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I O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL Luiz Carlos de Souza Pereira Lana Maria Rodrigues Rego Varizo Tavares RESUMO Apesar de muitos autores tentarem definir o que é empreendedorismo e o ato de empreender, dois grandes conceitos se destacam na referida atividade, visto como carreira e como comportamento o mesmo surgiu no Brasil nos anos 90, e vêm crescendo na concepção do brasileiro. O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a importância deste ramo no país, trazendo um conceito de mundo, de nação empreendedora, o vigor da base científica. Sobre o que envolve tal metodologia utilizada para esse trabalho de graduação; notadamente a fundamentação teórica do assunto se apresenta através de pesquisas realizadas e encontradas em livros e artigos científicos com os resultados das pesquisas, podemos observar que O Brasil vem crescendo e se destacando no ranking mundial. Palavras-Chave: Mercado de trabalho. Economia. Empreendedor. 1 INTRODUÇÃO A escolha deste tema é sobretudo mostrar a sua importância nos diversos seguimentos de nossa sociedade é de grande relevância socioeconômico para nosso país nas conjunturas atuais. Muitos autores buscaram definir o que é o empreendedorismo ao longo dos anos, diversas propostas tentam definir o que é empreender; tendo em destaque dois conceitos que mais se evidencia sendo um mais antigo, onde tem o empreendedorismo como uma carreira, no qual o indivíduo assume a responsabilidade sobre os riscos e a gerencia de seu próprio negócio e ideias. E o segundo tem o empreendedorismo como uma forma comportamental, como um indivíduo que cria uma oportunidade de agir para aproveitar, uma ação criativa e inovadora em seus projetos de vida, podendo ser uma pessoa empregada ou não, mas que pense de forma empreendedora (LOPES; MIRANDA, 2017). Ainda no campo dos objetivos este trabalho é trazer a importância do empreendedorismo no Brasil o qual surgiu por volta dos anos 90. Contudo, não havia II conhecimento sobre a área, então, surgiram algumas entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software), criados para dar suporte aos empreendedores daquela época, trazendo a popularização do assunto no país (BISPO, 201-). A metodologia utilizada para esse trabalho acadêmico foi a revisão bibliográfica - tipo de pesquisa na qual busca-se fundamentação e base para o assunto que será discutido, através de pesquisas já realizadas, encontradas em livros e artigos, estimulando o aprendizado e o amadurecimento das ideias sobre o assunto abordado de acordo com (SALDANHA, 2016). É de grande relevância social e fundamental importância e desinteresse no estudo do tema “empreendedorismo” que vem crescendo, principalmente diante da crise econômica que a pandemia do coronavírus gerou nos países do mundo. Muitos indivíduos, diante da situação vêm buscando adaptação no mercado seja comercializando produtos ou oferecendo serviços “(CASTRO et. al, 2021). Segundo o estudo do GEM (Global Entrepreneurship Monitor), no Brasil há dois tipos de empreendedores: Aqueles visionários que já possuem um plano de trabalho e tem em mente o crescimento financeiro e foco. E aqueles que buscam empreender por necessidade, por falta de emprego e oportunidade no mercado laboral atual. Fazendo, assim, o Brasil se tornar um grande campo de novos empreendedores (BISPO, 201-). Metodologia utilizada para esse trabalho científico foi a revisão bibliográfica - tipo de pesquisa na qual busca-se fundamentação e base para o assunto que será discutido, através de pesquisas já realizadas, encontradas em livros e artigos, estimulando o aprendizado e o amadurecimento das ideias sobre o assunto abordado Porém, qual base esses novos empreendedores têm ao iniciar na carreira empresarial? Quais estratégias diferem um empreendedor que alcançou o sucesso de um que fracassou na gerência de seus negócios? O empreendedor tem o papel de condutor do desenvolvimento econômico no país? III Sendo assim, utilizando os meios citados, para a fundamentação deste trabalho, foi adotado o método de pesquisa livre, ou seja, diversos artigos e livros foram consultados em quantidades variadas. Pretende-se trazer esclarecimento social sobre o que realmente é, e o que traz o empreendedorismo para o Brasil. 