebem menos do que a alimentação enteral alvejada, após dois ou três dias deve-se considerar a NP suplementar para preencher a lacuna calórica. Quando a NE é contraindicada, a NP é recomendada. A NE sozinha geralmente é insuficiente para fornecer a quantidade de energia e proteína necessária. Isso pode resultar em déficits nutricionais que podem piorar os resultados clínicos. Nesses casos, a NP pode ajudar a preencher a lacuna calórica. Se a NE for contraindicada ou uma tolerância limitada para NE por um período prolongado não permite a ingestão suficiente para atender a todas as necessidades nutricionais do paciente, a NP é indispensável para complementar ou substituir a alimentação por sonda enteral para evitar desnutrição relacionada a doença. • Vias de administração As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são a periférica e a central. Na primeira podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vitaminas entre outros. A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineiramente usada para ter acesso à veia cava superior. O catéter deve posicionar-se no átrio direito, o que deve ser verificado através de RX. Estipulada a via de administração, a solução pode ser instalada, respeitando sempre as condições estabelecidas quanto ao volume e as calorias, situação está controlada através da velocidade do gotejamento. As soluções base são hipertônicas, logo necessitam ser infundidas em veia central. • Indicações Como já foi dito anteriormente, a Nutrição Parenteral pode ser usada como apoio ou exclusivamente, para aqueles casos em que o uso da via enteral é contra indicada, a seguir os mesmos serão expostos: - Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético), logo a única terapia capaz de suprir tais necessidades é a parenteral. 42 Isto é possível através do fornecimento de emulsões lipídicas que apresentam alto teor calórico. - Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das maiores causas de mortalidade em pacientes com esta patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacientes. Estudos apontam que o tratamento convencional de fístula associada à Nutrição Parenteral tem promovido recuperação e fechamento precoces. - Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo (consequente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos ramificados e baixa concentração de aromáticos. - Insuficiência
Compartilhar