2 O EMPREENDEDORISMO Empreendedorismo é um assunto bastante atual, e a busca sobre o tema vem crescendo ano após ano no Brasil. Além de ser um mercado de trabalho bem quisto pelos jovens, pelos benefícios de liderança e gerência de seu próprio negócio, também é uma alternativa para àqueles que, atualmente, não estão inseridos no mercado de trabalho, por desemprego ou falta de oportunidade. Segundo Sosnowski (2018), o assunto é tão comum nos dias de hoje, que até mesmo em uma conversa entre amigos pode-se discutir o tema. Os padrões estão sendo quebrados, nota se que mesmo os aposentados e os recém graduados ousam e se arriscam no mundo dos empreendimentos, seja prestando serviços ou vendendo seus produtos, nunca se falou tanto de empreendedorismo quanto agora. Ademais, com a crise econômica mundial causada pela pandemia do novo Coronavírus, muitos trabalhadores perderam seus cargos laborais e precisaram se reinventar para se lançarem novamente ao mercado. Isso afirma que o empreendedor precisa ter uma visão ampla, ao assumir riscos e adaptações que possam explorar as oportunidades de um ganho financeiro, no ambiente no qual está inserido (CASTRO et. al, 2021). Apesar disso, o empreendedorismo é um assunto que começou a se popularizar no Brasil, na década de 90, e no ano de 2015 atingiu um grande aumento. De acordo com Vieira (2020): IV “Em 2015, a taxa de empreendedorismo total no Brasil, compreendida pela taxa de empreendedorismo inicial mais a taxa de empreendedorismo estabelecido, alcançou o índice de 39,3%. Desse percentual, 21% correspondem aos empreendimentos em estágio inicial, ou seja, em cada 100 brasileiros, 21 estavam desenvolvendo alguma atividade empreendedora em estágio inicial” (GEM, 2015 apud Vieira, 2020). Ainda que esse venha sendo um assunto comum em empresas, universidades e até mesmo nas escolas de ensino fundamental e médio, também entre as famílias, definir o empreendedor é uma tarefa muito complexa, pois a pauta vai além de assumir um posto. O ofício de empreender trata-se de postura, atitude e visão pessoal e negocial. 2.1 CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR Podemos dizer que os empreendedores são aqueles indivíduos que pretendem quebrar a realidade na qual estão inseridas, pessoas com visão e ousadia, que apostam suas ideias e seus ideais em um plano de engajamento a fim de obter ganhos mudando a realidade ao seu redor. Pode-se dizer que o empreendedor é aquele que enxerga uma lacuna e pretende explorá-la para que seja preenchida, obtendo benefícios de certas situações e ambientes, mas acima de tudo, assumindo os riscos (LIMA, 2015). Em um estudo realizado por Castro et. al (2021) sobre “Empreendedorismo e coronavírus: impactou, estratégias e oportunidades frente à crise global”, foram recrutados 17 empreendedores, que em sua maioria, eram do sexo feminino – sendo 10 mulheres e 7 homens – com idade entre 25 a 47 anos e, a maior parte possuía ensino superior, sendo que 3 estavam, ainda, cursando a pós-graduação (lato e strictu senso); e uma grande diversidade no que se tratava do ramo de atuação, encontrando desde cabeleireiros à arquitetos deste modo, podemos notar que não há um padrão quando se trata de empreendedorismo. Não é possível citar características de um empreendedor, se não àquelas ligadas à personalidade. Pois o perfil deste é claramente de um indivíduo criativo, ousado e corajoso, como já dito anteriormente. V Na visão moderna, podemos dizer que o empreendedore o empreendedorismo são muito bem definidos pelo austríaco Joseph Schumpeter – um economista muito importante do século XX. O economista aponta o empreendedor como um sujeito visionário, onde cria produtos e serviços que fogem ao que já se encontra no mercado, algo mais simples, melhor ou com menor custo em relação ao que já existe. O que relaciona que nem sempre o empreendedor é o empresário, proprietário e investidor da empresa e, também não necessariamente aponta o empresário como empreendedor. Schumpeter chega a definir o termo “empreender” como “destruição criativa” (SOSNOWSKI, 2018). Ainda no Livro “Empreendedor para leigos” de Sosnowski (2018), encontramos uma tabela de declarações feitas por autores importantes sobre quem são os empreendedores e quais são suas características. Tabela – Definição de empreendedor pela visão de alguns especialistas. Fonte: SOSNOWSKI, 2018 (p.12) De acordo com Amaral et al. (2009): VI “Apesar de haver pontos em comum na literatura no que diz respeito às principais características do empreendedor, ainda não se obteve uma conclusão exata sobre quais são os fatores determinantes para o empreendedor de sucesso.” Segundo o GEM (2016) apud Sosnowski (2018), quando se trata de gênero no ramo empreendedor, o Brasil está localizado no topo da lista ao se tratar de mulheres no empreendimento, pois o número de homens e mulheres empreendedores é quase o mesmo. O que é um ponto positivo quando falamos de equiparação dos direitos entre os sexos. 2.2 O EMPREENDEDORISMO NO BRASIL Apesar de se falar muito de empreendedorismo de forma informal no Brasil, estudos realizados no ano de 2009, apontam que entre os empreendedores que se arriscaram em abrir uma nova empresa, 90% não obtiveram nenhum envolvimento ou direcionamento em alguma disciplina em nenhum nível da formação escolar, que tratasse a respeito de empreendedorismo ou abertura de microempresa (Greco et al., 2009 apud Lima et al., 2014). Os dados acima a respeito do Ensino do Empreendedorismo no Brasil corroboram com os mais diversos autores e estudos, apontando que as Instituições de Ensino Superior no Brasil deixam muito a desejar no que se trata da preparação dos alunos para a realidade do empreendedorismo. Visto que há uma grande necessidade de melhoria nos cursos superiores em Administração em gestão de pequenos negócios, sugerindo um enfoque prático, capacitação dos professores e contato com experiências de empreendedores já no mercado; e comparado ao Ensino Superior dos outros países, o ensino brasileiro do empreendedorismo ainda é bastante limitado (LIMA et al., 2014). Atualmente o Brasil é considerado um país empreendedor, mas apesar da sua crescente, os negócios que vêm surgindo no país ao longo dos últimos anos, possuem muito pouco potenciais de impacto, criação de empregos e expansão, enquanto que a taxa de mortalidade é alta. De acordo com dados obtidos pelo VII SEBRAE (2004), 59,9% das empresas não passam dos 4 anos, e o principal motivo seriam as falhas gerenciais (MARTENS e FREITAS, 2008). Segundo os dados do GEM (2019), estima-se que haja 53,5 milhões à frente de alguma atividade empreendedora, demonstrando que apesar da queda no percentual de crescimento no ano de 2016, vem havendo um crescimento nessas atividades, apontando que após a marca histórica do ano de 2015 com 39,3% da população empreendendo, no ano de 2019, atingiu-se a marca de 38,7% (apenas 0,7% a menos que 2015). “Complementando o panorama acerca das principais taxas do empreendedorismo brasileiro, é fundamental mencionar a taxa de empreendedorismo potencial (tabela 1.1) que, em 2019, foi de 30,2%, significando que, de cada 10 brasileiros que não são considerados empreendedores, três deles gostariam de abrir um negócio próprio nos próximos três anos. Se essa pretensão vier a se concretizar, em média serão 8 milhões de novos empreendedores ingressando anualmente no ambiente de negócios brasileiro.” (GEM, 2019) De acordo com Vieira (2020), o empreendedorismo é um condutor de desenvolvimento, é uma das atividades atribuídas ao desenvolvimento financeiro e social de um país, que contribui na geração de empregos e auxilia no crescimento econômico. No Brasil não poderia ser diferente. Afinal, segundo o GEM, no ano de 2015, 21 a cada 100 brasileiros estavam envolvidos em alguma atividade empreendedora. Em 2018, segundo Sosnowski, três em cada dez brasileiros entre 18 e 64 anos, estavam envolvidos em algum tipo de atividade ou criação empreendedora, com predominância entre jovens de 18 a 34 anos (52% do total), de renda abaixo de 3 salários mínimos – notando que quanto maior a renda, menor a taxa de empreendedores. Fato que deu destaque ao nosso país como um dos mais empreendedores do mundo, estando à frente de grandes potências, como China, Estados Unidos, México e Alemanha. VIII 2.2.1 DIFICULDADES DO EMPREENDEDORISMO Como podemos ver o Brasil é um país em crescente expansão de empreendedorismo, porém muitas são as dificuldades enfrentadas por aqueles que pretendem abrir seu próprio negócio. Dentre elas, está o alto custo de se começar um empreendimento, dificuldades de acessar crédito e serviços financeiros, a burocracia para a regulamentação dos documentos, impostos altos, falta de conhecimento em administração e gerenciamento do próprio negócio, dentre outros (JONATHAN, 2011). Apesar de os brasileiros valorizarem o empreendimento no país, sugerem que ainda falta um grande percurso para se chegar ao ideal, no que se trata de apoio ao empreendedor; programas que amparem e auxiliem o pequeno empresário a alcançar o desenvolvimento e o sucesso adequado para a sobrevivência de sua empresa (GEM, 2019) Como podemos encontrar em Sosnowski (2019), o mundo moderno muda a todo tempo. Novas informações vão surgindo e com isso, novas necessidades e novos desafios. O que pode parecer uma grande oportunidade, também pode levar ao abismo, pois o nível de incertezas é mais elevado. A nova era tecnológica trouxe um mundo de informações e conexões na palma de nossas mãos, exigindo uma nova forma de atuar e se posicionar diante da sociedade. Podemos encontrar no GEM (2019), fatores que limitam o crescimento das empresas no Brasil, dentre eles, estão: as políticas governamentais, que estão relacionadas aos trâmites administrativos, impostos e dificuldade no processo de pagamento dos impostos. “...Para eles a corrupção, a instabilidade econômica, o alto custo de capital, as mudanças constantes na legislação, as incertezas do ambiente político, a falta de confiança nas instâncias de poder, a demora e a dificuldade em realizar as reformas necessárias (previdência e tributária) afetam constante e negativamente o êxito do empreendedorismo no país, e impactam diretamente no investimento e na credibilidade do empresário brasileiro” (GEM, 2019) p. 25 IX Ainda, como o terceiro fator mais limitante, está a falta de apoio financeiro, pois destaca-se a alta de juros impostos pelas instituições financeiras, o excesso de garantias para realizar o financiamento e a burocracia (GEM, 2019). Dentre alguns dos problemas mais comuns ao iniciar na carreira do empreendedorismo, temos a falta de apoio familiar, falta de planejamento, má escolha de colaboradores, parceiros e fornecedores, relacionamento ruim com sócios ou membros da equipe, falta de capacidade comercial, falta de recursos financeiros, ausência de crédito, carga tributária, e outros (SEBRAE, 2016). 3 ANÁLISE DO EMPREENDEDORISMO De fato, sabemos que o empreendedorismo tem muitas vantagens, assim como desvantagens. Dentre as vantagens, é nítido até mesmo para quem não se encontra no ramo, a liberdade. Desprender-se de regras de empresas nas quais não se é o proprietário pode ser um alívio para muitos. Há quemafirme que quem empreende escolhe seu próprio destino e dá seus passos na direção em que acha correto – o que não significa que terá sucesso, mas a liberdade é um dos maiores atrativos do empreendedorismo (BARROS NETO, 2015). De acordo com Fiorini e Zampar (2015), estar em um ambiente familiar, é uma das favoráveis do empreendedorismo. Empregar membros da sua família e desenvolver o trabalho em equipe com que obtemos laços, para realizar nossos anseios é um diferencial do micro e pequeno empreendedor. No que se trata de mulheres no empreendimento – um tema muito abordado em estudos atuais, Sosnowski (2019), cita que para as empreendedoras, a maior das vantagens é poderem trabalhar com o que gostam, como forma da realização de um sonho; seguido da flexibilidade de horários e, por último afirmam que ganham melhor com seu pequeno empreendimento do que trabalhando para terceiros. A autonomia e a autorealização também podem ser citadas como fatores favoráveis no meio empreendedor; na visão de Dolabela (2008), o empreendedor é X alguém que sonha e busca tornar seu sonho realidade. Assim como também é visto como uma arma contra o desemprego, no qual o indivíduo encontra uma saída para seus problemas econômicos e desenvolvimento social. Quando o assunto é discutido por especialistas, encontramos informações importantes no GEM. No ano em que obtivemos a maior alta nas taxas de crescimento do empreendedorismo no Brasil (2015) e no ano de 2019, especialistas apontaram como o fator mais favorável para se empreender no país, a capacidade empreendedora dos brasileiros, pois é aqui que temos a maior taxa de empreendedores iniciais, quando comparada aos outros países selecionados. O fator é apontado como destaque por referir-se aos traços da personalidade brasileira, como a criatividade e a capacidade de adaptação a novas situações. “Ainda como elementos favoráveis merecem destaque os fatores “abertura de mercado e internacionalização” com 33,3% de menções e “Características da Força de Trabalho e Composição da População Percebida com 31,8%. Em relação ao primeiro, o destaque foi a existência de vastas possibilidades de novos negócios propiciada, inclusive, por um aspecto não tão positivo: o espaço ainda a ser percorrido pelo mercado brasileiro no sentido do amadurecimento.” (GEM, 2019) p.24. Independente, de ser especialista no assunto ou ser um empreendedor inicial, algumas vantagens de seguir essa carreira são claras até mesmo para os leigos. Como já citadas acima: a liberdade, a possibilidade de usar a própria criatividade, a chance de se tornar seu próprio patrão e determinar seus próprios horários, a possibilidade de home Office e até mesmo a realização de um sonho em abrir seu próprio negócio, são alguns atrativos para aqueles que pretender começar seu empreendimento. Mas não podemos nos esquecer de que os riscos e os obstáculos existem em qualquer situação, por isso, na seção a seguir você irá conferir quais as desvantagens de se tornar um empreendedor – na visão do próprio e na visão de especialistas. XI 3.1 DESVANTAGENS LIMITADORAS DO IMPREENDEDOR Uma grande parte de microempreendedores no Brasil trabalha de forma informal, pois iniciam seu negócio como alternativa ao desemprego e a única saída de manter o sustento de suas famílias; e acreditam que formalizar seu trabalho seria uma desvantagem. Por falta de informação, acreditam que é uma forma do governo cobrar ainda mais impostos e não querem enfrentar a burocracia da documentação. Porém, manter-se na informalidade traz uma série de desvantagens riscos que o empreendedor formalizado não sofre. Nascimento et. al. (2019), realizou um estudo intitulado de “Microempreendedor individual e as vantagens da formalização”, onde entrevistou 136 empreendedores na cidade de São Luís, e 71% dos entrevistados não estavam registrados no MEI. Os autores citam inúmeras dessas desvantagens e destacam a necessidade de se formalizar no meio do empreendedorismo. Dentre as mais sobressalentes estão: Não poder desfrutar da isenção de impostos federais e ter descontos nos valores de impostos estaduais e municipais; Não possuir Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e com isso, ser impossibilitado de emitir Nota Fiscal; Não possuir Direito Previdenciário, como aposentadoria por idade, auxílio doença e maternidade; Dificuldade em se conseguir empréstimos no banco; Não contar com acesso gratuito de assessoria contábil e SEBRAE; e não ter a possibilidade de abertura de conta empresarial, movimentando as receitas de seu negócio. “a figura jurídica do Microempreendedor Individual – MEI, foi instituída para facilitar ao indivíduo, outrora informal, a possibilidade da legalização e inscrição do seu negócio. O programa do Microempreendedor Individual tem como objetivo alcançar as atividades dos pequenos empresários, que, através da sua formalização, gozarão de uma série de vantagens que o próprio comporta. Os empreendedores, que buscam a formalização, passarão por um método desburocratizado, decrescimento da carga tributária, dispensa de tributos federais, capacidade para abrir uma conta bancária jurídica e outros serviços oferecidos para garantir um melhor desempenho de sua atividade empreendedora. (NASCIMENTO, 2019.) p. 16 Por outro lado, mesmo aqueles que optam pela formalização de seus negócios, enfrentam fatores limitantes ao desenvolvimento. Alguns desses fatores XII são citados por especialistas no GEM (2015) e GEM (2019), e nas duas citações, o maior obstáculo enfrentado pelas empresas está “Políticas Governamentais”, que apesar de estar melhorando, ainda precisa mudar no quesito de favorecimento ao empreendedor e, uma das maiores queixas ligadas a esse fator, estão os impostos e burocracia; em segundo lugar está “clima econômico, contexto político, institucional e social e corrupção” “a instabilidade econômica, o alto custo de capital, as mudanças constantes na legislação, as incertezas do ambiente político, a falta de confiança nas instâncias de poder, a demora e a dificuldade em realizar as reformas necessárias (previdência e tributária) afetam constante e negativamente o êxito do empreendedorismo no país, e impactam diretamente no investimento e na credibilidade do empresário brasileiro” (GEM, 2019) p. Como terceiro fator mais limitante citado está o “Apoio Financeiro”, ou a falta dele. Pois os especialistas citaram que o Brasil deixa a desejar nesse quesito, já que a alta dos juros cobrados pelos bancos, o excesso de garantias ao tomador para realizar a operação de crédito e o excesso de burocracia, restringem o empreendedor (GEM, 2019). Na versão 2015 do GEM, ainda podemos encontrar esses fatores citados pelos próprios empreendedores, uma visão deles de quais limitações e dificuldades enfrentam ao iniciar no ramo do empreendedorismo. Em primeiro lugar o aspecto mais limitante com 54,4% dos votos dos empreendedores, está o “Acesso a recursos financeiros” (empréstimos ou financiamentos); seguido de “Legislação e impostos” (leis e carga tributária); e com apenas 8% dos votos, “Programas de orientação para abrir ou manter um negócio”. Ainda, conforme uma pesquisa realizada pelo GEM (2019) pode-se considerar recomendações da própria população no que tange a melhorias para estimular a população a iniciar um empreendimento. E, 45,7% da população apontaram como importante a “facilidade de acesso ao crédito”; em seguida, os entrevistados indicaram a “necessidade de maior difusão de cursos de empreendedorismo” (19%), e o terceiro ponto mais importante apontado pelos XIII respondentes, deveriam ser os “menores custos para contratar a mão de obra”, com (14%). Em resumo, a maior dificuldade do pequeno empreendedor, atualmente, está nas taxas tributárias, na burocracia das políticas governamentais e no difícil acessoao crédito nos bancos brasileiros. 3. 2 O EMPREENDEDORISMO NA PANDEMIA No ano de 2019, na China, iniciou-se a pandemia mundial do novo coronavírus, dando início a um caos e um pânico mundial logo nos primeiros meses, do que até então, era apenas uma nova doença a surgir na China. A doença se espalhou por todos os continentes, deixando a população do mundo inteiro de quarentena por quase dois anos. A crise econômica e social se instalou, e consigo trouxe milhares de desempregados e empresas fechando suas portas. As novas recomendações de segurança não facilitavam em nada o convívio social dentro das empresas - de pequeno e grande porte, transporte público, escolas públicas e privadas, tiveram que reduzir a capacidade ou fechar suas portas (PEREIRA; RIBEIRO, 2020). Os autores acima realizaram um estudo em 2020, e concluíram que em 2019, 90% da população que iniciou um novo empreendimento, foi devido à escassez de emprego; e após esse período, ainda houve o impacto da pandemia que se instalou no país em março de 2020, aumentando essas taxas e dificultando ainda mais a melhoria na questão do desemprego. A taxa de desocupação no Brasil chegou a 11,8% (ou seja, 12,8 milhões de pessoas) no segundo trimestre de 2020. Com isso, em 2020, a taxa de novos empreendedores, teve cerca de alta significativa, por se tornar uma alternativa ao desemprego, segundo o Global Entrepreneurship Monitor (GEM). Silva (2021), concluiu uma pesquisa sobre “Estratégias empreendedoras implantadas pelos microempreendedores campinenses na pandemia da Covid- XIV 19”, aplicou um questionário a cinco empreendedores, que dentre inúmeras questões, respondiam quais as oportunidades e ameaças encontraram nessa pandemia. As principais oportunidades citadas foram: Expandir os negócios em uma nova área, encarar uma situação diferente e as vendas online. E as principais ameaças foram: Questões financeiras – o medo de perder os clientes pelo alto número de pessoas desempregadas ou o medo de não faturar o necessário para continuar com os negócios. Ainda segundo Silva (2021), quando questionados sobre quais foram as estratégias utilizadas no enfrentamento das dificuldades trazidas pela pandemia, a maioria dos empreendedores respondeu que investiu na divulgação pelas redes sociais e delivery: “MEI 1: “Passei a focar mais ainda a divulgação nas redes sociais e além disso criamos o nosso site de vendas, onde os clientes poderiam encontrar o nosso catálogo com todos os produtos expostos, valores, descrições e 20 todas as facilidades que um site pode oferecer. O site pode facilitar a vida do cliente que encontraria o seu produto de forma bem simples e também a minha que agilizaria todo o processo, já que recebo através de uma mensagem no WhatsApp todas as informações de compra do cliente em momento instantâneo na hora da compra”” (SILVA, 2021) Os elevados custos para adaptação, a incerteza do retorno financeiro e aceitação do produto/serviço no mercado são aspectos que desencorajam empreendedores, com isso o tempo de tomada de decisão trata-se de um fator determinante para manter-se no mercado A pandemia do novo Coronavírus teve impacto negativo de forma massiva, não só na economia dos países, como também na saúde e educação. Trazendo, além do cenário incerto nas finanças, o medo e as várias doenças psicológicas afetaram a população, que nunca havia vivido dias imprevisíveis como esses. A partir dos resultados obtidos nesse estudo, notou-se o aumento de comércio de bicicletas, crescimento das empresas e ampliação das metas, modernização de algumas empresas, aumento nos setores arquitetônicos, e trouxe consigo mudança no padrão de consumo da sociedade atual (CASTRO et. al., 2021). XV 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o resultado das pesquisas, podemos concluir que o empreendedorismo no Brasil vem crescendo e se destacando no ranking mundial. Porém, é necessário o amadurecimento no que se trata de apoio aos empreendedores, políticas governamentais, facilidade de acesso aos créditos financeiros, e, da parte dos empreendedores falta mais informação entre si, pesquisa de mercado, antes de dar grandes passos e melhor gerenciamento das finanças para se alcançar a consolidação da empresa e sobreviver aos anos iniciais, os quais os empreendedores encontram maiores desafios. 5 REFERÊNCIAS AMARAL, D. J.; NASSIF, D. M. J.; PINTO, C. C.; SOARES, M. T. R. C. 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